Você está na página 1de 11

Luto.

Uma etapa da vida

Material desenvolvido por:


a morte
Sobre

e m o r e r.
Tudo no mundo se acaba r
O próprio mundo é finito
Todos nós temos a certeza A morte faz parte da vida
Deste mundo se ausentar Precisamos aprender desde criança
Pois pela estrada que viemos Por isso, não diga que ele partiu
Por ela nós temos que voltar Ou que ele se foi

Diga a verdade com amor
Vida consciente, plena, presente Ele, o corpo morreu
É uma preparação para a morte Desabitou
Nós devemos ter amor Entregou-se a terra
Firmeza no pensamento Por gratidão
Olhei para o firmamento A tudo que dela recebeu
O infinito céu se abriu Voltou a ser semente
Minha missão se cumpriu Para novamente poder germinar
Queda e recuperação Viver o luto
Dança, movimento, pausa Saudade, lágrimas, memórias,
Tempo subjetivo preces
Processo contínuo Lembranças boas
Suspensão Das trocas anímicas
A vida é transformação Que viverão para sempre
No coração
Isso não é sobre o fim...

Por: Milianie Lage Matos


Camaçari/BA, 16 de junho de 2021
Sobre o poema
O título é inspirado na disciplina “Sobre a morte e
morrer” da Faculdade de Medicina Veterinária da
Universidade Estadual Paulista – UNESP – Responsáveis
da disciplina Profa. Renee Laufer Amorim, Prof. Luiz
Henrique Machado e Psicóloga Juliana Hoffmann. Os
versos em itálico são trechos parafraseados dos hinos
67, 83 e 111 do Mestre Irineu, o hino 16 de Germano
Guilherme e o hino 24 de João Pereira da Doutrina do
Daime. O último verso é parafraseado do trecho da
entrevista, realizada pela organizadora do poema, com
a Sra. Minako Seki, artista, dançarina, coreógrafa e
professora japonesa.

A disciplina
Este material foi desenvolvido por alunos da
pós-graduação, com o intuito de compreender à
morte como uma fase da vida e ajudar aos
tutores de animais e Médicos Veterinários a
transitar o luto com paz e sabendo que a morte
não é o fim

Há algo de bonito na morte..


Perder alguém é
inevitável e doloroso
Uma parte de nós também vai
embora e assim são formados
pequenos vazios no nosso
interior. Porém, a morte não
somente significa o fim...
Acredito que seja o final e
começo de dois ciclos que não
são vividos ao mesmo tempo,
mas sim pelo mesmo ser em
tempos diferentes.

Há algo de bonito na morte..


A certeza que temos de ela existir, nos faz viver mais
intensamente, talvez seja um dos combustíveis de se ter
motivos para aproveitar e dar valor às coisas, pessoas,
animais, momentos.
O luto existe
e deve ser vivido intensamente
Quando é chegado o momento de lidar com a morte
frente a frente, nunca estamos totalmente preparados, o
luto existe e deve ser vivido intensamente. Encarar o fato
da perda é importante para nossos processos, viver
inteiramente o momento de tristeza nos faz perceber a
força que existe dentro de nós. Tornar a dor reclusa é um
risco, pois quando esta não é vivida, ela não desaparece,
apenas será guardada e aparecerá em algum momento
importuno, nos fazendo reviver o momento.
Somos fortes, intensos, seres sentimentais, que
compartilham experiências, momentos e sensações.

Por que não nos tornar mais


fortes vivendo nossas dores
juntos também?
Morte
do latim mors, mortis: cessação
definitiva da vida

A Morte é o fim e destino de todo ser vivo, mas mesmo


cientes disso, evitamos até mesmo falar sobre.
Tornamos a morte um tabu, e esquecemos que ela é
parte indispensável do nosso ciclo. Sempre que nos
deparamos com a morte, significa que é hora de nos
despedirmos de alguém, seja amigo, parente,
companheiro ou animal e inevitavelmente entramos
em estado de luto.

O processo de luto está sempre atrelado à sensação de


perda, várias profissões como médicos, enfermeiros,
veterinários e zootecnistas presenciam isso
corriqueiramente. Quando se trabalha nessas condições é
importante pensar no indivíduo que se foi, seja um paciente,
um pet, um pet que era paciente e até mesmo o rebanho
que é encaminhado ao abatedouro, toda vida tem de ser
respeitada, e sentida e devemos pensar que a morte tem
um propósito, seja o alívio da dor, gerar alimento à
população, o essencial é saber que foi feito todo o possível
para que enquanto em vida o indivíduo tivesse todo bem-
estar, o respeito e o cuidado necessário.
Todo ser é individual, tem suas próprias
experiências, vivências e características, logo
cada um reage de maneira distinta a cada
situação, e no luto não é diferente.
Existem pessoas que lidam de forma mais
leve com uma perda, assim como há pessoas
que carregarão para sempre esse pesar.
A aceitação é fundamental, assim como a
necessidade de vivenciar este momento,
sabendo que a saudade é sentimento
presente e que essa fase além do sofrimento
nos proporcionará muito crescimento.
Essa fase demanda muita calma, a qual pode
ser alcançada de diversas formas, o essencial é
se encontrar por meio de reflexão e utilizando
ferramentas que auxiliem, como por exemplo:
meditação, música, leitura, atividades físicas,
atividades artísticas ou terapias. O importante
é se manter saudável e evitar hábitos
autodestrutivos.

É preciso ter empatia, respeitar a


vivência alheia e nunca subestimar
a dor do próximo.
O peso de uma pluma
Quando tentamos nos reconstruir diante da perda
de um ente querido
Só podemos fazê-lo recorrendo às forças de nosso
espírito
Que talvez seja tão pesado quanto uma pluma e,
para alguns, tão pouco importante.
Quando temos essas perdas, muitos de nossos
valores são questionados por nós mesmos
Gerando uma mudança ou uma nova acomodação
que nosso proprio espírito demanda
Depois de um tempo e com calma interior,
começamos a ver quem nos apoia e nos da suporte
Familia, cônjuges, amigos... talvez o trabalho, o
estudo e hobbies nos ajudem
Tudo é questão entre o equilibrio, entre tempo e
vontade
Com o tempo e o equilibrio de imediato, nossas
forças começam a regressar.
Nada é simples, mas se existe
vontade, nada e impossível..
Foças, tiradas do infinito, inundam nosso
ser...demandando esforço, paciência, amor
e compromisso com nosso próprio espírito.
Talvez, encontremos alguém mais sofrido,
porque também perdeu um ente querido
Essa pessoa é um elemento a mais em
nossa rede de equilíbrio
Porque tudo nos afeta, tudo que nos rodeia
nos influi.
Com vontade e tempo, cada peça começa a
tomar seu lugar
Nosso espírito se eleva ao infinito, tudo
volta a se unir com harmonia com nosso
ser
O equilíbrio volta a regir nossa vida

inda tem muito a nos oferecer


A vida a
E quando pensamos que chegamos ao nosso
máximo, sempre uma peça a mais para acomodar
E lembranças do passado voltam a nos rondar
Daí voltamos ao começo... com o tempo, equilíbrio,
trabalho e amor, as forças voltam a nos permear.
E superações voltamos a conquistar, voltando a sorrir
para vida e para nós mesmos.
Completamos um ciclo, superando um ciclo de
aprendizado
E o equilíbrio, conquistado com o tempo, é como o

s
peso de uma pluma...

en o, m
. Pequ ada passoa
an te a
import nquistado c
co
Material
desenvolvido por:

Coordenação
Psicóloga Juliana Hunger Hoffmann
Profa. Renée Laufer Amorim
Prof. Luiz Henrique de Araújo Machado

Desenhista Criadores
Letícia Willer dos Santos Alana Lucena Oliveira
(Instituto de Artes - Campus Caroline de Cássia Gallo
de São Paulo - UNESP) Fabiana Garcia Faustino

Fábio Vinicius Ramos Portilho
Felipe César da Silva Brasileiro

Diagramação Júlia Meira


Juliano Nobrega
Marianna Laura Elís Chocobar Lara Cristina Bastos Juliano
(PPG Medicina Veterinária - Luiz Gustavo Bicas Barbosa
FMVZ - UNESP) Milianie Lage Matos
Rodrigo Leal
Silvia Eugenia Vargas Mora
Thayná Oliveira da Silva

Agradecimento: Prof. Pelópidas Cypriano de Oliveira


(Instituto de Artes - Campus de São
Paulo - UNESP)

Você também pode gostar