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INTENSIFICAÇÃO DA
VIGILÂNCIA E CONTROLE
DA LEISHMANIOSE VISCERAL
NO ESTADO DO CEARÁ
PLANO DE AÇÃO PARA
INTENSIFICAÇÃO DA
VIGILÂNCIA E CONTROLE
DA LEISHMANIOSE VISCERAL
NO ESTADO DO CEARÁ
Fortaleza, Ceará
2020
Camilo Sobreira de Santana
Governador do Estado do Ceará
Ficha Catalográfica
Elaborada por: Maria Helena Carvalhedo – CRB 3/121
Bibliotecária da Escola de Saúde Pública do Ceará Paulo Marcelo Martins Rodrigues
40 p. Il.
ISBN: 978-65-86649-00-0
Endereço eletrônico: http//www.saude.ce.gov.br/downloads/
CDD: 362.
2. Justificativa 10
3. Objetivos do plano 10
3.1. Objetivo geral 10
4. Metas do plano 11
4.1. Indicador da meta 1 11
4.2. Indicador da meta 4 11
6. Aplicação do plano 15
7. Vigilância epidemiológica 17
7.1. Objetivos da vigilância epidemiológica 17
7.2. Notificação e investigação 17
9. Controle de reservatórios 23
9.1. Vigilância canina 23
9.2. Inquérito canino censitário 23
2. Justificativa
A LV representa um problema de saúde pública de grande magnitude e complexidade clínica,
biológica e epidemiológica, que afeta predominantemente a população mais pobre. Refor-
ça-se a necessidade de elaboração deste Plano para definição de um produto com ações
estratégicas, procedimentos, atividades, atribuições e responsabilidades, integradas e coor-
denadas, abrangendo os níveis de competência das esferas, federal, estadual e municipal,
possibilitando o alcance dos objetivos e metas.
3. Objetivos do plano
3.1. Objetivo Geral
a) Reduzir a morbimortalidade por Leishmaniose Visceral no estado do Ceará até 2022, me-
diante o fortalecimento do diagnóstico, tratamento, reabilitação, prevenção, vigilância e
controle.
4. Metas do Plano
O Plano de Ação das Leishmanioses nas Américas 2017-2022, com o intuito de reduzir a
morbidade e a mortalidade por Leishmanioses, possui quatro metas regionais que devem
ser alcançadas até 2022: 1) Reduzir a letalidade por Leishmaniose Visceral em 50%; 2) Re-
duzir as mortes por Leishmaniose Cutânea/ Mucosa em 90%; 3) Reduzir a proporção de
Leishmaniose Cutânea em crianças menores de 10 anos em 50%; e 4) Reduzir a incidência
de Leishmaniose Visceral, tendo em vista os diferentes cenários epidemiológicos dos países
endêmicos.
Para a consecução dos objetivos propostos no presente Plano de Ação no estado do Ceará,
foram estabelecidos dois indicadores de metas específicos para a Leishmaniose Visceral:
5. Cenário da Leishmaniose
Visceral 11 SECRETARIA DA SAÚDE DO ESTADO DO CEARÁ
Em 2017 foram notificados 22.145 casos novos, sendo que 94% destes ocorreram
em sete países: Brasil, Etiópia, Índia, Quênia, Somália, Sudão do Sul e Sudão.
Entre os anos de 2003 e 2012 houve em média 3.565 casos por ano, com coeficiente de in-
cidência médio de 1,9 casos por 100.000 habitantes. No mesmo período, a letalidade média
foi de 6,9%; os maiores percentuais se deram nos anos de 2003 (8,5%) e 2004 (8,2%).
A LV possui distribuição territorial dos casos autóctones em 25% dos 5.570 municípios bra-
sileiros e está presente em 21 das 27 unidades federativas (77,8%), atingindo as cinco re-
giões brasileiras. Em 2012, a região Nordeste foi responsável por 43,1% dos casos. Em 2017,
os estados de Minas Gerais (750 casos), Maranhão (714 casos), Pará (512 casos) e Ceará (323
casos) registraram os maiores números de casos confirmados de LV no país (Figura 2).
12
Figura 2 – Distribuição dos casos confirmados de LV por município de
infecção, Brasil, 2017
O estado é conhecido nacionalmente pela beleza de seu litoral numa extensão de 573 km,
pela religiosidade popular e pela imagem de berço de talentos humorísticos. As praias de
maior destaque são: Jericoacoara, Praia do Futuro, Canoa Quebrada e Porto das Dunas, onde
se localiza o Beach Park, um dos maiores parques temáticos da América Latina.
O estado concentra 85% de toda caatinga do Brasil, bioma relacionado às estiagens que
castigam a população do campo. Junto ao litoral, as altitudes não ultrapassam 100 metros.
Em direção ao interior, o terreno passa a ter características de planalto, alcançando altitudes
médias de 400 a 500 metros. Quanto à região serrana, destaca-se a serra de Baturité, com
altitudes que chegam a mais de 1.000 metros.
Ceará é conhecido como “Terra da Luz”, atualmente propagada pelo bordão turístico aludin-
do aos dias ensolarados, mas que remonta ao fato do estado ter sido o primeiro da federa-
ção a abolir a escravidão, em 1884, quatro anos antes da Lei Áurea.
guaribe).
No estado do Ceará, a Leishmaniose Visceral é descrita desde a década de 1930, mas a partir
de 1986 passou a ser notificada de forma contínua. De janeiro de 2007 a dezembro de 2018,
foram registrados 6.731 casos confirmados, com média de 561 casos ao ano e coeficiente de
incidência médio de 6,49 casos por 100.000 habitantes. No mesmo período, houve 399 óbi-
tos, com letalidade média de 6,06% e tendência temporal linear ascendente. O ano de 2017
apresentou a letalidade mais elevada (8,97%) (Figura 3).
A nova estratificação de risco dos municípios, fornecida pelo Sistema de Informação das
Leishmanioses – SisLeish (OPAS/OMS/ESTADO/MUNICÍPIO), fundamenta-se no indicador ín-
dice composto de incidência e casos, classificando os municípios segundo o risco de trans-
missão de LV: baixo, médio, alto, intenso e muito intenso (Quadro 1).
ÍNDICE COMPOSTO
MUNICÍPIO
2016 A 2018
Fortaleza 28,00466
Barbalha 5,437037
Caucaia 4,647582
PLANO DE AÇÃO PARA INTENSIFICAÇÃO DA VIGILÂNCIA E CONTROLE DA LEISHMANIOSE VISCERAL NO ESTADO DO CEARÁ
Itapipoca 4,540313
Juazeiro do Norte 3,643915
Crato 3,327788
Mombaça 1,960797
Porteiras 1,845118
Granja 1,761161
Mauriti 1,68927
Maracanaú 1,303468
Assaré 1,204856
Pedra Branca 1,113895
Canindé 0,9614568
Jardim 0,5323809
Umirim 0,5247539
Sobral 0,5132033
A Lei Federal n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, dispõe sobre a execução de ações de vi-
gilância epidemiológica como uma das atribuições do Sistema Único de Saúde (SUS), e define
a vigilância epidemiológica como “um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento,
a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes
de saúde individual e coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de pre-
venção e controle das doenças ou agravos”.
O estado do Ceará possui o seguinte fluxo de notificação: as unidades de saúde e/ou hos-
pitais de referência notificam o caso suspeito/ confirmado de LV à Secretaria Municipal da
Saúde; desta os lotes de notificações são enviados semanalmente à Secretaria Estadual da
Saúde, da qual segue o fluxo à Secretaria de Vigilância em Saúde – Ministério da Saúde.
PLANO DE AÇÃO PARA INTENSIFICAÇÃO DA VIGILÂNCIA E CONTROLE DA LEISHMANIOSE VISCERAL NO ESTADO DO CEARÁ
8. Vigilância e assistência de
casos humanos
8.1. Definição de Caso
Caso humano suspeito
Todo individuo proveniente de área com ocorrência de transmissão, com febre e esplenome-
galia, ou todo individuo de área sem ocorrência de transmissão, com febre e esplenomegalia,
desde que descartados os diagnósticos diferenciais mais frequentes na região.
c) Imunofluorescência reativa com título de 1:80 ou mais, desde que excluídos outros diag- 19 SECRETARIA DA SAÚDE DO ESTADO DO CEARÁ
nósticos diferenciais.
Critério clínico-epidemiológico: Paciente de área com transmissão de LV, com suspeita clínica
sem confirmação laboratorial, mas com resposta favorável ao tratamento terapêutico.
REFERÊNCIAS DO LACEN CE
ENDEREÇO TELEFONE RESPONSÁVEL CRES
COPAF
A COPAF
COPAF
COPAF A COPAF
de Saúde/Coord. via HORUS Saúde/Coord. sobre a necessidade da
Unidades de Saúde/Coord.
22
9. Controle de reservatórios
9.1. Vigilância Canina
O inquérito sorológico canino vem sendo realizado de acordo com a pactuação entre esta-
do e municípios. Conforme a estratificação de risco, recomenda-se que os municípios com
transmissão de Leishmaniose Visceral (LV) testem, anualmente, 40% da sua população cani-
na; e os municípios sem transmissão, 10% da população.
O fluxo de distribuição mensal dos kits TR DPP aos municípios está definido e divulgado, as-
sim como o da coleta de amostra de sangue dos animais sororreagentes, o de envio do ma-
terial ao Laboratório Central de Saúde Pública do Estado do Ceará (LACEN/CE), e o de reco-
lhimento e eutanásia dos cães positivos no teste ELISA. Os municípios realizam essas ações
rotineiramente, apesar de algumas adversidades quanto ao número reduzido de recursos
humanos, falta de transporte, além da recusa por parte de alguns tutores em entregar o
animal positivo para eutanásia. 23 SECRETARIA DA SAÚDE DO ESTADO DO CEARÁ
Os Agentes de Combate às Endemias (ACE) municipais são os responsáveis pela execução
das ações de vigilância e controle do reservatório canino. Portanto, a gestão municipal deve
garantir que todos eles tenham os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) – macacão,
botas, bolsa, boné - recomendados para a realização do trabalho diário.
10. Controle de vetores
10.1. Controle Químico Vetorial
O controle químico vetorial ocorre por meio da utilização de inseticida de ação residual sem-
pre que há registro de primeiro caso autóctone humano de LV, em áreas com surto e em
áreas com transmissão moderada e intensa. Recomenda-se aplicação de dois ciclos de bor-
rifação por ano, sendo o primeiro ciclo após a investigação entomológica e comprovação da
PLANO DE AÇÃO PARA INTENSIFICAÇÃO DA VIGILÂNCIA E CONTROLE DA LEISHMANIOSE VISCERAL NO ESTADO DO CEARÁ
presença do vetor na área, e o segundo três a quatro meses depois do primeiro ciclo.
Na zona urbana, a delimitação da área selecionada para o controle químico segue a orien-
tação de realizar borrifação no quarteirão onde houve o caso humano de LV (quarteirão
positivo) e nos oito quarteirões que o cercam, sendo três quarteirões à frente, três atrás,
um do lado direito e um do lado esquerdo. Na zona rural, a recomendação é de aplicar inse-
ticida em todas as unidades domiciliares (UD) da localidade onde teve o caso de LV humano
confirmado.
Para que as ações voltadas ao controle do vetor tenham continuidade e sejam executadas
de acordo com o preconizado pelo Ministério da Saúde, é condição fundamental que não
ocorra desabastecimento de inseticida de ação residual.
O município deve ter ACE em número suficiente e capacitados para executar o controle quí-
mico, bem como garantir os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) – macacão com man-
gas longas, máscara facial completa com filtros, luvas nitrílicas, botas, capacete – indicados
para a aplicação de inseticida residual.
Recomenda-se que as Secretarias Municipais da Saúde (SMS), por meio dos ACE e dos Agen-
tes Comunitários de Saúde (ACS) desenvolvam atividades de educação em saúde junto à
população, de maneira continuada, a fim de promover a divulgação da Leishmaniose Visceral
e a conscientização da comunidade sobre as medidas preventivas que podem ser adotadas
dentro de cada unidade domiciliar, como: limpeza de quintais, manutenção de animais do-
mésticos fora de casa, abrigo de animais longe do domicílio, dentre outras. É recomendável
que a SMS estabeleça parcerias interinstitucionais para que as ações de limpeza urbana,
como poda de árvores, limpeza de praças públicas e terrenos, eliminação e destino adequa-
do dos resíduos sólidos orgânicos, sejam efetivas e capazes de alterar as condições do meio
24
1. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
1. Incentivar o uso
da classificação de Ministério da
risco dos municí- Saúde, Secretaria
1.1. Estratificação pios sem trans- Estadual da Saúde,
Divulgação da
de risco da missão de Coordenadorias,
utilização da nova
Leishmaniose Leishmaniose Secretarias
classificação de
Visceral realizada Visceral. Municipais da
risco às Coordena- Estado Mar/2020 Abr/2021
de acordo com a Saúde, Conselho
dorias/ SMS (via
necessidade e a das Secretarias
web palestra ou
situação epide- 2. Avaliar a adesão Municipais da
videoconferência).
miológica. ao uso da estratifi- Saúde, Comissão
cação de risco Intergestora
pelos municípios. Bipartite.
Elaboração de
Planos de Ação
para Intensificação
das Ações de
Vigilância da Estado/
Leishmaniose Municipios Jan/2020 Jun/2021
Visceral em
conjunto com os Ministério da
1.Elaborar Planos municípios priori- Saúde, Secretaria
de Ação para tários. Estadual da Saúde,
Reduzir a incidên- 1.2. Ações de
Intensificação das Coordenadorias,
cia da LV em 50%, vigilância e
Ações de Vigilân- Sensibilização e Secretarias
de acordo com o pesquisa operacio-
cia da Leishmanio- pactuação para a Municipais da
cenário epidemio- nal desenvolvidas
se Visceral em adesão ao Plano Saúde, Conselho
lógico do municí- de acordo com a
conjunto com os de Ação por meio Estado/ das Secretarias
pio, até 2022. estratificação de
municípios priori- das instâncias Municipios Jan/2020 Jun/2020 Municipais da
risco.
tários e monitorar colegiadas do SUS Saúde, Comissão
as suas execuções. (Coordenadorias, Intergestora
COSEMS, CIB). Bipartite.
Supervisão e
monitoramento da
execução dos Estado/
Municipios Mar/2020 Dez/2021
25 SECRETARIA DA SAÚDE DO ESTADO DO CEARÁ
Planos Municipais
de Ação.
Avaliação periódi-
1. Manter a ca dos bancos de
vigilância epide- dados do Sinan Estado/
miológica e o para identificação Jan/2020 Dez/2022
Municipios
Sistema de de novas áreas de
Informação de transmissão ou
Agravos de surto.
Notificação (Sinan)
em pleno funcio- Avaliação periódi-
namento. ca dos bancos de
dados quanto aos Estado/
1.3. Casos, surtos 2. Monitorar os Municipios Jan/2020 Dez/2022 Ministério da
indicadores, além
e novos focos de indicadores de completitude e Saúde, Secretaria
Leishmaniose epidemiológicos e consistência das Estadual da Saúde,
Visceral identifica- revisar as formas informações. Coordenadorias,
dos e investiga- de cálculos dos Secretarias
dos. mesmos. Busca de novos Municipais da
casos no Gerencia- Saúde.
Estado/
3. Avaliar a mento de Ambien- Jan/2020 Dez/2022
Municipios
qualidade dos te Laboratorial
bancos de dados (GAL).
das CRES e adotar
as ações para Identificação e
melhoria nos monitoramento
municípios com dos indicadores Estado/
indicadores mais epidemiológicos e Municipios Jan/2020 Dez/2022
relevantes. operacionais de
relevância local.
2. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
Elaboração e
1. Manter os divulgação de
fluxos laborato- Nota Informativa
PLANO DE AÇÃO PARA INTENSIFICAÇÃO DA VIGILÂNCIA E CONTROLE DA LEISHMANIOSE VISCERAL NO ESTADO DO CEARÁ
Elaboração e
divulgação de
nota informativa
com fluxo de
solicitação e
liberação dos
Testes Rápidos
1. Elaborar e Imunocromatográ- Estado Fev/2020 Jun/2020
implantar um ficos Humanos
protocolo de para os níveis
controle de estadual e munici-
solicitação e pal (Coordenado-
liberação dos rias, municípios,
2.2. Insumos para
Testes Rápidos atenção primária).
o diagnóstico da
Imunocromatográ- Secretaria Estadu-
Reduzir a incidên- leishmaniose
ficos Humanos Elaboração de al da Saúde,
cia da LV em 50%, visceral humana
para leishmaniose instrumento/ Coordenadorias,
de acordo com o disponíveis
visceral. formulário de Secretarias
cenário epidemio- permanentemen-
controle do Municipais da
lógico do municí- te; acessíveis o
2. Estabelecer um estoque e da Saúde, Laborató-
pio, até 2022. mais próximo Estado Fev/2020 Mar/2020
fluxo de controle/ liberação dos rio Central de
possível do local
monitoramento de Testes Rápidos Saúde Pública.
onde os casos
solicitação e Imunocromatográ-
ocorrem.
liberação dos ficos Humanos.
Testes Rápidos
Imunocromatográ- Monitoramento da
ficos Humanos distribuição dos
para leishmaniose Testes Rápidos
visceral. Imunocromatográ-
ficos Humanos –
de acordo com a Estado Fev/2020 Dez/2022
classificação de
risco dos municí-
pios (descentrali-
zação das ações).
Planejamento/ Ministério da
programação Saúde, Secretaria
mensal da quanti- Estadual da Saúde,
3.1. Fornecimento dade de kits para Coordenadorias,
e suprimentos 1. Garantir o diagnóstico de
Estado/ Secretaria Munici-
para a vigilância e fornecimento de LVC, baseado no
Municípios Jan/2020 Dez/2022 pal da Saúde,
gestão de caninos kits para o diag- perfil epidemioló- Laboratório
disponíveis e nóstico canino. gico e na capaci- Central de Saúde
acessíveis. dade operacional Pública, Unidade
das Coordenado- de Vigilância de
rias/ municípios. Zoonoses.
3.3. Uso de
1. Orientar os
medidas individu- Ministério da
profissionais de
ais para a preven- Saúde, Secretaria
saúde quanto às
ção da leishmanio- Realização de Estadual da Saúde,
medidas individu-
se visceral canina campanhas sobre Coordenadorias,
ais de prevenção Municípios Mar/2020 Jul/2021
(por exemplo: a posse responsá- Secretarias de
da doença a ser
coleiras, repelen- vel dos animais. Educação, Secre-
adotadas pela
tes, etc.) em tarias de Meio
população de
populações de Ambiente.
risco.
risco.
Elaboração e
implantação de
instrumentos para
consolidar as
Estado Mai/2020 Dez/2020 Ministério da
3.4. Ações de informações da
1. Fortalecer o Saúde, Secretaria
prevenção, manejo vigilância e
fluxo de informa- Estadual da Saúde,
e controle canino controle de
ções para a Coordenadorias,
monitoradas, reservatórios.
tomada de Unidade de
avaliadas e
decisão. Vigilância de
informadas. Avaliação da
Zoonoses.
execução das
ações de vigilância Estado Jun/2020 Dez/2022
e controle de
reservatórios.
META
(PLANO NACIONAL)
PRODUTO
AÇÕES E ESTRATÉGIAS
PARA ALCANÇAR
ATIVIDADES DAS SES
E SMS PARA ALCANÇAR
ENTE RESPONSÁVEL
PELA EXECUÇÃO
CRONOGRAMA
PARCERIAS 27 SECRETARIA DA SAÚDE DO ESTADO DO CEARÁ
O PRODUTO AS AÇÕES E ESTRATÉGIAS INÍCIO FIM
1. Realizar capaci-
tação em vigilân- Capacitação em
4.1. Ações de cia entomológica e vigilância entomo-
vigilância entomo- controle químico lógica e controle
químico de flebo- Estado Jun/2020 Jun/2020 Ministério da
lógica implemen- de flebotomíneos
tomíneos para as Saúde, Secretaria
tadas de acordo para as equipes
equipes estaduais/ Estadual da Saúde,
com a estratifica- estaduais/munici-
municipais. Coordenadorias,
ção de risco e o pais.
Unidade de
padrão de trans-
Vigilância de
missão que 2. Monitorar as
Zoonoses, Escola
suporta a tomada atividades de
Planejamento de Saúde Pública.
de decisão basea- vigilância e
operacional do Estado/ Jan/2020 Dez/2022
da em evidências. controle de
controle químico Municípios
vetores nos
municípios. de flebotomíneos.
Realização de
parcerias com as
Reduzir a incidên- Secretarias de
cia da LV em 50%, Educação, do Meio
de acordo com o Ambiente, de
cenário epidemio- Administração e
lógico do municí- Finanças, e de
pio, até 2022. Infraestrutura;
Estratégia Saúde
4.2. Comunidades da Família (ESF); e Municípios Jun/2020 Jul/2021
afetadas e autori- Agentes de Ministério da
dades locais 1.Propor estraté- Combate às Saúde, Secretaria
sensibilizadas,e gia de educação Endemias para Estadual da Saúde,
apoiando o em saúde voltada disseminar infor- Coordenadorias,
desenvolvimento para redução da mações de Unidade de
das ações de interação dos prevenção e Vigilância de
vetores com a
operacional do Estado/ Jan/2020 Dez/2022
da em evidências. controle de
controle químico Municípios
vetores nos
municípios. de flebotomíneos.
Realização de
parcerias com as
Reduzir a incidên- Secretarias de
cia da LV em 50%, Educação, do Meio
de acordo com o Ambiente, de
cenário epidemio- Administração e
lógico do municí- Finanças, e de
pio, até 2022. Infraestrutura;
Estratégia Saúde
4.2. Comunidades da Família (ESF); e Municípios Jun/2020 Jul/2021
afetadas e autori- Agentes de Ministério da
dades locais 1.Propor estraté- Combate às Saúde, Secretaria
sensibilizadas,e gia de educação Endemias para Estadual da Saúde,
apoiando o em saúde voltada disseminar infor- Coordenadorias,
desenvolvimento para redução da mações de Unidade de
das ações de interação dos prevenção e Vigilância de
vigilância entomo- vetores com a controle da Zoonoses, Escola
lógica e controle comunidade. Leishmaniose de Saúde Pública.
de vetores. Visceral.
Realização de
campanha de
intensificação de
atividades educa- Municípios Ago/2020 Ago/2020
tivas durante a
semana nacional
PLANO DE AÇÃO PARA INTENSIFICAÇÃO DA VIGILÂNCIA E CONTROLE DA LEISHMANIOSE VISCERAL NO ESTADO DO CEARÁ
de combate às
leishmanioses.
Desenvolvimento
de sistema de
1.Desenvolver Estado Nov/2021 Jan/2022
informação para
sistema de infor-
dados vetoriais.
mação para dados
vetoriais. Ministério da
Estabelecimento Saúde, Secretaria
2. Estabelecer Estadual da Saúde,
4.3. Ações de do fluxo de
fluxo de informa- Estado/ Coordenadorias,
prevenção e informações
ções entomológi- Municípios Jan/2020 Dez/2022 Laboratório
controle de entomológicas
cas para a tomada Central de Saúde
vetores monitora- para a tomada de
de decisão. Pública, Unidade
das, avaliadas e decisão.
de Vigilância de
relatadas. 3. Fortalecer a Zoonoses, Secre-
comunicação entre tarias Municipais
Fortalecimento da
a vigilância da Saúde.
comunicação entre
entomológica,
as vigilâncias Estado/
epidemiológica e Jan/2020 Dez/2022
entomológica, Municípios
controle químico.
epidemiológica e
controle químico.
Implantação da
nova ficha de
investigação de
1. Implantar a óbito de LV já
nova ficha de elaborada e
Estado Mai/2020 Jun/2020
investigação de validada (status:
óbito de LV já aguardando MS).
elaborada e Ministério da
validada. Capacitação (web Saúde, Secretaria
palestra/videocon- Estadual da Saúde,
2. Capacitar os ferência) dos Coordenadorias,
profissionais de profissionais de Secretarias
Reduzir em 50% a 1.1. Óbitos de LV Municipais da
saúde responsá- saúde das Coorde-
letalidade por LV investigados e Estado Jun/2020 Jun/2020 Saúde, Hospital
veis pela investi- nadorias/ municí-
na região, até relatados. São José, Hospital
gação nos municí- pios sobre o
2022. Infantil Albert
pios. preenchimento da
nova ficha de Sabin, Unidades
3. Realizar cruza- investigação de de Saúde de
mento dos dados óbito. referência dos
do Sinan com o municípios.
SIM anualmente, Cruzamento dos
para captar óbitos dados do Sinan
não notificados. com o SIM, anual- Estado Nov/2020 Nov/2022
mente, para captar
óbitos não notifi-
cados.
28
2. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
Elaboração e
divulgação de
2.1. Insumos para 1. Elaborar e nota informativa
o diagnóstico da implantar um com fluxo de Ministério da
leishmaniose protocolo de solicitação e Saúde, Secretaria
visceral humana controle de liberação dos Estadual da Saúde,
disponíveis solicitação e Testes Rápidos Coordenadorias,
permanentemen- liberação dos Imunocromatográ- Estado Fev/2020 Jun/2020 Laboratório
te; acessíveis o Testes Rápidos ficos Humanos Central de Saúde
mais próximo Imunocromatográ- para os níveis Pública, Secreta-
possível do local ficos Humanos estadual e munici- rias Municipais da
onde os casos para leishmaniose pal (Coordenado- Saúde.
ocorrem. visceral. rias, municípios,
atenção primária).
Reduzir em 50% a
letalidade por LV
na região, até
2022.
2.2. Profissionais 1. Capacitar os Capacitação via
Secretaria Estadu-
da saúde capacita- profissionais da web palestra ou
al da Saúde,
dos para as saúde sobre as videoconferência
Coordenadorias,
técnicas de coleta, técnicas de coleta, sobre as técnicas
Laboratório
armazenamento e armazenamento e de coleta, armaze- Estado Abr/2020 Abr/2020 Central de Saúde
transporte de transporte de namento e trans-
Pública, Secreta-
amostras da LV amostras da LV porte de amostras
rias Municipais da
humana e da LV humana e da LV da LV humana e da
Saúde.
canina. canina. LV canina.
3. MANEJO DE CASOS
Capacitação de
1. Fortalecer o médicos e enfer- Ministério da
monitoramento meiros das Coor- Saúde, Secretaria
dos casos em denadorias/ Estadual da Saúde,
tratamento, municípios priori- Escola de Saúde
avaliando as tários quanto ao Pública, Coordena-
3.1. Supervisão e respostas dos manejo clínico e doria de Política
adesão ao trata- casos de LV. tratamento de Estado Jun/2020 Jun/2020 de Assistência
mento. pacientes com LV Farmacêutica,
2. Capacitar (adequação ao Coordenadorias,
médicos e enfer- protocolo de Secretarias
meiros dos tratamento do MS) Municipais da
municípios priori- e acompanhamen- Saúde, Unidades
tários. to dos casos. de Saúde.
Reduzir em 50% a
letalidade por LV
na região, até Estruturação do
2022. processo de
descentralização
de acordo com a Estado Jan/2020 Dez/2022 Ministério da
realidade de cada Saúde, Secretaria
3.2. Suprimentos
município/ Coor- Estadual da Saúde,
para o tratamento
1. Fortalecer a denadorias. Coordenadoria de
de casos de
descentralização Política de Assis-
Leishmaniose
dos medicamentos Intensificação da tência Farmacêuti-
Visceral perma-
às Unidades de comunicação e da ca, Coordenado-
nentemente
Saúde. celeridade entre rias, Secretarias
disponíveis e
os profissionais Municipais da
acessíveis.
29 SECRETARIA DA SAÚDE DO ESTADO DO CEARÁ
envolvidos nas Estado/ Saúde, Unidades
etapas para Município Jan/2020 Dez/2022
de Saúde.
chegada do
medicamento ao
paciente.
12. Considerações finais
Mudanças bruscas no número de casos, incidência ou densidade de um território afetam di-
retamente o índice composto de leishmaniose no contexto regional/ estadual, pois causam
um impacto direto nos intervalos, refletindo na estratificação de risco.
Para o êxito das ações, torna-se de fundamental importância o envolvimento dos gestores
dos três níveis de gestão do SUS, bem como o envolvimento da população na formulação,
fiscalização e controle das ações.
Frente aos desafios já conhecidos, espera-se que os esforços feitos pelos gestores, profis-
sionais e a população, possibilitem seguir avançando para cumprir as metas do Plano de
Ação de Leishmanioses nas Américas 2017-2022 e, mais especificamente, o Plano de Ação
para Intensificação da Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral no Estado do Ceará.
______. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. In: Ministério da Saúde. Gestão municipal de
saúde. Brasília (DF); p. 15-34; 2001.
SOUSA, J. M. D. S.; RAMALHO, W. M.; MELO, M. A. d. Demographic and clinical characteriza- 31 SECRETARIA DA SAÚDE DO ESTADO DO CEARÁ
tion of human visceral leishmaniasis in the State of Pernambuco, Brazil between 2006 and
2015. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 51, n. 5, p. 622-630, 2018. ISSN
0037-8682.
WHO. World Health Organization. Programme for the surveillance and control of leishmania-
sis. Disponível em: http://www.who.int/leishmaniasis/burden/en. Acesso em: 20 ago 2018.
14. Anexos
14.1. Ficha de Notificação da Leishmaniose Visceral – Sinan (Frente)
República Federativa do Brasil SINAN
Ministério da Saúde Nº
SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO
FICHA DE INVESTIGAÇÃO LEISHMANIOSE VISCERAL
CASO SUSPEITO:
Todo indivíduo proveniente de área com ocorrência de transmissão, com febre e esplenomegalia.
Todo indivíduo proveniente de área sem ocorrência de transmissão, com febre e esplenomegalia, desde que descartado os
diagnósticos diferenciais mais freqüentes na região.
1 Tipo de Notificação
2 - Individual
LEISHMANIOSE VISCERAL | | | |
PLANO DE AÇÃO PARA INTENSIFICAÇÃO DA VIGILÂNCIA E CONTROLE DA LEISHMANIOSE VISCERAL NO ESTADO DO CEARÁ
B 5 5.0 | | |
4 UF 5 Município de Notificação Código (IBGE)
| | | | | |
6 Unidade de Saúde (ou outra fonte notificadora) Código 7 Data dos Primeiros Sintomas
| | | | | | | | | | | | |
8 Nome do Paciente 9 Data de Nascimento
| | | | | | |
Notificação Individual
10 (ou) Idade
1 - Hora
11 Sexo M - Masculino 12 Gestante 13 Raça/Cor
2 - Dia 1-1ºTrimestre 2-2ºTrimestre 3-3ºTrimestre
3 - Mês F - Feminino
4- Idade gestacional Ignorada 5-Não 6- Não se aplica 1-Branca 2-Preta 3-Amarela
| | 4 - Ano I - Ignorado
9-Ignorado 4-Parda 5-Indígena 9- Ignorado
14 Escolaridade
0-Analfabeto 1-1ª a 4ª série incompleta do EF (antigo primário ou 1º grau) 2-4ª série completa do EF (antigo primário ou 1º grau)
3-5ª à 8ª série incompleta do EF (antigo ginásio ou 1º grau) 4-Ensino fundamental completo (antigo ginásio ou 1º grau) 5-Ensino médio incompleto (antigo colegial ou 2º grau )
6-Ensino médio completo (antigo colegial ou 2º grau ) 7-Educação superior incompleta 8-Educação superior completa 9-Ignorado 10- Não se aplica
| | | | | | | | | | | | | | |
17 UF 18 Município de Residência Código (IBGE) 19 Distrito
| | | | | |
20 Bairro Código
Dados de Residência
| | | | - | |
28 (DDD) Telefone 29 Zona 1 - Urbana 2 - Rural 30 País (se residente fora do Brasil)
| | | | | | | | | 3 - Periurbana 9 - Ignorado
31 Data da Investigação
Antec.
| | | | | | |
33 Manifestações Clínicas (sinais e sintomas) 1 - Sim 2 - Não 9 - Ignorado
Febre Emagrecimento Aumento do Baço Aumento do Fígado
Dados Clínicos
34 Co - infecção HIV
| | | | | | |
Administrada
2 - Anfotericina b 4 - Anfotericina b lipossomal 6 - Não Utilizada
40 41 Dose Prescrita em mg/kg/dia Sb+5 42 Nº Total de Ampolas Prescritas
Tratamento
| | | | |
52 Doença Relacionada ao Trabalho 53 Evolução do Caso
1 - Cura 2 - Abandono 3 - Óbito por LV
1 - Sim 2 - Não 9 - Ignorado 4- Óbito por outras causas 5 - Transferência
| | | | | | | | | | | | | |
Anotar todas as informações consideradas importantes e que não estão na ficha (ex: outros dados clínicos, dados
laboratoriais, laudos de outros exames e necrópsia, etc.)
| | | | | |
Nome Função Assinatura
MINISTÉRIO DA SAÚDE
SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Setor Comercial Sul, Quadra 04, Bloco A, 2º andar Brasília/DF - CEP 70.304-000
Fax: (61) 3213-8140 Tel.: (61) 3213-8153
E-mail: leishmanioses@saude.gov.br
Ficha de solicitação de anfotericina B lipossomal para pacientes com leishmaniose
Número da ficha: ______/_____ (Para uso do Ministério da Saúde)
Número da notificação no Sinan: ________________(Solicitar ao serviço de vigilância epidemiológica)
PLANO DE AÇÃO PARA INTENSIFICAÇÃO DA VIGILÂNCIA E CONTROLE DA LEISHMANIOSE VISCERAL NO ESTADO DO CEARÁ
____________________________________
(Assinatura e carimbo do médico)
1
Os escores de gravidade estão descritos no manual de leishmaniose visceral : recomendações clínicas para redução da letalidade, que poderá ser acessado no link:
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/area.cfm?id_area=1561
14.3. Resolução nº 118/2019 - Aprovação do Plano de Ação Estadual
pela Comissão Intergestores Bipartite
PLANO DE AÇÃO PARA INTENSIFICAÇÃO DA VIGILÂNCIA E CONTROLE DA LEISHMANIOSE VISCERAL NO ESTADO DO CEARÁ 36
www.saude.ce.gov.br saudeceara