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SETE LAGOAS
2019
JOÃO PAULO NASCIMENTO GOMES
SETE LAGOAS
2019
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE SETE LAGOAS – UNIFEMM
Unidade Acadêmica de Ensino de Ciências Gerenciais – UEGE
Engenharia Elétrica
Banca examinadora:
Avaliador: Prof.
Avaliador: Prof.
SETE LAGOAS
2019
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, pois sem ele não teria chegado até aqui.
Aos meus pais Hélia e Bartolomeu, por todos os seus ensinamentos e esforços
para garantir o melhor para minha vida.
A minha irmã Flávia, por sempre me incentivar e estar ao meu lado nos mo-
mentos em que mais precisei.
Ao meu orientador Alípio Monteiro, por toda a colaboração e auxílio prestado.
Ao professor Francisco Hering, pelo auxílio prestado no estudo de caso.
Aos meus colegas de classe, pelos conselhos e incentivos.
E a todos que direta ou indiretamente tenham contribuído para o desenvolvi-
mento deste trabalho.
Resumo
1 INTRODUÇÃO................................................................................. 9
1.1 Objetivos......................................................................................... 10
1.2 Estrutura do Texto.......................................................................... 10
2 CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE............................................. 12
3 REFERENCIAL TEÓRICO............................................................... 13
3.1 Conceitos Iniciais........................................................................... 13
3.1.1 Recursos solar................................................................................ 13
3.2 Componentes de um SFCR.......................................................... 14
3.2.1 Módulos fotovoltaicos................................................................... 15
3.2.1.1 Características elétricas dos módulos fotovoltaicos......................... 15
3.2.1.2 Fatores que influenciam na geração dos módulos........................... 16
3.2.1.2.1 Influência de fatores intrínsecos e extrínsecos aos módulos........... 16
3.2.1.2.2 Efeitos do sombreamento na produção dos módulos ..................... 16
3.2.2 Inversores para SFCR’s................................................................. 17
3.2.2.1 Princípio de funcionamento.............................................................. 18
3.2.2.2 Classificação dos inversores............................................................ 18
3.2.2.3 Configuração dos inversores em um SFCR..................................... 18
3.3 Modelos para Simulação de SFCR’s............................................ 20
3.3.1 Módulo fotovoltaico....................................................................... 21
3.3.2 Inversor............................................................................................ 23
3.4 Otimização do Fator de Dimensionamento do Inversor............. 25
3.4.1 Perdas por sobrecarregamento do inversor................................ 28
3.4.2 Métodos para otimização do FDI................................................... 29
3.5 Figuras de Mérito............................................................................ 33
3.5.1 Análise de desempenho................................................................. 33
3.5.2 Análise financeira........................................................................... 35
3.6 Dimensionamento de SFCR........................................................... 37
3.6.1 Dimensionamento do inversor...................................................... 39
3.6.2 Dimensionamento do cabeamento do sistema........................... 41
3.7 Fontes de Dados Climatológicos.................................................. 41
4 DESENVOLVIMENTO...................................................................... 43
4.1 Estudo de Caso 1............................................................................ 43
4.1.1 Levantamento dos dados............................................................... 43
4.1.2 Determinação do gerador fotovoltaico.......................................... 45
4.1.3 Seleção do módulo fotovoltaico.................................................... 47
4.1.4 Configuração do SFCR................................................................... 48
4.1.5 Seleção dos inversores................................................................... 49
4.1.6 Análise do fator de dimensionamento do inversor...................... 50
4.1.7 Análise financeira do SFCR........................................................... 52
4.2 Estudo de Caso 2............................................................................ 54
4.2.1 Configurações do SFCR instalado na UniverCemig.................... 54
5 ANÁLISE DOS RESULTADOS....................................................... 57
5.1 Análise dos Dados do Estudo de Caso 1...................................... 57
5.1.1 Análise preliminar .......................................................................... 57
5.1.2 Produtividade anual em função do FDI ....................................... 60
5.1.3 Perdas por sobrecarregamento em função do FDI..................... 63
5.1.4 Análise do FDI pela relação geração marginal/custo marginal.. 67
5.1.5 Determinação do FDI ótimo........................................................... 71
5.1.6 Determinação do melhor inversor aplicado ao SFCR................. 71
5.2 Análise dos Dados do Estudo de Caso 2...................................... 75
5.2.1 Simulação prévia............................................................................ 75
5.2.2 Análise geral dos dados................................................................ 77
5.2.3 Avaliação das perdas por sobrecarregamento do inversor....... 80
6 CONCLUSÕES................................................................................ 85
REFERÊNCIAS................................................................................ 88
ANEXO............................................................................................. 91
9
1 INTRODUÇÃO
um valor de FDI que garanta a maior produtividade e o melhor custo benefício, res-
peitando ao mesmo tempo as limitações dos inversores.
Uma vez que o FDI ótimo difere de localidade para localidade e também com
as características do inversor utilizado, este estudo avaliou qual a influência causada
pela otimização do FDI no dimensionamento de um SFCR para a cidade de Sete La-
goas-MG.
1.1 Objetivos
O objetivo geral deste trabalho, foi avaliar como a otimização do fator de dimen-
sionamento do inversor, influencia no aproveitamento e no custo desses equipamen-
tos em sistemas fotovoltaicos conectados à rede.
Os objetivos específicos foram:
• Estudar métodos de otimização do fator de dimensionamento do inversor;
• Avaliar o comportamento de diferentes inversores fotovoltaicos para fatores de
dimensionamento variados;
• Dimensionar o SFCR para uma residência de Sete Lagoas-MG aplicando a oti-
mização do FDI;
• Encontrar o FDI ideal para um projeto de SFCR na cidade de Sete Lagoas-MG;
• Avaliar a viabilidade técnica-econômica de se utilizar o FDI otimizado.
2 CARACATERIZAÇÃO DO AMBIENTE
3 REFERENCIAL TEÓRICO
1
STC são as condições padrão de teste: irradiância = 1000w/m²; distribuição espectral padrão para
AM=1,5 ; temperatura das células = 25°
16
Segundo Deotti (2017, p. 69): “As características elétricas das células e dos
módulos fotovoltaicos podem sofrer alterações por ação de fatores intrínsecos ou ex-
trínsecos a estes.”
Deotti (2017), diz que alguns dos efeitos intrínsecos que provocam alterações
na tensão e corrente de saída dos módulos são: as perdas ôhmicas, a resistência dos
contatos e dos bornes, além das correntes parasitas provocadas por impurezas no
material semicondutor.
A irradiância que incide sobre o módulo e a temperatura de operação das suas
células são os fatores externos que mais afetam suas características de geração.
Tanto a corrente de curto-circuito, quanto a tensão de circuito aberto são sensíveis a
radiação solar, entretanto a corrente varia de forma linear com a elevação da radiação,
enquanto que a tensão satura ao atingir certo nível. Já o aumento da temperatura leva
a uma considerável queda da tensão de circuito aberto e um acréscimo muito pequeno
de corrente, gerando perda de potência. (DEOTTI, 2017)
Percebe-se que no caso da variação de temperatura, ocorre um efeito oposto
ao da variação da irradiação no que se refere ao grau de variação da corrente e da
tensão. Ou seja, é a tensão é que apresenta maiores variações, enquanto que a cor-
rente tem variação pequena.
2
CRUZ, I. Fundamentos, dimensionado y aplicaciones de la energia solar fotovoltaica: inversores co-
nectados a red y autónomos. v. 1. cap. 11. 2009.
18
3
CRUZ, I. Fundamentos, dimensionado y aplicaciones de la energia solar fotovoltaica: inversores co-
nectados a red y autónomos. v. 1. cap. 11. 2009.
19
Na configuração inversor string por sua vez (FIG.4), existe um inversor para
cada fileira do arranjo de módulos fotovoltaicos o que garante maior eficiência e con-
fiabilidade ao conjunto, visto que ocorrem atenuações nas perdas ocasionadas por
sombreamento. (RAMPINELLI; KRENZINGER; ROMERO, 2013)
Cada uma das configurações de inversores mostradas acima, tem suas parti-
cularidades e terão sua a aplicação definida de acordo com o tipo de sistema.
Deotti (2017, p. 79) diz por exemplo que “[...] os inversores de string (fileira de
módulos em série) são os que mais se destacam na aplicação de SFCR de pequeno
porte, principalmente sob a topologia de inversores multistring.”
Para que que seja possível realizar a simulação de sistemas fotovoltaicos bem
como os efeitos do fator de dimensionamento do inversor (FDI) nos mesmos, é impor-
tante trabalhar com ferramentas matemáticas que ajudem a representar o funciona-
mento desses sistemas.
A partir da utilização de modelos que caracterizam as diferentes partes do sis-
tema fotovoltaico (FIG.6) é possível prever a geração do mesmo através de simulação,
utilizando para isso basicamente dados de entrada como a radiação incidente no
plano do gerador e temperatura ambiente. Além disso, esses modelos permitem que
se considerem diferentes potências nominais para o gerador fotovoltaico durante por
exemplo, a simulação dos efeitos do FDI. (MACÊDO, 2006; DEOTTI, 2017).
21
0
𝐺k (2)
𝑃𝑀𝑃 = 𝑃𝐹𝑉 ∙ ∙ [1 − |𝛾𝑀𝑃 |(𝑇𝐶 − 𝑇𝐶,𝑟𝑒𝑓 )]
𝐺ref
máxima potência ηSPMP, o que é representado pela equação (3). (MACÊDO, 2006)
0
𝐺k (3)
𝑃𝑀𝑃 = 𝑃𝐹𝑉 ∙ ∙ [1 − 𝛾𝑀𝑃 (𝑇𝐶 − 𝑇𝐶 𝑟𝑒𝑓 ) ηSPMP]
𝐺ref
Outro termo necessário para o cálculo da potência fornecida pelo gerador fo-
tovoltaico é a temperatura de operação da célula 𝑇𝐶 , que pode ser calculada segundo
Deotti (2017), através da equação (4), onde 𝑇𝐴𝑚𝑏 é a temperatura ambiente, 𝐺k a
irradiância no plano da célula ,e 𝑇𝑁𝑂𝐶 é a temperatura nominal de operação da célula.
𝐺k
𝑇C = 𝑇𝐴𝑚𝑏 + (𝑇 − 20) (4)
800 𝑁𝑂𝐶
3.3.2 Inversor
4
SCHMIDT, H.; JANTSCH, M.; SCHMD, J. In: 11thEuropean Photovoltaic Solar Energy Conference,
1992, Montreux, Switzerland. Results of the concerted action on power conditioning and control. Mon-
treux, Switzerland.
24
1 1 1 1 5 1 (6)
𝑘0 = ∙ − ∙ + ∙
9 𝜂𝐼𝑛𝑣1 4 𝜂𝐼𝑛𝑣0,5 36 𝜂𝐼𝑛𝑣0,1
4 1 33 1 5 1 (7)
𝑘1 = − ∙ + ∙ − ∙ −1
3 𝜂𝐼𝑛𝑣1 12 𝜂𝐼𝑛𝑣0,5 12 𝜂𝐼𝑛𝑣0,1
20 1 5 1 5 1 (8)
𝑘2 = ∙ − ∙ + ∙
9 𝜂𝐼𝑛𝑣1 2 𝜂𝐼𝑛𝑣0,5 18 𝜂𝐼𝑛𝑣0,1
Deotti (2017) afirma que pode-se obter uma estimativa confiável da potência na
saída do inversor através da resolução da equação (12) e depois desfazendo a sua
normalização, contudo esse resultado pode se tornar mais ajustado a realidade e
5
CAAMAÑO-MARTÍN E. Edificios fotovoltaicos conectados à la red eléctrica: caracterización y análisis.
Doctoral Thesis. Escuela Técnica Superior de Ingenieros de Telecomunicación, Universidad Politécnica
de Madrid. Spain, 1998.
25
forem feitas algumas considerações a seu respeito, como apresentado nas equações
(13), (14) e (15).
A partir dessas considerações, verifica-se na equação (13), que quando não se
tem informações acerca da potência máxima limite de saída do inversor, convém uti-
lizar durante os cálculos a própria potência nominal do inversor como sendo a potência
máxima limite de saída do mesmo. (DEOTTI, 2017)
Nesse contexto a fala de Macêdo (2006) vai ao encontro do que é falado em
Deotti (2017) além de complementar dizendo que essa consideração é útil quando
não se tem informações sobre os valores máximos permissíveis para que o inversor
funcione sem que ocorra o comprometimento de sua integridade, ou em situações que
envolvem estudos que comparam a utilização da potência nominal do inversor ou da
potência máxima limite, para determinação de qual valor deve ser utilizado como po-
tência limite admissível.
No tocante as outras duas considerações, na equação (14), Deotti (2017)
afirma que se a potência de saída do inversor pode ser considerada nula se esta for
insuficiente para compensar o autoconsumo do inversor, pois nesta situação a mesma
não proporcionou geração efetiva ao sistema. Na equação (15), verifica-se uma con-
dição real de operação, pois a potência de saída foi suficiente para garantir uma ge-
ração efetiva, sem, entretanto, romper o limite de potência na saída do inversor.
6
KIL, A. J.; WEIDEN, T. C. J. V. D. Performance of modular grid-connected PV systems with under-
sized inverters in Portugal and the Netherlands. Proceedings of 1s t WCPEC-IEE. Hawaii. 1994.
27
0
𝑃𝑖𝑛𝑣 (16)
𝐹𝐷𝐼 = 0
𝑃𝐹𝑉
Kathib, Mohamed e Sopian7 apud Paiva et al. (2016) ressaltam que uma vez
que análise do FDI depende de fatores como característica do clima local, temperatura
ambiente e radiação solar, ela é particular para cada localidade. Em relação aos dados
necessários destaca-se que a indisponibilidade de dados horários em pequenos inter-
valos de tempo é vista como um desafio a otimização, mas pode ser solucionado atra-
vés de dados horários gerados sinteticamente a partir de dados em intervalos maiores.
Complementando, Macêdo (2006) revela a necessidade de algumas condições
serem satisfeitas para que se possa sobredimensionar a potência do gerador fotovol-
taico em relação a potência nominal do inversor (o que segundo ele constitui-se e um
artifício interessante do ponto de vista de retorno do investimento), tais condições são
listadas abaixo:
• Disponibilidade de dados precisos da radiação incidente para efetuação dos
cálculos;
• Conhecimento da característica eficiência versus potência do inversor. Sobre-
dimensionamento é indicado principalmente para inversores que possuem
baixa eficiência ao operar com baixa potência;
• O inversor deve ser capaz de limitar a potência de forma rápida sem causar
danos ou interrupções aos dispositivos, além de ser capaz de limitar a potência
de maneira continuada no valor limite máximo permitido pelo equipamento,
desde que o valor máximo da temperatura de operação não seja ultrapassado.
7
KHATIB, T.; MOHAMED, A.; SOPIAN, K., 2013. A Review of photovoltaic systems size optimization
techniques. Elsevier, vol. 22, pp. 454-465
28
Segundo Deotti (2017) a energia perdida por limitação do inversor, pode ser
obtida pela equação (17):
𝑡2 𝑡2 𝑚á𝑥
∫𝑡1 𝑃𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠 𝑐.𝑐 ∫𝑡1 (𝑃𝑠𝑎í𝑑𝑎 − 𝑃𝑖𝑛𝑣 ) 𝑑𝑡
𝑃𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠 𝑐.𝑐 [%] = 100 ∙ 𝑡2 = 100 ∙ 𝑡2 (17)
∫𝑡1 𝑃𝑚𝑝 𝑑𝑡 ∫𝑡1 𝑃𝑚𝑝 𝑑𝑡
0 0
possível a determinação da melhor configuração (𝑃𝐹𝑉 , 𝑃𝑖𝑛𝑣 ) em termos da maior pro-
dução anual e do menor custo do kWh produzido.
Além da determinação da produtividade anual do sistema e do custo de energia
em função do FDI, no estudo de Macêdo(2006) também foi a realizada a simulação
das perdas por limitação de potência e totais em função do FDI, quando concluiu-se
que as perdas por limitação de potência do inversor são menores que 3%, para um
FDI igual a 0,6, independentemente do modelo de inversor e da localidade de análise.
Em termos de produtividade Macêdo (2006), concluiu que, valores de FDI superiores
a 0,55 não levam a grandes diferenças em termos de produtividade para um mesmo
inversor, porém essa diferença torna-se maior quando comparados modelos de inver-
sores diferentes, em relação ao custo da energia produzida, o autor concluiu que o
custo mínimo da energia produzida se dá para uma faixa de FDI entre 0,5 e 0,7. A
FIG.8 mostra a produtividade em função do FDI, para diversos modelos de inversor
quando utilizados
Paiva (2016) avaliou o FDI ótimo para a cidade de Goiânia – GO para diferentes
faixas de orientação e inclinação do gerador fotovoltaico variando de -90º a +90º o
31
ângulo azimutal e de 0 a 90º a inclinação dos módulos. O estudo utilizou doze anos
de medições de irradiação e temperatura ambiente na base horária, provenientes de
uma estação automática do INMET. O algoritmo representado na (FIG.9), foi utilizado
para simulação do SFCR, de forma bem semelhante à de Macêdo (2006). A modela-
gem aplicada ao sistema foi dividida em três etapas, na qual o modelo 1 representa a
obtenção de dados de irradiação no plano do gerador a partir da irradiação global
horizontal, o modelo 2 representa a obtenção da potência de entrada do inversor e o
modelo 3 representa a obtenção da potência de saída CA do inversor.
A otimização do FDI, (FIG.10) foi obtida pelo método de Burger e Ruther8 apud
Paiva (2016) na qual foi estabelecida uma perda anual máxima por limitação de po-
tência do inversor igual a 0,5%, o autor também realizou comparações entre valores
de alguns indicadores obtidos com o FDI unitário e com o FDI ideal. Ao comparar por
exemplo o a taxa interna de retorno (TIR) e o custo da energia para o FDI unitário e
o FDI ideal no posicionamento ótimo do gerador fotovoltaico, o autor indica que do
ponto de vista financeiro a otimização do FDI se torna atrativa, pois levou a uma re-
dução do custo de energia de cerca de 10% e a um aumento da taxa de retorno do
investimento também de cerca de 10%. O estudo também avaliou o FDI ótimo através
8
Burger, B.; Rüther, R., 2006. Inverter sizing of grid-connected photovoltaic systems in the light of lo-
cal solar resource distribution characteristics and temperature, Solar Energy, vol. 80, p. 32-45, 2006.
32
𝐺𝑒𝑟𝑎çã𝑜 𝑀𝑎𝑟𝑔𝑖𝑛𝑎𝑙𝑖
𝐹𝐷𝐼Ó𝑡𝑖𝑚𝑜 = 𝑀á𝑥 [ ] (18)
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑀𝑎𝑟𝑔𝑖𝑛𝑎𝑙𝑖
Para que se possa analisar o desempenho dos SFCR é importante ter conhe-
cimento de algumas ferramentas que auxiliam neste processo. Nesse contexto as fi-
guras de mérito são vistas como ferramentas úteis para análise, dimensionamento e
comparação de sistemas fotovoltaicos.
As figuras de mérito são parâmetros que permitem avaliar o desempenho de
sistemas fotovoltaicos, podendo ser utilizadas para comparar sistemas que apresen-
tam diferenças dimensionais ou meteorológicas ou ainda a comparação da operação
de um mesmo sistema em diferentes períodos de tempo. (DEOTTI, 2017)
Paiva (2016, p. 74) ressalta que as figuras de mérito “... permitem analisar o
funcionamento de um SFCR do ponto de vista de produção de energia, recurso solar,
perdas e custos financeiros de modo a orientar o dimensionamento ou analisar uma
planta em operação.”
Uma das figuras de mérito que pode ser aplicada para avaliar o desempenho
de sistemas fotovoltaicos é a produtividade do sistema, que de acordo com Macêdo
(2006), pode ser determinada para um dado período de tempo (t2-t1) pela equação
(19), que relaciona a energia produzida na saída do inversor com a potência nominal
do gerador fotovoltaico.
𝑡2
∫ 𝑃𝑆𝑎í𝑑𝑎 𝑑𝑡
𝑌𝐹 = 𝑡1 0 (19)
𝑃𝐹𝑉
34
Outra figura de mérito que pode ser utilizada na avaliação de sistemas fotovol-
taicos é a taxa de desempenho também conhecida como Performance Ratio (PR). De
acordo com Macêdo (2006) a PR considera todas as perdas envolvidas no sistema
fotovoltaico conectado à rede e pode ser expressa pela equação (20):
𝑌𝐹
𝑃𝑅 = 𝑡2
∫𝑡1 𝐻𝑡,𝛽 𝑑𝑡 (20)
𝐻𝑟𝑒𝑓
O fator de capacidade (FC) por sua vez, apesar de ser uma figura de mérito
muito empregada para avaliar o desempenho de geradoras convencionais como hi-
drelétricas e termelétricas, também pode ser utilizado para avaliar sistemas fotovoltai-
cos. O FC representado na equação (21) é a relação entre a energia gerada em de-
terminado intervalo de tempo e a energia que poderia ser gerada pelo gerador ope-
rando na potência nominal. (DEOTTI, 2017)
9
SKOPLAKI, E.; PALYVOS, J. A. Operating temperature of photovoltaic modules: a survey of perti-
nent correlations. Renewable Energy. Issue 1, v.34, p.23-29, 2009b
35
𝑡2
∫ 𝑃𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝑑𝑡 (21)
𝐹𝐶 = 𝑡1
0
𝑃𝐹𝑉 (𝑡2 − 𝑡1)
𝑛
𝐹𝐶𝑡 (22)
𝑉𝑃𝐿 = −𝐼 + ∑
(1 + 𝐾 ) 𝑡
𝑡=1
Ainda segundo Samanez (2007), a utilização do VPL tem como objetivo a busca
de investimentos que entreguem ao investidor um valor maior do que o aplicado, le-
vando em consideração as incertezas referentes aos fluxos de caixas futuros e pode-
se considerar que tal feito foi atingido quando o VPL for positivo, indicando a viabili-
dade econômica do projeto.
Na representação do VPL os fluxos de caixa são ajustados para valores pre-
sentes através da taxa de desconto, pois fluxos de épocas diferentes só podem ser
comparados no momento em que são convertidos para valores da mesma época.
(SAMANEZ, 2007).
36
(𝐸/𝑇𝐷) (25)
𝑃𝐹𝑉 (𝑊𝑝) =
𝐻𝑆𝑃𝑀𝐴
𝐼𝑖𝑚á𝑥 (30)
𝑁° 𝑠𝑒𝑟𝑖𝑒𝑠𝐹𝑉𝑝𝑎𝑟𝑎𝑙𝑒𝑙𝑜 =
𝐼𝑆𝐶
41
2 ∙ 𝑑 ∙ 𝐼𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎 (31)
𝐴𝑚 =
0,01 ∙ 𝑉𝑀𝑃 70°𝐶 ∙ 𝑘
O cabeamento CA por sua vez deve ser dimensionado considerando uma cor-
rente Imáx CA igual a 1,25 vezes a corrente nominal AC, deve-se considerar que a se-
ção transversal da fase tenha no mínimo 2.5 mm², a seção transversal do cabo AC
pode ser obtida da equação (32), onde LCA é o comprimento total do cabea-
mento, cosφ é o fator de potência, Vn a tensão da rede e k=48 a condutividade do
cobre a 70°C. (SPADUTO et al., 2013)
Para que se possa realizar os estudos teóricos e simulação dos modelos dos
SFCR é importante que se utilize fontes de dados que forneçam valores confiáveis de
grandezas como temperatura ambiente e radiação solar.
42
4 DESENVOLVIMENTO
10
Deslocamento da superfície em relação ao norte geográfico
11
https://meteonorm.com/
44
necessárias de forma detalhada, foi feita uma solicitação dos dados necessários atra-
vés de um e-mail enviado a equipe de suporte do Meteonorm, que prontamente aten-
deu ao pedido. Os dados enviados pelo Meteonorm são provenientes de interpolação
de séries históricas de dados de estações meteorológicas próximas.
Os dados climatológicos foram solicitados de forma que fosse possível realizar
a análise do FDI em duas diferentes situações:
• Situação 1 - inclinação de 30° e Azimute de 80°E
• Situação 2 - inclinação de 20° e Azimute de 0°=N
A situação 1 refere-se ao posicionamento real da residência em estudo, en-
quanto que a situação 2 refere-se ao que é considerado o posicionamento ideal de
um sistema fotovoltaico na região de Sete Lagoas, ou seja, inclinação igual a latitude
local e deslocamento da direção do módulo em relação ao norte igual a zero graus.
Os dados solicitados, possuem intervalos de 1 minuto, pois de acordo com Des-
champs (2018), dados de radiação solar em altas resoluções temporais, permite de-
tectar eventos de extrema irradiância que ocorrem em pequenos intervalos de tempo
e podem alterar os resultados de uma análise fotovoltaica.
Os GRAF.1 e 2 apresentam um resumo dos dados de irradiação e temperatura,
respectivamente, obtidos por meio do Meteonorm, para as situações 1 e 2.
12
Valor mínimo a ser pago na fatura mensal de energia, que segundo a REN nº 414/2010 ANEEL,
para consumidores do grupo B equivale a 30kWh se monofásico ou bifásico a 2 condutores.
46
YL150P-
Yingli p-Si 150 420 15 2,80
17b
CS6K-
Canadian p-Si 275 600 16,8 2,18
275P
YL270P-
Yingli p-Si 270 590 16,6 2,19
29b
BYD270P
BYD p-Si 270 570 16,5 2,11
6C-30
CS6P-
Canadian p-Si 260 570 16,16 2,19
260P
CS6P-
Canadian p-Si 255 570 15,85 2,24
255P
YL275D-
Yingle m-Si 275 750 16,9 2,73
30b
Fonte: Elaborado com informações de revendedores
site portal solar13 e também por este ser o modelo que apresentou o segundo menor
custo/Wp entre os relacionados acima. Além disso dentre os modelos pré-seleciona-
dos o módulo Canadian CS6K-275P foi o segundo com melhor eficiência (16,8%) só
perdendo para o módulo de tecnologia monocristalina da Yingle, YL275D-30b, entre-
tanto o módulo da Canadian apresentou uma relação de custo/Wp menor (R$2,18/Wp,
contra R$2,73/Wp do módulo da Yingle).
As principais especificações do módulo selecionado se encontram a seguir, no
quadro 1.
Informação Valor
Modelo CS6K – 275P
Potência nominal máxima 275WP
Tensão de máx potência (Vmp) 31V
Corrente de máxima potência (Imp) 8,88A
Tensão de circuito aberto (Voc) 38V
Corrente de curto circuito (Isc) 9,45A
Eficiência 16,8%
Dimensões 1650X962X40 (mm)
Coef. de temp. no Pmp -0.41(%/°C)
Coef. de temp. na Vmp -0.31(%/°C)
Coef. de temp. na Isc -0.05(%/°C)
Temp. nominal de op. das células 43 ± 2°C
Fonte: Elaborado com informações disponíveis na ficha técnica do fabricante
13
https://www.portalsolar.com.br/blog-solar/energia-solar/os-10-maiores-fabricantes-de-celulas-fo-
tovoltaicas-no-mundo-2018.html (Acesso em: 07/04/2019)
49
A análise do FDI para a residência em questão foi obtido por meio de simulação
computacional do sistema fotovoltaico, desta forma foi possível estimar os valores de
potência de saída do sistema e através destes foram calculadas especificamente três
indicadores para determinar o FDI ótimo: a produtividade anual do sistema (Yield), as
perdas por limitação de potência do inversor e a taxa de desempenho do sistema.
51
são facilmente realizados pelo público no mercado, sendo alternativa mais rentável
que a poupança, opção de aplicação da maioria dos brasileiros.”
Desta forma a taxa de desconto utilizada nesse estudo foi definida como sendo
a meta SELIC estabelecida pelo Banco do Brasil no dia 20/03/2019 em 6,5% a.a.
Considerando todas as entradas e saídas ao longo de 25 anos de funcionamento do
SFCR, foi determinado o fluxo de caixa descontado e através dele foram calculados o
VPL (equação 22) e o tempo de retorno do investimento, o que permitiu avaliar dentre
os três inversores que representaram FDI’s diferentes ao sistema, qual deles traria o
melhor retorno financeiro ao projeto fotovoltaico.
Fonte: CEMIG
O sistema também possui um controlador (Sunny Boy Control Plus) que coleta
os dados medidos pelos inversores e os envia para o site da SMA que os atualiza de
hora em hora e os disponibiliza para consulta via internet.
Dentro do sistema de 5.14kWp, os dois geradores de 1280W são conectados
a inversores SMA SB1000 de 1kW (FIG.13), ou seja, em ambos os subsistemas de
1.28Kwp o inversor se encontra subdimensionado com um fator de dimensionamento
igual a 0,78.
Esses subsistemas, porém, se encontram em ângulos de inclinação diferentes,
sendo que um deles se encontra na posição correta (20° e 14° a direita do norte mag-
nético) e está instalado sobre o telhado de um dos prédios da Univercemig e o outro
se encontra totalmente na vertical.
56
Fonte: CEMIG
Nesta seção são avaliados os dados referentes aos dois estudos de caso rea-
lizados, como forma de determinar o FDI ótimo, para SFCR’s instalados na cidade de
Sete Lagoas-MG.
Além disso comparando o maior valor de produtividade de cada uma das três
curvas de eficiência para este modelo, observou-se que a maior variação percentual
é menor do que 1%. Além da produtividade anual do sistema, as outras figuras de
mérito analisadas também apresentaram o mesmo comportamento, isso pode ser ex-
plicado pela pequena diferença existente na eficiência de conversão de uma mesmo
inversor para as diferentes tensões de entrada, para o inversor SMA SB2100 TL, por
exemplo a variação percentual da eficiência de conversão no ponto de carregamento
máximo do inversor para a tensão de entrada mínima e a tensão de entrada máxima
é de apenas 1,2%.
Desta forma optou-se então por comparar os FDI’s ótimos para os três inver-
sores, considerando apenas uma das curvas de eficiência dos mesmos, neste caso
foram escolhidos os valores de eficiência para tensão CC de entrada em 200v, pois
os fabricantes dos três modelos apresentam os valores de eficiência para esse nível
de tensão, conforme pode ser observado nas tabelas 9, 10 e 11.
60
Tabela 12 – Continuação
SMA SB2100TL CSI-1.5K-TL ECOS2000
Δ% em Δ% em Δ% em
Yield Yield Yield
FDI relação a relação a relação a
anual anual anual
Yield Yield Yield
(kWh/kWp) (kWh/kWp) (kWh/kWp)
ótima ótima ótima
1,4 1259,06 -0,64 1272,82 -0,64 1176,71 -2,74
1,5 1256,86 -0,82 1270,88 -0,79 1170,8 -3,23
1,6 1254,99 -0,97 1268,90 -0,95 1164,86 -3,72
1,7 1252,16 -1,19 1266,88 -1,10 1158,91 -4,22
1,8 1249,71 -1,38 1264,83 -1,26 1152,95 -4,71
1,9 1247,17 -1,58 1262,76 -1,43 1147,01 -5,20
2 1244,60 -1,79 1260,66 -1,59 1141,06 -5,69
Fonte: Elaboração própria a partir de dados de simulação
Para o inversor SMA SB2100TL, por exemplo, para uma faixa de FDI de 0.6
a 1.6, a variação percentual da produtividade em torno de seu valor ótimo é menor
do que 1%, para o inversor CANADIAN CSI-1.5K-TL as variações na produtividade
anual em relação ao seu valor ótimo, são menores que 1% para FDI’s de 0.8 a 1.6,
enquanto que para o inversor ECOSOLYS ECOS2000 essa variação é menor do que
1% para valores de FDI que vão de 0.7 até 1, para este inversor um valor de FDI igual
a 1.6 resultaria em uma produtividade anual do sistema 3% menor que a maior pro-
dutividade, diferentemente dos outros dois inversores que nesta mesma situação
apresentariam uma queda percentual menor que 1% .
Fazendo uma comparação dos valores ótimos de produtividade de cada inver-
sor, observou-se que o inversor CANADIAN CSI-1.5K-TL é o que apresenta maior
produção de energia por kWp instalado, valor este 1,07% maior do que o apresentado
pelo inversor SB2100TL e 5,6% maior que o valor apresentado pelo inversor
ECOS2000. Essa diferença pode ser novamente explicada analisando a curva de efi-
ciência dos inversores, que mostra que o inversor CSI 1.5TL é o que apresenta os
maiores valores de eficiência, para carregamentos próximos de 100%, enquanto que
o inversor ECOS2000 é o que apresenta o pior rendimento, dentre os modelos avali-
ados.
para valores bem próximos de FDI para os três inversores, no caso dos inversores
SMA SB2100TL e do inversor ECOSOLYS ECOS2000 essas perdas se tornam pra-
ticamente nulas , para valores de FDI maiores que 0.7, enquanto que para o inversor
CANADIAN CSI-1.5K-TL as perdas por limitação tendem a zero para FDI’S maiores
que 0.8, esses valores de FDI que levam as perdas por sobrecarregamento a zero
são idênticos em ambas as situações analisadas (situação 1 e situação 2), observa-
se que da situação real para a ideal quase não há variações nos valores percentuais
de perdas anuais por limitação de potência para um mesmo modelo inversor. Se for
considerado um limite anual de energia perdida por limitação de potência do inversor
igual a 0,5% como em Burger e Ruther (2006), o FDI ótimo em termos de perdas por
limitação ocorreria para FDI’S maiores que 0.8 para os inversores SMA SB2100TL e
CANADIAN CSI-1.5K-TL e para FDI’S maiores que 0.7 para o inversor ECOSOLYS
ECOS2000.
Outro ponto que pode ser observado é que as perdas por limitação de potência
do inversor, tendem a zero primeiro nos inversores SMA SB2100TL e ECOSOLYS
ECOS2000 e mais tardiamente no inversor CANADIAN CSI-1.5K-TL. Como o modelo
matemático utilizado considera que a limitação de potência ocorre na máxima potência
CA do inversor, isso provavelmente se deve ao fato de que o inversor CANADIAN
CSI-1.5K-TL apresenta melhores valores de eficiência, o que implica em mais potên-
cia convertida, o que elevará as perdas nos casos em que a potência CA máxima do
inversor for ultrapassada, ou seja, durante os picos elevados de irradiação.
Basicamente pode se dizer que para valores de FDI acima dos citados as per-
das anuais de energia por limitação de potência do inversor se tornam praticamente
nulas, pois nessa faixa de operação apesar do inversor ainda estar subdimensionado
em relação ao gerador fotovoltaico ele consegue converter praticamente toda energia
em sua entrada. Observa-se também que quanto menor for o FDI, as perdas por limi-
tação crescem de forma acelerada e para FDI’s maiores que 1 elas são nulas para
todos os inversores avaliados.
Analisando a taxa de desempenho PR (Tabela 13) é possível verificar o com-
portamento do sistema no que se refere as perdas totais. Com isto, nota-se que a taxa
de desempenho assume seu maior valor no ponto de maior produtividade dos sistema,
e tem seu valor reduzido fora desse ponto, as maiores reduções na taxa de desem-
penho ocorrem para FDI’s abaixo de 0.6, isso se deve principalmente ao aumento
excessivo das perdas por limitação de potência, visto que nessa faixa a potência no-
minal do inversor tem menos que 60% da potência nominal do sistema o que faz com
que o mesmo esteja constantemente sobrecarregado e tenha que limitar a potência
recebida. Por outro lado, depois do ponto de maior produtividade a taxa de desempe-
nho também sofre uma atenuação, porém se mantém praticamente constante a me-
dida que o valor do FDI aumenta. Uma vez que para FDI’s maiores que o unitário as
perdas por limitação são nulas, o decaimento da taxa de desempenho em relação ao
seu ponto ótimo pode ser explicado pelo fato de que a eficiência de conversão dos
inversores sofrerem uma redução quando os mesmos trabalham com carregamentos
de potência baixos, nota-se por exemplo que os maiores decaimentos da taxa de de-
sempenho ocorrem justamente para o inversor ECOS2000, que apresenta a menor
eficiência em baixos carregamentos se comparado com os demais.
67
0,1 381,8 23,9 58,10 368,4 23,1 64,38 386,5 24,2 59,16
0,2 670,2 42,0 41,31 650,7 40,8 45,88 673,3 42,2 40,35
0,3 883,2 55,4 27,14 863,4 54,1 30,83 880,0 55,2 25,58
0,4 1038,0 65,1 16,41 1020,5 64,0 19,45 1026,7 64,4 14,73
0,5 1149,1 72,0 8,54 1136,2 71,2 10,95 1127,8 70,7 7,06
0,6 1221,4 76,6 3,36 1216,2 76,3 5,03 1187,4 74,4 2,38
0,7 1256,9 78,8 0,80 1261,7 79,1 1,61 1209,4 75,8 0,42
0,8 1266,8 79,4 0,07 1278,8 80,2 0,27 1209,9 75,9 0,02
0,9 1267,2 79,5 0,00 1281,0 80,3 0,02 1205,1 75,6 0,00
1 1266,2 79,4 0,00 1279,8 80,2 0,00 1199,7 75,2 0,00
1,1 1264,7 79,3 0,00 1278,2 80,1 0,00 1194,1 74,9 0,00
1,2 1263,0 79,2 0,00 1276,5 80,0 0,00 1188,4 74,5 0,00
1,3 1261,1 79,1 0,00 1274,7 79,9 0,00 1182,6 74,1 0,00
1,4 1259,1 78,9 0,00 1272,8 79,8 0,00 1176,7 73,8 0,00
1,5 1256,9 78,8 0,00 1270,9 79,7 0,00 1170,8 73,4 0,00
1,6 1255,0 78,7 0,00 1268,9 79,6 0,00 1164,9 73,0 0,00
1,7 1252,2 78,5 0,00 1266,9 79,4 0,00 1158,9 72,7 0,00
1,8 1249,7 78,4 0,00 1264,8 79,3 0,00 1153,0 72,3 0,00
1,9 1247,2 78,2 0,00 1262,8 79,2 0,00 1147,0 71,9 0,00
2 1244,6 78,0 0,00 1260,7 79,0 0,00 1141,1 71,5 0,00
Fonte: Elaboração própria a partir de dados de simulação
Nota-se que nos meses de maio, junho e julho que apresentam as menores
irradiações e temperaturas médias, (de acordo com os GRAF.1 e 2 analisados na
seção 3), ocorrem os maiores aumentos percentuais da energia produzida pelo inver-
sor CSI-1.5K-TL em relação aos outros dois modelos, e que nos meses mais quentes
este aumento é menor, sendo que em alguns meses o inversor SMA produz até mais
energia que o CSI-1.5K-TL. Analisando esses dados há um indicativo de que os in-
versores com FDI menor, aproveitam melhor a energia produzida nos meses frios, do
que os inversores com FDI maiores, já que nesses meses, haverá mais períodos com
baixos níveis de potência produzidos pelos módulos e com isso os inversores com
maior FDI estarão operando com carregamento mais baixo, onde se tem menores
eficiências. Entretanto, observou-se que, o aumento de energia produzida pelo sis-
tema nos meses frios utilizando o inversor CSI-1.5K-TL, foi maior em relação ao
74
Um fato que pôde ser observado, é que o mês de abril apresenta o maior per-
centual de perdas por limitação de potência e nos meses maio, junho, julho e agosto
essas perdas são nulas. Nota-se que mesmo o mês de julho apresentando maior irra-
diação média do que o mês de abril, apresenta menores perdas por limitação do que
este. Uma das razões para esta ocorrência pode ser vista nos GRAF.13 e 14 que
apresentam a distribuição da irradiância estimada de minuto a minuto para os meses
de Abril e Julho, por meio dos quais pode-se observar que o mês de Abril apresenta
picos de irradiância próximos de 1300W/m², enquanto que o mês de Julho a irradiân-
cia ultrapassa a faixa de 1200W/m² em apenas uma oportunidade.
77
FEV/2014 5,79 91
MAR/2014 4,938 131
ABR/2014 4,464 136
MAI/2014 4,075 133,04
JUN/2014 3,869 130,61
JUL/2014 4 101
Fonte: Elaborado com dados do SFCR da UNIVERCEMIG
79
Analisando os dados reais do sistema em questão, foi feita uma análise do nível
da potência CC medida na entrada do inversor para cada um dos meses em que se
dispunha de dados de saída do inversor. A preferência por analisar a potência CC, se
deu devido ao fato de que o inversor na ocorrência de sobrecarregamento atua limi-
tando a potência CC de entrada em seu valor máximo estabelecido pelo fabricante.
No caso do inversor instalado no sistema analisado, segundo o datasheet do fabri-
cante, esse valor máximo equivale a uma potência de 1210W DC e 1100W AC.
Ao analisar a potência DC medida na entrada do inversor em cada um dos
meses avaliados percebeu-se que em poucas ocasiões o sistema atingiu a potência
de 1210W que causaria a limitação de potência, conforme pode ser visto na (FIG.14),
que mostra a distribuição de potência DC em intervalos de 1 hora compreendidos
entre os horários de 06h as 17h de cada dia, para os meses de Fevereiro/2014 a
Julho/2014.
A partir da análise dos gráficos da (FIG.14), observou-se que os meses de fe-
vereiro, março e abril foram os que apresentaram maior quantidade de pontos de po-
tência DC próximos de 1200W , valor que se aproxima da máxima potência de entrada
do inversor estabelecida pelo fabricante (1210W), enquanto que os meses de maio,
junho e julho por sua vez, não apresentaram ocorrência de nenhuma ponto de potên-
cia DC medido próximo de 1200W, e tiveram maior concentração de potência em va-
lores abaixo dos 1100W.
81
Essa análise permitiu ter uma noção de que nos três primeiros meses analisa-
dos há uma maior possibilidade de terem ocorrido perdas por sobrecarregamento do
82
De modo a estimar de forma razoável as perdas por limitação para esse dia,
utilizou-se o mesmo procedimento matemático utilizado na simulação do estudo de
caso 1, utilizou-se os dados teóricos de irradiância e temperatura, onde foram seleci-
onados os maiores valores de irradiância e os menores valores de temperatura que
ocorreram nos horários de 11h e 12h, simulando assim o maior valor de potência que
seria alcançado nestes horários, segundo os dados estimados para a região. Os va-
lores de potência referentes aos demais horários onde não ocorreu limitação, foram
mantidos.
A curva do GRAF.16 representa a sobreposição dos valores teóricos sob a
curva do GRAF.14.
6 CONCLUSÕES
quantidade de energia a rede, por meio deste estudo conclui-se que tal ocorrência
estava fortemente relacionado ao fato de o inversor que entregou mais energia ter
maior eficiência que os demais, porém, também foi observado que há um ganho na
produção de energia por parte dos inversores que atuam com menor FDI, nos meses
mais frios, em relação aos inversores que se encontram com maior FDI, uma vez que
os inversores menos sobrecarregados irão atuar mais tempo com baixo carregamento
de potência e terão suas eficiências reduzidas.
A avaliação dos dados de um sistema real em Sete Lagoas e que se encontrava
com o inversor sobrecarregado (FDI=0,78), tornou evidente que a análise adequada
das perdas por sobrecarregamento de um sistema só se torna viável, caso haja dados
em intervalos pequenos , visto que os dados em intervalos horários dificultam a inter-
pretação do comportamento que a curva de potência assume ao longo do dia e da
contabilização do real intervalo de tempo em que a potência excede o limite do inver-
sor.
De toda forma, diante dos dados analisados, foi possível verificar que em pou-
cos dias o painel fotovoltaico entregou de fato a potência máxima de entrada do inver-
sor, e nos meses de baixa irradiância isso sequer ocorreu. As perdas por sobrecarre-
gamento, quantificadas para um dos dias de operação do sistema, em 2,9% da ener-
gia do dia em questão, podem parecer altas, entretanto, o procedimento utilizado,
considerou as melhores condições de geração encontradas naquele mês, o que de
fato eleva o valor da energia perdida. Além disso a baixa frequência com que a po-
tência máxima do inversor foi ultrapassada, e o baixo percentual de perdas anuais
estimadas para o mesmo sistema por meio de simulação, nos levou a concluir que o
fato de o inversor estar sobrecarregado não afetou o rendimento do sistema, mas tal
análise poderia acabar sendo desmentida caso o mesmo sistema fosse analisado
com dados em intervalos menores, que garantiriam melhor precisão ao estudo do sis-
tema real.
De forma geral, pôde-se concluir que a otimização do FDI aponta que subdi-
mensionar um inversor na região de Sete Lagoas pode ser benéfico ao SFCR, pois
em todos os métodos utilizados para análise do FDI, o valor ótimo encontrado estava
atrelado a fatores de dimensionamento do inversor menores do que o unitário.
Entretanto vale a pena destacar que o subdimensionamento excessivo do in-
versor pode acabar levando a perdas excessivas por limitação de potência, que po-
dem por sua vez gerar aquecimentos e reduzir a vida útil do inversor, desta forma em
87
REFERÊNCIAS
ECOSOLYS. Datasheet inversores Solares Linha Ecos. [S. l.: s. n.], [s.d]. Disponível
em: <http://ecosolys.com.br/wp-content/uploads/2019/01/ap_datasheet_ecos.pdf>.
Acesso em: 18 abr. 2019.
89
PINHO, João Tavares; GALDINO, Marco Antonio. Manual de Engenharia para Siste-
mas Fotovoltaicos. Rio de Janeiro: [s. n.], 2014. Disponível em: <http://www.cre-
sesb.cepel.br/publicacoes/download/Manual_de_Engenharia_FV_2014.pdf>. Acesso
em: 25 mar. 2019.
SMA. Technical data SUNNY BOY 2100TL. [S. l.: s. n.], [s.d].
ANEXO
Fluxo de Valor
Tarifa Receita
Energia Saídas caixa Acumu-
ANO de com
gerada (R$) descon. lado
energia energia
(R$) (R$)
Fluxo de Valor
Tarifa Receita
Energia Saídas caixa Acumu-
ANO de com
gerada (R$) descon. lado
energia energia
(R$) (R$)
Fluxo de Valor
Tarifa Receita
Energia Saídas caixa Acumu-
ANO de com
gerada (R$) descon. lado
energia energia
(R$) (R$)