Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O poeta apresenta o assunto do poema: vai cantar as façanhas guerreiras dos homens
que se fizeram heróis devassando o mar, dos reis que dilataram a Fé e o Império e de
todos aqueles que se tornaram imortais pelas suas obras. Afirma também que vai cantar
a glória do povo português. O poeta acrescenta ainda que os feitos portugueses são
mais grandiosos do que aqueles cantados nas epopeias clássicas, logo, merecem ser
exaltados.
“As armas e os barões assinalados/ (...) as memórias gloriosas/ Daqueles Reis (...)/
(...) E aqueles (...)/ Se vão da lei da Morte libertando:/ Cantando espalharei por toda
parte,/ (...) Que eu canto o peito ilustre Lusitano/ A quem Neptuno e Marte obedeceram.”
“Do mar que vê do Sol a roxa entrada/” – Perífrase para Oceano Índico, Oriente.
3. Inês de Castro (Canto III – estâncias 118-137, plano da História de Portugal)
- episódio trágico e lírico
Trágico Lírico
Contempla momentos da tragédia O narrador interpela o Amor acusando-
clássica: o de ser responsável pela tragédia,
- a paixão entre Pedro e Inês é sendo a inconformidade do “eu” poético
um desafio ao poder. expressa ao longo de todo o episódio,
- a punição, a decisão de matar Inês. bem como a repulsa pela morte de Inês,
- a piedade, presente no discurso de chorada até pela natureza.
Inês quando tenta demover o rei.
- a catástofre, quando se consuma a
morte de Inês.
- Vasco da Gama relata ao rei de Melinde o episódio trágico de Inês de Castro, cujo
responsável é o Amor.
- Descreve-se a vida feliz e tranquila de Inês nos campos do Mondego. O narrador,
neste momento, vai introduziondo indícios de que essa felicidade não será
duradoira “Naquele engano de alma, ledo e cego” (est. 120, v.3).
- Condenação de Inês – D. Afonso IV decide a morte de Inês, no entanto, tendo-a na
sua presença, vacila, mas as razões do reino levam-no a prosseguir.
- Discurso de Inês – Inês inicia a sua defesa, apelando à piedade do rei através: dos
animais que se humanizam ao cuidar de crianças; da afirmação da sua inocênca; do
respeito devido às crianças; do apelo ao desterro.
- Sentença e execução da morte – A determinação do rei mantém-se. Inês é executada.
- Considerações do narrador – vê a morte de Inês como uma atrocidade. Afirma que a
própria natureza chora Inês.
- Vingança de D. Pedro – D. Pedro, quando sobe ao trono, manda matar os carrascos
de Inês.
“Do teu príncipe ali te respondiam/ As lembranças que na alma lhe moravam,/ Que
sempre antes seus olhos te traziam,/ Quando dos teus fermosos se apartavam;”
– Hipérbato
De notar a impressionista animização da natureza, que chora a morte de Inês “As filhas
do Mondego a morte escura/ Longo tempo chorando memoraram,/” - Animismo