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Nome: Ana Sofia Ferreira, Áurea Salgado, Mariana Coelho, Sara Números:
Costa 2, 4, 15, 21
Sinopse: Bárbara Mendonça (Mariana) e Isabel Pereira (Sara) são duas amigas de
trabalho. A primeira, advogada e a segunda, juíza. Bárbara era lésbica e tinha uma
parceira chamada Flávia Ferreira (Sofia).
Um dia, Bárbara e Isabel encontram Tânia Mendes (Áurea), uma amiga de infância. A
partir deste momento, continuam a encontrar-se frequentemente.
Esta história realizada por Ana Sofia, Áurea, Sara e Mariana, mostra-nos um pouco do
dia-a-dia dos homossexuais, numa aventura emocionante, realçando as discriminações
que eles sofrem a nível social.
Elenco:
Elenco/ Caracterização:
Isabel Pereira:
Conceituada juíza cuja concentração na carreira profissional lhe leva a descuidar das
suas relações familiares e sociais, tendo por isso poucos amigos e problemas com o
marido, Rodrigo.
Bárbara Mendonça:
Caracterizada por uma forte e dominante personalidade; é a personagem mais segura
da história, lutando sempre sem limites por aquilo que quer. Sendo estas
particularidades que lhe permite ser uma das melhores advogadas do país.
Flávia Ferreira:
Estudante frágil, com dificuldade de lidar com os ataques de homofobia que
regularmente sofre por parte dos seus colegas de escola e também de desconhecidos.
Tânia Mendes:
Prostituta de profissão. Aparenta uma personalidade forte, que não lhe permite, no
entanto, dizer a verdade sobre o que faz às suas amigas. Tem um caso secreto com
Rodrigo de quem gosta de uma forma diferente da relação prostituta-cliente.
Rodrigo:
Marido de Isabel, é um banqueiro com algumas dificuldades no trabalho e cuja
personalidade fraca o leva a procurar conforto com uma prostituta, Tânia, por quem se
apaixona.
Bárbara e Flávia formavam um casal; eram lésbicas. Bárbara era uma advogada e
Flávia andava a tirar o curso superior de Arte.
Uma saída de Bárbara e Flávia:
Bárbara: Olha, Flávia! Que camisola linda! Devia-te ficar mesmo bem!
Flávia: Oh Bárbara… (Bárbara: Diz?) Estou nervosa…
Bárbara: Porquê?
Flávia: Está-se a aproximar o julgamento. Neste momento acho que não foi boa
ideia termos posto aquelas pessoas em tribunal!
Bárbara: Como não? Tu foste agredida! Ouviste bem? Agredida! (Flávia: Eu sei)
Essas pessoas têm de aprender que não se pode tratar uma pessoa assim.
Agressão é crime!
Flávia: Eu sei disso, mas...
Bárbara: Mas nada! Nós vamos ganhar a causa! Ouviste? Nós vamos ganhar!
Flávia: Isso já não tenho tanta a certeza…
Bárbara: Tu não confias em mim?
Flávia: Confio, mas Bárbara…
Bárbara: Então não tens nada a perder!
No dia do julgamento
(Bárbara chega de carro ao tribunal, Isabel já está na sala a vestir-se e Flávia põe
capucho na cabeça para não ser reconhecida.)
(Flávia, foi chamada a depor, sendo neste momento questionada pela advogada de
defesa, Bárbara.)
Bárbara: Então pode afirmar não ter tido qualquer comportamento que levasse
o agressor a atacá-la?
Flávia: Não… Eu… Eu apenas estava a passar por ele …. Começou a insultar-
me… Quando tentei sair dali agarrou-me… e…e começou a bater-me. (com as
lágrimas nos olhos) Só parou quando a senhora do café nos separou.
Bárbara: Sr. David, afirma ter agredido a minha cliente quando esta estava a
passar na rua?
Sr. David: Eu não agredi ninguém!
Bárbara: Então como explica os hematomas da minha cliente?
Sr. David: Eu simplesmente lhe dei uns “abanões”.
Bárbara: E porque deu esses tais “abanões” à minha cliente?
Sr. David: Por amor de Deus! Estamos a discutir um assunto de uma pessoa que
nem é normal! Ela devia mas é ser internada…
Bárbara: Sr. David, porque é que diz que a minha cliente não é normal?
Sr. David: Porquê? Porque ela anda enrolada com mulheres. (ri-se)
Bárbara: Sra. Meritíssima, peço agora para falar com a Sra. Manuela,
proprietária do café que fica na rua onde a minha cliente foi agredida.
Bárbara: Sr. Manuela, foi a senhora que ajudou a minha cliente a escapar às
mãos do agressor?
Sra. Manuela: Bem, sim… Eu não podia deixar a menina ser agredida daquela
forma por um idiota daqueles…
Advogado do Arguido: Protesto…. Meritíssima, a testemunha não pode ter
este tipo de linguagem, sugiro que seja expulsa deste tribunal.
Isabel:Dr., aqui quem decide quem é ou não expulso sou eu!
Sra. Manuela, por favor abstenha-se desse tipo de linguagem, limite-se só a
responder o que lhe é perguntado.
Bárbara: Sra. Manuela pode-me dizer exactamente o que viu?
Sra. Manuela: Sim. Ele agarrou nos cabelos da menina e arrastou-a como
daqui para ali (fazendo o trajecto com a mão), e como se não bastasse ainda
lhe deu pontapés! Aquele cobardolas…
Advogado do Arguido: Protesto…. Meritíssima, a testemunha está novamente
a difamar o meu cliente!
Isabel: Sra. Manuela, por favor, não a volto a avisar. Prossiga…
Sra. Manuela: …a menina só gemia e ninguem ajudava. Povo inútil!
Advogado do Arguido: Se me dá licença, Meritíssima (esta acena que sim) Sra.
Manuela, é verdade que tem diversas multas de automóvel, devido a excesso
de álcool no sangue?
Bárbara: Meritíssima, estes factos não constam no questionário.
Isabel: Não constam mas podem ter interesse. Por favor, responda à pergunta.
Sra. Manuela: Sim, é verdade, mas eu não …
Advogado do Arguido: Obrigado, não tenho mais questões, Meritíssima.
Bárbara: Meritíssima, ficou provado neste tribunal que a minha cliente foi
violentamente agredida pelo Sr. David, num claro desrespeito pelos direitos
humanos básicos da minha cliente e por um motivo grave de preconceito.
Mais, este senhor não admitiu o crime de agressão, nem em circunstância
alguma mostrou-se arrependido pelo acto de frieza e crueldade incumbido à
minha cliente. Por isso peço ao tribunal a punição deste homem pois só assim
se fará justiça. Obrigada.
Advogado do Arguido: Belo discurso minha cara colega, mas deixe-me mostrar
o meu maior desacordo, pois não podemos dizer que o meu cliente agrediu a
Sra. Flávia! Como ele diz, só lhe deu uns abanões… e os hematomas que a Sr.
Flávia tem, não há qualquer relatório médico que provem terem sido feitos no
dia da suposta agressão.
A testemunha que alega ter visto alguma coisa, nada nos diz que nesse dia não
estava embriagada, como tantas e muitas outras vezes teve. E, Meritíssima,
permita-me acrescentar que as alegações da Sra. Flávia não mostraram
qualquer firmeza e tem que concordar que ela não demonstra ter
comportamentos muito éticos. Por isso, peço a este tribunal que retire a
acusação feita ao meu cliente por falta de provas que indiquem a acusação.
Obrigado.
(Bárbara e Isabel estão a sair do tribunal uma em frente da outra, pois como uma é
juíza e outra advogada, mesmo sendo amigas de infância, não podem ter grandes
relacionamentos.)
(Tânia – uma amiga de infância de Bárbara e Isabel - está a passar à frente do tribunal.
Bárbara que vai à frente de Isabel, vê Tânia)
Tiago: Ouve lá, não olhes para a minha namorada! Ela não joga na tua equipa!
Manuel: Nós somos normais.
Flávia: (com lágrimas nos olhos) Deixem-me em paz!
Pedro: Oh… Coitadinha… Vais chorar, é?
Manuel: Não deviam permitir que estas pessoas entrassem numa universidade!
Joana: Pessoas? Eles nem deveriam ser considerados pessoas!
Bárbara: Vá… Anima-te! Não lhes ligues! Eles é que não são normais por te
fazerem isso! Vê se descansas que amanhã a Isabel e a Tânia vêm cá jantar!
Ganhamos a causa! É tudo o que interessa! (abraça Flávia)
Flávia: Obrigada, Bárbara!
Em casa de Bárbara o jantar está quase pronto; A Flávia está a por a mesa e a
campainha toca.
Tânia: Olá meninas, então? Estou cheia de fome, vamos comer mas é! (atira
com a bolsa e o casaco contra a cara de Flávia; vira-se para Isabel) Então
Isabel? Toda ”pinpinela”! Vais a alguma Gala? (risos)
Isabel: Aaah…
Bárbara: O jantar está pronto! (pondo a comida na mesa)
Isabel: Aii… (suspira)
Bárbara: Espero que gostem! É uma receita da Flávia.
Tânia: Quem é a Flávia? (Flávia: Sou eu) Ai, (Tânia virando-se para Flávia)
pensei que eras uma empregada!
Bárbara: Não. É uma minha amiga. Sentem-se que o jantar está a ficar frio.
Isabel: Flávia, tens que ser forte, tens que admitir perante todos e não ter
medo! És assim, tens que aceitar-te tal como és, e fazer com que os outros te
aceitem. Por isso não te escondas!
Tânia: Oh miúda, não stresses! Se gostas de pita em vez pila, tu lá sabes… O
que interessa é que gostes e te satisfaças! (Flávia sorri envergonhada e Isabel
fica chocada com o que tinha acabado de ouvir; Bárbara ri-se)
Isabel: Há uns tempos atrás tudo era diferente, vocês eram muito
discriminados e não tinham tantos direitos. Tinhas que esconder tudo e mais
alguma coisa. Tens sorte de agora haver mais liberdade em todos os sentidos…
Como sabem agora o casamento homossexual já é legal…
Tânia: E acho muito bem! Cada um sabe da sua vida!
Bárbara: Claro… Por causa de toda esta discriminação há quem sofra, (virando-
se para Flávia) como tu, ou ainda pior, que se suicida.
Isabel: Pois… E felizmente têm sido criadas várias associações, como a ILGA,
que ajudam a lutar pela discriminação.
Flávia: Oh… Obrigada a todas! Principalmente a ti, Isabel! Graças a ti fez-se
justiça. (agarra-lhe a mão)
Isabel: Eu só fiz o meu trabalho, Flávia! Também tiveste sorte. E tinhas uma
óptima advogada a teu lado.
Flávia: Eu sei.
Bárbara: Obrigada “fofi”.
Flávia: Mas tu, Isabel, é que deste a sentença! E ter ganho o caso ajudou-me
muito, e agradeço-te muito por isso.
Isabel: Como eu já disse, eu só fiz o meu trabalho! E se mudássemos de assunto
como a Flávia disse? Nada de falar de trabalho. (Bárbara vai para a cozinha
zangada com Flávia)
Tânia: O que se passa?
Flávia: Não sei, eu vou ver.
Isabel: Flávia desculpa, diz-me só onde é a casa de banho!
Flávia: É já ali, a segunda porta à esquerda. (Flávia vai para a cozinha)
Flávia: O que se passa, Bárbara?
Bárbara: Não se passa nada!
Flávia: Eu conheço-te e sei que se passa alguma coisa!
Bárbara: Que cena foi aquela? Muito obrigada, Isabel! És tão queridinha! (ar de
cínica)
Flávia: Por favor, Bárbara! Ciúmes? Eu amo-te! (Tânia tinha ido à cozinha ver o
que se estava a passar e ouviu estas palavras)
Tânia: Aaah… Eu só vim ver o que se passava, não quis incomodar, mas eu já
vou para a mesa...
Bárbara: Tânia, espera! Eu só não te contei de mim, quer dizer, de nós
(apontando para ela e Flávia) porque tive medo da tua reacção.
Tânia: Bárbara, não te preocupes. Continuas a ser a mesma menina linda que
brincava comigo às casinhas! (sorri)
Bárbara: Obrigada!
Tânia: Bem, agora vou para a mesa. (Tânia sai da cozinha e dirige-se para a
sala de jantar)
Flávia: Desculpa.
Bárbara: Não te preocupes, Flávia. Está tudo bem! Ela algum dia iria saber. E
nós também não temos de sentir vergonha por gostarmos uma da outra. Anda!
Vamos para a sala! (Bárbara pega na sobremesa e leva para a mesa)
Tânia: Sobremesa! Iuhuh! Vamos comer a sobremesa… e falar de sexo! (risos)
Bárbara acorda Flávia. Tinha-lhe preparado uma surpresa para aquele dia com medo
que Flávia a deixasse de amar. Bárbara anda desconfiada que ela sente algo por Isabel.
Bárbara: Bom dia, amor! (Flávia: Bom dia) Hoje vou-te levar a um sítio! Anda…
Arranja-te rápido!
Flávia: Espera só mais um bocadinho! Ai, que sono! (Espreguiça-se na cama)
Bárbara: Ok ok! Eu só tenho que ir ao tribunal tratar dumas coisas… Mas é
rápido! Daqui a meia hora estou aqui e quero ver-te pronta para sair!
Flávia: Está bem, Bárbara! Já me vou arranjar!
(Bárbara e Flávia encontram-se num local especial para as duas e Bárbara olha
fixamente para Flávia)
Bárbara: Flávia eu quero… eu já há muito tempo que ando a pensar nisto, mas
não sabia a tua reacção, mas agora acho que está na altura certa e…
Flávia: Fala Bárbara! Estás-me a deixar preocupada!
Flávia: Ah?
Bárbara: Flávia, nós amamo-nos e é só o que interessa! Agora que é aprovado
casar em Portugal já podemos ser completamente felizes!
Flávia: Mas Bárbara, nós não precisamos de nos casar para ser felizes… Nós já
somos felizes… com alguns inconvenientes, mas somos…
Bárbara: Tu não queres casar comigo?
Flávia: Claro que quero … mas nós vamo-nos casar e as pessoas vão comentar!
Vão olhar para nós ao ver-nos de aliança no dedo…
Bárbara: Eu não quero saber das pessoas! Não quero mesmo! Tu queres casar
comigo ou não queres?
Flávia: (espera alguns segundos) Quero, mas …
Bárbara: Então é isso que importa! (pega-lhe pela mão) Anda, ainda tenho mais
surpresas para ti!
(Bárbara e Flávia vão-se embora e depois do grande dia voltam para casa e têm a
noite romântica)
Ciúmes da Isabel
Flávia: A sério? Obrigada, muito obrigada! Nem sabes o que isso significa para
mim. Tens sido uma grande amiga… É verdade! Gostaste das flores que te
enviei? Oh por favor, deixa-te de modéstias. (risos) Sabes? Adorei o nosso
almoço. (Flávia vê Barbara) Ok. Xau! E muito, muito obrigada…
Bárbara: Olá querida! Com quem estavas a falar?
Flávia: Aaah…Estava a falar com (pausa) a Isabel. Nem vais acreditar! (sorri) Ela
conseguiu-me arranjar um estágio num ateliê de pintura. Já viste que
fantástico?
Bárbara: Com a Isabel? Mas como tens o número dela? Estou a ver que
passaram de desconhecidas a melhores amigas…
Flávia: Que é isso, Bárbara? Ciúmes? Por favor… Ela tem sido fantástica
comigo!
Bárbara: Então… Andas com ela, vais ter com ela, mandas-lhe flores, almoças
com ela… Muito me conta, menina Flávia …
Flávia: Bárbara, por favor! Estás-me sempre a dizer para eu seguir a minha vida
em frente, para enfrentar as pessoas, para fazer amizades. Eu pensei que
ficasses feliz por mim, pelo meu progresso.
Bárbara: Ok, ok! Desculpa, isso é que são progressos? Só não sei se são assim
tanto de amizade…
Flávia: Por favor, Bárbara!
Bárbara: Por favor tu, ok? Poupa-me. Não contes comigo para jantar! Vou
tomar um banho e deitar-me. Tive um dia cansativo.
Tânia: Hoje vamos experimentar uma coisa nova! Iuhuh! (tira algo da bolsa)
(Tânia corre para o guarda roupa muito assustada. Ouve alguém a falar, o bater da
porta e um tiro)
Jornalista Susana Marques Silva: Estamos aqui no local onde a Juíza Isabel Pereira foi
baleada. Quando a polícia chegou ao local já se encontrava morta. Para já não existe
nenhuma pista sobre o assassino, mas a polícia judiciária já se encontra no local
procurando qualquer indício que indique o autor desta fatalidade. Susana Marques,
Miguel Rodrigues, CTN.
Após o funeral de Isabel, Flávia, Bárbara, Tânia, Rodrigo e outros familiares saem da
igreja. Rui Teixeira e Rita Teles encontram-se cá fora.
António Santos aproxima-se de Flávia que, distraída continua nos seus desenhos.
Investigações:
Rodrigo: Já disse que não sei… Eu estive na cama com a Tânia. Sim, é verdade!
Tânia: Primeiro tínhamos só uma relação prostituta-cliente, mas depois as
coisas foram-se tornando diferentes….
Rodrigo: …ficaram sérias ao ponto de nos apaixonarmos.
Tânia: Na noite do crime eu e Rodrigo estávamos na cama quando ouvimos
alguém a chegar….
Rodrigo: … ficamos muito atrapalhados porque só podia ser a Isabel…
Tânia: …escondi-me no guarda-roupa e o Rodrigo fez que estava a acordar,
beijou Isabel e saiu.
Rodrigo: …saí e dirigi-me ao banco, tinha lá uns negócios pendentes…
Tânia: Pouco mais de 5 minutos, ouvi Isabel a preparar-se para o banho e
pensei em sair do guarda-roupa, mas foi aí que ouvi alguém a entrar em casa e
fiquei onde estava. Primeiro pensei que fosse o Rodrigo que se tinha esquecido
de algo, mas depois ouvi o disparo de uma arma e não consegui distinguir
quem era….Só tentei chamar o 112 o mais rápido possível.
Rodrigo: Eu não sou assassino! (grita)
Tânia: Oiça, nós nunca mataríamos a Isabel. Ela era minha amiga…
Investigações 2
Tânia: Desculpa ter vindo sem avisar mas é que queria falar com a Bárbara por
causa da minha situação em relação à morte da Isabel, pois eu…
Tânia: Tu és louca?!
Flávia: Eu posso ser louca, mas tu és uma assassina!
Tânia: Assassina? Trata-te miúda, olha que há muito bons psiquiatras por aí...
Flávia: Cala-te! (Flávia tenta dar outro estalo a Tânia mas ela consegue travá-
la, agarrando-lhe pelo pulso)
Tânia: Eu só não te retribuo o estalo em consideração à Bárbara! Sinceramente
não sei como ela te atura!
Flávia: Larga-me! (soltando o braço das mãos de Tânia) Não fales da Bárbara,
ouvis-te? Não fales da Bárbara!
Tânia: Porquê? Pesa-te a consciência, é? Do que a fizeste passar?
Flávia: Do que eu a fiz passar?
Tânia: Sim! Tu andavas-te a atirar à Isabel mesmo nas barbas dela!
Flávia: Eu não tenho culpa de me ter apaixonado pela Isabel!
Tânia: Mas podias ter poupado a Bárbara. Tu enganaste-a e continuas a
enganá-la!
Flávia: Não fales em enganar pessoas. Porque tu… tu enganaste-nos a todas!
Nós a pensarmos que trabalhavas num bar… mas não! És uma prostituta!
Tânia: Se faço o que faço é porque tenho os meus motivos!
Flávia: Há várias maneiras de ganhar dinheiro!
Tânia: Chega! Chega! Eu vou-me embora antes que faça algo que me
arrependa!
Flávia: Vai, vai… E não voltes!
Tânia: Xauzinho! Ah…E não olhes para o meu rabo que é muito material para ti!
Tânia: Tu não me devias ter ligado, nós não nos podemos encontrar…
Rodrigo: Eu não aguentava de saudades tuas…
Tânia: Eu também, desde que aconteceu o…. (hesita ao dizer a palavra
homicídio) Ultimamente não tenho pensado noutra coisa… Sinto-me tão
culpada!
Rodrigo: Não tens de te sentir culpada!
Tânia: Não? Claro que tenho! Ela era minha amiga… Sabes o que é isso? Minha
amiga…
Rodrigo: Mas tu não sabias que a minha mulher era tua amiga, como eu não
sabia que tu eras amiga dela…
Tânia: Eu traí-a, Rodrigo! E agora pensam que nós a matámos…
Rodrigo: Pois pensam… Quando fui interrogado pela segunda vez, fizeram-me
muitas perguntas sobre ti.
Tânia: E o que lhes disseste?
Rodrigo: Disse-lhes a verdade…
Tânia: A verdade? Qual verdade?
Rodrigo: Disse-lhes que nós não a matamos!
Tânia: Mas eles pensam o contrário! Ainda por cima hoje vou ser outra vez
interrogada e estou com muito medo… Para piorar, nem dinheiro tenho para
pagar a um advogado para me defender. E nem sabes do resto! Fui a casa da
Bárbara para ver se ela me podia defender mas encontrei a Flávia e até ela está
contra mim! Quase que andamos à porrada… Ou andamos mesmo! Bem, foram
só uns estalos!
Rodrigo: Tem calma. Nós vamos resolver isto, está bem?
Tânia: Eu não sei … Eu só sei que nós não podemos, neste momento,
encontrar-nos mais…
Rodrigo: Mas porquê? Agora nada nos impede de estarmos juntos…
Tânia: Rodrigo, nós não podemos ser vistos juntos! São mais suspeitas em cima
de nós… Desculpa!
Interrogatório de Bárbara
Cena do Cemitério
(Olham-se fixamente)
(Bárbara vai para a campa de Isabel e Tânia vai-se embora perturbada. Bárbara deixa
uma flor na campa.)
(Tânia após sair do cemitério vai para casa. Sente-se triste e lembra-se do Rodrigo e
dos belos momentos que passaram. De repente lembra-se do filme que gravaram na
noite do homicídio de Isabel)
Tânia: Hoje vamos experimentar uma coisa nova! Iuhuh! (tira algo da bolsa)
(Pousa a câmara de filmar em cima do armário para filmarem enquanto que estão a
ter relações sexuais)
(Tânia vai buscar a câmara, começa a ver o filme, e fica muito admirada com a
descoberta do assassino)
Descoberta do assassino:
(Depois de ver a gravação onde mostrava o assassino, Tânia liga para ele e diz que
descobriu tudo)
(O telemóvel de Rodrigo e do advogado da causa tocam)
(O telefone toca na casa de Bárbara e Flávia, ambas estavam em casa, o telefone
tocou insistentemente até que deu o atendedor de chamadas)
(Bárbara e Flávia olham fixamente uma para a outra. Bárbara vai para o quarto e
Flávia está em estado de choque, sentando-se numa cadeira. Bárbara está a fazer as
malas)
(Bárbara vai-se embora e Flávia fica caída no chão. Começa a descontrolar-se e a partir
tudo o que está a sua volta.)
Suicídio de Flávia
(Flávia entra na casa de banho. Muito perturbada. Põe a água a encher na banheira
para tomar um banho para se acalmar. Vai até ao lavatório lavar a cara algumas vezes
e repara na gillette que se encontra à frente dela. Pega nela com um ar desvairado e
sem pensar corta os pulsos e deixa-se afundar na banheira)
(Outra vez em casa de Bárbara e Flávia, Rui Teixeira aproxima-se de António Santo,s a
falar baixo)
Discurso de Tânia
(Tânia está numa conferência a fazer uma declaração sobre os direitos dos
homossexuais. Ela foi eleita recentemente como vice-presidente da associação ILGA)
(Ouvem-se aplausos. Tânia vai ter com Rodrigo que está na plateia a assistir, e dá-lhe
um abraço)
FIM!