Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Princípios e Caminhos na
Rede Municipal da Cidade de
São Paulo
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
Sumário
Sumário
Introdução .............................................................................................................................................. 3
Histórico das EMEFMs na Cidade de São Paulo; (TODAS EMEFMS) ................... 4
Histórico da Formação e Elaboração do Documento; ................................................... 13
EIXO Juventudes, Direitos Humanos e Inclusão ............................................................. 26
EIXO Acompanhamento da Aprendizagem/Avaliação .................................................. 35
EIXO Protagonismo e Autoria ................................................................................................... 55
EIXO Mundo do Trabalho ............................................................................................................ 60
Mundo do Trabalho .................................................................................................................... 60
EIXO Interdisciplinaridade ........................................................................................................... 66
2
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
Introdução
Há dois anos em que o espaço de formação continuada e de escuta do Ensino
Médio da Cidade de São Paulo vem se consolidando, uma ação de ineditismo
inesperado, uma vez que as oitos EMEFMs da Cidade já se destacavam por
diversos aspectos em seu protagonismo, mas não havia ainda uma espaço
institucional de diálogo entre as U.Es.
Das formações, de seus temas e das discussões dentro dos grupos este
documento foi se configurando e cada representante das EMEFMs se articulou
ao longo desse período para compartilhar com os outros pares das U.Es, assim
o caminho documento foi identificado com o território e com a forma que tomou
dentro de cada U.E, Mais que pensar em o que precisa ser feito, o documento
lança a perspectiva do que se considera fundamental para a constituição de
um Ensino Médio que atenda os anseios de seu público e de que sociedade
estamos buscando.
Os desafios postos para o Ensino Médio são muitos, assim como aqueles que
alegam o que deveria ser o currículo ou o objetivo deste período escolar.
Compreendendo que o currículo é um território em disputa, esses grupos
buscam conquistar espaços pautando que tipo de sociedade e que tipo de
estudante teremos. Construir o próprio caminho a partir da escuta e do
encontro dos diferentes sujeitos da escola foi uma escolha pautada nos
princípios da gestão democrática, pois se prestou a ouvir estudantes,
professoras, professores, coordenadores, coordenadoras, diretoras, diretores,
supervisores, supervisoras, equipe técnicas da RME-SP e comunidade
acadêmica. A participação desses sujeitos propiciou a elaboração de princípios
para o currículo e a constituição de uma escola que lhes faz mais sentido.
Na Educação Básica a escola pública está a serviço da maioria da população a
ser escolarizada, desta forma o seu desafio é atender a multiplicidade de
crianças, adolescentes e jovens, assim a escola pública deve se constituir num
espaço democrático que privilegia a superação de desigualdades, o
reconhecimento e o acolhimento da diferença e o estímulo ao pensamento
crítico. As escolas do Ensino Médio da Cidade de São Paulo, se propõem a
construir um currículo em que as múltiplas vozes sejam ouvidas, acolhidas,
3
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
4
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
5
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
6
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
7
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
8
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
com carga horária de 375 horas/aula por semestre. O Curso Normal tem
duração de 4 (quatro) anos, oferecido para alunos egressos do Ensino
Fundamental, desta ou de outras escolas.
Através do Parecer CME nº 203/10 CEB (DOC de 24/12/2010, página
13) foi cancelada a autorização de funcionamento do Curso Técnico em
Secretariado, Parecer CME nº 30/00.
Guiomar Cabral - EMEFM
A construção da EMPSG PIRITUBA, iniciada em 1995, partiu de uma consulta
à população local pela Delegacia Regional de Ensino Municipal, que decidiu
inaugurar na unidade cursos Técnicos de Processamento de Dados e
Administração com habilitações profissionais plenas, nos períodos manhã e
noite. As classes de primeira à oitava série ficaram no período da tarde. No
local, antes da construção da escola, existia um campo de futebol, mas
vontade dos moradores era o de ter uma creche ou uma escola no local.
A escola foi inaugurada em trinta de outubro de 1996, durante a gestão do
Prefeito Paulo Maluf, na presença do Secretário Municipal de Educação Sólon
Borges dos Reis, com o nome de EMPSG GUIOMAR CABRAL, a pedido do
presidente da Sociedade Cultural Pró-Memória de Pirituba, Sr. Wilson Alves de
Castro, através de DECRETO com o seguinte texto:
9
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
10
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
11
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
Itapecerica da Serra, Embu das Artes e Taboão da Serra. Por estar localizada
em frente à estação Adolfo Pinheiro do metrô e próxima do Terminal Santo
Amaro de ônibus, a escola é uma alternativa às chamadas “escolas de bairro”,
que muitas vezes não atendem aos anseios das famílias por um Ensino Médio
inclusivo e de qualidade.
Nossos alunos possuem um perfil diverso. Há alunos que vêm da periferia da
Zona Sul, muitas vezes em locais de alta vulnerabilidade, mas também alunos
de classe média ou com capital cultural mais elevado. Além disso, contamos
com diversos alunos com deficiência, que têm a oportunidade de se
socializarem e se desenvolverem em nosso Ensino Médio Regular. Muitos dos
nossos alunos começam a trabalhar ainda adolescentes, ao mesmo tempo em
que pouco a pouco têm demonstrado maior interesse em se preparar para o
vestibular.
Essa diversidade de nossos alunos é, sem sombra de dúvidas, o maior desafio
de nossa escola. Se em décadas anteriores nossos alunos provinham
majoritariamente do Bairro de Santo Amaro e compunham famílias de classe
média trabalhadora, a expansão do acesso à Educação Básica modificou o
perfil de nossa escola. Atualmente, vivemos o dilema de dar oportunidade a
todos os nossos alunos e manter um alto nível de qualidade, tanto das aulas,
quanto das atividades extraclasses e da manutenção do próprio espaço
escolar. Longe de ser uma barreira, este é, na realidade, um contexto que nos
impele cada vez mais a encontrar novas formas de garantir o direito à
educação às novas gerações e, consequentemente, manter a tradição da
EMEFM Prof. Linneu Prestes como uma escola tradicional, mas sempre
inovadora, do bairro de Santo Amaro.
12
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
13
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
14
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
As discussões do Ensino Médio não foram frutos apenas dos dois anos de
formação, mas também de movimentos que vieram se debruçando sobre essa
etapa como o Observatório da Juventude da Universidade Federal de Minas
Gerais, o Pacto para o fortalecimento do Ensino Médio do MEC, as Diretrizes
Curriculares Nacionais e o Observatório Jovem da Universidade Federal
Fluminense, esse cenário sobre o ensino médio veio tomando corpo nas
discussões das oitos EMEFMS da Cidade de São Paulo por sua peculiaridade,
uma rede municipal de Ensino Médio que se estabeleceu anteriormente a LDB
9394/96, que busca seu diferencial compreendendo que a qualidade social da
escola está no amplo e democrático diálogo com todos os envolvidos na vida
da UE.
Assim, os temas para o documento foram sugeridos de acordo com as
discussões das formações, das problemáticas levantadas nos documentos, nos
estudos e na pesquisa realizada junto aos estudantes da rede municipal, os
temas são: Descolonização do Currículo como base conceitual e os eixos
estruturantes como: Juventudes, Direitos Humanos e Inclusão; Mundo do
trabalho; Protagonismo/Autoria; Acompanhamento da Aprendizagem/
Avaliação e Interdisciplinaridade.
(O Ensino Médio no Brasil: Desafios e Perspectivas)
A discussão sobre qualidade social da educação considerando as diversas
expressões de desigualdade social e sua relação com o desempenho dos
estudantes, é uma compreensão urgente para o entendimento da escola atual.
O esforço em compreender a escola nos dias hoje, especialmente tratando-
se do ensino médio possibilita reflexões sobre os desafios dessa etapa assim
como seus sentidos e significados na sociedade contemporânea. Portanto o
que se propõe é um levantamento sobre o que o/a estudante pensa sobre a
escola.
(Juventudes e Participação Política)
Nas discussões sobre a participação política dos jovens na escola, pode se
considerar que predomina a visão que de a juventude tem pouca consciência
política, e essa visão está marcada de preconceitos e estereótipos, que
reforçam um pensamento de que a juventude não tem noção do que lhes
15
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
aguarda e a escola está ali para orientar durante este período, buscando de
certa maneira impor um modo de ser e agir no mundo, porém ao se considerar
que a escola é a própria modernidade, portanto a crise faz parte de seu
cotidiano.
E no atual contexto a juventude tem demonstrado que está mais apta aos
desafios contemporâneos do que a geração dos professores, por outro lado
existem desafios que ainda dependem de um olhar e orientação mais
experiente. Ao se olhar para o jovem de forma lacunar corre-se o risco de não
estabelecer o diálogo, de estereotipar a juventude, considerando como única e
não como multi e interculturais, assim é fundamental estabelecer um diálogo
compreendendo que nenhum exercerá sua forma de pensar sobre o outro,
como o colonizador em sua colônia.
Hoje as juventudes, principalmente os estudantes secundaristas, têm
demonstrado que a escola como está, não lhes diz respeito, buscam mais
espaços para a participação na vida escolar, as assembléias, os saraus, os
diferentes tipos de aulas e temas que surgiram nas manifestações estudantis,
são exemplos claros de que os/as estudantes querem participar mais e mais,
que o currículo deve ser debatido e discutido com eles, assim ao se considerar
que a escola deve ter o diálogo aberto com as juventudes.
Essa aproximação subsidiará o aluno a compreender os processos políticos,
ampliando os limites de uma percepção partidária, pois ao se perceber como
cidadão consciente entenderá seu papel na busca de uma sociedade mais
justa. Instrumentalizados terão mais chances de empreender essas mudanças.
Como estratégias pedagógicas, destacam as assembleias escolares, espaço
democrático em que há um encaminhamento prático do processo educativo e a
valorização dos colegiados de participação política nas escolas: Conselho de
Escola, Associação de Pais e Mestres, Grêmios Estudantis.
(Juventude e Trabalho / Juventude e Projetos de Futuro)
Trabalho e projetos de futuro, temas para o cotidiano das escolas de Ensino
médio, a partir da percepção dos educadores a acerca da juventude que circula
nas unidades escolares nos dias de hoje. Constatou-se a partir de sua
realidade escolar, que parte dos estudantes, apresentam uma escolarização
16
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
17
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
18
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
19
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
30% mais vítimas de homicídios do que jovens brancos. (FBSP, 2014p. 10). A
relação entre racismo e violência é perceptível em nosso contato cotidiano com
as juventudes da cidade.
Se a violência fora da escola é um tema difícil de ser plenamente
compreendido e abordado, a instituição escolar nem sempre sabe lidar com
estas situações em seu interior. Uma prova disso é o trato cotidiano da
indisciplina, muitas vezes entendida como sinônimo de delinquência juvenil,
quando, na verdade, expressa conflitos e contradições da relação dos jovens
com seu entorno, bem como sua vivência da desigualdade de oportunidades e
ausência de escuta, por parte da sociedade, sobre seus anseios e dilemas.
A escola é parte da realidade dos jovens e, por isso, é um ambiente
institucional perpassado pelas contradições e ambiguidades deste grupo social.
Os jovens levam para dentro da escola a vida que vivem fora dela e
ressignificam as experiências externas a partir das vivências escolares. Diante
dessa permeabilidade e troca de experiências vitais, torna-se necessário
construir práticas escolares em diálogo com essa realidade, problematizando-a
e buscando a superação de desigualdades e violências. Essa é a condição
para se garantir um padrão de qualidade social da educação, não apenas
medida em termos de apreensão de conteúdos e eficiência, mas também na
aferição da qualidade das relações construídas no interior da escola e em sua
relação com o lugar em que se encontra. É preciso enfrentar os principais
problemas que afetam os jovens na cidade hoje: sua relação com o mundo do
trabalho, a qualidade de sua participação política, as distâncias entre centro e
periferia, o convívio com as violências etc. Esse enfrentamento deve contribuir
para a transformação das relações no interior da escola, favorecendo uma
gestão de fato democrática e um trabalho pedagógico significativo e
interdisciplinar.
Quanto ao mundo do trabalho, o diálogo com o ensino técnico e
profissional e com as universidades pode ser intensificado. Considerando que
muitos alunos do ensino médio vivenciam o ensino técnico fora da escola, é
possível considerá-lo nos processos educativos, valorizando-o como
experiência significativa. Ao mesmo tempo, a escola pode cumprir um papel
20
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
21
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
22
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
25
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
fenômeno social da juventude, trazendo novas questões e conceitos para o Commented [3]: Referencia bibliográfica
em conta as diferentes oportunidades, dificuldades e poder na sociedade. Essa Commented [8]: Condição juvenil e Situação Juvenil
26
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
A escola
devem ser pautadas no diálogo, na escuta ativa, e pensar necessita de
uma compreensão “das temporalidades humanas”
Compreensão do peso das condições externas podem agravar ou
contribuir para as situações de conflito e significado na educação, por toda
comunidade escolar.
Inclusão
A partir da Lei nº 12.796/13, que torna obrigatório o ensino médio as escolas
que oferecem essa modalidade passaram a receber alunos com deficiência em
maior número. Apesar da LDB priorizar e estabelecer a inclusão na escola
desde 1996, os profissionais da educação, especialmente do ensino médio,
não receberam formação adequada nesse sentido. Um programa específico é
necessário para instrumentalizar as unidades escolares e os profissionais nas
tecnologias e experiências da inclusão nessa faixa etária, que tem demandas
muito diferentes da infância. Há uma carência na literatura e de experiências
escolares publicadas sobre o trabalho com pessoas com deficiência na
adolescência e juventude.
Existem serviços nesse sentido como o SAAI e o CEFAI, mas que muitas
vezes não conseguem atender às demandas cotidianas das unidades
27
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
28
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
29
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
Referências Bibliográficas
BRASIL. Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica.
Conselho Nacional da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da
Educação Básica/ Ministério da Educação. Secretária de Educação Básica.
Diretoria de Currículos e Educação Integral. – Brasília: MEC, SEB, DICEI,
2013.
DAYRELL, Juarez – O jovem como sujeito social. In: Revista Brasileira de
Educação. n.24, p. 40-52, set/out/nov/dez, 2003.
ONU. Assembleia Geral das Nações Unidas. Declaração Universal dos Direitos
Humanos. 1948. Disponível em <http://www.dudh.org.br> . Acesso em
21/06/2016
UNESCO. Juventudes: outros olhares sobre a diversidade / organização,
Miriam Abramovay, Eliane Ribeiro Andrade, Luiz Carlos Gil Esteves. – Brasília :
Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e
Diversidade; Unesco 2007. Disponível em
30
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
<http://unesdoc.unesco.org/images/0015/001545/154580por.pdf>. Acesso em
20/06/2016.
31
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
32
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
33
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
34
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
35
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
37
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
38
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
39
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
40
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
41
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
42
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
Acho que aqui cabe uma colocação sobre o livrinho que discutimos,
sobre envolver a comunidade em processo de avaliação não só da
aprendizagem mas da escola como um todo.
43
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
Parte 2
44
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
45
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
46
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
47
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
48
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
49
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
50
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
51
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
52
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
53
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
54
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
55
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
56
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
garantido. Assim, temos que perceber quem é esse aluno, o que ele almeja e
de que forma ele aprende. Isso porque o ato educativo depende
majoritariamente daquele sujeito que aprende. Preparar os alunos para
intervirem no mundo, portanto, corresponde a uma mudança de paradigma na
relação entre ensino e aprendizagem. A escola não é mais a instituição que
garante somente a relação entre professor e aluno. Tudo o que nela acontece
(e também muito do que ocorre fora dela) se torna um ato educativo. Se todos
são educadores, também o novo educando é aquele que deve ter autonomia
para gerir o seu conhecimento. Mas a escola está preparada para isso?
Nossos alunos desejam esse tipo de aprendizagem?
A relação entre teoria e prática
Atentas a esse desafio, as escolas de Ensino Médio da Prefeitura de São
Paulo podem ser um local propício para essa transformação. O Plano Municipal
de Educação já prevê uma série de atividades que têm como princípio garantir
ao educando a sua paulatina inserção na vida pública da cidade. Iniciativas
como o TCA (ainda que indicado somente para o Ciclo Autoral), grêmio
estudantil, grupos de estudos, rádio escolar, assembleias escolares,
campeonatos e eventos esportivos, mostras culturais, simulações, entre outras
atividades, são formas bastante profícuas de permitir que os alunos conheçam
a realidade em que vivem e passem a intervir nela.
Vale ressaltar que isso não está em oposição aos objetivos mais tradicionais da
escola. Um aluno participativo e politicamente autônomo é também um aluno
que aprende com mais facilidades. A escola democrática que pretendemos
construir é também uma escola que dá a todos os educandos a possibilidade
de aprenderem e redimensionarem o legado socialmente reconhecido como
válido.
O início da vivência política na escola é importante também por um segundo
aspecto. Por ser um espaço protegido em relação ao ambiente público, a
escola permite aos alunos aprenderem com seus erros. Já é consensual a
percepção da importância do erro para o aprendizado dos educandos. Assim,
sempre que os alunos erram em suas escolhas de aprendizagem e vivência
escolar, eles podem refletir sobre suas ações e as consequências advindas de
57
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
58
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
REFERÊNCIAS
AREDNT, Hannah. A crise na educação. In: _____. Entre o Passado e o
Futuro. São Paulo: Editora Perspectiva, 2011.
BRASIL. Ministério de Educação e Cultura. LDB - Lei nº 9394/96, de 20 de
dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da Educação Nacional.
Brasília : MEC, 1996.
SÃO PAULO (Município). Secretaria Municipal de Educação. Programa Mais
Educação São Paulo: subsídios para a implantação. São Paulo: SME/DOT,
2014.
59
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
60
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
61
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
62
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
63
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
64
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
saídas dos alunos para fora do ambiente escolar, até mesmo para que o aluno
perceba e sinta a diversidade cultural de pessoas e lugares que a cidade em
que vive. (Afinar comunicação com os CEU’s, e a infra estrutura que a cidade
tem. O ensino médio precisa estar dentro da cidade educadora culturalmente).
- ao mesmo tempo em que é necessário que as/os estudantes ampliem
sua inserção em outros territórios e outras experiências da cidade, o processo
de ensino-aprendizagem e todas as atividades escolares devem valorizar o
local, a cultura e a história das/os jovens. É fundamental que a escola não
estigmatize sua realidade e seu território. Assim, a escola deve ter como
princípio o protagonismo de seus estudantes, proporcionando
permanentemente a participação delas/es nas decisões da unidade escolar
(efetiva participação no Conselho de Escola, Conselho de Classe e livre
organização do Grêmio Estudantil) e promovendo atividades onde possam
expressar seus gostos, cultura, arte e criatividade.
- é urgente diferenciar mundo do trabalho, ensino técnico, ensino
profissionalizante, para que o aluno possa perceber as diferenças de sua fala e
o mundo das profissões, bem como entender que o mundo do trabalho é uma
possibilidade de organização de vida futura e que essa organização não
depende apenas dele, mas de um conjunto de fatores que vai desde a projeção
de sua organização de vida futura e seus sonhos.
- articulação do Currículo com o Currículo do Mundo do Trabalho
- profunda discussão sobre interdisciplinaridade como forma de se
aprimorar o conhecimento intelectual com a realidade do aluno, buscando que
o nosso aluno sinta o elo modificador de sua própria realidade e que possa
vislumbrar um futuro melhor para si e para os futuros cidadãos.
- implementação de políticas de apoio à permanência estudantil, a fim
propiciar aos jovens condições materiais para que se dediquem em tempo
integral a sua formação.
Outro fator muito destacado é que nossa região tem apenas o ensino
médio nesta unidade escolar, as outras escolas estaduais estão longe e por
questões que envolvem segurança, saúde, gastos com condução ou mesmo
reconhecimento apenas do território casa, escola e igreja, impossibilita
65
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
individualmente o aluno querer sair e buscar algo. Ele está limitado pelo
território que vive, acrescenta-se aqui a possibilidade de ter acesso fácil a
atividades ilegais economicamente rentáveis, contribui muito para a matricula
ou não do aluno, influenciando sua auto estima. Bem como ainda não
entendemos porque a nossa escola não está citada nas listas que indicam
escolas de ensino médio nas escolas de ensino fundamental da região. Não
temos matrículas externas, apenas dos nossos alunos.
EIXO Interdisciplinaridade
Para Japiassu (1992, p. 88), a interdisciplinaridade corresponde a uma
nova etapa do desenvolvimento do conhecimento, exigindo que as disciplinas,
por meio de uma articulação constante, fecundem-se reciprocamente. Para o
autor, a interdisciplinaridade exige a adoção de métodos que se fundamentem
mais no exercício de aptidões intelectuais e de faculdades psicológicas
voltadas para a pesquisa do que sobre informações armazenadas na memória.
Respondendo a uma nova exigência: criar uma nova inteligência, capaz de
formar uma nova espécie de cientistas e de educadores. Seguindo essa linha
de pensamento, Fazenda (2002, p.25) apresenta como “pela intensidade das
trocas entre os especialistas e pelo grau de integração real das disciplinas no
interior de um mesmo projeto de pesquisa”.
A interdisciplinaridade e o aperfeiçoamento das atribuições do Ensino
Médio não exigem do educador a necessidade de realização de projetos
interdisciplinar engessado onde todos trabalhem ao mesmo tempo temas afins.
O educador poderá desenvolver temas que vão além da sua disciplina sem a
necessidade de acordos interdisciplinares. Porém da mesma forma, pode unir
professores de área diversas quebrando barreiras entre culturas como a
humanista e a científica, às quais Charles P. Snow (1996) se refere em sua
obra As Duas Culturas, ao denunciar, em 1959, a distância entre as chamadas
ciências humanas e ciências exatas. Essa distância epistemológica e
metodológica pode ser vencida na educação pelo diálogo interdisciplinar. Com
essa aproximação, a cultura de professores e alunos amplia-se, ao mesmo
tempo em que cada um pode compreender melhor o ponto de vista do outros.
66
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
67
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
68
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
69
Ensino Médio em Diálogos: Princípios e Caminhos na Rede Municipal da Cidade de São Paulo
70