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Aula 3 – Sistemas individuais de

tratamento de esgoto
Privada com fossa seca

 Compreende a casinha e a fossa seca escavada no solo.

 Recebimento somente das excretas (não dispõe de


água).

 As fezes retidas no interior se decompõem ao longo do


tempo pelo processo de digestão anaeróbia.
Privada com fossa seca

Privada convencional
com fossa seca
Privada com fossa seca

Privada com fossa seca


ventilada
Privada com fossa seca

➢ Localização

 Lugares livres de enchentes e de fácil acesso;


 Distante de poços e fontes em cota inferior;
 Distância mínima de segurança: 15 metros;
 A distância varia com o tipo de solo e deve ser
determinada localmente.
Privada com fossa seca

➢ Localização
Privada com fossa seca

➢ Localização
Privada com fossa seca

➢ Dimensionamento

 Levar em consideração o tempo de vida útil e as técnicas


construtivas.
 Dimensões indicadas para a maioria das áreas rurais:
 abertura circular com 90 cm de diâmetro, ou quadrada com
80 cm de lado;
 a profundidade varia com as características do solo, nível do
lençol, etc.  recomenda-se 2,50 metros.
Privada com fossa seca

➢ Dimensionamento
Privada com fossa seca

➢ Revestimento de base

 Em terreno pouco consistente, a fossa será revestida com


manilhões de concreto armado, tijolo, madeira, etc.
Privada com fossa seca

➢ Assentamento da base

 Material: tijolo, madeira, concreto armado, blocos de


concreto, etc.
 Tem por finalidade:
 fazer a distribuição uniforme do peso da casinha sobre o
terreno;
 servir de apoio ao piso;
 proteção, impedindo a entrada de pequenos animais.
Privada com fossa seca

➢ Assentamento da base

Base pré-fabricada de
Base de tijolo
concreto
Privada com fossa seca

➢ Piso

 Construído de material resistente (concreto armado ou


madeira de boa qualidade)  suportar o peso do usuário.
 Dispõe de uma abertura  passagem dos dejetos para
dentro da fossa.
 Por motivos de higiene, é preferível não instalar assento
sobre a abertura.
Privada com fossa seca

➢ Piso

Piso de madeira
Privada com fossa seca

➢ Piso

Piso de
concreto
Privada com fossa seca

➢ Aterro de proteção Finalidade: proteger a


base; desviar as águas
pluviais; dificultar a
 Aterro compactado até a altura
entrada de roedores.
da base, formando uma
plataforma em torno da privada
 Aproveitamento da terra
retirada na escavação da fossa.
 Para maior durabilidade,
recomenda-se gramar o
montículo.
Privada com fossa seca

➢ Casinha

 Tem por finalidade abrigar o usuário e completar a


proteção da fossa.
 É conveniente que o ambiente seja mantido em penumbra
 evitar a presença de moscas.
 Porta fechada e ventilação por pequenas aberturas no topo
das paredes.
Privada com fossa seca

➢ Casinha

 Área do piso: 1 m².


 Altura das paredes:
 2 m na frente;
 1,75 m atrás.
 Cobertura:
 Beiral de 0,30 m.
Privada com fossa seca

➢ Casinha
 Material para a parede: tijolo, madeira, adobe, taipa, blocos de
concreto, placas de cimento armado, etc.
 Material para o telhado: telha francesa e colonial, chapas
onduladas de fibrocimento, zinco e alumínio, placas de cimento
armado, etc.
 Preferência dada aos materiais de maior disponibilidade, menor
custo e maior resistência.
 Porta: de madeira, abrindo para fora (pode ser abrindo para
dentro, para proteção e durabilidade).
Privada com fossa seca

➢ Casinha pré-fabricada
Privada com fossa seca

➢ Casinha pré-fabricada
Privada com fossa seca

➢ Tampa
 A abertura do piso deve ser mantida fechada quando não estiver
em uso, evitando a proliferação de moscas e mosquitos.

➢ Ventilação
 Acúmulo de gases no interior da fossa resulta no
desprendimento abrupto quando o usuário retira a tampa.
 Recomenda-se a instalação de tubos de ventilação na fossa:
 Na parte interna, junto à parede;
 Extremidade superior acima do telhado.
Privada com fossa seca

➢ Manutenção

 Não é indicado o lançamento de água no seu interior  apenas


dejetos e o papel higiênico (papel de limpeza).
 Ocorrência de mau cheiro  pequenas porções de sais
alcalinizantes, como sais de sódio, cálcio e potássio, sendo
comum o uso de cal ou cinza.
 A porta da casinha deve estar sempre fechada e o buraco
tampado quando a fossa estiver fora de uso.
Privada com fossa seca

➢ Vantagens

 baixo custo;
 simples operação e manutenção;
 não consome água;
 risco mínimo à saúde;
 recomendada para áreas de baixa e média densidade;
 aplicável a tipos variados de terrenos;
 permite o uso de diversos materiais de construção.
Privada com fossa seca

➢ Desvantagens

 imprópria para áreas de alta densidade;

 podem poluir o subsolo;

 requer solução para outras águas servidas.


Privada com fossa estanque

 Tanque de recebimento dos


dejetos.

 Sem descarga de água.

 Condições idênticas à fossa


seca.
Privada com fossa estanque

➢ Dimensionamento
 O tanque da fossa deve ter capacidade para armazenar
até 1000 litros de excretas.

➢ Detalhes construtivos
 Tanque de concreto ou alvenaria, totalmente
impermeabilizado.
Privada com fossa estanque

➢ Manutenção

 Família de 5 pessoas  1 ano para ficar cheio.


 Quando cheio:
 esvaziar o tanque por uma tampa atrás da casinha;
 material retirado será imediatamente enterrado, não se
prestando para adubo.
Privada com fossa estanque

➢ Vantagens
 baixo custo;
 fácil construção;
 simples operação e manutenção;
 não consome água;
 mínimo risco à saúde;
 não polui o solo;
 a solução poderá ser definitiva.
Privada com fossa estanque

➢ Desvantagens

 imprópria para áreas de alta densidade;

 requer soluções para as outras águas servidas.


Privada com fossa de fermentação

 Duas câmaras (tanques) contíguas e independentes.

 Processo de degradação como da fossa seca.

 Apropriada para terrenos desfavoráveis à construção da


privada de fossa seca.
Privada com fossa de fermentação

➢ Funcionamento
1. Isolar II, vedando a tampa no interior da casinha
2. Utilizar I até esgotar sua capacidade (6 pessoas 
aprox. 1 ano)
3. Isolar I, onde o material acumulado sofrerá
fermentação natural
4. Utilizar II até esgotar sua capacidade (material da
I terá mineralizado)
5. Retirar o material da I (necessário deixar uma
I II pequena porção do material, a fim de auxiliar no
reinício da fermentação
6. Isolar II e utilizar I, como no início
Privada com fossa de fermentação

➢ Detalhes construtivos

 Tanques enterrados, semienterrados ou na superfície.


 Revestimento das câmaras em função das características do solo
e do local onde será instalada.
 Como solução durável, recomenda-se fazer o revestimento em
qualquer circunstância, mesmo em terrenos firmes.
 Em terrenos encharcados ou próximos a poços  concreto ou
tijolo, impermeabilizados com argamassa de cimento.
Privada com fossa de fermentação

Privada com fossa de fermentação enterrada


Privada com fossa de fermentação

Privada com fossa de fermentação apoiada na superfície


Privada com fossa de fermentação

➢ Detalhes construtivos

 Câmaras compõem-se de um corpo principal (I e II) e de um


apêndice (1 e 2), que se comunica com o interior da casinha
para receber os dejetos.
 A escavação inicia-se no corpo principal, seguindo-se a
escavação dos apêndices.
 A casinha é construída sobre o apêndice.
 O corpo principal fica atrás da parede dos fundos.
Privada com fossa de fermentação

➢ Detalhes construtivos

 Câmaras providas, cada uma, de tampas removíveis.


 Tampas devem ficar bem unidas e rejuntadas com argamassa
pobre de cal e cimento, para evitar a entrada de água da chuva.
 Para evitar alagamento em época de chuva, a privada será
circundada por um aterro bem compactado.
 Em encosta de morro  valetas para desvio de enxurradas.
 Estrutura da casinha semelhante à da privada com fossa seca.
Privada com fossa de fermentação

➢ Vantagens

 pode ser adotada em todas as situações idênticas àquelas em que se


aplica a fossa seca;
 pode ser aplicada em locais de lençol de água mais próximo da
superfície, porque a profundidade das câmaras é de apenas 1 m;
 também pode ser aplicada em terrenos rochosos em que a escavação
poderá ser mais rasa, ficando as câmaras semienterradas;
 tem duração maior que a fossa seca (a solução é praticamente
definitiva);
Privada com fossa de fermentação

➢ Vantagens

 encarecimento é relativamente pequeno (custo da casinha será


um pouco maior);
 volume de terra a ser escavado é o mesmo;
 a escavação é mais fácil, já que as câmaras são mais rasas;
 em igualdade de condições de terreno, a quantidade de
material usado no revestimento e o trabalho requerido é o
mesmo.
Privada com fossa de fermentação

➢ Desvantagens

 imprópria para áreas de alta densidade populacional;

 requer solução para outras águas servidas.


Privada química

 Tanque cilíndrico de aço inoxidável, removível,


contendo solução de soda cáustica (NaOH).

 Tanque destinado a receber dejetos de uma bacia


sanitária comum.

 Custo elevado  utilizado em casos específicos


(acampamentos, colônias de férias, ônibus, aviões,
shows, etc.).
Privada química

➢ Funcionamento

 A soda cáustica liquefaz o material sólido e destrói as bactérias, os


ovos de helmintos e outros organismos.
 Dosagem recomendada de 10 kg de soda/50 litros de água.
 Tanque esvaziado periodicamente e reabastecido com nova porção de
solução química.
 Nos pontos de recepção e esvaziamento:
 locais com água quente e fria;
 esvaziamento auxiliado por dispositivos mecânicos (evitando o
manuseio direto).
Tanque séptico (ou fossa séptica)

 Em 1860, Jean Louis Mouras, construiu um tanque de


alvenaria, no qual eram coletados os esgotos, restos de
cozinha e aguas pluviais, em uma pequena habitação em
Veoul, na França.

 J. L. Mouras juntamente com Abade Moigne (autoridade


científica da época) patentearam o modelo em
2/09/1881.

 As fossas foram adotadas pelos EUA em 1883.


Tanque séptico (ou fossa séptica)

 Dispositivo de tratamento de esgotos.

 Destinado a receber a contribuição de um ou mais


domicílios.

 Capacidade de dar aos esgotos um grau de tratamento


compatível com a sua simplicidade e custo.
Tanque séptico (ou fossa séptica)

 Câmara construída para reter os esgotos sanitários por um


período de tempo criteriosamente estabelecido.

 Permite a sedimentação dos sólidos e a retenção do


material graxo contido nos esgotos.

 Transforma estes materiais bioquimicamente em


substâncias e compostos mais simples e estáveis.
Tanque séptico (ou fossa séptica)

 Como os demais sistemas de tratamento, deverá dar


condições aos seus efluentes de:
• impedir a poluição de mananciais destinados ao
abastecimento doméstico;
• não alterar as condições de vida aquática nas águas
receptoras;
• não prejudicar as condições de balneabilidade;
• não ocasionar a poluição de águas subterrâneas, de lagos
e lagoas (águas localizadas), e cursos d’água.
Tanque séptico (ou fossa séptica)
➢ Funcionamento
 Retenção do esgoto: o esgoto é retido na fossa por um
período racionalmente estabelecido, que pode variar de 24
a 12 horas, dependendo das contribuições afluentes.

 Decantação do esgoto: simultaneamente à fase


anterior, processa-se uma sedimentação de 60 a 70% dos
sólidos em suspensão contidos no esgoto, formando uma
substância semilíquida denominada LODO.
Tanque séptico (ou fossa séptica)
➢ Funcionamento

 Formação da escuma do esgoto: parte dos sólidos


formados por óleos, graxas, gorduras e outros materiais
misturados com gases, emerge e é retida na superfície livre
do liquido, no interior da fossa séptica.

 Digestão anaeróbia do lodo: as bactérias provocam


degradação total ou parcial da matéria volátil e organismos
patogênicos.
Tanque séptico (ou fossa séptica)
➢ Funcionamento

 Redução de volume: da digestão resultam gases,


líquidos e acentuada redução de volume dos sólidos retidos
e digeridos, que adquirem características estáveis capazes
de permitir que o efluente líquido do tanque possa ser
lançado em melhores condições de segurança.
Tanque séptico (ou fossa séptica)
➢ Funcionamento
Tanque séptico (ou fossa séptica)

➢ Padronização

 O processo de normatização de tanque séptico e


unidades complementares, é regido pelas normas da
ABNT:
• NBR 7229/93 – Construção e Operação de Sistemas de
Tanques Sépticos;
• NBR 13.969/97 – Unidades de Tratamento
Complementar e disposição Final de Efluentes Líquidos.
Tanque séptico (ou fossa séptica)

➢ Tipos e formas

 Os principais tipos de tanque séptico são:


• de câmara única;
• de câmaras sobrepostas (adequadas para maiores vazões);
• de duas ou mais câmaras múltiplas em série.

 As principais formas de tanque séptico são:


• prismáticas retangular;
• cilíndricas.
Tanque séptico (ou fossa séptica)

➢ Dimensionamento de tanque com câmara única


(ABNT NBR 7.229/1993)

𝑉 = 1000 + 𝑁. [ 𝐶. 𝑇 + 𝐾. 𝐿𝑓 ]

Onde:
V –Volume útil (L);
N – N° de contribuintes (habitantes ou unidades);
C – Contribuição de esgoto (L/hab.dia ou L/unidade.dia);
T – Período de detenção hidráulica (dias);
K –Taxa de acumulação de lodo;
Lf – Contribuição de lodo fresco (L/hab.dia)
Tanque séptico (ou fossa séptica)

➢ Dimensionamento de tanque com câmara única


(ABNT NBR 7.229/1993)
Tabela 1 – Contribuição diária de esgoto (C) e de lodo fresco (Lf) por tipo de prédio e
ocupante
Tanque séptico (ou fossa séptica)

➢ Dimensionamento de tanque com câmara única


(ABNT NBR 7.229/1993)

Tabela 2 – Período de detenção (T) dos despejos, por faixa de contribuição diária
Tanque séptico (ou fossa séptica)

➢ Dimensionamento de tanque com câmara única


(ABNT NBR 7.229/1993)

Tabela 3 – Taxa de acumulação total de lodo (K), em dias, por intervalo entre limpezas
e temperatura do mês mais frio
Tanque séptico (ou fossa séptica)

➢ Dimensionamento de tanque com câmara única


(ABNT NBR 7.229/1993)

Tabela 4 – Profundidade útil mínimas e máxima por faixa de volume útil


Tanque séptico (ou fossa séptica)

➢ Dimensionamento de tanque com câmara única


(ABNT NBR 7.229/1993)

 Volume mínimo estabelecido para tanques sépticos


convencionais prismáticos ou cilíndricos: 1.250 litros,
incluindo as zonas de sedimentação e de digestão.

 Volume mínimo estabelecido para tanques sépticos de câmaras


sobrepostas: 500 litros para a câmara de sedimentação, devido
ao pequeno período de detenção nesta câmara.
Tanque séptico (ou fossa séptica)

➢ Recomendações

 Para os tanques de forma cilíndrica é observado o seguinte


critério:
 Diâmetro interno mínimo: 1,10 m.

 Para tanques de forma prismática retangular:


 Largura mínima interna: 0,80 m;
 Relação entre comprimento e largura: 2 a 4.
Sumidouro

 Também conhecido como poços absorventes ou fossas


absorventes.

 Escavações feitas no terreno para disposição final do


efluente do tanque séptico.

 O efluente do tanque séptico se infiltra no solo pela


área vertical (parede).
Sumidouro

 Apresenta uma longa vida útil, devido a facilidade de


infiltração do liquido praticamente isento de sólidos.

 Seu uso é favorável somente nas áreas onde o aquífero


é profundo, onde possa garantir a distância mínima de
1,50 metros (exceto areia) entre o seu fundo e o nível
máximo do lençol.
Sumidouro
➢ Dimensionamento
 Suas dimensões serão determinadas em função das
características de absorção do terreno
Sumidouro
➢ Dimensionamento
 A área de infiltração necessária (em m²) pode ser calculada
por:

𝑄
𝐴=
𝐶𝑖

Onde:
A – área de infiltração (superfície lateral) (m²)
Q – vazão afluente (L/dia)
Ci – coeficiente de infiltração ou percolação (L/m².dia)
Sumidouro
➢ Detalhes construtivos

 Paredes de alvenaria de tijolos, assentes com juntas livres, ou de


anéis (ou placas) pré-moldados de concreto, convenientemente
furados.

 Enchimento de cascalho no fundo (com coque ou brita n. 3 ou 4)


com altura igual ou maior que 0,50 metros.

 As lajes de cobertura devem ficar ao nível do terreno, construídas


em concreto armado, dotadas de abertura de inspeção com
fechamento hermético (menor dimensão de 0,60 m).
Sumidouro
➢ Detalhes construtivos

 Havendo necessidade de redução da altura útil, em função


da proximidade com o lençol freático, aumentar o número
de sumidouros, a fim de atender a área vertical.

 Quando construídos dois ou mais sumidouros, a


distribuição do efluente se dará por caixas de distribuição,
devendo os sumidouros ficar afastados entre si por uma
distância mínima de 1,50 metros.
Sumidouro
➢ Detalhes construtivos

 Notas:

a) Distância máxima na horizontal e vertical entre furos –


0,20 m;

b) Diâmetro mínimo dos furos – 0,015 m.


Sumidouro
➢ Sumidouro cilíndrico

(Dimensões em metros)
Sumidouro
➢ Sumidouro cilíndrico

(Dimensões em metros)
Sumidouro
➢ Sumidouro cilíndrico

(Dimensões em metros)
Exercícios

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