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GUSTAVO GIATTI

TERMODINÂMICA:
SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA

SANTA BÁRBARA D’OESTE


2019
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1. SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA

A segunda lei ou segundo princípio da termodinâmica diz, de forma concisa


que “a quantidade de entropia de qualquer sistema que esteja isolado termicamente,
tende a incrementar-se com o tempo, até alcançar seu valor maxímo. Ou seja, quando
parte de um sistema fechado, interage com outra parte, a energia tende a dividir-se
até que se alcance o equilíbrio térmico.

Segundo Kelvin-Planck “ é impossível construir um dispositivo que opere em


um ciclo termodinâmico e que não produza outros efeitos além do levantamento de
um peso e troca de calor com um único reservatório térmico.

Esse enunciado está ligado a motores térmicos, e estabelece que é impossível


construir um motor térmico que opere segundo um ciclo que receba uma determinada
quantidade de calor de um corpo a alta temperatura e produza uma quantidade de
trabalho igual. A única forma é que alguma quantidade de calor deve ser transferida
do fluído de trabalho a baixa temperatura para um corpo a baixa temperatura. Desta
forma um ciclo só poderá produzir trabalho se dois níveis de temperatura estiverem
envolvidos, e o calor ser transferido do corpo a alta temperatura para o motor térmico
e do motor térmico para o corpo a baixa temperatura. Com isso podemos dizer que é
impossível construir um motor térmico que possua total eficiência térmica.

Já segundo Clausius “é impossível construir um dispositivo que opere,


segundo um ciclo, e que não produza outros efeitos, além da transferência de calor
de um corpo frio para um corpo quente.

Esse conceito se relaciona com o refrigerador ou a bomba de calor, e


estabelece que é impossível construir um refrigerador que opera sem receber
trabalho. Isso também significar que o coeficiente de desempenho é sempre menor
que o infinito.

Ou seja, a tendência do calor a passar de um corpo mais quente para um corpo


mais frio, e nunca no sentido oposto, a menos que exista um comando exterior para
isso. A segunda lei nega a existência de um fenômeno espontâneo de energia térmica
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em energia cinética, o que permitiria converter a energia do meio aquecido para a


execução de um movimento.

De acordo com a segunda lei, em um sistema fechado a entropia nunca


diminui, isso quer dizer que, se um sistema está inicialmente em um estado de baixa
entropia, tenderá automaticamente a um estado de entropia máxima. Por exemplo, se
dois blocos de metal com diferentes temperaturas, são colocados em contato térmico,
a distribuição desigual de temperatura dará lugar a um estado de temperatura
uniforme, na medida que a energia flui do bloco mais quente para o bloco mais frio.

Por meio da segunda lei da termodinâmica podemos extrair os seguintes


corolários, que são chamados de corolários de Carnot:

 A eficiência térmica de um ciclo de potência irreversível é sempre menor


que a eficiência térmica de um ciclo de potência reversível, quando
operando entre os mesmos dois reservatórios térmicos;

 Todos os ciclos de potência reversíveis operando entre os mesmos dois


reservatórios térmicos apresentam a mesma eficiência térmica.
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2. CONCEITO DE PROCESSO REVERSÍVEL E FATORES QUE TORNAM


IRREVERSÍVEL UM PROCESSO

Dizemos que um processo é reversível quando o sistema e a vizinhança


podem ser restaurados aos seus estados iniciais após o processo. Quando são
revertidos percorrem o sentido inverso na mesma trajetória, retornando assim, aos
seus estados iniciais. Os processos reversíveis não são processos reais, e sim ideias
que podem ser descritos matematicamente de forma mais simples e servem como
referência para os processos reais. São processos importantes, pois os efeitos de
trabalho atribuídos a eles representam valores máximos e mínimos.

Uma forma bastante útil de se verificar a consistência de um processo em


termos de reversibilidade é pensar na conservação de energia do sistema. Podemos
usar com exemplo uma bola de basquete lançada verticalmente para cima. Enquanto
sobe, ela diminui a sua velocidade, diminuindo assim a sua energia cinética e
acumulando energia potencial gravitacional. Supondo que não haja atrito com o ar, ao
cair, a bola retoma energia cinética e perde energia potencial, ocasionando assim um
aumento de velocidade. Isso ocorre até que ela retorne ao ponto de partida com a
mesma velocidade inicial.

Os processos irreversíveis são aqueles que só podem ser executados em um


único sentido, sem que haja a possibilidade da manutenção do processo ao seu
estado inicial. Alguns fatores tornam um processo irreversível:

 Atrito de rolamento ou escoamento do fluído. É a forma mais comum de


irreversibilidade associada a corpos em movimento. Normalmente o
atrito gera calor na superfície em que está ocorrendo, energia essa
proveniente de um movimento, que é desperdiçada em relação ao
desejado. Quanto maior o atrito mais irreversível é o processo;

 Expansão não resistida de um gás ou líquido para uma pressão menor;

 Transferência de calor através de uma diferença de temperatura finita.


A transferência de calor somente pode ocorrer quando houver uma
diferença de temperatura, gradiente de temperatura, entre um sistema
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e a sua vizinhança. Portanto é fisicamente impossível um processo


reversível de calor.

 Mistura espontânea de substâncias diferentes ou em diferentes


estados;

 Reação química espontânea;

 Fluxo de corrente elétrica através de uma resistência;

 Magnetização ou polarização com histerese;

 Deformação inelástica.
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3. CICLO DE CARNOT

A máquina de Carnot é também conhecida como máquina ideal, pois é um


exemplo especifico de ciclo de potência operando de uma forma completamente
reversível entre dois reservatórios térmicos. Até meados do século XIX, acreditava-se
ser possível a construção de uma máquina térmica ideal, que seria capaz de
transformar toda energia fornecida em trabalho, obtendo um rendimento total.

Para demostrar que isso não seria possível, o engenheiro francês Nicolas
Carnot (1796-1832) propôs uma máquina térmica teórica que se comportava como
uma máquina de rendimento total, estabelecendo um ciclo de rendimento máximo,
que mais tarde passou a ser chamado de Ciclo de Carnot.

Este ciclo seria composto de quatro processos, independente da substância:

 Uma expansão isotérmica reversível. O sistema recebe uma quantidade de


calor da fonte de aquecimento (L-M)

 Uma expansão adiabática reversível. O sistema não troca calor com as fontes
térmicas (M-N)

 Uma compressão isotérmica reversível. O sistema cede calor para a fonte de


resfriamento (N-O)
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 Uma compressão isotérmica reversível. O sistema cede calor para a fonte de


resfriamento (N-O)

Numa máquina de Carnot, a quantidade de calor que é fornecida pela fonte de


aquecimento e a quantidade cedida a fonte de resfriamento são proporcionais as suas
temperaturas absolutas, assim:

Assim, o rendimento da máquina de Carnot é:

Logo:

Sendo:

T1 = temperatura absoluta da fonte de resfriamento

T2 = temperatura absoluta da fonte de resfriamento

Com isto se conclui que para que haja 100% de rendimento, todo calor vindo
da fonte de aquecimento deverá ser transformado em trabalho, pois a temperatura
absoluta da fonte deverá estar 0K.
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Partindo deste ponto, conclui-se que o zero absoluto não é possível em um


sistema físico.

4. MÁQUINAS TÉRMICAS CICLICAS: MOTORES TÉRMICOS E


REFRIGERADORES

Os motores térmicos são máquinas que tem por objetivo transformar a energia
calorífica do combustível em energia mecânica diretamente utilizável. A energia
calorífica pode ser proveniente de diversas fontes primárias: combustíveis de várias
origens, energia elétrica, energia atômica; só que no caso de motores endotérmicos,
é obtida através da combustão de combustíveis líquidos embora, raramente gasosos.
Portanto, pode se dizer que os motores endotérmicos transformam a energia química
em energia mecânica. Eles podem ser classificados quanto à combustão, o
movimento ou o tipo de combustão.

4.1 Motores térmicos: Os motores térmicos são máquinas que tem por
objetivo transformar a energia calorífica do combustível em energia
mecânica diretamente utilizável. A energia calorífica pode ser proveniente
de diversas fontes primárias: combustíveis de várias origens, energia
elétrica, energia atômica; só que no caso de motores endotérmicos, é
obtida através da combustão de combustíveis líquidos embora, raramente
gasosos. Portanto, pode se dizer que os motores endotérmicos
transformam a energia química em energia mecânica.

4.2 Refrigeradores: Um refrigerador é, essencialmente, uma máquina térmica


operando ao revés: enquanto a máquina térmica recebe calor de um
reservatório quente, convertendo parte deste calor em trabalho mecânico
e rejeitando a diferença sob a forma de calor para um reservatório frio, um
refrigerador recebe trabalho para extrair certa quantidade de calor do
reservatório frio (refrigerador) e transferir essa quantidade para o
reservatório quente. Essa transferência de calor do reservatório frio para o
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quente sempre se dá à custa de trabalho. 30 “É impossível que um


refrigerador, operando em ciclo, tenha como único efeito o da transferência
de energia térmica de um corpo frio para outro quente”. (Enunciado de
Clausius para a Segunda Lei da Termodinâmica). Dessa forma, um
refrigerador é um dispositivo que usa trabalho para transferir energia de um
reservatório de baixa temperatura para um reservatório de alta temperatura
enquanto repete continuamente uma série definida de processos
termodinâmicos.

5 VARIAÇÃO, GERAÇÃO E PRINCIPIO DE AUMENTO DA ENTROPIA

A entropia de uma substância está relacionada ao grau de organização do


sistema, ou seja, quanto maior for a desordem do sistema, maior será a entropia. A
entropia e a desordem do sistema tem à ver com a espontaneidade de processor
físicos. Por exemplo, vamos considerar a quede de um copo de vidro, esse é um
processo espontâneo, em que a desordem do sistema aumenta. O processo contrário,
ou seja, os cacos do copo de vidro subirem sozinhos e recuperarem o corpo não
ocorre, ou seja, não é espontâneo e é irreversível.

Outro caso é a queda da água em uma barragem, que é um processo


espontâneo, assim podemos concluir que a entropia aumenta. No entanto a água
retornar sozinha para o alto da barragem não é uma ação espontânea, pois seria
necessária uma ação externa para que isso ocorresse, como a utilização de uma
bomba d’água para a realização dessa tarefa, deste modo se essa ação fosse possível
a entropia iria diminuir, portanto em qualquer processo natural a entropia do Universo
ou do sistema sempre aumenta.

A variação da entropia é diretamente proporcional a variação de energia,


sendo que essa proporcionalidade é dada pela temperatura “T”

Segundo Kelvin “ é impossível construir uma máquina térmica em que todo o


calor da fonte seja usado integralmente em trabalho, ou seja, seu rendimento nunca
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será 100%. A energia dissipada na forma de calor se transforma em entropia,


aumentando a deserdem do sistema.

Temos então que o aumento da entropia é de extrema importância, pois sem


ela nada aconteceria, ele é o responsável pena ocorrência dos fenômenos.

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