ESTADO DA BAHIA

PREFEITURA DE JACOBINA
CNPJ 14. 197.586./0001-30 - Rua Senador Pedro Lago, 40, Centro, Jacobina - Bahia
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LEI Nº 1.363 DE 15 DE FEVEREIRO DE 2016

DISPÕE SOBRE O PARCELAMENTO DO

SOLO DESTINADO Á FORMAÇÃO SÍTIOS
DE RECREIO E CHÁCARAS NO MUNICÍPIO
DE JACOBINA E DA OUTRAS
PROVIDÊNCIAS.

O PREFEITO DO MUNICÍPIO DE JACOBINA, ESTADO DA BAHIA, no

uso de suas atribuições legais, faz saber que a Câmara Municipal de Vereadores,
aprovou e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º. Consideram-se desmembramentos para a formação de Sítios de Recreio

e Chácaras, o parcelamento em glebas de imóveis localizados nas áreas que perderam
suas características e destinação rural ou se encontre inserido nas áreas de interesse
turístico, com potencial para atividade recreacional, as quais passarão a ser de
urbanização específica.

I – o proprietário fará a comprovação que o imóvel tenha perdido suas

características rurais, tornando antieconômico o seu aproveitamento através de
circunstanciado laudo, assinado por técnico habilitado, acompanhado de cópia do
comprovante de quitação da ART - Anotação de Responsabilidade Técnica, ou;

II – a área deve está inserida dentro da Zona de Turismo ou Balneária, e a sua

comprovação será feita pelo proprietário através de planta de localização e memorial
descritivos devidamente assinados por técnico habilitado, acompanhado de cópia do
comprovante de quitação da ART - Anotação de Responsabilidade Técnica, indicando a
região geográfica, com as coordenadas planas expostas, estando georreferenciadas ao

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LEI Nº 1.363 DE 15 DE FEVEREIRO DE 2016

Sistema Geodésico Brasileiro, Datum Horizontal SIRGAS2000 e MC – 39ºWGS,
conforme Lei Municipal nº 1.259, de 25 de junho de 2014.

Art. 2º. Os desmembramentos para formação de Sítios de Recreio e Chácaras

somente serão aprovados pela prefeitura, quando observados os requisitos e atenderem
as exigências da Lei nº. 790, de 18 de outubro de 2006, que “Dispõe sobre loteamentos
e da outras providências”, exceto aquelas alteradas e previstas especificamente nesta
Lei.

I – as áreas, para desmembramentos para formação de Sítios de Recreio e

Chácaras, deverão ser atendidas por vias principais e ou secundárias;

II – os Sítios de Recreio e Chácaras deverão ter lotes com área mínima de 600,0
m² (seiscentos metros quadrados) e testada mínima de 15,0m (quinze metros), com
profundidade mínima de 2,5 (duas vezes e meia) a sua testada;

III – os lotes deverão ser de Uso Habitacional;

IV – o desdobro só será permitido quando formar lote com área maior ou igual a
600,0 m² (seiscentos metros quadrados), com a devida aprovação do órgão competente.

V – ficam vedados desmembramentos em terrenos com declividade igual ou

superior a 30% (trinta por cento), salvo se atendidas as exigências específicas
estabelecidas pelo órgão municipal competente.

Art. 3º. Todos os lotes deverão ter acesso às vias principais, seja através de vias
secundárias e ou vias internas, com ressalva das restrições que se lhes imponham,
previamente estudadas para:

I - declividade de 15% (quinze por cento);

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a) na declividade acima de 16% (dezesseis por cento) até 30% (trinta por cento)
necessitarão de obras especiais para sua utilização;

b) na declividade acima de 30% (trinta por cento) necessitarão de obras especiais

com a autorização expressa pelo órgão municipal competente, o qual analisará as
condicionantes para a sua utilização.

II - curvas com raio mínimo de 30,0m (trinta metros);

III - gabarito mínimo de 20,0m (vinte metros) para as vias principais e de 15,0m
(quinze metros) para vias secundárias, podendo manter as condições existentes, ou a
critério do órgão competente;

IV – as vias internas deverão ter largura mínima de 10,0m (dez metros), sendo
no mínimo 7,0m (sete metros) de via e no mínimo 1,5m (um metro e meio), de cada
lado de passeio que poderão, também, ser plantadas gramíneas previamente
apresentadas no projeto, de forma a possibilitar boas condições de circulação aos
pedestres e ter acessibilidade, em pontos estratégicos, para pessoas com necessidades
especiais em ambos os casos;

a) as vias internas paralelas poderão ser dividias por canteiros centrais sendo esses
no mínimo com largura de 2,0m (dois metros). Nesses casos, as ruas deverão ter
largura mínima de 5,0m (cinco metros) de via e no mínimo passeios com largura
mínima de 1,5m (um metro e meio).

V - as vias internas poderão ser implantadas tratamento primário da pista de

rolamento e sistema de drenagem que previnam o desenvolvimento dos processos
erosivos e garantam a trafegabilidade e a segurança, mesmo nos períodos de chuva;

VI - as edificações (exceto o fechamento da área) deverão manter o recuo

mínimo de 5,0m (cinco metros) de cada margem das vias principais e secundárias.

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VII - as edificações para exploração de lojas de conveniência, quiosque para

churrasqueira, lanchonetes, material de construção e elétricos deverão constar no projeto
e obedecerão às normas técnica especificas.

Art. 4º. O parcelamento de glebas para formação de Sítios de Recreio e

Chácaras poderá ser constituído em Condomínios Fechados, que são os
desmembramentos de áreas em lotes isolados entre si, constituindo cada lote
propriedade autônoma, ou seja, partes que são propriedade exclusiva e partes que são
propriedade comum dos condôminos.

§ 1º. Cada lote será objeto de propriedade exclusiva, assinalado por designação
especial numérica ou alfabética, para efeito de identificação e discriminação que sobre o
qual se erguerá obrigatoriamente edificação correspondente;

§ 2º. A cada lote autônomo caberá, como parte integrante inseparável e

indivisível, uma fração ideal de áreas comuns, proporcionais à área total do Condomínio
Fechado, expressa sob forma de números decimais ou ordinários;

§ 3º. A identificação de cada lote deverá conter a descrição, em planta, das

medidas das frações internas, com amarração às referencias oficiais existentes com pelo
menos, uma divisa da área total do Condomínio Fechado, recebendo a denominação de
testada;

§ 4º. As áreas comuns do Condomínio Fechado deverão ser tratadas como objeto
de propriedade exclusiva, com ressalva das restrições que ao direito de uso das mesmas
sejam impostas por instrumentos contratuais, sendo vinculados à unidade habitacional
ou não, assim como à fração ideal correspondente;

Art. 5º Em cada lote, as edificações obedecerão aos seguintes critérios

urbanísticos:

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I - taxa de ocupação - TO= 40% (quarenta por cento);

II - gabarito máximo de 02 (dois) pavimentos (térreo mais um pavimento) para

ocupação da edificação;

III - altura máxima da construção de 12 (doze) metros para ocupação da

edificação;

IV - índice de permeabilidade – Ip = mínimo de 0,60;

V - a área parcial do terreno que tiver declividade superior a 30° (trinta graus)
deverá constar na planta do projeto como área não edificável;

VI - os afastamentos das edificações são: frontal mínimo 5,0m (cinco metros),

laterais e fundo mínimo 3,0m (três metros);

VII - os muros e ou cercas de vedação dos terrenos não poderão ser elevados a
mais de 1,80m (um metro e oitenta centímetros) de altura, em relação ao nível do solo;

VIII - nos afastamentos após os muros e ou cercas de vedação dos terrenos, é

admitida se elevar-se á altura máxima de 2,0m (dois metros e) em relação ao nível do
solo, ou seja, no entorno das edificações, na área da taxa de ocupação.

Art. 6º. Os loteamentos para formação de Sítios de Recreio, Chácaras e

Condomínios Fechados deverão constar em seus projetos as exigências urbanísticas
descritas nas especificações técnicas da Lei:

I – o anteprojeto da rede de distribuição de água potável e ou anteprojeto de

cisternas para captação de águas pluviais por unidade domiciliar;

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a) o abastecimento de água poderá ocorrer através de poço artesiano, desde que
seja apresentado estudo de análise da viabilidade do uso da água e devidamente
licenciado com outorga de direito de uso da água pelo órgão ambiental competente;

b) o proprietário poderá acrescentar rede de abastecimento de água para

dessedentação animal, desde que, devidamente licenciado com outorga de direito de uso
da água pelo órgão ambiental competente;

II - anteprojeto da rede de esgoto cloaca ou fossa séptica (seca) por unidade

domiciliar;

III - anteprojeto da rede de distribuição de energia elétrica domiciliar e pública,

eólica e ou solar domiciliar, para análise do órgão competente.

Art. 7º. Os loteamentos para formação de Sítios de Recreio, Chácaras e

Condomínios Fechados deverão manter os seguintes percentuais mínimos, calculados
sobre a área total do loteamento:

I – 10% (dez por cento) de área para o sistema viário;

II- 5% (cinco por cento) para reserva de área pública;

a) os desmembramentos para formação de Sítios de Recreio e Chácaras estarão

obrigados a reservar as áreas públicas, independente da dimensão dos lotes;

b) considerando a natureza desses Condomínios Fechados ficam dispensados da

cessão para reserva de área pública. O percentual a que se refere este artigo deve ser
destinado para equipamentos comuns aos condôminos;

III - 20% (vinte por cento) de área verde;

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a) havendo reserva legal e área de preservação permanente, o percentual poderá
ser computado como área verde, porém, sem a diminuição no percentual dessas áreas.

Art. 8º. Os limites do Condomínio Fechado serão definidos por muros, cercas,
grades ou edificações estabelecendo os seus locais de acesso de acordo com o projeto e
aprovação do órgão competente.

I - será de responsabilidade do Condomínio Fechado à implantação e

manutenção de infraestrutura mínima exigida dos equipamentos, inclusive as áreas
comuns, ao longo de todo o perímetro fechado, e externamente à cerca, incluindo-se
área suficiente para a construção de via pública, se necessário, ou por decisão do órgão
competente;

II - havendo área contígua para expansão, necessária se faz constar no projeto as

vias principais ou secundárias e ou vias internas de acesso à possível expansão.

Art. 9º. As áreas verdes, de reserva legal e preservação permanente serão

transferidas e averbadas na matrícula em frações ideais aos futuros proprietários dos
Sítios de Recreio e Chácaras, sendo administradas e mantidas por ordem e conta dos
proprietários dos lotes, e em sendo Condomínio Fechado pelos condôminos, o que
deverá constar no contrato;

Parágrafo único. os imóveis para desmembramento devem estar em

conformidade com as leis ambientais vigentes e a sua comprovação apresentadas ao
órgão ambiental competente.

Art. 10. Os imóveis rurais que serão objetos de implantação de parcelamentos

para formação de Sítios de Recreio e Chácaras após a devida descaracterização junto ao
INCRA - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, serão submetidas,
inicialmente, ao setor ambiental responsável, através de requerimento pelo setor de
Tributos e Fiscalização para análise prévia de identificação e dados relativos à

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demarcação das áreas destinadas a reserva legal e preservação permanente,
acompanhado da documentação prevista na Lei nº 790, de 18 de outubro de 2006, em
seu Capitulo II da aprovação e documentação exigida para lotear”, Artigo 7°, Incisos I e
II, exceto as alterações previstas nesta Lei, para posterior licenciamento;

Parágrafo Único. Havendo Passivo Ambiental, caberá ao proprietário do

imóvel desmembrado adotar medidas para recuperar os danos ambientais identificados
pelo órgão competente.

Art. 11. - Os desmembramentos para formação de Sítios de Recreio e Chácaras,

para a sua implantação necessário se faz, também, obter declaração expedida pela
Prefeitura Municipal, comprovando a existência da prestação de serviço de coleta de
limpeza, que atenda a localidade onde os desmembramentos de Sítios de Recreio e
Chácaras serão implantados.

Art. 12. Após aprovação pelo órgão responsável, o proprietário do

desmembramento deverá comparecer ao setor de Tributos e Fiscalização para
comprovar o comprimento das exigências que determina a Lei nº 790, de 18 de outubro
de 2006, em seu capítulo II “da aprovação e documentação exigida para lotear” no seu
Artigo 8° e subsequentes, bem como, aqueles alterados e previstos nesta Lei.

Art. 13. Havendo efeitos tributários, em caso de incidência do IPTU (Imposto

Predial e Territorial Urbano), e respeitados para tão somente quando cada Sítio de
Recreio, Chácara ou Condomínio tiver a posse do imóvel liberada mediante “Habite-se”
para nela se estabelecer, será calculado e lançado o tributo individualmente ao sujeito
passivo tributário de cada unidade, obedecidas as normas do Código Tributário
Municipal e legislação em vigor.

Parágrafo Único. Lei própria poderá estabelecer benefícios tributários para os

condôminos que contenham e mantenham áreas verdes, reserva legal e áreas de
preservação dentro de suas divisas.

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Art. 14. Na hipótese de dissolução do Condomínio Fechado, as áreas comuns, os
equipamentos de infraestrutura e notadamente as áreas de reserva legal e preservação
permanente, serão destinadas ao Município, o qual assumirá as responsabilidades legais
previstas.

Art. 15. Esta Lei complementa a Lei nº 790, de 18 de outubro de 2006, Seção
IV- da Zona Rural e revoga os Artigos 36° e 37°.

Art. 16. A presente Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.

Gabinete do Prefeito, 15 de fevereiro de 2016

Rui Rei Matos Macedo

Prefeito Municipal