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UNIVERSIDADE ANHANGUERA-UNIDERP

Centro de Educação a Distância


Polo Osasco
Curso: PEDAGOGIA

Disciplinas Integradoras: Ética, Política e Cidadania Políticas Públicas da Educação


Básica Educação e Diversidade Psicologia da Educação e da Aprendizagem Práticas
pedagógicas – Gestão da Aprendizagem.

Karina de Sousa Rodrigues


RA:0172001056

PTI – Produção Textual Individual

“Temática Interdisciplinar: Direito à Educação.”

Produção Interdisciplinar das disciplinas: Ética,


Política e Cidadania Políticas Públicas da
Educação Básica Educação e Diversidade
Psicologia da Educação e da Aprendizagem
Práticas pedagógicas – Gestão da Aprendizagem:
Identidade Docente do Curso de Pedagogia da
Universidade Anhanguera – UNIDERP/ Polo Osasco.
Apresentado como requisito parcial de avaliação sob
a orientação do Professora Tutora de Ensino a
Distância: Renata Morinigo.

Osasco – São Paulo


2018
INTRODUÇÃO

Apesar de estarmos vivendo em dias atualizados, nos deparando com inúmeras


inovações tecnológicas, onde diversos ramos são modernizados, seja economicamente
ou culturalmente, ainda convivemos com um grande problema que impede o pleno
desenvolvimento do nosso país: a falta de investimento na área educacional , gerando
a má qualidade da mesma e dentre outras.

Infelizmente vivemos numa profunda crise principalmente na area educacional,


onde ainda grande parte da população não tem acesso ao ensino público e os que o
têm não adquirem conhecimentos considerados essenciais, por este apresentar
insuficiências com relação a investimentos, má remuneração aos docentes que nele
atuam e inexistência de comprometimento dos governantes com relação a esta causa.

A educação se constitui como direito fundamental e essencial ao ser humano e


diversos são os documentos que colaboram com tal afirmação. A Lei, por si, não muda
a realidade, mas indica caminhos, orienta o cidadão e a sociedade dos seus direitos,
propiciando a exigência do que nela está contido .

O direito à educação é um direito que se encontra estreitamente vinculado com


outros aspectos da vida cultural. Nesse sentido, ganham relevo os elementos culturais
que devem tomar parte integrante do processo educativo, tais como a educação
religiosa, a educação para a paz e a cooperação internacional para a amizade entre os
povos e as nações, sem discriminações entre os grupos raciais e religiosos.
DESENVOLVIMENTO

Dentro do rol dos direitos humanos fundamentais encontra-se o direito á


educação, amparado por normas nacionais e internacionais.Trata-se de um direito
fundamental, porque inclui um processo de desenvolvimento individual próprio à
condição humana. Além dessas perspectiva individual, este direito deve ser visto,
sobretudo, de forma coletiva, como um direito a uma política educacional, a ações
afirmativas do Estado que ofereçam à sociedade instrumentos para alcançar seus fins.
Nesse sentido, iluminado pelo valor da igualdade entre as pessoas, direito a educação
foi consagrado pela primeira vez em nossa Constituição Federal de 1988 como um
direito social (artigo 6º da CF/88). Com isso, o Estado passou formalmente a ter a
obrigação de garantir educação de qualidade a todos os brasileiros.
É importante ressaltar, porém, que o Poder Público não é o único responsável pela
garantia desse direito. Conforme previsto no artigo 205 da Constituição Federal, a
educação também é dever da família e à sociedade cabe promover, incentivar e
colaborar para a realização desse direito.
Especificamente em relação às crianças e aos adolescentes, tanto a Constituição
Federal (artigo 227, CF/88) como o Estatuto da Criança e do Adolescente (artigo 4º da
Lei 8.069/90) prevêem que a família, a sociedade e o Estado devem assegurar os
direitos fundamentais desses sujeitos, e aí se inclui a educação, com absoluta
prioridade.
Segundo o ECA (artigo 53), “a criança e o adolescente têm direito à educação,
visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da
cidadania e qualificação para o trabalho”. Nesse sentido, a lei assegura:
Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
Direito de ser respeitado por seus educadores;direito de contestar critérios avaliativos,
podendo recorrer às instâncias escolares superiores;direito de organização e
participação em entidades estudantis, e acesso a escola pública e gratuita próxima de
sua residência.
Para que estes direitos sejam observados, o ECA também estipula os deveres do
Estado (artigo 54). São eles:
Garantir ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não
tiveram acesso na idade própria;
Assegurar progressivamente a extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino
médio;
Oferecer atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino;
Oferecer atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de
idade;
Garantir acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação
artística, segundo a capacidade de cada um;
Ofertar ensino noturno regular, adequado às condições do adolescente trabalhador;
Promover atendimento no ensino fundamental, através de programas suplementares
de material didático escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.
O Estado, por meio de todos os seus poderes (executivo, legislativo e judiciário) e
níveis da federação (União, Estados, Municípios), deve efetivar os direitos e garantias
constitucionais, o que significa não só oferecer as condições para o exercício do
direito, como também fiscalizar o seu cumprimento. Para tanto, existem várias
instituições do poder público que possuem, dentre suas atribuições, a função de zelar
pela observância do direito à educação, tais como: as Coordenadorias de Educação
(escolas municipais), Diretorias Regionais de Ensino (escolas estaduais), Secretarias
de Educação (estadual e municipal), Defensoria Pública, Ministério Público, Poder
Judiciário, Conselhos Tutelares, Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente,
entre outros.
Os poderes executivos, ou seja, as prefeituras, os governos estaduais e o governo
federal, têm como função principal, no que tange o direito à educação, promover essa
política social básica. Isso significa dizer que esses poderes são obrigados a oferecer
uma rede regular de ensino em todos os âmbitos e cuidar da gestão dessa rede.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9.394/96) determina que à União cabe a
função de estabelecer uma política nacional de educação, especialmente por meio de
leis. Os Estados, segundo a LDB, devem oferecer o ensino fundamental gratuito e
priorizar o ensino médio. E aos municípios cabe prover o ensino infantil (creche e pré-
escola) e priorizar o ensino fundamental. Caso estas autoridades não cumpram o que
a lei determina, elas podem ser responsabilizadas judicialmente por isso.
A Defensoria Pública é o órgão responsável por prestar assistência jurídica integral
e gratuita àqueles que não dispõem de recursos suficientes para pagar um advogado
sem comprometer seu sustento. O Defensor, na condição de advogado público, deve
zelar pelos direitos e garantias fundamentais expressos na Constituição, dentre eles o
direito à educação. Na defesa desse direito, o Defensor pode se utilizar de algumas
atribuições, tais como promover as chamadas ações civis públicas; exercer a defesa
da criança e do adolescente; orientar, informar e conscientizar a população acerca dos
seus direitos (artigo 4º da Lei Complementar 80/94).
Em algumas Defensorias Públicas estaduais, existem Núcleos Especializados, tais
como o de “interesses difusos e coletivos” e da “infância e juventude”, que buscam a
efetivação dos direitos não só individuais, mas também dos chamados direitos difusos
e coletivos, isto é, direitos que protegem um bem jurídico cujos titulares são um grupo
ou toda a sociedade. Assim, por meio de ações individuais ou coletivas e da atuação
de seus Núcleos Especializados, a Defensoria Pública pode garantir o acesso à
Educação, bem como pressionar para a melhoria da qualidade do ensino público.
O Ministério Público tem como funções primordiais a defesa da ordem jurídica, do
regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, de modo que
também deve atuar na garantia da educação, por meio de ações individuais e
coletivas. Os Ministérios Públicos estaduais muitas vezes constituem um Centro de
Apoio Operacional da Infância e da Juventude para cuidar especificamente da defesa
dos direitos da criança e do adolescente.
Uma ferramenta importante de atuação tanto da Defensoria Pública como do
Ministério Público é a ação civil pública – um instrumento processual de ordem
constitucional, destinado à defesa de interesses difusos e coletivos, dentre eles o
direito à educação. Como exemplos concretos de utilização desse instrumento na
defesa à educação, há ações requerendo reformas em estabelecimentos de ensino;
notificações recomendando o fechamento de escolas particulares irregulares; ações
visando garantir a oferta regular de ensino em períodos de greve de servidores
públicos, entre outras.
Os Conselhos Tutelares, por sua vez, são órgãos permanentes e autônomos, não
jurisdicionais, encarregados pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da
criança e do adolescente, definidos no Estatuto da Criança e do Adolescente (artigo
131). Entre as atribuições do Conselho Tutelar, destacam-se: o atendimento às
crianças e aos adolescentes, inclusive aplicando as medidas protetivas previstas no
ECA; requisitando serviços públicos na área da saúde, educação, serviço social,
previdência, trabalho e segurança (artigo 136)..
O Conselho pode intervir nos casos em que os pais não encontram vagas nas escolas
para os filhos, determinando ao serviço público o atendimento da demanda; ou ainda,
exigir dos pais a matrícula e freqüência obrigatória em estabelecimento oficial de
ensino. Por fim, caso essas requisições não sejam atendidas, o Conselho Tutelar
deverá encaminhar o caso ao Ministério Público.
A família é um dos três eixos de promoção do direito à Educação. Os pais são
responsáveis por matricular seus filhos nas instituições de ensino e garantir a
permanência deles (artigo 55 do ECA). Inclusive, alguns programas públicos de
distribuição de renda condicionam o benefício à freqüência escolar dos jovens sob
tutela dos pais, atestando a família como principal incentivadora dos estudos.
O Estatuto prevê, entre as medidas que são aplicáveis aos pais ou responsáveis, a
obrigação de matricular o filho em estabelecimento de ensino e acompanhar sua
freqüência e aproveitamento escolar (artigo 129, inciso V do ECA).
Evidente, portanto, que, além de uma atribuição do Estado – que tem o dever de fazê-
los zelar pela freqüência escolar (artigo 54, parágrafo 3º, ECA) –, a responsabilização
pela matrícula e acompanhamento das crianças e jovens no ensino fundamental é
compartilhada com a família (pais e responsáveis).
Os jovens portadores de deficiência física e/ou psíquica também recebem atenção
especial do Estado quando o assunto é garantia do direito à educação.
O não oferecimento ou oferecimento irregular de atendimento educacional
especializado aos portadores de deficiência pode gerar uma ação de responsabilidade
por ofensa aos direitos das crianças e dos adolescentes (artigo 208, inciso II do ECA).
A Constituição Federal também prevê a “criação de programas de prevenção e
atendimento especializado para os portadores de deficiência física, sensorial ou
mental, bem como de integração social do adolescente portador de deficiência,
mediane o treinamento para o trabalho e convivência, e a facilidade de acesso aos
bens e serviços coletivos, com a eliminação de preconceitos e obstáculos
arquitetônicos” (artigo 227, parágrafo 1º, inciso II da CF/88).
Outras legislações também garantem proteção especial à educação de jovens
portadores de deficiência física e/ou psíquica. A LDB, em seu artigo 4º, inciso III,
prevê o atendimento educacional especializado e gratuito aos jovens com
necessidades especiais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tomando a legislação como ponto de partida, podemos dizer que a educação como
um direito fundamental estrutura-se como um dever compartilhado entre Estado,
família e sociedade. O Poder Público, como um dos responsáveis pelo fomento à
educação, deve promover ações não só no âmbito de elaboração de políticas públicas
(executivo), no âmbito de elaboração de leis (legislativo), mas também exercendo o
papel de protetor e fiscalizador desse direito (judiciário).
As diversas instituições do poder público relacionadas neste texto cumprem papéis
importantes na garantia dos direitos dos cidadãos.
Num país marcado por desigualdades como o Brasil, onde a distribuição de direitos
espelha essa desigualdade, garantir o direito à educação é, sem dúvida, uma
prioridade e um passo fundamental na consolidação da cidadania.
Conhecer seus direitos, os caminhos de acesso à justiça, e as ferramentas disponíveis
para concretizá-los é o primeiro passo.
Devemos lembrar que existem outras reivindicações que se impõem no mundo
contemporâneo, como por exemplo, a dignidade do ser humano, a igualdade de
direitos, a recusa categórica de formas de discriminação, a importância da
solidariedade e a capacidade de vivenciar as diferentes formas de inserção
sociopolítica e cultural.
Poderíamos aqui elencar citações sobre o direito à educação, sem querer, no entanto
“fechar questão”, colocaremos em foco, a necessidade de proposta de uma política
educacional que contemple uma decisiva revisão das condições salariais dos
professores, com aumentos reais para os ativos e inativos, assim como uma estrutura
de apoio que favoreça o desenvolvimento do trabalho educacional.
Por fim, é importante lembrar que o acesso ao ensino obrigatório e gratuito é um
direito público subjetivo, ou seja, pode sempre ser exigido do Estado por parte do
cidadão.
A Lei, por si, não muda a realidade, mas indica caminhos, orienta o cidadão e a
sociedade dos seus direitos, propiciando a exigência do que nela está contido.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Ministério da Educação/1996. Lei das Diretrizes e Bases da Educação


Nacional. Disponível em:

Por Flávia Sales


Colunista Brasil Escola

BENEVIDES SOARES, M. V. M. Cidadania e Direitos Humanos. Cadernos de Pesquisa, São


Paulo, n. 104, p. 39-46, jul. 1998.

CURY. C. R. J. O direito à educação: um campo de atuação do gestor educacional da escola.


Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/7123955/CURYOdireito-a-Educacao. Acesso em: 2 de
agosto de 2011.

Ref: C.F. e LDB.

Por Amélia Hamze


Profª FEB/CETEC

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