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ESTADO DA BAHIA

PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMAÇARI


SECRETARIA DE SAÚDE
DIRETORIA DE PLANEJAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM SAÚDE

Plano
Municipal de
Saúde
2022-2025

Prefeitura Municipal
de Camaçari

Versão atualizada com errata em janeiro de 2022


1
ESTADO DA BAHIA
PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMAÇARI
SECRETARIA DE SAÚDE
DIRETORIA DE PLANEJAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM SAÚDE

PLANO MUNICIPAL DE SAÚDE


2022-2025

CAMAÇARI – BA

2
ESTADO DA BAHIA
PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMAÇARI
SECRETARIA DE SAÚDE
DIRETORIA DE PLANEJAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM SAÚDE

PREFEITO
Antonio Elinaldo Araújo da Silva

VICE-PREFEITO
José Eudoro Reis Tude

CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE


Paulo Costa (Presidente)

SECRETÁRIO DE SAÚDE
Elias Natan Moraes Dias

SUB SECRETÁRIO DE SAÚDE


Luiz Evandro Vargas Duplat

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ESTADO DA BAHIA
PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMAÇARI
SECRETARIA DE SAÚDE
DIRETORIA DE PLANEJAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM SAÚDE

COLEGIADO DE GESTÃO DA SESAU

OUVIDORIA SUS
Cintia Dias
DIRETORIA DA ATENÇÃO À SAÚDE
Elaine Teixeira de Oliveira
DIRETORIA PLANEJAMENTO, GESTÃO E FINANÇAS
Ramon Cruz de Jesus
DIRETORIA PLANEJAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM SAÚDE
Tamy Siraisi Fonseca
DIRETORIA DE REGULAÇÃO, CONTROLE E AVALIAÇÃO DO SUS
Elba Brito
DIRETORIA DE VIGILÂNCIA À SAÚDE
Alcione Cardoso Vasconcelos Vitório
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO
André Fonseca Damasceno
ASSESSORIA TECNICA
Viviane Mascarenhas Gois Prado
Mary Nadja Alves
ASSESSORIA DE TESOURARIA
Adailton Araújo da Cruz
ASSESSORIA JURÍDICA
Alyson Bahia
AUDITORIA SUS
Jean Carla de Lima

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ESTADO DA BAHIA
PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMAÇARI
SECRETARIA DE SAÚDE
DIRETORIA DE PLANEJAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM SAÚDE

EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO E REVISÃO DO DOCUMENTO:


Diretoria de Planejamento, Monitoramento e Avaliação em Saúde
Tamy Siraisi Fonseca

Coordenação de Planejamento, Monitoramento e Avaliação em Saúde

Adriana Ferreira Souza Pinna Lima


Renata Castro da Cunha
Maria de Fátima Carvalho Oliveira
Vivian Cerqueira Santos

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ACS – Agente Comunitário de Saúde
ADRT’S – Agravos e Doenças Relacionados ao Trabalhador
AIDS – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
APS – Atenção Primária à Saúde
BA – Bahia
CAPS – Centros de Atenção Psicossocial
CAPS AD – Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas
CAPS i – Centro de Atenção Psicossocial Infantil
CEMPRE/CER – Centro de Reabilitação Multiprofissional
CEONC – Centro de Oncologia de Camaçari
CID-10 – Classificação Internacional de Doenças
CGIAE – Coordenação-geral de Informações e Análises Epidemiológicas
COVID-19 - Doença Causada pelo Vírus Corona
CREAS – Centro Especializado De Assistência Social
CRES – Coordenadoria Regional de Saúde - DST AIDS
CEREST – Centro de Referência em Saúde do Trabalhador
DAB – Departamento de Atenção Básica
DATASUS – Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde
DCNT – Doenças Crônicas Não Transmissíveis
DEI – Doença Exantemática Indeterminada
DIPLAN – Diretoria de Planejamento
DIVISA – Diretoria de Vigilância em Saúde
DIS – Diretoria em Informação em Saúde
DM – Diabetes Melitus
ESB – Equipes de Saúde Bucal
ESF – Estratégia Saúde da Família
HAB. – Habitantes
HAS – Hipertensão Arterial Sistêmica
HBV – Hepatite B
HCV – Hepatite C
HGC – Hospital Geral de Camaçari
HIV – Vírus da Imunodeficiência Humana
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
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LER/DORT'S – Lesões por Esforços Repetitivos/Distúrbios Osteo-Muculares Relacionadas ao Trabalho
MS – Ministério da Saúde
OMS – Organização Mundial da Saúde
PA – Pronto Atendimento
PACS/PSF – Programa de Agentes Comunitários de Saúde/ Programa de Saúde da Família
PIB – Produto Interno Bruto
PMS – Plano Municipal de Saúde
PNH – Política Nacional de Humanização
PPA – Plano Plurianual
PSE – Programa Saúde na Escola
RMS – Região Metropolitana de Salvador
SAMU – Serviços de Atendimento Móvel de Urgências
SESAB – Secretaria de Estado da Saúde da Bahia
SESAU – Secretaria Municipal de Saúde
SIH/SUS – Sistema de Informações Hospitalares do SUS
SIM – Sistema de Informação Sobre Mortalidade
SINAN – Sistema de Agravos de Notificações
SINASC – Sistema de Informações Sobre Nascidos Vivos
SI-PNI – Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização
SISPACTO – Pactuação Interfederativa de Indicadores da Saúde
SVS – Secretaria de Vigilância em Saúde
SUS – Sistema Único de Saúde
SUVISA – Superintendência de Atenção à Saúde
TB – Tuberculose
TX – Taxa
UBS – Unidade Básica de Saúde
USF – Unidade Saúde da Família
UPA – Unidade De Pronto Atendimento
USA – Unidade de Suporte Avançado
USB – Unidade de Suporte Básico

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Sumário

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................................................................................................................................................... 10
2. ENFOQUE METODOLÓGICO ..................................................................................................................................................................................................................... 11
3. ANÁLISE DA SITUAÇÃO DE SAÚDE............................................................................................................................................................................................................ 13
3.1 PERFIL SOCIOECONÔMICO E DEMOGRÁFICO ................................................................................................................................................................................................... 13
3.1.1 Território e População ................................................................................................................................................................................................................. 13
3.1.2 Pirâmide etária............................................................................................................................................................................................................................ 15
3.1.3 Proporção de idosos .................................................................................................................................................................................................................... 17
3.1.4 Razão de sexo ............................................................................................................................................................................................................................. 18
3.1.5 Trabalho e renda ......................................................................................................................................................................................................................... 20
3.1.6 Taxa de escolarização .................................................................................................................................................................................................................. 22
3.2 MORTALIDADE ....................................................................................................................................................................................................................................... 23
3.2.1 Causas mais freqüentes de óbito, segundo capítulo CID-10 .......................................................................................................................................................... 28
3.2.1.1 Doenças do aparelho circulatório ............................................................................................................................................................................................. 28
3.2.1.2 Neoplasias................................................................................................................................................................................................................................ 28
3.2.1.3 Doenças do aparelho respiratório............................................................................................................................................................................................. 28
3.2.1.4 Doenças do aparelho digestivo ................................................................................................................................................................................................. 29
3.2.2 Mortalidade por Causas Externas................................................................................................................................................................................................ 29
3.2.2 Distribuição Proporcional De Óbitos Por Causas Externas, segundo faixa etária............................................................................................................................ 32
3.2.3 Mortalidade segundo sexo........................................................................................................................................................................................................... 34
3.3 NATALIDADE .......................................................................................................................................................................................................................................... 36
3.4 DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS ........................................................................................................................................................................................................................ 41
3.5 DOENÇAS NÃO TRANSMISSÍVEIS ................................................................................................................................................................................................................. 68
3.6 COBERTURA VACINAL ............................................................................................................................................................................................................................... 69
3.7 INDICADORES DE SAÚDE DO TRABALHO ........................................................................................................................................................................................................ 77
3.8 VIGILÂNCIA SANITÁRIA E AMBIENTAL ........................................................................................................................................................................................................... 85
3.9 GESTÃO DOS RECURSOS FINANCEIROS NO SUS................................................................................................................................................................................................ 87
4 ATENÇÃO À SAÚDE ................................................................................................................................................................................................................................... 95
4.1 Atenção Primária à Saúde .............................................................................................................................................................................................................. 95
4.2 Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB)/ Equipe multiprofissional de saúde ......................................................................................... 100
4.3 Programa Academia da Saúde ...................................................................................................................................................................................................... 100
4.4 Produção da Atenção Básica - e-SUS AB........................................................................................................................................................................................ 101
4.5 Taxa de internação sensíveis a atenção básica segundo município ................................................................................................................................................ 103
4.6 Rede de Atenção à Saúde Bucal .................................................................................................................................................................................................... 104
4.7 Condicionalidades Programa Bolsa Família ................................................................................................................................................................................... 106
8
4.8 Rede de Atenção à Saúde Mental ................................................................................................................................................................................................. 107
4.9 Rede de Atenção às Urgências e Emergências ............................................................................................................................................................................... 110
4.10 Rede de atenção à Pessoa com deficiência .................................................................................................................................................................................. 114
4.11 Rede de Assistência à Oncologia ................................................................................................................................................................................................. 117
4.12 Programa Municipal de DST/Aids ............................................................................................................................................................................................... 118
4.13 Políticas Transversais de Saúde ................................................................................................................................................................................................... 120
Saúde da Mulher e Saúde materno infantil/ Rede cegonha ................................................................................................................................................................. 120
Criança .............................................................................................................................................................................................................................................. 132
Odontologia ....................................................................................................................................................................................................................................... 141
Hanseníase ........................................................................................................................................................................................................................................ 142
Tuberculose ....................................................................................................................................................................................................................................... 144
5. LINHAS DE AÇÃO.................................................................................................................................................................................................................................... 148
LINHA DE AÇÃO 1: SAÚDE COM QUALIDADE AO ALCANCE DE TODOS....................................................................................................................................................... 148
LINHA DE AÇÃO 2: SAÚDE PARA VIVER MAIS ........................................................................................................................................................................................... 163
LINHA DE AÇÃO 3: GESTÃO DA SAÚDE COM QUALIDADE ......................................................................................................................................................................... 173
6. MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO .......................................................................................................................................................................................................... 181

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1. Introdução
O Plano Municipal de Saúde (PMS) é a expressão dos compromissos assumidos pela gestão em sua proposta política, constituindo-se
enquanto instrumento fundamental para a consolidação e efetivação do sistema público de saúde. É o instrumento que direciona todas as medidas
e iniciativas para o cumprimento dos preceitos do Sistema Único de Saúde (SUS) na esfera municipal, coerentes e devidamente expressadas nas
Programações Anuais de Saúde, tendo seus resultados monitorados nos Relatórios Quadrimestrais e avaliados nos Relatórios de Gestão com a
participação e controle da comunidade e do Conselho do Municipal de Saúde.
Para o Planejamento em Saúde, além da Constituição Federal de 1988 e das Leis Orgânicas do SUS (Lei nº 8.080 e 8.142/1990), são
definidas normas complementares, a partir de uma gama de Portarias Ministeriais, que tratam do Planejamento em Saúde e da Gestão
Participativa, delineando instrumentos e formas de trabalho. Como regulatória deste processo, considera-se a Lei Complementar 141/2012, que,
dentre outros pontos, destaca estes instrumentos como fundamentais para o planejamento, transparência, visibilidade e monitoramento das ações,
traduzindo como elementos de análise na própria prestação de contas na área da saúde.
Desta forma, o presente documento apresenta o Plano Municipal de Saúde 2022-2025 (PMS), o qual norteará as Ações de Saúde neste
período, explicitando as intenções (linhas de ação, Compromissos e Objetivos) e os resultados (Metas) a serem alcançados pelo setor saúde do
município de Camaçari nos próximos quatro anos: 2022 a 2025.

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2. Enfoque Metodológico
O Plano Municipal de Saúde 2022-2025 foi elaborado em 2021, pela equipe técnica representativa das Diretorias, Coordenações e
diversos setores da SESAU, com a participação do Conselho Municipal de Saúde, sob condução da Diretoria e Coordenadoria de Planejamento,
Monitoramento e Avaliação em Saúde.
A definição das propostas prioritárias para o período, deu-se a partir da combinação de metodologias, em que foram utilizadas
ferramentas de planejamento estratégico, tendo como uma das etapas a realização da IX Conferência Municipal de Saúde (convocada através do
Decreto nº 7677/2021 de 09 de setembro de 2021), a qual foi realizada de forma híbrida, devido às necessárias políticas de distanciamento social
exigidas, em decorrência da pandemia pela COVID-19. Desta forma, houve possibilidade de participação virtual e encontros descentralizados,
cumprindo as orientações sanitárias definidas, porém, com a atenção necessária para a garantia da participação popular.
Além das propostas oriundas das deliberações da IX Conferência Municipal de Saúde (descritas no relatório da IX CMS), a Coordenação
de Planejamento elaborou uma matriz de compatibilização de metas e resultados, considerando os seguintes instrumentos de gestão: análise do
Plano Municipal de Saúde vigente (2018-2021); resultados alcançados pelo setor em 2021 (Relatório Quadrimestral), metas do Plano Plurianual
2022-2025 (PPA), além dos compromissos firmados pela gestão municipal. Esta matriz, juntamente com a análise da situação de saúde, foi
apresentada e debatida com o corpo técnico da SESAU em Oficinas de trabalho, de modo a embasar as propostas com viabilidade técnica e
financeira de execução, sem perder de vistas as demandas identificadas pela população.
Assim, o presente documento apresenta a Análise da Situação De Saúde municipal, bem como as metas referentes à gestão em saúde, que
subsidiarão as Linhas De Ação, seus compromissos e objetivos que irão direcionar as agendas municipais de saúde dos anos 2022 a 2025. As
linhas de ação estão estruturadas da seguinte forma:
Linha de Ação 1- Saúde com Qualidade ao Alcance de Todos - estrutura-se em torno do acesso e da qualidade dos serviços e tem como
compromisso melhorar o acesso da população aos serviços de saúde com qualidade e equidade, elegendo a Atenção Básica como ordenadora do
Sistema e coordenadora do cuidado, promovendo a integralidade da Atenção para os munícipes de Camaçari.

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Linha de Ação 2- Saúde para Viver Mais - contempla a promoção da saúde, prevenção de doenças e instrumentos de gestão do cuidado e
tem como compromisso melhorar a situação de saúde da população, através da pactuação de ações prevenção, promoção, tratamento,
recuperação e reabilitação em saúde nos munícipes de Camaçari.
Linha de Ação 3 – Gestão da Saúde com Qualidade – tem como compromisso gerir com eficiência, desenvolvendo uma estrutura de
administração compatível com as necessidades identificadas, a fim de que se instituam dinamicidade e aprimoramento nos processos de gestão,
com base nos instrumentos legais, econômicos, jurídicos e técnicos para o desenvolvimento de um modelo de gestão resolutivo e eficiente.

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3. Análise da Situação de Saúde
3.1 Perfil Socioeconômico e Demográfico
3.1.1 Território e População

A cidade de Camaçari está localizada na região litorânea do Estado da Bahia e pertence à Região Metropolitana de Salvador (RMS),
estando a aproximadamente 45 km da capital. Possui área de extensão territorial de 784.658km², tem clima tropical e faz fronteira ao norte com
as Regiões do Litoral Norte e do Agreste Baiano, a oeste com a Região do Recôncavo Sul e ao leste e sul com o Oceano Atlântico (CEDETER,
2011). É considerada sede da microrregião, conforme planejamento regional integrado, sendo referência para os municípios de Conde, Pojuca,
Mata de São João, Simões Filho e Dias D’Ávila.
O município de Camaçari está subdividido em dois distritos: Distrito Sede (61,5% da população), Distrito Costa (38,5% da população). É
rico em recursos naturais, contando com Bacias Hidrográficas (Rios Joanes, Jacuípe e Pojuca), Bacia de águas subterrâneas (aquífero São
Sebastião), lagoas, dunas, manguezais, restinga, Mata Ciliar e Mata Atlântica. O município tem 42 km de orla marítima banhada pelo oceano
Atlântico, compreendendo as praias de Busca Vida, Jauá, Arembepe, Jacuípe, Guarajuba e Itacimirim, o que reforça sua vocação para o turismo.
Camaçari é a quarta cidade mais populosa da Bahia e a segunda mais populosa da Região Metropolitana. A estimativa populaciona l do IBGE
para 2021 é de 309.208 habitantes.

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Figura 1: Mapa Camaçari-BA

Fonte: IBGE, 2010

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Ao analisar a população residente no município de Camaçari, observa-se o incremento de 62.379 residentes durante o período de 2010-
2020, configurando um crescimento populacional de 25% em dez anos, com média de incremento de 5.670 indivíduos por ano neste período. Tal
comportamento pode estar vinculado aos nascimentos e migração intra-regional, relacionada às empresas que se instalam ou abrem novas plantas
produtivas no município. Embora a população residente tenha apresentado crescimento no período considerado, o incremento anual de indivíduos
tem apresentado redução, podendo indicar uma desaceleração do crescimento populacional nos últimos anos da série (Gráfico 1).

Gráfico 1: População residente no município de Camaçari entre os anos de 2009 a 2020

Fonte: DATASUS. Estimativas preliminares elaboradas pelo Ministério da Saúde/SVS/DASNT/CGIAE. Acessado em 01/07/2021

3.1.2 Pirâmide etária

Em 2000, a pirâmide etária do município de Camaçari configurava-se como Estágio 1 da transição demográfica, apresentando uma base
mais larga e estreitamento do topo da pirâmide (UFG, 2018). Tal perfil é caracterizado por altas taxas de natalidade, retratando uma população
jovem, mas com altas taxas de mortalidade, observando-se quedas bruscas entre os grupos etários, e baixa expectativa de vida. Já em 2020, é

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possível observar que houve declínio nas taxas de natalidade, mas com taxas de mortalidade diferenciadas entre grupos etários, sendo acentuadas
entre adultos jovens; também é possível observar o aumento da expectativa de vida. Tais características são representadas pelo estreitamento da
base e discreto alargamento do meio e topo da pirâmide, aproximando-se do estágio 3 de transição demográfica.
É possível observar a redução da natalidade no município de Camaçari entre os anos 2000 e 2020. A base da pirâmide etária apresentou
estreitamento e o grupo etário de menores de cinco anos, que representava 11,5% da população em 2000, reduziu para 7,3% em 2020.
No que se refere à taxa de mortalidade, as quedas bruscas entre os grupos etários foram amenizadas entre os menores de 4 anos no ano de
2020 quando comparado à 2000. No entanto, há uma perda populacional entre os adultos jovens, principalmente após os 24 anos de idade e esta é
mais expressiva para o sexo masculino em 2020 (Gráficos 2 e 3).
Gráficos 2 e 3: Pirâmide etária do município de Camaçari, 2000 e 2020

Fonte: DATASUS. Estimativas preliminares elaboradas pelo Ministério da Saúde/SVS/DASNT/CGIAE. Acessado em 01/07/2021
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3.1.3 Proporção de idosos

O topo da pirâmide mais alargado, indica o aumento da expectativa de vida ao longo do período: o percentual de pessoas acima de 60
anos (Proporção de idosos) saiu de um patamar de 4,1% para 9%, no período considerado, representando um incremento de 119% na
participação percentual dos idosos no total da população, sendo possível observar o alargamento no topo da pirâmide etária. É importante
registrar o envelhecimento mais expressivo da população feminina, a qual pode ser um reflexo da sobre-mortalidade precoce masculina (Gráfico
4).
Gráfico 4: Proporção de idosos (acima de 60 anos) na população residente, Camaçari, 2000 a 2020

Fonte: DATASUS. Estimativas preliminares elaboradas pelo Ministério da Saúde/SVS/DASNT/CGIAE. Acessado em 01/07/2021

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3.1.4 Razão de sexo

A Razão de sexo (Feminino/Masculino) expressa a relação quantitativa entre os sexos, apontando para igualdade quando o indicador é
igual a 1. Quando se considera a população total de Camaçari, há uma discreta predominância da população feminina, havendo 4% a mais de
mulheres do que homens no município. No entanto, cabe salientar que há diferenças significativas quando se analisa essa composição segundo os
grupos etários: apesar do maior número de nascimentos de indivíduos do sexo masculino (Razão de sexo=0,95), a partir da faixa etária de 25-29
anos há uma inversão dessa proporção, e há uma tendência de aumento da população feminina com relação à masculina com o avançar da idade.
Na faixa etária de 25 a 29 anos, a quantidade de mulheres é 6% maior do que a dos homens (1,06) e o percentual é crescente até que as mulheres
passam a representar 85% da população na faixa etária acima de 80 anos (1,85), sendo um possível efeito da sobremortalidade de adultos jovens
do sexo masculino, principalmente relacionadas a lesões decorrentes de causas externas: acidentes (relacionados ao trânsito, ao afogamento, ao
envenenamento, a quedas ou a queimaduras) e de violências (agressões/homicídios, suicídios, tentativas de suicídio, abusos físicos, sexuais e
psicológicos) (Tabela 1).

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Tabela 1: Razão de Sexo (Feminino/Masculino), de acordo com a faixa etária, Camaçari, 2020

Fonte: DATASUS. Estimativas preliminares elaboradas pelo Ministério da Saúde/SVS/DASNT/CGIAE. Acessado em 01/07/2021

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3.1.5 Trabalho e renda

Os indicadores socioeconômicos caracterizam determinada sociedade no recorte de tempo estabelecido. Esses dados servem para analisar
os nascimentos, a composição etária da população residente e sua distribuição por sexo, a quantidade e classificação dos óbitos, o
envelhecimento, escolaridade, emprego, renda e muitos outros condicionantes da qualidade de vida dos habitantes. O ideal é que esses
indicadores sejam analisados em conjunto, propiciando a análise do panorama situacional e subsidiando a elaboração de propostas de intervenção
realistas e focadas nos principais indicadores que se deseja alterar (IBGE, 2016).
Os três principais indicadores econômicos já trazem uma reflexão sobre a complexidade de questões a serem analisadas. O PIB per capita
é o resultado da divisão entre o Produto Interno Bruto e a sua população e não deve ser analisado sem a contrapartida do IDHM que é a
adaptação da metodologia utilizada no cálculo do Índice de Desenvolvimento Humano Global para a realidade dos Municípios brasileiros. O
IDHM reflete principalmente as especificidades de cada cidade, o que traz um recorte mais realista e propicia a identificação de necessidades a
serem trabalhadas. Além desses dois indicadores que não devem ser analisados separadamente, há o Percentual das receitas oriundas de fontes
externas. Esse indicador reflete o quanto o município depende de recursos captados por outras fontes, ou seja, não gerados po r si mesmo. Esse
indicador é importante, pois quanto mais dependente de recursos estaduais e federais, menos auto-suficiente e mais suscetível a mudanças na
política de repasses fica o município (GUIMARÃES; FEICHAS, 2009).
Após considerações gerais desses indicadores, é possível fazer a análise direcionada para o município de Camaçari. O PIB per capita foi
de R$ 81.105,66, o que indicaria um valor mensal de R$ 6.758,80 por pessoa. No entanto, quando comparado com o salário médio mensal dos
trabalhadores formais, é notável uma significativa diferença, pois este é estimado em 3,6 salários mínimos, evidenciando que o PIB, em si, não
mede desigualdade. Quando se apresenta o percentual da população com rendimento nominal mensal per capita de até ½ salário mínimo, 41,5%
da população, é que a necessidade de interpretação dos dados torna-se imprescindível.
É necessário pontuar que está instalado no município o Pólo Industrial de Camaçari que conta com mais de 90 empresas e possui parcela
significativa no PIB municipal. O município, que possui o setor industrial como importante fonte de impostos, trabalho e renda, sofreu uma perda
significativa com a saída da empresa automobilística FORD no ano de 2021. Essa abrupta retirada do complexo de empresas (FORD e empresas

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terceirizadas) impacta diretamente na qualidade de vida dos funcionários e suas famílias devido à queda na renda em meio à crise causada pela
pandemia do SARS-CoV-2 assim como reflete no aumento busca por atendimento da saúde pública visto que essas pessoas perderam o plano de
saúde empresarial (Figuras 2 e 3).
Figura 2: Indicadores sobre Trabalho e Rendimento, Camaçari, 2010 e 2019

Fonte: IBGE Cidades, Acessado em julho de 2021


Figura 3: PIB per capta (2018), Percentual de receitas oriundas de fontes externas (2015), IDHM (2010), Camaçari

Fonte: IBGE Cidades, Acessado em julho de 2021

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3.1.6 Taxa de escolarização

Em 2010, 96,7% das pessoas na faixa etária de 6 a 14 anos estavam matriculadas (Taxa de escolarização), demonstrando que ainda
existe uma parcela da população em idade escolar a ser incluída no ambiente da educação formal. Tais dados foram obtidos do último censo,
realizado em 2010, sendo importante analisar como se deu a evolução do perfil educacional no município nos últimos dez anos, uma vez que a
educação se constitui como um importante determinante social da saúde (Figura 4).

Figura 4: Taxa de escolarização de 6 a 14 anos de idade, Camaçari, 2010

Fonte: IBGE Cidades, Acessado em julho de 2021

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3.2 Mortalidade

A Taxa de mortalidade geral no município de Camaçari apresentou tendência crescente até 2017, quando alcançou seu pico (1470
óbitos), decaindo em 2018 e voltando a crescer em 2019. De maneira geral, observa-se uma tendência ao aumento, tanto do número de óbitos por
ano, quanto da taxa bruta de mortalidade, a qual sai do patamar de 4,39 óbitos por mil habitantes em 2010 para 4,86 óbitos por mil habitantes em
2019 (Gráfico 5).

Gráfico 5: Perfil de mortalidade geral no município de Camaçari de 2010 a 2019

Fonte: MS/SVS/CGIAE - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM. Acessado em 01/07/2021

Analisando as causas de mortalidade por capítulo do CID-10 nesse mesmo período, observa-se que as causas externas ficaram em
primeiro lugar, representando, em média,23,7% do total de óbitos por ano, seguidas das doenças do aparelho circulatório (23,4%) e as Neoplasias
(14,2%). Em 2017, quando houve o pico de número de óbitos em Camaçari, as causas externas e as doenças do aparelho circulatório quase se
igualaram em número como os principais motivos pelos quais as pessoas faleceram naquele ano e estas duas causas se revezam como primeira e
segunda causas mais freqüentes ao longo de todo o período (Tabela 2).
23
Vale ressaltar, porém, que analisando separadamente o crescimento individual entre as causas, nota-se que, apesar de apresentarem
números relativamente baixos, as doenças do aparelho geniturinário, doenças osteomusculares e do tecido conjuntivo e as malformações e
anomalias congênitas cresceram mais de 100% em 10 anos (2009 a 2019), demonstrando a necessidade de uma atenção especial para tais
patologias.Observou-se também, uma redução na taxa de mortalidade em algumas causas como: doenças hematológicas e transtornos
imunitários, doenças de pele e tecido subcutâneo, doenças infecciosas e parasitárias e afecções do período perinatal.

Tabela 2: Número de óbitos e média anual por capítulos CID-10 no município de Camaçari entre os anos de 2009 e 2019

Fonte: MS/SVS/CGIAE - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM. Acessado em 01/07/2021

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A análise das Causas de óbito, segundo categoria da CID-10, evidencia que a agressão por disparo por outra arma de fogo não
especificada (CID X95) se configurou como a causa de óbito mais frequente no período de 2009 a 2019, registrando uma média de 132,7 óbitos
por ano. Cabe sinalizar também que a agressão por meio de disparo de arma de fogo de mão (CID X93) foi a sexta causa com maior número de
óbitos, com uma média de 27,9 óbitos por ano. A segunda causa de óbito mais frequente foi infarto agudo do miocárdio (média d e 58,5 óbitos
por ano), seguido por acidente vascular cerebral não especificado (média de 58,2 óbitos por ano) (Tabela 3).
Tabela 3: Número de óbitos e média anual por categoria CID-10 no município de Camaçari entre os anos de 2009 e 2019

Fonte: MS/SVS/CGIAE - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM. Acessado em 01/07/2021

25
Na análise do perfil de Mortalidade por faixa etária (2009 a 2019), observa-se que, entre os menores de 1 ano, a principal causa de
óbito foram algumas afecções relacionadas ao período perinatal (464 óbitos), seguida das doenças do aparelho respiratório (30 óbitos). Outro
fator que chama atenção na análise por faixa etária é que a mortalidade por causas externas se configurou como primeira causa de óbito na
maioria das faixas etárias (de 1 a 49 anos), com as seguintes freqüências: 1 a 4 anos (20 óbitos); 5 a 9 anos (22 óbitos); 10 a 14 anos (56 óbitos);
15 a 19 anos (610 óbitos); 20 a 29 anos (1220 óbitos); 30 a 39 anos (623 óbitos) e 40 a 49 anos (313). Merece destaque a concentração relevante
de óbitos por causas externas entre os adultos jovens do município, especialmente na faixa de 15 a 39 anos.
A partir de 50 anos de idade, prevalecem as doenças do aparelho circulatório como principal causa de óbito na população, assim
distribuída: 50 a 59 anos (507); 60 a 69 anos (738); 70 a 79 anos (723); 80 anos e mais (844). Assim, a população de 50 a 89 anos é a maior
vítima das doenças relacionadas ao aparelho circulatório e, tendo em vista que há uma tendência ao crescimento dessa faixa etária na população
nos últimos anos, é necessária a instauração de medidas para redução dessas doenças, com ações de nível preventivo que favoreçam as mudanças
no estilo de vida da população, uma vez que essas doenças estão ligadas a fatores modificáveis em saúde (BISPO et al., 2016).
Merece destaque também, como importante causa de mortalidade no município de Camaçari, as Neoplasias que se configuram como
segunda ou terceira causa de óbito mais frequente em quase todas as faixas etárias: de 10 a 80 anos e mais, sendo registrados 1968 óbitos por tais
causas no período de 2009 a 2019 (Tabela 4).

26
Tabela 4: Número de óbitos de acordo com o Capítulo- CID 10 e faixa etária no município de Camaçari entre os anos de 2009 e 2019

Fonte: MS/SVS/CGIAE - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM. Acessado em 01/07/2021

27
3.2.1 Causas mais freqüentes de óbito, segundo capítulo CID-10

3.2.1.1 Doenças do aparelho circulatório


As principais causas de morte nesse capítulo foram: Doenças cerebrovasculares (1137) e Doenças isquêmicas do coração (771) - com
destaque para infarto agudo do miocárdio.
As doenças do aparelho circulatório se constituem um desafio para o setor saúde e estão diretamente relacionadas a uma política pública
de promoção nos seus diversos âmbitos: desde o acesso ao consumo alimentar equilibrado à viabilização de infra estrutura que favoreça a
incorporação de hábitos do cotidiano que precisam ser melhorados ou substituídos, tais como o controle do peso, a baixa ingestão alcoólica e a
prática regular de atividade física (Cadernos da Atenção Básica, 2006).

3.2.1.2 Neoplasias
As principais causas de morte nesse capítulo foram: restante de neoplasias malignas (319); Neoplasia maligna da traquéia, brônquios e
pulmões (199); Neoplasia maligna da próstata (179); Neoplasia maligna do cólon, reto e ânus (121)
À medida que houve o declínio das taxas de mortalidade por doenças infecciosas e aumento da expectativa de vida populacional com o
desenvolvimento das sociedades no século XX, mudou também o perfil epidemiológico. As neoplasias malignas têm ocupado um papel de
destaque em saúde pública, visto que a incidência na população em geral vem aumentando. No Brasil, o câncer com maior incidência no sexo
masculino é o de próstata e no sexo feminino é o de mama. A maioria destes casos, quando tratados adequadamente e em tempo oportuno,
apresenta bom prognóstico, o que reforça a importância do acesso às consultas e exames preconizados no rastreio desses tipos de câncer (INCA,
2018).

3.2.1.3 Doenças do aparelho respiratório


As principais causas de morte nesse capítulo foram: restante das doenças do aparelho respiratório (373); Pneumonia (298); Doenças
crônicas das vias aéreas inferiores (239).
A pneumonia tem sido uma importante causa de óbitos dentro desse grupo, caracterizando enquanto uma doença inflamatória aguda que
acomete os pulmões. É um problema relevante em países em desenvolvimento e acomete de forma mais intensa populações vulneráveis, as quais
já possuem uma imunidade reduzida devido a diversos fatores, entre eles alimentação e qualidade de vida precária. Esse é outro agravo

28
diretamente relacionado à desigualdade de uma sociedade, pois, as populações com menos recursos e acesso a serviços básicos são as mais
acometidas por esta enfermidade (BRASIL, 2011).

3.2.1.4 Doenças do aparelho digestivo


As principais causas de morte nesse perfil foram as Doenças do fígado (376) com destaque para o sub-grupo de doença alcoólica do
fígado (171), atingindo principalmente a população na faixa etária 50-59 anos. Destaca-se a importância do olhar de saúde pública sobre o
consumo excessivo e prolongado de álcool e seus efeitos na população.

3.2.2 Mortalidade por Causas Externas


A Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violências, instituída pela Portaria n° 737 MS/GM, de 16 de maio
de 2001, tem como objetivo ser um instrumento orientador da atuação do setor saúde e adota a expressão morbimortalidade ao conjunto das
ocorrências acidentais e violentas que matam ou geram agravos à saúde e que demandam atendimento nos serviços de saúde. Acresce a esse
grupo de eventos aqueles que, mesmo não chegando aos serviços de saúde, são do conhecimento de outros setores da sociedade (polícias,
hospitais não credenciados ao Sistema Único de Saúde (SUS), dentre outros) (BRASIL, 2001).
Os acidentes e as violências são fruto de ações ou omissões humanas, o que sofre intrínseca influência social, econômica e política, mas
também do ser e crer individual. A população é atingida por diferentes tipos de violência com consequências distintas. A principal diferença parte
do pressuposto de intencionalidade: a violência está relacionada ao uso intencional da força ou poder. Os homens sofrem mais violências que
levam a óbito e tornam-se visíveis nos índices de mortalidade. Em outros segmentos, porém, sobretudo o de criança, adolescente, mulher e idoso,
as violências não resultam necessariamente em óbito, mas repercutem, em sua maioria, no perfil de morbidade, devido ao seu impacto sobre a
saúde (BRASIL, 2001).
Acidente é entendido como o evento não planejado e prevenível, causador de males físicos e/ou emocionais em qualquer ambiente. Como
é muito tênue essa linha do intencional ou não, sendo que muitas vezes as informações determinantes da distinção entre acidente e violência são
alteradas ou não investigadas, reconhece-se que os dados e as interpretações sobre acidentes e violências comportarão sempre um certo grau de
imprecisão. Os acidentes e as violências configuram um problema de saúde pública, que pode ou não levar a óbito, no qual se i ncluem as causas
ditas acidentais e intencionais (BRASIL, 2001).
29
As três principais causas externas de óbitos no município de Camaçari na série histórica analisada (2010-2019) em ordem decrescente por
CID10 foram: agressões (63,4%), acidentes de transporte (14,2%) e outras causas externas de lesões acidentais (8,8%) (Tabela 5).
As agressões incluem homicídios e lesões infligidas por outra pessoa, empregando qualquer meio, com a intenção de lesar (ferir) ou de matar.
Esta categoria será discutida com maior riqueza de detalhes, pois, sozinha, representa mais da metade dos óbitos por causas externas
(DATASUS).
Os acidentes de transporte são caracterizados pelo envolvimento de um veículo destinado, ou usado no momento do acidente,
principalmente no transporte de pessoas ou mercadorias (DATASUS).
Outras causas externas de lesões acidentais incluem quedas, exposição a forças mecânicas inanimadas e animadas, afogamento e
submersão acidentais, outros riscos acidentais à respiração, exposição à corrente elétrica, à radiação e às temperaturas e pressões extremas do
ambiente, envenenamento (intoxicação) acidental por exposição a substâncias nocivas, entre outros (DATASUS).
As causas externas são traumatismos, lesões ou quaisquer outros agravos à saúde – intencionais ou não – de início súbito e como
consequência imediata de violência ou outra causa exógena. Neste grupo, incluem-se as lesões provocadas por eventos no transporte, homicídios,
agressões, quedas, afogamentos, envenenamentos, suicídios, queimaduras, lesões por deslizamento ou enchente, e outras ocorrências provocadas
por circunstâncias ambientais (mecânica, química, térmica, energia elétrica e/ou radiação) (SESAB).
Os óbitos por causas externas têm apresentado crescimento considerável no município de Camaçari, superando, inclusive, os óbitos por
neoplasias e atingindo, principalmente a população masculina jovem adulta. Estudos apontam que a sua abordagem deve se dar a partir de
políticas intersetoriais, visto que são determinadas por níveis de desigualdade, de renda, educação e segurança pública, aliada à resolutividade
dos homicídios e demais crimes ocorridos (BRASIL, 2021; IPEA, 2019).

30
Tabela 5: Número de óbitos por Causas Externas Residência, segundo Grande Grupo CID10, Camaçari, 2010 a 2019
Grande Grupo CID10 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 Total
X85-Y09 Agressões 141 156 187 182 206 198 234 251 187 202 1.944
V01-V99 Acidentes de 51 52 65 54 46 40 31 47 25 25 436
transporte
W00-X59 Outras causas 25 24 29 26 26 18 45 23 23 32 271
externas de lesões acidentes
Y10-Y34 Eventos cuja 15 14 35 19 15 16 16 8 54 49 241
intenção é indeterminada
Y35-Y36 Intervenções legais 4 2 10 7 9 9 18 34 3 3 99
e operações de guerra
X60-X84 Lesões 6 3 5 7 8 13 7 7 7 5 68
autoprovocadas
voluntariamente
Y40-Y84 Complicações da 2 - - - 2 1 1 1 - 1 8
assistência médica e cirúrgica
Y85-Y89 Seqüelas de causas - - - 1 - - - - - - 1
externas
TOTAL 244 251 331 296 312 295 352 371 299 317 3.068

Fonte: DATASUS/Tabnet, acessado em 19 de julho de 2021

A quantidade de óbitos decorrentes de disparo de arma de fogo tem sido um problema nacional, não somente pelo número de ocorrências,
mas também porque tem vitimado concentradamente os adolescentes e os adultos jovens. A agressão por arma de fogo é um problema
intersetorial que perpassa todas as instâncias do poder público e são diretamente influenciados por indicadores socioeconômicos, como:
densidade demográfica, proporção da população com baixa renda, taxa de analfabetismo, desemprego, trabalho e renda e índice de
desenvolvimento humano (SOUZA et al., 2014).

31
No município de Camaçari, analisando a série histórica acima, os anos com maiores vítimas fatais de agressões armadas foram: 2017,
2016 e 2019 (ordem decrescente por número de óbitos) (Tabela 6). Para mudar essa realidade, é necessário que ocorra a análise e o
enfrentamento intersetorial a partir da realidade local, levando em consideração características socioeconômicas e culturais (SOUZA et al.,
2014).
Tabela 6: Número de óbitos, segundo categoria "agressão por arma de fogo", Camaçari, 2010 a 2019
Óbitos por Residência por Ano do Óbito segundo Grande Grupo CID10
Município: 290570 Camaçari
Grande Grupo CID10: X85-Y09 Agressões
Categoria CID10: X93 Agressão disparo de arma de fogo de mão, X94 Agressão disparo arma fogo de maior
calibre, X95 Agressão disparo outra arma de fogo ou NE
Período: 2010-2019
Grande Grupo 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 Total
CID10
Agressões 121 126 165 157 174 175 206 216 164 183 1.687
disparo arma de
fogo

Fonte: DATASUS/Tabnet, acessado em 19 de julho de 2021

3.2.2 Distribuição Proporcional De Óbitos Por Causas Externas, segundo faixa etária

As causas externas tem sido das mais prevalentes em números absolutos de óbitos no município de Camaçari. A faixa etária de 20-29
anos possui a maior proporção, seguida por 15-19 anos e 30-39 anos. Isso significa que, em 2019, 72,8% das mortes por causas externas se
concentrou em adolescentes e adultos jovens contrapondo 75% no ano de 2010. Os óbitos por causas externas mantiveram-se em um elevado
patamar entre adolescentes e adultos jovens, com uma modesta redução de 2,9% no comparativo entre 2010 e 2019 nesta população (Gráfico 06).
O Estatuto da Juventude, publicado na lei 12.852, de 05 de agosto de 2013, dispõe sobre os direitos dos jovens e elenca diversos
princípios, entre eles a promoção da autonomia e emancipação dos jovens e promoção da vida segura, da cultura da paz, da solidariedade e da
32
não discriminação. Estabelece também o direito à cidadania, educação, profissionalização, ao trabalho e à renda, à cultura, segurança pública,
entre outros (BRASIL, 2013).
No entanto, o alto número de mortes por causas externas demonstra que o poder público não tem sido exitoso no que instituiu em lei há
mais de sete anos. A busca por soluções efetivas na redução da mortalidade dos jovens não tem avançado e não se observa impactos tangíveis de
programas governamentais na inclusão destes no mercado de trabalho ou que lhes proporcione uma qualidade de vida que impacte diretamente
na redução de óbitos.
Quando o indivíduo morre numa etapa de vida produtiva, a coletividade perde parte de seu potencial econômico, intelectual e social. A
morte de adolescentes e jovens adultos impacta na oferta de mão-de-obra para o mercado de trabalho, na quantidade de crianças órfãs, na
contribuição previdenciária, entre outras questões de relevância para a sociedade. Portanto, ao averiguar que esse é um problema transversal a
diversas áreas da gestão municipal, é necessário pensar estratégias que possam ser desenvolvidas e geridas no âmbito intersetorial para atenuar
esse indicador cujas mortes, em muitos casos, podem ser evitadas.

33
Gráfico 06: Distribuição proporcional de óbitos por causas externas, segundo faixa etária, 2010 e 2019, Camaçari-BA

Fonte: MS/SVS/CGIAE - Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM

3.2.3 Mortalidade segundo sexo

Ao analisar a mortalidade segundo sexo nos anos de 2009 e 2019, constatasse que houve uma maior quantidade de óbitos de pessoas do
sexo masculino quando comparado ao feminino, na ordem de 65% a mais em 2009 e 63% a mais em 2019, apresentando razões de 1,65 e 1,63,
respectivamente, conforme descrito no Tabela 7.
Entre os homens, a principal causa descrita no capítulo CID-10 são as causas externas de morbidade e mortalidade, sejam agravos de
violência (intencionais ou não), traumas ou outras causas exógenas, sendo a sua ocorrência cerca de nove vezes maior entre os homens quando
comparado às mulheres.É reconhecido que as causas externas representam um grande problema de saúde pública na atualidade,com altas taxas de
morbimortalidade, atingindo faixas etárias jovens e representando elevados gastos para o setor público. O conjunto de acidentes e violências que
as constituem são previsíveis e preveníveis, razão pela qual podem e devem ser enfrentados (MELLO JORGE, KOIZUMI, TONO, 2007) por
políticas públicas intersetoriais, inclusivas e efetivas.

34
Já entre as mulheres, as doenças do aparelho circulatório estão em primeiro lugar, o que pode estar relacionado aos fatores hormonais, de
envelhecimento e alterações no perfil metabólico da população feminina (MELO et al, 2018).
Apesar de morrerem mais indivíduos do sexo masculino, as neoplasias (Cap. II- CID 10) apresentaram mortalidade equivalente entre
homens e mulheres em 2009 e 2019, com razões próximas ou iguais a 1. Com bases em tais dados, fica perceptível a necessidade de medidas
assertivas para prevenção e detecção precoce em ambos os grupos.

Tabela 7. Número de óbitos e razão de mortalidade por sexo segundo capítulo CID-10 dos anos de 2009 e 2019

Fonte: MS/SVS/CGIAE - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM. Acessado em 01/07/2021

35
3.3 Natalidade

Camaçari tem registrou uma média de 4265 nascidos vivos por ano, no período de 2009 a 2019. Este número apresentou uma tendência
crescente até o ano de 2015, quando foi registrada uma redução considerável, retomando o crescimento em 2017. Cabe registrar que, em 2015,
foi identificado o primeiro caso de infecção autóctone pelo Zika vírus (ZIKV) no Brasil, o qual é transmitido principalmente pela picada do
mosquito Aedes aegypti. Além dessa via de infecção, o ZIKV pode ser transmitido por via transplacentária, o que atraiu grande atenção em
decorrência das consequências da infecção durante a gestação, como a microcefalia em recém-nascidos (LIMA e IRIART, 2021), quadro que
pode ter influenciado na redução considerável do número de gestantes entre os anos de 2015 e 2016.
A taxa bruta de natalidade, por sua vez, vem apresentando tendência de redução, saindo do patamar de 16,3 nascidos vivos por mil
habitantes em 2009 para 14,2 em 2019, menor taxa do período considerado (Gráfico 07).

Gráfico 07: Número de nascidos vivos e taxa bruta de natalidade em Camaçari de 2009 a 2019

Fonte: Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos - SINASC data de acesso em 15 de julho de 2021

36
Percebe-se que, em relação ao número de consultas pré-natal, tem se mantido uma tendência ao aumento do número de nascidos vivos
de mães que realizaram 7 ou mais consultas pré-natal, quando analisado o período de 2009 à 2019, alcançando o percentual de cerca de 57% em
2019, o maior da série histórica considerada.
É possível observar também o aumento de usuárias que não realizaram nenhuma consulta pré-natal, que em 2009 apresentou o valor de
3,86%, chegando a 20,23% em 2017 (o que pode refletir problemas relativos à equidade no acesso a tais consultas), quando passa a apresentar
tendência de redução, sendo registrado 8,27% do total em 2019. Merece destaque a tendência ao aumento de nascidos vivos com a situação
ignorada no que se refere ao número de consultas de pré-natal, representando 7,17% do total das crianças nascidas em 2019, refletindo a
necessidade de se investir no debate e formação sobre a qualidade dos dados registrados nos formulários e nos sistemas de informação em saúde.
Avaliando o ano de 2019, observa-se a seguinte distribuição percentual: nenhuma consulta = 8,27%; 1 a 3 consultas = 5,12%; 4 a 6 consultas =
22,49%; 7 ou mais consultas = 56,94% (Gráfico 08).

37
Gráfico 08: Percentual de Nascidos Vivos, segundo número de consultas de pré natal, Camaçari, 2009 a 2019

Fonte: Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos - SINASC

Em relação ao tipo de parto, percebe-se que os tipos de parto mais realizados são os partos do tipo vaginal, apresentando uma média de
55,4%, enquanto a média de partos do tipo cesário é de 44,4%, quando avaliado o período de 2009 a 2019. Em 2019 foram observados os
valores: 54,5% para os partos do tipo vaginal, e 45,3% para os partos do tipo cesário (Gráfico 09).

38
Gráfico 09: Proporção (%) de Nascidos Vivos de mães residentes, segundo tipo de parto, Camaçari-BA, 2009 a 2019

Fonte: Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos - SINASC

Analisando os dados referentes de peso ao nascer de nascidos vivos de mães residentes em Camaçari, pode-se observar que a maioria
tem apresentado peso acima de 2500g, o que é considerado adequado para o nascimento.
A média anual de nascidos vivos com peso considerado ideal, entre 2500 e 3999g, foi de 85,4% do total. Observa-se também um
crescimento no percentual de nascidos vivos com mais de 4.000g, comparando-se o ano de 2009 (5,0%) e 2019 (5,6%), com o maior valor no ano
de 2012 (6,8%). Quando analisado o ano de 2019, observa-se os seguintes valores: abaixo de 2500g = 8,6%; 2500 – 3999g = 84,4%; e acima de
4000g = 6,4% (Gráfico 10).

39
Gráfico 10: Proporção (%) de Nascidos Vivos, segundo peso ao nascer, Camaçari-BA, 2009 a 2019

Fonte: Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos - SINASC

40
3.4 Doenças Transmissíveis
3.4.1 Hepatite B e C
As Hepatites são doenças decorrentes de um processo inflamatório que acometem as células hepáticas, podendo evoluir sob formas
agudas e crônicas e cuja causa etiológica é múltipla, como por exemplo bactérias, vírus, substâncias químicas (álcool, medicamentos, etc).
Possuem semelhanças do ponto de vista clínico, mas diferenciam-se quanto à sua evolução. No Brasil, são doenças de Notificação
Compulsória e a Vigilância Epidemiológica é desenvolvida para a detecção e acompanhamento dos Vírus A, B, C, D e E.
Os Vírus das Hepatites A e E são de transmissão oro-fecal, enquanto os vírus B, C e D são transmitidos por sexo, sangue, secreções e
transmissão vertical. Desse modo, torna-se necessário ter um conjunto de ações, de caráter individual e coletivo, abrangendo promoção,
prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção da saúde.
No município de Camaçari, os principais vírus notificados são o HBV e o HCV, cujo Coeficiente de Incidência/100.000 hab tem evoluído
para um aumento de detecção de casos de HCV e tendência para declínio para o HBV (Gráfico 11).
Gráfico 11: Taxa de incidência de Hepatites B e C, por 100 mil habitantes, em Camaçari, 2010-2020.

Fonte: SESAU/CICS/SINAN

41
A Rede SUS do Município disponibiliza, de rotina, Vacinas contra as Hepatites A e B, além da Imunoglobulina Humana para Hepatite B
(RN de mães HBV positivas). Dispõe também de Testes Rápidos para Hepatites B e C, o que tem incrementado o diagnóstico e Notificação
dessas doenças. A confirmação de casos suspeitos através de Sorologias, Isolamento Viral e Biologia Molecular são encaminhadas e realizadas
pelo Laboratório de Saúde Pública (LACEN-BA). Cabe ressaltar que essas doenças crônicas têm tratamento garantido pelo SUS e, se não
tratadas, podem evoluir para hepatocarcinoma e/ou cirrose hepática.

3.4.2 HIV/AIDS
A taxa de detecção de Aids no Brasil tem apresentado queda, nos últimos vinte anos (BRASIL). No entanto, o comportamento do agravo
na região Nordeste do país ocorre de maneira contraria, tendendo ao crescimento no número de casos notificados.
Em Camaçari, nos últimos dez anos, a taxa de incidência apresenta crescimento do ano de 2012 ao ano de 2019. Em 2020, o número de
casos de HIV reduz de 110 para 77 casos, o que pode ter ocorrido pela redução no atendimento dos serviços de saúde, decorrente da pandemia de
COVID-19 (Gráfico 12). Importante ressaltar que, assim como as demais infecções sexualmente transmissíveis, trata-se de uma doença
subnotificada e sub-diagnosticada, o que leva a crer que o número de pessoas acometidas pelo vírus pode ser ainda maior no município. Com
relação ao sexo, a partir de 2015, os homens foram mais diagnosticados com HIV do que as mulheres. De 2010 a 2014, as mulhere s
predominavam nas notificações, exceto em 2011, conforme demonstra a razão de sexo no Gráfico.

42
Gráfico 12: Número de casos, taxa de incidência e razão de sexo de HIV/Aids. Camaçari, 2010 a 2020.

Fonte: SESAU/CICS/SINAN e SUVISA


A taxa de detecção de gestante com HIV vem oscilando em Camaçari, estando em 2,57 no ano de 2020 (Gráfico 13).
Gráfico 13: Número de casos e taxa de detecção de gestantes com HIV. Camaçari, 2010 a 2020.

Fonte: SESAU/CICS/SINAN e SUVISA


43
3.4.3 Sífilis
A taxa de detecção de Sífilis Adquirida em Camaçari apresentou crescimento importante entre os anos de 2010 e 2018, quando caiu de
100,09 para 72,21 em 2019. Em 2020, a taxa de detecção reduziu ainda mais em relação ao ano anterior, chegando a 45,02. As mudanças
ocorridas na assistência à saúde em 2018, com a implantação dos distritos sanitários, e a redução de ações de testagem devido a pandemia do
COVID-19 podem ter contribuído para a mudança no padrão epidemiológico do agravo. A taxa de detecção de Sífilis em gestantes manteve-se
com tendência ao crescimento, uma vez que a assistência pré-natal não sofreu impacto significativo com a chegada do novo coronavírus. A Sífilis
Congênita permanece sendo um grave problema de saúde pública em Camaçari, chegando a uma taxa de incidência de 12,59 em 2020. Entre os
anos de 2014 e 2019, houve uma queda no número de casos da doença. No entanto, a queda abrupta ocorrida em 2019, deveu-se a subnotificação,
decorrente de alteração no serviço do Hospital Geral de Camaçari, principal fonte notificadora da Sífilis Congênita na cidade. O número de
casos e a taxa de incidência de Sífilis Congênita no em 2020 foram os mais elevados dos últimos dez anos (Gráfico 14).

Gráfico 14: Taxa de detecção e taxa de incidência da Sífilis Adquirida, Sífilis em Gestantes e Sífilis Congênita. Camaçari, 2010 a 2020.

Fonte: SESAU/CICS/SINAN e SUVISA

44
3.4.4 Hanseníase
A hanseníase é uma doença crônica, infecto contagiosa, cujo agente etiológico é o Mycobacterium leprae. A doença acomete
principalmente os nervos superficiais da pele e troncos nervosos periféricos, mas pode afetar também os olhos e órgãos internos. A doença evolui
de forma progressiva e, se não tratada, pode levar a incapacidade física permanente.
A doença está associada a condições de vulnerabilidades sociais e é considerada como uma das doenças negligenciadas, a sua magnitude
e o alto poder incapacitante mantêm a hanseníase como um problema de saúde pública ainda nos dias de hoje.
A taxa de detecção de casos novos de hanseníase permite determinar a força de morbidade, magnitude e tendência do agravo ao longo do
tempo. De acordo com a série histórica de 2011 a 2020, o município de Camaçari teve uma queda acentuada da taxa de detecção de casos novos
em 2016, 7,9%, que está relacionada a greve dos servidores neste ano, o que colaborou para a diminuição do acesso aos serviços da atenção
primária e, portanto, nos diagnósticos da doença (Gráfico 15).
A partir de 2017, com o retorno dos atendimentos e atividades de promoção e prevenção, realizados pela atenção primária, houve o
aumento na taxa de detecção de casos novos, ao longo dos três anos seguintes, fruto das capacitações dos profissionais, acompanhamento e
monitoramento dos casos pela atenção primária e também pela descentralização do diagnóstico da doença, que antes eram todos referenciados
para os especialistas.
Em 2020 observa-se uma queda na frequência de casos novos de hanseníase, representada por 11,8%, que pode estar associado a
diminuição da procura pelos serviços de saúde diante das medidas de distanciamento social implantadas durante a pandemia, que traz como
conseqüência a abstinência dos pacientes nos serviços.
Logo, é essencial e indispensável que os serviços considerados porta de entrada se organizem para que, ainda que em momento de
pandemia, possam garantir o acesso do usuário aos seus serviços, permitindo o tratamento oportuno e a cura.
De acordo com o Manual para tabulação dos indicadores de Hanseníase, Camaçari vem apresentando uma proporção de cura considerada
regular, com a menor proporção de cura em 2017, com 83,3%, e a maior em 2014, com 94,9% (Gráfico 16).

45
Gráfico 15: Taxa de detecção de casos novos de Hanseníase (por 100 mil hab). Camaçari, 2011-2020.

Fonte: SESAU/CICS/SINAN e IBGE/TABWIN

Gráfico 16: Proporção de cura de Hanseníase (por 100 mil hab), Camaçari, 2011 a 2020.

Fonte: SESAU/CICS/SINAN e IBGE/TABWIN

46
3.4.5 Tuberculose
A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível que afeta prioritariamente os pulmões, é considerada uma doença neglige nciada
com profundas raízes sociais, que foi eleita pelo Ministério da Saúde como problema prioritário de saúde pública.
A transmissão da tuberculose, pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, conhecida também como bacilo de Koch (BK), acontece através
da via aérea, a partir de uma pessoa com tuberculose ativa pulmonar ou laríngea, que exala aerossóis ao tossir, falar ou espirrar.
A doença pode levar o paciente à morte, pela própria doença ou por outra condição grave de saúde já instalada em um doente. No entanto,
a doença tem cura, e deve ser acompanhada de perto pelas equipes de saúde para garantir a cura e o controle da doença.
Com base na série histórica de 2010 a 2020, verifica-se uma tendência a diminuição do coeficiente de incidência de tuberculose. Ainda
que tenha havido um aumento no número de casos entre 2017 e 2018, observa-se o declínio do coeficiente de incidência de casos novos nos
últimos três anos, conforme demonstrado no Gráfico 17.
Contudo, a redução mais acentuada na incidência em 2016, pode não corresponder a real situação epidemiológica à época, já que no
mesmo período ocorreu um movimento grevista de servidores, que pode ter impactado no indicador, já que limitou o acesso de usuários e,
consequentemente, o diagnóstico de novos casos. Houve aumento do indicador de incidência nos dois anos subsequentes, 2017 e 2018.
Apesar do período de pandemia, que poderia levar a uma queda na identificação de casos novos, devido ao isolamento social e, portanto,
a menor procura pelos serviços de saúde, acredita-se que, pelo fato da tuberculose ter sintomas também respiratórios, contribuiu indiretamente
para que a identificação da doença permanecesse ativa, por conta da investigação da contaminação pela COVID-19.

47
Gráfico 17: Número de Casos Novos e Coeficiente de Incidência de Tuberculose (por 100 mil hab), todas formas, Camaçari-BA, 2010 a
2020.

Fonte: SESAU/CICS/SINAN e IBGE/TABWIN

O coeficiente de incidência de Tuberculose Pulmonar com confirmação laboratorial estima o risco de adoecimento por tuberculose, por
ser a forma pulmonar que mantém a transmissão da doença, por isso a importância do monitoramento da incidência deste agravo.
No município de Camaçari, de acordo com a série histórica de 2010 a 2020, embora tenha sido observado uma queda anual no coeficiente
de incidência da doença entre 2014 e 2016, houve tendência ao incremento nos anos seguintes da série histórica, seguindo uma tendência
semelhante à do país, conforme dados do Ministério da Saúde (Brasil, 2019).
O aumento da taxa de incidência a partir de 2017 pode estar relacionado ao retorno dos serviços após um momento longo de greve em
2016, e sua queda nos anos seguintes pode estar vinculado ao trabalho que vem sendo desenvolvido através da atenção primária, com
acompanhamento dos casos de tuberculose ativa, prevenção de novos casos, e capacitação dos profissionais.

48
Gráfico 18: Número de Casos Novos e Coeficiente de Incidência de Tuberculose com confirmação Laboratorial, (por 100 mil hab),
Camaçari-BA, 2010 a 2020.

Fonte: SESAU/CICS/SINAN e IBGE/TABWIN

3.4.6 Coqueluche
A Coqueluche é uma doença infecciosa aguda, transmitida principalmente pelas vias respiratórias, através de gotículas eliminadas ao
falar, tossir ou espirrar, e apesar da menor possibilidade, pode ocorrer também através de objetos recentemente contaminados (BRASIL, 2015).
Trata-se de uma doença de distribuição universal, que compromete especificamente o aparelho respiratório (traqueia e brônquios) e se
caracteriza por paroxismos de tosse seca. Crianças e lactantes são mais suscetíveis a complicações pela doença, e essas complicações em
lactantes podem levar à morte (BRASIL, 2015).
A principal medida de prevenção da coqueluche é a vacinação, vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b
conjugada e Hepatite B recombinante (Pentavalente/DTP+Hib+HB), disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças e gestantes
(BRASIL, 2015).

49
Desde de 2019, até a semana epidemiológica 26 deste ano (27/06/2021) não houve notificação de casos de coqueluche no município de
Camaçari. Havendo apenas 05 casos confirmados em 2018 e nenhum em 2017. O que não acompanha a tendência do aumento do coeficiente de
incidência do estado, que vem tendo um incremento dos casos desde 2017.
Na série histórica de 2010 a 2020, em Camaçari, é possível identificar um pico no coeficiente de incidência da coqueluche em 2014, que
acompanhou a tendência do número de casos ocorridos no estado da Bahia e em outros estados do Brasil, com um total de 27 casos confirmados
(Gráfico 19).
A implementação da vacina DTPa para gestantes foi uma estratégia que o governo federal, através do Ministério da Saúde adotou para
reduzir os casos de coqueluche no Brasil desde 2016, o que pode ter colaborado para o controle da doença no município, e em 2020 e 2021,
somado a isso, a pandemia trouxe o uso de máscaras e distanciamento social, o que também pode estar contribuindo para a inexistência de casos
notificados de coqueluche.
Gráfico 19: Coeficiente de incidência de coqueluche, Camaçari-BA, 2010 a 2020.

Fonte: SESAU/CICS/SINAN e IBGE/TABWIN

50
3.4.7 Doenças De Transmissão Vetorial
3.4.7.1 Arboviroses
3.4.7.1 Dengue, chikungunya e zika
A partir da série histórica de 2010 a 2020, referente à frequência de casos de dengue no município de Camaçari, torna-se evidente o
comportamento endêmico da doença, com variações no número de notificações, excetuando-se os anos de 2015, 2019 e 2020, considerados anos
epidêmicos no município.
Em 2015, também foram identificados os primeiros casos de chikungunya e zika no município, que apresentou coeficiente de incidência
de chikungunya de 167 casos (notificados) por 100 mil habitantes e de zika de 235,5 por 100 mil habitantes (Gráfico 20), considerado um ano
com ocorrência de tríplice epidemia das arboviroses dengue, chikungunya e zika, cujas transmissões são mediadas pelo mesmo vetor, o mosquito
Aedes aegypti (Figura 5).
O vírus zika foi identificado no Brasil pela primeira vez no município de Camaçari em abril de 2015, através da identificação laboratorial
em amostras de sangue de pacientes de um hospital privado que apresentavam os sintomas de uma Doença Exantemática Indeterminada (DEI),
que vinha acometendo os residentes de Camaçari desde do mês de fevereiro, assim como moradores de outras cidades do Nordeste. Na Bahia, em
2015, foram notificados mais de 63mil casos em 288 municípios, destacando a região metropolitana de Salvador (BAHIA, 2016).
A ocorrência desta doença em Camaçari foi inicialmente monitorada pela Vigilância Epidemiológica, através de busca ativa em
prontuários de Unidades locais de Pronto Atendimento, identificando-se mais de 5 mil casos suspeitos entre os meses de fevereiro e julho de
2015. Em agosto de 2015, o Ministério da Saúde implantou uma ficha de notificação para registrar no SINAN todos os casos desta doença
ocorridos no país (Figura 1). Nos anos seguintes, no entanto, foi observada uma redução no número de notificações de casos suspeitos e
confirmados de Zika, culminando com 53 casos notificados em 2020, com taxa de incidência sobre confirmados de 5,9 por 100mil habitantes e
para casos notificados 17 por 100 mil habitantes.

51
Gráfico 20: Coeficiente de incidência por 100 mil habitantes e frequência de casos de zika (considerando casos notificados e
confirmados) em Camaçari entre 2016 e 2020

Fonte: SESAU/CICS/SINAN.

52
Figura 5. Linha do tempo com número de notificações de arboviroses e descrição da situação em Camaçari em 2015.

Elaboração: SESAU/DEVISA/COVEPI

Com relação à Chikungunya, apesar do decréscimo apresentado na frequência de casos notificados e confirmados nos anos de 2016 a
2018, nos anos de 2019 e 2020 houve significativo aumento na quantidade de notificações e, conseqüentemente, nas confirmações de casos,
apresentando, aproximadamente, taxas de incidência para notificados de 282, 1 e 315 por 100 mil, para notificados, e 205,3 e 255,0 por 100 mil
para confirmados, respectivamente. Sugerindo possível manutenção de taxas semelhantes nos anos posteriores (Gráfico 21).

53
Gráfico 21: Coeficiente de incidência por 100 mil habitantes e frequência de casos de chikungunya (considerando casos notificados e
confirmados) em Camaçari entre 2015 e 2020.

Fonte: SESAU/CICS/SINAN.

No que tange à dengue, depois do ano considerado como epidêmico de 2015, e com a perspectiva da OMS e OPAS para aumento de
casos no ano de 2020, os anos de 2019 e 2020 apresentaram frequência de casos notificados e confirmados e taxas de incidência sobre
notificados e confirmados ainda maiores no município de Camaçari. Esses dados sugerem que em 2021 possam ainda ser altos, de forma a
ultrapassar o limite epidêmico do município, segundo diagrama de controle atualizado dos anos de 2010 a 2020 (Gráficos 22 e 23).

54
Gráfico 22: Frequência de casos de dengue (considerando casos notificados e confirmados) em Camaçari entre 2010 e 2020.

Fonte: SESAU/CICS/SINAN.
Gráfico 23: Coeficiente de incidência por 100 mil habitantes de dengue (considerando casos confirmados) em Camaçari entre 2010 e
2020.

Fonte: SESAU/CICS/SINAN.

55
Em razão da ocorrência simultânea destas doenças, numa população com elevado número de suscetíveis, é imprescindível que esforços de
combate ao vetor para a redução dos índices de infestação predial sejam mantidos na rotina, com metas cumpridas, tal como preconizado pelas
diretivas governamentais. O fortalecimento das ações de educação em saúde junto à comunidade e de vigilância epidemiológica, com capacitação
constante dos profissionais de saúde da rede no manejo clínico de pacientes com suspeita de chikungunya e dengue e notificação de casos
suspeitos, são ações que precisam de constante revisão para que dados confiáveis possam subsidiar o direcionamento oportuno de ações de
controle. Para além disso, a ampliação da rede assistencial e ações básicas de saneamento urbano também são medidas importantes no controle
destas doenças.

3.4.7.2 Síndrome Neurológica Congênita Associada Ao Vírus Zika


Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, desde outubro de 2015 até 31 de dezembro de 2016 (SE 52) foram 1.534
notificações de casos suspeitos de microcefalia em 1.307 municípios de todos os estados e distrito federal. Considerando as investigações já
concluídas, 2.366 casos foram confirmados para microcefalia e outras alterações do sistema nervoso, sugestivos de infecção congênita no Brasil e
433 casos foram confirmados na Bahia (Tabela 8).
Em Camaçari, até dezembro de 2020, foram notificados à COVEPI, 53 casos de recém-nascidos com suspeita de microcefalia ou outras
alterações do sistema nervoso central associadas ao vírus zika, dos quais 20 foram confirmados, 15 foram descartados, 08 estão em investigação,
03 inconclusivos e 07 estão classificados como prováveis. Os casos confirmados ou descartados foram submetidos à avaliação com neuropediatra
do Centro de Reabilitação Multiprofissional (CEMPRE) e/ou exames de imagens, exceto 02 recém-nascidos que evoluíram para óbito nos
hospitais de nascimento.

56
Tabela 8: Casos notificados, confirmados, descartados e em investigação de microcefalia no Brasil, Bahia e Camaçari. Outubro de 2010 a
dezembro de 2020.
Casos de Microcefalia e/ou malformações, sugestivos de infecção
congênita Total acumulado de casos notificados de 2015 a
Em investigação Confirmados Descartados 2020
Brasil1 10.869 162.514 119.193 383.499
Bahia1 451 585 684 2095
Camaçari2 8 20 15 53
1
Fonte de dados: Ministério da Saúde. Boletim epidemiológico divulgado em 09/01/2017.
2
Fonte de dados: SESAU/DEVISA. Monitoramento de dados da Coordenação de Vigilância Epidemiológica de Camaçari.

3.4.7.2 Esporotricose
A esporotricose é uma doença fúngica, transmitida ao humano ou animais através de arranhões e perfurações na pele provocadas por
cacos de vidro, espinhos de vegetais, farpas de madeira e também por arranhadura de felinos, em especial o gato doméstico. É comumente
provocada por fungos da espécie Sporothrix schenckii e se manifesta em humanos com frequência na forma de lesões papulares enfileiradas na
pele, em geral em membros superiores e inferiores, que posteriormente podem vir a ulcerar.
Pode também ocorrer na forma fixa, com lesão única e crostosa. O maior perigo da esporotricose é ela evoluir para a forma extracutânea,
atingindo vísceras, como os pulmões, e podendo culminar na morte do paciente. Em felinos, manifesta-se como úlceras em focinho, orelhas,
lábios e membros posteriores ou dianteiros. No município de Camaçari, a doença teve sua primeira notificação em 2015, com 9 casos suspeitos e
5 confirmados, e sua transmissão continuou em crescimento no município de Camaçari até o ano de 2018, quando então foram notificados 174
casos suspeitos, apresentando taxa de incidência de 58,6 por 100 mil sobre total de notificados. Desde então, a frequência de notificações de
casos suspeitos diminuiu, em especial após o advento da pandemia de COVID-19 (Gráfico 24). A enfermidade, no entanto, apresenta potencial
epidêmico, caso as medidas de educação em saúde e controle populacional de animais não sejam contínuas.
57
Gráfico 24. Número de casos notificados e confirmados por esporotricose em Camaçari em 2015 e 2020.

Fonte: SESAU/CICS/SINAN

3.4.7.3 Leptospirose
Doença infecto-contagiosa, de notificação compulsória, etiologia bacteriana, transmitida ao ser humano através da urina do roedor
infectado. No Brasil, é uma doença endêmica, que pode evoluir com surtos epidêmicos durante período das chuvas. Nas capitais e grandes
centros urbanos, a ocorrência é mais observada, devido principalmente ao aglomerado humano e péssimas condições de moradia.
O Município de Camaçari tem registrado casos confirmados de leptospirose, observando-se uma Taxa de Incidência, variando de 2,1
casos/100.000 hab em 2010, caindo a zero nos anos 2016 a 2018, voltando para 0,3 casos por 100.000 hab em 2020 ( Gráfico 25 ).
As Unidades de Saúde devem estar atentas, principalmente no período chuvoso e ocorrência de enchentes, para surgimento de quadros
febris, mialgia intensa (dor nas panturrilhas), hemorragia conjuntival. Cerca de 15% dos casos de leptospirose podem evoluir com icterícia, IRA
e hemorragia pulmonar, com alta letalidade. Devido a sua gravidade, é importante notificar os casos suspeitos da doença com o objetivo de
garantir que a investigação epidemiológica e o tratamento sejam realizados precocemente.

58
Gráfico 25. Casos notificados, casos confirmados e taxa de incidência de Leptospirose por 100mil habitantes, em Camaçari, 2010-2020

Fonte: SESAU/CICS/SINAN

3.4.7.4 Leishmaniose Visceral


Doença de curso crônico, com transmissão vetorial (fêmea do Flebotomíneo), inicialmente endêmicas nas zonas rurais, mas que vem se
urbanizando progressivamente, com registro de casos confirmados no município de Camaçari.
Os principais sintomas que devem servir de alerta às Unidades de Saúde são: febre prolongada, anemia, perda de peso, astenia.
O principal reservatório animal na área urbana é o cão, que desenvolve a doença de forma idêntica ao ser humano e que deve ser objeto de
vigilância, assim como em relação aos flebotomíneos, com efetiva participação do Centro de Controle de Zoonoses. Todo caso suspeito ou
confirmado de leishimaniose visceral humana deve ser notificado para orientar as medidas de vigilância e controle desta doença no município.
Na análise da série histórica, no período de 2010 a 2020, observa-se uma tendência a redução do Coeficiente de Incidência, saindo de um
patamar de 2,5 casos/100.000 hab para 0,3 casos/100.000 hab em 2019. Não houve registro de casos em 2020 (Gráfico 26).

59
Gráfico 26: Frequência de casos e Coeficiente de incidência, por 100 mil habitantes, de Leishimaniose Visceral em Camaçari, 2010-2020.

Fonte: SESAU/CICS/SINAN

60
3.4.8 Doenças Imunopreveníveis de Notificação Compulsória
3.4.8.1 Meningites
No Brasil, as meningites bacterianas são de relevância para a Saúde Pública, em especial, as causadas por N. meningitidis (meningococo),
S. pneumoniae (pneumococo) e Haemophilus influenzae tipo b (Hib). Atualmente, a meningite pneumocócica, é a segunda maior causa de
meningite bacteriana no Brasil, sendo as crianças de até 2 anos de idade, as mais acometidas.
A partir de 2010, a vacina conjugada 10-valente, que protege contra dez sorotipos do pneumococo, foi disponibilizada no calendário de
vacinação da criança para crianças menores de 1 ano de idade. Em 1999, foi introduzida no país a vacina contra o Hib, responsável por várias
doenças invasivas, como meningites e pneumonias, sobretudo em crianças, uma vez que, no passado, o Hib era a segunda causa mais comum de
meningite bacteriana no Brasil (BRASIL, 2019).
Ao avaliar a série histórica do município de Camaçari durante o período de 2010 a 2020, observa-se uma redução importante na taxa de
incidência desse agravo, destacando-se que a etiologia mais frequente foi viral (meningite asséptica), seguida da meningite bacteriana, meningite
não especificada e meningite meningocócica. No que se refere a doença meningocócica, observa-se que houve uma redução na incidência a partir
do ano de 2012: tal situação pode ser em virtude da introdução da vacina conjugada contra o meningococo do sorogrupo C no ano de 2011
(Gráfico 27).

61
Gráfico 27: Coeficiente de incidência de meningites por 100.000 habitantes em Camaçari, 2010-2020.

Fonte: SESAU/CICS/SINAN e IBGE


*Todos os tipos: meningococemia, meningite meningocócica, meningite meningocócica com meningococemia, meningite tuberculosa, meningite
por outras bactérias, meningite não especificada, meningite asséptica, meningite de outra etiologia, meningite por hemófilos e meningite por
pneumococos.
**Doença meningocócica: meningite meningocócica com meningococcemia.

3.4.8.2 Doenças Exantemáticas


As doenças exantemáticas, sarampo e rubéola, fazem parte do elenco dos Agravos de Notificação Compulsória que possuem o certificado
de eliminação em território Nacional. Entretanto, no ano de 2015, foram vivenciados surtos de sarampo no país. Em 2016, como resultado das
ações de vigilância, laboratório e imunizações, o Brasil recebeu o certificado de eliminação da circulação do vírus do sarampo pela OMS,
declarando a região das Américas livre do sarampo.
No período de 2016 a 2017, não foi registrado nenhum caso da doença no país. No ano de 2018, o Brasil enfrentou surtos de sarampo,
inicialmente, em Roraima e Manaus, em virtude da proximidade territorial com a Venezuela, onde estava ocorrendo surto desde Julho de 2017.
62
Essa situação permaneceu em 2019, apresentando surtos ativos em alguns municípios do Estado da Bahia, incluindo o município de
Camaçari, onde ocorreram casos importados decorrente de histórico de viagem para áreas com surtos da doença.
Em 2020, o vírus continuou circulando. Até o mês de agosto, o Estado da Bahia encontrava-se em surto ativo de Sarampo. A partir do
mês de setembro, saiu do status de surto ativo após monitoramento e controle das cadeias epidemiológicas dos 05 municípios que apresentaram
casos confirmados, dentre eles, o município de Camaçari. Porém, o alerta para o risco de ocorrência de novos surtos no território baiano
permaneceu mantido, considerando o atual cenário epidemiológico nacional, com risco de importação viral.
Diante da situação exposta, a Vigilância Epidemiológica manteve-se ativa e alerta para a realização das ações preconizadas de
identificação, notificação e controle de casos secundários, ações de vigilância epidemiológica (notificação, investigação, coleta e envio das
amostras), de imunização (bloqueio) e de laboratório (resultados laboratoriais) oportunamente. Além disso, foram realizadas Campanhas de
Vacinação com o intuito de fortalecer as ações contra o sarampo, e dar continuidade, juntamente com Estados e Municípios, às fases da
vacinação contra a doença.
Foram confirmados 2 casos de sarampo, sendo 1 em 2019 e o outro em 2020, respectivamente (Gráfico 28).
Gráfico 28: Número de casos suspeitos e confirmados de sarampo em Camaçari, Bahia e Brasil, 2010-2020.

63
Fonte: SESAU/CICS/SINAN

Ao analisar a série histórica do município de Camaçari referente ao período de 2010 a 2020, percebe-se uma redução do número de casos
suspeitos, principalmente referente a rubéola (Gráfico 29). Esse fato pode ser em virtude da Campanha Nacional no ano de 2008, com as vacinas
dupla viral e tríplice viral, fato que contribuiu, significativamente, para a redução deste agravo.

Gráfico 29. Número de casos notificados como suspeitos de sarampo e rubéola em Camaçari, Bahia e Brasil, 2010-2020.

Fonte: SESAU/CICS/SINAN

64
3.4.9 COVID-19
Doença infecciosa, causada pelo novo coronavírus, denominada SARS-CoV-2, a COVID-19, como é mundialmente chamada, foi
declarada pela OMS em 30 de janeiro de 2020, como Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) e, desde então, afetou
diversos países no mundo, produzindo forte impacto social, econômico e sanitário. O primeiro caso de COVID-19 registrado em Camaçari foi em
16 de março de 2020, em um paciente residente na costa do município e, deste então, até a Semana Epidemiológica 29 deste ano, correspondente
ao dia 24 de julho, Camaçari apresentou um registro acumulado de 23.723 casos da doença e taxa de letalidade média de 2,5%, sendo a maior
registrada em 2021 com 2,8%, ano que respondeu por 74,7% (447) da totalidade de óbitos acumulados desde o início da pandemia, conforme
pode ser observado na Tabela 9.

Tabela 9 – Distribuição dos casos confirmados de COVID-19, segundo ano de ocorrência, frequência de óbitos, taxa de letalidade e sexo.
Camaçari-BA
Anos Casos Frequência de Taxa de Distribuição por sexo
confirmados óbitos letalidade M F
2020 7713 151 2,0% 49,8% 50,2%
2021 16010 447 2,8% 51,3% 48,7%
Total 23723 598 2,5%
Fonte: Planilha do CIEVS /DIVISA/SESAU

Desde que foi introduzida no município a COVID-19, conforme pode ser observado no gráfico 4, a curva de ocorrência da doença em
Camaçari apresentou dois picos importantes: o primeiro em julho de 2020, entre as semanas 27 e 31; e a segunda entre fevereiro e março de
2021, entre as semanas 6 e 12 quando chegou a registrar 1.671 casos no período de 7 dias (SE: 08), produzindo forte impacto na rede assistencial
de saúde e nos serviços de monitoramento e vigilância de casos sob responsabilidade da atenção primária e da vigilância à saúde (Gráfico 30).

65
Gráfico 30: Frequência de distribuição de casos por Semana Epidemiológica (SE)

Fonte: Planilha do CIEVS/DIVISA/SESAU

Quando se analisa os casos de COVID-19 por faixa etária, observa-se que, embora a doença tenha se manifestado predominantemente
entre indivíduos com idade superior a 40 anos, quando comparados os anos 2020 e 2021, nota-se progressiva queda na contribuição percentual
dos óbitos em indivíduos com idade superior a 60 anos, conforme pode ser visto no gráfico 31. Supõe-se que tal fato possa estar atribuído a
implantação da vacina contra COVID-19 no país em janeiro deste ano, com progressiva ampliação das coberturas vacinais em idades
decrescentes, iniciada a partir de pessoas em estado de velhice extrema e anciãos até o alcance de indivíduos mais jovens.

66
Gráfico 31: Distribuição percentual dos óbitos por COVI-19, segundo faixa etária, Camaçari, 2020 a 2021

Fonte: Planilha do CIEVS/DIVISA/SESAU

Todavia, para além da ampliação e homogeneidade da cobertura vacinal no enfrentamento da doença, é imprescindível que sejam
continuamente fortalecidas as medidas de prevenção não farmacológicas, tais como a manutenção de práticas de higiene individual e coletivas
(álcool gel, lavagem das mãos, limpeza dos espaços coletivos, etc), a instituição de fluxos e protocolos de testagem bem estabelecidos para
acessibilidade de casos suspeitos, bem como o monitoramento sistemático de casos confirmados e seus contatos e o fortalecimento da vigilância
de casos das variantes de preocupação, de acordo com os protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde.

67
3.5 Doenças Não Transmissíveis
3.5.1 Violência Interpessoal/Autoprovocada

De 2010 a 2020, ocorreram 1390 casos de violência interpessoal/autoprovocada no município de Camaçari. Dentre os casos notificados
ocorridos neste período, a violência física foi a mais predominante com 1059 casos. A violência sexual foi registrada em 154 notificações. Com
relação a violência autoprovocada, foram notificados 287 casos. Ressalta-se a subnotificação do trabalho infantil que, em dez anos, registrou-se,
apenas, 33 casos. As pessoas do sexo feminino, pretas e pardas, na faixa etária de 20 a 34 anos, foram as mais notificadas. Ressalta-se o grande
percentual de campos em branco ou ignorados para o quesito raça/cor, bem como para a variável identidade de gênero (Gráficos 32 e 33).

Gráfico 32: Percentual de casos de Violência Interpessoal/Autoprovocada, por sexo. Camaçari, 2010 a 2020.

Fonte: SESAU/CICS/SINAN

68
Gráfico 33: Percentual de casos de Violência Interpessoal/Autoprovocada, por raça/cor. Camaçari, 2010 a 2020.

Fonte: SESAU/CICS/SINAN

3.6 Cobertura Vacinal

O Programa Nacional de Imunização no Brasil foi uma estratégia de fundamental importância para a redução de doenças e agravos
imunopreveníveis entre as coletividades e, juntamente com as melhorias nas condições de moradia, saneamento básico, descoberta do antibiótico
e outros avanços da medicina, contribuiu expressivamente para o aumento da expectativa de vida dos brasileiros.
As atividades de vacinação foram responsáveis pela erradicação da varíola no mundo, da Poliomielite nas Américas, Europa e Oceania,
da eliminação do sarampo no Brasil, e redução significativa de doenças altamente contagiosas como Difteria, Coqueluche e Meningite por
haemophilus e mais recentemente por meningococo C que tiveram seus números bastante reduzidos nos últimos anos. Observou-se uma redução
drástica dos casos de doença meningocócica na Bahia, a partir de 2011, após a introdução da vacina contra o meningococo C.
A manutenção do esquema vacinal em dia, utilizando todas as doses e reforços indicados pelo Ministério da Saúde e as novas vacinas que
surgem, é uma ação importante para manter a proteção das pessoas e coletividades.
Na série histórica da cobertura vacinal do município de Camaçari, no período de 2006 a 2015, as coberturas vacinais mantiveram-se
adequadas para quase todos os imunobiológicos, ultrapassando as metas estabelecidas pelo Ministério da Saúde, excetuando-se para vacinas
recém introduzidas como a pentavalente (introduzida em 2012) e da vacina contra rotavírus, que embora tenha sido introduzida no calendário

69
vacinal em 2006, em virtude do período estreito para vacinação (1mês e 15 dias até 3 meses e 15 dias) está sujeita a muitas perdas de
oportunidades vacinais em razão do que mantém percentuais médios de cobertura em torno de 80% .
A estratégia de vacinação de influenza para idosos foi introduzida anualmente a partir de 1999, sendo preconizado inicialmente uma
cobertura de 80% e, atualmente, a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde é de 90%. Na série histórica municipal no período de 2010 a 2020,
esse percentual não foi atingido nos anos de 2015 a 2017.
As séries históricas das coberturas vacinais de 2010 a 2020 demonstram tendência de queda na maioria dos imunobiológicos. Esta queda
é mais pronunciada a partir do ano de 2018, quando só foram alcançadas as coberturas vacinais preconizadas para BCG e Influenza. As baixas
coberturas possuem uma dimensão multifatorial que reflete desde a dificuldade com registro adequado das doses aplicadas no sistema de
informação oficial, baixa procura pelos imunizantes por parte da população, dificuldades temporárias de abastecimento de alguns
imunobiológicos em unidade de saúde do município, baixa busca ativa por usuários que abandonam esquema vacinal, até mudanças na gestão
municipal da saúde que repercutem nos processos de trabalho das equipes de saúde.
A vacina influenza seguiu uma tendência contrária à dos outros imunobiológicos, com aumento das coberturas a partir de 2018. Neste
período, houve aumento importante da procura por este imunobiológico específico, diante do cenário de aumento dos casos de influenza no
mundo e, mais recentemente em 2020, com a pandemia de SARS-CoV-2 (Gráficos 34 a 45).

70
Gráfico 34: Cobertura vacinal de tríplice viral em crianças de 1 ano. Camaçari, 2010 a 2020.

Fonte: SIPNI/datasus

Gráfico 35: Cobertura vacinal de influenza na população geral. Camaçari, 2010 a 2020.

Fonte: SIPNI/datasus

71
Gráfico 36: Cobertura vacinal de febre amarela em crianças menores de 1 ano. Camaçari, 2010 a 2020.

Fonte: SIPNI/datasus

Gráfico 37: Cobertura vacinal de Hepatite B em crianças menores de 1 ano. Camaçari, 2010 a 2020.

Fonte: SIPNI/datasus

72
Gráfico 38: Cobertura vacinal de pentavalente (DTP+Hib+HB) em crianças menores de 1 ano. Camaçari, 2010 a 2020.

Fonte: SIPNI/datasus
Gráfico 39: Cobertura vacinal de poliomielite em crianças menores de 1 ano. Camaçari, 2010 a 2020.

Fonte: SIPNI/datasus

73
Gráfico 40: Cobertura vacinal de BCG em crianças menores de 1 ano. Camaçari, 2010 a 2020.

Fonte: SIPNI/datasus
Gráfico 41: Cobertura vacinal de Menigicocócica Conjugada C em crianças. Camaçari, 2010 a 2020.

Fonte: SIPNI/datasus

74
Gráfico 42: Cobertura vacinal de Rotavírus em crianças menores de 1 ano. Camaçari, 2010 a 2020.

Fonte: SIPNI/datasus

Gráfico 43: Cobertura vacinal de Pneumocócica 10V em crianças menores de 1 ano. Camaçari, 2010 a 2020.

Fonte: SIPNI/datasus

75
Gráfico 44: Cobertura vacinal de Hepatite A em crianças de 1 ano. Camaçari, 2010 a 2020.

Fonte: SIPNI/datasus

Gráfico 45: Cobertura vacinal dos principais imunobiológicos do calendário vacinal de crianças até 02 anos. Camaçari, 2015 a 2020.

76
3.7 Indicadores De Saúde Do Trabalho
É possível monitorar o desempenho das ações de saúde do trabalhador no CEREST e na rede SUS através do acompanhamento dos
indicadores selecionados. Os indicadores devem refletir a morbimortalidade relacionada ao trabalho e as ações que têm sido desenvolvidas para
melhorar o cenário em busca de proteção à saúde dos trabalhadores.

Notificações de Doenças e Agravos Relacionados ao Trabalho (DART)


Entende-se por doenças e agravos relacionados ao trabalho (DART) aqueles que são produzidos ou agravados pelas condições em que o
trabalho se realiza. É a manifestação das exposições a riscos que o trabalhador sofre em sua atividade laboral, sendo de grande relevância o
monitoramento dos registros de doenças e agravos relacionados ao trabalho.
Para fins de vigilância epidemiológica da situação, uma lista de DART é de notificação compulsória e obrigatória no Sistema de
Informação de Agravos de Notificação (SINAN), do Ministério da Saúde, em formulários próprios, por serviços de saúde públicos e privados, a
saber: acidente de trabalho ou em crianças e adolescentes; acidente de trabalho com exposição a material biológico; dermatoses ocupacionais;
intoxicações exógenas relacionadas ao trabalho; lesões por esforços repetitivos (LER)/distúrbios osteomusculares relacionadas ao trabalho
(DORT) (pneumoconioses; perda auditiva induzida por ruído (PAIR); transtornos mentais relacionados ao trabalho; e câncer relacionado ao
trabalho).
Não é preciso ter vínculo empregatício formal (carteira de trabalho assinada) para se caracterizar a doença como sendo provocada pelo
trabalho. Todo trabalhador, urbano e rural, formal e informal ou estatutário está sujeito a adoecer em decorrência do trabalho e deve ter sua
doença ou agravo notificado no SINAN.
Para a área de Saúde do Trabalhador, é de grande relevância o registro e análise dos dados referentes às DART para que se estabeleça o
diagnóstico/situação de saúde dos trabalhadores do Município e se identifique a sua relação com as condições em que se encontram as atividades
de trabalho, permitindo elaborar políticas públicas, assim como medidas de intervenção e prevenção.
Os gráficos e tabelas abaixo apresentam o panorama das DART no período entre 2011 e 2020 no município de Camaçari. Os dados foram
coletados no SINAN em 21/06/2021.

77
O gráfico 43 apresenta a distribuição, ao longo dos últimos dez anos, do número de unidades de saúde que notificaram pelo menos um
agravo de DART. Observa-se que o número de unidades notificadoras de DART tem apresentado tendência de crescimento ao longo dos anos,
atingido o número máximo de 19 em 2020. Também se observa que o número de notificações de DART apresentou crescimento expressivo até o
ano de 2018, mas apresentando queda em 2019 e 2020 (Gráfico 46). A diminuição do número de notificações no final do período, deve-se a dois
fatos: em 2019 houve descontinuidade das ações do CEREST, em decorrência da mudança de prédio e em 2020 a pandemia da COVID-19
também refletiu nas ações do CEREST e de outros pontos da rede de atenção à saúde do trabalhador no município de Camaçari (RENAST)
(Gráficos 46 e 47).

Gráfico 46: Distribuição do número de unidades de saúde que notificaram DART entre os anos de 2011 a 2020.

78
Gráfico 47: Distribuição do número de notificações de DART entre os anos de 2011 a 2020.

A tabela 12 apresenta a distribuição das notificações de DART entre os anos de 2011 a 2020. Durante o período, o SINAN indicou 1.521
notificações de DART, distribuídas em sete agravos. Dentre esses, os agravos que apresentaram maior frequência foram LER/DORT (n=831),
Acidentes de Trabalho Graves (ATG) (n=351) e Acidente com exposição a material biológico (AMB) (n=190). A justificativa de LER/DORT
aparecer com a maior frequência se baseia no fato de que o município possui um parque industrial complexo e com o desenvolvimento de
diversas atividades que se apresentam como fatores de risco para o desenvolvimento de doenças osteomusculares. Câncer e pneumoconiose
ocupacionais não foram notificados nos últimos 10 anos.
A tabela 13 apresenta a distribuição das notificações de DART por unidade de saúde entre os anos de 2011 a 2020. Observa-se que apenas
três serviços (CEREST, HGC e CRES) tiveram notificação em todos os anos do período analisado, porém 38 unidades notificaram pelo menos
em algum dos anos do período.
O CEREST destaca-se como a unidade que mais notificou DART no período analisado. Essa situação justifica-se por se tratar de uma
unidade de referência para a saúde do trabalhador. Desta forma, o serviço foi responsável por 77% das notificações de ADRT realizadas no
município. Sendo que, deste total, 69% correspondem a notificações de LER/DORT, seguido de 23% de acidentes graves. A intoxicação
exógena, dermatites, transtornos mentais, PAIR e acidente com exposição a material biológico também foram registrados, correspondendo a
proporções inferiores a 1,5% cada.

79
Analisando os tipos de agravos notificados por cada serviço, se observa que o CEREST respondeu por 97,6% das notificações por
Transtornos Mentais (n=42), 85,7% de dermatites (n=6), 100% de PAIR (n=11), 77,4% de ATG (n=272) e 97,3% de L/D (n=809 ), mas
representou apenas 19,0% de IEO (n=16) e 1,57% de AMB (n=3). A notificação deste último agravo foi mais representativo em outras 13
unidades, representadas principalmente pela atenção primária à saúde, que notificaram apenas acidente de trabalho com exposição a material
biológico, provavelmente de situações ocorridas com os trabalhadores do próprio serviço (Tabelas 9 e 10).
Tabela 9: Distribuição das notificações de DART entre os anos de 2011 a 2020.
DART 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 TOTAL
LER/DORT 25 20 30 66 75 78 144 192 112 89 831
Acidente de Trabalho Grave 12 7 48 22 22 41 44 42 60 53 351
Ac.de trab. com expo. Mat. Biol. 7 18 12 15 12 16 21 37 28 24 190
Intox. Exóg. Rel. ao trabalho 3 4 11 8 10 4 44 84
Transtorno mental 1 1 6 5 4 8 12 6 43
Dermatoses 1 1 2 1 2 7
PAIR 2 1 4 3 1 11
TOTAL 47 50 101 105 125 141 228 284 218 218 1517

80
Tabela 10: Distribuição das notificações de DART por unidade de saúde entre os anos de 2011 a 2020.
UNIDADES 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 TOTAL
NOTIFICADORAS
CEREST 37 28 82 89 104 100 197 233 173 126 1169
CRES 1 9 3 7 6 13 15 18 11 1 84
CAPS III 1 1
CASC 2 1 3
HGC 2 1 1 2 1 16 4 4 1 5 37
H S. HELENA 2 3 1 6
PA GLEBA B 1 3 1 5
PA PEDIÁTRICO 3 5 2 5 2 4 1 22
PA DR ARTUR SAMPAIO 1 1 2 2 6
UPA GLEBA A 8 1 2 4 12 27
GRAVATÁ
PA MONTE GORDO 1 1 1 1 1 5
UPA AREMBEPE 2 8 10 4 24
USF PARQUE VERDE I 1 1
USF PHOC CAIC 3 3
USF FONTE DA CAIXA 1 1
USF FONTE DAS ÁGUAS 1 1
USF P. MANGABAS 4 4
USF PARAFUSO 1 1 2
USF AREIAS 1 1 1 3
USF NOVA ALIANÇA 5 2 2 1 7 5 8 30
USF LAMA PRETA 1 1
USF V. HORIZONTE I 1 1 2
USF PÉ AREIAS 1 1
USF 2 DE JULHO 1 1
USF PHOC III I E II 1 2 1 1 5
USF PIAÇAVEIRA 1 3 1 1 1 7
USF B. DE JACUIPE 1 2 2 5

81
USF CATU ABRANTES 1 1
USF PHOC III II 1 1
UBS GLEBA E 1 1 2
UBS GRAVATÁ 1 1 2
UBS GLEBA B 4 2 6
UBS CAM DENTRO 1 1 2
UBS MONTE GORDO 1 1 2
VISAU 1 1 2
SESAU 6 6
D. S. ABRANTES 1 1
UNIDADE DE VIG. EPID. 40 40
TOTAL 47 51 101 105 125 142 237 283 218 212 1521

Apesar da tendência de aumento do total de unidades notificando e do número de notificações, fazem-se necessárias ações de
matriciamento para incrementar esses indicadores. O número de unidades notificando DART ainda é pequeno, comparado ao total de serviços
com essa capacidade, ou seja, representa apenas 52% dos serviços.
A quantidade e escopo de DART notificados (1.517 em dez anos, média de aproximadamente 152 por ano), não representam o retrato da
realidade das doenças, agravos e seqüelas vivenciados pelos trabalhadores do município, em claro exemplo de subnotificação. A perspectiva para
os próximos anos é de que o CEREST, através do desenvolvimento das ações de matriciamento da RENAST Camaçari, amplie o número de
unidades notificando, e consequentemente, o número de notificações. O resultado será alcançado a partir de esforços mútuos do CEREST e da
RENAST Camaçari, que é composta pelos serviços dos vários níveis de complexidade (APS, centros de referências, atenção especializada,
urgência e emergência) com potencial de desenvolver ações de saúde do trabalhador. Também se prevê que a ampliação das ações de ST na rede
de atenção trará aumento na assistência da população no que se refere às demandas de saúde-doença relacionadas ao trabalho, principalmente
entre aqueles que possuem precarização nos vínculos e formas de inserção no mercado de trabalho.
O município de Camaçari pactuou aumentar em 20% o número de unidades de saúde da rede realizando a notificação de doenças e
agravos relacionados ao trabalho em relação à média dos últimos 5 anos. Este indicador, indiretamente, mede o aumento de sensibilidade das

82
unidades em saúde em reconhecer e estabelecer relação entre o diagnóstico clínico e atividades de trabalho, com o subsequente registro no
SINAN. Sendo um reflexo das ações de matriciamento do CEREST sobre a RAS, em atendimento ao preconizado no Plano Nacional de Saúde
20-23. A média dos últimos cinco anos foi de 15 unidades (2016 – 12; 2017 – 12; 2018 – 16; 2019 – 15; 2020 – 19). Então, a meta fica
estabelecida em aumentar em três, o número de unidades notificantes.
O SISPACTO apresenta o indicador preenchimento do campo “ocupação” nas notificações de acidente de trabalho, acidente de trab alho
com material biológico e intoxicação exógena relacionada ao trabalho, tendo como meta o alcance de 95% na proporção de seu preenchimento.
Este indicador mede a qualidade do registro das informações nas fichas de notificação/investigação de acidente de trabalho, acidente de trabalho
com material biológico e intoxicação exógena relacionada ao trabalho através do percentual de preenchimento do campo "ocupação". O campo
ocupação, bem como informações sobre a atividade econômica, é essencial para compreensão da distribuição das doenças e agravos relacionados
ao trabalho.
O gráfico 48 registra a proporção do preenchimento do campo ocupação em todas as DART de notificação compulsória (acidente de
trabalho; acidente de trabalho com exposição a material biológico; dermatoses ocupacionais; intoxicações exógenas relacionada ao trabalho;
lesões por esforços repetitivos (LER)/distúrbios osteomusculares relacionadas ao trabalho (DORT); pneumoconioses; perda auditiva induzida por
ruído (PAIR); transtornos mentais relacionados ao trabalho; e câncer relacionado ao trabalho) e nos agravos indicados no SISPACTO (acidente
de trabalho, acidente de trabalho com material biológico e intoxicação exógena relacionada ao trabalho) entre os anos de 2011 a 2020.
No período observado, verificou-se que houve cumprimento da meta para todas as DART avaliadas juntamente nos anos de 2012, 2014, 2015,
2016, 2017, 2018, 2019 e 2020; e para acidente de trabalho, acidente de trabalho com material biológico e intoxicação exógena relacionada ao
trabalho nos anos de 2012, 2014, 2015, 2018, 2019 e 2020. Ou seja, quando se avalia todas as DART conjuntamente, obteve-se o cumprimento
da meta em 80% dos anos avaliados no período. Todavia, quando se avalia as DART citadas no SISPACTO, o cumprimento da meta ocorreu em
60% dos anos avaliados no período. Nos últimos três anos avaliados, houve o cumprimento da meta proposta, sugerindo provavelmente que o
serviço organizou seu processo de trabalho para o monitoramento da meta. O apoio técnico e pedagógico que o CEREST desenvolveu com as
unidades que notificaram esses agravos também foi responsável por manter o alcance da meta nos últimos anos.

83
Gráfico 48: Percentual de preenchimento do campo ocupação nas fichas de notificação de DART entre os anos de 2011 a 2020.

84
3.8 Vigilância Sanitária e Ambiental

Segue descrição dos dados apresentados na Tabela 11.


Programa de monitoramento de qualidade de alimentos implantado tem registros no ano de 2011 e interrupção durante os anos seguintes
sendo reativado em 2019.
O Percentual das ações prioritárias de vigilância sanitária no município não foi calculado em 2020, devido à situação de emergência
em Saúde Pública, sendo priorizadas outras ações.
A análise de projeto arquitetônico realizada em estabelecidos de alto risco sanitário teve seu início em 2018.
O número de Guia de Atividades de Vigilância Sanitária para o Setor Regulado e o número de Boletim Informativo VISA foram
propostos a partir de 2021 por se configurarem enquanto demandas relevantes, tanto para o setor regulado quanto para os servidores da saúde em
geral, no tocante à necessidade de informações pertinentes às atividades executadas. A confecção do guia visa socializar com a população as
ações realizadas pela Vigilância Sanitária, no que se refere ao funcionamento, procedimentos, condutas, objetivos, prazos, e outras diretrizes para
operacionalização da Vigilância Sanitária municipal, vindo a tornar-se instrumento social de relevada importância para despertar a consciência
sanitária da comunidade, na percepção do risco sanitário e na compreensão do funcionamento do órgão de Vigilância Sanitária de Camaçari. Já o
Boletim Informativo, vem com o objetivo de dar visibilidade às diversas ações da Vigilância Sanitária no município, ao passo em que traduz de
forma clara e dinâmica os esforços da equipe técnica para promover a divulgação de informações, conhecimento, programas e projetos de
interesse para a população e gestores.
No Item 7, tem-se o indicador Número de minuta de portaria para regulamentação da Autorização para transporte de água potável
por carro-pipa que foi contemplado na nova Portaria GM/MS nº 888 de maio de 2021 que trata dos procedimentos de controle e vigilância da
qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Dessa forma, a lacuna que existia em interpretações das legislações
existente acerca da origem da água para ser distribuída por meio de carro-pipa acaba de ser contemplada na nova legislação federal.
No que se refere ao Percentual de inspeções dos sistemas de abastecimento de água operados pela concessionária do município, a
priorização das inspeções nas Estações de Tratamento de Água (ETA) de Camaçari mostra-se relevante uma vez que representa o olhar de

85
vigilância na origem de todo o processo de distribuição de água potável, pela concessionária responsável (Embasa), no município. Dessa forma,
priorizar a inspeção sanitária nas ETA's, ao passo em que mantemos o monitoramento por meio das coletas de água na rede de abastecimento de
água, mostra-se uma estratégia importante para salvaguardar a qualidade da água para consumo humano dos munícipes.
Tabela 11: Indicadores de vigilância Sanitária e Ambiental

SÉRIE HISTÓRICA INDICADORES PROPOSTOS


2021 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Nº de Programa de monitoramento de qualidade
1 - - - - - - - 1 1
1 de alimentos implantado.
Percentual das ações prioritárias de vigilância
- - - 100% 100% 71,43% 71,42% 100% 100% 0
2 sanitária no município
Percentual de análise de projeto arquitetônico
- - - - - - - 100% 100% 100%
3 realizada em estabelecidos de alto risco sanitário.
Nº de Guia de Atividades de Vigilância Sanitária
- - - - - - - - - -
4 para o Setor Regulado
5 Nº de Boletim Informativo VISA. - - - - - - - - - -
Proporção de análise realizadas em amostras de
água para consumo humano quanto aos
6 xx 71% 68% 98,60% 79,98% 81,63% 86,90% 88,20% 93,02% 104,90%
parâmetros coliformes totais, cloro residual livre
e Turbidez
N° de minuta de portaria para regulamentação da
7 Autorização para transporte de água potável por - - - - - - - - - -
carro-pipa
Percentual de inspeções dos sistemas de
8 abastecimento de água operados pela - - - - - - - - - -
concessionária do município

86
3.9 Gestão dos recursos financeiros no SUS

O financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS) é feito pelas três esferas de governo: federal, estadual e municipal, como determina a
Constituição Federal de 1988. O estabelecimento das fontes de recursos para custear as despesas com ações e serviços públicos de saúde atende a
um dos pilares da "Seguridade Social", fazendo valer o direito de acesso da população.
No que se refere à gestão dos recursos financeiros no SUS, foram selecionados os seguintes indicadores para análise, considerando o período
de 2015 a 2020: Despesa total com Saúde, em R$/hab, sob a responsabilidade do Município, por habitante; Participação da despesa com
investimentos na despesa total com Saúde; Participação das transferências para a Saúde em relação à despesa total do Município com saúde;
Participação da receita própria aplicada em Saúde conforme a LC141/2012
O presente tópico trata da composição dos indicadores Municipais, calculados automaticamente pelo SIOPS, após a declaração de dados
contábeis pelo Município de Camaçari, a partir do SIOPS 2005 bimestral. O indicador referente à despesa total com Saúde por habitante
representa o gasto médio com Saúde, sob responsabilidade do município, por habitante. Em 2015 foi registrada a despesa de R$690,05 por
habitante, aumentando gradativamente no período e, em 2020, registrou-se a despesa de R$1079,01 por habitante, conforme demonstrado no
Gráfico 49.

87
Gráfico 49:Despesa total com Saúde, em R$/hab, sob a responsabilidade do Município, por habitante, Camaçari, 2015 a 2020

Fonte: SIOPS. Acessado em julho de 2021

Analisou-se a participação das Despesas com Investimentos em relação ao total das despesas com Saúde, evidenciando um aumento do
percentual de participação a partir do ano de 2018 (0,83%) e o crescimento até 2020, quando a despesa com investimentos em saúde representou
1,57% do total das despesas (Gráfico 50).

88
Gráfico 50: Participação percentual da despesa com investimentos na despesa total com Saúde, Camaçari, 2015 a 2020

Fonte: SIOPS. Acessado em julho de 2021

Comparando-se os anos de 2017 e 2020, é possível observar um incremento das despesas com pessoal (16,41%), Despesa com outros
serviços de Terceiros Pessoa Jurídica (59,92%) e Despesa com Medicamento (38,98%).

89
Tabela 12: Evolução da despesa com pessoa, com outros serviços de Terceiros Pessoa Jurídica e Despesa com Medicamento, 2017 a 2020,
Camaçari-BA
2017 2018 2019 2020 V%
Despesa com Pessoal 132.085.914,16 146.607.195,18 156.365.930,49 153.754.841,38 16,41
Despesa com outros 53.432.501,32 49.681.986,14 52.089.788,02 85.447.235,44 59,92
serviços de Terceiros
Pessoa Jurídica
Despesa com 3.238.820,08 3.207.354,78 3.274.296,81 4.501.169,87 38,98
Medicamento
Fonte: Contabis. Acessado em julho de 2021

O indicador Participação da receita própria aplicada em Saúde é calculado em conformidade com a Emenda Constitucional n.º 29, de 13
de setembro de 2000 e a Resolução do Conselho Nacional de Saúde n.º 322, de 08 de maio de 2003 e representa o grau de independência em
relação a repasse de recursos no financiamento da saúde local.
A participação da receita própria aplicada em saúde apresentou crescimento ao decorrer do período de 2015 (21,52%) a 2020 (23,65%),
quando foi registrado o maior percentual da série histórica considerada (Gráfico 51).

90
Gráfico 51: Participação percentual da receita própria aplicada em Saúde, Camaçari, 2015 a 2020

Fonte: SIOPS. Acessado em julho de 2021

O indicador “Percentual das transferências para a Saúde em relação à despesa total do Município com saúde” representa as despesas com
saúde financiadas com recursos transferidos por outras esferas de governo, ou seja, refere-se à parcela da despesa com Saúde, sob
responsabilidade do município, financiada por outras esferas de governo e não com recursos próprios. Essa participação percentual apresentou
oscilações ao longo do período, sendo registrado o aumento quando se compara o ano de 2018 (18,23%) com o ano de 2020, quando representou
25,50% das despesas (Gráfico 52).

91
Gráfico 52: Percentual das transferências para a Saúde em relação à despesa total do Município com saúde, Camaçari, 2015 a 2020

Fonte: SIOPS. Acessado em julho de 2021

As despesas executadas com saúde apresentaram aumento de 16,23% quando se compara os anos de 2015 e 2020. Ressalta-se que o maior
valor foi registrado no ano de 2019, havendo redução em 2020, conforme apresentado no gráfico 53.

92
Gráfico 53: Despesas executadas com saúde, Camaçari, 2015 a 2020

Fonte: SIOPS. Acessado em julho de 2021

Avaliou-se as despesas de custeio destinadas ao aluguel e energia elétrica no período de 2017 a 2020, sendo observado um aumento das
despesas com energia elétrica da ordem de 137,9% e a redução em 5,3% das despesas com aluguel, quando se compara os extremos da série
(2017 e 2020) (Gráfico 54).

93
Gráfico 54: Custeio destinado à despesa com aluguel e energia elétrica, Camaçari, 2017 a 2020

Fonte: SIOPS. Acessado em julho de 2021

94
4 Atenção à Saúde
4.1 Atenção Primária à Saúde

A Atenção Primária à Saúde (APS) é o primeiro nível de atenção em saúde e principal porta de entrada no Sistema Único de Saúde
(SUS), caracterizando-se, principalmente como o primeiro e preferencial contato dos usuários com a Rede de Atenção à Saúde, sendo
caracterizada por ações de saúde de caráter individual ou coletivo, que vai desde a promoção e proteção à saúde, prevenção de agravos até a
redução de danos, e assim a manutenção da saúde dos indivíduos.
Maiores coberturas de Atenção Primária à Saúde têm-se associado a melhorias nas condições de saúde da população, como a queda da
mortalidade infantil, maior cobertura vacinal, redução da desnutrição e aumento nas consultas de pré-natal, assim como redução das
hospitalizações por condições sensíveis à Atenção Primária e mortalidade cardiovascular.
A rede de Atenção Primária à Saúde do município de Camaçari dispõe de 42 Unidades de Atenção Primária à Saúde, sendo que 07 são
Unidades Básicas de Saúde, e 35 são Unidades de Saúde da Família com 63 Equipes de Saúde da Família implantadas, distribuídas em 09
Regiões de Saúde nos 02 Distritos (Sede e Costa) conforme Quadro 01. Ainda compondo a Rede de Atenção Primária à Saúde, há 01 Equipe de
Consultório de Rua; 02 Núcleos Ampliados de Saúde da Família e Atenção Básica – NASF-AB, 05 Equipes Multiprofissionais da residência e 02
Pólos de Academia da Saúde.

95
Quadro 1. Unidades de Atenção Primária à Saúde por Distrito Sanitário
Distritos Sanitários/Unidade de Saúde
Distrito Região Unidades
USF Ponto Certo
USF Jardim Limoeiro I
Região 1 USF Jardim Limoeiro II
USF Nova Vitória
UBS Gleba B
USF Parque Florestal
USF Novo Horizonte
Região 2
USF Parque das Mangabas
USF Piaçaveira
UBS Camaçari de Dentro
USF Buri Satuba I
Região 3
USF Lama Preta
USF do Dois de Julho
Distrito Sanitário Sede
UBS Gravatá
USF Gravatá
Região 4
USF Santo Antônio
USF Ficam II
UBS Gleba E
USF Verde Horizonte I
Região 5 USF Verde Horizonte II
USF Parque Verde I
USF Parque Verde II
USF PHOC CAIC
USF PHOC III
Região 6
USF Parafuso
USF Nova Aliança
UBS Vila de Abrantes
USF de Machadinho
Distrito Sanitário da Costa Região 1
USF de Catu de Abrantes
USF de Fonte da Caixa
96
Distritos Sanitários/Unidade de Saúde
Distrito Região Unidades
USF Cajazeira de Abrantes
USF Buri de Abrantes
UBS de Arembepe
USF de Areias
Região 2
USF de Fonte das Águas
USF Pé de Areias
UBS de Monte Gordo
USF de Barra do Pojuca
USF Bara de Jacuípe
Região 3
USF Cachoeirinha
USF Coqueiro de Monte Gordo
USF Caminho do Mar

Da mesma maneira que as Unidades de saúde da atenção primária estão divididas entre o Distrito Sanitário da Sede (DSS) e Distrito
Sanitário da Costa (DSC), outros equipamentos de saúde que compõem a Rede de Saúde da Atenção Primária também estão divididos entre Sede
e Costa: 01 Pólo de Academia da Saúde no DSS e 01 Pólo de Academia da Saúde no DSC.
Nas Unidades Básicas de Saúde, o quadro de profissionais é composto por médico clínico, ginecologista, pediatra, enfermeiro,
nutricionista, assistente social, psicólogo, Agente comunitário de saúde – ACS, cirurgião dentista e auxiliar de saúde bucal. Já as Unidades de
Saúde da Família são compostas por médico, enfermeiro, técnico de enfermagem e Agente Comunitário de Saúde.
Ressaltando que a Política Nacional de Atenção Básica tem na Saúde da Família sua estratégia prioritária para expansão e consolidação
da Atenção Básica.
A Política Nacional de Atenção Básica também considera os termos Atenção Básica - AB e Atenção Primária à Saúde - APS, como
termos equivalentes. Sendo assim, a Cobertura de Atenção básica refere-se à cobertura populacional estimada na Atenção Básica, definida pelo
percentual da população coberta por equipes da Estratégia Saúde da Família e por equipes de Atenção Básica tradicionais equivalentes e

97
parametrizadas em relação à estimativa populacional. Desta forma, para o cálculo da cobertura de atenção básica considera-se, além das equipes
de Saúde da Família, equipes formadas por clínicos gerais, ginecologistas-obstetras e pediatras.
De acordo com o Gráfico 1, pode-se afirmar que no período de 2015 a 2017 houve crescimento da cobertura de atenção básica, seguido de
decréscimo no período de 2017 a 2020 - neste período, houve solicitação de desativação de equipes de saúde da família por não possuírem
território com quantitativo de pessoas preconizado pelo Ministério de Saúde para atuação das equipes, assim como, a diminuição no quantitativo
de profissionais médicos no município por déficit de profissionais com interesse em atuar na atenção básica, fato esse que interfere diretamente
na cobertura de atenção básica.
Avaliando todo o período (2015 a 2020), percebe-se que houve um aumento de na cobertura de atenção básica, alcançando 80,78% de
cobertura em 2020, contribuindo para o aumento do acesso dos usuários aos serviços ofertados pela atenção básica no município (Gráfico 55).

Gráfico 55: Cobertura de Atenção Básica

Fonte: e-Gestor, 2021.

98
A cobertura de Saúde da Família refere-se à cobertura populacional estimada pelas equipes da Estratégia Saúde da Família, dada pelo
percentual da população coberta por essas equipes, em relação à estimativa populacional.
A ampliação da cobertura de saúde da família, que aumentou de 51,49% (2015) para 65,74% (2020), deve-se à evolução do número de equipes
de saúde da família implantadas, que passou de 42 equipes para 57 equipes (Gráfico 56).

Gráfico 56: Cobertura de Saúde da Família

Fonte: e-Gestor, 2021.

O e-SUS AB é o sistema oficial de informação em saúde do Ministério da Saúde para registro de informações da Atenção Básica (AB),
tendo como objetivo a qualificação da gestão de informação e, desta forma, a ampliação da qualidade do registro no atendimento à população.
Todos os profissionais de saúde da Atenção Básica precisam registrar suas respectivas produtividades no sistema do e-SUS. São
alimentados dados referentes a cadastro domiciliar e territorial, cadastro individual, atendimento domiciliar, atendimento individual, atendimento
odontológico individual, atividade coletiva, marcadores de consumo alimentar, procedimentos individualizados, procedimentos consolidados,
visita domiciliar, vacinação, entre outros.
99
A ficha de cadastro domiciliar e territorial e a ficha de cadastro individual fazem parte dos instrumentos de trabalho do Agente
Comunitário de Saúde (ACS) e são de fundamental importância para conhecer e traçar o perfil da população da área adscrita à Unidade de Saúde,
relevante no processo de planejamento tanto dos profissionais como dos serviços de saúde. O repasse do recurso da Captação Ponderada do
Previne Brasil é baseado no número de cadastros individuais realizados. O parâmetro de Cadastramento por Município é calculado de acordo
com o parâmetro de pessoas cadastradas por equipe, multiplicado pelo número de equipes do SCNES. Sendo assim, o parâmetro de cadastro de
Camaçari é de 252.000 pessoas.

4.2 Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB)/ Equipe multiprofissional de saúde

Com o objetivo de ampliar e qualificar o processo de trabalho das Equipes de Saúde da Família e Equipes de Atenção Primária, no que se
refere à resolutividade e integralidade das ações ofertadas, o município tem implantado 02 (dois) Núcleos Ampliados de Saúde da Família e
Atenção Básica (NASF-AB), que apoiam as equipes das regiões 1 (DSC e DSS) e 3 (DSC), além de 05 (cinco) Equipes multiprofissionais de
saúde composta por profissionais residentes que apoiam as equipes da USF de Lama Preta, USF Verde Horizonte I, USF Verde Horizonte II,
USF do Parque das Mangabas e USF PHOC III. As Equipes do (NASF-AB)/Equipe multiprofissional de saúde são constituídas por diferentes
profissionais da área da saúde (Educador Físico, Fisioterapeuta, Nutricionista, Assistente Social, Psicólogo, Terapeuta Ocupacional e Médico
clínico), desenvolvendo ações de matriciamento às equipes, construção de Projetos Terapêuticos, consultas compartilhadas, consultas individuais,
ações de educação em saúde, atividades nas Academias da Saúde, ações de promoção e prevenção da saúde, incluindo a oferta de Práticas
Integrativas e Complementares dentre outras.

4.3 Programa Academia da Saúde

O Programa Academia da Saúde é uma estratégia de promoção da saúde e produção do cuidado e modos de vida sustentável. Tem como
potencial realizar diferentes práticas, abarcando algumas atividades, como: físicas, práticas integrativas, culturais, artísticas, de saúde e de
cidadania. O programa faz parte da estrutura organizacional das Redes de Atenção à Saúde (RAS), como componente da Atenção Básica e, por
isso, funciona também como porta de entrada no SUS. O Município de Camaçari possui 02 (dois) pólos da Academia da Saúde, situados na
região 01 do DSS, no bairro do Ponto Certo e na região 02 do DSC, no bairro de Arembepe.
100
O Pólo da Academia da Saúde do Ponto Certo é da modalidade intermediária, com espaço de vivência e estrutura de apoio (depósito e
sanitários feminino e masculino), de acordo com a Portaria MS Nº 2684 de 8 de novembro de 2013. O fluxo de atendimento começa com a
adesão voluntária dos usuários das referidas unidades de saúde da região 1, os quais são avaliados clinicamente e encaminhados por meio de uma
ficha padrão, atestada pelo médico que permite aptidão para a prática de atividade física. O horário de funcionamento é das 08h às 16h.
O Pólo da Academia da Saúde de Arembepe foi construído através do Projeto PróSUS, da Secretaria Estadual de Saúde. O equipamento
foi entregue ao município no dia 15/03/2019, mas só entregou oficialmente as chaves para acesso no dia 05/04/2019. O pólo é da modalidade
intermediária com espaço de vivência e estrutura de apoio (depósito e sanitários feminino e masculino), de acordo com a Portaria MS Nº 2684 de
8 de novembro de 2013. O fluxo de atendimento começa com a adesão voluntária dos usuários das referidas unidades de saúde da região 2, os
quais são avaliados clinicamente e encaminhados por meio de uma ficha padrão, atestada pelo médico que permite aptidão para a prática de
atividade física. O horário de funcionamento é das 08h às 16h.
O público alvo das Academias da Saúde é, preferencialmente, de usuários que apresentam alguma condição crônica de saúde (gestantes,
hipertensão, diabetes, transtorno mental, sobrepeso, dentre outras). A gestão da Academia da Saúde é feita de forma democrática, através da
criação de um grupo que integra os usuários, a equipe técnica e a gestão.

4.4 Produção da Atenção Básica - e-SUS AB

O e-SUS AB é o sistema oficial de informação em saúde do Ministério da Saúde para registro de informações da Atenção Básica (AB),
tendo como objetivo a qualificação da gestão de informação e, desta forma, a ampliação da qualidade do registro no atendimento à população.
Todos os profissionais de saúde da Atenção Básica precisam registrar suas respectivas produtividades no sistema do e-SUS. São
alimentados dados referentes a cadastro domiciliar e territorial, cadastro individual, atendimento domiciliar, atendimento individual, atendimento
odontológico individual, atividade coletiva, marcadores de consumo alimentar, procedimentos individualizados, procedimentos consolidados,
visita domiciliar, vacinação, entre outros.
A ficha de cadastro domiciliar e territorial e a ficha de cadastro individual fazem parte dos instrumentos de trabalho do Agente
Comunitário de Saúde (ACS) e são de fundamental importância para conhecer e traçar o perfil da população da área adscrita à Unidade de Saúde,

101
relevante no processo de planejamento tanto dos profissionais como dos serviços de saúde. O repasse do recurso da Captação Ponderada do
Previne Brasil é baseado no número de cadastros individuais realizados. O parâmetro de Cadastramento por Município é calculado de acordo
com o parâmetro de pessoas cadastradas por equipe, multiplicado pelo número de equipes do SCNES. Sendo assim, o parâmetro de cadastro de
Camaçari é de 252.000 pessoas.
Conforme apresentado no Gráfico 57, percebe-se um aumento considerável do quantitativo de cadastros individuais durante o período
analisado (2015 a 2021), destacando-se um aumento significativo no ano de 2020 de 138.199 cadastros. Esse fato relaciona-se a algumas ações
realizadas pelo município, a exemplo do Curso de Formação Técnica para os Agentes Comunitários de Saúde que, dentre outras atividades
práticas, tiveram uma específica relacionada à realização dos cadastros no território e correção de inconsistências dos cadastros que já constavam
no sistema de informação e-SUS; assim como a entrega de Tablets a todos os Agentes Comunitários de Saúde do município para realização de
cadastros do território. Atrelado a essas ações, destaca-se também o Programa Previne Brasil que instituiu o novo financiamento da Atenção
Primária à Saúde, no qual o envio de recurso encontra-se atrelado à captação ponderada (cadastros) e aos indicadores de desempenho,
reforçando, assim, a relevância da realização de cadastros pelos Agentes Comunitários de Saúde.
Gráfico 57: População cadastrada na equipe de Saúde da Família (Esf) e equipe de Atenção Primária (Eap) no Sistema de Informação
em saúde para a Atenção Básica

102
Fonte: e-SUS, 2021.

4.5 Taxa de internação sensíveis a atenção básica segundo município

O percentual de internações por condições sensíveis à atenção básica mensura a proporção das internações mais sensíveis à atenção básica
em relação ao total das internações clínicas realizadas para residentes de um município.
Esse percentual pressupõe que são necessárias internações para o tratamento clínico de um quantitativo de enfermidades com causas mais
sensíveis à efetividade da atenção básica, a exemplo da Diabetes Melitus, Hipertensão Arterial, doenças preveníveis por imunização, entre outras,
e que, portanto, essas internações poderiam ser evitadas por ações mais qualificadas de cuidado desenvolvidas nesse nível da atenção à saúde.
De acordo com o gráfico 4, percebe-se que houve variação da taxa de internação sensíveis à atenção básica no qual no período analisado
(2010 a 2017) houve aumento de 0,65 %, com destaque para aumento da taxa no ano de 2016 (41,22%). Os dados apresentados neste gráfico
trazem informações relevantes que poderão ser utilizadas pelos profissionais da atenção primária à saúde para o fortalecimento das ações de
promoção à saúde e prevenção de doenças, visando a melhoria e abordagem direcionada a alguns problemas de saúde que são responsáveis por
um número elevado de internações.

103
Gráfico 58: Taxa de internação sensíveis a atenção básica segundo município, Camaçari, 2010 a 2017

Fonte: Ministério da Saúde/SE/Datasus - Sistema de Informações Hospitalares do SUS - SIH/SUS/Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -
IBGE/ base demográfica, 2021.

4.6 Rede de Atenção à Saúde Bucal

A Secretaria de Saúde de Camaçari vem, nos últimos anos, investindo na qualificação e ampliação das Equipes de Saúde Bucal na
Atenção Primária à Saúde. No ano de 2019, com a Inauguração da USF de Verde Horizonte II, ampliou-se em mais 03 Equipes de Saúde
Bucal/ESB. No ano seguinte, houve a inauguração da USF Lama Preta com 02 ESB e da USF Buris de Abrantes, com 01 ESB. Com essas
ampliações foi possível chegar a uma cobertura de Equipes de Saúde Bucal de 73,08%.

Gráfico 59: Cobertura de Saúde Bucal, Camaçari, 2015 a 2020

104
Fonte: e-Gestor, 2021.

105
4.7 Condicionalidades Programa Bolsa Família

O Programa Bolsa Família (PBF) é um programa de transferência direta de renda com condicionalidades, que beneficia famílias em
situação de extrema pobreza. Tendo como objetivo combater a fome, a pobreza e a desigualdade por meio da transferência de um benefício
financeiro associado à garantia do acesso aos direitos sociais básicos – de saúde, educação, assistência social e segurança alimentar; promover a
inclusão social, contribuindo para a emancipação das famílias beneficiárias, construindo meios e condições para que elas possam sair da situação
de vulnerabilidade em que se encontram. As condicionalidades são compromissos assumidos tanto pelas famílias beneficiárias do PBF quanto
pelo poder público para reforçar o acesso dessas famílias a seus direitos sociais básicos, principalmente nas áreas de saúde, educação e
assistência social.
O acompanhamento Bolsa Família de saúde é oferecido a todas as famílias beneficiadas pelo programa, especialmente aquelas com
crianças menores de 7 anos, gestantes e mulheres de 14 a 44 anos. As ações de promoção da saúde e alimentação saudável são fundamentais para
o desenvolvimento das famílias do PBF. E a equipe de Saúde da Família é de extrema importância dentro desse processo. De acordo com o
gráfico abaixo, percebe-se que houve variação no acompanhamento nutricional entre 2017 e 2020. A queda do acompanhamento nutricional do
PBF em 2020 se deu por conta da Pandemia pela Covid-2019, considerando a necessidade de adoção de medidas à prevenção e ao controle da
propagação viral como, por exemplo, evitar aglomerações, e também considerando a priorização das ações de combate à pandemia no âmbito do
SUS, o Ministério de Saúde decidiu por orientar as Secretarias Municipais de Saúde que, para o acompanhamento da condicionalidade:
● Não será obrigatório o registro do acompanhamento das crianças e mulheres não gestantes;
● O registro da condicionalidade de saúde das gestantes deve ser realizado pelo Sistema de Gestão do Bolsa Família na Saúde ou pelo e-
SUS AB, quando possível, a fim de não prejudicar a concessão do Benefício Variável à Gestante (BVG). É a marcação da beneficiária como
gestante, durante o acompanhamento das condicionalidades de saúde nos sistemas mencionados, que a torna elegível para receber o BVG.

106
Gráfico 60: Cobertura de acompanhamento da condicionalidade de Saúde do Programa Bolsa Família (PBF)

Fonte: e-Gestor, 2021.

4.8 Rede de Atenção à Saúde Mental

A Rede de Atenção à Saúde Mental de Camaçari atualmente é composta pelas Unidades Básicas de Saúde, 04 CAPS (com especialidades
descritas abaixo), rede de urgência/emergência e as Policlínicas/Multicentro. Com perspectiva de ampliação dessa rede, houve a implantação de
um CAPS III em dezembro de 2019 que passou a ofertar acolhimento noturno (funcionamento 24h), em conformidade com Portaria do GM Nº
3.088.
Estabelece os pontos de atenção para o atendimento de pessoas com sofrimento ou transtorno mental (adultos, crianças e adolescentes) e
respectivas famílias, e com problemas relacionado ao uso de álcool e outras drogas, através da promoção de mecanismos e estratégias de
integração e socialização com abordagem multidisciplinar e interdisciplinar, atuando em uma perspectiva integral na promoção, prevenção,
recuperação e reabilitação da saúde dos usuários. Ao longo dos últimos 10 anos, a rede de atenção psicossocial admitiu em seus serviços um total
de 10.018 usuários (até abril/2021), além dos acolhimentos cujas demandas foram redirecionadas para outros pontos da rede de saúde.
Vale destacar uma imensa quantidade de usuários atendidos nos CAPS que possuem perfil ambulatorial e deveriam ser atendidos nas
Policlínicas, além da fila de espera gerenciada pela Central de Regulação, um significativo volume segue vinculado ao CAPS aguardando
107
perspectiva de encaminhamento para ambulatório e/ou atenção primária. Para minimizar esse problema, no CAPS Orla foi implantado o
atendimento com psiquiatra e psicólogo.

4.8.1 Fila De Espera Psiquiatria


Atualmente, 450 usuários encontram-se em fila de espera para atendimento psiquiátrico, o que demonstra a necessidade de ampliação da
oferta da especialidade nas Policlínica e, principalmente, qualificação de fluxo de referência e contra referência na rede assistencial, ampliando o
acolhimento dos casos leves na atenção primária e educação continuada para fortalecimento do matriciamento, suporte às equipes de atenção
primária no atendimento aos casos que envolvam questões de saúde mental e encaminhamentos para atendimento psicológico nos ambulatórios;

Tabela 13: Número de atendimento para acolhimento diurno, segundo CAPS, Camaçari, 2018 a 2021(1º Quadrimestre)
Acolhimentos 2018 2019 2020 2021 (1QD)
CAPS i 356 153 249 96
CAPS Ad 235 247 147 89
CAPS II 368 206 359 173
CAPS III 989 556 519 308
Total 1948 1162 1274 666
Fonte: RAG - coordenação de Saúde Mental

108
Tabela 14: Número de Admissões nos CAPS do Município de Camaçari, no período de 2018 a 2021

Admissões 2018 2019 2020 2021 (1QD)


CAPS i 161 43 99 43

CAPS Ad 197 88 139 62

CAPS II 159 105 129 129

CAPS III 386 140 238 105


Total 903 376 605 339
Fonte: RAG coordenação de Saúde Mental

O número de admissões nos CAPS tem apresentado variações ao longo do período considerado (2018 a 2021), tendo sido registradas 903
admissões em 2018, reduzindo para 376 em 2019 e voltando a aumentar em 2020, quando foram registradas 605 admissões.
Em 2021, espera-se uma tendência de crescimento, tendo em vista que o primeiro quadrimestre já alcança aproximadamente 50% do total
de acolhimentos e admissões realizadas no ano de 2020. Entende-se que essa projeção será um dos reflexos do cenário de pandemia e pós-
pandemia e nos requer uma atenção direcionada a essa demanda, unindo ações transversais relacionadas a políticas públicas além da saúde.

4.8.2 Demanda para Serviço Residencial (Unidade de Acolhimento Transitório - UAT)


Atualmente, o município não dispõe de nenhum serviço residencial para acolhimento transitório, apesar de já identificados 19 usuários
do CAPS Ad com perfil e demanda recorrente.
O Caps AD, serviço que atende pessoas por uso abusivo de substâncias, tem no seu perfil de atuação pessoas que vivem em
vulnerabilidade social e tem vínculos familiares frágeis.
O Projeto Terapêutico Singular (PTS), muitas vezes, experimenta fragilidades em virtude da falta de abrigamento para essa pessoa e,
geralmente, o usuário recorre a localidades inadequadas para seu abrigamento, como as comunidades terapêuticas.

109
Com a implantação da UAT, o município deverá contar com 5 leitos psiquiátricos para atenção às pessoas com necessidades decorrentes
do uso de crack, álcool e outras drogas em enfermaria especializada. A UAT tem funcionamento 24 horas, 7 dias por semana e custeio previsto
de 70 mil para apoiar a implantação e repasse mensal de 25 mil.

4.8.3 Ações de matriciamento sistemático realizadas por CAPS com equipes de atenção básica
As equipes de Saúde Mental são divididas em mini-equipes por região de saúde e, formalmente, é destinado um turno semanal da agenda
para o matriciamento das unidades de saúde.
As diretrizes de matriciamento foram publicadas em 24/10/2019, sendo acompanhadas sistematicamente em cada região e com atividades
regulares de socialização do fluxo.

4.9 Rede de Atenção às Urgências e Emergências

Como porta de entrada para os atendimentos de urgências de baixa e média complexidade, para diminuir a sobrecarga dos hospitais de
maior porte, foram criadas pelo Ministério da Saúde as Unidades Não Hospitalares de Atendimento às Urgências ou Unidades de Pronto
Atendimento – UPA, seguindo orientações emanadas da Portaria 2.922/GM, de 03 de dezembro de 2008 que estabelece diretrizes para o
fortalecimento e implantação do componente de “organização de redes locorregionais de atenção integral às urgências” da Política Nacional de
Atenção às Urgências.
De acordo com a Portaria GM/MS nº 2.048/2002, as UPA’s são definidas como unidades não hospitalares que devem funcionar 24 horas
do dia e devem estar habilitadas a prestar assistência correspondente ao primeiro nível de assistência de média complexidade. Devem ainda
possuir retaguarda de maior complexidade previamente pactuada, com fluxo e mecanismos de transferência claros, mediados pela Central de
Regulação, a fim de garantir o encaminhamento dos casos que extrapolem sua complexidade.
Outras funções envolvem a garantia de transporte para os casos mais graves, por meio do SAMU – 192, onde ele existir ou outra forma de
transporte que venha a ser pactuada. Deve ainda contar com pactuação adequada para exames diagnósticos e atendimento especializado. Um

110
ponto fundamental é a existência de contra-referência com a rede básica e o Programa Saúde da Família, permitindo o adequado seguimento dos
pacientes e sua inserção, não apenas na atividade curativa, como também em atividades de promoção à saúde.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU 192 tem como objetivo chegar precocemente à vítima, após ter ocorrido alguma
situação de urgência ou emergência de natureza clínica, cirúrgica, traumática, obstétrica, pediátrica, psiquiátrica, entre ou tras, que possa levar a
sofrimento, a seqüelas ou mesmo a morte. Trata-se de um serviço pré-hospitalar, que visa conectar as vítimas aos recursos que elas necessitam e
com a maior brevidade possível.
O SAMU 192 faz parte do sistema único de saúde, que funciona 24 horas, por meio da prestação de orientações e do envio de veículos
tripulados por equipe capacitada, acessado pelo número "192" e acionado por uma Central de Regulação das Urgências. O SAMU realiza os
atendimentos em qualquer lugar: residências, locais de trabalho e vias públicas, e conta com equipes que reúne médicos (reguladores e
socorristas), enfermeiros, técnicos de enfermagem e condutores socorristas.
Este município, que é o maior da Regional e abriga a Central de Regulação, tem 05 unidades pelo Ministério da Saúde e regula 6
municípios (Pojuca, Itanagra, São Sebastião do Passé, Conde, Mata de São João, Dias D´Ávila).
O atendimento do SAMU 192 começa a partir do chamado telefônico, quando são prestadas orientações sobre as primeiras ações. O
serviço pode ser acessado gratuitamente pelo número 192, a partir de qualquer telefone, fixo ou móvel. A ligação é atendida por técnicos, que
identificam a emergência e coletam as primeiras informações sobre as vítimas e sua localização. Em seguida, as chamadas são remetidas ao
Médico Regulador, que presta orientações às vítimas e aciona as ambulâncias quando necessário, sendo USA (Unidade de Suporte Avançado) ou
USB (Unidade De Suporte Básico).
Tabela 15: Atendimentos realizadas por tipos de ocorrências, Camaçari, 2019 a 2021 (1º Quadrimestre)
SAMU 2019 2020 2021
(1QD)
Trauma 2295 2269 1084
Clinico adulto 4520 4773 3299
Clinico pediátrico 306 136 65

111
Cardiológico 114 44 19
Obstétrico 233 230 116
Psiquiátrico 481 645 314
Óbito 83 172 136
Remoção inter – hospitalar 39 25 15

Gráfico 61: Atendimento SAMU por tipo entre 2019 e 2021 (abril), Camaçari

Tabela 16: Número de óbitos por ano (UPA OU PA), Camaçari, 2018 a 2021 (1º quadrimestre)
Óbitos 2018 2019 2020 2021
(1QD)
PA MONTE GORDO 29 27 28 14
PA PEDIÁTRICO 0 1 0 0
PA DR ARTHUR SAMPAIO 6 25 27 17
UPA AREMBEPE 36 58 62 21
UPA GLEBA A 106 150 162 121
TOTAL 177 261 279 173

112
Gráfico 62: Ocorrência de óbito nas UPAS/PA, 2018 a 2021 (abril), Camaçari

Tabela 18: Número de transferências nas UPA/PA, 2018 a 2021 (abril), Camaçari
Transferências 2018 2019 2020 2021
PA MONTE GORDO 542 628 574 204
PA PEDIÁTRICO 18 245 377 171
PA DR ARTHUR SAMPAIO 781 254 240 178
UPA AREMBEPE 305 371 480 92
UPA GLEBA A 614 727 565 629
Total 2260 2225 2236 1274

113
Gráfico 63: Ocorrência de transferências das UPAS/PA, 2018 a 2021 (abril), Camaçari

4.10 Rede de atenção à Pessoa com deficiência

A Política Nacional de Saúde das Pessoas com Deficiência, de 5/6/2002, tem como propósito reabilitar a pessoa com deficiência “na sua
capacidade funcional e no seu desempenho humano – de modo a contribuir para a sua inclusão plena em todas as esferas da vida social – e
proteger a saúde do citado segmento populacional, bem como prevenir agravos que determinem o aparecimento de deficiências. ”
Diversas são as ações possíveis e necessárias para a prevenção de deficiências, como imunização, acompanhamento das gestantes, de
recém-nascidos, especialmente de risco, acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil, de pessoas com diabetes, hipertensão,
hanseníase, e também ações intersetoriais, como por exemplo, para prevenir acidentes e violências.
População alvo para a Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência, instituída no âmbito do Sistema Único de Saúde, consiste numa rede
de cuidados que visa assegurar acompanhamento e cuidados qualificados para pessoas com incapacidade ou redução da funcionalidade
temporária ou permanente; progressiva, regressiva ou estável; intermitente ou contínua, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, que,

114
em interação com diversas barreiras, têm obstruída sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais
pessoas (Brasil, 2011).
Ressalta-se que o município não dispõe de maternidade. A unidade de referência para atendimentos obstétricos é a unidade
Estadual- Hospital Geral de Camaçari, com atenção aos casos agudos da gestante e da puérpera.
Serviços de Apoio
● APAE
● CRIE
● CRAS
Pontos de referência da rede estadual:
● Auditivos para o CEPRED;
● Visual para o Instituto de Cegos
A rede de atenção à Pessoa com Deficiência conta com todas as unidades de atenção primária como porta de entrada do usuário, local
onde as demandas da pessoa com deficiência são identificadas e referenciadas para o CER II (Centro Especializado em Reabilitação).
Houve aumento expressivo no registro do número de usuários com deficiência auto referida, saindo de um patamar de 778 usuários em
2016 para 6726 em 2021. em 2021, representou 2,64% da população abordada. As deficiências auto referidas com maior freqüência no período
foram: física, intelectual/cognitiva, visual, outras e auditiva.
Nos últimos anos, houve um significativo avanço no volume de cadastros de usuários do município no e-SUS e, apesar desse aumento, a
taxa de incidência de deficiência autoreferida manteve-se em torno de 2,6%. Dados que refletem o volume de usuários com perfil de atendimento
cadastrado no CER. O município seguirá desenvolvendo estratégias para cruzamentos dos dados de cadastro E-Sus x vinculação ao CER, na
perspectiva de atender a demanda dos usuários de Camaçari (Tabelas 06 e 07; Gráfico 10).

115
Tabela 19: Número de usuários com deficiência auto referida/ano em relação à população geral, Camaçari, 2016 a 2021 (parcial)
2016 2017 2018 2019 2020 2021
Auditivo 80 151 203 223 584 626
Física 265 467 583 681 2254 2494
Intelectual/ Cognitiva 164 260 349 403 1459 1599
Visual 161 235 294 331 1034 1137
Outra 108 187 231 259 811 870
Total 778 1300 1660 1897 6142 6726
Fonte: E-SUS Informações sociodemográficas – Deficiência, relatório de cadastro individual preenchido pelos agentes

Gráfico 64: Usuário com Deficiência Autoreferida, por tipo, Camaçari, 2016 a 2021 (parcial)

Fonte: E-SUS Informações sociodemográficas –


Deficiência, relatório de cadastro individual preenchido pelos agentes; relatório extraídos até 19/07/2021

116
Tabela 20: Análise da Incidência de deficiência autoreferida em relação a população abordada pela atenção primária para cadastro no
E-Sus nos anos de 2016 a 2021 no Município de Camaçari-Ba
2016 2017 2018 2019 2020 2021
Tem alguma deficiência 719 1195 1528 1741 5592 6106
Não possui Deficiência 28603 53194 63519 72702 207142 231382
% incidência 2,51 2,25 2,41 2,39 2,70 2,64
Fonte: E-SUS Informações sociodemográficas – Deficiência, relatório de cadastro individual preenchido pelos agentes; relatório extraídos até
19/07/2021
O CER II foi qualificado para reabilitação física e intelectual, atualmente com mais de 3654 pacientes cadastrados e média de 1999
pacientes ativos. Possui seus processos de trabalho guiados pela Política Nacional da Pessoa com Deficiência e Portaria nº 1.303, de 28 de junho
de 2013, atendendo a população de Camaçari e microrregião (Sebastião, Dias D’Avila, Mata de São João e Pojuca). Reinaugurou o serviço em
nova sede no dia 01/02/2021, com estrutura para ampliar o número de atendimentos, porém, em virtude da pandemia covid19, houve uma baixa
adesão dos usuários em atendimento presencial, que levou à organização da oferta de tele atendimento, somado ao atendimento p resencial.
Tabela 21: Número de atendimentos da equipe multidisciplinar, Camaçari, 2019 a 2021 (1º Quadrimestre)
CER II 2019 2020 2021 (1QD)
Total de usuários Cadastrados 3394 3530 3654
Consultas 1621 1362 1165
Procedimentos 4996 8224 1033

4.11 Rede de Assistência à Oncologia


O CEONC – Centro de Especialidade em Oncologia oferece ações de triagem, confirmação diagnóstica e apoio multidisciplinar aos
usuários com suspeita de alteração oncológica, referenciando todos os casos para tratamento na rede Estadual (Macrorregião Leste) que conta
com 06 UNACON e 01 CACON, em conformidade com a Portaria Nº 140, de 27 de fevereiro de 2014 e Política Nacional para Prevenção e
Controle e câncer. O serviço atualmente possui 7625 pacientes assistidos sendo 3081 em mastologia, 1102 com a ginecologia, 2326 com a
117
urologia, 93 oncologia e 843 com a endócrino. A unidade foi reestruturada em novembro de 2020, com qualificação dos equipamentos e fluxos
de atendimento (Tabela 09).
Tabela 22: Número de pacientes acolhidos e Número de pacientes admitidos por especialidade, Camaçari, 2019 a 2021 (1º quadrimestre)
Pacientes cadastrados CEONC 2019 2020 2021 (1QD)
Mastologia (3053) 95 88 28
Ginecologia (1071) 109 72 31
Urologia (2309) 42 79 17
Oncologia (77) 40 38 16
Endócrino (810) 162 91 33
Total de Usuários Cadastrados 448 368 125

4.12 Programa Municipal de DST/Aids

O Programa Municipal de ISTs, HIV/ Aids e Hepatites Virais se destina a reduzir a incidência de infecção pelo HIV/Aids e por outras
infecções sexualmente transmissíveis; ampliar o acesso ao diagnóstico, ao tratamento e à assistência às ISTs - melhorando sua qualidade,
prevenção da transmissão vertical e fortalecer as instituições responsáveis pelo controle das ISTs no município de Camaçari.
As ações têm como pilares a prevenção, assistência, garantia dos direitos humanos, comunicação social e desenvolvimento institucional
que estejam no contexto da tomada de decisões de políticas públicas e que estabeleçam modelos de intervenção que permitam considerar os
diversos grupos populacionais, considerando seus aspectos culturais e sociais.
Por sua vez, a descentralização dessas ações na atenção primária à saúde e demais pontos de atenção da rede assistencial em Camaçari,
visa à continuidade e a sustentabilidade do programa, que é fundamental para o fortalecimento de uma política de capacitação de recursos
humanos destinada às ações de controle de IST/Aids no município.

118
O Centro de Referência de Especialidades em Saúde- CRES, tem como público alvo usuários portadores de HIV, Hepatites virais,
HTLV, Sífilis e demais infecções sexualmente transmissíveis; pacientes e profissionais expostos ao HIV; Crianças com risco de contaminação
por transmissão vertical do HIV. Entre suas ações, destacam-se: atendimento com equipe multidisciplinar, dispensação de medicamentos
antiretrovirais e medicações relacionadas ao tratamento de ISTs, imunização para usuários do serviço, coleta de exames laboratoriais, incluindo
carga viral, CD4, CD8 e genotipagem para os usuários do serviço; PPD; fórmula láctea infantil para prevenção da transmissão vertical, insumos
de prevenção tais como: preservativos masculino e feminino, gel lubrificante. Palestras educativas de prevenção às ISTs/AIDS, ações educativas
em escolas, espaços públicos, empresas e eventos.
Sendo instituição de referência, executa as ações do programa Municipal em parceria com as demais áreas técnicas de cuidado do
município, dentre elas, o monitoramento dos indicadores gerais no que tange a ações voltadas às ISTs.
Segue abaixo o monitoramento realizado acerca do número de testes rápidos realizados em Camaçari, 2017 a 2021* (dados preliminares).
Observa-se que, entre 2017 a 2018, houve um incremento de 6% na oferta da testagem rápida no município. No entanto, nos anos
subsequentes, nota-se um decréscimo de 7% no ano de 2019 em relação à 2018, seguido do decréscimo de 27% em 2020. Vale destacar que, em
decorrência da pandemia da COVID-19, muitas unidades tiveram o escopo de ações assistenciais reduzidas. Espera-se que em 2021 a ampliação
das ações de testagem rápida no município se intensifique, uma vez que os indicadores epidemiológicos sinalizam aumento da incidência das
infecções sexualmente transmissíveis, em especial HIV, Sífilis e Hepatites Virais (Tabela 10).
Tabela 23: Número de testes rápidos realizados por ano, Camaçari, 2017 a 2021 (1º Quadrimestre)
2017 2018 2019 2020 2021 (1QD)
TR Sífilis 11066 10438 8926 6169 935
TR HIV 11106 11360 9125 6474 983
TR Hepatite C 5925 6704 7469 5656 922
TR Hepatite B 5478 6919 7284 5550 845
Total 33575 35421 32804 23849 3685
Fonte: SISLOGLAB

119
No que se refere ao diagnóstico das ISTs por meio dos testes rápidos, disponível em todas as unidades básicas de saúde, CRES e demais
pontos executores, observa-se que quanto maior oferta, maior o diagnóstico. A medida em que houve decréscimo na execução dos mesmos,
menor detecção de casos em Camaçari, conforme apresentado na tabela 11.
Tabela 24: Número de testes rápidos positivos (HIV, SÍFILIS, HEP B, HEP C) por ano em Camaçari, 2018 a 2021 (1º quadrimestre)
2018 2019 2020 2021 (1QD)
TR Sífilis 401 326 175 56
TR HIV 108 110 109 21
TR Hepatite C 10 35 10 1
TR Hepatite B 12 17 11 0
Total 531 488 305 78
Fonte: SISLOGLAB.

4.13 Políticas Transversais de Saúde

Saúde da Mulher e Saúde materno infantil/ Rede cegonha

O indicador Razão de Exames Citopatológicos expressa a relação entre o total de exames realizados em mulheres de 25 a 64 anos e um
terço das mulheres deste mesmo grupo etário, residentes no mesmo local e período. Contribui na avaliação da oferta de exames preventivos para
câncer do colo do útero da população feminina e expressa a realização de um exame a cada três anos. Como limitações, este exame refere-se
apenas à população que realiza o exame citopatológico no SUS e seu resultado é dependente da adesão à periodicidade trienal. Além disso,
considera o número de exames e não o de mulheres examinadas
Durante o período avaliado, aproximadamente 68% dos exames avaliados foram realizados na faixa etária tida como prioritária (25 a 59
anos), sendo muitos exames realizados fora da faixa etária prioritária, mas que obtiveram acesso ao buscar as unidades de saúde. Foram
observados valores acima do parâmetro estabelecido pelo Ministério da Saúde e SESAB para a razão exames realizados e população-alvo. No
Brasil, a meta para esse indicador é de 0,3 exames/mulher/ano. Além do exame ser ofertado regularmente em todas as unidades da rede de
Atenção Primária à saúde, muitas ações de intensificação da realização do exame e de busca ativa de mulheres dentro do período sugerido para o
exame foram realizadas. No ano de 2020, por conta da Pandemia relacionada ao Covid-19, a oferta deste exame foi suspensa de abril a julho de

120
2020, seguindo orientação de órgãos de referência, como o Ministério da Saúde e o INCA, o que prejudicou o alcance deste indicador no referido
ano.
É importante o monitoramento do indicador “ Razão de exames citopatológicos do colo do útero em mulheres de 25 a 64 anos e a
população feminina na mesma faixa etária”, por entender que se faz necessária a implementação da rede de atenção à saúde com ênfase na linha
de cuidado para prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer de colo do útero. Com o objetivo de continuar na orientação e apoio às equipes
para a promoção de ações com vistas ao fortalecimento e ampliação do acesso às informações sobre o câncer do colo do útero para todas as
mulheres, ressaltando a importância do diagnóstico e tratamento de suas lesões precursoras, bem como, na estruturação dos serviços de saúde da
atenção básica para colher adequadamente o exame citopatológico de todas as mulheres do grupo etário alvo do programa, reafirma-se a
relevância de tal indicador. O aumento do número de exames citopatológicos do colo do útero em mulheres de 25 a 64 anos e a população
feminina na mesma faixa etária, configura-se em importante meta para fortalecer e ampliar as ações de prevenção, detecção precoce e tratamento
oportuno do câncer do colo do útero.
Gráfico 65: Razão de Exames Citopatológicos, Camaçari, 2015 a 2020

Fonte: SIA-SUS/IBGE

121
A Cobertura de exame citopatológico mede a proporção de mulheres com idade entre 25 a 64 anos atendidas na APS que realizaram 1
exame citopatológico do colo do útero no intervalo de 3 anos, em relação ao total de mulheres na mesma faixa etária estimadas do município.
O objetivo deste indicador é avaliar a adequação do acesso ao exame preventivo para câncer do colo do útero e também informar às
equipes de APS os dados que são coletados no PEC, tendo em vista os indicadores do pagamento por desempenho no âmbito do Programa
Previne Brasil, além de avaliar o cumprimento de diretrizes e normas para a prevenção do câncer do colo do útero e subsidiar o processo de
planejamento, gestão e avaliação da saúde da mulher. No âmbito das equipes de saúde, mede a capacidade da equipe de realizar vigilância ativa
da população adscrita (por meio de captação de mulheres que não tenham ido espontaneamente à unidade para aplicação do exame), de facilitar o
acesso (ofertando o serviço a todas as mulheres na idade preconizada que frequentam a unidade, independentemente do motivo) e de aplicar esse
exame em quantitativo compatível com a população de rastreamento adscrita. Esse indicador considera a realização de um exame a cada três
anos, segundo as Diretrizes Nacionais.
A Portaria Nº 3.222 de 10 de Dezembro de 2019, dispõe sobre os indicadores do Pagamento por Desempenho no âmbito do Programa
Previne Brasil que prevê o acompanhamento de grupos prioritários (gestantes, mulheres, crianças e pacientes hipertensos e diabéticos) de modo a
cumprir o que é preconizado e estabelecido como modelo de cuidado continuado e acompanhamento longitudinal, segundo os princípios e
diretrizes do SUS.
Esse indicador é monitorado através do SISAB desde 2018 e, durante o período apresentado, o município de Camaçari implantou um
sistema próprio para informatização dos dados- Sistema Sudoeste, o que exigiu informatização da rede e capacitação dos profissionais para a sua
utilização. Por conta disso, esse indicador ainda apresenta um baixo alcance nesse período. Sabe-se que os fatores que impactam no alcance dos
indicadores são diversos, como a qualidade dos cadastros e registros realizados nos sistema de informação, o planejamento das ações de
acompanhamento e monitoramento dos usuários, o suporte tecnológico em todas as unidades de saúde, bem como o apoio e comunicação de
todas as esferas da gestão municipal frente às dificuldades e especificidades das equipes.
Dentre as estratégias utilizadas para melhorar esse indicador, estão estratégias de matriciamento com as equipes de saúde; ter dados
populacionais para mensuração da oferta necessária ao rastreamento adequado para toda a população feminina na faixa etária; ter controle
individualizado dessa população, e não por quantitativo total, evitando realizar o exame sempre para as mesmas mulheres e deixando outras de

122
fora do programa de rastreamento; ter método de controle do seguimento das mulheres com exame alterado (sistema eletrônico ou registro de
papel, ambos verificados periodicamente); ofertar esse exame a todas as mulheres na idade preconizada que freqüentam a unidade,
independentemente do motivo.
Gráfico 66: Cobertura de exame citopatológico, para o município de Camaçari, considerando todas as equipes, no período do 1º
quadrimestre de 2018 a 1º quadrimestre de 2021.

Fonte: Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica – SISAB


Proporção de gestantes com pelo menos 6 (seis) consultas pré-natal realizadas, sendo a primeira até a 20ª semana de gestação -
Mede a proporção de gestantes que realizaram a quantidade de consultas de pré-natal preconizado pelo Ministério da Saúde - 6 atendimentos,
sendo que a primeira consulta deve ter sido realizada até a 20ª semana gestacional, em relação ao total de gestantes estimadas do município. O
objetivo desse indicador é mensurar quantas gestantes realizam o atendimento correto em relação à quantidade de gestantes estimadas que o
município possui, no intuito de incentivar o registro correto de todos os usuários da APS, mesmo que possa afetar o resultado do indicador;
avaliar o acesso ao acompanhamento pré-natal; subsidiar o processo de planejamento, gestão e avaliação da assistência ao pré-natal; incentivar a
captação de gestantes para início oportuno do pré-natal, essencial para o diagnóstico precoce de alterações e intervenção adequada sobre
condições que vulnerabilizam a saúde da gestante e da criança.

123
A importância desse indicador está em realizar o acompanhamento adequado da gestante ao longo do pré-natal, com consultas em
quantidade e qualidade suficientes (entre outros elementos), é capaz de identificar problemas pré-existentes e aqueles desenvolvidos ao longo da
gestação, propiciando diagnóstico precoce e tratamento apropriado. Isso aumenta as chances de uma gravidez saudável com o desenvolvimento
correto do feto e um parto no tempo certo. Também demonstra a capacidade da equipe de captar precocemente a gestante bem como acompanhá-
la ao longo da gestação.
A Portaria Nº 3.222 de 10 de Dezembro de 2019, dispõe sobre os indicadores do Pagamento por Desempenho no âmbito do Programa
Previne Brasil que prevê o acompanhamento de grupos prioritários (gestantes, mulheres, crianças e pacientes hipertensos e diabéticos), de modo
a cumprir o que é preconizado e estabelecido como modelo de cuidado continuado e acompanhamento longitudinal, segundo os princípios e
diretrizes do SUS.
Esse indicador é monitorado através do SISAB desde 2018 e, durante o período apresentado, o município de Camaçari implantou um
sistema próprio para informatização dos dados- Sistema Sudoeste, o que exigiu informatização da rede e capacitação dos profissionais para a sua
utilização. Por conta disso, esse indicador ainda apresenta um baixo alcance nesse período. Sabe-se que os fatores que impactam no alcance dos
indicadores são diversos, como a qualidade dos cadastros e registros realizados nos sistema de informação, o planejamento das ações de
acompanhamento e monitoramento dos usuários, o suporte tecnológico em todas as unidades de saúde, bem como o apoio e comunicação de
todas as esferas da gestão municipal frente às dificuldades e especificidades das equipes.
Dentre as estratégias utilizadas para melhorar esse indicador estão estratégias de matriciamento com as equipes de saúde; realizar
vigilância ativa das pessoas adscritas à equipe, estando atento aos sinais de gestação; acompanhar proativamente o quantitativo de consultas de
pré-natal por cada gestante (por meio de relatórios de sistema de informação ou controle manual); facilitar o acesso aos testes de gravidez
(preferencialmente teste rápido), por meio de escuta inicial qualificada; agendar consulta subsequente à anterior para as gestantes, acompanhando
possíveis faltas e acionando a gestante por meio telefônico ou presencial (domicílio) para entender o motivo; agenda aberta p ara a gestante,
evitando reservas de dia/período que não permitam à gestante escolher o melhor dia/período para ela, evitando absenteísmo.

124
Gráfico 67: Proporção de gestantes com pelo menos 6 (seis) consultas pré-natal realizadas, sendo a primeira até a 20ª semana de
gestação, para o município de Camaçari, considerando todas as equipes, no período do 1º quadrimestre de 2018 a 1º quadrimestre de
2021.

Fonte: Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica – SISAB

O indicador Proporção de gestantes com realização de exames para sífilis e HIV mede a proporção de gestantes que realizaram
exames de sífilis e HIV durante o pré-natal realizado na APS, ou seja, a sorologia avaliada e teste rápido realizado, em relação ao total de
gestantes estimadas do município. O objetivo desse indicador é mensurar quantas gestantes realizam esse exame, em relação à quantidade
estimada de gestantes que o município possui, no intuito de incentivar o registro correto de todos os usuários da APS, mesmo que isso possa
afetar o resultado do indicador; avaliar o cumprimento de diretrizes e normas para a realização de um pré-natal de qualidade na APS; subsidiar o
processo de planejamento, gestão e avaliação da assistência ao pré-natal; incentivar a realização dos exames de sífilis e HIV, visando triar
gestantes com essas patologias para que seja assegurado tratamento adequado com vistas a minimizar danos ao feto.
Esse indicador é monitorado através do SISAB desde 2018 e, durante o período apresentado, o município de Camaçari implantou um
sistema próprio para informatização dos dados- Sistema Sudoeste, o que exigiu informatização da rede e capacitação dos profissionais para a sua
125
utilização. Por conta disso, esse indicador ainda apresenta um baixo alcance nesse período. Sabe-se que os fatores que impactam no alcance dos
indicadores são diversos, como a qualidade dos cadastros e registros realizados nos sistema de informação, o planejamento das ações de
acompanhamento e monitoramento dos usuários, o suporte tecnológico em todas as unidades de saúde, bem como o apoio e comunicação de
todas as esferas da gestão municipal frente às dificuldades e especificidades das equipes.
Dentre as estratégias utilizadas para melhorar esse indicador, estão estratégias de matriciamento com as equipes de saúde; solicitar a
primeira bateria desses exames logo na primeira consulta de pré-natal; acionar o ACS para averiguar se os exames foram feitos e, caso não
tenham, desenvolver estratégias para facilitar o acesso aos exames; caso a mulher não tenha sorologias recentes, solicitar os exames mesmo que
ainda não se tenha confirmação da gravidez; dar preferência aos testes rápidos; caso não haja teste rápido disponível, ter noção dos tempos
necessários entre solicitação, marcação no laboratório e realização do exame na realidade da sua rede de atenção; criar fluxo facilitado para a
marcação desses exames e acompanhamento do agendamento para gestante pela importância do tempo maior para esse grupo.
Gráfico 68: Proporção de gestantes com realização de exames para sífilis e HIV, para o município de Camaçari, considerando todas as
equipes, no período do 1º quadrimestre de 2018 a 1º quadrimestre de 2021.

Fonte: Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica – SISAB

126
O monitoramento do indicador “Razão de exames de mamografias realizadas nas mulheres de 50 a 69 anos e população da mesma
faixa etária" tem importância por entender que se faz necessário a implementação da rede de atenção à saúde com ênfase na linha de cuidado
para prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer de mama. Com o objetivo de continuar na orientação e apoio às equipes para a promoção de
ações com vistas ao fortalecimento e ampliação do acesso às informações sobre o câncer de mama para todas as mulheres, ressaltando a
importância do diagnóstico e tratamento humanizado e qualificado. No período citado, o município de Camaçari conseguiu atingir as metas
propostas para o período, através de ações de intensificação para a realização do exame e de busca ativa. O aumento do número de mamografias
realizadas nas mulheres de 50 a 69 anos e população da mesma faixa etária, configura-se em importante meta para fortalecer e ampliar as ações
de prevenção, detecção precoce e tratamento oportuno do câncer do colo do útero.
Gráfico 69: Razão de exames de mamografia realizados em mulheres de 50 a 69 e população da mesma faixa etária

Fonte: SIA-SUS/IBGE

127
A realização de consultas de pré-natal é influenciada por fatores socioeconômicos, pela infra-estrutura de prestação de serviços e por
políticas públicas assistenciais e preventivas. O acompanhamento de sua frequência é importante para subsidiar processos de planejamento,
gestão e avaliação de políticas públicas e ações de saúde voltadas para a atenção pré-natal, o parto e a atenção à saúde da criança.
Durante o período avaliado na série, nota-se o crescimento do número de gestantes que passaram por 7 ou + consultas de pré-natal, o que
indica um aumento do acesso e da continuidade do cuidado dessa gestante, garantindo um pré-natal de qualidade. Também apresenta-se alto no
período avaliado o quantitativo de mulheres que passaram por 4 a 6 consultas de pré natal indica que ainda são necessárias estratégias para a
melhoria do indicador.
São estratégias para a melhora do indicador: captação precoce e acompanhamento regular da gestante; realização de consultas de pré-
natal regularmente; estimular a programação de metas da cobertura de consulta pré-natal com médicos e enfermeiros da Equipe de Atenção
Básica com no mínimo 3 consultas/médicas, 3 consultas/enfermagem, 1 consulta/odontológica; capacitar profissionais da atenção básica para a
realização do pré-natal; disponibilizar o CAB pré-natal Nº 32 para as equipes e estimular sua implantação; ofertar no pré-natal testes rápidos de
gravidez; ofertar no pré-natal triagem da gestante (papel filtro), incluindo sífilis, HIV-Aids; acompanhar e tratar no pré-natal as doenças triadas;
monitorar as informações do Sistema de Informação sobre Pré-natal - SISPRENATAL WEB; acompanhar a realização das consultas de pré-natal
e o tratamento das doenças diagnosticadas neste período.
Entre as limitações deste indicador, destacam-se: não abrange o universo das gestantes, excluindo aquelas que tiveram aborto ou como
produto da gestação um nascido morto; impossibilidade de efetuar comparações com o padrão mínimo de seis consultas de pré-natal estabelecido
pelo Ministério da Saúde, em função do agrupamento do número de consultas no formulário de Declaração de Nascido Vivo; há possibilidade de
equívoco da gestante ao informar o número de consultas realizadas; a ocorrência de partos gemelares resulta em contagem cumulativa de
mulheres; a representatividade populacional do indicador pode estar comprometida nas áreas que apresentam insuficiente cobertura do sistema de
informação sobre nascidos vivos, resultante da implantação parcial do Sinasc em alguns estados e municípios; há possibilidade de nascidos vivos
que morrem logo após o nascimento serem declarados como natimortos, sub-enumerando o total de nascidos vivos.

128
A Proporção de partos normais permite avaliar a qualidade da assistência prestada, uma vez que o aumento excessivo de partos
cesáreos, acima do padrão de 15% definido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), pode refletir um acompanhamento inadequado do pré-
natal e/ou indicações equivocadas do parto cirúrgico em detrimento do parto normal.
No município de Camaçari, durante o período avaliado, houve uma predominância do tipo de parto vaginal, porém, o nível de parto do
tipo cesáreo ainda apresenta um proporção elevada (em média de 42%), apresentando um patamar bem superior aos 15% sugerido pela OMS.
São ações sugeridas para a melhora deste indicador: captação precoce e acompanhamento regular da gestante; realização de consultas de
pré-natal; orientação dos profissionais para o preenchimento do partograma; orientação dos profissionais para o preenchimento do cartão da
gestante durante o pré-natal e o parto; capacitação de profissionais de saúde na atenção ao parto e nascimento saudáveis; realizar atividades
educativas sobre a importância do parto normal e as suas vantagens; realizar a vinculação da gestante à Unidade que realizará o parto.

Adolescentes
A população adolescente do Município de Camaçari constitui 10,57% da população geral e necessita de políticas públicas específicas para
essa faixa etária. Apesar de demograficamente significante, vem apresentado tendência à diminuição, já que a pirâmide etária do município
apresenta diminuição na sua base , o que significa transição demográfica para o envelhecimento populacional.
A maior causa de morbi-mortalidade deste grupo populacional é a violência por causas externas e representa 20% de todos os óbitos por
causa externa no período de série histórica avaliado. As causas externas estão entre as principais causas de morte no mundo,
representando grande problema de saúde pública e importante desafio aos gestores de saúde. Indivíduos jovens são os mais afetados com
acidentes de trânsito, suicídios e homicídios, e estas figuram entre as maiores causas de morte nesse grupo etário. Acredita-se que esta
população seja considerada mais suscetível aos agravos por causas externas, devido a características como imaturidade, excesso de coragem,
espírito de aventura e também ao uso excessivo de álcool e outras drogas. A vulnerabilidade e riscos aos quais essa faixa etária está
exposta, demonstra que um grande número de adolescentes tem sua vida interrompida, tendo a morbidade e mortalidade por Causas Externas
como razões centrais. Além disso, é no sistema público de saúde que muitas vítimas necessitam e buscam por atendimento de emergência,
assistência especializada, reabilitação física e psicológica.

129
O indicador de Proporção de Gestantes Adolescentes monitora a tendência da gravidez de adolescentes no município, norteando as
ações de saúde nas unidades básicas, escolas (Programa Saúde na Escola) e de outros serviços afins, permitindo o planejamento de políticas
públicas específicas para essa faixa etária da população adolescente, visando reduzir a gravidez na adolescência e atender às necessidades das
jovens que já engravidaram. Dentre os problemas de saúde nessa faixa etária, a gravidez se sobressai em quase todos os países e, em especial, nos
países em desenvolvimento. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a gestação nesta fase é uma condição que eleva a prevalência de
complicações para a mãe, para o feto e para o recém-nascido, além de agravar problemas socioeconômicos já existentes.
Diversos fatores concorrem para a gestação na adolescência. No entanto, a desinformação sobre sexualidade e direitos sexuais e
reprodutivos é o principal motivo. Questões emocionais, psicossociais e contextuais também contribuem, inclusive para a falta de acesso à
proteção social e ao sistema de saúde, englobando o uso inadequado de contraceptivos.
A garantia de desenvolvimento integral na adolescência e juventude é uma responsabilidade coletiva que precisa unir família, escola e
sociedade para articular-se com órgãos e instituições, públicas e privadas na formulação de políticas públicas de atenção integral à saúde em
todos os níveis de complexidade, embasando-se em situações epidemiológicas, indicadores e demandas sociais, respeitando os princípios do
Sistema Único de Saúde.
No município de Camaçari, no período da série histórica analisada, esse indicador vem apresentando uma tendência descendente, tendo
diminuído 5% entre os anos de 2010 e 2020. A área técnica da saúde do adolescente vem trabalhando intersetorialmente para implementar
políticas de saúde específicas para a faixa etária , e assim possibilitar a integralidade do cuidado indispensável para este ciclo de vida, que possui
grande importância epidemiológica para a saúde pública do município. O ano de 2020 foi um ano atípico por conta da pandemia do novo
coronavírus (COVID-19), e as atividades programadas para o ano tiveram seu planejamento alterado.

130
Gráfico 70: Proporção de gestantes adolescentes

Fonte: SESAB/SUVISA/DIVEP/SINASC - Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos.

Em relação ao Programa Saúde na Escola, todas as unidades estão aderidas ao programa, assim como ao NutriSus e ao Crescer
saudável com as escolas dos respectivos territórios. O Programa tem 13 atividades prioritárias para serem executadas durante o ciclo anual:
Ações Prioritárias Programa Saúde na Escola
1 - Ações de combate ao mosquito Aedes aegypti
2 - Promoção das práticas Corporais, da Atividade Física e do lazer nas escolas
3- Prevenção ao uso de álcool, tabaco, crack e outras drogas
4 - Promoção da Cultura de Paz, Cidadania e Direitos Humanos
5 - Prevenção das violências e dos acidentes
6 - Identificação de educandos com possíveis sinais de agravos de doenças em

131
eliminação
7 - Promoção e Avaliação de Saúde bucal e aplicação tópica de flúor
8 - Verificação da situação vacinal
9 - Promoção da segurança alimentar e nutricional e da alimentação saudável e prevenção da obesidade infantil
10 - Promoção da saúde auditiva e identificação de educandos com possíveis sinais de alteração
11 - Direito sexual e reprodutivo e prevenção de DST/AIDS
12 - Promoção da saúde ocular e identificação de educandos com possíveis sinais de alteração
13 - Prevenção à Covid-19 nas escolas.

Além disso, há o desenvolvimento de produções técnicas, articulação em rede para implementar políticas já em desenvolvimento, com a
construção de fluxos e documentos norteadores, além de articulação em rede com a CASE, CREAS, CRES, SEDUC, CMDCA, Distritos
Sanitários, ONGs, como também as demandas internas da SESAU.

Criança
O município de Camaçari apresenta uma população prioritariamente jovem, mas que vem apresentando um estreitamento da base da base
da pirâmide etária, com tendência a um envelhecimento populacional. Quando se analisa a média de nascidos vivos durante o período de 2010 a
2020, observa-se uma diminuição da taxa de nascimentos.
Entretanto, a população com idade entre 0-17 anos representa 31% da população geral do município, o que significa que é necessário
implementar políticas públicas específicas para esse público demograficamente significante.
Entre os anos de 2010 e 2020 foram registrados no SIM 733 óbitos infantis, sendo o período neonatal o mais crítico. Foram
observados 4.291 óbitos por causas evitáveis em menores de cinco anos (Tabela 1), tendo maior ocorrência de mortes reduzidas por ações
apropriadas de promoção à saúde, vinculadas às ações adequadas de atenção à saúde. A pesquisa apontou o sexo masculino como o mais
sensível a óbito na faixa etária estudada. Mulheres de cor parda e sem nenhuma escolaridade apresentam alta incidência de óbito infantil.

132
De acordo com o Capítulo do CID 10, as afecções de maior letalidade foram as originadas no período perinatal, seguidas de
malformações congênitas, deformidades e anomalias cromossômicas e doenças do aparelho respiratório. Uma parcela expressiva dos
problemas de saúde desta faixa etária é provocada por causas externas de morbidade e mortalidade.
No que concerne aos óbitos fetais em menores de um ano, entre 2010 e 2020 observa-se que 733 crianças morreram antes de completar
1 ano de vida. Como apresenta a figura 1, entre 2010 e 2020 houve oscilações no número de óbitos, o ano de 2015 foi o que apresentou maior
número de mortes, 2017 houve uma queda considerável, voltando a subir gradativamente nos anos posteriores.
Gráfico 71: Óbito Infantil em menores de 1 ano, Camaçari-Ba, 2010 a 2020.

Fonte: SESAB/SUVISA/DIVEP/Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM, 2021.

Em relação à faixa etária, a maior prevalência de óbitos ocorreu, no período neonatal (entre 0 e 6 dias de vida), cerca de 61 %, 14% e
25% no pós-natal (7 a 27 dias de vida) e neonatal tardio (28 a 364 dias de vida), respectivamente, conforme descrito na figura 2. Sendo
importante salientar que tal dado reflete a assistência de saúde prestada à gestante durante o pré-natal e o parto, como também a assistência ao
recém-nascido.

133
Gráfico 72: Óbito detalhado em menores de 1 ano, Camaçari-Ba, 2010 a 2020.

Fonte: SESAB/SUVISA/DIVEP/Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM, 2021.


Recém-nascidos com baixo peso tornam-se mais vulneráveis a problemas de imaturidade pulmonar e transtornos metabólicos, podendo
causar ou agravar alguns eventos que os acometem, aumentando o risco para a mortalidade. As condições socioeconômicas da mãe também
sugerem comprometimento da atenção à saúde, principalmente no que concerne ao acompanhamento no pré-natal, parto e puerpério. O
município vem adotando várias estratégias que contribuem com a redução da mortalidade infantil, dentre elas destacam-se o fortalecimento das
ações de promoção à saúde desenvolvidas na Atenção Primária, as políticas de Assistência Social e melhoria nas condições de vida e na
assistência materna e ao recém-nascido.
Diante do alto coeficiente de mortalidade neonatal e da emergência de ações que visam a redução das causas evitáveis, os resu ltados
indicados na Tabela 1 expõe o cenário do município de Camaçari nos últimos dez anos. Pode-se observar altos índices de falecimentos que
poderiam ser evitados com a devida assistência à mãe e ao recém-nascido, alertando para a necessidade de aprimorar a atenção em saúde.
Neste sentido, o município apresenta desenvolvimento socioeconômico ascendente, espera-se que locais com melhores condições
socioeconômicas e serviços de saúde ofereçam assistência de melhor qualidade e evitem óbitos precoces.

134
No entanto, ainda manifesta dificuldades no enfretamento da mortalidade por causas evitáveis. Os achados demonstram que 62% dos
óbitos poderiam ser atenuados por ações adequadas de promoção à saúde, vinculadas a ações adequadas de atenção à saúde e predominância
de 27% dos óbitos por causas não claramente evitáveis, conforme a literatura visitada, esses óbitos poderiam ser evitados com ações voltadas
para resolubilidade clínica, aumento na cobertura de pré-natal e melhoria na qualidade da assistência à mulher e ao recém-nascido nos serviços
de saúde.
A redução de óbitos evitáveis por ações de promoção e imunização, indica o quanto as medidas sanitárias contribuíram para a
reorganização do modelo de atenção à saúde no Brasil e impactaram positivamente a situação da saúde no país, principalmente na população
infantil. O advento das campanhas de vacinação e a exigência do cronograma vacinal infantil atualizado como condição para o ingresso e
continuidade em programas que versam sobre o desenvolvimento socioeconômico, como o Bolsa Família, são aspectos significativos no
controle de agravos que podem ser evitados através de imunização (BONATTI et al, 2020). As explanações demonstram a necessidade do
setor saúde estar alinhada e ciente das condições sociais e econômicas de sua população, não apenas devendo-se dispor de bons mecanismos de
ações de promoção e prevenção, prioritariamente o acesso deve ser garantido para que a cobertura de atenção à saúde se dê de maneira
satisfatória.
Em pesquisa realizada na base de dados do DATASUS, foi demonstrado que as principais causas de morte na infância, no município de
Camaçari, de acordo com o código da Classificação Internacional de Doenças (CID), foram as afecções originadas no período perinatal,
seguidas de malformações congênitas, deformidades e anomalias cromossômicas e doenças do aparelho respiratório com 414, 151 e 35 óbitos,
respectivamente (DATASUS, 2021).
Estas observações sugerem que o risco de morte por afecções originadas no período perinatal, durante o primeiro ano de vida, reflete o
nível socioeconômico da mãe e as condições assistenciais ao pré-natal, ao parto e ao recém-nascido.

135
Tabela 26: Óbitos por causas evitáveis em menores de menores 5 anos, Camaçari-Ba, 2010 a 2020.
Ano do Óbito 1.1. Reduzível pelas 1.2.1 Reduzíveis por 1.3. Reduz. por ações 1.4. Reduz. por ações 2. Causas mal 3. Não Total
ações de atenção à mulher na diagnóstico e adequadas de promoção à definidas claramente
imunização gestação tratamento adequado saúde, vinculadas a ações evitáveis
de At. à saúde
2010 - 7 17 203 9 99 335
2011 - 2 21 209 13 99 344
2012 - 6 24 257 10 103 400
2013 - 10 17 223 22 91 363
2014 - 6 20 245 5 116 392
2015 - 5 24 235 10 99 373
2016 - 12 17 263 17 119 428
2017 1 13 11 287 10 139 461
2018 - 11 14 245 33 89 392
2019 - 9 12 256 24 84 385
2020 - 6 14 242 35 121 418
Total 1 87 191 2665 188 1159 4291
Fonte: SESAB/SUVISA/DIVEP/Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM, 2021.
Quando são avaliados os óbitos por causas evitáveis em menores de 5 anos segundo o sexo, observa-se a prevalência do sexo masculino.
A explicação seria o amadurecimento mais tardio do pulmão fetal no sexo masculino, contribuindo com o aumento de problemas respiratórios
que estão entre as principais causas de óbito neonatal. Mais de 60% das crianças que evoluíram para óbito nos primeiros anos de vida eram do
sexo masculino com genitoras de cor parda.

136
Gráfico 73: Óbitos por causas evitáveis em menores de 5 anos segundo o sexo, Camaçari-Ba, 2010 a 2020.

Fonte: SESAB/SUVISA/DIVEP/Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM, 2021.


Observou-se maior número de óbitos em crianças com mães de cor parda seguidas da cor preta (Figura 4). A análise segundo cor ou raça
por si só não possibilita afirmar sua relação com fator de risco, mas quando se considera o processo histórico do grupo investigado e sua
interação com outros marcadores de posição social (educação, renda e gênero), a raça pode expor o grupo a situações de vulnerabilidade, tendo
em vista a sua inserção social adversa. Estudos apontam que o Brasil lida com desafios quanto a ampliação da cobertura de serviços de saúde
para diferentes grupos raciais, evidenciando assim a necessidade do aprimoramento da variável cor/raça nas declarações de óbito para possíveis
intervenções de saúde e criação de políticas públicas voltadas para a inclusão social, minimizando desta forma as desigualdades raciais.
De acordo com pesquisas levantadas pelo Ministério da Saúde (MS) referentes à saúde da população negra, em 2014, entre os 10% mais
pobres, 76% eram pretos ou pardos e 22,8% brancos. A pesquisa registrou, também, que os trabalhadores de cor preta ou parda ganhavam, em
média, em 2015, pouco mais da metade (59,2%) do rendimento recebido pelos trabalhadores de cor branca.
Em 2015, 53,2% dos estudantes pretos ou pardos de 18 a 24 anos de idade cursavam níveis de ensino anteriores ao ensino superior,
como o fundamental e o médio, enquanto apenas 29,1% dos estudantes brancos estavam nessa mesma situação. Em relação ao acesso aos

137
serviços de saúde, a proporção de pessoas que consultaram um médico nos últimos 12 meses é maior entre as pessoas brancas (74, 8%) do que
entre pretas (69,5%) e pardas (67,8%), ficando as pessoas negras abaixo da média nacional que é 71,2% (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017).
Os dados das figuras 4 e 5 corroboram com os resultados apresentados pelas pesquisas do MS.

Gráfico 74: Óbito em menores de 5 anos segundo a cor da mãe, Camaçari-Ba, 2010 a 2020

Fonte: SESAB/SUVISA/DIVEP/Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM, 2021.

Quanto à escolaridade, como é possível observar na Figura 5, mulheres que apresentavam oito anos ou mais de escolaridade, o número
de óbito esteve em torno de 22%. A porcentagem de óbitos infantis de mulheres que apresentaram nenhuma a sete anos de escolaridade foi de
67%. Estudos asseveram que a escolaridade materna pode influenciar no acesso e na adesão ao pré-natal com consequente impacto na
frequência das consultas e acompanhamento da gestação, repercutindo sobre a chance de complicação gestacional. O grau de instrução
materna tem sido mostrado como fator importante para redução de mortalidade infantil.

138
Gráfico 75: Óbito por causas evitáveis em menores de 5 anos, segundo escolaridade da mãe, Camaçari-Ba, 2010 a 2020.

Fonte: SESAB/SUVISA/DIVEP/Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM, 2021.


Os achados deste levantamento, referente ao município de Camaçari, permitiu considerar que esforços devem ser empreendidos para
garantir ampla cobertura de ações adequadas de atenção à saúde que se estenda a todo ciclo gravídico-puerperal, propiciando para todas as
mulheres intervenções qualificadas no pré-natal, durante o trabalho de parto, e no parto e na assistência ao recém-nascido.
Entre as ações que vêm sendo feitas para qualificar a saúde da criança estão a oferta de ações de promoção, prevenção e atenção à saúde
da Criança, como acesso à imunização, Programa saúde na Escola, puericultura, ações de Nutrição (NutriSUS/Bolsa Família), Policlínica e UPA
pediátrica e demais serviços especializados, como descrito no Anexo 1.

Casos novos em aids em menores de 5 anos


Nos últimos cinco anos não foram registrados casos de AIDS em menores de 5 anos.

139
Figura 76: Cobertura vacinal de Poliomielite inativada e de Pentavalente, para o município de Camaçari, considerando todas as equipes,
no período do 1º quadrimestre de 2018 a 1º quadrimestre de 2021.

Fonte: Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica – SISAB


Figura 77: Percentual de pessoas hipertensas com Pressão Arterial aferida em cada semestre, para o município de Camaçari,
considerando todas as equipes, no período do 1º quadrimestre de 2018 a 1º quadrimestre de 2021.

Fonte: Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica – SISAB


140
Figura 78: Percentual de diabéticos com solicitação de hemoglobina glicada, para o município de Camaçari, considerando todas as
equipes, no período do 1º quadrimestre de 2018 a 1º quadrimestre de 2021.

Fonte: Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica – SISAB


Odontologia
Figura 79: Proporção de gestantes com atendimento odontológico realizado, para o município de Camaçari, considerando todas as
equipes, no período do 1º quadrimestre de 2018 a 1º quadrimestre de 2021.

Fonte: Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica – SISAB


141
Hanseníase
A hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa, cujo agente etiológico é o Mycobacterium leprae, que infecta os nervos
periféricos e, mais especificamente, as células de Schwann.
A doença acomete principalmente os nervos superficiais da pele e troncos nervosos periféricos
Se não tratada na forma inicial, a doença quase sempre evolui, torna-se transmissível e pode atingir pessoas de qualquer sexo ou idade,
inclusive crianças e idosos. Essa evolução ocorre, em geral, de forma lenta e progressiva, de 2 a 5 anos em média, podendo levar a incapacidades
físicas (BRASIL, 2017).
Em Camaçari, o Programa está descentralizado para todas as unidades de atenção primária, com fluxos de acesso e manejo clínico
definidos conforme protocolos do Ministério da Saúde. Há ainda uma referência secundária com dermatologista, equipe de enfermagem,
fisioterapia e farmacêutica bioquímica que realiza baciloscopia de raspado intradérmico e dispensa medicação para as reações hansênicas graves
(talidomida - na UBS da GlebaB).
A porta de entrada do usuário na rede são as unidades de atenção primária (USF e UBS), se for idoso, menor de 15 anos, casos de
retratamento ou pessoas com outras patologias associadas (comorbidades), será encaminhado para a referência secundária e terá um atendimento
compartilhado atenção primária e referência. Casos de menor gravidade e adultos jovens, são acompanhados pelas equipes de atenção primária
com interconsultas na referência para tratamento de reações hansênicas graves e apoio no diagnóstico diferencial.
Avaliando a série histórica de casos acompanhados na referência secundária, pode-se afirmar que a hanseníase ainda é um grave
problema de saúde pública: muitos casos graves, taxa de detecção em menor de 15 anos elevada (2,89 casos/100.000 hab na faixa etária - 2020 -
11,67casos/100.000 hab na faixa etária - 2019), proporção de casos multibacilares diagnosticados, forma contagiante da doença, em relação ao
total de casos novos (75% do total de casos novos - 2020 - 85% do total de casos novos - 2019 ), retratamento elevado (13% do total de casos
diagnosticados em 2020 - 24 % do total de casos diagnosticados em 2019) e proporção de contatos avaliados de precário a regular (75, 5% dos
contatos domiciliares identificados foram avaliados em 2020 e em 2019 - 50, 7% foram avaliados).
Avaliando a série histórica de cura dos casos novos de hanseníase, pode-se observar que a proporção de cura tem variado de regular a
boa, com pequena redução nos últimos anos (2020 dado parcial), que pode ser por prolongamento do tempo de tratamento, reações adversas a

142
poliquimioterapia (pacientes com esquemas alternativos mais prolongados). De modo geral, se o paciente multibacilar tratar por 12 meses e não
obtiver boa evolução clínica, estende-se o tratamento por mais 12 meses, devidamente monitorado. Anteriormente, o tratamento era encerrado
com 12 meses, casos multibacilares e o paciente era monitorado e retratado posteriormente. Essa ampliação de tratamento vem ocorrendo a nível
estadual e em algumas regiões do país.
O município está em fase de avaliação para identificar se a não cura ocorre por insuficiência terapêutica, falha no uso contínuo da
medicação pelo paciente ou resistência aos fármacos usados no tratamento (Poliquimioterapia). O município é sentinela junto ao MS para
avaliação de resistência.
Em 01 de julho de 2021, por orientação do MS, todos os casos de hanseníase serão tratados com a poliquimioterapia usada anteriormente
apenas para os casos multibacilares (PQT MB). Variando o tempo de tratamento, os paucibacilares serão tratados com PQT MB por 6 meses e
multibacilares por 12 meses (Nota Técnica No 16/2021-CGDE/.DCCI/SVS/MS). A associação dos fármacos rifampicina + dapsona +
clofazimina, na apresentação de blísteres, para tratamento de hanseníase, passará a ser denominada “Poliquimioterapia Única – PQT-U”.
É possível observar que houve uma evolução positiva dos indicadores epidemiológicos e operacionais em 2020, se comparado ao ano de
2019. Anterior ao período da pandemia covid 19, o município trabalhou por mais de um ano com os Grupos de autocuidado com a participação
de pacientes e diversos profissionais de rede, fortalecendo o vínculo e o autocuidado na prevenção de incapacidades, retomou a distribuição do
suporte nutricional condicionada à avaliação de contatos; e a Área Técnica fortaleceu o matriciamento técnico das equipes com a participação das
GEASAS dos distritos. Se não houve evolução quantitativa, pode-se afirmar que houve um avanço na qualidade do programa.
A realidade do município está compatível com a do estado e de algumas regiões do país.

143
Gráfico 80: Proporção de cura dos casos novos de Hanseníase diagnosticados nos anos da coorte, Camaçari, 2011 a 2020

Fonte: SESAU/DIVISA/SIS/SINAN. Acesso: 21/05/2021.

Tuberculose
A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa e transmissível, causada pelo Mycobacterium tuberculosis, que afeta prioritariamente os
pulmões, embora possa acometer outros órgãos e sistemas. É uma doença de transmissão aérea: ocorre a partir da inalação de aerossóis oriundos
das vias aéreas, expelidos pela tosse, espirro ou fala de doentes com tuberculose pulmonar ou laríngea. Somente pessoas com essas formas de
tuberculose ativa transmitem a doença. O surgimento da AIDS e o aparecimento de focos de tuberculose resistente aos medicamentos agravam o
cenário da Tuberculose que ainda é um grave problema de saúde pública no Brasil (BRASIL, 2017).
Qualquer pessoa pode se infectar, mas alguns grupos populacionais, devido às suas condições de saúde e de vida, possuem maior
vulnerabilidade para adoecer por tuberculose: pessoas em situação de rua, pessoas vivendo com HIV/aids, privados de liberdade e indígenas.
Tem uma relação estreita com as vulnerabilidades sociais (BRASIL, 2017).

144
Em Camaçari, o Programa está descentralizado para todas as unidades de atenção primária, com fluxos de acesso e manejo clínico
definidos conforme protocolos do MS/Brasil. Há ainda uma referência secundária com pneumologista adulto e pediátrica, equipe de enfermagem,
laboratório para baciloscopia e preparo de cultura para BK, Rx de tórax e teste tuberculínico -PPD. Os TRM - testes rápidos moleculares são
encaminhados pelo município do laboratório do Hospital Octávio Mangabeira.
A porta de entrada do usuário na rede são as unidades de atenção primária (USF e UBS), se for idoso, criança e adolescente, casos de
retratamento ou pessoas com outras patologias associadas (comorbidades) será encaminhado para a referência secundária e terá um atendimento
compartilhado atenção primária e referência. Casos de menor gravidade e adultos jovens, são acompanhados pelas equipes de atenção primária
com interconsultas na referência, através de uma agenda reservada para estes casos.
A pandemia do covid 19 aparentemente não impactou no diagnóstico da doença, observando a série histórica de incidência de tub erculose
todas as formas em 2019 foi de 25,7 casos/100.000 habitantes e em 2020 - 24,3 casos/100.000 hab. E a de TB pulmonar com confirmação
laboratorial em 2019 - 16,7/100.000 hab e 16,1/100.000 hab em 2020. Essa redução já era uma tendência no município, considerando a série
histórica dos últimos 10 anos.
Já o acompanhamento dos casos sofreu os impactos da pandemia, houve uma elevação no número de óbitos e abandono de tratamento no
período. Algumas equipes foram remanejadas para outras unidades, agentes comunitários inicialmente não visitaram domicílios e pacientes
ficaram perdidos na rede. Com o apoio dos distritos, estes pacientes já foram localizados e retomaram o tratamento.
A proporção de cura referente aos anos de 2019 e 2020 ainda é um dado parcial sujeito a revisão. Casos diagnosticados em 2019 e 2020
permanecem no SINAN sem encerramento.

145
Gráfico 81: Proporção de cura dos casos novos de Tuberculose todas as formas diagnosticados nos anos da coorte, Camaçari, 2011 a
2020

Fonte: SESAU/DIVISA/SIS/SINAN. Acesso: 21/05/2021.

146
Gráfico 82: Proporção de cura dos casos novos de Tuberculose pulmonar com confirmação laboratorial diagnosticados nos anos da
coorte, Camaçari, 2010 a 2019

Fonte: SESAU/DIVISA/SIS/SINAN. Acesso: 21/05/2021

147
5. Linhas de Ação

LINHA DE AÇÃO 1: SAÚDE COM QUALIDADE AO ALCANCE DE TODOS


COMPROMISSO: Melhorar o acesso da população aos serviços de saúde com qualidade e equidade, elegendo a Atenção Básica como
ordenadora do Sistema e coordenadora do cuidado, promovendo a integralidade da Atenção para os munícipes de Camaçari.
OBJETIVO 1: Ordenar a Rede de Saúde Municipal por meio da Atenção Básica
ANUALIZAÇÃO DAS METAS
RESPONSÁVEIS/ LINHA
FÓRMULA DE
META CORRESPONSÁVE INDICADOR BASE 2022 2023 2024 2025
CÁLCULO
IS
Número de
Percentual de cadastro
1. 93,53% de cadastro
cadastro individual 2021:
individual realizado por DAS
individual realizado / 75,92% 79,92% 83,92% 87,92% 93,53%
Agente Comunitário de DPGF
realizado por População
Saúde (ACS)
ACS municipal no
período x 100
Número de ESF
Cobertura da
x 4.000/
2. Ampliar a cobertura da população por
DAS População 2021:
Estratégia Saúde da equipe de 78,82% 80,82% 82,82% 85,20%
DPGF municipal 74,82%
Família (ESF) para 85,2% Saúde da
estimada no
Família
período x 100

148
OBJETIVO 1: Ordenar a Rede de Saúde Municipal por meio da Atenção Básica ANUALIZAÇÃO DAS METAS
RESPONSÁVEIS/
FÓRMULA DE LINHA
META CORRESPONSÁVE INDICADOR 2022 2023 2024 2025
CÁLCULO BASE
IS
Número de
Percentual de
Unidades de
Unidades de
3. Instituir Diretrizes Atenção Primária
Saúde da
gerais de acesso à com as diretrizes
DAS Atenção
Atenção Primária à Saúde instituídas/ 0 50,0% 75,0% 95,0% 100,0%
Primária com
em 100% das Unidades Número de
Diretrizes de
de Saúde da APS Unidades de
acesso
Atenção Primária
instituídas
x 100
Número de
4. Ampliar o horário de unidades de Total de unidades
DAS
funcionamento em 03 saúde com de saúde com 0 1 1 1 -
DPGF
unidades da APS horário horário ampliado
ampliado
Número de
Percentual das Unidades de
5. Ampliar o atendimento Unidades da Atenção Primária
DAS
Informatizado (PEC) para APS com com atendimento
DIPLAN 69,04% 80% 90% 95% 100%
100% das unidades de atendimento informatizado/Nú
saúde da APS informatizado mero de Unidades
(PEC) de Atenção
Primária x 100

149
OBJETIVO 2: Ampliar e Organizar o Acesso aos serviços especializados, de média e alta
ANUALIZAÇÃO DAS
complexidade, através de processos qualificados de regulação, controle e avaliação da rede de
METAS
serviços
RESPONSÁVEIS/
FÓRMULA DE LINHA
META CORRESPONSÁV INDICADOR 2022 2023 2024 2025
CÁLCULO BASE
EIS
6. 42 unidades da Atenção Total de unidades da
Número de
primária em saúde DAS APS certificadas para
unidades 0 7 12 12 11
certificadas para realização DPGF realização de pequenas
certificadas
de pequenas urgências urgências
7. Realizar 03 ações para
qualificar a central de
Número de
regulação regional de DAS Total de ações
ações 0 3 - - -
urgência e frota do SAMU realizadas
realizadas
192, nos termos do
Ministério da Saúde.
8. Realizar 02 ações para
Número de
qualificar a UPA Arembepe, DAS Total de ações
ações 0 2 - - -
nos termos do Ministério da realizadas
realizadas
Saúde.

150
OBJETIVO 2: Ampliar e Organizar o Acesso aos serviços especializados, de média e alta
complexidade, através de processos qualificados de regulação, controle e avaliação da rede de ANUALIZAÇÃO DAS METAS
serviços

RESPONSÁVE
FÓRMULA DE LINHA
META IS/ CORRES INDICADOR 2022 2023 2024 2025
CÁLCULO BASE
PONSÁVEIS
9. Implantar 01 Equipe
01 equipe de
Multiprofissional de Apoio DAS Total de equipe de
EMAP 0 - 1 - -
(EMAPs) à Atenção EMAP implantada
implantada
Domiciliar
10. Implantar 02 Equipes
02 equipes
Multiprofissionais de DAS Total de equipes de -
EMAD 0 1 1 -
Atenção Domiciliar EMAD implantada
implantada
(EMAD)
(Total de internações -
Grupo procedimentos
Percentual de
clínicos (SIH)
11. Ampliar a oferta de ampliação de
DAS emitidas no período -
serviços hospitalares em oferta de 3.501 10% 20% 30% 40%
Total de internações
40% em relação ao ano base serviços
em 2020)/ Total de
hospitalares
internações em 2020
x100
(Total de internações -
Grupo procedimentos
Percentual de
cirúrgicos (SIH)
12. Ampliar a oferta de ampliação de
emitidas no período -
cirurgia eletiva em 40% em DICORES oferta de 2.183 10% 20% 30% 40%
Total de internações
relação ao ano base. cirurgias
em 2020)/ Total de
eletivas
internações emitidas
em 2020 x100

151
RESPONSÁVEIS/
FÓRMULA DE LINHA
META CORRES INDICADOR 2022 2023 2024 2025
CÁLCULO BASE
PONSÁVEIS

13. Realizar 02 pesquisas de


Número de
satisfação dos usuários por
Pesquisa de Total de Pesquisa de
ano, em 100% dos DICORES Satisfação dos Satisfação dos
estabelecimentos 2 2 2 2 2
Usuários Usuários realizada por
credenciados, durante as
realizada por ano
inspeções de rotina
ano
realizadas pela CONAV.
Nº de pessoas
Percentual de
14.Realizar o recadastradas no banco
população
recadastramento de 90% da DICORES municipal com dados
recadastrada 0% 90% 90% 90% 90%
população com o cartão atualizados e
com cartão
SUS municipal validados/ População
SUS
do período x 100
15. Realizar 100% das ações
para habilitação da Central Percentual de N de ações realizadas/
de Regulação de Consultas e ações para N. de ações necessárias
DICORES 0% 100% - - -
Exames e Internação habilitação para a habilitação da
conforme critérios da PRT realizadas central x 100
MS/GM1792/2012
Número
16. Implantar 01 Projeto Fila Total de projeto
DICORES projeto 0 1 - - -
Zero implantado
implantado

152
RESPONSÁVEIS/
FÓRMULA DE LINHA
META CORRES INDICADOR 2022 2023 2024 2025
CÁLCULO BASE
PONSÁVEIS
Número de
serviços de saúde Total de serviços de
17. Descentralizar a coleta
da rede própria saúde da rede
laboratorial para 06 serviços DICORES 0 - 2 2 2
com posto de própria com posto de
de saúde da rede própria
coleta coleta laboratorial
laboratorial
(Número de serviços
de laboratório
(Subgrupo:
18. Ampliar em 40% a Percentual Diagnóstico em
oferta de serviços de ampliação de laboratório clínico) -
laboratório em relação ao DICORES serviços N. de serviços de 849.985 10% 20% 30% 40%
ano base laboratoriais laboratório ofertados
ofertados em 2021)/ Número
de serviços de
laboratório ofertados
em 2021 x 100
19. Regulamentar 01
protocolo para o Serviço de
Transporte ao Usuário
Protocolo Total de protocolo
(STU) para tratamento fora DICORES 1 - - - 1
Regulamentado regulamentado
do domicílio com critério
sócio econômico e pessoas
com deficiência

153
OBJETIVO 3: Fortalecer a política de Assistência Farmacêutica, garantindo o acesso da população a ANUALIZAÇÃO DAS METAS
serviços de qualidade.
RESPONSÁVEIS/
FÓRMULA DE LINHA
META CORRESPONSÁV INDICADOR 2022 2023 2024 2025
CÁLCULO BASE
EIS
20. Implantar 01
Programa de 01 Programa de Número de Programa
DAS
Fitoterapia, com o Fitoterapia de Fitoterapia 0 - 1 - -
DPGF
incentivo ao cultivo de implantado implantado
plantas medicinais
N. de medicamentos
Percentual do elenco da REMUME com
21. Garantir oferta
DAS da REMUME contrato e empenho no
regular de 85% do 82% 85% 85% 85% 85%
DPGF ofertado de forma período/ Total de
elenco da REMUME
regular medicamentos da
REMUME x 100
22. Implantar 05
protocolos para
Número de
fornecimento de DAS Total de protocolos
protocolos 5 2 2 1 -
medicamentos não DPGF implantados
implantado
padronizados na
RENAME
Nº de Unidades com
23. Ofertar o cuidado DAS
farmacêutico e Total de unidades
farmacêutico em mais DPGF
Registros em ofertando cuidado 8 _ 5 5 5
15 Unidades que DIPLAN
Prontuário farmacêutico
possuem farmacêutico
Eletrônico
24. 47 Farmácias Nº de farmácias Total de farmácias
realizando a DAS realizando a realizando a
0 - 30 10 7
dispensação DPGF dispensação dispensação
informatizada informatizada informatizada
154
OBJETIVO 5: Aprimorar as Redes de Atenção e promover o cuidado integral às pessoas nos vários ciclos
de vida, considerando as questões de gênero da população em situação de vulnerabilidade social e ANUALIZAÇÃO DAS METAS
condições especiais nas redes temáticas e nas redes de atenção.
RESPONSÁVEIS/ LINH
FÓRMULA DE
META CORRESPONSÁ INDICADOR A 2022 2023 2024 2025
CÁLCULO
VEIS BASE
Número de
25. Implantar a Profilaxia pós unidade de Total de unidade de
DAS
exposição (PEP) infantil em 01 referência com referência com PEP 0 1 - - -
DPGF
unidade de referência PEP infantil infantil implantado
implantado
Número de
26. Implantar a Profilaxia Pré Total de unidade de
DAS unidade de
Exposição (PREP) em 01 unidade de referência com 0 - 1 - -
DPGF referência com
referência PREP implantado
PREP implantado
27. Encaminhar 01 projeto de lei DAS
Número de
para a câmara que institui o PCA - DPGF Total de projeto de
projeto de lei 0 - - - 1
Programa Municipal de DIPLAN lei encaminhado
encaminhado
Complementação Alimentar
28. Elaborar 05 etapas da Linha de
Cuidado de Saúde Sexual.
(Diretrizes da Atenção
Farmacêutica; Utilização de
DAS Número de etapas Total de etapas
ferramentas de Qualificação do 5 2 1 1 1
elaboradas elaboradas
cuidado; Informação,
Monitoramento, Avaliação e
Reprogramações; Comunicação
Social; Apoio Logístico)
29. Implantar 01 serviço itinerante Número de CTA Total de CTA
DAS
de Testagem e Aconselhamento itinerante itinerante 0 - 1 - -
(CTA) implantado implantado

155
OBJETIVO 5: Aprimorar as Redes de Atenção e promover o cuidado integral às pessoas nos vários
ciclos de vida, considerando as questões de gênero da população em situação de vulnerabilidade social ANUALIZAÇÃO DAS METAS
e condições especiais nas redes temáticas e nas redes de atenção.
RESPONSÁVEIS/
FÓRMULA DE LINHA
META CORRESPONSÁVEI INDICADOR 2022 2023 2024 2025
CÁLCULO BASE
S
Número de
30. Implantar 01 serviço Total de serviço de
DICORES serviço de
de tratamento de tratamento de
DAS tratamento de 0 - - 1 -
Oncologia no município Oncologia no
DPGF Oncologia no
(UNACON) implantado
implantado
31. Implantar 04 etapas da
Linha de Cuidado de
Oncologia.
Protocolos de Número de
DAS Total de etapas
encaminhamento; Fluxos etapas 4 1 2 1 -
DPGF elaboradas
de Acesso e Acolhimento; elaboradas
Diretrizes da Atenção
Farmacêutica e
Qualificação do cuidado;
32. Implantar 02 etapas da
Linha de Cuidado de
Atenção à pessoa com Número de
DAS Total de etapas
deficiência. etapas 0 1 1 - -
elaboradas
Protocolos de elaboradas
encaminhamento e Fluxos
de Acesso e Acolhimento

156
OBJETIVO 5: Aprimorar as Redes de Atenção e promover o cuidado integral às pessoas nos vários ciclos de
ANUALIZAÇÃO DAS
vida, considerando as questões de gênero da população em situação de vulnerabilidade social e condições
METAS
especiais nas redes temáticas e nas redes de atenção.
RESPONSÁVEIS/
FÓRMULA DE LINHA
META CORRES INDICADOR 2022 2023 2024 2025
CÁLCULO BASE
PONSÁVEIS
33. Assegurar oferta de 02 Número de leitos para Total de leitos para
leitos para atenção a DAS atenção a pacientes de atenção a pacientes de
0 - 2 - -
pacientes de saúde mental DPGF saúde mental em rede saúde mental em rede
em rede hospitalar hospitalar assegurados hospitalar assegurados
34. Elaborar 04 etapas da
Linha de Cuidado da Rede
de Atenção à Saúde Mental
(Diretrizes da Atenção
Farmacêutica; Utilização
DAS Número de etapas Total de etapas
de ferramentas de 6 2 2 - -
DPGF finalizadas finalizadas
Qualificação do cuidado;
Informação,
Monitoramento, Avaliação
e programações;
Comunicação Social )
DAS Total de unidades com
35. 03 unidades de saúde Número de unidades com
DPGF a estratégia
com a estratégia amamenta- a estratégia amamenta- - - 1 1 1
DIPLAN amamenta-alimenta
alimenta Brasil implantada alimenta implantada
implantada
Percentual de Total de beneficiarios
36. 45% dos beneficiários
beneficiários do CAD acompanhados com
do CAD único (perfil
único (perfil saúde) em relação à
saúde) em situação de
DAS situação de extrema condicionalidades de
extrema pobreza 30% 30% 35% 40% 45%
pobreza acompanhados saúde
acompanhados com relação
com relação à / Total de
às condicionalidades de
condicionalidades de beneficiários com
saúde (atual Bolsa Família)
saúde perfil saúde x 100
157
OBJETIVO 5: Aprimorar as Redes de Atenção e promover o cuidado integral às pessoas nos vários
ciclos de vida, considerando as questões de gênero da população em situação de vulnerabilidade social ANUALIZAÇÃO DAS METAS
e condições especiais nas redes temáticas e nas redes de atenção.
RESPONSÁVEIS/
FÓRMULA DE LINHA
META CORRESPONSÁVEI INDICADOR 2022 2023 2024 2025
CÁLCULO BASE
S
37. Implantar 9 equipes DAS Número de
Total de equipes de
de saúde bucal na DPGF equipes de
saúde bucal 26 3 2 2 2
estratégia de saúde da DIPLAN saúde bucal
implantadas
família implantadas
DAS Número de
38. Implantar 01 serviço DPGF serviço de Total de serviço de
de urgência odontológica DIPLAN urgência urgência odontológica 0 - 1 - -
24 horas na sede. odontológica implantado
implantado
DAS Número de
39. Implantar Total de
DPGF especialidades
atendimento de 03 especialidades
DIPLAN odontológicas 0 - 3 - -
especialidades odontológicas
implantadas na
odontológicas na Costa implantadas na costa
costa
DAS Número de
DPGF unidade Total de unidade
40. Implantar 01 unidade
DIPLAN odontológica odontológica móvel 0 1 - - -
odontológica móvel
móvel implantada
implantada
DAS Número de
41. Implantar o serviço de Total de serviços com
DPGF serviços com
radiologia odontológica radiologia
DIPLAN radiologia 3 7 - - -
em 7 Unidades de atenção odontológica
odontológica
primária estabelecidas. implantada
implantada

158
OBJETIVO 5: Aprimorar as Redes de Atenção e promover o cuidado integral às pessoas nos vários
ciclos de vida, considerando as questões de gênero da população em situação de vulnerabilidade social ANUALIZAÇÃO DAS METAS
e condições especiais nas redes temáticas e nas redes de atenção.
RESPONSÁVEIS/
FÓRMULA LINHA
META CORRESPONSÁV INDICADOR 2022 2023 2024 2025
DE CÁLCULO BASE
EIS
42. Implantar 01 Serviço DAS Total de Serviço
Número de Serviço
odontológico para Bebês no DPGF odontológico
odontológico para 0 1 - - -
CEO DIPLAN para Bebês
Bebês implantado
implantado
Total de planos
43. Elaborar 04 Planos de Número de planos
de ação de
ação de atenção integral em de ação de atenção
atenção integral
saúde a populações DAS integral em saúde a
em saúde a
historicamente excluídas SESAB populações 0 1 1 1 1
populações
(LGBTQIA+, privada de SOMA historicamente
historicamente
liberdade, matriz africana, excluídas
excluídas
cigana) elaborados
elaborados
44. Implantar 03 etapas da
Linha de Cuidado saúde da
Criança: 2.Protocolos de
Cuidado 3.Protocolos de Número de etapas Total de etapas
DAS 1 1 1 -
Encaminhamento implantadas implantadas
6.Utilização/ implantação de
ferramentas de Qualificação
do cuidado
45. Implantar 03
componentes da Rede
Cegonha no Plano de Número de Total de
Assistência ao Parto componentes da componentes da
DAS 0 1 1 1 -
Humanizado: I - Pré-natal; II Rede Cegonha Rede Cegonha
- Parto e nascimento e III - implantados implantados
Puerpério e atenção integral à
saúde da criança
159
OBJETIVO 5: Aprimorar as Redes de Atenção e promover o cuidado integral às pessoas nos vários
ciclos de vida, considerando as questões de gênero da população em situação de vulnerabilidade social ANUALIZAÇÃO DAS METAS
e condições especiais nas redes temáticas e nas redes de atenção.
RESPONSÁ
VEIS/
FÓRMULA DE LINHA
META CORRES INDICADOR 2022 2023 2024 2025
CÁLCULO BASE
PONSÁVEI
S
46. Implantar 04 etapas da Linha DAS
de Cuidado Saúde da Mulher: 1.
Divulgação do Diagnóstico de
Rede 3. Protocolos de Número de etapas Total de etapas
0 1 2 1 -
encaminhamento 4. Fluxos de implantadas implantadas
Acesso e Acolhimento. 5.
Diretrizes da Atenção
farmacêutica
47. Implantar 03 etapas da Linha DAS
de Cuidado saúde do Adolescente:
2.Protocolos de Cuidado 5.
Número de etapas Total de etapas
Protocolos de encaminhamento 0 1 1 1 -
implantadas implantadas
6.Utilização/ implantação de
ferramentas de Qualificação do
cuidado
48. Elaborar 05 etapas da DAS
construção da Linha de Cuidado
do Homem 1. Diagnóstico de
Rede 2.Protocolos de Cuidado Número de etapas Total de etapas
0 2 1 1 1
3.Protocolos de Encaminhamento elaboradas elaboradas
4. Fluxos de Acesso e
Acolhimento 5. Diretrizes da
Atenção Farmacêutica

160
OBJETIVO 5: Aprimorar as Redes de Atenção e promover o cuidado integral às pessoas nos vários
ANUALIZAÇÃO DAS
ciclos de vida, considerando as questões de gênero da população em situação de vulnerabilidade social
METAS
e condições especiais nas redes temáticas e nas redes de atenção.

RESPONSÁVE LINH
FÓRMULA
META IS/ CORRES INDICADOR A 2022 2023 2024 2025
DE CÁLCULO
PONSÁVEIS BASE
49. Elaborar 05 etapas da construção da DAS
Linha de Cuidado do Idoso 1. Diagnóstico
Número de
de Rede 2.Protocolos de Cuidado Total de etapas
etapas 0 2 1 1 1
3.Protocolos de Encaminhamento elaboradas
elaboradas
4. Fluxos de Acesso e Acolhimento 5.
Diretrizes da Atenção Farmacêutica
50. Implantar 03 etapas da linha de DAS
cuidado de Doenças Crônicas Não
Número de
Transmissíveis (Hipertensão) Total de etapas
etapas 0 2 1 - -
1. Diagnóstico de rede 2. Fluxo de acesso implantadas
implantadas
e acolhimento 3. Sistema de Apoio
Logístico.
51. Implantar 03 etapas da linha de DAS
cuidado de Doenças Crônicas Não
Número de
Transmissíveis (Diabetes) Total de etapas
etapas 0 2 1 - -
1. Diagnóstico de rede 2. Fluxo de acesso implantadas
implantadas
e acolhimento 3. Sistema de Apoio
Logístico.
52. Implantar 03 etapas da linha de DAS
cuidado de Doenças Crônicas Não DICORES
Número de
Transmissíveis Total de etapas
etapas 0 2 1 - -
(Obesidade)1. Diagnóstico de rede 2. implantadas
implantadas
Fluxo de acesso e acolhimento 3. Sistema
de Apoio Logístico.

161
OBJETIVO 5: Aprimorar as Redes de Atenção e promover o cuidado integral às pessoas nos
vários ciclos de vida, considerando as questões de gênero da população em situação de ANUALIZAÇÃO DAS METAS
vulnerabilidade social e condições especiais nas redes temáticas e nas redes de atenção.
RESPONSÁVE
FÓRMULA DE LINHA
META IS/ CORRES INDICADOR 2022 2023 2024 2025
CÁLCULO BASE
PONSÁVEIS
53. Atualizar 01 Plano de DAS Número de Plano de Total de Plano de
enfrentamento da DIVISA enfrentamento da enfrentamento da
- 1 1 1 1
Hanseníase a cada ano Hanseníase Hanseníase
atualizado atualizado
Número de Plano de Total de Plano de
54. Atualizar 01 Plano de DAS
Controle da Controle da
Controle da Tuberculose a DIVISA 0 1 1 1 1
Tuberculose Tuberculose
cada ano
atualizado atualizado

162
LINHA DE AÇÃO 2: SAÚDE PARA VIVER MAIS
COMPROMISSO: Melhorar os indicadores do perfil epidemiológico, através de ações prevenção, promoção, tratamento, recuperação e
reabilitação em saúde dos munícipes de Camaçari.
LINHA ANUALIZAÇÃO DAS
OBJETIVO 1: Oferecer métodos alternativos de cuidado
BASE METAS
RESPONS FÓRMULA DE
META INDICADOR ANO 2022 2023 2024 2025
ÁVEIS CÁLCULO
55. Elaborar e aprovar nos Número de Política
órgãos competentes 01 Política Municipal de Práticas
Total de Política
Municipal de Práticas ASTEC Integrativas e 2021: 0 - - - 1
aprovada
Integrativas Complementares Complementares
(PMPIC) aprovado
Número unidades da
Total de unidades da
Atenção Primária com
56. 33 Unidades da Atenção Atenção Primária com
oferta de, pelo menos,
Primária com oferta de, pelo DAS oferta de, pelo menos,
uma prática integrativa 2021: 9 11 11 11 -
menos, uma prática integrativa DIPLAN uma prática integrativa
complementar com
complementar complementar ofertada,
registro regular no
registrada no SISAB
SISAB

163
OBJETIVO 2: Desenvolver ações de promoção para melhoria da qualidade de vida da população LINHA ANUALIZAÇÃO DAS
considerando os fatores de risco a Saúde. BASE METAS
RESPON FÓRMULA DE
META INDICADOR ANO 2022 2023 2024 2025
SÁVEIS CÁLCULO

57. Implantar 03 equipes Total de equipes


Número de Equipes
multiprofissionais, garantindo o Multiprofissionais
DAS Multiprofissionais 2021: 2 1 1 - 1
apoio matricial nas unidades da implantadas e atuando no
implantadas e atuantes
atenção primária no município apoio matricial nas unidades

Número de Pólos de
58. Implantar 04 Pólos de DAS Total de Pólos de Academia
Academia da saúde 2021: 2 1 1 1 1
Academia da saúde DIPLAN da saúde implantados
implantados
Percentual de ações Número de demandas
59. 100% das ações intersetoriais intersetoriais intersetoriais encaminhadas
/promoção à saúde encaminhadas ASTEC encaminhadas a e com definição/Total de 2021: 0 100% 100% 100% 100%
à SEGOV para definição SEGOV e com demandas levantadas no
definição período x 100

164
RESPONSÁVEI FÓRMULA DE
META INDICADOR ANO 2022 2023 2024 2025
S CÁLCULO
Número de escolas
Percentual de aderidas ao PSE com
60. 100% das escolas
escolas aderidas ao registro de pelo menos
aderidas ao PSE com ações DAS
PSE com ações de uma ação de promoção à 2021: 0 100% 100% 100% 100%
de promoção em saúde SEDUC
promoção em saúde realizadas/ Total
realizadas
saúde realizadas de escolas aderidas ao
PSE X100
61. Implantar 02 fluxos de
Enfrentamento à
Número de fluxo
Violência sexual,
de enfrentamento a Total de fluxo
psicológica e física em DAS 2021: 0 1 1 - -
Violência implantado
pessoas, como integrante
implantado
da Rede de Enfrentamento
à Violência
62. 12 unidades de
Atenção Primária com Número de
Total de unidades com o
Programa Nacional de DAS unidades com 2021:2 3 3 3 3
programa implantado
Combate ao Tabagismo PNCT implantado
(PNCT) implantado

165
LINHA ANUALIZAÇÃO DAS
OBJETIVO 3: Fortalecer a capacidade de resposta da Vigilância Epidemiológica no município.
BASE METAS
RESPONSÁ
FÓRMULA DE
META VEIS INDICADOR ANO 2022 2023 2024 2025
CÁLCULO
63. 100% das ações do
Número de ações
Centro de Informações
Percentual das ações do implementadas / Total
Estratégicas de Vigilância à DIVISA 2021: 46% 60% 70% 80% 100%
CIEVS implementadas previsto de ações do
Saúde - CIEVS
CIEVS x 100
implementadas
64. Adequar 01 Rede de frio,
central de armazenamento de DIVISA Nº de Rede de frio Total de rede de frio
2021: 0 - - 1 -
imunobiológicos, às normas DPGF adequada adequada
do Ministério da Saúde

166
RESPONSÁVEI
FÓRMULA DE
META S INDICADOR ANO 2022 2023 2024 2025
CÁLCULO

Proporção de vacinas
selecionadas do
65. 95% da cobertura de vacinas Total das vacinas
Calendário Nacional de
selecionadas do Calendário selecionadas que
Vacinação para crianças
Nacional de Vacinação para alcançaram a cobertura
menores de dois anos de
crianças menores de dois anos de vacinal preconizada/4
DIVISA idade - Pentavalente (3ª 2021:
idade - Pentavalente (3ª dose), vacinas selecionadas - 95% 95% 95% 95%
DAS dose), Pneumocócica 10- 0%
Pneumocócica 10-valente (2ª Pentavalente,
valente (2ª dose),
dose), Poliomielite (3ª dose) e Pneumocócica 10-
Poliomielite (3ª dose) e
Tríplice viral (1ª dose) - com valente, Poliomielite e
Tríplice viral (1ª dose) -
cobertura vacinal preconizada Tríplice viral x 100
com cobertura vacinal
preconizada
66. Certificar 100% dos NEP's
segundo padronização Número de NEPs com
DIVISA Percentual de NEP'S 2021:
estabelecida, nos distritos certificação/ Total de 25% 50% 75% 100%
DAS certificados 0%
sanitários e nas unidades de NEPs x 100
urgência/emergência do município
Número de Ações de Total de Ações de
67. Descentralizar 8 ações da 8
vigilância vigilância
Vigilância em Saúde nos Distritos DIVISA (costa: 7; - 2 3 3
descentralizadas para os descentralizadas para os
Sanitários. sede: 1)
Distritos Sanitários Distritos Sanitários

167
OBJETIVO 4: Ampliar a capacidade de gestão das ações de controle sanitário relativas a riscos à LINHA
ANUALIZAÇÃO DAS METAS
saúde decorrente de produtos e serviços de interesse da saúde. BASE
RESPONSÁVEI FÓRMULA DE
META INDICADOR ANO 2022 2023 2024 2025
S CÁLCULO
Total das ações
68. Realizar 100% das ações Percentual de ações
mínimas de
prioritárias de vigilância sanitária prioritárias de
DIVISA Vigilância sanitária 83,30% 90% 100% 100% 100%
no município vigilância sanitária
priorizadas
(SISPACTO) realizadas.
realizadas /7 X 100
69. Implantar 01 sistema de Número de Sistema Total de sistemas
gerenciamento de documentos e de gerenciamento implantados
Licenciamento sanitário dos implantado
estabelecimentos sujeitos à DIVISA 0 - - - 1
vigilância sanitária, considerando
interface com outras secretarias
envolvidas no processo.

168
LINHA ANUALIZAÇÃO DAS
OBJETIVO 5: Implementação das ações de vigilância em Saúde Ambiental
BASE METAS
RESPONSÁV
META EIS INDICADOR FÓRMULA DE CÁLCULO ANO 2022 2023 2024 2025

Proporção de 1º Nº de amostras de água


amostras de água examinadas para o parâmetro
analisada para coliformes totais (PCT),
consumo humano realizadas pela vigilância/Total de
70. Realizar 100% de quanto aos amostras obrigatórias para o PCT.
análises em amostras de parâmetros 2º Nº de amostras de água
água para consumo coliformes totais, examinadas para o parâmetro
humano quanto aos cloro residual livre e turbidez (PT), realizadas pela 2021:
DIVISA 100% 100% 100% 100%
parâmetros coliformes turbidez vigilância/ Total de amostras 100%
totais, cloro residual obrigatórias para o PT. 3º Nº de
livre e turbidez amostras de água examinadas
(SISPACTO) para o parâmetro cloro residual
livre (PCRL), realizadas pela
vigilância/ Total de amostras
obrigatórias para o PCRL 4º 1,2 x
PCT + 1,0 x PT

169
OBJETIVO 6: Implementar a vigilância de controle das principais zoonoses de importância em LINHA ANUALIZAÇÃO DAS
Saúde Pública. BASE METAS
RESPONS
FÓRMULA DE
META ÁVEIS INDICADOR ANO 2022 2023 2024 2025
CÁLCULO

Nº de casos notificados e
71. Realizar 100% dos Percentual de casos
bloqueados em tempo
bloqueios de casos notificados DIVISA notificados
oportuno /Total de casos 2021: 70% 75% 80% 90% 100%
de arboviroses, em tempo DAS bloqueados em tempo
notificados em tempo
oportuno (15 dias) oportuno
oportuno x 100
72. Realizar visita domiciliar Proporção de imóveis
Número de imóveis visitados
em, pelo menos, 80% dos visitados por ciclo de
DIVISA por ciclo / Total de imóveis 2021: 38% 40% 50% 60% 80%
imóveis elegíveis para o visita para o controle
elegíveis x 100
programa em cada ciclo da dengue
73. 78% da população canina e Percentual de animais N. de animais vacinados/
felina imunizada com vacinados anualmente Total da população animal
vacinação antirrábica animal, estimada X 100
DIVISA 2021: 80% 78% 78% 78% 78%
conforme estratégias existentes
(rotina, campanha, bloqueio)
por ano

170
RESPONS
FÓRMULA DE
META ÁVEIS INDICADOR ANO 2022 2023 2024 2025
CÁLCULO

Nº de localidades
74. Realizar inquérito canino
prioritárias com
censitário em 02 localidades DIVISA Total de inquéritos realizados 2021: 0 - 1 1 -
inquérito canino
prioritárias
censitário realizado.
Número de unidades
75. Realizar diagnóstico de
com diagnóstico de Total de unidades com
leishmaniose visceral canina DIVISA 2021: 0 1 1 - 1
leishmaniose visceral diagnóstico realizado
em 03 unidades de referência
canina realizado
76. Realizar 500 castrações por Número de animais
DIVISA castrados anualmente
ano, em caninos e felinos no Total de castrações realizadas 2021: 236 500 500 500 500
SEGOV
Município
77. Implantar 03 novas ações
Número de ações de
de vigilância laboratorial para Total de ações de vigilância
DIVISA vigilância laboratorial 2021: 0 1 1 1 -
investigação diagnóstica de implantada
implantadas
agravos.

171
OBJETIVO 7: Fortalecer ações de promoção, proteção, recuperação e reabilitação da saúde
LINHA ANUALIZAÇÃO DAS
dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho no
BASE METAS
município de Camaçari.
RESPO
NSÁVEI
META INDICADOR FÓRMULA DE CÁLCULO ANO 2022 2023 2024 2025
S

78. Realizar 960 notificações Número de Media anual


Total de notificações de
de Doenças e Agravos DIVISA notificações de 218 240 240 240 240
ADRT
relacionados ao trabalho ADRTs realizadas (2016-2020)
Proporção de
99% das
79. 95% de preenchimento do preenchimento do N. de notificações com campo
ADRT com
campo "ocupação" nas campo “ocupação” ocupação preenchido/ total de
DIVISA campo 95% 95% 95% 95%
notificações de agravos nas notificações de notificações de agravos
ocupação
relacionados ao trabalho. agravos relacionados relacionados ao trabalho x100
preenchido
ao trabalho
80. Aumentar em 100% os
Percentual de
serviços de saúde/vigilância Número de serviços de
serviços matriciados
matriciados em saúde do saúde/vigilância matriciados e
DIVISA em saúde do 50% 60% 73% 86% 100%
trabalhador da região de realizando ações de ST/ Total
trabalhador e
Camaçari e realizando ações de de serviços do período x 100
realizando ações
ST.

172
LINHA DE AÇÃO 3: GESTÃO DA SAÚDE COM QUALIDADE
COMPROMISSO: Gerir com eficiência, desenvolvendo uma estrutura de administração compatível com as necessidades que instituam
dinamicidade e aprimoramento com base nos instrumentos legais, econômicos, jurídicos e técnicos para o desenvolvimento de um modelo de
gestão resolutivo e eficiente
LINH
OBJETIVO 1: Aprimorar o sistema de gestão da SMS: integrar todos os níveis organizacionais, ANUALIZAÇÃO DAS
A
democratizar e humanizar as relações, potencializar e gerir com eficiência os recursos existentes. METAS
BASE
RESPON FÓRMULA DE
META INDICADOR ANO 2022 2023 2024 2025
SÁVEIS CÁLCULO
81. Realizar reforma de 22 Unidades
Número de unidades
de Saúde, garantindo acessibilidade a Total de unidades de saúde
de saúde com reforma
pessoas com deficiência em 100% DPGF com reforma realizada que 2021: 0 4 7 7 4
realizada que garanta
das unidades de saúde (básica e garanta acessibilidade
acessibilidade
média complexidade).
82. Realizar construção de 03
unidades de saúde - PA de Monte Número de Unidades Total de Unidades
DPGF 2021: 0 - 2 1 -
Gordo, Multicentro da Sede, Construídas Construídas
Multicentro de Abrantes
83. Realizar requalificação de 06
Unidades de Saúde (USF Nova
Número de unidades Total de unidades
Aliança, PA Nova Aliança, CER IV, DPGF 2021: 0 2 1 2 1
requalificadas requalificadas
Oficina de órtese e prótese, Centro
de Referência da Mulher, UAT)
Número de Central de
84. Implantar 01 Central de Total de Central de
DPGF Transporte 2021: 0 1 - - -
Transporte Transporte implantada
implantada

173
RESPON ANO
META INDICADOR FÓRMULA DE CÁLCULO 2022 2023 2024 2025
SÁVEIS
85. Compor o quadro funcional
(RH) das unidades de Saúde e
DPGF Percentual do Total de servidores compondo os
setores da SESAU, em no mínimo
ASTEC quadro funcional setores / Total de servidores
70%, conforme parametrização 78% 70% 70% 70% 70%
DIRETOR composto nos necessários na SESAU (soma do
estabelecida pelas Diretorias de
IAS setores de trabalho total de servidores + déficit de
Gestão, priorizando o ingresso via
servidores) X 100
concurso público
Percentual de itens
86. Atender em, no mínimo, 95% Número de itens básicos
básicos solicitados 2021:
dos itens básicos solicitados pelos DPGF distribuídos/ Total de itens 95% 95% 95% 95%
pelos serviços de 90%
serviços de saúde básicos solicitados x 100
saúde atendidos
Percentual de (Montante destinado à saúde no
87. Destinar, pelo menos, 3% a
incremento do período - montante mínimo 2021:
mais do índice mínimo da saúde, DPGF 3% 3% 3% 3%
índice mínimo definido) / montante mínimo 5%
garantido na legislação vigente.
destinado à saúde definido x 100
Percentual de
88. Realizar aquisição de 100% Número de equipamentos
equipamentos
dos equipamentos necessários ao DPGF adquiridos/ Total de - 100% 100% 100% 100%
necessários que
desenvolvimento das atividades equipamentos necessários x 100
foram adquiridos
89. Realizar manutenção corretiva Percentual de Número de manutenção
em 100% das demandas, em tempo manutenção corretiva realizada/ Total de 2021:
DPGF 100% 100% 100% 100%
hábil, de acordo com a necessidade corretiva demandada manutenções solicitadas no 60%
do serviço realizada período x 100
90. Ampliar a captação de recurso Percentual de Montante de recurso regular
2021:
regular para 75%, com base nas DIPLAN captação de recurso captado / Montante de recurso 60% 65% 70% 75%
55%
portarias do ano vigente regular regular disponibilizado x 100

174
OBJETIVO 2: Fortalecer o Controle Social, estimulando a participação popular e a transparência LINHA ANUALIZAÇÃO DAS
nas ações de gestão. BASE METAS
RESPONSÁ
META INDICADOR FÓRMULA DE CÁLCULO ANO 2022 2023 2024 2025
VEIS
91. Realizar 8 ouvidorias Número de ouvidorias Total de ouvidorias itinerantes
Ouvidoria 2021: 0 2 2 2 2
itinerantes itinerantes realizadas realizadas

Número de
92. Realizar 02 conferências Total de conferências
CMS conferências 2021:1 0 1 0 1
municipais de saúde municipais de saúde realizadas
realizadas

175
OBJETIVO 3: Fortalecer a Auditoria Municipal como componente da Política de Gestão LINHA ANUALIZAÇÃO DAS
Estratégica e Participativa do SUS. BASE METAS
RESPONSÁ ANO
META INDICADOR FÓRMULA DE CÁLCULO 2022 2023 2024 2025
VEIS
Número de auditorias de
93. Cumprir 70% das auditorias Percentual de rotina e atividades técnicas
de rotina e atividades técnicas Auditoria auditorias de rotina realizadas/Total de auditorias 2021: 88% 70% 70% 70% 70%
programadas cumpridas de rotina e atividades técnicas
programadas x 100
Percentual de
94. Realizar 100% das auditorias Número de auditorias de
auditorias de
especiais de denúncias e visitas Auditoria denúncia realizadas/Total de 2021: 100% 100% 100% 100% 100%
denúncias
técnicas solicitadas denúncias x 100
realizadas

176
OBJETIVO 4: Implantar as Diretrizes Municipais da Gestão do Trabalho e da Educação em LINHA ANUALIZAÇÃO DAS
Saúde, com Ênfase nos processos de Humanização das Práticas BASE METAS
RESPONS FÓRMULA DE ANO
META INDICADOR 2022 2023 2024 2025
ÁVEIS CÁLCULO
Número de campos de
Percentual de campos formação com estudantes
95. Garantir 95% dos campos de
de formação para as em estágio/ Total de
formação e de pesquisa em saúde DIPLAN 2021: 90% 95% 95% 95% 95%
instituições parceiras campos de formação
nos serviços escolhidos ativos
garantidos conveniados no período x
100
96. Implantar 01 programa de
qualidade de vida no trabalho, Número de programa
contemplando ações de prevenção, de qualidade de vida Total de programa
DIPLAN 2021: 0 1
promoção e cuidado em saúde, no trabalho implantado
atenção à saúde mental e melhorias implantado
nas condições de trabalho
Número de ações
97. Implantar 06 ações estratégicas estratégicas da
Total de ações
da política municipal de DIPLAN Política de 2021: 0 6
implantadas
humanização Humanização
Implantadas
Número de Ambiente
Total de ambiente de
98. Implantar 01 Ambiente de Virtual de Educação
DIPLAN educação virtual 2021: 0 1
Educação Virtual em Saúde (EAD) em Saúde (EAD)
implantado
implantado
Número setores da
Percentual de setores SESAU com os 04 eixos
99. 100% dos setores prioritários da
da SESAU com o do ciclo de gestão do
SESAU com o ciclo da Gestão do DIPLAN 2021:0 25% 50% 75% 100%
ciclo de gestão do trabalho realizados / total
trabalho realizado
trabalho realizado. de setores priorizados
para o período x 100

177
OBJETIVO 5: Fortalecer ações em Planejamento, monitoramento e Avaliação com ênfase na construção LINHA ANUALIZAÇÃO DAS
coletiva BASE METAS
FÓRMULA DE
META RESPONSÁVEIS INDICADOR ANO 2022 2023 2024 2025
CÁLCULO
Número setores da SESAU
100. 100% dos setores
Percentual de setores da com as 3 etapas do ciclo de
prioritários da SESAU com 2021:
DIPLAN SESAU com o ciclo de planejamento realizadas / 25% 50% 75% 100%
o ciclo de planejamento 0%
planejamento realizado. total de setores priorizados
realizado
para o período x 100

178
OBJETIVO 6: Implementar a Tecnologia em Saúde maximizando os benefícios de saúde, LINHA
ANUALIZAÇÃO DAS METAS
assegurando o acesso da população a tecnologias efetivas e seguras, em condições de equidade BASE
RESPONSÁV FÓRMULA DE
META INDICADOR ANO 2022 2023 2024 2025
EIS CÁLCULO
101. Implantar qualificação Percentual de N. de serviços com a rede
da rede de dados em 95% dos DIPLAN serviços com a rede de dados qualificada/Total 2021: 86% 90% 95% 95% 95%
serviços de saúde de dados qualificada serviços X 100
102. Implantar 01 sistema de
Número de sistema Total de sistema
informação que realiza a DIPLAN 2021: 0 1
implantado implantado
integração entre os serviços
103 Modernizar e adequar
Percentual de Número de equipamentos
95% dos equipamentos de
equipamentos de modernizados/Número de
informática e tecnologias de DIPLAN 2021: 66% 95% 70% 80% 95%
informática equipamentos existentes x
informação para a gestão dos
modernizados 100
sistemas

179
OBJETIVO 07: Implementar Estratégias para a Qualificação da Informação e Comunicação LINHA ANUALIZAÇÃO DAS
em Saúde BASE METAS
RESPONS FÓRMULA DE
META INDICADOR ANO 2022 2023 2024 2025
ÁVEIS CÁLCULO
104. Implantar 01 repositório (link) de DIPLAN
Número de repositório Total de repositório
informações da SESAU no site da ASCOM 2021: 0 1 - - -
implantado implantado
prefeitura para repositório ASTEC
Percentual de serviços
105. Certificar 100% dos serviços da da SESAU certificados N. de serviços da
SESAU com relação à gestão da com relação à SESAU certificados/
DIPLAN 2021: 0% 25% 50% 75% 100%
qualidade dos dados e da informação qualidade dos dados e Total de serviços X
em saúde da informação em 100
saúde

180
6. Monitoramento e Avaliação
Segundo a Portaria GM/MS nº 2.135 de 2013, o Plano Municipal de Saúde apresenta as intenções e os resultados a serem buscados no
período de quatro anos, expressos a partir de diretrizes, objetivos, metas e indicadores, o qual servirá de base para a execução, o
acompanhamento, a avaliação e o exercício da gestão do sistema de saúde em cada esfera de governo.
Assim, o processo de monitoramento e avaliação do Plano dar-se-á por meio dos Relatórios Quadrimestrais e Anuais de Gestão que
explicitarão o alcance das metas e cumprimento das ações, possíveis necessidades de mudança e redirecionamento do Plano na Programação
Anual de Saúde do ano subseqüente.
Para cada Linha de Ação do Plano, serão estabelecidos indicadores/metas para o monitoramento dos objetivos propostos, sendo este
momento realizado anualmente, a partir das informações contidas no Relatório Anual de Gestão.
No que tange ao desdobramento das metas com suas respectivas ações, priorizadas na Programação Anual de Saúde para o ano específico,
seu acompanhamento será realizado por meio dos relatórios quadrimestrais, visando o desempenho das metas com vistas ao alcance dos objetivos
e, por conseguinte, para melhoria dos indicadores de saúde especificados no Plano Municipal.
O conjunto das ações programadas para o cumprimento das metas prioritárias será monitorado de forma sistemática, com periodicidade
mensal, através do Plano Operativo detalhado por cada Diretoria e/ou setor da saúde. Este será discutido em espaço colegiado gestor para
identificação de dificuldades e fragilidades apontadas para o desempenho das ações, possibilitando um diagnóstico e elegendo medidas e
intervenções para superação e melhoria do desempenho.
Pretende-se, com isso, potencializar a cultura do planejamento, dando significado de uso a essa ferramenta, através de uma construção
coletiva, e contribuindo para a efetivação de espaços colegiados de gestão para tomada de decisão, bem como, ampliação da resolutividade e
qualificação da gestão da saúde, tendo como premissa o planejamento em saúde.

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