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MINISTÉRIO DA SAÚDE

A EVOLUÇÃO DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE AMBIENTAL E


SAÚDE DO TRABALHADOR NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
(2011-2021)

RENAS
T

VSA

SUS

Brasília - DF
2022
M INISTÉRIO DA SAÚDE
Secreta ria de Vigilân cia em S aú de
D ep a rta m ento de S aú de Ambiental, do
Tra b a l ha d or e Vigilân cia das Emergên cias em
S aú de Pú blica

A EVOLUÇÃO DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE AMBIENTAL E


SAÚDE DO TRABALHADOR NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
(2011-2021)

Brasília - DF
2022
2022 Ministério da Saúde.
Esta obra é disponibilizada nos termos da Licença Creative Commons – Atribuição – Não Comercial –
Compartilhamento pela mesma licença 4.0 Internacional. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra,
desde que citada a fonte.
A coleção institucional do Ministério da Saúde pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde: bvsms.
saude.gov.br.

Tiragem: 1ª edição - 2022 - 1000 exemplares

Elaboração, distribuição e informações:


MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Vigilância em Saúde
Departamento de Saúde Ambiental, do Trabalhador e Vigilância das Emergências em Saúde Pública
SRTVN Quadra 701, via W5 Norte, lote D, edifício PO700, 6º andar
CEP: 70719-040 – Brasília/DF
Site: www.saude.gov.br/svs
E-mail: svs@saude.gov.br

Comitê condutor do encerramento do 69º Termo de Cooperação Apoio:


técnica de 2011, entre Opas e SVS/DSASTE: Equipe técnica da Coordenação Geral de Vigilância em Saúde
Daniela Buosi Rohlfs Ambiental
Flávia Nogueira e Ferreira Equipe técnica da Coordenação Geral de Saúde do Trabalhador
Ludimila Oliveira dos Santos Equipe técnica da Coordenação Geral de Emergências em Saúde
Miguel Angel López Aragón Pública
Priscila Campos Bueno
Rodrigo Otávio Máximo Sayago Soares Projeto gráfico, capa e ilustrações:
Thaís Araújo Cavendish Taya Carneiro Silva de Queiroz

Coordenação e revisão técnico científica: Diagramação:


Daniela Buosi Rohlfs Taya Carneiro Silva de Queiroz
Jackeline Leite Pereira Pavin Vinicius Chozo Inoue

Elaboração: Revisão ortográfica:


Alcimara Vitorino Pereira Martins Karla Amorim Sancho
Giovana Ferreira Costacurta
Jackeline Leite Pereira Pavin Normalização:
Juliana Wotzasek Rulli Villardi Delano de Aquino Silva – Editora MS/CGDI
Mariely Helena Barbosa Daniel
Renan Duarte dos Santos Saraiva
Waleska Coelho Sajnovisch de Gouveia
Impresso no Brasil / Printed in Brazil
Ficha Catalográfica

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Saúde Ambiental, do Trabalhador e Vigilância das Emergências em
Saúde Pública.
A evolução da Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador no Sistema Único de Saúde (2011 – 2021) / Ministério da Saúde, Secretaria
de Vigilância em Saúde, Departamento de Saúde Ambiental, do Trabalhador e Vigilância das Emergências em Saúde Pública. – Brasília : Ministério da
Saúde, 2022.
224 p. : il.

ISBN 978-65-5993-366-2.

1. Vigilância – Saúde Ambiental. 2. Saúde do Trabalhador. 3. Emergências – Saúde Pública. I. Título.


CDU 614

Catalogação na fonte – Coordenação-Geral de Documentação e Informação – Editora MS – OS 2022/0231

Título para indexação:


The evolution of Environmental Health Surveillance and Workers Health in the Brazilian Unified Health System (2011 – 2021)
9

SUMÁRIO
Apresentação O Termo de Cooperação
nº 69 de 2011, firmado
22
9
entre a opas e a svs/ms

10 23
10
VSA 58%

26
ST 23,4%

ESP 13,3%

OUTROS 5,3%

Prefácio
26
12 TC 69 em números
A Vigilância em
Saúde Ambiental 30
e Saúde do Vigilância em Saúde
Trabalhador Ambiental
no SUS
Histórico e definições 31
20 Instrumentos da VSA 34
Cooperação
Avaliação de Risco
interinstitucional à Saúde Humana –
para avaliação do ARSH 34

desenvolvimento Avaliação de
de políticas Impactos à Saúde –
AIS 35
públicas
Comunicação de
O papel da Organização Risco – CR 36

Pan Americana da Saúde Indicadores de VSA 36


no apoio às estratégias
do SUS 21 A prática da VSA 37
Agendas transversais
da VSA 38
116 Organização da
Coordenação Geral
Emergências em de Emergências em
Sa úde Ambiental
Infantil 38 Saúde Pública Saúde Pública 121
Clima e Saúde 41
O Centro de Informações
Desenvolvimento Estratégicas de Vigilância
Sustentável 42
117 em Saúde – Cievs

A Rede Nacional de
121

Como a VSA nacional Vigilância Epidemiológica


Uma breve
está organizada 44 Hospitalar – Renaveh 122
introdução ao tema 117 Equipes de Pronta
Atribuições da VSA 44
Resposta: Programa
de Treinamento em
Reestruturação da
Epidemiologia de Campo
Secretaria de Vigilância – EpiSUS 124

46 em Saúde para atuação


em emergências em
O Programa de
Formação em
Emergências em
Componentes da saúde pública 120 Saúde Pública – Profesp 125
Vigilância em
Saúde Ambiental 48
Vigiagua: Vigilância

54
da Qualidade da
Água para Consumo
Humano 48

Vigipeq: Vigilância em
Saúde de Populações
Expostas a Substâncias
Químicas 62
69
Vigiar: Vigilância em
Saúde de Populações
expostas a Poluentes
Atmosféricos 82
84
Vigidesastres: Vigilância
em Saúde Ambiental dos
Riscos decorrentes de
desastres 96
111
128
Saúde do
Trabalhador
129
Histórico, normativas
e política 129
Componentes 139
da Saúde do
Trabalhador 138
Gestão da RENAST:
Rede Nacional de
149
Atenção Integral à
Saúde do Trabalhador 140

VDART: Vigilância das


doenças e agravos
relacionados ao
195
trabalho 152

206
Tra n s tornos Me nta i s
Rel a c i ona d os a o Tra b a l ho 184
Acide nte s de Tra b a l h o 15 7
Câ n ce r re l a c i ona d o a o
Acide nte s de Tra b a l h o co m
m ate rial biológico 165
t ra b a l ho 186 Lições aprendidas,
Dermatose s Ocup a c i o n a i s 16 8
Pro j eto Ca rex Bra s i l 190 conclusões e
Intoxicaçõe s Exó g en a s VAPT: Vigilância de
perspectivas futuras
( p or substâncias q u í mi ca s , ambientes e processos
in cluindo agrotóx i co s ,
192

212
gase s tóxicos e meta i s
de trabalho
pe sados) 171
ECISTT: Educação,
Le sõe s por Esforço s
Repetitivos – LER ,
comunicação e
informação em Saúde
Referências
Di stúrbios Oste omu s c u l a res
Relacionadas ao Tra b a l h o do Trabalhador 200
– DORT 1 75

Pne umoconiose s 1 78

Pe rda Auditiva Ind u z i d a p o r


Ruído – PAIR 18 2

204
10
APRESENTAÇÃO

Refletir e registrar sobre o que foi feito...

O
6 9º Te r mo de Co o pe ração té c n i ca, ce l e brado e nt re a Un i ã o, p o r
i nte r mé di o do Mi n i s té r i o da S aú de, n o âmbi to do D ep a r ta m ento d e
S aú de A mbi e ntal , do Trabal h ado r e Vi gi l ân c i a das Em erg ên c i a s em
Saúd e Pú bl i ca, e a Organ i zação Pan - A me r i can a da S aú de/ Org a n i za çã o


Mun di al da S aú de, teve co mo o bj et i vo pr i n c i pal o ape r fei çoa m ento d o
Siste ma Nac i o n al de Vi gi l ân c i a e m S aú de, co m fo co n a m i n i m i za çã o /
e limi n ação de r i s co s , preve n ção de do e n ças e agravo s , rea l i za çã o d e
inte r ve n çõ e s n o s dete r mi n ante s do pro ce s s o s aú de - do e n ça d eco r rentes
Essa cooperação técnica dos mo de l o s de de s e nvo l v i me nto, do s pro ce s s o s pro du t i vo s e d a ex p o s i çã o
amb i e ntal n o qu e tan ge à pro mo ção da s aú de e a me l h o r i a d a q u a l i d a d e
proporcionou espaço de v i da da po pu l ação bras i l e i ra.
para catalisar inovações e Ess a co o pe ração té c n i ca bu s co u també m, fo r tal e ce r a ca p a c i d a d e
instit u c i o n al da SVS n a aval i ação da pre paração para e m erg ên c i a s em
articular políticas públicas saúde pú bl i ca, de s e nvo l v i me nto de e s t raté gi as e capac i dades p a ra p reven i r
e cont ro l ar r i s co s ambi e ntai s e i nfe cc i o s o s , be m co mo o mo n i to ra m ento d e
necessárias para proteger
eve nto s de s aú de pú bl i ca.
e promover a saúde da Pro po rc i o n o u e s paço para catal i s ar i n ovaçõ e s e ar t ic u l a r p o l í t i ca s
públi cas n e ce s s ár i as para prote ge r e pro move r a s aú de d a p op u l a çã o
população brasileira
“ bras i l e i ra, n as áre as de s aú de ambi e ntal e do t rabal h ad or, b em co m o
de sen cade o u o pro ce s s o de co n s t r u ção e co n s o l i dação d a á rea d e
Eme rgê n c i as e m S aú de Pú bl i ca n o âmbi to do S i s te ma Ún i co d e S a ú d e.

Ne s te s e nt i do, e s te do c u me nto apre s e nta u ma s í nte s e d os a l ca n ces


e avan ço s para o fo r tal e c i me nto da Vi gi l ân c i a e m S aúd e A m b i enta l
e da Vi gi l ân c i a e m S aú de do Trabal h ado r, be m co mo o s d es a f i o s e a s
opor t u n i dade s para a u n i ve rs al i dade, e qu i dade e i nteg ra l i d a d e n os
serv i ço s e açõ e s de s aú de, e m al i n h ame nto co m o s pr i n c í p i os d o S i s tem a
Único de S aú de (S U S).

DSASTE/SVS/MS

9
PREFÁCIO

É
co m s at i sfação qu e apre s e ntamo s “A Evo l u ção da Vi g i l â n c i a em
Saú de A mbi e ntal e S aú de do Trabal h ado r n o S i s te m a Ún i co d e
Saú de (2011-2021)”, fr u to de u m i nte n s o pro ce s s o de ava l i a çã o d a s
ações impl e me ntadas n o co ntex to do Te r mo de Co o pe ração n . º 6 9 ( TC
6 9) – “Fo r tal e c i me nto da Vi gi l ân c i a e m S aú de A mbi e ntal e S a ú d e d o
Trabalh ado r Fo r tal e c i das n o S U S ” fi r mado e nt re a Organ i za çã o Pa n -
America n a da S aú de (Opas / O MS) e a S e c retar i a de Vi gi l ân c i a em S a ú d e
do Min i s té r i o da S aú de (SVS / MS), e m deze mbro de 2011.

A Op as , agê n c i a e s pe c i al i zada e m s aú de, é u m do s m a i s a nt i g o s


organis mo s i nte r n ac i o n ai s de co o pe ração té c n i ca do mu n do, res p o n s á vel
por inú me ras co n qu i s tas para a me l h o r i a da s aú de e da qu al i d a d e d e v i d a
da popu l ação das A mé r i cas . No Bras i l , o s Te r mo s de Co o pe ra çã o Téc n i ca
são ins t r u me nto s qu e v i abi l i zam a parce r i a e nt re o Mi n i s té r i o d a S a ú d e
(MS) e a Opas / O MS, e pro pi c i am o de s e nvo l v i me nto de capa c i d a d es em
saúde, co nt r i bu i n do para o fo r tal e c i me nto e ape r fe i ço ame nto d o S i s tem a
Único de S aú de (S U S) e m bu s ca pe l a garant i a do di re i to à s a ú d e, s em
de ixar n i n gu é m para t rás .

O TC 6 9 é u m gran de exe mpl o de t u do i s s o. No de co r re r d e s eu s d ez


anos de v i gê n c i a, co nt r i bu i u de mo do s i gn i fi cat i vo para a for m u l a çã o,
implem e ntação e aval i ação de e s t raté gi as e po l í t i cas pú bl i cas re l a c i o n a d a s
aos dete r mi n ante s ambi e ntai s da s aú de e à S aú de do Trabal h a d or e d a
trabalh ado ra, al é m do fo r tal e c i me nto das açõ e s de e me rgê n c ia em s a ú d e
pública, ao te mpo e m qu e s e co n s o l i do u , n o an o de 2019, o D e p a r ta m ento
de Saú de A mbi e ntal , do Trabal h ado r e Vi gi l ân c i a das Eme rg ên c i a s em
Saúde Pú bl i ca (D SAST E ), n a SVS / MS .

No cenário internacional, a cooperação técnica evoluiu com os Objetivos


do Desenvolvimento do Milênio (ODM), e vem avançando em alinhamento
com a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, no sentido do
fortalecimento do setor saúde e do progresso das intervenções sociais e
ambientais para a melhoria da saúde das pessoas, reforçando o papel de
liderança do Brasil no contexto regional. Tendo em vista o escopo do TC 69,
a Política Nacional de Vigilância em Saúde e a Política Nacional de Saúde do
Trabalhador e da Trabalhadora, entre tantas outras estratégias e diretrizes

10
nacionais, refletem o compromisso com essa agenda universal, buscando
o equilíbrio entre as três dimensões do desenvolvimento sustentável – a
econômica, a social e a ambiental, por meio de um caminho sustentável e
resiliente, de respeito universal aos direitos humanos e à dignidade humana.

Al ém de i nterfaces importante s com to do s os 17 O bj et i vo s do


D esenvol vi mento Sustentável (ODS), as a çõ e s de v i gi l ân c i a e m s aú de
a m bi ental e S aúde do Trabalhador se alin h am di retame nte co m metas
e s ta bel eci d as para os ODS 3 (Saúde e b e m- e s tar), 6 (Á gu a potáve l e
sa nea m ento), 11 (Cidades e Comunidades Su s te ntáve i s ), 12 (Co n s u mo e
p roduçã o resp onsáve is) e 13 (Ação contra a mu dan ça gl o bal do c l i ma).
Nesse sent i do, de stacam- se as age ndas de Vi gi l ân c i a e m S aú de de
Pop ul a ções E xpostas a Substâncias Químicas , v i gi l ân c i a da qu al i dade da
á gua pa ra consumo humano, vigilância em s aú de ambi e ntal e qu al i dade
d o ar, atenção inte gral à saúde dos trabalh ado re s , i n c l u i n do a pro mo ção
d e amb i entes e processos de trabalho sau dáve i s e o fo r tal e c i me nto da
v igi l â nci a d e ambie nte s, os proce ssos e agravo s re l ac i o n ado s ao t rabal h o.

A pub l i caçã o faz o registro de uma viage m h i s tó r i ca, po l í t i ca e té c n i ca


q ue vi ab i l i zou a estruturação e culminou n a co n c ret i zação da S aú de
A mb i enta l , do Trabalhador e da Vigilância das Eme rgê n c i as e m S aú de
Púb l i ca na SVS . Um verdade iro marco no co ntex to do S U S, co mo fr u to de
u ma i mp ortante parceria e ntre a Opas/OM S e o MS .


Um verdadeiro marco no contexto do SUS, como fruto de
uma importante parceria entre a OPAS/OMS e o MS.

OPAS/OMS Brasília

11
A VIGILÂNCIA EM SAÚDE
AMBIENTAL E SAÚDE DO
TRABALHADOR NO SUS
A
Constituição Federal de 1988 ao estabelecer o i mi gração re qu e r i a ate n ção ao s t ra b a l h a d ores e
conceito ampliado de Saúde, incluindo entre seus i nve s t i me nto s para co nte n ção de po s s í vei s a g ra vo s
determinantes – as condições de alimentação, qu e pu de s s e m o co r re r. D e i n í c i o, açõ e s s u t i s , d e ca rá ter
habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, as s i s te n c i al fo ram c r i adas , po ré m, a n eces s i d a d e
emprego – e ao atribuir ao Sistema Único de Saúde do e s tabe l e c i me nto de açõ e s para a m el h o r i a d e
(SUS) a responsabilidade de coordenar as ações no co n di çõ e s de t rabal h o e s aú de do s t ra b a l h a d o res s e
País, iniciou o processo de construção das Vigilâncias no faz i am n e ce s s ár i as .
contexto da saúde. Essa atribuição foi regulamentada,
Assim, na década de 70, com a criação no Instituto
em 1990, pela Lei n.° 8.080/1990, que definiu os
Nacional de Previdência Social (INPS) e depois o Instituto
princípios e a formatação do SUS. Consolidavam-se
Nacional de Assistência e Previdência Social (INAMPS), os
assim, no plano legal e institucional, os campos da
benefícios aos trabalhadores, ampliaram-se um pouco
Saúde do Trabalhador e da Saúde Ambiental, além das
mais no que concerne aos benefícios sociais e proteção
demais áreas também de relevante importância para o
social, através de um sistema de compensação salarial
SUS. Antes da criação do SUS, temáticas relacionadas
para incapacidade para o trabalho, ocupacionais ou
ao meio ambiente e sua inter-relação com a saúde,
de outras causas (SANTANA; SILVA, 2008). O processo
eram timidamente inseridas nas discussões, enquanto
de construção da incorporação da ST no âmbito do
os aspectos relacionados à saúde dos trabalhadores
SUS teve destaque na 1ª Conferência Nacional de
eram predominantemente assistenciais.
Saúde do Trabalhador, em 1986, onde se discutiu
As a ções rel acionadas ao campo da saúde ambi e ntal amplamente a necessidade de criação e posterior
e s tã o presentes na e strutura do Ministério da S aú de implementação de uma política integrada das ações
d esd e 1 974, a p artir da criação da Divisão de Eco l o gi a de saúde do trabalhador. Como mencionado acima, a
Hum ana e Mei o Ambiente, na Secretaria Nac i o n al de Lei n.º 8.080/1990, embasada na Constituição Federal
A ções B á si ca s de Saúde (SNABS). de 1988, trouxe o regulamento das ações de serviços da
saúde em todo o território nacional, dispondo sobre as
Em 1 943 foi assinada a Consolidação das Le i s
condições para a promoção, proteção e recuperação da
Trab al hi sta s (CLT ), e stabele cendo disposit i vo s s o bre
saúde, a organização e o funcionamento dos serviços
a ga rant i a da Segurança e Medicina do Trabal h o.
correspondentes, além de outras providências. Assim,
Em p ara l el o, as prime iras evidências doc u me ntadas
ações de vigilância em saúde ambiental e saúde do
a cerca d os efeitos do uso indiscrimi n ado de
trabalhador, compuseram 2 dos 11 objetivos concretos,
co m postos químicos, no caso, como exe mpl o, o
apresentados nesta Lei. Dessa forma, com a criação
a grotóxi co D DT e seus efeitos ao me io a mbi e nte e
de normativa para composição dessas ações na saúde
co nseq uentemente à saúde, foram publ i cadas no
pública, começa a ter formato.
L i vro “A p ri mave ra silenciosa” de Rach e l Cars o n
( 1 963). Assi m, dive rsos outros movimentos o co r re ram, Ne s te as pe c to, o s de bate s vo l tado s pa ra a tem á t i ca
most ra ndo a necessidade de se ampliar as di s c u s s õ e s s aú de e ambi e nte, to maram i mpu l s o n o M i n i s tér i o
a cerca dos i mpactos à saúde nas mudanças do me i o da S aú de apó s a Co nfe rê n c i a das Na ções Un i d a s
a m bi ente a t ravé s das ações antrópicas n e ce s s ár i as s o bre Me i o A mbi e nte e D e s e nvo l v i m ento em 1 9 9 2
p ara o cresci m ento monetário do País. No as pe c to da (CNU MA D o u R i o - 92). No an o de 1994 , fo i rea l i za d a
Revol uçã o Ind us trial, o campo de saúde do t rabal h ado r a 2ª Co nfe rê n c i a Nac i o n al de S aú de d o Tra b a l h a d or,
j á ha vi a i ni ci ado suas peque nas ações, um a vez qu e co m a par t i c i pação de gran de mai o r i a d a s u n i d a d es
a qua nt i da de demandada de trabalho e o al to grau da Fe de ração. E s ta co nfe rê n c i a fo i co o rd en a d a p el o

13
M i n i s téri o d a S aúde e na é poca o Ministé r i o do de s e nvo l v i me nto e co n ô mi co do Bras i l , co n s i d era n d o
Tra b al ho e Em prego, e um de seus grandes o bj et i vo s o me i o ambi e nte co mo fato r dete r m i n a nte e
a i n d a era a di scus são da construção de uma po l í t i ca co n di c i o n ante da s aú de h u man a.
n a c i o nal de saúde do trabalhador, já inclui n do as
No âmbi to da S aú de do Trabal h ado r (ST ) n o M i n i s tér i o
d i sc ussões a cerca de me io ambiente e saúde. S o bre
da S aú de, fo r mu l o u - s e u ma pro po s ta de c r i a çã o d e
a s d i scussões p autadas na Rio–9 2 , a Orga n i zação
u ma re de de ST qu e, 2 an o s de po i s , s e r i a of i c i a l m ente
Pa n -Ameri ca na de Saúde (OPAS) re alizou em o u t u bro
n o r mal i zada co mo Re de Nac i o n al de Ate n çã o Integ ra l
d e 1995 (Washi ngton) a Confe rência Pan- Ame r i can a
à S aú de do Trabal h ado r – Re n as t, c r i ad a em 2 0 0 2 ,
so b re S aúd e, Amb i e nte e De senvolvimento – CO PASA D,
po r me i o da Po r tar i a n o 1.6 79/ G M/ MS . S e u o b j et i vo é
o b j et i va ndo d ef i ni r e adotar um conjunto de po l í t i cas
di s s e mi n ar açõ e s de s aú de do t rabal h ado r, a r t i c u l a d a s
e e s t ra tég i a s sobre saúde e ambiente, be m co mo
às de mai s re de s do S U S, c u j a Co o rde n açã o com p ete
e la b ora r um p l a no regional de ação no contex to do
ao Mi n i s té r i o da S aú de, n o âmbi to da Co ord en a çã o-
d e se nvol vi mento sustentável, articulando com pl an o s
G e ral de S aú de do Trabal h ado r – CG SAT. Em s u a a t u a l
n a c i o nai s a serem e laborados pe los vários Paí s e s do
fo r matação i n s t i t u c i o n al , prev i s ta n a Po r tar i a n . º 2 . 7 2 8 ,
co nti nente a m eri cano (FUNASA, 2 002 ).
de 11 de n ove mbro de 2009, a Re n as t i nte gra a red e d e
Ainda em 1995, foi criada uma comissão interna s e r v i ço s do S U S po r me i o de Ce nt ro s de Referên c i a em
do MS, com intuito de subsidiar o Grupo de Trabalho S aú de do Trabal h ado r (Ce re s t ).
Interministerial (GTI) na elaboração do Plano Nacional
D e s s a fo r ma, o s pro ce s s o s de co n s o l i da çã o d es ta s
a ser apresentado pelo Governo brasileiro na COPASAD.
v i gi l ân c i as o bt i ve ram po s i t i vo s avan ço s , tanto téc n i co s ,
Esse GTI, coordenado pelo Ministério da Saúde, contava
co mo o pe rac i o n ai s , re s u l tan do n a co n s o l i d a çã o d a
ainda com a participação da OPAS; do Ministério do
S aú de A mbi e ntal e S aú de do Trabal h ado r d ent ro d a
Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e Amazônia Legal;
e s t r u t u ra do S U S .
Ministério do Planejamento e Orçamento; Ministério do
Trabalho; Ministério das Relações Exteriores; Ministério Em 2003 , o CE NE P I fo i i n co r po rado à S e c reta r i a d e
das Minas e Energia; e Ministério da Educação e do Vi gi l ân c i a e m S aú de (SVS), c r i ada at ravé s d o Dec reto
Desporto. O documento final do Plano Nacional de Saúde n . º 4 . 726 / 2003 . A ge s tão do Su bs i s te ma Na c i o n a l d e
e Ambiente no Desenvolvimento Sustentável - Diretrizes Vi gi l ân c i a e m S aú de, co mpetê n c i a da SVS, p recon i za va
para Implementação, continha um amplo e crítico a i nte gração das v i gi l ân c i as co m a at u açã o i nteg ra d a
diagnóstico dos principais problemas de saúde e meio das áre as de v i gi l ân c i a e pi de mi o l ó gi ca, v ig i l â n c i a em
ambiente no Brasil, retratados na época (FUNASA, 2002). s aú de ambi e ntal , s aú de do t rabal h ado r, v i g i l â n c i a d a s
do e n ças e agravo s t ran s mi s s í ve i s e n ão t ra n s m i s s í vei s ,
A Portari a FUN ASA n.º 410, de 10 de agosto de 2000,
preve n ção e co nt ro l e de do e n ças , be m co m o a
a p rovou o Regi m ento Inte rno da Fundação Nac i o n al
pro mo ção da s aú de e an ál i s e de s i t u ação em s a ú d e.
d e S aúd e (Funasa), estabele cendo, nos artigo s 92° ,
A áre a té c n i ca de S aú de do Trabal h ado r (CO SAT ), a té
9 3° e 94° a s competê ncias da Coordenação- Ge ral de
e ntão, e m 2003 , e s teve v i n c u l ada à S e c retar i a Na c i o n a l
Vig i lânci a Am bi ental em Saúde (CGVAM), no âmbi to
de Vi gi l ân c i a S an i tár i a e, po s te r i o r me nte, à S ec reta r i a
d o Cent ro Naci onal de Epide miologia (CENEPI ). Co m
de Po l í t i cas de S aú de e à S e c retar i a de Aten çã o à
a e strut ura çã o da CGVAM no âmbito do CENEP I, teve
S aú de (SAS) (D I AS et al . , 2009). Em 2004 fo i el a b ora d a
i n í c i o a i m pl antação da vigilância e m saúde am bi e ntal
e di v u l gada para di s c u s s ão, u ma pro po s ta d e Po l í t i ca
n o Paí s at ra vés d o Projeto VigiSUS, e m 2 001, o n de as
Nac i o n al de S e gu ran ça e S aú de do Tra b a l h a d o r
p ri n ci pa i s ações foram pautadas sobre o mo de l o de

14
( P N S ST), f ruto de um trabalho conjunto dos Mi n i s té r i o s atenção integral, a vigilância e a reparação dos agravos
d a S a úde, Previdência Social e Trabalho e Empre go. (DIAS et al., 2009).

O processo de construção da PNSST contou com Co n s i de ran do o s as pe c to s co mo as rel a çõ es d o m ei o


ampla participação de vários atores sociais, tendo sido ambi e nte, at i v i dade s ant ró pi cas e s e u s i m p a c to s à
realizados seminários, oficinas e consulta pública por s aú de e m gr u po s po pu l ac i o n ai s , be m com o o a va n ço
meio da Internet (SANTANA; SILVA, 2008). Em novembro n as di s c u s s õ e s refe r i das ao te ma fre nte a o p roces s o
de 2005, realizou-se a 3ª Conferência Nacional de Saúde de gl o bal i zação, n o an o de 2009 fo i i n s t i t u c i on a l i za d o
do Trabalhador, após um amplo processo de debates o D e par tame nto de Vi gi l ân c i a e m S aú d e A m b i enta l
conduzido em várias conferências municipais, regionais e S aú de do Trabal h ado r (D SAST ), p el o Dec reto
e estaduais, em todas as unidades da Federação. n.º 6 . 86 0/ 2009, i nte gran do a Co o rd en a çã o- Gera l
de Vi gi l ân c i a em S aú de A mbi e ntal (CGVA M) e a
A Instrução Normativa n.º 01/2005 do Ministério da
Co o rde n ação - G e ral de S aú de do Trab a l h a d or, c u j a s
Saúde, apresentou a organização operativa da vigilância
co mpetê n c i as apre s e ntadas pe l a refer i d a p o r ta r i a
em saúde ambiental subdividindo-a em oito áreas
fo ram apre s e ntadas : I - G e r i r o Su bs i s tem a Na c i on a l
representadas por programas específicos: Vigilância da
de Vi gi l ân c i a e m S aú de A mbi e ntal , i n c l u i n d o a m b i ente
Qualidade da Água para Consumo Humano (Vigiagua);
de t rabal h o ; I I - Co o rde n ar a i mpl em enta çã o d a
Vigilância da Qualidade do Ar (Vigiar); Vigilância da
po l í t i ca e o aco mpan h ame nto das açõ e s d e v i g i l â n c i a
Qualidade do Solo (Vigisolo); Vigilância em Saúde de
e m S aú de A mbi e ntal e S aú de do Trab a l h a d o r ; III -
Pessoas Expostas a Contaminantes Químicos (Vigipeq);
Pro po r e de s e nvo l ve r meto do l o gi as e i n s t r u m ento s
Vigilância em Saúde Ambiental Relacionada aos
de an ál i s e e co mu n i cação de r i s co em v i g i l â n c i a
Desastres Naturais (Vigidesastres); Vigilância em Saúde
ambi e ntal ; IV - P l an e j ar, co o rde n ar e a va l i a r o
Ambiental Relacionada aos Acidentes com Produtos
pro ce s s o de aco mpan h ame nto e s u p er v i s ã o das
Perigosos (Vigiquim); Vigilância em Saúde Ambiental
açõ e s de v i gi l ân c i a e m S aú de A mbi e nta l e S a ú d e d o
Relacionada aos Fatores Físicos (Vigifis); e Vigilância
Trabal h ado r ; e V - G e re n c i ar o S i s te ma d e Infor m a çã o
em Saúde do Trabalhador (Visat).
da Vi gi l ân c i a A mbi e ntal e m S aú de.
No ano de 2007, houve a transferência da Coordenação
A 1ª Co nfe rê n c i a Nac i o n al de S aú d e A m b i enta l
de Saúde do Trabalhador (COSAT), do Departamento
o co r re u e m deze mbro de 2009, e m Bra s í l i a . Co m o
de Ações Programáticas Estratégicas da Secretaria de
te ma: “A s aú de ambi e ntal n a c i dade, no ca m p o e n a
Atenção à Saúde (Cosat/Dapes/SAS) para a Secretaria
fl o re s ta: co n s t r u i n do c i dadan i a, qu al i d a d e d e v i d a e
de Vigilância à Saúde (SVS) do mesmo Ministério
te r r i tó r i o s s u s te ntáve i s”, a co nfe rê n c i a foi co ord en a d a
da Saúde, entendendo-se que os riscos gerados
pe l o s Mi n i s té r i o s da S aú de, Me i o A mbi e nte e C i d a d es .
diretamente e indiretamente pelos processos produtivos
A re al i zação da co nfe rê n c i a o bj et i vo u a p rop os i çã o d e
afetam o meio ambiente e a saúde das populações e
di ret r i ze s para a co n s t r u ção da Po l í t i ca Na c i o n a l d e
dos trabalhadores de modo particular. Na compreensão
S aú de A mbi e ntal .
atual, as áreas ou campos temáticos saúde ambiental e
a saúde do trabalhador compartilham a característica No co ntex to da S aú de do Trabal h ado r, a con s t r u çã o
da transversalidade, exigindo políticas públicas que de u ma po l í t i ca v i n h a s e n do di s c u t i d a d es d e a 1 ª
articulem os setores sociais responsáveis pela produção Co nfe rê n c i a Nac i o n al de S aú de do Tra b a l h a d or,
e geração de riscos para a saúde dos trabalhadores, da re al i zada em 1986 . A pó s an o s de d i s c u s s ã o, a
população e o ambiente e aqueles responsáveis pela Po l í t i ca Nac i o n al de S aú de do Trab a l h a d o r e d a

15
t ra b al ha dora foi publicada em 2 3 de ago s to de
20 12 , pel a Porta ri a GM/MS n.º 1.82 3. Desde e ntão, a
S a ú de d o Trab al hador ve m dese nvolve ndo açõ e s para

Os processos de cooperação técnica entre o Ministério da

Saúde e organismos internacionais são estratégicos para o


i m p lem entaçã o da política nos e stados e mu n i c í pi o s .
avanço e consolidação das políticas públicas. Mesmo sob
Na Vigi l â nci a em S aúde Ambiental, diversas açõ e s tê m
si d o i m pl ementad as nos e stados e municípios. essa premissa, é de se exaltar que a cooperação estabelecida

Na Vi g i l ânci a em Saúde Ambie ntal, dive rsa s açõ e s entre a Secretaria de Vigilância em Saúde, por meio do
tê m si d o i m pl ementadas nos e stados e mu n i c í pi o s .
Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do
A Vig i l ânci a d a Qualidade da Água para Co n s u mo
Trabalhador (DSAST), e a Organização Pan-Americana da
Hu m ano está a l i cerçada no padrão de potabi l i dade
d a ág ua e nas res ponsabilidades dos prestado re s de Saúde por meio do TC 69 proporcionou o conhecimento,
se r v iço d e ab astecimento de água e dos se rv i ço s de
a implementação e fortalecimento de estratégias de
sa ú de, a spectos so bre os quais cabe ao Minis té r i o da
S a ú de regul amentar. Atualme nte, mais de 9 0% do s trabalho e construção de novas políticas públicas até então

m u n i cí pi os b rasi l eiros realizam ações de vigi l ân c i a inexistentes ou insipientes nas áreas de Vigilância em Saúde
d a q ual i d ad e d a água para consumo hum an o. No
Ambiental e de Vigilância em Saúde do Trabalhador.
co ntexto de contaminante s químicos, a Vigilâ n c i a e m
S a ú de de Pop ul a çõe s Expostas a Substâncias Q u í mi cas Assim, a busca pela primazia da palavra “cooperação”
ve m g anha ndo es paço, no dese nvolvime nto de as
(trabalhar junto) foi impressa em toda a evolução dessas
a çõ es de promoção e prevenção dos impa c to s n a
sa ú de hum ana rel acionados às intoxicações exó ge n as duas importantes áreas da saúde pública, com a construção
p o r e ssas substâ n cias, com e special destaqu e para dialogada entre o DSAST e a OPAS. O TC 69 viveu e conviveu
o s a g rotóxi cos. A CGVAM inte nsificou suas açõe s para
com todos os avanços do Departamento que havia sido
a p o iar esta dos e municípios a pactuarem seu s pl an o s
d e a çã o. Ini ci al m ente, foram elaborados diag n ó s t i co s criado pouco antes de firmada a cooperação e que ao longo
si tu aci ona i s, vi sa ndo analisar a situação de s aú de desses 10 anos cresceu, se fortaleceu e
e traça r o perf i l da produção agrícola, cons u mo de
floresceu como um Departamento
a g rotóxi cos e i dentificação de populações exp o s tas a
e ssa cl a sse de contaminantes, para nortear o t rabal h o mais forte, mais amplo e com muitas
e, n a ma i ori a d os estados, se rem e lencados mu n i c í pi o s
responsabilidades e desafios. Os
p ri o ri tári os pa ra a exe cução das ações.
resultados dessa parceria e sua
As a ções de Vigilância em Saúde Amb i e ntal e
bela história são apresentados
Q u a li da de d o Ar (VI GI AR) ve m contribuindo para
a p rom oçã o e a proteção da saúde, a preve n ção neste documento.
de
da
doença s e agravos,
morb i morta l i dade,
be m como
vulnerabilidades
a
e
re du ção
r i s co s

d e correntes da s dinâmicas ambie ntais relac i o n ado s
à p ol ui çã o a t m osférica. A identificação de mu n i c í pi o s
Dra . Da n i e l a Bu o s i Ro h l fs
d e ri sco, bem como a impleme ntação de Un i dade s
S e nti nel as d e Vi giar e o avanço nas aná l i s e s de D SAST E / SVS / MS

16
si tua çã o de saúde para populações expo s tas ao s de atuação do SUS em emergências epidemiológicas
p ol uentes at mosféricos, e specialmente em s i t u açõ e s e desastres. Eixos da Coordenação-Geral de Vigilância
d e exposi çã o às queimadas e incêndios flo re s tai s , te m e Resposta às Emergências em Saúde Pública (CGVR)
p ermi t i d o o avanço na imple mentação de m e di das de até então alocados no Departamento de Vigilância das
p roteçã o à sa úde da população. Doenças Transmissíveis, passaram a integrar a equipe
do Departamento de Saúde Ambiental e do Trabalhador,
A Vi gi l â nci a em Saúde dos Riscos Asso c i ado s ao s
a partir de então denominado como Departamento
D esa st res – Vi g ide sastres, cujo objetivo de d e s e nvo l ve r
de Saúde Ambiental, do Trabalhador e Vigilância das
u m conj unto d e açõe s a se rem adotadas cont i n u ame nte
Emergências em Saúde Pública (DSASTE).
p el as autori da des de saúde pública para re du z i r o
ri s co da exp osição da população e dos p rofi s s i o n ai s A n ova e s t r u t u ra re gi me ntal fo i defi n i d a p el o Dec reto
d e sa úde, reduzir doenças e agravos de co r re nte s n . º 9. 795, de 17 de mai o de 2019, qu e a t r i b u i u a o
d el es b em como os danos à infrae strutura de s aú de, D SAST E , e m s e u ar t i go 3 9, as s e gu i nte s com p etên c i a s :
teve i números avanços desde a sua impl e me ntação
a té os d i a s at uais. O e stabele cimento de co mi tê s de
d esa st res e o acompanhame nto do setor s aú de e m
a genda s est ra té gicas para prevenção e mi t i gação I - Gerir o Subsistema Nacional de Vigilância
d e ri scos associados aos desastre s no Bras i l , po de m em Saúde Ambiental, incluído o ambiente
ser menci ona dos. Houve também a pub l i cação do de trabalho.
P l ano d e Resposta às Eme rgências e m Saú de Pú bl i ca
II - coordenar a implementação da política e
e respect i vos planos de contingê ncia, s e gu i n do a o acompanhamento das ações de vigilância
e s t ra tég i a de gestão de riscos e m eme rgênc i as . em saúde ambiental e saúde do trabalhador.

Com a organização da área de desastres, bem III - propor e desenvolver metodologias e


como com a ocorrência de diversas emergências instrumentos de análise e comunicação de
em saúde pública ocorridas desde a criação da SVS, risco em vigilância ambiental.
discussões foram realizadas a fim de chegar a uma
IV - planejar, coordenar e avaliar o processo
maior integração das áreas técnicas do Ministério da de acompanhamento e de supervisão das
Saúde que atuam na temática de Emergências. Houve ações de vigilância em saúde ambiental e
então a necessidade de apresentação de proposta que saúde do trabalhador.
integrasse as áreas para atuação conjunta, em um só
V - avaliar e acompanhar os impactos à
espaço físico, de forma que a preparação e resposta
saúde humana decorrentes de emergências
às diversas potenciais emergências captadas pela em saúde pública.
SVS, pudessem ser contidas de maneira oportuna,
VI - gerir aspectos de vigilância relacionados
uma vez que uma atuação fragmentada, quando se
com emergências em saúde pública.
aborda a resposta a emergências epidemiológicas ou
desastres, culmina no emprego de mais recursos do VII - gerenciar o Sistema de Informação da
que seria necessário e ainda no risco de um resultado Vigilância Ambiental em Saúde.
insatisfatório. Dessa maneira, a SVS, no ano de 2018
propôs a estruturação do Programa de Emergências
em Saúde Pública, cuja premissa principal foi
harmonização das ações e a ampliação da capacidade

17
Ne s ta i nte gração, a Co o rde n ação -Gera l de
Eme rgê n c i as e m S aú de Pú bl i ca (CG E MS P) é com p o s ta
das s e gu i nte s áre as :

Ø Centro de Informações Estratégicas em Vigi-


lância em Saúde (CIEVS);

Ø Rede Nacional de Vigilância Epidemiológica


Hospitalar (RENAVEH);

Ø Programa de Treinamento em Epidemiologia


Aplicada aos Serviços do Sistema Único de
Saúde (EPISUS);

Ø Vigilância em Saúde Ambiental dos Riscos As-


sociados aos Desastres, (VIGIDESASTRES).

A F i gu ra 1 mo s t ra a e s t r u t u ra do D SAST e m 2 0 1 1 , e a
e s t r u t u ra at u al , e m 2021, apó s a E s t r u t u raçã o d a á rea
de Eme rgê n c i as e m S aú de Pú bl i ca.

18
Figura 1 – Estrutura do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador (2011) e Estrutura do Departa-
mento de Saúde Ambiental, do Trabalhador e Vigilância das Emergências em Saúde Pública (2021)

2011
GESTÃO DA INFORMAÇÃO
ANÁLISE DE SITUAÇÃO POLÍTICAS E PROGRAMAS
CONVÊNIOS, PESQUISAS
E CAPACITAÇÕES

ST NUD
SA ES
SI
A

RH
SIPAR
RENAST
ASSESSORIA
CGST DSAST ADM EVENTOS
PASSAGENS E DIÁRIAS
DOENÇAS E AGRAVOS
RH
SEI
EVENTOS
CGG
C PASSAGENS E DIÁRIAS
VVAAM
M ADM

2021
VIGIAGUA
VIGIPEQ
VIGIAR
VIGIDESASTRES

DSASTE
VIGIAGUA PLANE
VIGIPEQ CGVAM JAMENTO
VIGIAR
INSTRUMENTOS
DE PACTUAÇÃO
GESTÃO DA INFORMAÇÃO
ORÇAMENTO
C
GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS GS SP PLANEJAMENTO
AT EM
ARTICULAÇÃO CG
INTERFEDERATIVA
CIEVS

RENAVEH
GESTÃO DA RENAST
EPISUS
VDART
VIGIDESASTRES
VAPT

ECISTT

Fonte: DSASTE/SVS/MS, 2021.

19
COOPERAÇÃO
INTERINSTITUCIONAL PARA
AVALIAÇÃO DO
DESENVOLVIMENTO
DE POLÍTICAS
PÚBLICAS
A
em
Assembleia Geral da Organização das Nações
Unidas (ONU) adotou o termo “cooperação técnica”,
1959, para substituir a expressão “assistência
i mpl e me ntação de pro gramas e pro j eto s rel a c i on a d o s
ao de s e nvo l v i me nto e fo r tal e c i me nto d o s i s tem a d e
s aú de do Bras i l , co m defi n i ção de l i n h a s d e a çã o a
técnica”, julgando-o mais apropriado para definir s e re m i mpl e me ntadas , mo n i to radas e a va l i a d a s .
uma relação que tanto pressupõe a existência de co-
Refl ete m o s i n e rgi s mo das pr i o r i dades d e a çã o em
construção e corresponsabilidades quanto uma relação
s aú de n o s n í ve i s gl o bal , re gi o n al e n ac i o n a l p o r m ei o
de intercâmbio e de interesses acordados entre os
da u t i l i zação do marco l ó gi co para a el a b ora çã o
partícipes. No Brasil, entende-se a cooperação técnica
de pro j eto s , co m a defi n i ção c l ara d o s res u l ta d os
internacional prestada como uma opção estratégica
a s e re m o bt i do s , o qu e s e e s pe ra de ca d a u m d os
de parceria com outros Países ou organismos
parce i ro s para al can çar o s re s u l tado s p rev i s tos e a s
internacionais, capaz de produzir impactos positivos
at i v i dade s n e ce s s ár i as para o al can ce d os res u l ta d os
para populações, elevar níveis de vida, modificar
e do s i n di cado re s . E s s as açõ e s v i s am co nt r i b u i r p a ra
realidades, promover o crescimento sustentável e
a s u pe ração do s de s afi o s e para o fo r ta l ec i m ento e
contribuir para o desenvolvimento social (BRASIL;
ape r fe i ço ame nto do S i s te ma Ún i co de S a ú d e, a l ém
ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA A SAÚDE, 2015).
de co n s o l i dar i n i c i at i vas gove r n ame nta i s n a esfera
Norma l mente as duas partes fornece m, cada u ma, da cooperação Sul -Sul (BRASIL; ORGANIZAÇÃO PAN-
a sua pa rcel a de conhecime ntos, e viab i l i zação da AMERICANA A SAÚDE, 2015).
execuçã o do p rojeto pactuado, a partir da defi n i ção
d a s ações a sere m dese nvolvidas, para qu e s e j a
a l cança do o objetivo acordado. É comum qu e e s s e t i po O PAPEL DA ORGANIZAÇÃO PAN-
d e cooperaçã o ocorra nos campos té cnicos e c i e nt í fi co s ,
com cad a pa r tícipe realizando as atividade s qu e AMERICANA DA SAÚDE NO APOIO
foram p rop ostas por meio de se us própri o s re c u rs o s
(conheci mento, té cnicas, bens e pessoal). ÀS ESTRATÉGIAS DO SUS
No escop o d a Vigilância e m Saúde Amb i e ntal e da

A
Vig i l ânci a em S aúde do Trabalhador, a viab i l i zação de Organização Pan-Americana da Saúde/OPAS é um
te rm os d e Coope ração Té cnica com entid ade s co mo organismo internacional especializado em saúde
a Org ani za çã o Pan- Ame ricana da Saúde fo r n e ce pública com mais de um século de experiência. Tem como
subsí di os e i nstrume ntos para a viabi l i zação da missão orientar esforços estratégicos de colaboração
const ruçã o d e políticas públicas, por me i o da t ro ca entre os Estados membros e outros parceiros no sentido
d e experi ênci a s no de senvolvimento das at i v i dade s , de promover a equidade na saúde, combater doenças,
na faci l i taçã o de dese nvolvime nto de e s t u do s e melhorar a qualidade de vida e elevar a expectativa de
v ia bi l i za çã o d e encontros té cnicos e ntre o s ato re s vida dos povos das Américas. Sediada em Washington,
e nvol vi dos, b em como no apoio ao prov i me nto de nos Estados Unidos, atua como escritório regional da
re cursos huma nos qualificados. Organização Mundial da Saúde para as Américas e

Neste sent i do, o TC é um instrume nto j u r í di co faz parte dos sistemas da Organização dos Estados

q ue esta bel ece um compromisso lega l , po l í t i co, Americanos (OEA) e da Organização das Nações Unidas

té cni co, p rog ramático e administrativo e nt re o (ONU). Possui escritórios em 47 Países, incluindo o

g overno bra si le iro e a OPAS/OMS, pe r mi t i n do a Brasil, além de sete centros científicos.

21
Co nsi d era ndo a dime nsão te rritorial, a e n o r me s u s te ntabi l i dade e co nt i n u i dade ao s re s u l ta d o s p a ra
d i ve rsi da de exi stente no País e os marcos nor mat i vo s e s te campo de at u ação.
e p rát i cos q ue estabe lece m a governança s an i tár i a
O conjunto das atividades implementadas no referido
b ra sil ei ra, a cooperação técnica da OPAS / O MS
TC visam eliminar e minimizar riscos, prevenir doenças e
co m o g overno brasile iro reque r instrume nto s qu e
agravos, intervindo nos determinantes do processo saúde
e nvol vem a i mp l e mentação de amplos e nume ro s o s
doença decorrentes dos modelos de desenvolvimento,
p ro j etos com os n íveis federal, e stadual e mu n i c i pal ,
dos processos produtivos e da exposição ambiental
e m p arceri a com dive rsas contrapartes e um trabal h o
no que tange à promoção da saúde e a melhoria da
d e scent ra l i za do. De ssa forma, re quisitos té c n i co -
qualidade de vida da população brasileira.
a d m i ni st rat i vos espe cíficos para a operação d a O PAS /
O M S no Brasi l sã o estabe lecidos. O TC 6 9 fo i e s t r u t u rado e m qu at ro res u l ta d os
e s pe rado s (R E ), qu e e s t i ve ram d i reta m ente
O Aj uste Comp l eme ntar ao Convê nio Básico e nt re
re l ac i o n ado s às pr i o r i dade s do D SAST E n o p er í od o, e
o G overno da Re pública Federativa do Bras i l e a
s ão me n c i o n ado s abai xo, j u ntame nte ao s i n d i ca d ores
Org ani zaçã o Mun dial da Saúde (OMS), de 16 de
re l ac i o n ado s a cada R E .
m a rço de 20 0 0, d etermina a relação direta d a O PAS /
O M S no Brasi l com o Ministério da Saúde para o D e nt ro do s qu at ro R E pac t u ado s n o TC , u m a s ér i e
d e se nvol vi m ento da coope ração té cnica por me i o de de at i v i dade s para exe c u ção de s s as ações fo ra m
Te r m os de Coope ração (TC), os quais viabi l i zam a prev i s tas para exe c u ção du rante to da a v i g ên c i a d o
exe c u ção de a çõe s que contribuem para o al can ce TC 6 9, t raze n do re s u l tado s i nte r me di ár i o s d e g ra n d e
d e resul tad os em saúde nos âmbitos nac i o n al e de s taqu e e m s e u pe r í o do de exe c u ção. A F i g u ra 2
i nte rnaci onal , sempre alinhada às priorida de s do re s u me o s i n di cado re s qu e i mpu l s i o n aram a s a ções d o
g overno b rasi l ei ro e da Organização. Te r mo de Co o pe ração.

E s s a co o pe ração té c n i ca bu s co u també m , for ta l ecer


a capac i dade i n s t i t u c i o n al da SVS n a ava l i a çã o d a
O TERMO DE COOPERAÇÃO N.º 69 pre paração para e me rgê n c i as em s aú d e p ú b l i ca
e at u al i zação de pl an o s e s tadu ai s e nacional,
DE 2011, FIRMADO ENTRE A OPAS para abo rdar l ac u n as c r í t i cas de ca p a c i d a d e;
de s e nvo l v i me nto de e s t raté gi as e capac i d a d es p a ra
E A SVS/MS preve n i r e co nt ro l ar r i s co s ambi e ntai s e i nfecc i o s os e o
mo n i to rame nto de eve nto s de s aú de pú bl i ca .

E m 20 1 1 , o Term o de Cooperação n.º 69 foi p ac t u ado


ent re o D ep artamento de Saúde Ambiental , do
Tra b al had or e Vi gilância das Eme rgências e m S aú de
A cooperação proporcionou espaço
inovações e articular políticas públicas necessárias para
para catalisar

proteger e promover a saúde da população brasileira, nas


Pú b li ca (DSASTE ), da Se cretaria de Vigilânc i a e m áreas de saúde ambiental e do trabalhador, bem como
Sa ú de no M i ni stério da Saúde, e a Organização Pan - estartou o processo de construção e consolidação da área
A m e ri ca na d a S a úde. de Emergências em Saúde Pública no Ministério da Saúde.

O ob j et i vo da referida pactuação fo i o A re l evân c i a da ex pe r i ê n c i a de pre en d i d a no


fo rtal eci mento d as e sfe ras de ge stão do SU S n as de s e nvo l v i me nto e na co n du ção do refer i d o TC ,
re sp ostas coord enadas e articuladas, be m co mo dar pe r mi t i u à SVS, de fo r ma di reta, o apr im o ra m ento,

22
o d esenvol vi mento e o fortalecime nto de at i v i dade s t rabal h ado r, be m co mo i mpu l s i o n o u o p roces s o d e
e s t ra tég i ca s d e fundame ntal importância para as co n s t r u ção e co n s o l i dação da Co o rde n a çã o - Gera l d e
a ções d e vi g i l ância e m saúde ambiental , s aú de do Eme rgê n c i as e m S aú de Pú bl i ca n o S U S .


A cooperação técnica entre a OPAS e o Departamento de Saúde Ambiental, do Trabalhador e Vigilância

das Emergências em Saúde Pública da Secretaria de Vigilância em Saúde (DSASTE/SVS) possibilitou

o fortalecimento da parceria entre as instituições, e pode ser considerado um marco na agenda

dos determinantes ambientais da saúde e Saúde do Trabalhador, na medida em que o 69º Termo de

Cooperação (TC 69) apoiou não apenas a qualificação e a consolidação do DSASTE,

reforçando o destaque do Brasil no contexto regional, como também viabilizou

avanços importantes à luz da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável,

especialmente no que se refere à garantia de vidas saudáveis e promoção do bem-

estar para todos – sem deixar ninguém para trás.


Dr. Mi g u e l A ra g ó n

O PAS BR AS I L

23
Figura 2 – Indicadores da Matriz lógica do TC 69/2011
INDICADORES
• Noti ficações de i ntox i cações exógenas
• Áreas com popul ações ex pos tas a contam in a nte s
quí m i cos .
• Muni c í pi os com apl i cação do Ins trumento d e

TC 69 Identi ficação de Muni c í pi os de Ri s co à Pol ui çã o


Atm osféri ca.
• Muni c í pi os com i nform ações no Si s tem a d e
Vi gi l ânc i a da Qual i dade da Água para Cons u m o
Humano (Si s agua).
• Es tados com Comi tês Es taduai s de Saúde e m
Subsistema Nacional de
Vigilância em Saúde Si tuação de D es as tres i ns ti tuí dos .

RE 1 Ambiental fortalecido • Es tudos de s i tuação em s aúde am bi ental


el aborados .

INDICADORES
• Ceres t des envol vendo ações program adas d e
v i gi l ânc i a em s aúde do trabal hador.
• Noti ficações com pul s óri as no âmbi to nac i o n a l d o s
agravos rel ac i onados ao trabal ho.
• Muni c í pi os com popul ação ac i ma de 50 m il
Política Nacional de
Saúde do Trabalhador e habi tantes com i ns tânc i a de coordenação de s a ú d e d o

da trabalhadora trabal hador es tabel ec i da.

RE 2 fortalecida • Es tudos de s i tuação em s aúde do trabal ha d o r


el aborados .

INDICADORES
Gestão do conhecimento e
• Profis s i onai s capac i tados nas áreas de v i g ilâ n c ia
informação em Vigilância
em s aúde ambi ental e s aúde do trabal hador.
em Saúde Ambiental e
• Publ i cações nas áreas de v i gi l ânc i a em s a ú d e
Saúde do Trabalhador

RE 3 desenvolvidas
am bi ental e s aúde do trabal hador.
• Eventos téc ni co- c i entí ficos real i zados .

Cooperação Sul-Sul em INDICADORES


Vigilância em Saúde • Eventos de cooperação Sul - Sul real i zados .

RE 4
Ambiental e Saúde do • Publ i cações para cooperação Sul - Sul .
Trabalhador fortalecidas

Fonte: DSASTE/SVS/MS, 2021.

24
25
RECURSOS HUMANOS

TC 69 EM NÚMEROS 188 p rofi ssio n ais contratados n o período de 201 2 a 2 0 2 1

Nível de e s co l ar i dade do s profi s s i o n ai s co nt ratado s pe l o TC n o pe r í o d o

ESPECIALIZAÇÃO MESTRADO DOUTORADO

13% 36% 51%

PRODUTOS TÉCNICOS GERADOS

1. 8 9 3 produ tos técn icos produ zidos

VSA 58%

ST 23,4%

ESP 13,3%

OUTROS 5,3%
V IGI L Â N CI A E M SAÚ D E A MB I E N TA L
CATEGORIAS DE PRODUTOS TÉCNICOS GERADOS

OUTROS 8

G. I NFORMAÇÃO 13 4

MUDANÇA DO CLI MA 34

DES. SUSTENTÁVEL 55

VI GI AR 159

VI GI PEQ 417

VI GI AGUA 288

0 50 150 200 250 300 350 400 45 0

SAÚ D E D O TR A BA L H A D OR

OUTROS 5
VDART 164
G. I NF 89
G. RENAST 111
VAPT 75

0 20 40 60 80 10 0 12 0 140 160 180

E SP E GESTÃO DA I N F OR MAÇ ÃO E M VSA E ST

GESTÃO DA I NFORMAÇÃO VSA E ST 101


DESASTRES 244
ESP 12

0 50 10 0 15 0 2 00 250
EVENTOS TÉCNICOS REALIZADOS (2012-2021)

441 eve ntos té c n i cos re al i za d o s n o pe r í o do de 2 0 1 2 a 2 0 2 1

2%
9%
VSA
ST

4 9% ESP

40% OUTROS

28
CARTAS ACORDO PACTUADAS (2012-2021)

20 Ca r ta s A co rd o p ac t u ad a s n o p e r í o do de 2 0 1 2 a 2 0 2 1

13 Ca r ta s A co rd o s e m VSA 7 Ca r tas A co rd o s e m ST

2012 2013 2014 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2012 2013 2014 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021

65% 3 5%
VSA ST
0 20 0 20
VIGILÂNCIA EM SAÚDE
AMBIENTAL

30
HISTÓRICO E DEFINIÇÕES

O QUE É A V IGILÂNCIA EM SAÚDE AMBI E N TA L?

A Política Nacional de Vigilância em Saúde traz o conceito de Vigilância em Saúde Ambiental (VSA) como o conjunto de
ações e serviços que propiciam o conhecimento e a detecção de mudanças nos fatores determinantes e condicionantes
do meio ambiente que interferem na saúde humana, com a finalidade de recomendar e adotar medidas de promoção
à saúde, prevenção e monitoramento dos fatores de riscos relacionados às doenças ou agravos à saúde.

É sabido que, a exposição aos fatores ambientais não afeta todas as pessoas da mesma forma, variando conforme
as suas características individuais (hábitos, predisposições, características genéticas, etc.) e sociais (condição social,
renda, escolaridade, cultura etc.). Assim, a Vigilância em Saúde Ambiental deve se orientar tendo como base os
modelos locais de produção e a organização política, territorial, social e cultural. Também deve estruturar-se no
pensar e agir em saúde a partir de relações entre grupos populacionais e seu processo de exposição a fatores
ambientais, a fim de compreender as complexas relações socioambientais existentes na produção de saúde e de
adoecimento e na busca de soluções para a melhoria das condições de saúde da coletividade.

Sendo assim, a análise do território e dos fatores socioambientais que condicionam e determinam a saúde humana,
e a identificação e a compreensão das inter-relações entre saúde humana e meio ambiente em um determinado
território, são essenciais para o planejamento e execução de ações de Vigilância em Saúde Ambiental.

Atualmente, são componentes básicos da Vigilância em Saúde Ambiental: a Vigilância da qualidade da água para
consumo humano; a Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Substâncias Químicas; e a Vigilância em Saúde
de Populações Expostas a Poluentes Atmosféricos.

A
o longo dos últimos 10 anos foram fortalecidos os componentes da VSA: Vigilância da Qualidade da Água
para Consumo Humano (Vigiagua), Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Substâncias Químicas
(Vigipeq), Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Poluentes Atmosféricos (Vigiar) e a Vigilância em
Saúde dos Riscos Associados a Desastres (Vigidesastres). O cenário de mudanças climáticas do País e do mundo
foi abordado de forma transversal aos componentes, considerado o caráter inter e transdisciplinar da temática.

Ca da um dess es componente s apre senta u m mo de l o de at u ação co m o bj eto s e i n s t r u me nto s e s p ec í f i cos p a ra


a tuaçã o, e q ue inclui a análise da situaçã o de s aú de ambi e ntal ampl a e i nte gral do te r r i tó r i o, o b j et i va n d o a
ident i f i ca çã o das vulne rabilidade s das pop u l açõ e s ex po s tas o u pote n c i al me nte ex po s tas , para gera r i nfor m a çã o
e sub si d i a r as tomadas de de cisão, bem como a e l abo ração e i mpl e me ntação de po l í t i cas pú bl i ca s . O h i s tó r i co
d os a va nços oriundos da impleme ntação da VSA n o Bras i l co mpre e n de de s de açõ e s t í mi das e i s ol a d a s s o b re
a temá t i ca , i ni ciadas e m 19 2 0 com açõe s de qu al i dade da águ a para co n s u mo h u man o, até a el a b ora çã o d e
p ol í t i cas p úbl i cas de impacto na promoçã o da s aú de, ao l o n go do s ú l t i mo s 20 an o s . A l gu n s des s es m a rco s e
a va nços estã o s inalizados na linha do tempo a s e gu i r (F i gu ra 3).

31
Fi g ura 3 – Marcos da Saúde Ambie ntal no Bra s i l

7 2019 - 2021

6
2 019: D ecreto nº 9. 7 95: cr iação do D epartamento de S aúde A mbiental, do Trabalhador e Vigilância das Em e rg ê n c i a s
e m Saúde Pública; Estr uturação da Coordenação–Geral de Emergências em S aúde Pública no DSAST E .
2 0 2 0 : publicação da s ér ie agrotóxicos.
2 0 2 1: publicação da Po r tar ia GM/ MS n.º 888 de maio de 2021. Portaria de potabilidade da ág u a p a ra
2 013 : co nsumo humano.
2013-2018

publ i cação

5
do P l a n o de
Se g u rança da 2009 - 2012
Água: Um o l har do
SU S. 2 0 0 9: Decreto n.º 6.860/ 2009 : C riação do Departamento de Vigilância em S a ú d e
2 014 : nova ve rsão do Amb iental e S aúde do trabalhador; realização da 1ª Conferência Nacio n a l d e S a ú d e
Si s te ma d e Q ualidade da Água A mbiental, com a proposta de elaboração de diretrizes para a const ru çã o d a
para Co ns umo Humano (SISAG UA) Política Nacional de S aúde A mbiental. Estruturação da Vigilânci a e m S a ú d e
2 016: publ i cação das diretr ize s de Populações Expostas à Contaminantes Químicos.
nac i o nai s d e Vigilância e m Saúde de 201 0: I S impósio Brasileiro de S aúde A mbiental (S I BSA) ; p u b l i ca çã o d a s
Po pul açõ e s Ex po s tas à Agrotóx ico s. Diretrizes brasileiras para elaboração de Estudo de Ava l i a çã o d e
2 018 : re s o l uçã o CNS n. º 588. Po lítica Nacio nal Riscos à S aúde Humana por exposição à contamin a nte s
de Vi gi l ânc i a em Saúde – co nce ito de Emergências químicos. C riação do S istema de Informação de Vi g i l â n c i a
e m Saúde Pública, e nte ndimento de que o s saberes, em S aúde de Populações Expostas a S olo Co nta m i n a d o –
pro ce s s o s e práticas relacio nado s à vigilância epidemioló- (S issolo) .
gi ca , v i g i l â n c i a em s aúde ambiental, vigilância em saúde do 201 2: Portaria GM/ MS n.º 2.9 3 8 - Ince nt i vo
t ra b a l h ado r e vigilância sanitár ia devam e s tar atrelados. financeiro para a Vigilância em S a ú d e d e
Populações Expostas à A grotóxi co s (Vsp e a ).

2005 - 2009 4
20 0 5: Ins t r uçã o No r ma tiva n. º 01/2 005: cr ia o Subsistema Nacional de Vigilância em S aúde
A m b i e ntal e a p re s e ntou a o rganização o perativa da Vig ilância em S aúde A mbiental subdividin-
d o-a e m o i to á re as ( Vigiagua; Vigiar ; Vigiso lo ; Vigipe q; Vigidesastres; Vigiquim; Vigifis e Visat) .
20 0 6 : c r i açã o d o Pro g rama Nacio nal de Vigilância da Qualidade da Á gua para consumo humano;
Im p l a nta ção de Uni dade s Se ntinela co mo Instr ume nto da Vigilância de populações Expostas à Poluentes
At m osfé r i co s .
20 0 7: i ns t r ume nto d e Ide ntificação de Município s de Risco ( I I MR) no âmbito da Vigilância em S aúde de Populações
E x p osta s a Po l u e nte s a tmo sfé r ico s .

32
“ Os últ i mos d e z an os, e nt re 2 011 a 2 0 2 1, p o de m s e r co n s i de r a dos como o p e r í o do de co nso l i daç ão e
apri morame nto da v ig il ân c ia e m saú d e am b i e nta l n o SU S, q ua n do s e o bs e rva a u n i v e r s a l i zaç ão
de sta comp e t ê nc ia e m tod o o t e rritó r i o nac i o na l , i nt e g r a da às f u nçõ e s e ss e nc i a i s da
at enç ão i nt e g ral à saúd e assoc iada à um a r o b u sta q ua l i f i c aç ão da s ua atuaç ão no
âmbi to da comp l e xa t rama d e açõe s rel ac i o na das à v i gi l â n c i a da q ua l i da de da ág ua ,
à exposi ç ão à p oluiç ão qu ímic a amb i e n ta l e aos c e ná r i os de v u l ne r a b i l i da de
Em e rg ê n ci a s
assoc i ados aos d e sast re s. É re sp ons áv e l p o r um a pa r c e l a r e l e va nt e de
TE.
pr ot eç ão e p r omoç ão da saú d e ofe re c i da p e lo SU S à p o p u l aç ão b r as i l e i r a .
Sem dúvi da , é um d os p r oj e tos mai s b e m -s u c e di dos das p o l í t i c as 1920:
g u a pa ra

públi c as con t e mp orâne as e m nosso Pa í s. D e c reto- Le i n . °
3.987 - C ri a çã o d o
D ep a r ta m e nto
Na c io na l d e Sa ú d e Pú b l i ca
( D N S P) fis ca l i za çã o d os
m a na nc ia is d e á g u a s p a ra
m S aú d e Dr. Gui l h e r me Fra n co Net to
ver ifica çã o d e s ua i n oc u i d a d e e
i o na l d e S a ú d e
Fiocruz p ota b ilid a d e.
n s t r uçã o d a
1 9 6 1 : D ec reto n° 4 9.974/ 1 9 6 1 – Tra z a
c i a e m Sa ú d e
ex p res s ã o d e r is co à s a úd e de corre nte d a
utiliza çã o d e ins etic id a s e tra z a re s p on s a b i l i d a -
p u b lica çã o d as
d e a o s eto r p úb lico s o b re q ues tõ es d e s a n e a m e nto,
Ava l ia çã o d e 2000: cr iação da Co o rdenação –Geral de Vi g ilâ nc ia
m e io a m b iente e q ua lid a d e d a á g ua p a ra con s u m o
n a ntes A mbiental em Saúde (CGVAM), no âmbi to do Centro
hum a no.
d e Vigilâ n ci a Nacional d e Epi demi o l o gi a (Cenepi / Funasa ) .
1 974: Cr ia çã o d a d iv is ã o d e Eco lo g ia Hum a na e Me i o a m b i e n -
Co nta min a do – Proj eto Vig i SUS, o nde as pri nci pai s açõ es fora m
te (S ec reta r ia Na c io na l d e Açõ es Bá s ica s d e S a úd e) .
pautadas so bre o mo del o de desenvo l vi mento
1 977: D ec reto Fed era l n.º 79.36 7/ 1 977: a tr ib ui co m p etê n c i a a o
n ce nt ivo econômico do Brasi l , co nsi derando o mei o
M inis tér io d a S a úd e p a ra ela b o ra r no r m a s e o p a d rã o d e p ota b i l i d a d e
Saúde de ambiente co mo fato r determi nante e
d e á g ua p a ra co ns um o hum a no.
óx i co s (Vs p e a ) . condiciona nte da saúde humana.

1
2003: O Cenepi fo i i nco rpo rado
à S ecretari a de Vi gi l ânci a 1920 - 1979
em S aúde (SVS), cri ada
2000 - 2004

através do Decreto n.º


1980 : i mp le m e nta d a s a tiv id a d e s s o b re Qua lid a d e d e Ág ua p a ra Co ns um o Hu m a n o.
4. 7 26/2003.
198 8 : cri açã o d o S is te m a Único d e S a úd e.
Saúde ambi enta l p a s s a a co m p o r a S e c reta r ia Na c io na l d e Vig ilâ nc ia S a nitá r ia .
1992: aco ntece a Co nfe rê nc ia d a s Na çõ e s Unid a s s o b re Meio Am b iente e D es e nvo lv im e nto (C N U M A D),
co nso l i dando a Vi gi l ân c ia em S a úd e Am b ie nta l.
1995: co nferênci a Pan-Am e r ica na s o b re S a úd e e Am b iente no D e s envo lv im e nto Hum a no Sus te ntá ve l (CO PA -

3
SAD) - Pl ano Naci o nal de Saú d e e Am b ie nte no D es e nvo lv im e nto Sus tentá ve l – Diretr izes p a ra Im p l e m e nta çã o d a
VSA no Brasi l .

2 1980 - 1999 Fonte: DSAST E / SVS / MS, 2 0 2 1.

33
INSTRUMENTOS DA VSA ○ Identificar os efeitos na saúde humana
das principais substâncias químicas e
patógenos identificados.
A VSA, em todos os seus compone ntes, u t i l i za
○ Avaliar se nas condições específicas de ex-
i n st rumentos e metodologias para identi fi cação,
posição existem riscos para a saúde da po-
d i m ensi onamento e caracte rização do risco à s aú de
pulação e, em caso positivo, recomendar
n o i nt ui to de pro por me didas de inte rvenção para
ações de saúde de curto, médio e longo
o b e m -estar d a saúde da população. Alguns de s s e s
prazo visando a interrupção da exposição e
i n st rumentos sã o detalhados adiante.
promoção da saúde.

Avaliação de Risco à Saúde Humana – ARSH

Avaliação de Risco à Saúde Humana,


As i nst i t ui ções e os profissionais de s aú de consultar as diretrizes do Ministério da
f re q uentem ente têm se deparado com a nece s s i dade Saúde
d e invest i g ar a ocorrência dos efeitos sobre a s aú de,
e sta bel ecer o d i a gnóstico e a possível re lação co m
a exp osi çã o a m biental e determinar me di das de
i nte rvençã o e t ratame nto destas populaçõ e s . O
d e se nvol vi m ento e a aplicação de metodolo gi as de A meto do l o gi a de Aval i ação de R i s co s à S a ú d e
a va li açã o d e ri sco à saúde humana são u ma das Hu man a – Di ret r i ze s do Mi n i s té r i o da S a ú d e, foi
fe r ramenta s m ai s adequadas para o cump r i me nto apl i cada e m di fe re nte s l o cal i dade s n o Bra s i l , o n d e
d e sta tarefa (AS M U S et a l., 2 005 ). h i s tó r i co s de co ntami n açõ e s po r co mpo s tos q u í m i cos
var i aram em grau , di ve rs i dade de com p o s tos e
A AR S H é uma metodologia utilizada para a
i nte n s i dade de co ntami n ação. Em to do s os es t u d os
i d e nti f i ca çã o dos riscos re lacionados aos determ i n ante s
re al i zado s , h o u ve co n c l u s õ e s e re co me n d a çõ es p a ra
a m b i entai s (Agency for Toxic Substances And Di s e as e
o s eto r s aú de, de fo r ma a mi n i mi zar r i s cos à s a ú d e
Re g i s t ry), com o objetivo principal de determ i n ar as
h u man a da po pu l ação afetada. A s l o ca l i d a d es em
rota s d e exp osi çã o que re lacionam o contami n ante à
qu e fo ram re al i zado s o s e s t u do s de aval i açã o d e r i s co
p o p u l a çã o exp osta. Para isso, é ne cessário:
co nfo r me a di ret r i z bras i l e i ra s ão :

○ Identificar as principais substâncias químicas ○ Cidade dos Meninos – Duque de Caxias/RJ -


ou patógenos causadores da contaminação. Contaminação por organoclorados. Ano 2002.
○ Identificar as rotas de exposição da popula- ○ Cobrac - Santo Amaro da Purificação/BA –
ção às substâncias encontradas acima dos Metais pesados. Ano 2003.
valores de referência nas matrizes ambientais ○ Condomínio Barão de Mauá – Mauá/SP -
(incluindo o ponto e fonte de exposição, com- Resíduos industriais. Ano 2004.
partimento ambiental contaminado, vias de
○ Mansões Santo Antônio – Campinas/SP –
exposição e população receptora).
Contaminação por organoclorados. Ano 2005.

34
○ Depósito da Sucam – Porto Nacional/TO - de s te mo de l o de s e nvo l v i me nt i s ta adota d o n o Bra s i l , o
Contaminação por organoclorados. Ano 2005. D SAST E t rabal h o u n a adaptação da Metod ol og i a d e
○ Recanto dos Pássaros, Shell, Basf e Aval i ação de Impac to à S aú de pro po s ta p el a O M S .
Cynamid – Paulínia/SP – Contaminação por A A I S é u t i l i zada i nte r n ac i o n al me nte com o u m a
organoclorados. Ano 2006. fe r rame nta de to mada de de c i s ão p a ra a va l i a r e
○ Plumbum - Adrianópolis – PR – Rejeitos de mi- mi t i gar o s efe i to s ambi e ntai s n e gat i vo s n o ter r i tór i o
nério. Ano 2008. a par t i r do de s e nvo l v i me nto de pro j eto s , p rog ra m a s
○ Samarco - Mariana/MG – Rejeitos de Minério e po l í t i cas . E l a bu s ca garant i r a re al i za çã o d e a ções
de ferro. Ano 2019. qu e i nte gre m a co n s e r vação e uso s u s tentá vel
da bi o di ve rs i dade n as pr i n c i pai s es t ra tég i a s de
○ Samarco - Barra Longa/MG - Rejeitos de Mi-
pl an e j ame nto e n a fo r mu l ação das po l í t i ca s p ú b l i ca s .
nério de ferro. Ano 2019.
A AIS, é uma combinação de procedimentos, métodos
e ferramentas que permitem avaliar um projeto de


empreendimento quanto aos seus potenciais impactos
à saúde (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1999) e tem
a capacidade de identificar os impactos e delinear
Dos e stu d os sob re os impactos à saú de
medidas, potencializando as oportunidades de melhorias
humana p e los g arimp os à aval iaç ão de
para a saúde. Além disso, fornece informações sobre
ri scos à saú d e p e los re síd uos p e rig osos,
as consequências e os efeitos na qualidade de vida,
ent re o ut ras, foram mu itas as cont rib u i çõ e s
na saúde e no bem-estar das pessoas e as pressões
da VSA n a ag e n da d e
exercidas pelas atividades de grandes empreendimentos
q uí mi cos. O p ovo
sobre o meio ambiente, subsidiando a discussão sobre

brasi lei r o ag rad e c e !
potenciais impactos à saúde e desigualdade entre
grupos sociais nas áreas de influência.

Dr. Alexandre Pessoa da Silva


AMB IOS

Avaliação de Impactos à Saúde – AIS


Aval i ação
do s Impac to s à
A i mp l a nta çã o de políticas públicas que e n gl o be m
S aú de co n s u l tar
a const ruçã o de grandes empreendime nto s re s u l ta
as di ret r i ze s do
n a m odi f i ca çã o do me io ambie nte e da di n âmi ca
Mi n i s té r i o da S aú de.
p opul aci onal , impactando conside rave l me nte a
sa úde. Com o intuito de avaliar as con s e qu ê n c i as

35
Comunicação de Risco – CR A l é m das açõ e s c i tadas ante r i o r me nte, a VSA tem a
prát i ca de e l abo rar e di v u l gar mate r i ai s info r m a t i vos
co m o o bj et i vo de de s c reve r o i mpac to n a s a ú d e d a
A comuni caçã o de risco para a Vigilância em S aú de po pu l ação e m de co r rê n c i a das mu dan ças a m b i enta i s e
A m b i ental é entendida como um proce sso inte rat i vo de qu ai s me di das de preve n ção deve m s e r adota d a s p a ra
t ro ca de i nform ação e opinião entre indivíduos , gr u po s ev i tar o ado e c i me nto, be m co mo mi n i mi zar o u p reven i r
e in s t i t ui ções d e diálogo e discussão sobre qu e s tõ e s o s r i s co s à s aú de as s o c i adas a e s s as mu da n ça s .
q u e se expressam e m preocupações, opin i õ e s o u
re a çõ es às si t ua ções de risco à saúde (NAT I O NA L
R E S EAR CH CO UN CI L, 19 89). Indicadores de VSA

Ressalta-se que a Comunicação de Risco foi incorporada


pelo Regulamento Sanitário Internacional - RSI (WORLD Os indicadores em saúde ambiental subsidiam as
HEALTH ORGANIZATION, 1999) como forma de induzir o atividades de planejamento e formulação de políticas
comprometimento dos Países signatários na implantação públicas, bem como o monitoramento de informações
de estratégias que visam a prevenção da propagação pelo poder público e pela sociedade civil. Além disso,
internacional de enfermidades e perigos. Compõem as sinalizam a necessidade de aprofundamento de estudos
estratégias básicas da comunicação de riscos: e pesquisas sobre as inter-relações das mudanças
sociais, ambientais e sanitárias e as condições de vida
e de saúde da população. Cabe esclarecer, que os
indicadores ambientais ou de saúde não podem ser
analisados de forma isolada.
○ Avaliação da percepção do risco pela
O Guia básico para construção de indicadores (BRASIL,
comunidade e indivíduos.
2011c), foi formulado no intuito de fornecer uma base
○ Participação da comunidade no processo de indicadores sobre saúde ambiental, realizado no
de gestão de riscos. âmbito da Rede Interagências de Informações para

○ Adoção de ferramentas e linguagem a Saúde (Ripsa), por intermédio do Comitê Temático

apropriadas ao ambiente social da Interdisciplinar de Saúde e Ambiente. A identificação de

comunidade. problemas de saúde relacionados às questões ambientais,


por meio da formação de bases para o estabelecimento
○ Planejamento de estratégias de comunicação
de prioridades e a formulação e avaliação de políticas
com a mídia e em redes sociais, prezando
e programas, no âmbito do setor saúde e em áreas
pela veracidade da informação e utilização
intersetoriais afins (BRASIL, 2011c).
de linguagem adequada ao público-alvo.

○ Elaboração de ferramentas para avaliar a


eficácia das ações de comunicação de risco.
G u i a bás i co de i n di cad o res
de VSA

36
A PRÁTICA DA VSA
A a rt i cul açã o dos saberes, proce ssos e prát i cas te mas co mo c l i ma, de s as t re s , s an e am ento, rec u rs os
rel aci onad os à VSA, alinha- se com o co n j u nto de h í dr i co s , bi o di ve rs i dade, s aú de do t ra b a l h a d o r,
p ol í t i ca s d e saúde no âmbito do SUS, cons i de ran do a ar bov i ro s e s , mo bi l i dade u r ban a, ge raçã o d e en erg i a ,
t ransversal i d ade das açõe s sobre a determ i n ação do pro ce s s o s i n du s t r i ai s , ambi e nte do mé s t i co e r u ra l ,
p rocesso sa úde-doe nça. A análise de situação de s aú de de nt re tanto s o u t ro s , co m v i s tas ao apr im o ra m ento d a
e o a poi o l ab oratorial são atividades tran sve rs ai s e s u a at u ação n as t rê s e sfe ras de ge s tão d o S U S . Pa ra
e s senci a i s no p roce sso de trabalho da VSA. D eve m e s tar efe i to de u ma VSA i nte grada, a par t i r do ter r i tó r i o, s ã o
a rt i cul ad as i ntra e inte rsetorialmente, m o bi l i zan do pro po s tas t rê s etapas , e s qu e mat i zadas n a F i g u ra 4.

Fig ura 4 – Prá ticas da Vigilância em Saúde A mbi e ntal

RECONHECIMENTO DO TERRITÓRIO
PRÁTICAS DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE AMBIENTAL

Caracterização das atividades, das situações e dos processos


que afetam as matrizes ambientais e podem impactar na saúde
humana.

IDENTIFICAÇÃO DOS CONDICIONANTES E DETERMINANTES


SOCIOAMBIENTAIS DE SAÚDE

Identificação dos potenciais riscos à saúde, a partir de uma


análise de situação de saúde ambiental: informações sobre
doenças e agravos, tipos de contaminantes, vias de exposição e
as vulnerabilidades das populações expostas ou
potencialmente expostas identificadas.

ELABORAÇÃO E EXECUÇÃO DO PLANO DE AÇÃO

A partir dos problemas e riscos identificados nas etapas


anteriores, a equipe de VSA deve elaborar e coordenar um
plano de ação com ações/medidas de intervenção com
seus respectivos prazos e responsáveis, com o objetivo de
controlar ou prevenir riscos à saúde da população.

Fonte: DSAST E / SVS / MS, 2 0 2 1.

37
AGENDAS TRANSVERSAIS de s e nvo l v i me nto, a fração ambi e ntal d es s a s
do e n ças fo i re s po n s áve l po r u ma mé di a d e 2 6 % d e
3

DA VSA to das as mo r te s e m c r i an ças me n o re s de c i n co a n os


(P R U S S - U ST U N; CO RVA L A N, 2006). A pe s ar d e a d u l to s
e c r i an ças e s tare m e m r i s co de de s e nvo l ve r d o en ça s a

Saúde Ambiental Infantil par t i r de ex po s i çõ e s pe r i go s as , as c r i an ças d em a n d a m


e s pe c i al ate n ção e m de co r rê n c i a de v u l n era b i l i d a d es
e s pe c í fi cas e m re l ação às s u as po s i çõ e s e res p o s ta s
Dia nte do p rocesso da mode rnização e s u as para o me i o ambi e nte. A s c r i an ças tê m ex p o s i çõ es
co n seq uênci as, como a poluição e deg radação de s pro po rc i o n ai s para di fe re nte s age nte s a m b i enta i s ,
a m b i enta l , a i ndustrialização acele rada, e ai n da o as v i as metabó l i cas i nfant i s s ão i mat u ras , e o s p roces s os
u so d e novos métodos te cnológicos na agricu l t u ra, a de de s e nvo l v i me nto s ão fac i l me nte p er t u r b a d os
h u m a ni d ad e está suje ita a vulnerabilizações e r i s co s du rante o rápi do c re s c i me nto e de s e nvo l v i m ento a ntes
d e correntes d a exposição a situaçõe s e i n ú me ro s e de po i s do n as c i me nto (G U I MA R Ã E S ; AS M U S, 2 0 1 0) .
a g e ntes p otenci a l me nte tóxicos.
Considerando os modelos de desenvolvimento atuais
S e g undo a Organização Mundial da Saúde (O MS), e a diversidade de exposição a compostos químicos
g l o b a l mente, o nú mero per capita de anos de v i da que estamos susceptíveis, desde a gestação até a vida
sa u dávei s perdi dos por fatores de risco am bi e ntai s adulta, percebe-se que o aumento dos conhecimentos
fo i cerca de ci nco veze s maior e m crianças me n o re s e informações sobre crianças e suas janelas de
d e c inco a nos do que na população total. As di ar re i as susceptibilidade aos agentes ambientais, bem como
e i nfecções respi ratórias tê m frações muito gran de s o desenvolvimento de metodologias e indicadores
d e doença at ri buíve is ao me io ambiente, e també m para realizar o monitoramento de sua saúde, são
e stã o ent re as m aiore s causas de morte de c r i an ças extremamente oportunas, uma vez que são variados os
m e n ores de ci nco anos de idade. Nos Pa í s e s e m efeitos adversos que podem ser ocasionados (Figura 5).

Questões como a ex po s i ção i nt rau te r i n a, du rante a


amame ntação, a i n ge s tão o ral de al i me nto s o u águ a
com resíduos, ina l ação de po e i ras o r i u n das do s o l o
contaminado, o aqu e c i me nto de u te n s í l i o s pl ás t i co s
contendo alimento s , me n o r co nte ú do de prote í n as n o
plasma até a idade de t rê s an o s , de nt re o u t ras , s ão
preocupações sobre a ex po s i ção às s u bs tân c i as qu í mi cas
e podem causar nas c r i an ças efe i to s agu do s , c rô n i co s ,
reprodutivos imuno l ó gi co s , te rato gê n i co s , mu tagê n i co s .

38
Fig ura 5 – Efei tos adversos dos poluente s ambi e ntai s s o bre a s aú de i nfant i l

ORGANO- POLUIÇÃO

CLORADOS DO AR
ÉTERES
BISFENOL DIFENÍLICOS
POLIBROMADOS

PESTICIDAS
DOMISSANITÁRIOS
OUTROS METAIS

FATORES

ÁCIDOS
FTALATOS PERFLUORADOS

EXPOSIÇÃO
MATERNA
Complicações do parto prematuro
Idade materna, paridade,
incluem efeitos adversos respiratórios,
escolaridade, tabagismo,
gastrointestinais, imunológicos, bem
álcool, ganho de peso
como efeitos tardios, motor, cognitivo,
gestacional, duração da DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO E FETAL
visual, auditivo, comportamental,
gravidez, nutrição, infecções,
função sócio-emocional e diversos
condições socioeconômicas.
efeitos sobre a saúde e crescimento.
RESULTADOS DA GRAVIDEZ

BAIXO PESO AO NASCER PEQUENO PARA A IDADE GESTACIONAL PARTO PREMATURO

SEQUELAS NO PERÍODO NEONATAL, NA INFÂNCIA E NA VIDA ADULTA

INFLAMAÇÃO: ESTRESSE OXIDATIVO; EFEITO TÓXICO DIRETO NO


POSSÍVEIS MECANISMOS
FETO E NA PLACENTA; DESLOCAMENTO DA CURVA DE DISSOCIAÇÃO
DE AÇÃO TÓXICA
DE OXIGÊNIO; HEMOGLOBINA; FORMAÇÃO DE ADUTOS DE DNA.

Fonte: A daptado de projeto PI PA , 2018. Carta acordo Hospital Ma te rn i d a d e U FR J.

39
“ Tenho acompan had o o d e se nvolv ime nto das açõ e s de Vi gi l â nc i a e m Saú de A m b i e nta l ( VSA ) n o âm b ito

da Sec retaria d e Vig il ânc ia e m S aúd e do M i ni st é r i o da Saú de de s de a i m p l a n taç ão da Co o r de naç ão -

Geral de Vi g il ânc ia e m S aú d e Amb ie ntal ( CGVAM ) , n a p r i m e i r a dé c a da de st e s é c u lo. E m m i n h a v i são, os

pri me i r os 10 anos se c aract e rizaram p e lo e nf r e n tam e n to dos de s a f i os i n e r e nt e s à co n so l i daç ão d e

uma área de atuaç ão an t e s in e xist e nt e , n a e st r utu r a de E sta do de um Pa í s co nt i ne n ta l e di v e r s i f ic ad o

como o Brasil . N a ú lt ima d é c ada ( 2 011 – 20 21 ) , no e n ta nto, o atua l De pa rtam e nto ( DSASTE ) , tem

evoluí do na const ruç ão d e um conj u n to de e st r at é g i as, f e r r am e ntas e m e to do lo gi as, com o o bj etivo

do enfre n tame n to d os d e safios re l ati vos a atuaç ão do Si st e m a Ú n i co de Saú de ( SU S) no to c a nte

às açõ e s de VSA . De st e conj u nto, d e staco o i nv e st i m e n to n a c a pac i taç ão e fo r m aç ão dos r e c ur sos

humanos d o S US, at rav é s d e P r og ram as de E du c aç ão à di stâ nc i a e m VSA , nos q ua i s t e mos atuad o

como par c e ir os at rav é s da n ossa Un iv e r s i da de . De staco tam b é m a co n so l i daç ão de um a p r o posta

me to doló gic a d e aval iaç ão d os riscos à s aú de h um a n a p o r e x p os i ç ão a r e s í du os p e r i gosos,

base ada n as Dire t rize s d e st e S ist e ma . Fi na lm e nt e , r e ss a lto o i nc e nt i vo e a p o i o

a estudos e p e squisas que inv e st ig u e m os e f e i tos da e x p os i ç ão a p o lu e nt e s

ambi entai s n a saú d e da p op u l aç ão b ras i l e i r a . N e st e ú lt i mo i t e m i ns i r o

o Pr oje to In fân c ia e Polu e n t e s Amb ie n ta i s ( P r oj e to P I PA _ U FRJ ) , um a

coort e de nasc ime ntos e m d e se nvolv imento na M at e r ni da de E sco l a da

UFRJ, com o obj e t ivo d e aval iar os e fe itos da e x p os i ç ão a p o lu e nt e s

ambi entais sob re o c re sc ime nto e d e s e n vo lv i m e n to de c r i a nç as

d e sd e a g e staç ão at é a ida de de 4 a nos.



Dra. Carmen Ildes Froe s
Asmus
U F RJ

De sde o ano de 2 013, a CGVA M de s e nvo l ve açõ e s de s aú de ambi e ntal i nfant i l ,


a partir da realização de eve nto s e o fi n an c i ame nto de pro j eto s de pe s qu i s a
sobre a te mática, como o Pro j eto Infân c i a e Po l u e nte s A mbi e ntai s (P I PA),
pione iro no Brasil na inves t i gação do s efe i to s do s po l u e nte s ambi e ntai s
sobre a saúde mate rno- infant i l de s de a ge s tação até o s 4 an o s . O P i pa é
dese nvolvido pe la Faculdade de Me di c i n a da Un i ve rs i dade Fe de ral do R i o
de Janeiro (UFRJ), e m parce r i a co m a Fu n dação O swal do Cr u z (F i o c r u z ) e
com o Instituto Evandro Chagas (I EC).

40
Clima e Saúde s u a bi o di ve rs i dade e do s c i c l o s bi o ge o qu í m i co s . A cerca
do s efe i to s qu e as mu dan ças c l i mát i cas p o d em g era r,
po de - s e l i s tar s o bre a i n di s po n i bi l i dade d e a l i m ento s ,
A m uda nça do clima é um te ma que gan h a a ge ran do n o s cas o s mai s ex t re mo s , a s u b n u t r i çã o d a
cada di a ma i or relevância na age nda de gove r n o s po pu l ação afetada, co m i mpl i caçõ e s n o c res c i m ento
e da soci eda de. O aquecime nto do plan eta, fr u to e de s e nvo l v i me nto i nfant i l , o au me nto n o s ca s o s d e
da a t i vi da de humana é, hoje, re conhe c i do pe l a i ntox i caçõ e s po r agrotóx i co s , de co r re ntes d o s i m p a c tos
co m uni d ad e ci entífica inte rnacional e pe l o gove r n o n e gat i vo s n a pro du ção de al i me nto s ; a l tera çõ es n o s
b rasi l ei ro, como um fenôme no que deman da ampl o padrõ e s de qu ant i dade e qu al i dade da á g u a . A b a i xa
co m promet i m ento no dese nvolvime nto de açõ e s qu al i dade da águ a ofe r tada po de ge ra r o a u m ento
vo l ta da s pa ra a re dução das emissõe s de gas e s do n a o co r rê n c i a de do e n ças di ar re i cas e o u t ra s d o en ça s
efei to est ufa, as ações de mitigação e as açõ e s de de ve i c u l ação h í dr i ca co mo as h e pa t i tes A e E, e
a da ptaçã o p ara enfre ntamento da mudança do c l i ma. també m, as mu dan ças n o co mpo r tamento d e vetores ,
i nte r fe r i n do n as do e n ças i nfe c to co ntagi o s a s , p od en d o
A di scussão sobre as mudanças climá t i cas teve
al te rar o s pe r fi s de mo r bi mo r tal i dade d a p o p u l a çã o
i n í ci o na Conferência das Naçõe s Unida s s o bre o
(O R GA NI ZAÇÃO PA N- A ME R I CA NA DA SAÚ DE, 2 0 0 9) .
Mei o Am bi ente Humano, realizada em junho de
1972, em E stocolmo. Na época, os gover n ante s , as Ne s s e co ntex to, n as ce, da i mpo r tân c i a d o tem a
co m uni d ad es c ientificas e a populaçã o mu n di al para o s S U S, e da n e ce s s i dade de org a n i za çã o,
d esconheci am o te ma em te rmos de model o s gl o bai s an ál i s e e di s po n i bi l i zação de dado s e i nfo r m a ções
e ri scos p ara a humanidade. A partir da c r i ação do para profi s s i o n ai s do S U S e para a s oc i ed a d e, o
Pai nel Intergovernamental sobre Mudanças Cl i mát i cas O bs e r vató r i o Nac i o n al de Cl i ma e S a ú d e, com o
( I P CC ), no â mbito das Nações Unidas (O NU ), po r i nt u i to de al be rgar dado s e s o c i al i za r a s m el h ores
i n i ci at i va d o Programa das Nações Unidas p ara o Me i o ev i dê n c i as n a áre a de c l i ma e s aú de. O ob s er va tór i o é
A mb i ente (P N UMA) e da Organização Mete o ro l ó gi ca al i me ntado po r u ma e qu i pe té c n i ca e s p ec i a l i za d a d a
Mundi al (O MM), os governantes, s o c i e dade s F i o c r u z e m parce r i a co m o u t ras i n s t i t u i ções , e ta m b ém
c ient i f i cas, org anizações não gove rname ntai s e u ma te m at u ado n a pro po s i ção de açõ e s e s tra tég i ca s p a ra
p eq uena p arce la da população mund i al pas s o u a s aú de, ambi e nte e s u s te ntabi l i dade.
a conhecer a matéria, que foi inte rnalizada pe l as
Outra ação de grande alcance para o setor saúde foi a
e sfera s g overnamentais nacionais e inte rna c i o n ai s n a
participação do corpo técnico do DSASTE na construção
Conferênci a da s Nações Unidas sobre o Me i o A mbi e nte
do Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima
e o Desenvol vi mento (CNUMAD), mais conhe c i da co mo
– Saúde e do Plano Setorial da Saúde para Mitigação e
R i o-92 e ECO -9 2 , em junho de 199 2 , no Rio de Jan e i ro.
Adaptação à Mudança do Clima.
As m uda nças climáticas e ambie nta i s gl o bai s
p odem prod uz ir impactos sobre a saúd e h u man a
co m d i ferentes vias e inte nsidades. Por u m l ado,
i mp acta m d e forma direta a saúde e o bem- e s tar da P l a no s etori a l d a s a úd e p a ra
p opul açã o, como no caso das ondas de calo r e eve nto s m i t i g a çã o e a d a ptaçã o à
ex t rem os, com o as inundações e os furacõ e s , po ré m, m ud a nça d o c l i m a
n a m ai or pa rte das vezes, esse impacto é indi reto, co m
mud ança s no ambiente, alteração de e coss i s te mas , da

41
Desenvolvimento sustentável da s aú de, ate n ção e as s i s tê n c i a e m s aú d e, co nt rol e
do s fato re s de r i s co de co r re nte s do s i m p a c tos co m
efe i to s n a s aú de h u man a.
Grandes empreendimentos
Co m a di fi c u l dade de ar t i c u l ação co m o u t ra s á rea s
de nt ro do Mi n i s té r i o da S aú de e co m o u t ras i n s t i t u i ções ,
tal vez e m razão da fal ta de re co n h e c i m ento d o
Os impactos gerados a partir de grandes
te ma co mo pr i o r i dade para a s aú de, fo i rea l i za d a
empreendimentos, bem como de políticas, planos
a re o rgan i zação da age n da de t rabal h o p a ra t ra ta r
ou programas específicos do governo em seu
qu e s tõ e s re l at i vas a gran de s e mpre en d i m entos ,
desenvolvimento, podem afetar o meio ambiente e, direta
pas s an do a ge s tão da s u a co o rde n açã o p a ra a
ou indiretamente, toda a qualidade de vida do planeta.
re s po n s abi l i dade da S e c retar i a E xe c u t i va.
A ação humana com modificações da natureza tem
Com a participação da área de saúde e ambiente
causado impactos nos ecossistemas do planeta e
no desenvolvimento e execução de ações de saúde
na saúde humana. Com as desigualdades sociais e
em razão de impactos de grandes empreendimentos,
econômicas, essa deterioração do meio ambiente gera
sobretudo do Programa de Aceleração do Crescimento
diversas consequências como o depauperamento e
(PAC), o MS adquiriu um sólido conhecimento para
esgotamento dos recursos naturais; a intensificação
tratar de questões inerentes ao tema em tela. O modelo
de eventos climáticos extremos; adensamento
de atuação do MS em razão dos impactos provocados
populacional, o qual leva a população a viver com a falta
pelo rápido desenvolvimento na região da Usina
e/ou a ineficácia de serviços de saúde, saneamento,
Hidrelétrica (UHE) de Belo Monte, por meio do Plano de
habitação, transporte e segurança pública entre outros,
Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu (PDRS
tudo isso representa uma baixa qualidade de vida.
Xingu); a definição de metodologia com procedimentos
Até o a no d e 2018, o até então Departam e nto de para quantificação de impactos à saúde em municípios
Vig i lâ nci a em S a úde Ambiental e Saúde do Trabal h ado r da região do Projeto de Integração do Rio São
( D SAST), possuí a o Núcleo de Dese nvol v i me nto Francisco; e notas técnicas para tratar de divergências
Su stentá vel (Nud es), áre a informal na e s t r u t u ra entre empreendedores e o poder público local, no
re g i menta l , q ue atuava nas questões de s aú de município de Porto Velho – RO, área de influência das
f re nte ao proces so de dese nvolvime nto, e, e nt re UHEs de Santo Antônio e Jirau, são avanços importantes
o u t ras i ni ci at i vas, re alizava a análise das açõ e s para documentados e com alta capacidade de replicação em
Ava li açã o d e Imp acto à Saúde (AI S) de forma a, e nt re quaisquer outros locais com grandes empreendimentos
o u t ro s, cont ri bui r com uma eficaz participa ção do com possibilidades de gerar impactos à saúde humana.
seto r saúd e nos p roce ssos de licenciamento am bi e ntal .
Em 2014, foi publicado o documento intitulado Avaliação
Ne sse sent i d o, visando o conhe cimento e a ado ção de Impacto à Saúde – AIS: Metodologia adaptada para
d e med i d as pa ra a melhor inse rção da saúde h u man a aplicação no Brasil (BRASIL, 2014d), contendo novas ações
n o li cenci amento ambie ntal, em 2 009 foi propo s ta a ao setor saúde no Brasil para a investigação acerca de
c r i a çã o de um G ru po Técnico composto por dife re nte s impactos à saúde, por meio de procedimentos que serão
p rof issi onai s d o setor saúde na tentativa de i n s t i t u i r delineados com a Avaliação de Impacto à Saúde (AIS),
n o rma t i va s e m ecanismos para aprimorar me di das e além de recomendações da atuação do setor saúde no
a çõ es vol tad as à prevenção de doe nças e pro mo ção processo de licenciamento ambiental.

42
A Vigilância em Saúde Ambiental na perspectiva da
Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável

No ano 20 0 0, foi adotada a Declaração do Mi l ê n i o Su bs tân c i as Q u í mi cas , Vi gi l ân c i a da Q u a l i d a d e d a


d a Orga ni zaçã o das Nações Unidas (ONU ), po r me i o Á gu a para co n s u mo Hu man o e a Vi gi l ân c i a em S a ú d e
d a qua l as naçõe s signatárias se compro mete ram a A mbi e ntal da Q u al i dade do A r, co nfo r m e d es c r i to a
co m por um a p arceria global para reduzir a po breza s e gu i r :
ex t rem a. Oi to o bjetivos foram definidos p ara s e re m
a l ca nçad os a té 2 015 , tornando- se conhe c i do s co mo
o s O b j et i vos de Dese nvolvimento do Milê n i o (O D M).
O Bra si l a l ca nçou a maioria dos objetivo s ante s de
20 1 5, tend o o setor saúde um papel de de staqu e n e s s e
OBJETIVO 3 Assegurar uma vida saudável e
promover o bem-estar para todos, em todas as idades.
d esem penho, de forma a evide nciar sua re l evân c i a n a
• Meta 3.9 − Até 2030, reduzir substancialmente
a genda gl oba l de de senvolvimento pós-2 015.
o número de mortes e doenças por produtos
No entanto, em sete mbro daque le me s mo an o, a químicos perigosos, contaminação e poluição do
A ssem bl ei a G e ral das Naçõe s Unidas re co n h e ce u ar e água do solo.
q ue, ap esa r dos avanços ve rificados na age n da
d os O D M, os de safios se mantiveram e s e to r n aram
ma i s comp l exos, culminando e ntão na a do ção do s OBJETIVO 6 Assegurar a disponibilidade e gestão
O b j et i vos do Dese nvolvime nto Suste ntá ve l (O D S) sustentável da água e saneamento para todos.
p or 1 93 estad os- membros das Nações Un i das . E s te
• Meta 6.1 − Até 2030, alcançar o acesso universal
co m promi sso global está consolidado no do c u me nto
e equitativo à água potável e segura para todos.
“ Transforma ndo nosso Mundo: a Age nda 2 03 0 para o
D esenvol vi mento Suste ntáve l”, que e nglob a 17 O D S e
169 meta s, por meio dos quais os Países s i gn atár i o s
d evem i m pl ementar políticas nacionais e at i v i dade s
OBJETIVO 12 Assegurar padrões de produção e
de consumo sustentáveis.
d e cooperaçã o inte rnacional, de forma a a l can çar o s
O D S a té 20 3 0, buscando e quilibrar as 3 di me n s õ e s • Meta 12.4 − Até 2020, alcançar o manejo

d o d esenvol vi me nto suste ntáve l: e conômi ca, s o c i al ambientalmente saudável dos produtos químicos

e amb i enta l . Nisto, as relações e inte rface s e nt re e todos os resíduos, ao longo de todo o ciclo de vida

o s O bj et i vos do De senvolvimento Suste ntáve l e a destes, de acordo com os marcos internacionais

Vigi l â nci a em Saúde Ambiental (VSA) são fac i l me nte acordados, e reduzir significativamente a

i dent i f i cad as no âmbito da Política Na c i o n al de liberação destes para o ar, água e solo, para

Vigi l â nci a em S aúde. minimizar seus impactos negativos sobre a saúde


humana e o meio ambiente até 2030.
Acerca dos objetivos estabe lecidos na age n da e as
a ções da VSA, pode - se de stacar que trê s o bj et i vo s
e sua s m etas e stão intimamente corre l ac i o n adas
à s a ções d e VSA. Estas pe rpassam na s age n das
d e Vi gi l â nci a em Saúde de Populações E x po s tas a

43
COMO A VSA NACIONAL ESTÁ com vistas a apoiar a criação e o fortalecimento de
capacidades das secretarias estaduais e municipais de
ORGANIZADA saúde no Sistema Único de Saúde (SUS).

Su as at r i bu i çõ e s també m fo ram detal ha d a s , com


bas e n as ex pe r i ê n c i as prév i as e o s i s te ma d e a t u a çã o
Visa ndo a i nteg ração dos compone ntes da VSA , be m
adotado, de s de s e u e s tabe l e c i me nto n a Co ord en a çã o -
co m o com a p ersp ectiva de alinhá- los às comp etê n c i as
G e ral de Vi gi l ân c i a e m S aú de A mbi e ntal (CGVA M) .
d o Regi m ento i nte rno do Ministério da Saú de, a
Co o rd ena çã o-G eral de Vigilância em Saúde Am bi e ntal
p ro p ôs novo mod elo de gove rnança imple mentado a Atribuições da VSA
p a rt i r d o ano d e 202 1 (Figura 6).

Gestão de Políticas Públicas (GPP)


Figura 6 – Modelo de governança e organização do
trabalho da VSA no Brasil, adotado a partir do ano de 2020
○ Propor e coordenar a implementação
das ações de VSA em atenção à Política
Articulação Nacional de Vigilância em Saúde.
Interfederativa
○ Participar da formulação e implementação
das políticas de gestão de fatores de risco
ambiental que interfiram ou impactem a
saúde humana.
VIGIAGUA
VIGIPEQ ○ Monitorar o desenvolvimento de ações de
VIGIAR saúde relacionadas ao desenvolvimento
Gestão de Gestão da sustentável, aos impactos ambientais e às
Políticas Informação
Públicas mudanças climáticas, além de contribuir
na análise dos aspectos relacionados
à saúde humana nos processos de
fo nte : CGVAM /D SASTE / SVS / MS .
licenciamento ambiental.

○ Elaborar normas técnicas e operacionais


A VSA e seus componentes (Vigiagua, Vigipeq e
relativas às ações de vigilância em saúde
Vigiar) se materializam por meio das práticas de
ambiental, no âmbito do Subsistema
gestão da informação, visando a análise de situação
Nacional de Vigilância em Saúde
em saúde ambiental como insumo e ferramenta para
Ambiental (SINVSA); -e elaborar normas
a formulação de políticas e execução de ações; na
técnicas e operacionais relativas às ações
gestão de políticas públicas, que consiste justamente
de promoção, prevenção e mitigação, bem
na atividade de formulação de políticas de saúde com
como o controle de fatores ambientais
base em articulações intra e intersetoriais, além da
ou deles decorrentes, que tenham
colaboração em políticas setoriais que se relacionem
repercussão na saúde humana.
com a saúde ambiental; e na articulação interfederativa,

44
○ Promover cooperação técnica nacional Articulação Inter federativa (AI)
e internacional na área de vigilância em
saúde ambiental.

○ Estabelecer os procedimentos de ○ Trabalho em prol do fortalecimento da ca-


controle e de vigilância da qualidade pacidade de gestão e da articulação entre
da água para consumo humano e seu os gestores do SUS nas três esferas da Fede-
padrão de potabilidade. ração, por meio de instrumentos e mecanis-
mos efetivos de governança, na perspectiva
○ Propor diretrizes para o monitoramento
da garantia do pleno usufruto do direito à
à saúde de populações expostas a
saúde a toda a população.
riscos ambientais.
○ Prestar cooperação técnica aos estados,
○ Promover articulação de estratégias
municípios e Distrito Federal na implantação
de saúde direcionadas à promoção do
e implementação das ações de vigilância
desenvolvimento sustentável e a mitigação
em saúde ambiental.
e adaptação às mudanças climáticas.
○ Executar as ações de vigilância em saúde
ambiental, de modo complementar ou su-
Gestão da Informação (GI) plementar, em articulação com as demais
unidades competentes, quando houver: situ-
ação de risco à saúde humana que superem
○ Coordenar e executar as ações relativas à a capacidade de resposta; situação de Emer-
análise de situação em saúde ambiental. gência em Saúde Pública de Importância
○ Estabelecer e coordenar, junto às demais Nacional e/ou Internacional - ESPIN; ESPII.
unidades competentes, os sistemas de ○ Comunicação de risco à saúde decorrente
informação relativos à: a) Vigilância da de contaminação ambiental, em articulação
qualidade da água para consumo humano; com as demais unidades competentes.
e b) Exposição humana a contaminantes
○ Colaborar, com as unidades competentes,
químicos ambientais; e (c) Gerir os sistemas
na avaliação de risco e de impacto à saúde
de informações da VSA.
humana relacionados a fatores ambientais.
○ Propor linhas prioritárias para o
○ Capacitar profissionais de vigilância em
desenvolvimento de estudos, pesquisas,
saúde, em caráter suplementar e em articu-
análises e outras atividades técnico-científicas
lação com as demais unidades competen-
em sua área de atuação, em articulação com
tes, em sua área de atuação.
as demais unidades competentes.
○ Coordenar e supervisionar as ações de
○ Divulgar as ações de Vigilância em
vigilância em saúde ambiental, no âmbi-
Saúde Ambiental.
to do SINVSA, por meio dos componentes:
Vigiagua; Vigipeq; Vigiar.

45
“ A Vigilância em Saúde Ambiental constituiu-se no Brasil nos alicerces do
Sistema Único de Saúde e do Sistema Nacional de Meio Ambiente, compartilhando
as potencialidades e lacunas de ambos os sistemas. Após mais de 20 anos de sua
implementação, a VSA permanece em constante evolução nas três esferas do SUS,
convivendo e lidando com as atribuições já normatizadas e com os novos desafios
impostos pelo cenário complexo de novos riscos ambientais que se impõem à saúde
da população, como os poluentes emergentes, a aceleração da crise climática , o
recrudescimento dos conflitos agrários e a urbanização desordenada .

No Ministério da Saúde, a Coordenação-Geral de Vigilância em Saúde Ambiental


tem se reorganizado para fazer frente à sua competência de gestora do Subsistema
Nacional de Vigilância em Saúde Ambiental, e isso só se faz possível a partir
de articulações e cooperações institucionais de alta relevância e impacto. A
organização por componentes de trabalho temáticos que se transversalizam por
meio de macroprocessos de trabalho é um formato implementado desde 2020 e
que vem promovendo uma visão e atuação mais integrada em VSA , de maneira a
aproximá-la da vivência prática do território. Assim, a Vigilância de Populações
Expostas a Substâncias Químicas, a Vigilância da Qualidade da Água
para Consumo Humano e a Vigilância em Saúde Ambiental e
Qualidade do Ar se integram de maneira mais palpável por
meio dos macroprocessos de trabalho de Articulação
Interfederativa , Gestão da Informação e Gestão de
Políticas Públicas. Ainda assim, perduram os desafios
antigos e a incidência de novas agendas, mantendo o
campo de atuação da VSA sempre em necessidade de
constante atualização e aprimoramento “
Thaís Araújo Cavendish
CGVA M/DSAST E/SVS /MS

46
47
COMPONENTES DA VIGILÂNCIA
EM SAÚDE AMBIENTAL

VIGIAGUA
VIGILÂNCIA DA QUALIDADE
DA ÁGUA PARA CONSUMO
HUMANO

48
A água potável limpa, segura e adequada é vital
para a sobrevivência de todos os organismos vivos
e para o funcionamento dos ecossistemas, comunidades
saúde quanto à vigilância da qualidade da água para
consumo humano.

Com a Constituição Federal de 1988, e sua posterior


e economias (UNITED NATIONS, 2018). Dada tal
regulamentação na Lei n. º 8.080/90 (Lei Orgânica da
essencialidade, o acesso a água foi declarado como
Saúde), a responsabilidade do setor saúde sobre a
direito fundamental, estabelecido pela Resolução A/
fiscalização da água para consumo humano se consolida,
RES/64/292 da Organização das Nações Unidas (ONU),
e há descentralização das ações de saúde, transferindo
em 28 de julho de 2010.
diversas ações para os municípios, viabilizado com
No âmbito da saúde, a preocupação com a importância o auxílio do projeto de reestruturação das Ações de
da qualidade da água para consumo humano surgiu a Epidemiologia e Controle de Doenças no Sistema Único
partir da década de 20, com a denominada “Reforma de Saúde (VigiSUS) (BASTOS, 2003).
Carlos Chagas”, que reorganizou os serviços de saúde do
A partir do ano 2000, a Funasa, e posteriormente, em
País. São desse período os primeiros relatos referentes
2003, a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), por
às competências de fiscalização dos mananciais de
meio da Coordenação-Geral de Vigilância em Saúde
água para verificação da inocuidade e potabilidade da
Ambiental (CGVAM), começou a implementar algumas
água (BRASIL, 2005a). Assim sendo, pode-se afirmar
ações para viabilizar o desenvolvimento da Vigiagua,
que a organização da Vigiagua foi impulsionada
com destaque para a elaboração de um sistema de
pela publicação do Decreto Federal n.º 79.367/1977,
informações sobre qualidade de água para consumo
que atribui ao Ministério da Saúde a competência
humano (Sisagua).
de estabelecer o padrão de potabilidade de água
para consumo humano, culminando na publicação da A partir de então, diversas iniciativas foram adotadas
primeira Norma de Potabilidade de Água do Brasil – para auxiliar a operacionalização da Vigiagua no
Portaria n° 56/BSB/1977; e a competência de fiscalizar o território nacional, dentre elas a publicação em 2005
atendimento dos seus dispositivos, em articulação com do documento “Programa Nacional de Vigilância em
as Secretarias de Saúde a fiscalização do cumprimento Saúde Ambiental relacionado à Qualidade da Água
da norma de potabilidade. para Consumo Humano – Vigiagua” (BRASIL, 2005b).
Este documento visa apresentar a forma e campo de
Desde a p ubl icação do Decreto Federal n.º
atuação dessa política pública, bem como, apresentar o
79. 3 67/ 1 977, o Mi nistério da Saúde e labora no r mat i va
direcionamento de atuação da Vigiagua, considerando
fe d e ral que t rata dos padrõe s de potabilid ade da
a perspectiva de uma atividade rotineira, preventiva e
á g u a pa ra consumo humano, de forma a aten de r as
oportuna, com vistas a garantir o conhecimento sobre o
d i ret ri zes e ori entações do SUS.
abastecimento de água para consumo humano.
Em 1986, as ações da Vigiagua ficaram sob a
A s s i m, a Vi gi l ân c i a da Q u al i dade da Á g u a p a ra
responsabilidade da Divisão de Ecologia Humana e Saúde Co n s u mo Hu man o te m o o bj et i vo de pro mover a s a ú d e
Ambiental, vinculada a extinta Secretaria Nacional de e preve n i r agravo s e do e n ças de t ran s mi s s ã o h í d r i ca , a
Ações Básicas de Saúde (SNABS) do Ministério da Saúde. par t i r do ge re n c i ame nto de r i s co à s aú de rel a c i on a d o
A partir de 1998 a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), ao abas te c i me nto de águ a.
instituída pela Lei n.º 8.029/1990, com a proposta de
estruturação de vigilância ambiental em saúde, assume
a atribuição de definir as políticas públicas do setor

50
Como ob j et i vos e specíficos, citam- se : l o cai s . A s e gu i r s e rão apre s e ntado s o s i n s t r u m entos
u t i l i zado s pe l a Vi gi agu a.

○ Gerenciar o risco à saúde relacionado ao


abastecimento de água. Portaria de potabilidade da água para consumo hu-
mano
○ Diagnosticar a situação do abastecimento
de água visando identificar, avaliar os riscos
à saúde e planejar as ações de vigilância da
Po r águ a potáve l e nte n de - s e qu e é a q u el a q u e
qualidade da água para consumo humano.
ate n da ao padrão de potabi l i dade es ta b el ec i d o
○ Reduzir a morbimortalidade por agravos e n a l e gi s l ação v i ge nte e qu e n ão ofe reça r i s co s à
doenças de transmissão hídrica, por meio do s aú de. O ate n di me nto ao padrão de p ota b i l i d a d e
acesso à água potável em quantidade sufi- v i s a as s e gu rar a to da po pu l ação o fo r n ec i m ento d e
ciente e qualidade adequada para garantia águ a co m qu al i dade, bu s can do a preve n çã o d e r i s cos
da qualidade de vida. à s aú de pú bl i ca, s o bret u do aqu e l e s rel a c i on a d o s à
t ran s mi s s ão h í dr i ca de do e n ças e agravos .
○ Participar do desenvolvimento de políticas pú-
blicas destinadas ao saneamento, à preserva- Em 1977 fo i e di tada a pr i me i ra l eg i s l a çã o de
ção dos recursos hídricos e do meio ambiente, potabi l i dade de águ a e at u al me nte a p or ta r i a v i g ente
entre outras. é a Po r tar i a G M/ MS n . º 888, de 4 de m a i o d e 2 0 2 1 ,
qu e al te ro u o A n exo XX da Po r tar i a de Co n s ol i d a çã o
○ Melhorar as condições sanitárias das formas
G M/ MS n . º 5, de 28 de s ete mbro de 2 0 1 7, e d i s p õe
de abastecimento de água em articulação
s o bre o s pro ce di me nto s de co nt ro l e e d e v i g i l â n c i a
com os responsáveis pelo abastecimento de
da qu al i dade da águ a para co n s u mo h u m a n o e s eu
água.
padrão de potabi l i dade.
○ Informar à população sobre a qualidade da
água distribuída e sobre os possíveis riscos à
saúde.

○ Apoiar o desenvolvimento de ações de educa-


ção em saúde e mobilização social.

A Vi gi ag ua at ua em todas as formas de abas te c i me nto


de ág ua, i ndepende nte das e specifici dade s da
e s t rut ura f í si ca, da gestão administrativa (pú bl i ca o u
p ri va da ) ou d a localização (áre a urbana o u r u ral ).
D e form a geral, as ações inse ridas no e s co po do
t raba l ho da Vi giagua estão demonstradas n a F i gu ra
7, q ue se refere ao mode lo de atuação de s s a age n da
d e t ra ba l ho. Ressalta- se, ainda, que ações adi c i o n ai s
d evem ser real i zadas, conside rando as e spec i fi c i dade s

51
Fi g ura 7 – Di a gra ma contendo as ações básicas da v i gi l ân c i a da qu al i dade da águ a para co n s u mo h u m a n o

Cadastrar no Sisagua as formas de


abastecimento de água do território

Analisar o plano de amostragem de controle Elaborar o plano de


da qualidade da água, elaborado pelos amostragem da vigilância
responsáveis pelo abastecimento

Inserir os dados de Controle no Monitorar a qualidade da


Sisagua ou designar a inserção ao água para consumo humano e
responsável pelo abastecimento inserir os dados no Sisagua
Sanitária
Inspeção

Analisar as informações sobre as


características das formas e a
qualidade da água do abastecimento

Comunicar o prestador de
Avaliar os dados epidemiológicos Disponibilizar publicamente serviço em caso de não
das doenças de transmissão as informações sobre a conformidade com o padrão
hídrica em conjunto com os qualidade da água em de potabilidade e cobrar as
dados de qualidade da água linguagem compreensível providências cabíveis

Fonte: CGVA M/ DSASTE/ SVS / MS, 2 0 2 1.

52
A Portaria de potabilidade de água possui como responsabilidades dos responsáveis pelo abastecimento
linha norteadora a avaliação holística da qualidade coletivo da água, no exercício do controle da qualidade
da água, considerando os princípios de avaliação de da água para consumo humano. É preconizado pelo
riscos propostos pelos Planos de Segurança da Água SUS, que a Portaria de Potabilidade seja revista a
(PSA), que contempla a concepção de risco dos fatores cada 5 anos, onde o srepresentantes de setores como
ambientais, desde o manancial até o ponto de consumo e saúde, academia, prestação de serviço e órgãos de
aborda, ainda, os princípios de boas práticas e múltiplas controle discutem a eficiência e eficácia dos parâmetros
barreiras. Além disso, inclui a valorização dos direitos do propostos, de acordo com o conhecimento científico
consumidor, por meio do acesso à informação sobre a acumulado ao longo dos anos. Ao longo dos anos, cerca
qualidade da água consumida. de sete portarias foram publicadas no Brasil, desde sua
primeira versão, em 1977. A Figura 8 mostra o percurso
Tal normativa também estabelece as responsabilidades
das publicações de normativas de qualidade da água
do setor saúde nas três esferas de gestão (federal,
para consumo humano.
estadual e municipal) para o desenvolvimento
da Vigiagua, assim como as competências e

Fig ura 8 – Normativas brasileiras de padrão de potabi l i dade de águ a para co n s u mo h u man o

PORTARIA GM/MS
Nº 518/2005
Publicação do Programa
Nac ional de Vigilânc ia em
S aúde Relac ionada à
Qualidade da Água para
PORTARIA DE CONSOLIDAÇÃO
PORTARIA GM/MS Nº 36 Consumo Humano Nº 5 DE 2017, ANEXO XX.

1990 2005 2017

1977 2000 2011 2021


DECRETO Nº 79.367/77 SISAGUA PORTARIA GM/MS PORTARIA GM/MS
Atribui ao MS a com p etê nci a Pr i m e i ra ve rs ão do S istema de Nº 2.914/2011 Nº 888 DE 04/05/21
de elabora r nor m a s e Vi g i l â nci a d a Qualidade da
estabelecer o p a d rã o d e Á g ua p a ra Co nsumo Humano.
potabilidad e no Bra s i l

PORTARIA GM/MS Nº 56/77 PORTARIA GM/MS


Primeira Portar i a d e Pota b i l i - Nº 1.469/2000
dade da água p a ra cons um o
huma no.

Fonte: DSAST E / SVS / MS, 2 0 2 1.

53
“ Nosso foco aqui é um dos principais instrumentos do Vigiagua: a norma brasileira de
qualidade da água para consumo humano, cuja primeira versão data de 197 7 (Portaria
n.º 56/BSB/ 197 7) e que vem sendo revisada , em média , a cada 10 anos. A versão de 1990
(Portaria n.º°36/MS/GM /1990), assim como sua antecessora , permanecia centrada no
padrão de potabilidade e dirigida aos prestadores de serviços de saneamento, responsáveis
pelo controle da qualidade da água . Em 2000, em consonância com a estruturação dos
serviços de Vigilância em Saúde Ambiental no País, assiste-se à grande inflexão conceitual
e paradigmática da norma: a Portaria MS n.º 1.469/2000, que passa a incorporar elementos
da Análise de Risco (Avaliação de Risco, Gestão de Risco e Comunicação de Risco), além de,
efetivamente, constituir instrumento simultâneo e complementar de controle e vigilância
da qualidade da água para consumo Humano. Nos processos seguintes de revisão da norma ,
no período 2011 -2021 (Portaria MS n.º 2.914/2011 e Portaria GM/MS n.º 888/2021), o que
já vinha como marca se aprofunda , se amplia , e se consolida: a atualização do padrão de
potabilidade com base no avanço do conhecimento e na melhor fundamentação técnica
e científica e, igualmente importante, o processo consultivo/participativo envolvendo
representação tão diversa quanto: setor saúde, setor saneamento, universidades e
instituições de pesquisa , órgãos ambientais, agências de regulação, setor
industrial, associações técnicas/profissionais e entidades da sociedade
civil. É preciso, pois, preservar este processo, ampliá-lo ainda mais, de
forma que o controle e, principalmente, a vigilância da qualidade
da água deem conta da garantir água segura para consumo humano
frente aos desafios da degradação dos mananciais, do crescimento
desordenado das cidades, das mudanças e dos desastres de ordem
climática e das vulnerabilidades sociais. “
Dr. Rafael K. X.
Bastos
UFV

54
Os instrumentos da vigilância da qualidade da água ○ Identificar grupos populacionais expostos
para consumo humano a situações de risco.

Diretriz Nacional do Plano de Amostragem da Vigilân- A Diretriz Nacional do Plano de Amostragem da


cia da Qualidade da Água para Consumo Humano Vigilância da Qualidade da Água para Consumo
Humano, publicada em 2007, em sua primeira edição, e
em 2016 a segunda edição, fornece subsídios técnicos
O moni torame nto da qualidade da á gu a po de para a realização do monitoramento da qualidade da
ser def i ni d o como proce dime nto programado de água, considerando o estabelecimento de um plano
a m ost rag em, me nsuração e subse quente re gi s t ro de amostragem para o setor saúde, composto por
d e d i versa s características da água, co m v i s tas à parâmetros, número mínimo de análises, frequência de
a val i a çã o da conformidade da água ao uso prete n di do monitoramento, bem como critérios de seleção de áreas
( B ARTR AM; B ALLANCE, 199 6). e pontos prioritários para a coleta de amostras de água.

O moni tora m ento re alizado pela Vigiagua te m co mo Ne s s e co ntex to, cabe ao s mu n i c í p i os d ef i n i r o


o bj et i vo (B R AS IL, 2 016e): re s pe c t i vo pl an o de amo s t rage m da vigilância
da qu al i dade da águ a para co n s u m o h u m a n o,
e m co n s o n ân c i a co m as o r i e ntaçõ e s d es c r i ta s n o
○ Avaliar a qualidade da água consumida do c u me nto, e ao s e s tado s co mpete o r i e nta r, a p o i a r e
pela população. aco mpan h ar a e l abo ração do me s mo. O d o c u m ento
○ Aferir o controle da qualidade da água. apre s e nta di fe re nte s e nfo qu e s para a i m p l a nta çã o d e
pl an o s de amo s t rage m, de s c r i to s a s e gu i r.
○ Avaliar a eficiência do tratamento da
água. P l an o de A mo s t rage m de Rot i n a: e n g l ob a o p l a n o
de amo s t rage m bás i co, c u j o s parâm et ro s , n ú m ero
○ Avaliar a integridade do sistema de
de amo s t ras e fre qu ê n c i a de m on i tora m ento
distribuição.
e s tão de s c r i to s n o do c u me nto, al é m d o p l a n o d e
○ Subsidiar a associação entre agravos à mo n i to rame nto de agrotóx i co s e, qu and o n eces s á r i o,
saúde e situações de vulnerabilidade. u m pl an o e s pe c í fi co de mo n i to ramento, confo r m e
e s pe c i fi c i dade s l o cai s .
○ Identificar pontos críticos/vulneráveis
(fatores de risco) em sistemas e soluções P l an o de A mo s t rage m para Eve nto de Saúde
alternativas de abastecimento. Pú bl i ca: refe re - s e ao mo n i to rame nto d a q u a l i d a d e
da águ a e m eve nto s de mas s a, de s as tres a m b i enta i s
○ Verificar se as condições de uso e
(po r exe mpl o, e n c h e nte s ) e s u r to s o u ep i d em i a s q u e
ocupação do solo da bacia hidrográfica
po s s am e s tar as s o c i ado s à pre s e n ça d e d eter m i n a d o
interferem na qualidade da água bruta e/
mi c ro - o rgan i s mo pato gê n i co o u s u bs tâ n c i a n a á g u a
ou tratada.
co n s u mi da pe l a po pu l ação. Ne s s e s ca s o s , d eve s er
○ Verificar se o tratamento empregado é re al i zado s e gu n do di ret r i ze s e s pe c í fi ca s el a b ora d a s
adequado às características da água do para e s s as s i t u açõ e s .
manancial de captação.

55
Sistema de informação de Vigilância da Qualidade da O Sisagua é uma ferramenta para ser utilizada no
Água para Consumo Humano – Sisagua e Análise de desenvolvimento das ações da vigilância e controle
situação em Saúde da qualidade da água para consumo humano, e
vem sendo aperfeiçoado desde o ano 2000, quando
foi lançada a primeira versão do sistema. Assim,
O S i sag ua é um dos principais instrumento s da a tríade oportunidade-cobertura-integralidade
Vig i ag ua e tem como finalidade siste ma t i zar os são características que determinam a qualidade
d a d os p roduzi dos pe los profissionais do setor s aú de da informação disponibilizada pelo Sisagua, pois
( Vig i lânci a) e p elos responsáve is pe lo ser v i ço de possibilitam o retrato de forma fidedigna da situação
a b a steci mento d e água (Controle), be m como co nt r i bu i r do abastecimento de água no País.
p a ra o g erenci a m ento de riscos à saúde relac i o n ado s
A inserção de dados no sistema permite a geração de
a o a ba steci m ento de água para consumo human o.
informações que subsidiam a análise de situação de saúde
relacionada ao abastecimento de água para consumo
humano, e permite a adoção de medidas de prevenção
e controle com vistas a minimizar os riscos associados
ao consumo de água que não atenda ao padrão de
Segundo a definição que consta no artigo potabilidade, estabelecido pelo Ministério da Saúde.
5° da Portaria n.º 888 de 04 de maio de
O sistema é o principal instrumento para o
2021 “controle da qualidade da água para
monitoramento e avaliação dos indicadores da Vigiagua,
consumo humano: conjunto de atividades
inseridos nos instrumentos de gestão e, dessa forma,
exercidas regularmente pelo responsável
destaca-se a relevância da alimentação contínua do
pelo sistema ou por solução alternativa
mesmo. Importante enfatizar que o Sisagua sofreu uma
coletiva de abastecimento de água,
atualização no ano de 2014, cujo objetivo da nova versão
destinado a verificar se a água fornecida à
do sistema foi promover um maior controle dos campos
população é potável, de forma a assegurar
de entrada e tornar os formulários mais completos,
a manutenção desta condição”.
promover as adequações à nova norma de potabilidade
Também segundo esse artigo, a de água vigente, aprimorar e tornar mais funcional os
Vigilância da qualidade da água para relatórios, permitir exportação de dados e modernizar
consumo humano é o “conjunto de ações o sistema, tornando-o mais ágil e compatível com
adotadas regularmente pela autoridade de navegadores livres e as tecnologias atuais.
saúde pública para verificar o atendimento
ao anexo da portaria, e avaliar se a água
consumida pela população apresenta risco
à saúde”. Ou seja, os prestadores de serviço
Para s abe r mai s : No r m a
de abastecimento de água para consumo
de potabi l i dade de á g u a -
humano são responsáveis pelas ações de
P O RTA R I A G M/ MS N.º 8 8 8 –
Controle e as secretarias de saúde são
Bras i l S U S
responsáveis pelas ações de Vigilância.

56
A Figura 9 mostra a série histórica do percentual de aperfeiçoamento do sistema) até 2020. A Figura 10
municípios com cadastro das formas de abastecimento ilustra o alcance das ações com a situação dos dados
de água, bem como dados de controle e vigilância no Sisagua, no ano de 2021 (dados parciais).
da qualidade da água no período de 2014 (após o

Fi g ura 9 – S érie histórica de inserção dos dado s de cadas t ro, co nt ro l e e v i gi l ân c i a da qu al i dad e d a á g u a n o


S isa gua . Bra si l , 2 014 a 2 02 1

100% 97% 98% 98%


96% 96%
95% 94%
91% 91%
PERCENTUAL DE MUNICÍPIOS

90% 88% 89%


86%
84%
85% 82%
84% 85%
80% 83% 82%
75% 80%
72%
70% 75%
65% 68%
60%
55%
50%
2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 Fonte : S i sa g u a , 0 6 / 2 1.
Cadastro Controle Vigilância

Fi g ura 10 – S i t uação dos municípios sobre o s dado s de cadas t ro, co nt ro l e e v i gi l ân c i a n o S i s agu a. Bra s i l , 2 0 2 1

Situação do município

Sem informação
Apenas dados de Cadastro
Apenas dados de Cadastro e Controle
Apenas dados de Cadastro e Vigilância
Dados de Cadastro, Controle e Vigilância
Fonte : S i sa g u a , 0 6 / 2 1.

57
Quando se analisa a cobertura populacional abastecida de solução alternativa individual de abastecimento de
pelas formas de abastecimento de água (sistema de água (SAI), independentemente da forma de acesso da
abastecimento de água e soluções alternativas coletiva população, está sujeita à vigilância da qualidade da água.
e individual), observa-se ao longo dos anos a evolução As diversas exigências de Controle referem-se somente
gradativa da população cadastrada no sistema de às formas coletivas de abastecimento de água (Sistema
informação, permitindo a identificação de vulnerabilidades de Abastecimento de Água – SAA e Solução Alternativa
relacionadas às infraestruturas de abastecimento e Coletiva – SAC), enquanto as ações de vigilância devem ser
fornecendo subsídios para a priorização das ações em realizadas considerando as três formas de abastecimento
áreas com maior risco de adoecimento da população. (SAA, SAC e Solução Alternativa Individual – SAI).

Segundo a normativa vigente de potabilidade da água, A Figura 11, mostra série histórica (período de 2014 a
toda água destinada ao consumo humano, distribuída 2021) do percentual da população com dados sobre SAA,
coletivamente por meio de sistema ou solução alternativa SAC e SAI e população sem informação no Sisagua. Já
coletiva de abastecimento de água (SAA e SAC), deve ser a Figura 12, mostra o status no Brasil, do percentual da
objeto de controle e vigilância da qualidade da água, e população por região, com as informações no sistema.
toda água destinada ao consumo humano proveniente

Fi g ura 11 – Percentual da população com dado s s o bre SAC, SA A e SA I e po pu l ação s e m i nfo r mação n o S i s a g u a .
Bra sil (20 1 4-20 21 )

41.756.463 36.487.248 35.093.655


44.876.597 17,5% 16,7%
54.626.595 21,8% 20,1%
65.832.595 54.408.385 1.268.603 1.373.436
32,8% 26,8% 26,7% 1.206.535 0,6% 0,7%
1.103.593 0,6%
967.797 959.803 0,5%
0,5% 0,5% 5.714.410 5.423.094
807.281 5.449.469 2,7% 2,6%
5.202.638
0,4% 2,5% 2,6%
4.736.504 5.013.411
3.521.243 2,3% 2,5%
1,8%

159.248.466 165.022.145 168.254.390


154.928.920 80,07%
142.621.147 143.888.789 76,69% 79,15%
130.682.069 75,17%
70,35% 70,37%
65,07%

2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Po pu lação Ab as t ec ida por S A A Po pulação abas tec ida ap enas po r S AC


Po pu lação abas t ec ida ap enas po r SAI Po pulação sem info r maç õe s no S isag ua
so bre abastec im ento de ág ua

Fonte: S isa g u a , 0 6 / 2 0 2 1.

58
Fi g ura 12 – Percentual da população com d ado s de SA A , SAC e SA I n o S i s agu a. D ado s po r re gi ão. Bra s i l , p er í od o
d e 20 1 4 a 20 21

2014 2015 2016

Percentual

75

50
2017 2018 2019
25

2020 2021

Em cu mp r imento à Lei d e A ces s o à Info r m ação


( Lei n ° 1 2. 5 27/ 20 1 1 ), o M in is tér i o d a S aú de
d i s p on ib il i za os d a d os d o S i s a g u a n o Po r tal
Bra s i l eiro d e D a d os A b er tos , q u e p o de s e r
a ces s a d o n o s í t io el et rôn ico: ht t p : //d a d o s .gov.
b r, os d a d os d o S ISAG UA p od em s er a ce s s ado s
a p a r t ir d a p es q u is a p ela p a la vra “Si s agu a”
ou cl i ca n d o no l i n k: ht t p : //d a d os.gov.br/
d a ta s et ? q = s i s a g u a .

Fonte: S i sa g u a , 07/ 2 0 2 1.

59
Plano de Segurança da Água

S a be-se q ue a preocupação constante do da Á gu a (P SA), co nfo r me a meto do l o gi a e o conteú d o


a te n di mento a padrões de qualidade da águ a pre co n i zado s pe l a Organ i zação Mu n di al d a S a ú d e ou
e sta bel eci d os l eg almente, exige que as infraes t r u t u ras defi n i do s e m di ret r i ze s do Mi n i s té r i o da Sa ú d e, p a ra
d e a ba steci m ento coletiva da água deve m apre s e ntar fi n s de ge s tão preve nt i va de r i s co à s aú de.
n íve i s de desemp enho que garantam sua se gu ran ça,
Di ante de s s e co ntex to e v i s an do o r i enta r a
ev itando vul nerabilidades que possam impor r i s co à
e l abo ração, i mpl antação e de s e nvo l v i m ento de
sa ú de da p opul ação. Ne ste sentido, a Orga n i zação
u m P SA , fo i pu bl i cado e m 2012 o do c u m ento “ P l a n o
Mu n di a l da S a úde enfatiza que a avali ação e
de S e gu ran ça da Á gu a: G arant i n do a Q u a l i d a d e
g e re nci amento de riscos, aplicados de fo r ma
e Pro move n do a S aú de – Um O l h ar do S U S ”, q u e
a b rang ente e i nte grados, de sde a captação até o
apre s e nta as etapas qu e co mpõ e m o P SA . Ca b e a o s
co n su m o, const i t ui a forma mais efetiva de garant i a
re s po n s áve i s pe l o s SA A e /o u SAC a ava l i a çã o d o
d a seg ura nça da qualidade da água para co n s u mo
s i s te ma, o mo n i to rame nto o pe rac i o n al e os p l a n o s
h u m a no. Ta l ab ordage m, rece be a de nomina ção de
de ge s tão, gu i ado pe l as metas de s aú de o u ob j et i vos
P l a n os de S eg urança da Água (Water Safety P l an s )
de s aú de a s e re m al can çado s , qu e po r s u a vez s ã o
( WOR LD HE ALTH ORGANI Z AT I ON, 2 004).
e s tabe l e c i do s pe l o s eto r s aú de, po r me i o d a v i g i l â n c i a
No cená ri o nacional é importante ressaltar qu e o da qu al i dade da águ a para co n s u mo h u ma n o.
Bra sil foi o p ri mei ro País a incorporar e ssa abordage m
O Plano de Segurança da Água é um importante
em l eg i sl açã o de potabilidade nacional. Co m a
instrumento para a identificação de possíveis
p u b li caçã o d a Po rtaria GM/MS n.º 2 .9 14 e m 2011,
deficiências no sistema de abastecimento de água,
a l e g i sl açã o bra s ile ira incorporou, para al é m do
organizando e estruturando o sistema para minimizar
co ntrol e l ab oratorial, ele mentos de boas práti cas e m
a chance de incidentes. Funciona como um instrumento
a b a steci mento d e água e os princípios de an ál i s e
de avaliação e gerenciamento de riscos à saúde que
d e r i sco, em p art icular da abordagem de mú l t i pl as
identifica e prioriza perigos e riscos em sistemas e
b a rre i ra s e d a metodologia de análise de p e r i go s e
soluções alternativas de abastecimento de água desde o
p o nto s crí t i cos de controle (APPCC).
manancial de captação da água, passando pela estação
Na at ua l l egi sl a ção de potabilidade, é estabe l e c i da de tratamento e sistema de distribuição (reservatórios e
a comp etênci a aos re sponsáveis pe los sistemas de rede de distribuição), até o ponto de consumo.
a b a steci mento d e água (SAA) ou soluçõe s alte r n at i vas
co l et i va s (SAC) em manter avaliação siste má t i ca da
fo r m a de ab asteci me nto, sob a perspe ctiva dos r i s co s
à sa ú de, com ba se em: crité rios na ocupação da bac i a
co ntri b ui nte ao m anancial; histórico das caracte r í s t i cas
d a s ág uas; ca racterísticas físicas do siste ma; co n di çõ e s
P l an o de S e gu ran ça da Á g u a
d e op eraçã o e manutenção; e qualidade da águ a
d i stri buí da . Para o setor saúde a legislação e stabe l e ce
q u e p oderá ser exi gido dos re sponsáveis por SA A e SAC
a e l ab oraçã o e i m ple mentação de Plano de Se gu ran ça

60
Diretriz para atuação em situações de surtos de doen-
ças e agravos de veiculação hídrica

Pub l i ca do em 2 018, o documento orienta s o bre a


a t uaçã o d a vi gilância da qualidade da águ a para
co nsum o hum ano em situaçõe s de surtos d e do e n ças
e a gra vos d e veiculação hídrica, por exempl o, do e n ça
d i a rrei ca ag uda e intoxicaçõe s por s u bs tân c i as
q uí mi cas. D evi do à importância da condução ade qu ada
e oport una d as inve stigações e das açõe s de preve n ção
e cont rol e p ara a redução da morbimortal i dade po r
e s sa s d oença s e agravos, a diretriz, alé m de t raze r
co ncei tos, obj etivos e fluxos de comunicação, abo rda
e s t ra tég i a s p ara fortale cer a atuação inte grada da
v igi l â nci a em saúde para minimizar a oco r rê n c i a de
surtos ou p ara fortale cer a re sposta durante u m s u r to
d e doença s d e transmissão hídrica ou de i ntox i cação
p or sub stânci as químicas relacionadas à águ a de
co nsum o hum ano.

Diretriz para atuação e m


situaçõe s de surtos d e
doenças e agravos d e
veiculação hídrica

61
COMPONENTES DA VIGILÂNCIA
EM SAÚDE AMBIENTAL

VIGIPEQ
Vigilância em Saúde de
Populações Expostas a
Substâncias Químicas

62
63
A Vigilância
a Substâncias
desenvolvimento
em

de
Saúde
Químicas
ações
de

de
Populações
(Vigipeq)
vigilância
Expostas
objetiva
em saúde
o
vigilância em saúde das populações expostas
substâncias químicas, considerando o fluxo de atuação
organizado em cinco etapas, conforme Figura 13.
às

ambiental com foco nas substâncias químicas que


A atuação da Vigipeq é baseada na identificação
interferem na saúde humana, como agravos e doenças,
da população potencialmente exposta a substâncias
e nas inter-relações entre o homem e o ambiente, de
químicas; caracterização do perfil de morbimortalidade
forma a adotar medidas de atenção integral à saúde das
das doenças e dos agravos dessa população, a partir da
populações expostas, prevenção e promoção da saúde.
análise dos dados dos sistemas de informações do SUS;
A Vigipeq formou-se em 2011, a partir do agrupamento realização de avaliação do risco à saúde; elaboração
das áreas técnicas de Vigilância em Saúde Ambiental de protocolos clínicos para auxiliar a assistência no
relacionada às Substâncias Químicas (Vigiquim) e diagnóstico e tratamento dos casos de intoxicações; e
Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Solo elaboração de protocolo de rotina que vise interromper ou
Contaminado (Vigisolo), para que, de forma integrada, reduzir a exposição da população à substância química.
atuassem nas medidas de prevenção, promoção e

Fi g ura 13 – Fl uxo de atuação do Programa Nac i o n al de Vi gi l ân c i a e m S aú de de Po pu l açõ e s E x po s tas a Su b s tâ n c i a s


Q u ím i ca s (Vi g i p eq )

ANÁLISE, REGISTRO
IDENTIFICAÇÃO PRIORIZAÇÃO DIAGNÓSTICO PROTOCOLO
EM SISTEMA DE
E AVALIAÇÃO DE ROTINA
INFORMAÇÃO

P O P U L AÇÕ ES EXP O STAS A ÁR E AS CO NTAM I NADAS E P O P U L AÇÕ E S


EXP O STAS A S U BSTÂNCI AS Q U Í M I CAS P R I O R I TÁR I AS

Fonte: CGVA M/ DSASTE/ SVS / MS, 2 0 2 1.

64
de “Cál c u l o de Po pu l ação e Var i áve i s - C P EAQ ”, c u j o
o bj et i vo pr i n c i pal é o fo r n e c i me nto d e i nfo r m a ções
PRINCIPAIS INSTRUMENTOS s o bre a po pu l ação re s i de nte e m to r n o d e u m a á rea a
DA VIGIPEQ s e r cadas t rada n o S i s s o l o. Co m e s s e s i s tem a , o u s u á r i o
e s t i mava, al é m do n ú me ro total da po pu la çã o res i d ente
n a áre a, s u as var i açõ e s po r s exo, fai xa etá r i a , ren d a ,
○ Sistema de Informação de Vigilân-
e s co l ar i dade e as co n di çõ e s s an i tár i as d o s d om i c í l i o s
cia em Saúde de Populações Expos-
o n de e s tá po pu l ação re s i de nte.
tas a Solo Contaminado (Sissolo).
No ano 2010, o Sissolo possuía o cadastramento
○ Ficha de Intoxicação Exógena do
de 5.292 áreas contaminadas (ou potencialmente
Sistema de Informação de Agravos
contaminadas). Porém, ao longo dos anos observou-
de Notificação (SINAN – NET).
se redução no cadastramento de áreas no sistema de
○ Portaria de Consolidação n.º 4, de informação, conforme aponta a Figura 14. Já a Figura 15
28 de setembro de 2017, Anexo 1 do mostra os 5 potenciais contaminantes mais cadastrados
Anexo V. no Sissolo durante o período de 2010 a 2020.

○ Diretrizes Nacionais para a Vigilân-


cia em Saúde de Populações Expos-
tas a Agrotóxicos. Fi g u ra 14 – Nú me ro de áre as co m po pu l a çõ es ex p os ta s
a co ntami n ante s qu í mi co s cadas t radas n o S i s s o l o
○ Diretrizes Brasileiras para Diagnós-
tico e Tratamento de Intoxicações
por Agrotóxicos (DBDTIA).

6.000
5.292
5.000
4.153 3.992
4.000 3.853
Sissolo 3.666 3.581
3.056 3.006 2.8953.189
3.000
2.386
Um a d as ferramentas utilizadas para s u bs i di ar o 2.000
t raba l ho da Vi gipeq é o Siste ma de Info r mação de
1.000 678
Vigi l â nci a em Saúde de Populações Expos tas a S o l o
Contami nad o (Sissolo), que sistematiza as info r maçõ e s 0
LINHA 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021*
d as á rea s contaminadas (ou poten c i al me nte DE
BASE
co nta m i na da s) e permite a caracte rização do s
p otenci a i s contaminante s prese ntes ne ssas áre as , be m
co m o a i dent i ficação das populações ex po s tas (o u
Fonte : S i sso l o, 07/ 2 0 2 1.
p otenci a l mente expostas) nesses locais. Co mo fo r ma
d e a uxi l i a r o preenchime nto do campo do S i s s o l o * Dados parciais, extraídos em 28 d e ju l h o d e 2 0 2 1.

rel aci onad o à e stimativa da população local i zada n o


e ntorno d as áreas contaminadas, é utilizado o s i s te ma

65
Fi g ura 15 – O s 5 pote nciais contaminante s mai s cadas t rado s n o S i s s o l o. Bras i l , 2010-2020

NÚMERO DE ÁREAS CADASTRADAS 180


160
140
120
100
80
60
40
20
0

PAH (HIDROCARBONETOS)
PAH (HIDROCARBONETOS)

COMPOSTOS ORGÂNICOS VOLÁTEIS


BENZENO
PAH (HIDROCARBONETOS)
BENZENO
ORGANOFOSFORADOS
DERIVADOS DE PETRÓLEO

PAH (HIDROCARBONETOS)
BENZENO

BTEX

RESÍDUOS ORGÂNICOS
ÓLEO DIESEL
RESÍDUOS ORGÂNICOS

RESÍDUOS DE PETRÓLEO
GASOLINA

GASOLINA

DERIVADOS DE PETRÓLEO
ÓLEO DIESEL
ETANOL
GRAXAS

HIDROCARBONETOS

DERIVADOS DE PETRÓLEO
GRAXAS

DERIVADOS DE PETRÓLEO
RESÍDUOS DE PETRÓLEO
RESÍDUOS URBANOS
BTEX

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

P OTE N C IA I S CONTA M I NA NTES - A NO C A DASTR A M ENTO


Fonte: S isso l o, 07/ 2 0 2 1.

Imp l eme ntado de sde 2 004 , somente o pr i me i ro mó du l o do S i s s o l o fo i de s e nvo l v i do e


di sponi bilizado para utilização das Se c retar i as de S aú de. O s i s te ma o pe ra e m l i n gu age m AS P,
consi d erada ultrapassada e de difí c i l man u te n ção do s s i s te mas para qu e s e j am evo l u í do s .
Tal si t uação motivou a CGVAM a ini c i ar e m 2021 as t ratat i vas para o de s e nvo l v i me nto de
si stema de informação que conte mp l e as açõ e s i nte gradas de v i gi l ân c i a e m s aú de ambi e nta l
e sej a de senvolvido com te cnolog i as mo de r n as , qu e po s s i bi l i te m a i mpl e me ntação de
at ua l i zaçõe s ne gociais e favoreçam a exe c u ção de man u te n çõ e s s e mpre qu e n e ce s s ár i o.

Sobre a adoção de procedimentos de vigilância foram adotadas para o aprimoramento da temática no


epidemiológica das doenças e agravos à saúde humana País, dentre as quais cita-se a elaboração de diretrizes
associados à contaminantes ambientais, especialmente e documentos, e a participação em fóruns nacionais e
os relacionados com a exposição a agrotóxicos, amianto, internacionais que discutem a formulação de políticas
mercúrio, benzeno e chumbo, conforme apresentado públicas para redução dos impactos na saúde humana
nos dispositivos da IN n.º 1 de 2005, algumas estratégias decorrente da exposição a substâncias químicas.

66
Dentre os avanços de especial destaque no âmbito da intoxicação exógena, além de possibilitar a adoção de
Vigipeq, menciona-se a publicação da Portaria n.º 104, medidas de prevenção e controle em tempo oportuno.
de 25 de janeiro de 2011 (atual Portaria de Consolidação
O ano de 2015 pode ser considerado outro marco no
n.º 4, de 28 de setembro de 2017, Anexo 1 do Anexo V),
fortalecimento da Vigipeq, com a publicação da Portaria
que incluiu na Lista de Notificação Compulsória (LNC)
n.º 1.678, que instituiu os Centros de Informação e
as Intoxicações Exógenas por substâncias químicas,
Assistência Toxicológica (Ciatox) como estabelecimentos
incluindo agrotóxicos, gases tóxicos e metais pesados;
de saúde de referência em toxicologia clínica no SUS,
e, na Lista de Notificação Compulsória Imediata (LNCI)
que têm por objetivo oferecer informações, assessorar
incorporou outros eventos de potencial relevância em
a prevenção, diagnóstico, prognóstico e tratamento das
saúde pública, surto ou agregação de casos ou óbitos,
intoxicações.
destacando-se exposição a contaminantes químicos.
A taxa de incidência de intoxicação exógena por
Com a publicação da Portaria, institui-se que
substâncias químicas, em geral, desde o ano de
os registros de casos suspeitos ou confirmados de
publicação da normativa em 2011 que estabeleceu a
intoxicação exógena devem ser inseridos na Ficha
obrigatoriedade da notificação no Sinan, apresentou
de Intoxicação Exógena do Sistema de Informação
uma elevação crescente até o ano 2019. As Regiões
de Agravos de Notificação (Sinan – NET), sistema de
Sul e Sudeste apresentaram de forma geral valores
informações oficial do Sistema Único de Saúde (SUS),
superiores à média nacional, por outro lado, a Região
que tem como objetivo o registro e processamento dos
Norte registrou as menores taxas de incidência ao longo
dados sobre agravos e doenças de notificação em todo
do período avaliado (Figura 16).
o território nacional e configura-se em uma ferramenta
fundamental para subsidiar a investigação de casos de

Fi g ura 16 – Taxa de incidê ncia de intoxicaçõ e s exó ge n as po r s u bs tân c i as qu í mi cas e m ge ral


TAXA DE INCIDÊNCIA DE INTOXICAÇÕES

90
BRASIL NORTE NORDESTE SUDESTE SUL CENTRO-OESTE
80
EXÓGENAS POR 100 MIL HAB.

70
60
50
40
30
20
10
0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

ANO
Fonte: S inan (atualização de 07/ 2021) e p o p u l a çã o, IB GE .

Registros atualizados até 09 / 07/ 2021, su je i to a a l te ra çõ e s.

67
No enta nto, o ano de 2 02 0 foi caracteriza do pe l a ao co ro n av í r u s , du rante o pe r í o do pan d êm i co d a
re d u çã o d as not i ficaçõe s de casos por intox i cação Cov i d-19. O u t ra h i póte s e qu e po de s e r con s i d era d a
exó g ena, assi m como no número de mu n i c í pi o s é o au me nto das s u bn ot i fi caçõ e s do s cas o s p or p a r te
n oti f icantes (Fi g ura 17 ), fato que pode estar as s o c i ado das S e c retar i as de S aú de, dev i do a pr i o r i za çã o d a s
a re duçã o d os casos de intoxicação exó ge n a at i v i dade s para o e nfre ntame nto da e me rg ên c i a em
p ro p ri amente d i ta ou, ainda, relacionado a re du ção s aú de pú bl i ca de i mpo r tân c i a i nte r n ac i on a l ( ES P II),
n a busca p or a tendimento mé dico nas unidade s de e m det r i me nto da i n s e rção de dado s n o S in a n .
sa ú de como medi da preve ntiva de risco de ex po s i ção

Fi g ura 17 – Número de intoxicações exóge nas n ot i fi cadas e n ú me ro de mu n i c í pi o s n ot i fi cante s n o Bra s i l , p er í o d o


20 11 a 20 21

3500
180000

160000 3000

140000
2500
120000
2000
100000

80000 1500

60000
1000
40000
500
20000

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Nº INTOXICAÇÕES Nº MUN. NOTIFICANTES

Fonte: SINAN, 07/ 2 0 2 1.

68
É importante destacar que historicamente o número e esclarecimentos sobre os campos que compõem a
de notificações de casos de intoxicação exógena por ficha de intoxicação exógena.
substâncias químicas é reduzido, situação que pode
É importante mencionar que os campos que permitem
estar relacionada à falha no diagnóstico para identificar
as caracterizações geográfica, social, da exposição
casos de intoxicações exógenas; baixa procura por parte
e do agente tóxico não possuem obrigatoriedade
da população por atendimento médico e inconsistências
de preenchimento, acarretando, muitas vezes, baixa
nas notificações de casos no Sinan.
completitude e validade dos dados, e resultando em
Assim, tendo em vista a melhoria na inserção dos reduzido subsídio técnico para atuação do profissional
dados no Sinan, em 2018 foi publicado o documento da vigilância no desenvolvimento da investigação da
“Instruções para preenchimento da Ficha de Investigação situação, ou mesmo, na análise adequada da situação
de Intoxicação Exógena do Sistema de Informação de de saúde decorrente da exposição a agrotóxicos.
Agravos de Notificação”, que apresenta o detalhamento

In s t r u çõ e s para pre e n c h i m ento


da fi c h a de i nve s t i g a çã o d e
Intox i cação exó ge n a n o S IN A N

“ Eu t i ve o p riv il é g io d e acompanhar - e e v e n tua lm e nt e a p o i a r at r av é s da fo r m aç ão e c a pac i taç ão d e

re c ur sos human os - os avanços da v ig i l â nc i a dos p o lu e nt e s q u í m i cos p e l a CGVAM / SVS n os ú ltimos d ez

an os. É um trabal ho re l e van t e para a S aú de Co l e t i va , p o r q u e os p r o c e ssos de p r o du ç ão n as s uas etapas d e

e xt raç ão de mat é rias- p rimas, p r od uç ão, co ns umo e fo r m aç ão de r e s í du os, l a n ç am no am b i e nt e em to das

e stas etapas nume r osas substân c ias qu ím i c as de e l e va dos gr au s de tox i c i da de q u e p o de m c au s a r expos iç ão

e efei tos g rav e s a toda p op ul aç ão. A e st r at é gi a na e sco l h a de s u bstâ n c i as p r i o r i tá r i as p e l a CGVAM não

se rest ri nge ap e n as a e st e g rup o d e substâ nc i as, m as tam b é m o f e r e c e o p o rtu ni da de s pa r a a p l i c aç ão d esta

me to dolo gi a no ‘ v ig iar' d e out ras su bstâ nc i as q u í m i c as, com o o bj e t i vo, e n t r e o ut r os de : a ) i dentif ic aç ão

das si tuaçõ e s d e risco com ap oio da Tox i co lo g i a ( p o r e x e m p lo n a i de nt i f i c aç ão da fo nt e da po luiç ão e

loc ai s poluí dos, id e nt ific aç ão das p e ssoas e x p ostas i nc lu i ndo g r u p os de r i sco, como s ão e x p ostas e v ias d e
abso r ç ão da su bstânc ia qu ímic a , d ist rib u i ç ão e s pac i a l de ss e s e x p ostos, q ua l a m agn i tu de ,

duraç ão e f re qu ê nc ia da e xp osiç ão) ; b ) E l a b o r aç ão de i n di c a do r e s s i m p l e s e

agregados pa ra n ot if ic aç ão e d e se nho d e e stu dos q u e p oss am a na l i s a r os fato r e s

condi c i o n ant e s d os ag ravos à saúd e que acom e t e m as p e ssoas ; e , e l a b o r aç ão de

me di das para p re v e nç ão ou ao me nos m i t i gaç ão de st e t i p o de p o lu i ç ão “


Dr. Volney Camara
UFRJ

69
Efeitos da pandemia de covid-19 nas notificações por u m de c ré s c i mo n a po rce ntage m de n ot i f i ca çõ es , n o
intoxicações exógenas pe r í o do pré - pan de mi a e apó s o i n í c i o da p a n d em i a , à
exce ção do s me di came nto s e dro gas de ab u s o ( F i g u ra
18). S o bre as c i rc u n s tân c i as , a te ntat i va d e s u i c í d i o
A F i g ura 1 8 m ost ra a porce ntagem de notificaçõ e s das o bteve u m i n c re me nto de 9,8% n a po rcenta g em d e
ex p osi ções e i ntox icaçõe s exóge nas por sub s tân c i as n ot i fi caçõ e s apó s o i n í c i o da pan de mi a, e em rel a çã o
q u ím i ca s em g eral, por grupo e agente tóx i co. ao l o cal de ex po s i ção, també m se ob s er va um
O b serva-se que a maioria dos químicos aprese ntaram i n c re me nto de 8,6 % n as re s i dê n c i as (F i gu ra 1 8) .

Fi g ura 18 – Ca racterização das exposições e intox i caçõ e s exó ge n as po r s u bs tân c i as qu í mi cas e m ge ra l n o p er í o d o


p ré - pand emi a d e covid-19 e após o início da pan de mi a

MEDICAMENTO + 8.6%

DROGAS DE ABUSO -0.1%

EM BRANCO + 1.3%

PROD. USO DOMICILIAR


-0.2%

ALIMENTO E BEBIDA -3.6%

RATICIDA -1.5%

AGROTÓXICO USO AGRÍCOLA -1.6%

OUTRO -0.2%

PROD. QUÍMICO USO INDUSTRIAL


-0.9% A PÓS O INÍC IO D A PAND EM I A

BRANCO -0.8%

AGROTÓXICO USO DOMÉSTICO


-0.4%
PR É -PAND EM I A

PROD. USO VETERINÁRIO


-0.2%

C OSM É T IC O /H IG IENE PE SSO AL -0.2%

PLANTA TÓXICA 0.0%

METAL 0.0%

AGROTÓXICO USO SAÚDE PÚBLICA 0.0%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%

PORCENTAGEM DAS NOTIFICAÇÕES

70
TENTATIVA DE SUICÍDIO + 9.8%

ACIDENTAL - 2.8%

ABUSO - 0.2%

USO HABITUAL - 0.7%

IGNORADO + 0.4%

INGESTÃO DE ALIMENTO/BEBIDA - 2.2%

AUTOMEDICAÇÃO - 2.5%

USO TERAPÊUTICO - 0.7%

ERRO DE ADMINISTRAÇÃO - 0.2% A PÓS O IN ÍC I O D A P AND EM I A

OUTRA - 0.4%

AMBIENTAL 0.0%
PR É -P AN DEM I A
VIOLÊNCIA/HOMICÍDIO - 0.5%

TENTATIVA DE ABORTO 0.0%

PRESCRIÇÃO MÉDICA INADEQUADA 0.0%

0% 10 % 20 % 30 % 40 % 50 % 60 %

PORCENTAGEM DAS NOTIFICAÇÕES

TIPO DE ATENDIMENTO CLASSIFICAÇÃO FINAL EVOLUÇÃO

HOSPITALAR INTOXICAÇÃO
CONFIRMADA
68% 71 % CURA SEM
65 % 61% SEQUELAS
77 % 73%
AMBULATORIAL EXPOSIÇÃO
25% 22% 18 % 21%

Fonte: S inan (atualiza çã o d e ju l ./ 2 0 2 1).


Registros atualizados até 9 / 7/ 2021, suje i to a a l te ra çõ e s.

71
Vigilância em saúde de populações expostas a Fi g u ra 19 – Avan ço s da v i gi l ân c i a e m s a ú d e d e
agrotóxicos po pu l açõ e s ex po s tas à agrotóx i co s

2012-2013
No rol de g rupos químicos prioritários para at u ação
d a VSA, encont ram- se os agrotóxicos, e sua fo r ma de Inclusão no PPA, quadriênio 2012 a 2015
v ig i lâ nci a , denominada como vigilância e m s aú de Publicação da Portaria 2.938/12
das p opul ações expostas a agrotóxicos (VS P E A), Seminário para Implementação da VSPEA
n oto ri a m ente ap rese ntou os maiore s avan ço s na Reunião de Avaliação de Implantação da VSPEA
i m p lementa çã o d a Vigipeq no País, haja v i s ta as 2º Seminário Nacional de VSPEA
e stratég i a s e os instrume ntos de senvolvido s para
su b sidi ar a sua ope racionalização por me i o das 201 4 -201 5
S e c reta ri a s de S aúde. Os principais marcos de at u ação VSPEA implantada em 23 UF
d e ssa Vi gi l â nci a estão mostrados na Figura 19. 3º Seminário de VSPEA
Publicada a Portaria nº 1.271/2014
VSPEA implantada em todas as UF
A imp l a nta çã o da VSPEA nos estados e no Di s t r i to
Fe d e ral foi i m pul si onada em 2 012 pela incorporação n o
2016-201 7
P l a n o P l uri anua l (PPA) do gove rno federal (quadr i ê n i o
Relatório Nacional de VSPEA - TOMO 1
20 12-20 1 5) d as metas:
Diretrizes Nacionais da VSPEA
Portaria de Consolidação n.º 4 de 2017, anexo V, capítulo I
i) Implantar a VSPEA nas 27 unidades da Federa-
ção (UFs) até o ano de 2015. 2018 -201 9

Relatório Nacional de VSPEA - TOMO 2


O Agente Comunitário de Saúde na prevenção das
ii) Ampliar o percentual de municípios prioritários
intoxicações por agrotóxicos
realizando notificações no SINAN dos casos de in-
Boletim Epidemiológico: casos notificados de intoxicações
toxicação exógena por agrotóxicos passando de
exógenas relacionados ao glifosato no Brasil, no período
30% em 2013 para 100% (N = 627) em 2015. Essa
de 2007 a 2016
meta foi incorporada ao PPA no ano de 2014, em
substituição a meta: “Reduzir em 50% a subnotifica- Experiências Exitosas em VSPEA no Brasil

ção de intoxicações por agrotóxicos até 2015, sen-


2020-2021
do 10% a cada ano, passando de 6.240 para 11.423
casos de intoxicações notificados no Sinan”. Inclusão da VSPEA no PNS (2020 a 2023)
Diretriz Brasileiras para o Diagnóstico e Tratamento de
Intoxicações Agudas por Agrotóxicos
Ao final do ciclo do PPA, no ano 2015, observou-se
Definição de Instrumentos de Acompanhamento da
que todas as 27 UF implantaram a VSPEA, atendendo
Implantação e Operacionalização da VSPEA
integralmente a meta estabelecida no instrumento de
Oficina VSPEA
gestão do governo federal, por outro lado, em relação à
Assessorias técnicas
meta relacionada à notificação de casos de intoxicação Fonte: CGVA M/ DSASTE / SVS / MS, 2 0 2 1

72
exógena por agrotóxicos no Sinan, apesar do número de Fi g u ra 2 0 – Nú me ro de n ot i fi caçõ e s d e i ntox i ca çõ es
municípios prioritários notificando intoxicações ter mais exó ge n as po r agrotóx i co s n o S i n an (201 1 a 2 0 2 1 )
que dobrado no período de 2 anos, passando de 30% em
2013 para 65% (N=408) em 2015. Esse incremento não foi
Nº I NTOX I C AÇÕ E S P O R AG ROTÓXI CO S
suficiente para superar a histórica baixa sensibilidade 16000

dos serviços de saúde em reconhecer e diagnosticar 14000

intoxicações, cujos sintomas são inespecíficos, e a 12000


também histórica subnotificação de agravos no sistema 10000
de informação, inviabilizando que os municípios 80 0 0
prioritários remanescentes realizassem pelo menos uma 6000
notificação no período avaliado.
4000
A i mp l a nta çã o da VSPEA nas UF foi impulsi o n ada co m 2000
a pub l i caçã o da Portaria MS/GM n.º 2 .938, de 22 de 0
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2 0 19 2 0 2 0 2 0 2 1*
d ezem bro d e 2012 , que autorizou o repasse de re c u rs o
o rça m entári o de R$ 2 2 .700.000,00 para as S e c retar i as
Fo nte : S i n a n .
d e S a úde dos E s tados e Distrito Fe de ral (SES) me di ante
* Dados parciais, extraídos e m ju l h o d e 2 0 2 1.
a cri a çã o d e Grupo de Trabalho no âmbi to da S E S ;
i n serçã o d e açõe s de VSPEA na Programação A n u al
No ano de 2017 foi publicado o documento “Diretrizes
d e S a úde do estado corresponde nte; prio r i zação de
Nacionais para a Vigilância em Saúde de Populações
muni cí p i os; p actuação de propostas de VS P E A n a
Expostas a Agrotóxicos” (BRASIL, 2017f). Esse documento
Comi ssão Interge store s Bipartite (CI B); e aval i ação do
descreve as diretrizes e suas respectivas ações estratégicas
p rogresso d as açõe s propostas.
para o reconhecimento das intoxicações exógenas por
Assi m , com o forma de auxiliar as secretar i as de agrotóxicos e apresenta medidas para redução dos riscos
sa úde na g estão dos re cursos para o dese nvo l v i me nto associados a essas substâncias.
d a VS P E A, nos anos de 2 013 e 2 014 foram re al i zadas
Assim, pode-se afirmar que a execução das ações de
capa ci tações e asse ssorias té cnicas j u nto ao s
VSPEA nas Secretarias Estaduais de Saúde fortaleceu-
e s ta dos, q ue culminaram na elaboração do s pl an o s
se a partir da divulgação das diretrizes da VSPEA, da
d e a çã o esta duais, pactuados nos fóruns d e ge s tão e
disponibilização de aporte orçamentário específico, da
p l a nej a m ento do SUS.
publicação de diversos materiais técnicos acerca do
Como ref l exo das estratégias adotadas, ide nt i fi ca- s e assunto com o objetivo de orientar o desenvolvimento da
o a um ento g ra dativo no núme ro de registro de cas o s VSPEA, bem como a realização de eventos sobre a temática.
( suspei tos ou confirmados) de intoxicação exó ge n a
p or a grotóxi co s no Sinan (Figura 2 0), me n s u rado
co nsi d era ndo a s seguinte s variáveis: agrotóx i co de u s o s
a grí col a, ag rotóxico de uso doméstico, ag rotóx i co de Di ret r i ze s Nac i o na i s p a ra
u s o na sa úde p ública, raticida e produtos vete r i n ár i o s . a Vi gi l ân c i a e m Sa ú d e d e
Po pu l açõ e s E x po s ta s a
A grotóx i co s

73
A ce sse a s pub l i caçõe s sobre o te ma: Re ce nte me nte, e m 2020, fo i pu bl i cado o d oc u m ento
Di ret r i ze s Bras i l e i ras para Di agn ó s t i co e Tra ta m ento
de Intox i caçõ e s po r A grotóx i co s (D B DT IA), v i s a n d o
t raze r s u bs í di o s para a at u ação do s p rof i s s i o n a i s
Cartilha para Age ntes di retame nte e nvo l v i do s no ate n di me nto de ca s o s
comunitários de saúde n a de i ntox i caçõ e s po r agrotóx i co s , v i s an do q u a l i f i ca r
prevenção de intoxicaçõ e s e ape r fe i ço ar as prát i cas c l í n i cas adotad a s p a ra a
por agrotóxicos. re du ção da mo r bi mo r tal i dade da po pu l a çã o p el a
i ntox i cação po r e s s as s u bs tân c i as .

Co mpl e me ntar me nte, també m fo ram rea l i za d a s


u ma s é r i e de pu bl i caçõ e s e m fo r mato d e b ol et i n s
e pi de mi o l ó gi co s e eve nto s té c n i co s (F i gu ra 2 1 ) p a ra
s u bs i di ar as açõ e s da VS P E A .

Relatório Nacional da
VSPEA – volume I. tomo 1.

Di ret r i ze s bras i l e i ras para


di agn ó s t i co e t ratame nto
Relatório Nacional da de i ntox i caçõ e s po r
VSPEA – volume I. tomo 2. agrotóx i co s – D B DT I A .

Boletins Epidemiológicos

○ Casos notificados de intoxicações exógenas


relacionados ao glifosato no Brasil, no período
Expe riências exitosas e m
de 2007 a 2016.
VSPEA
○ Vol. 47 - n.º 12, 2016 - Monitoramento de agro-
tóxicos em água para consumo humano no
Brasil, 2014.

74
○ Vol. 46 - N.º 4, 2015 - Monitoramento Ao longo dos anos a descentralização das ações da VSPEA
de agrotóxicos na água para consumo para as Secretarias Municipais de Saúde ocorreu de forma
humano no Brasil, 2013. heterogênea nas unidades da Federação, observou-se que
poucos municípios realizavam ações da VSPEA, e em muitos
○ Vol. 44 - N.º 17, 2013 - Monitoramento
casos as ações eram desenvolvidas de forma pontual e
de agrotóxicos na água para consumo
modesta, situação que não se traduzia efetivamente em
humano no Brasil, 2012.
medidas de prevenção e controle dos riscos à saúde.
○ Vol. 44 - N.º 10, 2013 - Monitoramento
A p a rt i r d e s s a s i t ua çã o, ob s e rvou-s e a ne ce ssid a d e
de agrotóxicos na água para consumo
de d ef i ni r e s t ra té g i a s de t ra b a l ho q ue a uxilia sse m
humano no Brasil, 2011.
a d e s ce nt ra l i za çã o da VS P E A p a ra os municíp ios
q ue p os s ue m m a i or p ote nc i a l i d a d e de exp osiçã o
a o a g rotóxi co, e m e s p e c i a l nos te rri tór ios com a lta
Fi g ura 21 – Eventos re alizados para s u bs i di ar a p ote nc i a l i d a d e d e exp os i çã o l a b ora l a os a g rotóxicos.
a tua çã o na VS PEA A s s i m , foi p rop os ta a i nc l us ã o d o i nd i ca d or “Pe rce ntua l
d e m uni c í p i os p ri ori tá ri os q ue i m p l a nta ram a Vig ilâ ncia
d e Pop ul a çõe s E x p os ta s a A g rotóxi cos (Vsp e a ) ” no Pla no
2012
Na c i ona l d e S a úd e (P N S), q ua d ri ê ni o 202 0–2 02 3, e d e u-
Seminário para s e i ní c i o à e l a b ora çã o d e i ns t rum e ntos a uxilia re s d o
implementação da VSPEA d e s e nvol v i m e nto d a s a çõe s no â m b i to m unicip a l.

A m eta d e i m p l a nta çã o d a VS P E A e m 6 0% d os municíp ios


2013
p ri ori tá ri os (1 6 4 m uni c í p i os ) a té o f i na l d o ciclo se rá
Reunião de Avaliação da m e ns ura d a pelo s e g ui nte i nd i ca d or: “Pe rce ntua l de
Implantação da VSPEA; m uni c í p i os p ri ori tá ri os q ue i m p l a nta ra m a Vig ilâ ncia d e
2º Seminário VSPEA.
Pop ul a çõe s E x p os ta s a A g rotóx i cos (VS P E A)”.

2014 Pa ra f i ns d e a va l i a çã o d a i m p l a nta çã o d a VSPEA nos


m uni c í p i os p ri ori tá ri os , s e g und o a p e rs p e ctiva s d o PN S,
3º Seminário VSPEA a l é m d a org a ni za çã o a ce rca d a e s t rutura té cnica e
f i na nce i ra , o m uni c í p i o d eve re a l i za r, minima me nte,

2017 t rê s a t i v i d a d e s com p l e m e nta re s q ue contr ib uirã o com a


org a ni za çã o i ni c i a l d o t ra b a l ho:
4º Seminário de VSPEA:
Experiências exitosas de
VSPEA no Brasil
1. Elaboração do Plano de ação para VSPEA.
2020-20 21
2. Formação de um Grupo de Trabalho ou estrutura
Oficina de trabalho: similar para discussão do processo de trabalho
Orientações sobre VSPEA:
da VSPEA.
atuação municipal
3. Notificação de casos de intoxicação exógena por
agrotóxico.
Fo nte: CGVAM /D SASTE/SVS / MS, 2021.

75
“ A exposição química representa um dos principais desafios do presente e futuro para a
saúde pública mundial. Até 2021, o sistema de registro da Academia Estadunidense de Química
contava com mais de 191 milhões de substâncias orgânicas e inorgânicas cadastradas.
Destas mais de 100 milhões estão disponíveis para sua utilização e são encontradas em
mais de 8 milhões produtos. Segundo o Departamento de Saúde dos Estados Unidos e a
Organização Pan-americana da Saúde, nos humanos, diariamente, estamos expostos a 85-
100 mil substâncias. Na última década , o principal avanço do Sistema Único de Saúde, se
deu na estruturação, em nível nacional, da Vigilância em Saúde Ambiental, que deslocou
a visão clássica dos expostos e intoxicados agudos, nos serviços de emergência , para o
risco da exposição de longo prazo e o adoecimento crônico, câncer e não câncer, a partir
das diversas atividades humanas, processos naturais, no ambiente geral, de trabalho e
doméstico por meio da água , ar, solo e alimentos. Isto permitiu avançar no entendimento
dos processos de utilização das substâncias químicas, geração resíduos e degradação
ambiental nos setores produtivos, definir prioridades para promoção da saúde, prevenção,
diagnóstico, reabilitação, bem como, preparação e reposta em caso de emergências químicas
a partir de abordagens multidisciplinares, integração dos órgãos, agências
e instituições envolvidas da com, distritos, municípios, regiões, estados
e nível federal. Em relação à atenção e assistência aos expostos se
favoreceu o planejamento das ações, aperfeiçoamento da informação,
bancos de dados e indicadores que permitirão aprimorar o perfil
do País, em relação às substâncias e contaminantes químicos de
maior relevância , grupos de população de maior risco, perfil de
morbimortalidade, implantar o biomonitoramento humano, e o
cuidado em saúde da população brasileira . “
Dr. Herling Gre gorio
Aguilar Alonzo
Unica m p

76
O documento “Atuação da Secretaria Mu n i c i pal
d e S a úde na Ope racionalização da Vigi l ân c i a e m
S aúd e d e Populações Expostas a Agrotóxico s (VS P E A)”
a presenta a sí nte se do trabalho a ser des e nvo l v i do
p el as S ecretari as Municipais de Saúde (SM S) para a
i mp l em entaçã o da VSPEA nos te rritórios cuja ex po s i ção
h u m ana a a grotóxicos constitui um i mpo r tante
p robl ema d e saúde pública. O documento fo i co n ce bi do
co m ba se na s “Diretrize s Nacionais para a Vi gi l ân c i a
e m S a úde d e Populaçõe s Expostas a Agrotóx i co s” e
u ti l i za ndo como referência o Modelo de cau s a e efe i to
d a Orga ni za çã o Mundial de Saúde (OMS), co n h e c i do
co m o Força s Motrize s, Pressõe s, Estados, E x po s i çõ e s ,
Efei tos e Açã o (FPEEEA).

A at ua çã o da VSPEA nos municípios fo i di v i di da


e m dua s di m ensõe s (Figura 2 2 ), onde pre co n i za as
a ções b ási cas e açõe s transve rsais. Açõe s bás i cas s ão
co nsi d era da s o alicerce do trabalho a se r exe c u tado
p el as S ecreta ri as Municipais de Saúde no qu e co n ce r n e
o pl eno exercí cio, de forma inte gral da v i gi l ân c i a e
d a a ssi stênci a em saúde, e as açõe s t ran sve rs ai s
p erp assa m p ela imple mentação de e straté gi as de
p rom oçã o e p reve nção da saúde, de forma ar t i c u l ada
co m i nst i t ui çõe s e atores que possuam inte re s s e o u
a t uaçã o em temáticas re lacionadas aos agrotóx i co s .

77
Fi g u ra 22 – Di a grama da operacionalização da VS P E A n o te r r i tó r i o
AÇÕES BÁSICAS PARA OPERACIONALIZAÇÃO DA VSPEA

ETAPA 1: IDENTIFICAÇÃO DOS FATORES DE RISCO DO TERRITÓRIO


RECONHECIMENTO
Identificar os ingredientes ativos mais utilizados no território e as
DO TERRITÓRIO áreas com perigos relacionados à agrotóxicos

IDENTIFICAÇÃO DA POPULAÇÃO EXPOSTA


OU POTENCIALMENTE EXPOSTA A
AGROTÓXICO

Caracterizar e estimar a população exposta ou potencialmente


ETAPA 2: exposta a agrotóxicos

CARACTERIZAÇÃO
DOS EFEITOS À
IDENTIFICAÇÃO DA SITUAÇÃO EM SAÚDE
SAÚDE
DAS POPULAÇÕES EXPOSTAS OU
POTENCIALMENTE EXPOSTAS A
AGROTÓXICOS

Caracterizar o perfil Epidemiológico das populações expostas ou


potencialmente expostas a agrotóxicos.

VIGILÂNCIA EM SAÚDE INTEGRAÇÃO COM A REDE DE


ATENÇÃO A SAÚDE
Desenvolver ações de
ETAPA 3: gerenciamento de riscos,
Desenvolver ações de atenção integral à
EXECUÇÃO de promoção da saúde e
saúde para prevenir doenças e agravos
prevenção de agravos
decorrentes da exposição a agrotóxicos

78
AÇÕES TRANSVERSAIS PARA OPERACIONALIZAÇÃO DA VSPEA
EDUCAÇÃO PERMANENTE

Instruir os trabalhadores da saúde que atuam na RAS e na VS para o desenvolvimento das


ações da VSPEA.

ARTICULAÇÃO INTRA E INTERSETORIAL

FORMAÇÃO DE GT

Convergir as ações dos diversos setores de modo a potencializar os resultados e a


sustentabilidade da VSPEA.

CONTROLE E PARTICIPAÇÃO SOCIAL

Assegurar a participação social na construção de políticas públicas nos processos


decisórios relativos à saúde, assim como na elaboração e planejamento das ações de VS
que considerem as especificidades de seus territórios, visando a prevenção, proteção e
promoção da saúde de populações e trabalhadores expostos a agrotóxicos.

PROMOÇÃO DA SAÚDE

Executar ações de promoção da saúde visando a melhoria da qualidade de vida, das


populações expostas ou potencialmente espostas a agrotóxicos.

Fonte : CGVA M/ D SAST E/ SVS/ MS, 2 02 1 .

79
Mercúrio institucionais e técnicas para identificação, diagnóstico,
tratamento e monitoramento de populações vulneráveis;
reduzir e eliminar os riscos à saúde humana advindos
Além dos avanços relacionados à VSPEA, a Vigipeq da exposição ao mercúrio e seus produtos; além de
foi fortalecida na agenda de trabalho relacionada à desenvolver uma agenda de pesquisa e ampliar o
vigilância em saúde de populações expostas ao mercúrio, conhecimento da população e dos profissionais de saúde
outra substância química priorizada nos dispositivos da sobre os riscos da exposição ao mercúrio, para que
IN n.º 1 de 2005. também sejam parte atuante do processo de melhoria

A indução da agenda no território nacional ocorreu da gestão adequada desse contaminante no território

a partir da assinatura da Convenção de Minamata nacional. Ainda em 2020 teve início a elaboração de

sobre Mercúrio (CMM), no âmbito do Programa das Diretrizes Diagnósticas e Terapêuticas para Intoxicação

Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), que tem por Mercúrio, com metodologia semelhante à adotada

como objetivo a proteção da saúde humana e do meio para a elaboração das DBDTIA.

ambiente das emissões e liberações antropogênicas de Na área de segurança química, a Vigipeq atuou como
mercúrio e de compostos de mercúrio. vice-presidente da Comissão Nacional de Segurança

Como iniciativa preponderante, a CGVAM coordenou Química (CONASQ), desde a sua criação pelo Ministério

a elaboração do Plano Setorial de Implementação da do Meio Ambiente, por meio da Portaria n.º 319, de 27 de

Convenção de Minamata sobre Mercúrio, publicado em dezembro de 2000, até sua extinção, em 2019. A Conasq

2020, com intuito de ampliar e fortalecer as capacidades teve a função de discutir a promoção da gestão adequada
das substâncias químicas e a criação de oportunidades
para o fortalecimento, a divulgação e o desenvolvimento
de ações integradas relacionadas à segurança química.

O escopo de atuação da Vigipeq possui interface com as


perspectivas apresentadas nos Tratados ou Convenções
Internacionais no que tange à exposição humana a
substâncias químicas, dos quais o Brasil é signatário.

A partir da perspectiva da segurança química,


destaca-se a Abordagem Estratégica para a Gestão
Internacional de Químicos (SAICM), considerada
uma derivação das discussões desenvolvidas na Rio
+10, que visa gerenciar de maneira adequada os
Plano setorial produtos químicos durante o seu ciclo de vida, bem
de Impleme ntação como os resíduos perigosos, a fim de contribuir com
da Convenção de o desenvolvimento sustentável e a proteção da saúde
Minamata humana e do meio ambiente.

A SA I CM apre s e nta qu e s tõ e s e me rge ntes a s erem


t rabal h adas pe l o s Paí s e s s i gn atár i o s p a ra que
pro movam açõ e s re l ac i o n adas à:

80
(a) chumbo em tintas; considerando as especificidades de produção e usos
nacionais e, sobretudo, visando à proteção da saúde
(b) disruptores endócrinos;
humana. Alicerceado nessas induções, a CGVAM iniciou
(c) substâncias químicas em artigos; a discussão para a implantação de um Programa de

(d) nanotecnologia; Biomonitoramento no País, com a intenção de avaliar os


níveis de contaminantes químicos presentes em amostras
(e) substâncias perigosas em equipamentos eletro-
biológicas humanas como cabelo, sangue, cordão
eletrônicos em todo seu ciclo de vida.
umbilical, urina, leite humano e unhas, também conhecidos
como marcadores biológicos ou biomarcadores.

A gestão adequada de produtos químicos e resíduos nos De forma complementar aos acordos internacionais,
Países também foi estimulada pela Organização Mundial a Vigipeq estabeleceu nos últimos anos cooperações
de Saúde (OMS) a partir da publicação da Resolução técnicas internacionais para intercâmbio de experiências,
WHA69.4, que incentiva os Países a elaborarem o Chemicals visando o fortalecimento da agenda no Brasil.
RoadMap, roteiro para reforçar o envolvimento do setor
da saúde na gestão de produtos químicos, considerando
os seguintes grupos: redução de riscos; conhecimento e Dentre eles destaca-se:

evidências científicas; capacidade institucional; liderança


e coordenação. A partir disso, a Vigipeq tem realizado
○ Cooperação Bilateral Brasil-Suécia para o
reuniões com parceiros institucionais para mapeamento
meio ambiente (2013). Partícipes: Ministério
das ações já executadas em território nacional.
da Saúde e Ministério do Meio Ambiente do
Além da SAICM, o Brasil é signatário de outros Brasil; Agência Sueca de Químicos (KemI).
compromissos celebrados no âmbito das Convenções Atividades: treinamento do corpo técnico
Internacionais de Químicos: Convenção de Basileia sobre as ferramentas necessárias para o
(resíduos perigosos), Convenção de Estocolmo (redução desenvolvimento e manutenção de proje-
e eliminação dos poluentes orgânicos persistentes - tos na área de segurança química, a fim
POPs), Convenção de Roterdã (comércio de substâncias de auxiliar nas estratégias nacionais para
perigosas) e Convenção de Minamata (redução e a gestão de substâncias químicas e no de-
eliminação do mercúrio). Cada qual com seu enfoque senvolvimento sustentável.
e abordagem, as quatro Convenções buscam o
○ Cooperação técnica na área de gestão
gerenciamento ambientalmente adequado de produtos
segura de substâncias químicas e saúde
químicos e resíduos perigosos, buscando a proteção da
humana (2017). Partícipes: Ministério da
saúde e do meio ambiente de substâncias químicas que,
Saúde do Brasil; Ministério da Saúde do
por suas características físico-químicas, causam efeitos
Canadá. Atividades: conhecimento dos sis-
nocivos à saúde humana e ao meio ambiente globalmente.
temas canadense e no sistema brasileiro.
Em atenção às Convenções de Estocolmo e de Minamata,
que abordam em seu conteúdo a necessidade de se
realizar o biomonitoramento humano, visando conhecer
a exposição de sua população às substâncias químicas e
auxiliar na gestão segura de substâncias químicas local,

81
COMPONENTES DA VIGILÂNCIA
EM SAÚDE AMBIENTAL

VIGIAR
VIGILÂNCIA EM SAÚDE DE
POPULAÇÕES EXPOSTAS A
POLUENTES ATMOSFÉRICOS

82
83
A

p ol ui çã o do ar é uma ameaça impor tante à
sa úde, ao be m- estar, e pode ser cons i de rada,
ev i tável e a dmi ni stráve l. Atualme nte, a Orga n i zação
Mu n di al da S aúd e (OMS) considera a poluição do ar a O e mpe nh o po r me l h o rar a q ua lida d e
m a ior ca usa amb i e ntal de adoecime ntos e m o r te s n o do ar é antigo e pe rmane nte . A
m u n do. S egund o a Organização Mundial da S aú de
pr ote ç ão da po pul aç ão co ntra a
(O M S), est i ma -se que a poluição do ar contribu a para
po luiç ão e a incidê ncia de do e n ç as
p e l o menos 7 m i l hõe s de mortes prematuras a cada
re s pirató rias te m s ido o pape l da á rea
a n o em todo o mundo, sendo as crianças, mul h e re s , e
p e ssoa s que vi vem na pobreza os grupos de pop u l açõ e s de Vigil ância e m s aúde de po pul ações
v u ln e rávei s, com 9 4 % de ssas mortes ocorre n do e m e xpostas a po lue nte s atmos fé ricos
Pa í ses de b ai xa e média re nda (SCI ENCE OF S O U T H (Vigiar) da SVS, q ue na última déc a da
A F R I CA et a l . , 20 1 9). pô de co ntar com novas fe rramentas
Ta m bém , a O MS re conhe ce que a poluiçã o do ar de anál is e e fo nte s de info rmaç ão. A
é u m fa tor d e ri s co crítico para doe nças c rô n i cas VSA te m atuado no ape rfe içoame n to d e
n ã o t ra nsm i ssí vei s (DCNT ), causando ce rca de u m l e is e no rmas q ue re gul am a e missão
q u a r to (24% ) da s mortes por doe nças cardíacas , 25%
de po lue nte s, be m como no
p o r aci d entes va s culares cerebrais, 4 3% por do e n ça
mo nito rame nto e re gul aç ão
p u lmona r ob st rut iva crônica e 2 9% por câ n ce r de
de ativ idade s q ue ge ram
p u lmã o (WO R LD H EALT H ORGANI Z AT I ON, 2 018).
riscos à s aúde , s e mpre
Diversos est udos em todo o mundo dem o n s t ram
busc ando a me l h o rar as
a associ açã o entre a poluição atmosfér i ca e
co ndiçõ e s de s aúde da
os efei tos a dversos na saúde humana, ta nto na
m o r tal i d ad e q uanto na morbidade, principal me nte
p o r doença s resp i ratórias e cardiovasculare s; in c l u s i ve
po pul aç ão bras il e ira “
a p re senta ndo evi dê ncias de efeitos adve rsos n a s aú de Dr. Christovam
h u m ana m esmo e m níve is abaixo dos pad rõ e s de Barcellos

e m issã o perm i t i dos pela legislação (OLMO et al . , 2011; FIO CRUZ

G OU V E IA et al . , 20 1 7 ; GOUVEI A; JUNGER, 2 018). A l é m do s


efe i tos resp i ra tóri os, cardiovasculare s, baixo pe s o ao
n a scer (MO R E IR A; SOUSA; SARNO, 2 018), abse nte í s mo áre as di fe re nte s co mo s aú de pú bl i ca, m ob i l i d a d e
e sco la r (M AUR O et a l ., 2 015 ) e câncer pulmon ar, ve m u r ban a, pl an e j ame nto u r ban o, co mu n i caçã o, a n á l i s es
g a n ha ndo d esta que o aumento do risco de di abete s , de dado s , l e gi s l ação, gove r n an ça, e nt re o u t ra s .
p e rda de ma ssa óssea (RANZ ANI et a l ., 2 02 0) e de
D ado s ex t raí do s do S i s te ma de Infor m a çõ es
f u n ções cogni t i va s (Z H U et a l ., 2 02 0).
Ho s pi tal are s do Mi n i s té r i o da S aú de S IH / Da ta S U S,
Os g rupos populacionais mais vulneráve i s ao s apo ntam qu e o c u s to para o S i s te ma Ún i co de
efe i to s da exp osi ção aos poluente s atmosfé rico s s ão as S aú de (S U S) co m i nte r n açõ e s dev i do a p rob l em a s
c r i a n ça s m enores de cinco anos de idade e os i do s o s . re s pi rató r i o s , de 2013 a 2019, fo i de ce rca d e R$ 8 , 8
E ste é um d esa f i o multi e interdisciplinar, envo l ve n do bi l h õ e s de re ai s (F i gu ra 23).

84
Fi g ura 23 – G a s tos do SUS, e m re ais, com inte r n açõ e s h o s pi tal are s po r do e n ças do s i s te ma re s pi ra tó r i o, Ca p í t u l o
X (C ID -1 0), Bra s il 2 013-2 019

1.320.000.000,00

1.300.000.000,00

1.280.000.000,00

1.260.000.000,00

1.240.000.000,00

1.220.000.000,00

1.200.000.000,00
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Fonte: S IH / DATAS U S, 2 0 2 1.

Rodrigues et al. (2015) realizaram uma projeção das condicionantes sobre a qualidade do ar e que interferem
mortes, internações e custos por doenças respiratórias na na saúde humana, com a finalidade de recomendar
rede SUS devido à poluição por partícula fina no estado e adotar medidas de promoção à saúde, prevenção e
de São Paulo, entre 2012 e 2030, tendo 2011 como ano de monitoramento dos fatores de riscos relacionados às
referência. Foram estimadas 430.365 mil internações em doenças ou agravos à saúde.
idosos atribuídas ao MP2,5 e 138.050 mil em crianças para
Sua contribuição para a promoção e a proteção da
este período, o que geraria gastos de, aproximadamente,
saúde, a prevenção de doenças e agravos, bem como a
R$ 422 milhões e R$ 134 milhões, respectivamente. Num
redução da morbimortalidade, vulnerabilidades e riscos
cenário de aumento de 5% nas concentrações de MP2,5
decorrentes das dinâmicas ambientais relacionados à
até 2030, as internações de idosos chegariam a 446 mil,
poluição do ar e aos impactos à saúde humana estão
a um custo de R$ 437 milhões e 142 mil pediátricas a R$
pautados em sua atuação. Para alcançar esses objetivos,
138 milhões.
são desenvolvidas ações como detecção e monitoramento
A Vigilância em Saúde de Populações Expostas a das diferentes atividades de natureza econômica, social ou
Poluentes Atmosféricos (Vigiar) iniciou suas atividades ambiental que gerem poluição atmosférica, caracterização
em 2001 no âmbito do Ministério da Saúde, e é um dos dos riscos para a população, especialmente os grupos
componentes da VSA. É definida como um conjunto considerados mais vulneráveis, bem como a adoção e
de ações e serviços que propiciam o conhecimento e a recomendação de medidas que subsidiem a tomada de
detecção de mudanças nos fatores determinantes e decisão intra e intersetorial.

85
Su a i mpl e me ntação pre s s u põ e a re al i zaçã o d e a ções
de Vi gi ar e m l o cai s e s t raté gi co s do S U S, i n c l u i n d o a
Re de de Ate n ção à S aú de (R AS), be m co mo a r t i c u l a çã o
e co n s t r u ção co n j u nta de proto co l o s , l i n h as d e c u i d a d o
e mat r i c i ame nto da s aú de, po s s i bi l i dade d e d ef i n i çã o
de e s t raté gi as e di s po s i t i vo s de o rgan i zação e f l u xos d a
re de de ate n ção, al é m de re co me n daçõ e s a os d em a i s
ó rgão s afi n s . D eve co nte mpl ar to da a p op u l a çã o
em te r r i tó r i o n ac i o n al , pr i o r i zan do os ter r i tó r i o s ,
as pe s s o as e o s gr u po s e m s i t u ação de m a i or r i s co
e v u l n e rabi l i dade, qu e deve m s e r i de nt i f i ca d a s e
defi n i das a par t i r da an ál i s e da s i t u ação de s a ú d e l oca l
e re gi o n al , e a par t i r do di ál o go co m a co m u n i d a d e,
t rabal h ado re s e t rabal h ado ras e o u t ro s ato res s oc i a i s ,
co n s i de ran do as e s pe c i fi c i dade s e s i ng u l a r i d a d es
c u l t u rai s e s o c i ai s de s e u s re s pe c t i vo s te r r i tó r i o s .

A s di ret r i ze s para at u ação do Vi gi ar s ã o a q u el a s


apre s e ntadas n a Po l í t i ca Nac i o n al de Vi g i l â n c i a em
S aú de (P NVS), be m co mo as e s t raté gi as que i n c l u em : a
ar t i c u l ação e nt re as v i gi l ân c i as ; pro ce s s o s d e t ra b a l h o
i nte grado s co m a ate n ção à s aú de ; re gi o n a l i za çã o d a s
açõ e s e s e r v i ço s de v i gi l ân c i a e m s aú de a r t i c u l a d a s
co m a ate n ção e m s aú de ; i n s e rção da v i g i l â n c i a em
s aú de n a Re de de Ate n ção à S aú de (R AS) ; es t í m u l o
à par t i c i pação da co mu n i dade n o co nt ro l e s o c i a l ;
ge s tão do t rabal h o, de s e nvo l v i me nto e ed u ca çã o
pe r man e nte ; apo i o ao de s e nvo l v i me nto d e es t u d os
e pe s qu i s as ; s i s te mas de i nfo r mação i nteg ra d o s ;
co mu n i cação e m s aú de ; re s po s ta de fo r m a o p o r t u n a
e pro po rc i o n al (pl an o de ação); pl a n ej a m ento
e s t raté gi co e s i t u ac i o n al , mo n i to rame nto e a va l i a çã o
das açõ e s . A F i gu ra 24 po nt u a as pr i n c i pa i s a ções d o
Vi gi ar du rante o s ú l t i mo s 10 an o s , e a F i gu ra 2 5 m o s t ra
as áre as de at u ação do Vi gi ar.

86
Fi g ura 24 – Li nha do te mpo das açõe s do Vi gi ar

2019-2021

Participação na 7ª Conferência Internacional sobre Incêndios Florestais (Wildfire);


Publicação de Sugestão de modelo de boletim informativo sobre poluição do ar e saúde humana a ser elabora-
do pelos estados/municípios;
Queimadas e incêndios florestais: alerta de risco sanitário e recomendações para a população;
Queimadas e incêndios florestais: atuação da vigilância em saúde ambiental;

2018
Poluição atmosférica na ótica do Sistema Único de Saúde (SUS) - vigilância em saúde ambiental
e qualidade do ar Participação
do First Global
Conference on Air
2015 -2017
Pollution and Health;
Reunião Preparatória para
Sugestões de medidas que visem mitigar a emissão de poluentes
Primeira Conferência sobre
atmosféricos no âmbito regional ou nacional;
Poluição do Ar e Saúde da OMS;
Guia de indicadores para vigilância das populações expostas à
Publicação de documentos técnicos:
poluição atmosférica;
Impacto da poluição atmosférica na
mortalidade por doenças crônicas não
transmissíveis no Brasil em 2006 e 2016 – Saúde Brasil,
2013-2014
2018;

Experiências em Vigilância em Saúde de Perguntas e respostas sobre poluição do ar e saúde humana

populações Expostas a Poluição


atmosférica – ExpoAr;
Manual de Instruções da Unidade 2011-2012
Sentinela; Avaliação da
Morbimortalidade por Vigilância em saúde ambiental de populações expostas à poluição atmosférica no
Doenças Respiratórias Brasil – um modelo em construção;
no Brasil, 2011 e Manual de Instruções – Instrumento de Identificação dos Municípios de Risco- IIMR (anual);
2012 Relatório de Situação do IIMR 2011 – 2014

Fonte: DSAST E / SVS / MS, 2 0 2 1.

87
Fi g ura 25 – Área s de atuação do Vigiar

Á re a s s o b
i nfl u ê n ci a
de queima
d e Bi o m a s s a

ÁREAS DE
ATUAÇÃO DO
VIGIAR
Centros
industriais

Re g i õ e s
m et ro p o l i ta n a s

Fonte: DSASTE/ SVS / MS, 2 0 2 1.

Áreas sob influência de queima de biomassa

A contribuição das queimadas e incêndios florestais no t radi c i o n ai s ; pe rda do co n h e c i me nto t ra d i c i o n a l ;


incremento de adoecimentos e mortes está consolidada co n ce nt ração fu n di ár i a; co nfl i to s s o c i ai s ; fa l ta d e
na literatura científica nacional e internacional. s e gu ran ça al i me ntar.

Em si t ua ções, tanto dos incê ndios florestais qu anto Todos os anos, no período entre junho e novembro há
das q uei m ad as, a exposição aguda e crô n i ca à aumento de registro dos focos de calor pelo Instituto
f u m aça é o q ue pre ocupa de forma mais ev i de nte, Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A Figura 26 mostra
m a s tamb ém devem ser conside radas como s i t u açõ e s uma série histórica de focos de calor no Brasil. Dados na
re l eva ntes pa ra a saúde: a perda da biodive rs i dade ; plataforma do INPE mostram, ainda, que as queimadas
p e rda de oport unidades para o uso sus te ntáve l e os incêndios florestais ocorrem principalmente nos
d a f l oresta , i ncl u indo a produção de me rcado r i as biomas Amazônia, Cerrado e Pantanal (INSTITUTO
t ra d ici onai s, a l teração de microclimas; mor tal i dade NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS, 2021).
d e árvores; a um ento da conce ntração de aero s s ó i s ;
m a i o r i nci d ênci a de doenças tropicais; exclusão s o c i al ;
m a rgi na l i za çã o de povos indígenas e comu n i dade s

88
Fi g ura 26 – S érie histórica de focos de calor n o Bras i l , de 2011 a 2021

80.000
70.000

60.000

50.000

40.000

30.000

20.000

10.000

0
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro NovembroDezembro

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021

Fo nte : INPE , 2 0 2 1.

O Vi gi ar ta m bé m faz constanteme nte o mon i to rame nto A atuação das equipes de saúde deve considerar ações
d os m uni cí pi os brasileiros que mais re gistraram fo co s de preparação (anteriores aos eventos de queimadas),
d e q uei m ad as, como subsídio para o al e r ta ao s de resposta (durante o período de queimadas) e de
e s ta dos e el aboração de boletins epide mi o l ó gi co s recuperação (posteriores aos eventos de queimadas).
p ara o perí od o de queimadas.
Co n s i de ran do a pr i o r i dade da pau ta d a s q u ei m a d a s
Consi derand o a grave situação a que a po pu l ação para a s aú de pú bl i ca, n o an o de 202 1 fo i p rop os ta
e s tá exposta, no ano de 2 02 0, alinhados à P NVS, a e i mpl e me ntada a Re u n i ão de Mo n i to ra m ento d e
CGVAM a presentou as Diretrizes Nacionais (Q u e i madas Q u e i madas e S aú de (R MQ S), co m os s eg u i ntes
e i ncêndi os f l ore stais: atuação da vigilância e m s aú de o bj et i vo s : apre s e ntar e di s c u t i r s o bre a s i t u a çã o d e
a m bi ental ) p ara orie ntar a atuação da vig i l ân c i a e m s aú de ambi e ntal , qu e i madas e s aú de; es t i m u l a r e
sa úde amb i ental e recome ndaçõe s para a po pu l ação apo i ar a pro du ção de co n h e c i me nto s o b re q u ei m a d a s
(Quei m ad as e incêndios florestais: ale rta de r i s co e i mpac to s à s aú de h u man a; e s t i mu l ar e a p oi a r a ções
sa ni tá ri o e recome ndaçõe s para a popul ação) para de capac i tação qu e e nvo l ve m qu e i ma d a s e i m p a c to
si tua çã o d e exposição humana às que imadas e ao s à s aú de h u man a; s u bs i di ar co o pe raçõ e s es t ra tég i ca s ;
i n cênd i os f l ores tais. Dessa forma fornece u às e sfe ras s u bs i di ar pl an o de ação do s eto r s aú d e em s i t u a çã o
d e gestão do S U S e à população, re comendaçõ e s para de qu e i madas ; di s c u t i r e e n cami n h a r a t u a çã o
a p rom oçã o e a proteção da saúde, a preve n ção de co n j u nta e o po r t u n a das e sfe ras do S U S a p a r t i r
d oença s e a gravos, a redução da morbimo r tal i dade, do de s e nvo l v i me nto e a ar t i c u l ação d e a çõ es co m
v u l nerab i l i d ad es e riscos de corrente s das qu e i madas i nte ração i nt ra e i nte rs eto r i al , co nfo r m e a d i n â m i ca
e i ncêndi os f l orestais. e as n e ce s s i dade s i de nt i fi cadas n o ter r i tó r i o, e a

89
o rg ani zaçã o dos p roce ssos de trabalho para ga rant i r a Regiões Metropolitanas
p re p a raçã o ad eq u ada e a continuidade das suas açõ e s ,
co m o obj et i vo d e reduzir a exposição e os efei to s das D e nt re o s de s taqu e s e s tá a age n da de m o b i l i d a d e
q u e i mad as na saúde humana; e aportar infor maçõ e s u r ban a, qu e é u ma das pr i o r i dade s da p a u ta d e
e e l ementos est ratégicos para a atuação na c i o n al e pl an e j ame nto das c i dade s mo de r n as . Os g es to res
e sta duai s. Pa rt i ci pam de sta iniciativa repre sentante s pú bl i co s pre c i s am e nfre ntar o de s afi o de a p res enta r
d o Mi ni stéri o d a Saúde – Vigiar (coordenação), das s o l u çõ e s para o t ráfe go de 3 ,5 mi l h õ e s d e n ovo s
se c retari as esta duais de saúde - repre sentante s do ve í c u l o s qu e, a cada an o, pas s am a c i rc u l a r p el a s v i a s
Vig i ar ou corresponde nte, e convidados. u r ban as do Paí s , al é m da frota at u al de 75 m i l h õ es .
Ca be l emb rar q ue no Brasil a coordenação da po l í t i ca A at u ação do Vi gi ar para a co n s t r u ção da A g en d a d e
d e prevençã o e combate aos incêndios fl o re s tai s mo bi l i dade u r ban a te m co mo fi n al i dade cont r i b u i r n a
e m tod o o terri tó rio nacional, incluindo ati v i dade s pro po s ta de ar t i c u l ação de pas tas da e sfe ra p ú b l i ca ,
re l a ci onad as com campanhas educativas, trein ame nto a co nve rgê n c i a de age n das para do e nte n d i m ento d a
e ca pa ci taçã o de produtores rurais e brig adi s tas , re al i dade cot i di an a, n a qu al dete r mi n ad os s er v i ço s
m o n i toramento e pe squisa é do Ministério d o Me i o pú bl i co s i nte r fe re m de fo r ma di n âmi ca e co m p l exa ,
A m b i ente (MM A), por meio do Instituto Brasil e i ro do ge ran do be n efí c i o s o u pre j u í zo s c u mu l at i vo s n o d i a a
Me i o Am bi ente e dos Re cursos Naturais Re n ováve i s di a da v i da das pe s s o as .
( Ib a ma), Cent ro Nacional de Prevenção e Co mbate
a o s Incêndi os Fl orestais (Prevfogo). E, nas Un i dade s A O PAS / O MS Bras i l re al i zo u u m t raba l h o com a

d e Conservaçã o, o órgão re sponsável pela preve n ção co l abo ração de i n s t i t u i çõ e s gove r n amenta i s , não

e co nt rol e de i ncêndios é, de sde 2 009, o I CMBi o. gove r n ame ntai s e de e s pe c i al i s tas , e nt re ou t ros ,
bu s can do pro move r u m o l h ar i nte rs eto r i al co nverg ente
di re c i o n ado a t rê s age n das de gran de rel evâ n c i a
para a s aú de pú bl i ca e para as po pu l ações u r b a n a s :
mo bi l i dade u r ban a, at i v i dade fí s i ca e qu al i d a d e d o a r.
Queimadas e incêndi o s
A co nfl u ê n c i a e ar t i c u l ação e nt re es s a s t rês
flore stais: ale rta
di me n s õ e s para a i mpl e me ntação de p o l í t i ca s
de risco sanitário e
pú bl i cas co e re nte s apre s e ntam- s e co mo u m a d a s
recome ndaçõe s para a
i n ovaçõ e s e s t raté gi cas para a pro mo çã o d o b em -
população
e s tar das po pu l açõ e s , po s s i bi l i tan do qu e rec u rs os
s e j am ot i mi zado s , pro ce s s o s de pl an e j am ento s ej a m
pote n c i al i zado s e re s u l tado s s e j am co m p a r t i l h a d o s
po r di fe re nte s s eto re s , ampl i an do, ao me s m o tem p o,
o s e u al can ce e a s u a efet i v i dade, e fo i c h a m a d o d e
“A ge n da Co nve rge nte Mo bi l i dade Su s te ntável e S a ú d e”
Queimadas e
(O R GA NI ZAÇÃO PA N- A ME R I CA NA DA SAÚ D E , 2 0 2 0) .
incêndios flore stais:
atuação da VSA. Co mo re s u l tado de u m pr i me i ro e sfo rço col a b ora t i vo
e m re u n i r ev i dê n c i as , refl et i r s o bre i mp l i ca çõ es e
pro po r L i n h as de A ção qu e fac i l i te m a com p reen s ã o

90
e ori entem os gestore s públicos municipais a at u are m Est ra té gi a de Uni d a d e Se nt i ne l a d o V i g i a r
na Ag end a Conve rgente Mobilidade Su s te ntáve l
A s “Un i dade s S e nt i n e l as do Vi gi ar ” s ã o u n i d a d es
e S aúd e, tem- se o docume nto de referê n c i a a s e r
fí s i cas e gr u po s de t rabal h o c r i ado s p a ra rea l i za r
a cessa do pel os municípios, o qual a CGVAM te m fe i to
aval i ação e pi de mi o l ó gi ca, ou s e j a, exercer uma
recomenda ções e ampla divulgação.
v i gi l ân c i a e pi de mi o l ó gi ca i nte n s i fi cad a . Co n s i s tem
e m u ma re s po s ta e m e s cal a amo s t ral d e u m a d a d a
re al i dade, pe r mi t i n do a co l eta de i nfo r m a ções co m
Estratégias e instrumentos do Vigiar
s e n s i bi l i dade para mo n i to rar u m ce r to u n i vers o d e
fe n ô me n o s . O s e s tado s e mu n i c í pi o s d evem d ef i n i r
As a ções do Vigiar incluem: qu ai s u n i dade s de s aú de farão par te da es t ra tég i a . O

(i) definir as áreas de atenção ambiental atmosférica de fo co de ate n ção da u n i dade s e nt i n e l a e s tá n a a va l i a çã o

interesse para a saúde (4As); do s po s s í ve i s i mpac to s n a s aú de de c r i a n ça s m en o res


de 5 an o s , qu e apre s e nte m u m o u m a i s s i ntom a s
(ii) identificar e monitorar a saúde de populações
re s pi rató r i o s de s c r i to s co mo : di s pn e i a / fa l ta d e a r/
expostas e/ou potencialmente expostas a poluentes
can s aço ; s i bi l o s / c h i ado n o pe i to e to s s e q u e p o d em
atmosféricos;
e s tar as s o c i ado s a o u t ro s s i nto mas , e n os a g ra vo s d e
(iii) analisar os riscos à saúde decorrentes da exposição as ma, bro n qu i te ; e i nfe cção re s pi rató r i a a g u d a ( IRA) .
aos poluentes atmosféricos;

(iv) identificar e monitorar os efeitos agudos e crônicos


Si s a m
da exposição a poluentes atmosféricos referentes aos
agravos respiratórios e cardiovasculares; O S i s te ma de Info r maçõ e s A mbi e nta i s Integ ra d o a
S aú de (S i s am) é u ma fe r rame nta de an á l i s e d e d a d o s
(v) caracterizar a situação de saúde da população com
po nt u ai s e e s pac i ai s qu e co mbi n a i nfo r m a ções d e
base na análise dos indicadores de exposição e efeito;
co n ce nt raçõ e s de po l u e nte s o r i u n das d e es t i m a t i va s
(vi) estimular a intersetorialidade e interdisciplinaridade de e mi s s õ e s de qu e i madas e de e mi s s ões u r b a n a s /
entre os órgãos que possuem interface com a saúde i n dú s t r i as , dado s de mo n i to rame nto de focos de
relativa à qualidade do ar; qu e i madas e dado s mete o ro l ó gi co s pretér i tos .

(vii) subsidiar o setor ambiental na formulação e O S i s am fo i de s e nvo l v i do para com p o r uma


execução de estratégias de controle da poluição do ar, fe r rame nta de an ál i s e de dado s am b i enta i s que
tendo em vista a proteção da saúde da população; e au x i l i e as açõ e s de s aú de e ambi e nte, p er m i t i n d o
e s t u do s co n s i s te nte s s o bre o s i mpac to s d a s em i s s õ es
(vii) fornecer elementos para orientar as políticas
de po l u e nte s at mo sfé r i co s n a s aú de h u m a n a . S ã o
públicas nacionais e locais de proteção à saúde da
dado s s o bre co n ce nt raçõ e s de mate r i a l p a r t i c u l a d o
população frente aos riscos decorrentes da exposição
i n al áve l fi n o (PM2. 5, µ g/m³ ), mo n óx i d o d e ca r b on o
aos poluentes atmosféricos – ensino, pesquisa e inovação
(CO, ppb), co n ce nt ração de ozô n i o (O3, p p b), d i óx i d o
tecnológica socioambiental.
de n i t ro gê n i o (NO2, ppb) e de di óx i do de en xof re (S O2 ,
Para a a t uação dessa vigilância e m saúd e, u t i l i zam- µ g/m³ ). O s val o re s s ão e s t i mado s próx i m os à s u p er f í c i e,
se est ratégi as, fe rrame ntas de captura e a n ál i s e do s e apre s e ntado s n o âmbi to do pro j eto S i s a m com
d ad os e i ndi cadores, tais como: ge ração e an ál i s e co n j u nta de dado s m eteo ro l ó g i co s

91
de vel oci da de e direção do ve nto, preci pi tação, de vigilância em saúde, seus fluxos e potencialidades.
te m p era t ura e umidade do ar, oriundos de m e di çõ e s
Ne s te me s mo an o h o u ve a rev i s ão do In s t r u m ento d e
l o ca is e est i ma t i vas por se nsoriamento remoto. E s s e s
Ide nt i fi cação de Mu n i c í pi o de R i s co (I I MR ), d a p ro p o s ta
d a d os e aná l i ses, forne cem subsídios para e s t u do s
de Un i dade S e nt i n e l a para o Vi gi ar, e l ab o ra çã o d e
e p id em i ol ógi cos de doe nças re spiratórias, ca rdí acas
bo l et i n s para o Vi gi ar, e a s i s te mat i zação d a s a ções
i sq u êm i ca s, cerebrovasculare s e oftalmológicas e, n a
e at i v i dade s qu e v i n h am s e n do de s e nvo l v i d a s p el o
d ef ini çã o e execução de políticas públicas ligadas à
Mi n i s té r i o da S aú de, e m fu n ção da re o rga n i za çã o d a
sa ú de da pop ul a ção brasile ira. Para mais d etal h e s ,
e qu i pe de t rabal h o, e pro po s i ção de n ovo s d es a f i os .
co n sul tar: www. i npe.br/que imadas/sisam/v2
Ne s s e s e nt i do, o i n di cado r s o bre o " Nú m ero
de mu n i c í pi o s co m apl i cação do In s t r u m ento de
A si t ua çã o at ua l dessa e straté gia é a renovação da i de nt i fi cação de Mu n i c í pi o s de R i s co a p ol u i çã o
co o p era ção p ara a continuidade das ações. at mo sfé r i ca – I I MR " fo i i n co r po rado n o g r u p o d e
i n di cado re s do Re s u l tado E s pe rado n . º 1, d a Ma t r i z
Ló gi ca de aco mpan h ame nto do Te r mo de Coo p era çã o.
○ Ferramenta Air Q+ da OMS
O I I MR , qu e te m s u a mat r i z co m t rê s ca m p o s d e
○ Air Visual Earth 3D i nfo r maçõ e s : ge rai s , ambi e ntai s e de s aú de, p os s u i em

○ Air Quality Map s u a fu n ção pr i n c i pal , a carac te r i zação e p r i or i za çã o


de mu n i c í pi o s n o qu e di z re s pe i to às fo nte s d e em i s s ã o
○ Plataforma Integrada de Vigilância em Saúde
de po l u i ção at mo sfé r i ca, taxa de mo r tal i da d e, ta xa d e
– IVIS
i nte r n ação po r agravo s re s pi rató r i o s , de a co rd o com
c r i té r i o s de pr i o r i zação e s tabe l e c i do s .

Ações de destaque (2011-2021) O pr i me i ro Man u al de In s t r u çõ e s – In s tr u m ento d e


Ide nt i fi cação do s Mu n i c í pi o s de R i s co (I I M R) (a n u a l )
fo i e l abo rado e m 2012 mante n do u ma s e qu ên c i a a n u a l
Em 2011 o Vigiar teve um conjunto de atividades até o an o de 2015. S e u o bj et i vo e ra apre s e nta r o p a s s o
prioritárias analisadas. O artigo intitulado Vigilância a pas s o de co mo o s e s tado s deve r i am p reen c h er
em saúde ambiental de populações expostas à poluição o I I MR e i nte r pretar o s re s u l tado s o bt i d os a p ó s o
atmosférica no Brasil – um modelo em construção, pre e n c h i me nto, a fi m de i de nt i fi car o s m u n i c í p i o s
contou com a participação da equipe Vigiar do pr i o r i tár i o s para at u ação de s s a v i gi l ân c i a , p or m ei o
Ministério da Saúde e foi publicado no caderno de do pl an e j ame nto de açõ e s preve nt i vas e a d oçã o
saúde coletiva em 2011, com o objetivo de apresentar a de me di das co r ret i vas , al é m de abr i r e s p a ço p a ra
vigilância em saúde de populações expostas a poluentes di s c u s s ão co m o s ó rgão s ambi e ntai s l o cai s .
atmosféricos (VIGIAR), seu histórico, conceitos, modelo
Em 2012, foi elaborado o primeiro Relatório de Situação
de atuação, perspectivas e os desafios colocados
do IIMR, com base nos Instrumentos de Identificação
para a implementação de uma política pública
dos Municípios de Risco preenchidos por 26 estados e
intersetorial que dê resposta efetiva às demandas da
Distrito Federal no decorrer do ano de 2011. O relatório
saúde visando à melhoria de qualidade de vida da
manteve a frequência de publicação anual até 2014.
população brasileira. Foi relatado também limitações
O IIMR em 2011 passou a ser disponibilizado aos
e desafios quanto ao aprimoramento do atual modelo

92
estados e Distrito Federal, por meio planilhas de Excel s aú de h u man a. També m fo i u m mo me nto d e t roca d e
disponibilizadas no Painel de Informações em Saúde ex pe r i ê n c i as acadê mi cas .
Ambiental e Saúde do Trabalhador (PISAST), sendo
També m n e s te me s mo an o de 2013 fo i rea l i za d o o
considerado um avanço, pois o IIMR era anteriormente
Cu rs o de E s pe c i al i zação e m Po l u i ção At m osfér i ca e
disponibilizado pelo FormSUS (formulário eletrônico do
S aú de Hu man a, n o fo r mato EaD (En s i n o a Di s tâ n c i a ) –
Datasus). Considerando a meta proposta pelo Ministério
Co o pe ração co m Un i ve rs i dade de S ão Pa u l o / Fa c u l d a d e
da Saúde para o cumprimento da PAVS em 2011, a
de Me di c i n a (U S P). Pú bl i co - al vo : prof i s s i on a i s de
expectativa era atingir um total de 1.185 municípios com
áre as e s pe c í fi cas da s aú de e ambi e nte. Tota l d e 40
IIMR preenchido, representando 22% dos municípios
profi s s i o n ai s capac i tado s .
do Brasil. Contudo o resultado final foi um total de
4.076 (73%) de municípios com IIMR preenchido em 25 A publicação intitulada, "Avaliação da
estados e Distrito Federal com exceção do Amapá que Morbimortalidade por Doenças Respiratórias no Brasil"
não preencheu a planilha nesse ano. com dados de 2011 e 2012 foi elaborada em 2014 para
verificar a situação das doenças respiratórias (Capítulo
Foi um m arco a elaboração e divul gação do
CID 10) no País. Apresentou dados sobre o total geral
Rel atóri o de S i t uação do I I MR em 2 012 cujo pro pó s i to,
de internações, internações de menores de 5 anos e de
a l ém de di vul g ar de forma mais ampla o res u l tado da
maiores de 60 anos, com cálculo de taxa de morbidade
a nál i se d os d ados informados no I I MR 2 011, e ra s e r v i r
para as 3 categorias, o total de óbitos por agravos
co m o um a i m portante ferramenta para a to mada de
respiratórios, além dos óbitos de menores de 5 anos e
d eci sões d a vi gilância e m saúde ambiental j u ntame nte
de maiores de 60 anos por estas causas, e calculadas as
co m out ros setore s, como de meio ambie nte, n as açõ e s
respectivas taxas de mortalidade em todos os estados
p revent i va s e corretivas, pe rmitindo inte rven çõ e s para
e no Distrito Federal. A publicação teve também como
evi tar ou mi ni mizar impactos na saúde da po pu l ação.
intuito apresentar o resultado da análise aos estados
O Ma nual d e Instruções da Unidade Sent i n e l a fo i para que possam tomar ciência da ocorrência destes
e la bora do e d isponibilizado aos e stados/mu n i c í pi o s agravos e desenvolver ações por meio da vigilância em
n o a no d e 20 1 3 , mantendo uma se quência an u al até o saúde de populações expostas a poluentes atmosféricos,
momento. S eu o bjetivo é apre sentar a ficha de co l eta com o objetivo de reduzir a morbimortalidade por
d e da dos e exp licar todos os seus campos e co mo deve doenças do aparelho respiratório.
ser rea l i za do o pre e nchimento no FormSUS.
No an o de 2014 o Mi n i s té r i o da S a ú d e/ O PAS
No a no d e 20 13 foi re alizada a ExpoAr (E x pe r i ê n c i as iniciou co m a Un i ve rs i dade E s tadu a l do Ri o de
e m Vi gi l â nci a e m Saúde de populações E x po s tas à Jan e i ro (U E R J ) a car ta aco rdo co m o título de
Pol ui ção a t m osfé rica) no pe ríodo de 07 a 8/ 8/ 2013 e m s i s te mat i zação, de s e nvo l v i me nto de tec n o l o g i a e
Bra sí l i a / D F. O eve nto foi conce bido pe lo Mi n i s té r i o da an ál i s e do s dado s do I I MR co m fi n s d e el a b o ra çã o
S aúd e e contou com a participação da OPAS, para qu e de u m pai n e l de i nfo r maçõ e s para o Vi g i a r. E n o
o s rep resenta ntes das se cretarias e staduai s de s aú de an o s e gu i nte fo i e nt re gu e co mo u m do s p rod u tos d a
a presentassem suas experiê ncias na vig i l ân c i a e m Car ta A co rdo o G u i a de i n di cado re s p a ra v i g i l â n c i a
sa úde de pop ul açõe s expostas à poluição a t mo sfé r i ca, das po pu l açõ e s ex po s tas à po l u i ção a t m osfér i ca ,
b em com o as ações tomadas por suas eq u i pe s para s e n do seu o bj et i vo au x i l i ar os prof i s s i on a i s que
red uzi r as ad versidade s locais, uma vez que a po l u i ção at u am o u po s s u am i nte re s s e n e s s a v i g i l â n c i a . Com o
a t m osféri ca é re sponsável por diversos agravo s à re s u l tado s , e s pe rava- s e co nt r i bu i r para a s i s tem á t i ca

93
u ti li za çã o de da dos nacionais, e staduais e mun i c i pai s , Cabe re gi s t rar qu e as at i v i dade s do p a i n el fo ra m
p e r m i t i ndo, a análise da evolução te mporal e /o u a i nte r ro mpi das e m 2016 .
co m pa ra çã o espa c ial com outras re alidade s, s u bs i di ar
Em 2016 h o u ve u m i nte n s o pro ce s s o de ca p a c i ta çã o
o p l anej a m ento, a ge stão e o de senvolvime nto de
para o u s o do fo r mu l ár i o Fo r mS U S e an ál i se d o s d a d os
e stratégi as e proce ssos decisórios para a preve n ção
co l etado s pe l as Un i dade s S e nt i n e l as do Vi g i a r.
d e p robl ema s rel acionados a poluição atmosfé r i ca e
sa ú de huma na. E avançar na formulação de açõ e s No ano de 2017 foi elaborado um documento com
e e st ra tég i a s, que fortale çam a promoção d a s aú de as sugestões de medidas que visem mitigar a emissão
a m b i ental e especificame nte na saúde da po pu l ação de poluentes atmosféricos no âmbito regional ou
ex p osta à pol ui çã o atmosférica. nacional, visto que existem no Brasil diversas iniciativas
de ações com o objetivo de atenuar as emissões de
No s a nos de 2 014, 2 015 e 2 016 houve i nte n s a
poluentes atmosféricos, sendo assim, esse documento
p a rt i ci p açã o no Conama e CAAP_Proconve, para
apresenta medidas já existentes, mas que ainda não
d i sc ussã o d as normativas ambientais com impac to s à
foram implantadas/implementadas concretamente no
sa ú de. Em esp eci al a revisão da CONAMA 03 / 01, qu e
pais. É fundamental também que o Vigiar nos estados
re su ltou na CO N AMA 4 91/2 018.
e municípios acompanhem os objetivos e metas de
Ta m bém em 20 1 4 houve a proposição do Pai n e l de melhoria da qualidade do ar estabelecidos no PQAr.
Info r m açã o da Vigilância e m Saúde de Po pu l ação
Em 2018, fo i pu bl i cado o l i v ro S aú de Bra s i l 2 0 1 8 ,
E xp osta a Pol ui ção Atmosfé rica, um instrume nto de
co nte n do capí t u l o e l abo rado pe l o Vi gi a r n a c i o n a l
si ste m at i za çã o e divulgação de dados, informaçõ e s e
s o bre o i mpac to da po l u i ção at mosfér i ca na
co n h eci mento sobre a poluição atmosférica e p o s s í ve i s
mo r tal i dade po r do e n ças c rô n i cas n ão t ra n s m i s s í vei s
i m p actos à saúd e, visando, de ntre outros, estabe l e ce r
n o Bras i l e m 2006 e 2016 , co m o o bj et i vo d e a va l i a r
p o ntos de p art i da para proce ssos de plane jame nto e
o i mpac to das do e n ças c rô n i cas n ão t ra n s m i s s í vei s
g e stão p ara a p romoção da saúde.
(D CNT ) dev i do à po l u i ção at mo sfé r i ca, s e g u n d o s exo
O Pai nel teve por objetivos principais: – Bras i l , 2006 -2016 . O re s u l tado apre s e ntou q u e a s
mo r te s dev i do à po l u i ção at mo sfé r i ca au m enta ra m d e
(i) Possibilitar consultas, conhecimento e análise de dados 3 8. 782 e m 2006 para 4 4 . 228 e m 2016 . A s D I C a t r i b u í d a s
e indicadores, visando o apoio à tomada de decisões e o
à po l u i ção re s po n de ram pe l o s mai o re s YL L em h o m en s
desencadeamento de ações que contribuam para melhorar a
e mu l h e re s . A FA P para D P O C at r i bu í da ao O3 n o Pa í s
situação de saúde da população.
au me nto u e m 6 2,7% n o s h o me n s e 6 1,5% e m m u l h eres .

(ii) Apoiar o planejamento, a implementação, e o monitoramento E s s e i n c re me nto també m fo i ve r i fi cado n a s u n i d a d es


das ações da Vigilância em Saúde de População Exposta a da Fe de ração (U Fs ), de s taca- s e o P i au í , com 1 75 ,6 % .
Poluição Atmosférica no Brasil. Já as var i açõ e s das FA Ps at r i bu í das ao MP 2 , 5 n o Bra s i l

94
fora m semp re ne gativas. Entretanto, obser varam- s e as s i m fo i po s s í ve l re l atar as at i v i dade s d e v i g i l â n c i a
a um entos em algumas UF. De stacadamente, cân ce r em s aú de de po pu l açõ e s ex po s tas à p o l u entes
d e pul m ão, DP OC e DCBV no Amapá e Pará; D I C n o at mo sfé r i co s exe c u tadas pe l o s e s tad os e alguns
A ma pá e Para ná, e m homens; e Amapá e S ão Pau l o, mu n i c í pi o s . E s s e mape ame nto fo i fu n d a m enta l p a ra
e m m ul heres. n o r te ar o s ge s to re s da v i gi l ân c i a e m s a ú d e a m b i enta l
mu n i c i pal , e s tadu al e n ac i o n al n a s i s te m a t i za çã o e
Ainda em 2018 foi elaborado o documento com Perguntas
re e s t r u t u ração daqu e l e t i po de v i gi l ân c i a .
e respostas sobre poluição do ar e saúde humana, com
o intuito de informar e conscientizar a população sobre D u rante o an o de 2020, h o u ve o p ro ces s o de
essa temática. Isso porque, atualmente a democratização fo r mu l ação do Cu rs o pi l oto de an ál i s e d e s i t u a çã o d e
da informação surge como uma relevante meta para a s aú de ambi e ntal para a v i gi l ân c i a e m s a ú d e a m b i enta l
melhoria da qualidade e a universalidade da saúde no e qu al i dade do ar re l ac i o n ada ao s i n cê n d i os f l o res ta i s .
Brasil, sendo justificável usar a comunicação em saúde O c u rs o fo i u ma i n i c i at i va co n j u nta, d a CGVA M e
como estratégia para captar a atenção dos indivíduos e da Organ i zação Pan - A me r i can a de Sa ú d e (O PAS),
facilitar a transferência de informações. i mpl e me ntado e m 2021 e m co o pe ração co m a F i oc r u z /
I CI CT, at ravé s do i n s t r u me nto Car ta A co rd o.
No ano de 2019 foi elaborado um documento com
uma sugestão de modelo de boletim informativo sobre Pú bl i co - al vo : profi s s i o n ai s da VSA / Vi g i a r, co m
poluição do ar e saúde humana, a ser elaborado pelos o total de 4 0 profi s s i o n ai s capac i tad os . Em c u rs o.
estados/municípios. O modelo contém o passo a passo E s tado s capac i tado s : A c re, A mazo n as , A m a p á , Di s t r i to
orientativo para a elaboração do boletim informativo e Fe de ral , Maran h ão, Mato G ro s s o do Su l , Ma to g ro s s o,
ainda um boletim já elaborado para exemplificar sobre Para, Ro n dô n i a, Ro rai ma, To cant i n s , e M i n i s tér i o d a
poluição do ar e saúde humana. Sua finalidade é que os S aú de. Co mo re s u l tado do c u rs o te m- s e a n ota téc n i ca
técnicos e/ ou responsáveis pelo Vigiar ou pela vigilância n ac i o n al s o bre a s i t u ação de s aú de a m b i enta l p a ra
de saúde ambiental nos estados e municípios possam a v i gi l ân c i a e m s aú de ambi e ntal e qu a l i d a d e d o a r
ser capazes de construir boletins informativos. re l ac i o n ada ao s i n cê n di o s fl o re s tai s n o Bra s i l .

Ta m bém em 2 019 foi e ncaminhado a o s e s tado s


u m q uest i onári o com pe rguntas sobre a s i t u ação do
Vigiar desde a t ividades dese nvolvidas até a qu e s tõ e s
a dmi ni st ra t i va s da área. Com esses ques t i o n ár i o s a
e qui pe Vigiar n acional elaborou um conso l i dado co m
o Di ag nóst i co das atividade s de vigilância e m s aú de
d e pop ul a ções expostas a poluente s at mo sfé r i co s
rea l i zad as nos e stados e municípios bras i l e i ro s . E

95
COMPONENTES DA VIGILÂNCIA
EM SAÚDE AMBIENTAL

VIGIDESASTRES
VIGILÂNCIA EM SAÚDE
AMBIENTAL DOS RISCOS
DECORRENTES DE
DESASTRES

96
97
O s desast res vê m sendo pe squisado s
com preend idos no âmbito da Saúde Co l et i va
n o Paí s, com i mpactos de curto, mé dio e l o n go
e serviços de saúde. Esses fatores tendem a se constituir
numa ameaça ou perigo, podendo resultar em desastre
quando houver ruptura do funcionamento normal de um
p ra zos. Com preender e analisar a inter- re l ação sistema ou comunidade, devido aos danos e efeitos ao
e ntre esses eventos e se us impactos sobre a s aú de bem-estar físico, social, mental, econômico e ambiental
o ri e ntam a pa rt i cipação mais ativa do seto r s aú de, de uma determinada localidade.
ta m bém rel a ci onada ao dese nvolvime nto suste ntáve l ,
A ex po s i ção a e s s as ame aças o u per i g o s p od e
m u d a nça s cl i má t i cas e redução de riscos de de s as t re s .
de s e n cade ar u ma e me rgê n c i a e m s aú de p ú b l i ca . O
O ri sco é uma probabilidade de conse qu ê n c i as fo r tal e c i me nto da capac i dade de at u açã o d o s eto r
p re j ud i ci ai s ou pe rdas e speradas (morte s, l e s õ e s , s aú de e m e me rgê n c i a e m s aú de pú bl i ca po r d es a s t res ,
p ro p ri ed ad es, meios de subsistência, inter r u pção s e j am eles de o r i ge m n at u ral ou te c n ol óg i ca , é
de at i vi d ad es e conômicas ou dete rio rame nto pr i mo rdi al para re du z i r o r i s co à s aú de da p op u l a çã o
a m b iental ), resul tado de inte raçõe s entre a me aças e à pre s tação de s e r v i ço s .
d e ori gem na t ura l ou antropogê nicas e as co n di çõ e s
As e me rgê n c i as e de s as t re s provo ca m efei tos
d e vul nera bi l i da de de uma dete rminada local i dade.
di fe re nte s u ma vez qu e cada áre a afeta d a tem
Lo g o, o ri sco pod e se r determinado por uma equ ação
co n di çõ e s s o c i ai s , e co n ô mi cas , po l í t i cas , c l i m á t i ca s ,
q u e tenha m a ame aça ou pe rigo e a vulnerabi l i dade
ge o gráfi cas e s an i tár i as par t i c u l are s . Ent reta nto, os
co m o va ri á vei s principais.
efe i to s s o bre a s aú de pú bl i ca s ão s i mi l are s , u m a vez q u e
O ri sco d e d esastres faz parte do nosso di a a e nvo l ve di retame nte açõ e s de v i gi l ân c i a e a s s i s tên c i a ,
d ia e está i nt i m ame nte relacionado com a pró pr i a e o s e u re co n h e c i me nto prév i o po de p er m i t i r q u e
d in â mi ca d e desenvolvime nto das sociedades. Re s u l ta as co mu n i dade s po s s am s e pre parar p a ra ev i ta r,
d a comb i na çã o de ame aças (eve ntos naturai s o u mi n i mi zar o u e nfre ntar e s s e s r i s co s , e ai n d a fa c i l i ta r o
te c n ol óg i cos) e condiçõe s de vulnerabilida de, qu e u s o rac i o n al de re c u rs o s do s eto r s aú de. A p reven çã o, a
e nvo l vem desde a s condições de vida das pop u l açõ e s pre paração e o pl an e j ame nto da re s po s ta e m i t i g a çã o
exp ostas à s i nsuf i cie ntes capacidades ou medidas para do s i mpac to s de s s e s eve nto s s o bre a po pu l a çã o, s ej a m
re d u z i r a s conseq uências negativas. Ou se ja, o r i s co e l e s de o r i ge m n at u ral , as s o c i ado s ao s ac i d entes com
d e d esa st res envolve o pote ncial ou probabili dade de pro du to s qu í mi co s pe r i go s o s o u radi o l ó gi co - n u c l ea res
q u e a comb i na çã o entre a ocorrência de uma ame aça s ão i mpre s c i n dí ve i s e co n s t i t u e m o bj eto de a t u a çã o d a
o u p e ri g o (nat ura l ou te cnológica) e as condi çõ e s de Vi gi l ân c i a e m S aú de A mbi e ntal .
v u ln era bi l i da de resulte em óbitos, lesões, do e n ças ,
O s de s as t re s po de m afetar a s aú de d e d i vers a s
inte rrup çã o de at i vidade s econômicas, dentre o u t ro s .
fo r mas , de nt re as qu ai s s e de s tacam:
Experiências recentes têm mostrado que desastres
○ Causar um número inesperado de mortes,
de origem natural têm aumentado em intensidade e
ferimentos ou enfermidades, que podem
frequência, podendo se apresentar em qualquer região
exceder a capacidade de resposta dos
do mundo. Observa-se ainda que ameaças relacionadas
serviços locais de saúde.
a fatores antrópicos, como exposição à radiação
ionizante e acidentes com produtos químicos também ○ Afetar os recursos humanos de saúde
podem expor as pessoas a riscos e impactar a saúde, comprometendo o funcionamento da
e de forma consequente o atendimento prestado pelos estrutura local de saúde.

98
○ Danificar ou destruir a infraestrutura de ○ Provocar movimentos populacionais, em
saúde local e equipamentos podendo busca de alimentos, fontes alternativas de
alterar a prestação de serviços de água, emprego, entre outros, podendo
rotina e ações preventivas, com graves acarretar riscos epidemiológicos.
consequências no curto, médio e longo
○ Aumentar a vulnerabilidade das pessoas
prazo, em termos de morbimortalidade.
devido a uma maior exposição às
○ Destruir ou interromper os sistemas de condições climáticas.
produção e distribuição de água, bem como
Com base nisto, a redução de riscos de desastres
dos serviços de drenagem, limpeza urbana
constitui uma das funções essenciais da saúde pública.
e esgotamento sanitário, favorecendo a
No marco de proposição das Funções Essenciais da Saúde
ocorrência e proliferação de doenças.
Pública (FESP), sistematizado em 2002, e atualizado em
○ Destruir ou interromper os serviços básicos 2012 pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS),
como telecomunicações, energia, represas, a Redução do Impacto das Emergências e Desastres em
subestações e meios de transportes, Saúde envolve:
aeroportos, rodovias, oleodutos e
1. O desenvolvimento de políticas, o planeja-
gasodutos, entre outras.
mento e a realização de ações de prevenção,
○ Provocar desastres secundários que mitigação, preparação, resposta e reabilita-
podem destruir ou danificar instalações e ção para reduzir o impacto dos desastres so-
fontes fixas (plantas industriais, depósitos bre a saúde pública.
de substâncias químicas, comércio de
2. Um enfoque integral com relação aos danos
agroquímicos, armazenamento em área
e a origem de todas ou cada uma das emer-
rural) ou móveis (transporte), ocasionando
gências ou desastres possíveis na realidade
rompimentos de dutos ou lagoas de
do País; a participação de todo o sistema de
contenção de rejeitos, vazamentos de
saúde e a mais ampla colaboração interseto-
substâncias químicas ou radioativas
rial e interinstitucional na redução do impacto
oferecendo riscos à saúde humana.
de emergências ou desastres.
○ Contaminação microbiológica devido a
Em 2005, do i s marco s i nte r n ac i o n a i s n a s Na ções
alagamentos de lixões e aterros sanitários.
Un i das refo rçaram a re du ção do r i s co d e d es a s t res
○ Aumenta o risco de enfermidades psicológicas co mo fu n ção e s s e n c i al da s aú de pú bl ica . O p r i m ei ro
na população afetada. n a Organ i zação Mu n di al da S aú de (O M S), co m a
aprovação do Re gu l ame nto S an i tár i o Inter n a c i o n a l
○ Provocar a dissolução de comunidades e
(R S I ) e de po i s o Marco de A ção de Hyo go, es ta b el ec i d o
famílias geradas pela migração, desemprego,
pe l a E s t raté gi a Inte r n ac i o n al de Red u çã o d os
perda do patrimônio e mortes de familiares.
D e s as t re s (E I R D) qu e pro põ e u m co n j u nto d e a ções
○ Causar escassez de alimentos, provocando para fo r tal e ce r a capac i dade de re du çã o d o r i s co d e
a redução do consumo e trazer graves de s as t re s . E s te aco rdo de u l u gar ao Ma rco d e A çã o d e
consequências nutricionais, nos casos de S e n dai , e s tabe l e c i do e m 2015.
desastres prolongados.

99
A n í vel naci onal , os primeiros registros encont rado s ○ Modelo de atuação para a Vigilância em Saú-
d a at uaçã o na área de desastre s no âm bi to da de Ambiental associadas aos Acidentes com
v ig i lâ nci a em sa úde ambie ntal, foi entre 19 99 e 2002, Produtos Perigosos (Vigiapp).
co m a cri açã o d o Núcle o de Re spostas Rá pi das a
Em e rgênci a s Ep i d emiológicas (Nurep), no âm bi to da
○ Modelo de atuação para a Vigilância em Saú-
Fu n a sa, form ad o por uma equipe multidis c i pl i n ar
de Ambiental associadas aos Desastres Natu-
i n st i tuí da p or meio da Portaria n.º 514, de 29 de
rais (Vigidesastres).
sete m bro d e 20 0 0.

Co m o novo Regulamento Sanitário Inte rn ac i o n al


( R S I ), em 20 0 5 foi instituído no âmbito da SVS o Ce nt ro O s t rê s mo de l o s pro pu s e ram u ma co n cep çã o d e
d e Informa ções E s tratégicas e m Vigilância e m S aú de Vi gi l ân c i a e m S aú de bas e ada n a ge s tão d o r i s co co m
(C Ievs), com a f unção de detectar surtos e eme rgê n c i as s e u s co mpo n e nte s de pl an e j ame nto, ge re n c i a m ento,
em sa úde púb l i ca para disse minar info r maçõ e s aco mpan h ame nto da evo l u ção do r i s co, mo n i to ra m ento
p a ra as resp ostas em saúde. Em 2 011 foi insti t u í da a e aval i ação das açõ e s , di r i gi da à re du ção d o r i s co, a o
D e c l ara çã o d e Emergê ncia em Saúde Pública (E s pi n) ge re n c i ame nto do de s as t re e à re c u pe raçã o d os s eu s
q u e pod e ter ori g em e m: (i) e pidemias; (ii) des as t re s ; efe i to s à s aú de h u man a.
e ( ii i) d esa ssi stência, conforme e stabele ce o D e c reto As e s t raté gi as o bj et i varam a proteçã o da
Pre si denci a l n. º 7.6 16 de 2 011, regulame nta do pe l a s aú de da po pu l ação co nt ra as co n s e quên c i a s d o s
Po rtari a M i ni steri al GM/MS 2 .9 5 2 de 2 011. de s as t re s , co n s i de ran do a magn i t u de do r i s co
A Vi gi l â nci a em Saúde Ambie ntal associada ao s para a defi n i ção das pr i o r i dade s , e re s p ei ta n d o a s
ri scos decorrentes de de sastre s (Vigide sastres ) i n i c i o u e s t r u t u ras o rgan i zac i o n ai s ex i s te nte s . D eve m es ta r em
su a s a t i vi da des em 2 003 e a partir de então de u i n í c i o co n s o n ân c i a co m as po l í t i cas e pro gramas n o â m b i to
à e l abora çã o de um Programa Nacional com di ret r i ze s da v i gi l ân c i a e m s aú de ambi e ntal e co m a s a çõ es
p a ra a s ações da s aúde ambiental em de sastre s . ar t i c u l adas pe l o s ó rgão s qu e i nte gram o S i s tem a
Nac i o n al de D efe s a Ci v i l (S I ND EC).
No i ní ci o de 2007 houve uma reestruturação e
u m a rel ei t ura d a atuação da saúde ambiental e m Em 2014, a organização da Vigidesastres passou
e m e rg ênci as e d esastre s e a partir de então fo ram a considerar duas categorias: desastres naturais
i nte grad as a s áreas de desastres de orige m n at u ral , e antropogênicos, além da agenda estratégica de
fa to res f í si cos e acide nte s com produtos pe rig o s o s . mudanças climáticas (Figura 27).

Co m essa i ntegração, o Programa Vigide s as t re s Os desastres naturais compreendem os hidrológicos:


p a ssou por a l g umas adaptações, pois apesar de s e r inundações e os deslizamentos, e os climatológicos:
u m a á rea i ntegra da os objetos de trabalhos são mu i to seca/estiagem, queimadas e incêndios florestais
e sp e cí f i cos. A pa rt ir de então o Programa pass o u a s e r Os desastres antropogênicos compreendem: químicos,
co m p osto por t rês mode los de atuação se ndo: biológicos, radiológicos e nucleares.

○ Modelo de atuação para a Vigilância em Saú-


de Ambiental associadas aos Fatores Físicos
(Vigifis).

10 0
Fi g ura 27 – Organização da Vigide sastres

VIGIDESASTRES

DESASTRES DESASTRES
NATURAIS ANTROPOGÊNICOS

HIDROLÓGICOS CLIMATOLÓGICOS FATORES FÍSICOS FATORES QUÍMICOS,


- VIGIFIS BIOLÓGICOS
E NUCLEARES
INUNDAÇÕES DESLIZAMENTOS SECA E QUEIMADAS - VIGIAPP
ESTIAGEM E INCÊNDIOS
RADIAÇÃO RADIAÇÃO
FLORESTAIS
IONIZANTE NÃO IONIZANTE

Fonte: DSAST E / SVS / MS, 2 0 2 1.

A a t uaçã o da Vigidesastre s baseia- se e s t raté gi a Na i mi n ê n c i a de u m de s as t re i n i c i a- s e o A l er ta e em


d e g estã o de r iscos, que integra ações de re du ção s e gu i da as pr i me i ras Re s po s tas , e s tas du a s fa s es fa zem
d o ri sco, ma nejo do de sastre e re cupe ração do s par te da etapa de Man e j o do de s as t re. A p ó s , h á o
seus efei tos (Figura 2 8) e uma de suas pr i n c i pai s pe r í o do de Re c u pe ração, co m as fas e s d e Rea b i l i ta çã o
caracterí st i cas é planejar e agir de forma inte rs eto r i al . e Re co n s t r u ção, e s tas deve m s e r de s envol v i d a s com
Nesse processo, condizente à proposta de o rgan i zação v i s tas para o u t ra etapa - a Re du ção de r i s co, o u s ej a ,
d a VSA, o ol har sobre o te rritório é e sse n c i al para me di das de Preve n ção, Mi t i gação e Prep a ra çã o p a ra
co nhecer o cenário existente, suas pote ncia i s ame aças u m próx i mo eve nto.
ou peri g os, bem como as vulnerabilid ade s nele
p resentes, al ém dos atore s e nvolvidos, gover n ame ntai s
e não g overname ntais, incluindo a co mu n i dade.
Pod e-se perceber que a ge stão de risco po r pro ce s s o,
co nf i gura -se co mo um ciclo de açõe s.

101
Fi g ura 28 – Etap as e fases da ge stão do risco de de s as t re s

MANEJO DO DESASTRE

TA
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REDUÇÃO DE RISCO RECUPERAÇÃO
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Fonte: adaptado de Fi o c ru z, 2 0 14 .

Pa ra auxi l i ar a imple mentação da Vigidesas t re s n o ○ Atuação do Setor Saúde em consonância


seto r sa úde, a CGVAM, envidou e sforços para dotar com a Agenda Internacional Pós-2015 para
o SU S da ca pa ci d ade ne cessária para o proce s s o de desastres e mudança do clima.
g e stão d o ri sco d e de sastres nas três e sfe ras de ge s tão
○ Garantia da participação do MS na agenda
d o S US . Assi m , foram priorizadas as e straté gi as ,
internacional (Mercosul, Unasul, Opas)
e sq u em at i za da s na Figura 2 9, que compõem açõ e s qu e
fo r n ecem subsí di o s técnicos e gere nciais, per mi t i n do ○ Subsidio à análise de situação e a tomada
co n h ecer o cená ri o de risco do País, realizar an ál i s e de decisão sobre saúde em desastres
d e sit uaçã o, ta nto prévia a atuação em situa çõ e s de elaborado e instrumentos para ampliar
d e sast res, com o durante e no processo de re cupe ração, a visibilidade às ações desenvolvida no
e sta bel ecer ações de ampliação da preparação das âmbito do SUS estabelecidos.
se c retari as d e sa úde, e m e special as dos mun i c í pi o s , ○ Manter estoque de kits de medicamentos e
a l é m d a ma nutenção de estoque s estratégicos . insumos estratégicos para atendimento aos
Co m o resul tad os das ações, podem ser listadas : municípios atingidos por desastres.

10 2
Fi g ura 29 – E st ratégias de fortale cimento d a capac i dade do S U S para at u ação e m de s as t re s

Fortalecimento da articulação
intersetorial e interinstitucional
Definição de mecanismos para
para ESP por desastres
divulgação das informações sobre
Definição de processo de análise de
ESP por desastres
situação de saúde para desastres

Manutenção de estoque estratégico


Orientar a atuação do SUS frente para atendimento aos municípios
ESTRATÉGIAS
aos desastres e apontar os atingidos por desastres
DO SUS PARA
municípios prioritárias para o
ATUAÇÃO EM
desenvolvimento de ações de
DESASTRES
prevenção, preparação e resposta

Ampliação do apoio às
Fortalecimento da Secretarias de Saúde para a
capacidade de atuação do preparação e resposta a
SUS em ESP por desastres desastres

Estabelecer e ampliar estratégia de atuação


harmonizada para preparação e resposta à
emergência em saúde pública por desastres

Fonte: DSAST E / SVS / MS, 2 0 2 1.

○ Ap oi ar a criação/impleme ntaçã o e ○ Monitorar, avaliar e divulgar os


forta l ecime nto dos Comitês de S aú de resultados do Plano Multirriscos
em Desastre s
○ Identificação dos municípios prioritários
○ Apoi ar e participar de capacitaçõ e s e para atuação do SUS frente aos
eventos desastres naturais

○ Elaborar Planos de Preparação e ○ Estratégia de análise de situação de


Resposta e dos Planos de contingência saúde para preparação e resposta a
para resposta à ESP desastres definida.

103
Fortalecimento da articulação intersetorial e esferas de gestão e, principalmente, a esfera municipal,
interinstitucional para ESP por desastres da capacidade necessária para se organizar para atuar
em emergência em saúde pública por desastres é um
dos caminhos para a redução dos danos.
At u ação do S etor Saúde e m co nsonância com a Age nd a
Inte rnacional Pós -20 15 para de sastres e mud a nça d o
G a ra nt i a da p a r t i ci pação do MS na a g en d a
clima
i nte r nac i o na l ( Me rco s ul , Una s ul e Opas)

A art i cul a çã o da agenda nacional de fortale c i me nto


O Mi n i s té r i o da S aú de é me mbro efet i vo d os b l o co s
d a cap aci da de d e atuação e m eme rgê ncia em s aú de
de i nte gração re gi o n al do Me rco s u l e Un a s u l e é
p ú b li ca por d esastres com as recome nda çõ e s e
me mbro das Naçõ e s Un i das , i n c l u i n do a OM S e Op a s .
d i ret ri zes i nternacionais possibilita uma harmo n i zação
d a s ações a serem adotadas nos Países e promove, n o
â m b i to d o setor saúde, a re dução da vulne ra bi l i dade
Merco s u l
da pop ul a çã o, dos profissionais de saúde e da
i nf raest rut ura d e saúde be m como a amplia ção da O Mercosul possuía a Comissão Intergovernamental

re si li ênci a . Isso resulta na re dução dos impacto s e do s de Gestão de Riscos e Redução da Vulnerabilidade do

d a n o s à sa úde uma vez que esse setor se tor n a mai s Mercosul e Estados Associados (CIGRRV), criada a partir

p re p a rad o pa ra atuar nessas situaçõe s. da necessidade de adoção de um novo conceito sobre


as intervenções em situações de desastres, priorizando
O processo de discussão e definição da Agenda
um modelo de atuação baseado na gestão integral
do Desenvolvimento pós-2015 se fortaleceu com a
dos riscos. No contexto geral, o objetivo do trabalho
Conferência Mundial para a Redução do Risco de
da CIGRRV era principalmente promover um espaço de
Desastres, realizada em março na cidade de Sendai,
reflexão, ação e respostas que permitiam uma gestão
no Japão. Vale destacar que os marcos internacionais
de riscos e redução da vulnerabilidade decorrentes de
da agenda pós-2015 fazem referências ao nível local,
desastres naturais, tecnológicos e biológicos em âmbito
a uma articulação clara das medidas a nível nacional/
regional de forma coordenada e harmonizada.
local e global/regional e ao reforço da importância da
Plataforma Global, Plataformas Regionais e Plataformas Co n s i de ran do qu e e s ta Co mi s s ão p a s s ou p or

Nacionais para a redução do risco de Desastres. Com a al te raçõ e s ao l o n go de s s e pro ce s s o, em 2 0 1 5 fo i

adoção do Marco de Ação de Sendai, a definição dos defi n i do qu e o s te mas re l ac i o n ado s à ge s tã o d e r i s co

Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e do Acordo de de s as t re s pas s ar i am a s e r t ratado n o â m b i to d a

de Paris, tornou-se necessário definir a nível nacional e Co mi s s ão Inte rgove r n ame ntal de S aú de A m b i enta l e

local, diretrizes e ações para promover a implementação S aú de do Trabal h ado r (Ci s at ).

desses compromissos em âmbito nacional, com objetivos


a curto, médio e longo prazo.
Un as u l
No contexto da atuação em desastres no âmbito do
A Rede de Gestão de Riscos de Desastres em Saúde
Sistema Único de Saúde, essa agenda subsidia a definição
da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) foi criada
de diretrizes para a gestão de risco de desastres no
por meio da Resolução 04/2012-CSS, e é coordenada
Setor Saúde. Nesse contexto, dotar o SUS, em suas três
pelo Ministério de Saúde do Peru em alternância com o

10 4
Ministério de Saúde do Chile. Sua criação realiza-se no e s pe rado s co m e s s e pl an o e nvo l ve m a ções a s erem
marco da política de contribuir com a consolidação de de s e nvo l v i das e o bs e r vadas n o s di ve rs os Pa í s es e s e
espaços de integração supranacional, tendo como objetivo apre s e nta co mo s u bs í di o n a pro po s ta de p l a n ej a m ento
a redução do risco e a resposta rápida e adequada em do Mi n i s té r i o da S aú de.
situações de desastres por meio de mecanismos que
gerem a ampliação dos recursos de saúde.
Definição de mecanismos para divulgação das
Para o perí odo de 2 017 a 2 02 2 foi elaborado o P l an o
informações sobre emergência em saúde pública por
Sul -Am eri cano de Riscos de Desastre s em S aú de qu e
desastres
co ntem pl a ações para harmonizar a p re paração
e resposta d e saúde e m situações de de s as t re s , e m
co nsonânci a com o que e stá e stabele cido n a A ge n da A divulgação das informações sobre saúde em desastres
Internaci onal de Dese nvolvime nto Pós-2 01 5. A s s i m, o que têm sido trabalhadas pelo Ministério da Saúde, é
Bra si l , com o os de mais Países que são me mbro s n o estratégica para orientar a população e profissionais de
Un asul , tem uma age nda de compromiss o s para o saúde que atuam na temática. Documentos orientadores
forta l eci mento da capacidade de atuaçã o n ac i o n al têm sido publicados e disponibilizados no site do
b em como a co operação re gional nessa tem át i ca. Ministério da Saúde, de forma a promover e proteger a
saúde de populações que podem ser afetadas, ou foram
afetadas por desastres.
Organi zação Pan-ame rican a da Saú de (Opas)
A s e gu i r, s ão l i s tado s o s do c u me nto s p u b l i ca d o s n os
O Plano de Ação para a Redução do Risco de Desastres
ú l t i mo s dez an o s s o bre a te mát i ca.
2016-2021 da Opas foi apresentado pelo Documento
CD55/XX, de 27 de junho de 2016, e trata-se de uma
referência que subsidia a atuação do Ministério da Saúde
no estabelecimento do planejamento interno para o
fortalecimento da capacidade de atuação em desastres.

O documento é o re sultado de lições apre n di das


n a i mp l em entação do Plano de ação para h o s pi tai s
seguros, executados no pe ríodo de 2 010-2015, e as
p ri ori da des i de ntificadas por 2 9 Países e te r r i tó r i o s
em um processo de consulta durante a re u n i ão
reg i ona l d e coordenadore s de desastres de s aú de
rea l i zad a em Manágua/Nicarágua, em o u t u bro de
20 1 5. Tem por objetivo forne cer aos Estados - Me mbro s
d a Orga ni zação Pan- Americana da Saú de (Opas )
u m q uad ro ope racional que forne ce orie ntação n a
i mp l em entaçã o de ações para a redução do r i s co
d e d esa st res no setor da saúde, para evi tar mo r te s ,
e nfermi da des, incapacidades e o impacto p s i co s s o c i al
d ecorrentes d e eme rgências e desastre s. Os re s u l tado s

105
Fo l de r o r i e ntaçõ e s p a ra o
Cartilha de orie ntação à t ratame nto i nt rado m i c i l i a r
população no período de da águ a de co n s u m o
ale rta de chuvas intens as h u man o e m s i t u ações d e
de s as t re s

Cartilha de orie ntaçõe s


básicas para ge stores
Car t i l h a: S ai ba co m o a g i r
e técnicos do SUS para
e m cas o de e n c h e ntes
situações de de sastres
associados a inundações

Folde r convívio social e Car t i l h a: S ai ba co m o a g i r


Autocuidado e m situaçõ e s e m cas o de e n c h e ntes -
de riscos e desastre s A br i go s

Folde r prevenção de
Fo l de r Le pto s pi ro s e: o q u e
doenças infe cciosas
é e co mo preve n i r ?
respiratórias

10 6
Manutenção de estoque estratégico para atendimento Fi g u ra 3 0 – Hi s tó r i co de di s t r i bu i çã o d e k i ts d e
aos municípios atingidos por desastres me di came nto s pe l o Mi n i s té r i o da S aú d e. Per í o d o d e
2011 a 2021*

Considerando a necessidade de organização do 16 0


Sistema Único de Saúde para atuar em situações de 1 51
140
desastres, o Ministério da Saúde criou uma Comissão, 1 28
120
por meio da Portaria n.º 372/GM/2005, que, dentre
10 0 104
outras ações, estabeleceu a composição de kits para
90
80
a prestação de assistência farmacêutica em situação 74
e desastres, conforme já estabelecido em outros 60 64
55
Países, o que culminou na publicação da Portaria GM/ 40 44
39
MS n.º 405, de 16 de março de 2005, que instituiu a 20 26
20
primeira versão dos kits de medicamentos e insumos 0
estratégicos para atendimento aos municípios atingidos 201 1 201 2 201 3 201 4 201 5 201 6 201 7 201 8 2 0 1 9 2 0 2 0 2 0 2 1

por desastres. Esses kits já passaram por reformulações Fonte: DSAST E / SVS / MS, 2 0 2 1.
para adequação às necessidades identificadas e, hoje, a (*) d a d o s p a rc i a i s.
norma vigente é a Portaria GM/MS n.º 874, de 4 de maio
de 2021, que altera a Portaria de Consolidação GM/ Ampliação do apoio às Secretarias de Saúde para a
MS n.º 1, de 28 de setembro de 2017, que dispõe sobre preparação e resposta a desastres
o kit de medicamentos e insumos estratégicos para a
assistência farmacêutica às UF atingidas por desastres.
Outra iniciativa adotada pela CGVAM foi a indução
O s k i ts de me dicamentos e insumos es t raté gi co s da criação de comitês, comissões ou organizações no
sã o comp ostos por 32 tipos de me dicame nto s e âmbito das secretarias estaduais e distrital de saúde.
16 i nsum os, e tem capacidade de atende r até 500 Tais estruturas de gestão foram pensadas para atuar
p essoa s por um pe ríodo de 3 mese s. Essa co mpo s i ção de forma oportuna, contínua e permanente. O objetivo
( i tens e qua nt i tativos) é e stabele cida conside ran do as central consiste na análise dos cenários de risco, com
n ecessi d ad es i dentificadas para assistênc i a à s aú de a identificação dos atores e das ações necessárias
d a pop ul a çã o atingida por desastre s, no âmbi to do para o território, mapeando os recursos disponíveis e
S U S, b em com o o pe ríodo previsto para a re c u pe ração necessários no setor para o atendimento de saúde, bem
d a p resta çã o dos se rviços de assistê ncia far macê u t i ca, como promovendo a articulação entre as diversas áreas
a os desab ri g ados e de salojados, com re c u rs o s da da saúde e de outros setores (defesa civil, assistência
p rópri a S ecretaria de Saúde. No período de 2011 a social, ambiental, dentre outros).
20 21 , fora m d i stribuídos 7 95 kits de med i came nto s ,
Atualmente, todas as UF possuem Comitês Estaduais
c u j a g estã o remete ao Vigidesastre s (Figura 3 0).
de Saúde em Situação de Desastres.

O Comitê é uma organização colegiada aberta, de cunho


deliberativo e consultivo, que reúne as áreas de atuação
do Setor Saúde Estadual, a fim de organizar e orientar
a sua atuação na prevenção, preparação e resposta
aos desastres de origem natural e antropogênicos

107
(resultantes de ameaças tecnológicas como os acidentes qu e to das as s e c retar i as de s aú de te n h am s eu s Com i tês
com produtos perigosos). Sua finalidade é organizar a i n s t i t u í do s e o s pl an o s de co nt i n gê n c i a el a b ora d os .
atuação do Setor Saúde, no âmbito estadual, com o A par t i r de e ntão, qu e a ar t i c u l ação e nt re tod os o s
intuito de consolidar e uniformizar as ações, por meio da s eto re s e nvo l v i do s e m u ma at u ação e m em erg ên c i a
proposição de medidas, que atendam os princípios do s e j a e s tabe l e c i da para a pro mo ção de u m a a g en d a
SUS, e que possibilitem a redução dos efeitos danosos fo r te de ge s tão do r i s co de de s as t re s .
ocasionados por desastres de origem natural ou
Is s o ex i ge u m co nt í n u o t rabal h o de mo n i to ra m ento
antropogênicos (decorrentes de ameaças tecnológicas)
e i n ce nt i vo para qu e s e di s c u ta a te mát i ca n a a g en d a
junto à população dos municípios. Cabe destacar que os
de gove r n an ça l o cal . Para i s s o, a di s po n i b i l i za çã o
objetivos dos comitês, podem ser listados como:
de mate r i al o r i e ntado r é e s s e n c i al para s u b s i d i a r a
at u ação l o cal .

1. Possibilitar a harmonização das ações


desenvolvidas pelo SUS em situações de desastres.
Estabelecimento e ampliação da atuação harmonizada
Evitar sobreposição das ações por diferentes
para preparação e resposta à emergência em saúde
atores dentro e fora do setor saúde.
pública por desastres
2. Maximizar a capacidade da atuação do SUS.
3. Fortalecer a articulação intra e interinstitucional
no contexto de desastres. A organização das ações de preparação e resposta
à emergência em saúde pública envolve a adoção de
medidas para estruturar os serviços de saúde para
No intuito de fazer um diagnóstico da situação
que seja capaz de atuar de forma oportuna. Nesse
atual da organização das Secretarias de Saúde para
contexto, além do planejamento, das capacitações e da
atuarem em desastres, periodicamente são realizadas
elaboração de planos é essencial que o desenvolvimento
reuniões técnicas, por meio de videoconferências com
das ações, nas diversas áreas da saúde, sejam
as Secretarias Estaduais de Saúde (SES) do Brasil, para
harmonizadas e observem condições específicas,
discutir os avanços na gestão de risco de desastres
conforme a singularidade de cada temática.
e os desafios para o fortalecimento da capacidade
de atuação da Secretaria de Saúde na preparação e Ne s s e s e nt i do, o e s tabe l e c i me nto do s P l a n os d e
reposta à emergência em saúde pública por desastres. Pre paração e Re s po s ta e do s P l an o s de Co nt i n g ên c i a ,
A análise de cada situação, ou cenário de cada qu e o bs e r vam as carac te r í s t i cas de cada t i p o l o g i a d e
estado, permitirá a proposição de estratégias para e me rgê n c i a, s ão do c u me nto s qu e t raze m a a b o rd a g em
o desenvolvimento das ações de gestão do risco de e s pe c í fi ca de cada pro bl e ma.
desastres no âmbito da saúde.

O processo de organização das secretarias de saúde Pl ano d e Re s p o sta às Em e rgê nci as e m Sa ú d e Pú b l i ca :


para atuar em desastres tem que ser fortalecido para o do c u me nto e s tabe l e ce a at u ação da SVS, d a esfera
que todas as secretarias que apresentem um cenário fe de ral do S i s te ma Ún i co de S aú de (S U S), n a res p os ta
de risco de desastres estejam preparadas para uma às e me rgê n c i as em s aú de pú bl i ca qu e s u p erem
atuação oportuna. a capac i dade de at u ação das e sfe ras es ta d u a l e
O pri nci p al d esafio é proporcionar condiçõe s para mu n i c i pal . O P l an o defi n e a i n s t i t u i ção de u m Cent ro

10 8
d e Opera ções de Emergência em Saúde (CO E- S aú de
ou Coes) como mecanismo de coorde n ação da
e merg ênci a e o Siste ma de Comando de Ope raçõ e s
P l an o de Co nt i n g ên c i a
(SCO) com o ferramenta para a sua organização. Para
po r In u n dação.
a efet i va çã o d o Plano devem ser observadas as açõ e s
d escri tas nos Planos de Contingê ncia, do c u me nto s
n o rtea dores p ara atuação em eme rgências de S aú de
Púb l i ca , conforme a tipologia do evento qu e de u
o r i g em a emergê ncia.

Plano de Resposta às
P l an o de co nt i n gên c i a
Emergê ncias e m Saúde
po r age nte s Q B RN.
Pública

Plan os de Contingência: são docume nto s qu e


d escrevem de forma clara e concisa os r i s co s , o s
a tores e suas re sponsabilidades para faze r fre nte a
P l an o de co nt i n gên c i a
u ma em erg ência ou desastre e te m como pre mi s s a
po r s e ca e e s t i ag em .
a si m pl i ci da de e objetividade, além de ser fl ex í ve l e
a da ptável . O Plano de contingência é e sp e c í fi co, o u
sej a, p ara ca da tipologia de e mergência deve s e r
e la bora do um plano de contingê ncia e se u pro ce s s o
d e const ruçã o s e gue uma lógica.
O G ui a de pre p a ra çã o e re s po stas do seto r sa ú d e a o s
Assi m , em con sonância com os objetivos do “P l an o de d e s a st re s apre s e nta a bas e meto do l ó gi ca e co n cei t u a l
Resp osta à s Emergências em Saúde Pública”, a CGVA M para au x i l i ar as s e c retar i as de s aú de n a el a b o ra çã o
e la borou os P l anos de Contingê ncias por In u n dação, de u m P l an o de Pre paração e Re s po s ta ( P P R) p a ra
p or Ag entes Q uímicos, Biológico, Radiológico e Nu c l e ar e me rgê n c i a em s aú de pú bl i ca po r d es a s t res . De
e por seca e e stiage m, que aprese ntam or i e ntaçõ e s fo r ma re s u mi da, po de - s e di ze r qu e o Gu i a a p res enta
e resp onsab i l i dade s para o dese nvolvi me nto das o r i e ntaçõ e s para e l abo ração do P P R q u e co ntem p l e
a ções d e resposta às ESP, conside rando as di fe re nte s o s o bj et i vo s , e s t raté gi as , açõ e s , i n s t i t u i çõ es o u á rea s
t i pol og i a s de e mergê ncias, bem com o fo r n e ce qu e deve m co mpo r e s s e s pl an o s , be m co m o s u a s
sub sí d i os e ori e ntação às demais e sfe ras de ge s tão do re s po n s abi l i dade s e, pr i n c i pal me nte, a ca p a c i d a d e d e
S istem a Úni co de Saúde. cada u m para a at u ação e m u ma e me rg ên c i a .

109
científica por meio do Projeto Multirriscos, parceria
estabelecida entre a CGVAM e o Cepedes/Fiocruz.
Guia de preparação
A pr i me i ra etapa do Pro j eto Mu l t i r r i s co teve
e respostas do setor
po r o bj et i vo re al i zar um di agn ó s t i co nacional
saúde aos de sastre s
da capac i dade de re s po s ta a de s as t res n a t u ra i s
(i n u n daçõ e s , de s l i zame nto e s e ca) e tec n ol óg i cos
(qu í mi co, radi o l ó gi co e n u c l e ar). E s s a de m a n d a teve
o r i ge m qu an do da di v u l gação, e m 2010, d o p r i m ei ro
re l ató r i o das capac i dade s bás i cas i n s tala d a s co m o
Já o G u ia de pre paração e re spo sta à eme rgê nci a c u mpr i me nto às ex i gê n c i as do Re gu l ame nto S a n i tá r i o
e m saú de pú blica po r inundação foi elaborado co m o Inte r n ac i o n al , re al i zado pe l o In s t i t u to de Saúde
o b j et i vo de nortea r a atuação das secretarias de s aú de Co l et i va da Un i ve rs i dade Fe de ral da B ahi a . Na q u el e
n o d esenvol vi mento de suas ações de pre paração e mo me nto o s re s u l tado s apo ntaram qu e o Bra s i l n ã o
re sp osta às i nundaçõe s. t i n h a capac i dade i n s tal ada para qu e o SU S a t u a s s e
e m s i t u açõ e s de de s as t re s . A par t i r de s s e d i a g n ós t i co
da Etapa 1 do Mu l t i r r i s co s , o Mi n i s té r i o da S a ú d e, p or
Guia de preparação e me i o da S e c retar i a de Vi gi l ân c i a e m S a ú d e a d otou
resposta à e mergê ncia di ve rs as me di das para a ampl i ação da s u a ca p a c i d a d e
e m saúde pública por de at u ação. D e nt re e l as , refo rço u - s e a a q u i s i çã o d e
inundação i n s u mo s e me di came nto s para e s to qu e e s t ra tég i co s ,
e s tabe l e ce u a D e c l aração de E S P I N e Fo rça Na c i on a l
do S U S, e l abo ro u o P l an o de Re s po s ta à ES P p o r
D e s as t re s e s e u s P l an o s de Co nt i n gê n c i as es p ec í f i cos ,
e m âmbi to Nac i o n al .

A s e gu n da etapa do Pro j eto Mu l t i r r i s co fo co u n a


e l abo ração de do c u me nto s n o r te ado re s co m foco
Fortalecimento da capacidade de atuação do SUS em
n as S e c retar i as E s tadu ai s e Mu n i c i pai s d e S a ú d e,
ESP por desastres
u ma vez qu e n ão é s u fi c i e nte a e sfe ra fe d era l d o S U S
e s tar o rgan i zada, i s s o pre c i s a c h e gar, pr i nc i p a l m ente,
Nesse processo de gestão do risco de desastres no ao s mu n i c í pi o s , qu e é o n de o eve nto o co r re e a l i q u e
âmbito do SUS, a CGVAM como parte de sua estratégia de s e u s i mpac to s ex i ge m re s po s ta i me di ata . Com i s s o,
preparação e resposta à emergência em saúde pública o s re s u l tado s o bt i do s fo i a e l abo ração d o Gu i a d e
por desastres, buscou a elaboração de documentos Pre paração e Re s po s ta à Eme rgê n c i a e m S a ú d e Pú b l i ca
norteadores, capacitação e treinamento e assessoria po r D e s as t re s , c u rs o s de ge s tão de r i s co d e d es a s t res
técnico-científica no intuito de subsidiar a organização e m u m co ntex to de s aú de, apo i o às S e creta r i a s d e
das Secretarias de Saúde para a preparação antecipada S aú de para a e l abo ração de P l an o s prep a ra çã o e
e a atuação oportuna nessas situações. re s po s ta fre nte à s i t u ação de e me rgê n c i a d e i nteres s e
em s aú de pú bl i ca em s i t u açõ e s de i n u n d a ções ,
Para isso, um dos mecanismos utilizados para ampliar
s e ca- e s t i age m e e me rgê n c i a qu í mi ca. E s s e t ra b a l h o
o alcance dessas ações foi a cooperação técnico-
de mo n s t ro u qu e co m o s do c u me nto s o r i enta d ores

110
e s ta bel eci d os e apoio técnico adequado é po s s í ve l o po r t u n a e m s i t u açõ e s de de s as t re s , ta nto n a t u ra i s
q ue ca da secretaria de saúde elabore s e u pl an o qu anto te c n o l ó gi co s , co nfo r me s e u ce n á r i o d e r i s co.
d e cont i ng ênci a e se organize para atuar de fo r ma

“ E n t r e 2 011 e 2 0 2 1 o co r r e r am d i f e re nte s de s astre s e e me r gê ncias no Bras il q ue re presenta ram


i m e n sos des af i os par a a Vi gi l ânc i a e m S aúde A mbie ntal (VSA ). Po r um l ado, de s astre s d e origem
natu r a l , como os o co r r i d os n a R e gi ão S e rrana (RJ ) e m 2011, a s e c a e ntre 201 2 e 201 7 no semiá rid o,
as g r a n d es c h e i as na A mazô n i a . Po r o utr o, de s astre s de o rige m te cno ló gic a , como os envolvend o
as ba r r ag e ns d e mi ne r aç ão da Sama r co e m 201 5 e da Val e e m 201 9, atingindo as bacias d os rios
Do c e e Pa r ao p e ba; o d e r r amame n to de pe tr ó l e o atingindo mais de 2 mil km o l ito ral brasileir o
em 2 01 9. E , e nt r e os c i tad os, e me r g ê ncias e m s aúde públ ic a e nvo lv e ndo arb ov ir os e s, como a d e
Z i ka e Mi c r o c e fal i a 2 015/2 016. Est e fo i um pe río do inte nso para a VSA e m te rmos de aprend iza d o
e fo rta le c i me nto das c apac i dad e s d e re s postas e nvo lv e ndo de s de os as pe ctos
e nvo lv e n d o o mar co l e gal ( De c r e to n.º 7 61 6 e Po rtaria n.º 2.9 5 2 so bre
e m e r g ê n c i as e m s aú d e p ú b l i c a e m 2 011 ) até à instal aç ão dos COEs como
espaços de a rt i c u l aç ão i n t r a e i nt e r se to rial nas re s postas aos de s astre s
e e m e r g ê n c ias. Imp o rtant e s co nq u i stas fo ram alc anç adas ne ste pe río do,
se nd o o ago r a o d e s af i o d e co nso l idá-l as e ampl iá-l as. “
Dr. Carlos Machado
Freitas
F iocruz

E stab el eci da e ssa estratégia de preparação e O s re s u l tado s do Pro j eto Mu l t i r r i s cos cont r i b u í ra m
resp osta no â mbito do SUS e analisando os re s u l tado s co m o fo r tal e c i me nto da capac i dade d e a t u a çã o d a s
a l ca nçad os, i dentificou- se que é ne cessá r i o ampl i ar t rê s e sfe ras de ge s tão do S U S n o de s e nvo l v i m ento d e
a cap aci da de de alcance de sse process o. O Bras i l açõ e s e s pe c í fi cas de pre paração para res p os ta a o s
p ossui 5. 570 municípios e, de sse s, mais da metade de s as t re s , po r t i po l o gi a de o co r rê n c i a , s ej a el a d e
sã o a t i ng i d os de forma recorre nte por de s as t re s o r i ge m n at u ral o u te c n o l ó gi ca.
e nvol vend o todos os e stados brasileiros.

111
Identificação dos municípios prioritários para atuação R i s co e A pre s e ntação de Pro po s ta de Inter ven ções
do SUS frente aos desastres naturais para Preve n ção de D e s as t re s", e m de s e nvo l v i m ento
pe l a S e c retar i a Nac i o n al de Prote ção e Defes a C i v i l
(S E D EC) e m parce r i a co m o S e r v i ço G eol óg i co d o
O Brasi l , com sua dime nsão contine ntal e u ma Bras i l (CP R M). E s s e pro j eto ai n da e s tá e m a n d a m ento
fe d e raçã o comp os ta por 5 .5 70 municípios distr i bu í do s e o Mi n i s té r i o da S aú de deve tê - l o co mo b a s e p a ra
e m 27 esta dos, a identificação de áreas pri o r i tár i as o de s e nvo l v i me nto da s u a defi n i ção de m u n i c í p i os
p a ra a a t uaçã o é essencial para a defi n i ção e pr i o r i tár i o s , u ma vez qu e al é m de de s l iza m ento s e
i m p lementa çã o políticas públicas, princip al me nte i n u n daçõ e s , també m abo rda s e ca e e s t i ag em .
a q u e l a s que envol ve ge stão de risco de de sas t re s .
O e s tabe l e c i me nto de u ma rot i n a de a n á l i s e d os
No contexto d a definição de municípios prio r i tár i o s dado s e i nfo r maçõ e s para i de nt i fi car o s m u n i c í p i o s
n o Brasi l , nem todos os municípios são ating i do s po r pr i o r i tár i o s para o mo n i to rame nto do s r i s cos q u e os
d e sast res. Da dos da Secretaria Nacional de Prote ção de s as t re s po de m t raze r para a s aú de, ta nto p a ra
e D efesa Ci vi l (S ede c) apontam que e m 2 0 ano s fo ram as açõ e s de v i gi l ân c i a qu anto para as de p rom oçã o
re g i s t rad os 3 1 . 90 9 de sastres afetando a vida de mai s e ate n ção à s aú de, na pre paração, res p os ta e
d e 96 mi l hões de pessoas e obrigando que mai s de re c u pe ração do s de s as t re s .
6 m il hões de p essoas de ixasse m suas re sidê n c i as .
Co n s i derand o os impactos diretos, ou seja, aqu e l e s
o co r ri d os i m ed i a tame nte após o desastre, fo ram Definição de processo de análise de situação de saúde
re g i s t rad os qua se 3,5 mil óbitos e 49 0 mil pe ss o as qu e para desastres
f i ca ram enferm as ou fe ridas.

Na di st ri b ui çã o ge ográfica dessas ocor rê n c i as ,


Estabelecer metodologia e rotina de análise de
o b se rva -se q ue essas ocorrê ncias se agrupam de
situação de saúde para emergência em saúde pública
fo r m a m ai s si g ni f i cativa na Região Norde ste, Su de s te,
por desastres é imprescindível para a definição de
p ri n ci p al m ente em Minas Gerais, e na re giã o Su l . O
estratégias de gestão do risco de desastres, subsidiando
m a i o r número d e registros é de eve ntos climato l ó gi co s
as ações de redução do risco, de manejo da emergência
( se ca e est i ag em), seguidos dos eventos hidro l ó gi co s
e recuperação dos seus efeitos. A identificação,
( i n u nd ações), g eofísicos e por último os mete oro l ó gi co s
descrição, priorização e explicação dos problemas de
( ra ios, ci cl ones e ve ndavais).
saúde associado aos desastres possibilita identificar
Ne sse cenári o, analisar essa distribu i ção e necessidades e determinar prioridades para a ação e
e sta bel ecer a s áreas e o período e m que deve s e a espacialização dessas ocorrências pode permitir a
refo rça r o moni toramento e a atuação nas ati v i dade s compreensão de sua dinâmica no território.
d e prepa raçã o e nas atividades de resposta é u m
D e nt re o s as pe c to s de an ál i s e de s i t u açã o, p od e- s e
d o s desa f i os. E ssa não é uma atividade simp l e s , u ma
de s tacar :
vez que perpa ssa por mais de 5 0% dos mun i c í pi o s
b ra sil ei ros em tod as as regiões do País.

Pa ra a uxi l i a r esse processo, foi e stabele cido o Pro j eto ○ Doenças transmitidas por vetores

Ma p e amento " Da dos e Análise da Vulne rabi l i dade ○ Alterações no comportamento da morbidade
a D esa st res Nat urais para Elaboração de Mapas de

112
○ Alterações ambientais decorrentes de um ao reestabelecimento da prestação dos serviços de
desastre saúde e ao acesso a serviços alternativos para reduzir
o risco de exposição da população, às notificações
○ Migração ou deslocamento de populações
dos Acidentes de Trabalho no Sistema de Informação
○ Alterações da densidade populacional de Agravos de Notificação (Sinan/MS), às orientações

○ Desarticulação ou inoperância dos serviços de prevenção de acidentes, doenças e agravos aos

públicos trabalhadores envolvidos no resgate. Em médio e longo


prazo, o Setor Saúde deve ampliar a sensibilidade
○ Interrupção dos serviços básicos essenciais
do sistema de atenção e vigilância para detectar
○ Doenças de transmissão hídrica situações de risco e intervir de forma oportuna, caso
seja necessário. Essas situações de risco podem ser
○ Estratégias para controle de surtos e epidemias
identificadas, por exemplo, pela observação do perfil
das queixas, sinais e sintomas que se apresentarão ao

Esses aspectos são considerados no processo de gestão longo do tempo nos serviços de saúde.

de risco de desastres que promovem a disponibilização Em 5 novembro de 2015 ocorreu o rompimento


de dados e informação para a preparação e resposta a da Barragem de Fundão localizada, localizada no
uma emergência em saúde pública. subdistrito de Bento Rodrigues, no Município de
Mariana, na Região Central de Minas Gerais, que
continha aproximadamente 50 milhões de m³ de rejeitos
Monitoramento e apoio aos municípios atingidos por de mineração e atingiu 35 municípios de Minas Gerais
rompimento de barragens e 3 do Espírito Santo. Este evento foi classificado como
desastre tecnológico e declarado estado de calamidade
pública no município de Mariana, sendo considerado o
O rom pi m ento de barrage m é um eve nto s ú bi to co m
maior desastre ambiental do Brasil e o maior do mundo
a l to potenci al de destruição, de causar traumas , ó bi to s
envolvendo barragens de rejeito, com efeitos que serão
e a gra vos à saúde humana alé m de compro mete r a
sentidos ao longo dos anos. No dia 25 de janeiro de 2019
i nf ra est rut ura para a pre stação dos serviços de s aú de.
houve o rompimento da barragem de rejeitos da mina
É um a t i pol ogi a de desastre que se cara c te r i za po r
de minério de ferro do Córrego do Feijão da Vale. Esta
seus i m pa ctos sobre as condiçõe s de vid a de u ma
barragem está localizada na bacia do ribeirão Ferro
co m uni d ad e, i nterfe rindo em processos a mbi e ntai s ,
Carvão, que é afluente do rio Paraopeba pela margem
soci ai s e econ ômicos que pode m cau s ar dan o s
direita, que por sua vez é afluente do rio São Francisco
i medi atos e també m alterações de curto, mé di o e
e um dos formadores do reservatório de Três Marias.
l o ngo p razos no meio em que se vive.
Co n s i de ran do o s pote n c i ai s i mpac to s q u e d es a s t res
No âmbito da saúde, tanto as ações de assistência
co m e s s as carac te r í s t i cas po de m cau s a r à s a ú d e d a
à saúde quanto as de vigilância em saúde são
po pu l ação, a re al i zação de e s t u do s e pi d em i ol óg i co d e
imprescindíveis para a prestação de serviços
mé di o e l o n go prazo, de nt re o u t ras açõ es d e s a ú d e,
adequados, conforme a necessidade das áreas
s ão re l evante s para e s s e t i po de o co r rên c i a :
atingidas pelo rompimento da barragem. Para os
impactos imediatos, os cuidados são direcionados ao
socorro e atendimento às vítimas diretas da ocorrência,

113
○ Ampliar a articulação com redes de estudos desastres, bem como na orientação às medidas
e pesquisas envolvidas na temática e necessárias a serem adotadas no período pós-desastre.
acompanhar os seus resultados.
Para a o rgan i zação das açõ e s de re s p o s ta a o s
○ Identificar e analisar marcos legais de s as t re s , fo i re al i zada a an ál i s e da s i t u a çã o d e
de regulamentação da atividade de
s aú de pe l as s e c retar i as de s aú de, o r i e nta d a s p el o
mineração sob a ótica da Saúde Pública
D SAST E , co m o o bj et i vo de s u bs i di ar a d ef i n i çã o d e
para propor alterações (rejeitos; material
açõ e s pr i o r i tár i as , tanto de ate n di me nto i m ed i a to
particulado, dentre outros).
qu anto para as açõ e s de as s i s tê n c i a e v i g i l â n c i a
○ Realizar estudos epidemiológicos para o pó s - de s as t re, co nfo r me pre co n i zado n a a va l i a çã o d e
acompanhamento da situação de saúde
dan o s e n e ce s s i dade s de s aú de.
da população atingida.
No de s as t re o co r r i do n o mu n i c í pi o de Ma r i a n a , o
○ Identificar e estabelecer áreas prioritárias
D SAST E apo i o u a v i gi l ân c i a da qu al i dad e d a á g u a
e “população sentinela” para estudo de
longo prazo, incluindo monitoramento para co n s u mo h u man o co m s u bs í di o l a b ora to r i a l
biológico e ambiental. para a re al i zação de an ál i s e s de metai s e p a râ m et ros
fí s i co - qu í mi co s , de fo r ma co mpl e me ntar à s a çõ es
○ Definir população “atingida”, conforme
de s e nvo l v i das n o s e s tado s de Mi n as G era i s e d o
objetivo do estudo (efeito imediato,
E s pí r i to S anto, n o i nt u i to de au x i l i ar n a ava l i a çã o d a
mediato e longo prazo) com ou sem nexo
causal; incluindo risco adicional. qu al i dade da águ a t ratada qu e e s tá s e n do d i s t r i b u í d a
para a po pu l ação.
○ Monitorar a população potencialmente
exposta, que tiveram seu modo de A l é m di s s o, e m deze mbro de 2015, o D SAST E env i ou
vida alterado, incluindo comunidades O fí c i o para as S e c retar i as de S aú de do s es ta d o s d e
tradicionais, extrativistas, dentre outras). Mi n as G e rai s e E s pí r i to S anto, co m o r i e nta çõ es d e

○ Realizar estudos e pesquisas com foco açõ e s a s e re m de s e nvo l v i das pe l a Vi gi l ân c ia em S a ú d e


em doenças e agravos potenciais: A mbi e ntal do s mu n i c í pi o s , j u ntame nte co m o es ta d o,
doenças infecciosas; doenças e i n c l u i n do a re al i zação de i n s pe çõ e s s an i tá r i a s n a s
agravos relacionados à exposição a E s taçõ e s de Tratame nto de Á gu a do s mu n i c í p i os q u e
substâncias químicas; doenças crônico- reto maram a captação de águ a n o R i o D o ce.
degenerativas; doenças mentais e
Em j u l h o de 2016 , o D SAST E par t i c i po u d a exec u çã o
transtornos psicossociais.
do “E s t u do s o bre o pe r fi l e pi de mi o l ó gi co da p o p u l a çã o
○ Realizar pesquisa sobre mecanismos
de B ar ra Lo n ga/ MG, em 2016 ”, co o rde n a d o p el o
de transporte de contaminantes em
Pro grama de Tre i n ame nto e m Epi de mi o l o g i a A p l i ca d a
situações de desastre por rompimento
ao s S e r v i ço s do S i s te ma Ún i co de S aú de ( Ep i S U S) . O
de barragem de rejeitos.
o bj et i vo do e s t u do fo i t raçar o pe r fi l e pi d em i ol óg i co
da po pu l ação do mu n i c í pi o po r me i o da a va l i a çã o d e
Desde a ocorrência dos eventos, a área técnica do fi c h as de ate n di me nto ambu l ato r i al , da e la b o ra çã o e
Vigidesastres, prestou assessoria técnica e apoio às apl i cação, apó s val i dação, de i n qu é r i to po p u l a c i on a l ,
Secretarias de Estado da Saúde de Minas Gerais e be m co mo au x i l i ar n a to mada de de c i s ão d os g es tores
Espírito Santo quanto a adoção de medidas para n as di fe re nte s e sfe ras de ge s tão.
a organização das ações de primeira resposta aos

114
E speci f i camente e m re lação ao desastre n o mu n i c í pi o
de Brum ad i nho foram re alizadas as s e gu i nte s
a ções: a va l i ação e monitorame nto da expo s i ção do s
t raba l ha dores envolvidos nas atividades d e bu s ca e
resg ate dos d esapare cidos; análise de dad o s da l ama
d e rej ei tos, d a qualidade da água para co n s u mo
h u m ano e dos agravos à saúde a partir das an ál i s e s
n o s ba ncos de dados disponíve is após u m an o do
d esa st re em Brumadinho; e a realização de e s t u do
d e a val i a çã o de risco à saúde humana, u t i l i zan do
co m o p remi ssa a metodologia da Age ncy fo r Tox i c
Substa nces a nd Disease Registry (ATSDR), do Ce nte r
for Di sea se Control and Prevention (CDC), n o s E s tado s
Un i d os, com adaptações à realidade da re gi ão
a t i ng i d a. Al g umas informações sobre o e nvo l v i me nto
i medi ato d o Ministé rio da Saúde no desas t re da Val e
p odem ser obt i das no Boletim Epidemiológi co E s pe c i al
– Um a no do d esastre da Vale.

Boletim espe cial: u m


ano do desastre da
Vale.

115
EMERGÊNCIAS EM
SAÚDE PÚBLICA

116
“ N os ú lt i mos anos s ão c ada vez mais cre sce nte s as e me r gê ncias e m s aúde públ ic a que
t i v e mos q u e e nf r e ntar tanto no nív e l lo c al , nacio nal , re gio nal o u glo bal . Também é
v er da d e q u e , c ada ve z mai s, aume ntamos o nosso co nh e cime nto po r me io das l ições
a p r end i das o bs e rvadas ap ós a re s posta a c ada e me r gê ncia . E po r isso, pre cis amos d e
p r o g r amas e d e partame ntos d e e me r gê ncias q ue s e jam fo rte s, com c apacidade de aprend er
d o pass ad o par a e nf r e ntar os d e s afios do futur o. Nunc a ante s s e avanço u tanto como
nos últ i mos 10 anos na ár e a d e e me r gê ncia do Ministé rio da S aúde . Não some nte pelo
q ua n ti tat i vo d e Ce n t r os d e Info rmaçõ e s Estraté gic as e m Vigil ância e m S aúde (Cievs)
f u n c i o nand o e m to d o o t e r r i tó r io nacio nal , mas pe lo pape l fundame ntal
q u e o De partame nto d e Eme r gê ncias te v e na co nstruç ão de
c a pac i da d e s, na art i c u l aç ão com se to re s para o po rtunizar re s postas
co o r d enadas, como tamb é m na i mpl e me ntaç ão dos cinco e l e me ntos
d e m a ne j o d e e me r gê n c i a: aval i aç ão de risco, pre v e nç ão e mitigaç ão,
p r e par aç ão, r e s p osta e re cupe raç ão.“
Dra. Maria Almiron
Op as - Brasil

qu e refo rçam a n e ce s s i dade de ampl i ar a ca p a c i d a d e


UMA BREVE INTRODUÇÃO AO TEMA de at u ação. Para i s s o, a Organ i zaçã o d a s Na ções
Un i das (O NU ) e s tabe l e ce u do c u me nto s n o r tea d ores
para s u bs i di ar a s e u s e s tado s - me mbro s a a d o çã o d e

O s i mp actos causados por uma Eme rgê n c i a e m


S a úde Pública (ESP), são direta e indi retame nte
inf l uenci a dos pe las condiçõe s de vuln e rabi l i dade
me di das para to r n ar o s Paí s e s me n o s v u l n erá vei s e
mai s re s i l i e nte s . D e nt re e s s e s do c u me nto s d es ta ca m -
s e o Re gu l ame nto S an i tár i o Inte r n ac i o n a l ( RS I), q u e
p resentes na á re a atingida bem como a capac i dade te m caráte r v i n c u l ante, e a E s t raté gi a Inter n a c i on a l d e
de resi l i ênci a instalada. A preparação prév i a e Re du ção de D e s as t re s (E I R D).
a r t i cul ad a d os ente s envolvidos nessa atuação, be m
Foi estabelecida ainda, no âmbito nas Nações Unidas,
como a cap acidade de mobilização, aval i ação de
uma Agenda de Desenvolvimento Pós-2015 que tem se
r i s co e resp osta rápida são e sse nciais para o co nt ro l e
apresentado como um desafio a seus Estados-parte e é
d e um evento com potencial de causar dan o s à s aú de.
composta de acordos que visam estabelecer compromissos
Nesse proces so, quando se avalia o ce n ár i o de de todos os Países membros da ONU. Dentre esses acordos,
e m erg ênci as e de sastres, muitas são as i n i c i at i vas os que influenciam diretamente a agenda de saúde em

117
emergências e desastres estão o Acordo de Paris para O po nto fo cal n ac i o n al para o R S I é a S ec reta r i a d e
mudança do clima, o Marco de Sendai e os Objetivos do Vi gi l ân c i a e m S aú de do Mi n i s té r i o da S aú d e.
Desenvolvimento Sustentável (ODS).
O Marco de S e n dai para a Re du ção d o Ri s co d e
E sses m arcos internacionais apontam para a D e s as t re s (2015-203 0) te m po r o bj et i vo p reven i r
n e ce ssi d ad e de os Países investire m na ado ção de n ovo s r i s co s e re du z i r o s r i s co s ex i s te nte s p or m ei o d a
m e d id as q ue a m pl ie m o potencial de atuação o po r t u n a i mpl e me ntação de me di das i nte grado ras e i n c l u s i va s
p o r m ei o do d esenvolvimento de capacidade s bás i cas e m n í ve l e co n ô mi co, e s t r u t u ral , l e gal , s o c i a l , d a s a ú d e,
p a ra preveni r, se pre parar, re sponder e se recu pe rar de c u l t u ral , e du cac i o n al , ambi e ntal , te c n o l ó g i co, p ol í t i co
u m a emergênci a ou desastre. O foco é reduzir o r i s co, e i n s t i t u c i o n al , para preve n ção e re du ção d a ex p os i çã o
ta nto p or mei o de ações preventivas e de preparação a pe r i go s e v u l n e rabi l i dade s a de s as t re s , a u m enta r
q u a nto p or m ei o d e resposta e recuperação adequ adas . o grau de pre paração para re s po s ta e rec u p era çã o
e as s i m refo rçar a re s i l i ê n c i a. Para i s s o, es ta b el ece
O Reg ul a m ento Sanitário Inte rnacional (RSI ) te m po r
qu at ro pr i o r i dade s de ação e m n í ve l l o ca l , n a c i on a l ,
o b j et i vo m el horar a capacidade dos Paíse s de d ete c tar,
re gi o n al e gl o bal s ão :
a va li ar, not i f i car e inte rvir perante eve ntos que po de m
a p re sentar ri scos de propagação internacio n al n o
i nt u ito d e p reveni r, prote ge r, controlar e dar re s po s ta
○ Ampliar a percepção sobre risco de desastres.
d e saúd e púb l i ca contra a propagação de doe n ças e
a g ravos. O Brasi l , como País signatário, tem de nt re as ○ Fortalecer a governança na gestão do
su a s resp onsab i l i dade s: risco de desastres;

○ Investir na redução do risco de desastres


em prol da resiliência;
○ designar ou estabelecer um ponto focal
nacional; ○ Melhorar a preparação face a desastres para
○ fortalecer e manter a capacidade para uma resposta efetiva, e "reconstruir melhor”
detectar, notificar e responder rapidamente (Build Back Better) na fase de recuperação,
aos eventos de saúde pública; reabilitação e reconstrução.

○ responder às solicitações de verificação de


informação com respeito ao risco para a
No e sfo rço para me l h o rar a capac i da d e d e a g i r
saúde pública;
da s aú de e m s i t u açõ e s qu e ex i j am u m a a t u a çã o
○ avaliar os eventos de saúde pública ao aplicar co o rde n ada, a O MS, apó s e nfre ntar di ve rs o s p rob l em a s
o instrumento de decisão e notificar à OMS, no co m e me rgê n c i as e m s aú de pú bl i ca (e p i d em i a s e
prazo máximo de 24 horas, todos os eventos de s as t re s ), e m e s pe c i al o man e j o da e p i d em i a d e
que podem constituir uma emergência de e bo l a de 2015 n a Áfr i ca, co n c l u i u pe l a n e ce s s i d a d e d e
saúde pública de importância internacional; e refo r mu l ar o s e u mo de l o de re s po s ta à em erg ên c i a
○ proporcionar inspeção sistemática e atividades para po s s i bi l i tar u ma at u ação o po r t u n a . Com i s s o,
de controle em aeroportos internacionais, e s tabe l e ce u u m n ovo Pro grama de Emerg ên c i a s e
portos e passagens de fronteiras terrestres, D e s as t re s e re o rgan i zo u s u a e s t r u t u ra ad m i n i s t ra t i va
designadas para prevenir a propagação para po s s i bi l i tar u ma cade i a de co man do a d eq u a d a à
internacional de doenças. n e ce s s i dade de rápi da to mada de de c i s ão b em co m o

118
a col eta , a nál i se e apre sentação de informaçõ e s para da S aú de, 5 de c l araçõ e s de Eme rgê n ci a s em S a ú d e
sub si d i a r a a doção de me didas para pre paração e Pú bl i ca de Impo r tân c i a Inte r n ac i o n al – ES P II, confo r m e
resp osta à s emergê ncias e de sastres. pre co n i za o Re gu l ame nto S an i tár i o Inter n a c i on a l . No
Bras i l , de s de 2011 o bs e r va- s e o h i s tó r ico d e g ra n d es
A crescente d emanda sobre os se rviços de s aú de, e m
de s as t re s cau s ado s po r de s l i zame nto s , rom p i m entos
d ecorrênci a d a ocorrência de e mergê ncias e m s aú de
de bar rage n s e e pi de mi as , al é m da Pa n d em i a p o r
p úbl i ca (E S P), tem exigido inúmeros esfo rço s do s
cov i d-19 qu e afeta o mu n do i nte i ro (F i g u ra 3 1 ) .
Paí ses na gestão dos riscos às ESP. De sde 2009 até o s
d i a s de hoj e, j á foram feitas pe la Organização Mu n di al

Fi g ura 31 – Li nha do tempo conte ndo e mergê n c i as e m s aú de pú bl i ca n o Bras i l e n o mu n do

TERRORISMO – EUA
2001
World Trade Center
EPIDEMIA – CHINA
2002
SARS CORONAVÍRUS
DESASTRE – FRANÇA
2003
Onda de Calor
DESASTRE – ÍNDIA
2004
Tsunami
DESASTRE – EUA
2005
Furacão Katrina
DESASTRE – EUA
2006
Derramamento de Óleo Alasca
Publicação do
2007
Regulamento Sanitário Internacional
CONTAMINAÇÃO – CHINA
2008
Leite com Melamina
1ª ESPII – MÉXICO
2009
H1N1
DESASTRE – HAITI
2010
Terremoto
DESASTRE – JAPÃO
2011
Acidente nuclear Fukushima
MERS-COV
2012
Coronavírus
EPIDEMIA – CARIBE
2013 CONTAMINAÇÃO
Chikungunya 2ª ESPII 3ª ESPII
Oriente Médio Oeste da África FRANÇA
2014
Poliovírus selvagem Ebola Próteses Mamárias
DESASTRE EPIDEMIA – BRASIL
2015
BRASIL Zika Vírus 4ª ESPII
Américas
Mariana 2016
Zika Vírus e SZC
EPIDEMIA – BRASIL
2017
Febre Amarela
EPIDEMIA – BRASIL
2018
Sarampo
DESASTRE – BRASIL
2019
Brumadinho 5ª ESPII
Covid-19
2020
Coronavírus

Fonte: DSAST E / SVS / MS, 2 0 2 1.

119
A Resol uçã o N. º 5 88, de 12 de julho de 2 018 , t raz o Mi n i s te r i al G M/ MS N. º 2. 952, de 14 de dezem b ro d o
co n cei to de Em ergê ncia em Saúde Pública (ESP) co mo me s mo an o (F i gu ra 3 2).
si tu açã o que dem ande o emprego urge nte de me di das
D e s s a fo r ma, n o co ntex to das e me rgê n c i as b ra s i l ei ra s
d e p revençã o, controle e conte nção de riscos, dan o s e
e co m o apr i mo rame nto da at u ação do Vi g i d es a s t res ,
a g ravos à sa úde pública.
di s co r r i do n o capí t u l o ante r i o r, a SVS p erceb eu a
A s ações d e vi g i lância e pidemiológica adotadas n o n e ce s s i dade de s e apr i mo rar ai n da mai s o s p ro ces s o s
â m b i to do S i stem a Único de Saúde (SUS) e nco nt ram- de ge s tão das e me rgê n c i as e m s aú de pú b l i ca .
se p revi sta s na Lei 8.080/90 que, de acordo co m o ar t.
S a b e - s e q u e u m a a t u a çã o f ra g m e n ta d a , q u a n d o s e
6 º , § 2º, comp reen de m as
a b o rd a a re s p o s ta a e m e rg ê n c i a s e p i d e m i o l ó g i ca s
ações que proporcionam o o u d e s a s t re s , c u l m i n a n o e m p re g o d e m a i s re c u r s o s
conhecimento, a detecção ou d o q u e s e r i a n e ce s s á r i o e a i n d a n o r i s co d e u m
prevenção de qualquer mudança re s u l ta d o i n s a t i s fa tó r i o.
nos fatores determinantes e
Diante dos fatos mencionados acima, no ano de 2018,
condicionantes de saúde individual
o DSASTE propôs à SVS, um projeto de reestruturação
ou coletiva, com a finalidade de
da atuação das áreas técnicas desta secretaria para
recomendar e adotar as medidas
harmonização das ações e a ampliação da capacidade
de prevenção e controle das
de atuação do SUS em emergências epidemiológicas
doenças ou agravos.
e desastres. No ano de 2019, houve a estruturação da
Coordenação-Geral de Emergências em Saúde Pública, no
agora denominado Departamento de Vigilância em Saúde
REESTRUTURAÇÃO DA SECRETARIA DE Ambiental, do Trabalhador e Vigilância das Emergências
VIGILÂNCIA EM SAÚDE PARA ATUAÇÃO EM em Saúde Pública, publicado no Decreto n . º 9.795/2019.

EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA

A a t uaçã o oportuna é aquela que é de senvo l v i da


no m om ento ade quado com os re curs o s e a
a m p li t ude a dequa da para re duzir ao máximo o r i s co à
O A r t i go 3 9 do D e c reto n . º 9. 795 / 2 0 1 9,
co l o ca ao de par tame nto, e i nt r i n s e cam ente

sa ú de. Nesse contexto, no âmbito do SUS, é e s pe rado à Co o rde n ação - G e ral de Eme rgên c i a s

q u e o M i ni stéri o da Saúde atue com lideran ça e em S aú de Pú bl i ca (CG E MS P), as

p ro p orci one o apoio adequado às Se cretar i as de co mpetê n c i as de aval i ar e aco mpan ha r os

Sa ú de e i nst i t ui çõe s parce iras quando um eve nto i mpac to s à s aú de h u man a de co r re ntes d e

p ro p orci ona r i mp actos sobre a saúde e puder c u l mi n ar e me rgê n c i as e m s aú de pú bl i ca, be m co m o

e m u m a em erg ência e m saúde pública, que pod e te r e m ge r i r as pe c to s de v i gi l ân c i a re l ac i o n a d os

su a ori gem numa ocorrência de cunho epide mi o l ó gi co co m e me rgê n c i as e m s aú de pú bl i ca.

(d e n gue, chi k ung unya e zika, de ntre outras), de s as t re s


( n a t ura i s ou tecno lógicos) e de sassistência, co nfo r me
e sta bel ece o Decreto Pre side ncial N.º 7.6 16 , d e 17 de
n ovemb ro de 20 1 1 , regulame ntado por meio da Po r tar i a

120
Fi g ura 32 – Ti p o logias de e mergê ncias e m s aú de, co nfo r me o D e c reto n . º 7.6 16 / 2011

EPIDEMIAS DESASTRES DESASSISTÊNCIA

Apresente risco de disseminação Evento que configure Situação de Evento que, devidamente reconhecido
nacional emergência ou Estado de Calamida- mediante a decretação de situação
Seja produzidos por agentes infeccio- de Pública reconhecido pelo Poder de emergência ou calamidade
sos inesperados Executivo Federal e que implique pública pelo ente federado afetado,
Represente a reintrodução de doença coloque em risco à saúde dos
atuação direta na área de Saúde
erradicada cidadãos por incapacidade de
Pública;
Apresente gravidade elevada resposta das direções estadual,
Evento que supere a capacidade de
Extrapole a capacidade de resposta distrital e municipal do SUS.
resposta do nível local.
da direção estadual do SUS

Fonte: DSAST E / SVS / MS, 2 0 2 1.

ORGANIZAÇÃO DA COORDENAÇÃO-GERAL O Ce nt ro d e Info r m açõ e s Est ra té gi cas d e Vi g i l â n c i a


e m Sa úd e – Ci evs
DE EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA
O CI E VS fo i i n s t i t u í do at ravé s da Po r ta r i a n . º 3 0 d e

A CG E M S P é organizada nas áreas de D ete cção,


Moni tora me nto, Alerta e Re sposta at ravé s de 5
com ponentes:
07 de j u l h o de 2005. O CI E VS Nac i o n a l com p õ e u m a
re de mu n di al de al e r ta e re s po s ta con s t i t u í d a p o r
ce nt ro s di s t r i bu í do s e m to do o Bras i l ( Red e C IEVS)
c u j a fi n al i dade é a dete cção, mo n i to ra m ento, a l er ta
e re s po s ta de eve nto s co m pote n c i al d e s e tor n a rem
○ O Centro de Informações Estratégicas de Vigi-
Eme rgê n c i as e m S aú de Pú bl i ca.
lância em Saúde (Cievs)
O Ci evs o bj et i va a captação de n ot i fi ca çã o, m a n ej o,
○ A Rede Nacional de Vigilância Epidemiológica
an ál i s e de dado s e i nfo r maçõ e s e s t raté g i ca s rel eva ntes
Hospitalar (Renaveh)
à prát i ca da v i gi l ân c i a e m s aú de, be m co m o co n g reg a r
○ As Equipes de Pronta resposta: formada por me can i s mo s de co mu n i cação avan çado s .
integrantes do Programa de Treinamento em
No Bras i l , a SVS é o Po nto fo ca l Na c i on a l d o
Epidemiologia de Campo (EpiSUS)
Re gu l ame nto S an i tár i o Inte r n ac i o n al , e rea l i za a
○ A Vigilância em Saúde dos Riscos decorrentes i nte r l o c u ção co m a Organ i zação Pan - A m er i ca n a d a
de Desastres (Vigidesastres) S aú de e a Organ i zação Mu n di al da S aú d e.

○ O Programa de Formação em Emergências Pe r man e ce n do o seu e s co po de a t u a çã o j u nto


em Saúde Pública (Profesp) ao s e i xo s de dete cção, v i gi l ân c i a e res p os ta as

121
e m e rgênci a s em saúde (Figura 33). Na dete cção de aval i ação de mu dan ça do s ce n ár i o s da s d o en ça s ,
p ote nci ai s eventos de eme rgência e m saúde re al i za agravo s para e mi s s ão de al e r ta e co mu n ica çã o a t i va
a ident i f i ca çã o i mediata de potenciais ame aças , co m a Re de Ci evs , ge s to re s e P F R S I do s Pa í s es e O M S .
a t u a n do 24/ 7/ 3 65, por meio da adoção de intel i gê n c i a
e p id em i ol ógi ca, que oportuniza a captura de r u mo re s ,

Fi g ura 33 – Pa pel do CI EVS

Identificação imediata
Informação-
de potenciais ameaças,
ação-resposta
24/7/365

MONITORA-
Inteligência DETECÇÃO MENTO E
Planos de Respostas
epidemiológica DE EVENTOS RESPOSTA

REDE
CIEVS
Tempo de verificação VERIFICAÇÃO, COMUNICA- Emissão de alertas
oportuna AVALIAÇÃO DE ÇÃO DE nacionais e internacionais
EVENTOS RISCO

Avaliação de risco Painéis analíticos

Fonte: DSASTE/ SVS / MS, 2 0 2 1.

A Rede Nacional de Vigilância Epide m i o l ó gi ca


Ho s pitalar – Renave h co n h e c i me nto, a dete cção, a pre paração e a res p os ta
i me di ata às e me rgê n c i as em s aú de p ú b l i ca que
o co r ram n o âmbi to h o s pi tal ar. A Re n ave h é co n s t i t u í d a
Em com pl ementação às açõe s de d ete cção,
pe l o s Nú c l e o s Ho s pi tal are s de Epi de mi o lo g i a ( N H E),
m o n i toramento, a le rta e resposta às ESP re al i zada
i n s t i t u í do s no âmbi to do s h o s pi tai s e s t ra tég i co s
p e la Rede CIE VS, o Ministé rio da Saúde dis põ e da
v i n c u l ado s ao Mi n i s té r i o da S aú de. Su s o b j et i vos s ã o
Re d e Naci onal de Vigilância Epide miológica Ho s pi tal ar
e s qu e mat i zado s n a F i gu ra 3 4 .
( Re n aveh). A Portaria GM/MS n.º 169 4 de 23 .07. 21
( D O U d e 26/ 7/ 202 1 Seção I Pág. 142 ) ins t i t u i u a Os NHE que integram a Renaveh serão identificados
Re n aveh e a t ri b ui u à SVS a coordenação da re de, be m pelos gestores locais, mediante pactuação nas comissões
co m o def i ni u seu objetivo principal como per mi t i r o intergestores do Sistema Único de Saúde (SUS).

122
E ssas est rut uras são essenciais na oportu n i dade de ○ Capacitar os profissionais na construção dos
d etecçã o de al teração no padrão epide mio l ó gi co para seus fluxos de notificação, elaboração e ma-
a s doença s e agravos de notificação co mpu l s ó r i a, nutenção dos sistemas de busca ativa e passi-
p oi s são espaços altame nte e specia l i zado s e va, investigação e monitoramento.
e s t ra teg i ca m ente localizados para essa dete cção.
○ Capacitar os profissionais na organização do
E st udos i ndi cam que e ssas unidades são capaze s
processo de trabalho integrado aos setores
d e a nteci p ar de duas a três se manas o al e r ta de
estratégicos da unidade hospitalar e aos de-
o corrênci a d e doe nças e agravos num dad o te r r i tó r i o.
mais setores externos ao ambiente hospitalar.
No âmb i to d o Termo de Cooperação n.º 6 9/ 2011, fo i
○ Desenvolver metodologia que permita o trei-
rea l i zad o o I S i mulado Nacional de Surtos e m âmbi to
namento dos profissionais dos NHEs em de-
Hosp i ta l a r, cuj o objetivo primordial foi o tre i n ame nto
tectar e responder imediatamente e adequa-
d e col ab orad ores da Renaveh de todas as 26 U F e o
damente eventos de saúde pública no âmbito
Dist ri to Fed era l . A intenção do treiname nto e m ce nt ro s
hospitalar.
d e si mul açã o realística dos colaboradores d a Re n ave h
foi escl arecer e de senvolve r o conhecime nto e a prát i ca Pú bl i co - al vo : co o rde n ado re s e ap o i a d o res dos
d a Vi g i l ânci a Epidemiológicas e m âmbito Ho s pi tal ar NH E qu e de s e mpe n h am as at i v i dade s d e v i g i l â n c i a
( V E H), tend o por objetivos espe cíficos: e pi de mi o l ó gi ca h o s pi tal ar n o s h o s pi ta i s v i n c u l a d os
à Re n ave h . Para e s ta at i v i dade, fo ram co nt ra ta d o s ,
també m n o âmbi to do TC, profi s s i o n a i s q u a l i f i ca d o s
○ Capacitar os profissionais das NHEs na res- para exe c u ção, aco mpan h ame nto e d el i n ea m ento
posta imediata a eventos de âmbito hospita- do s e s t u do s de cas o a s e re m t ratado s d u ra nte s u a
lar. exe c u ção. O s e s t u do s de cas o e nvo l ve ra m os s eg u i ntes
cas o s : di fte r i a, s rag, me n i n gi te e s aram p o.

Fi g ura 34 – O bjetivos da Renaveh

Realizar busca ativa – Detecção


Alimentar Sistemas de e monitoramento de óbitos
Informações Nacionais infantil, fetal, materno e MIF

Estabelecer a Rede
de Núcleos Hospitalares
Realizar Investigação e busca Epidemiológicos, por meio de
Fortalecer a RENAVEH com
ativa de Doenças e Agravos de Unidades Sentinela, para apoiar
Unidades Sentinelas
Notificação Compulsória na detecção, monitoramento e
resposta imediata às
potenciais ESP

Fortalecer integração dos Avaliar protocolos clínicos para


Núcleos com a Rede CIEVS e a Doenças e Agravos de
Rede de SVO Notificação Compulsória

Fonte: DSAST E / SVS / MS, 2 0 2 1

123
Eq u i p es de Pronta Resposta: Pro grama de Tre in am e nto A s e qu i pe s de pro nta re s po s ta s ão co n s t i t u í d a s p o r
e m Epidemiologia de Campo – EpiSUS profi s s i o n ai s al tame nte qu al i fi cado s , co m co m p etên c i a
para i nve s t i gação de campo de eve nto s d e s a ú d e
pú bl i ca qu e po s s am ge rar s i t u ação de pe r ig o i m i n ente
O programa de Treinamento em Epidemiologia de
à s aú de o u s i t u ação de e me rgê n c i a e m s aúd e p ú b l i ca .
Campo – Field Epidemiology Training Program (FETP),
D e s s a man e i ra, a qu al i fi cação de s s as e qui p es d á - s e,
foi implantado pelo Centers for Disease Control
pr i n c i pal me nte, po r me i o do Pro grama de Trei n a m ento
and Prevention (CDC) para atender as crescentes
e m Epi de mi o l o gi a A pl i cada ao s S e r v i ço s d o S i s tem a
necessidades de investigar doenças infecciosas e outros
Ún i co de S aú de (Epi S U S), qu e é ofe r tado e m n o s s eu s
eventos de saúde pública nos Estados Unidos, bem como
t rê s n í ve i s , co m di fe re n ças e nt re aprofu n d a m ento d e
fortalecer a capacidade de resposta rápida e eficaz
co nte ú do, e te mpo de de di cação.
às ameaças de saúde, através de um treinamento de
epidemiologia de campo, fornecendo habilidades aos O Epi S U S fu n dame ntal , n a bas e da pi râm i d e, p o s s u i
seus treinandos, na coleta, análise e interpretação de a du ração de t rê s me s e s . A o fi n al do c u rs o, n o s
dados de maneira a embasar com evidências concretas ú l t i mo s mó du l o s o t re i n an do t rabal h a n a p ro d u çã o
a tomada de decisões sobre o evento investigado. No de re l ató r i o s té c n i co s de v i gi l ân c i a e m s a ú d e, com
mundo, até março de 2021, 86 Países e um total de bas e n a s u a pro po s ta de i nve s t i gação e a n á l i s e d e
75 programas são membros do Training Program in dado s re al i zada du rante o pe r í o do te ó r i co. O Ep i S U S
Epidemiology and Public Health (TEPHINET) global. i nte r me di ár i o po s s u i 56 4 h o ras , co m a du ra çã o d e 8
me s e s e é ofe r tado e m n í ve l de e s pe c i al iza çã o. Já o
No Brasi l , a est ratégia é o Programa de tre iname nto
Epi S U S avan çado é 100% pre s e n c i al , co m d ed i ca çã o
em ep i d emi ol og i a aplicada aos se rviços do SUS
i nte gral de 2 an o s (F i gu ra 3 5). O prof i s s i on a l é
( Ep i SUS), ond e se us profissionais tre inan do s e
fo r mado co mo e pi de mi o l o gi s ta de cam p o e p od e
su p e rvi sores, com põe as equipes de pronta- re s po s ta
co mpo r o s gr u po s de e s pe c i al i s tas para rea l i za r a p oi o
p a ra a i nvest i g ação de surtos. Para compo r e s s as
n as i nve s t i gaçõ e s de campo, qu an do n e ces s á r i o.
e q u i pes, os p rof i ssionais passam por 3 n í ve i s de
fo r m açã o, com base na oferta dos cursos. São e l e s : Fi g u ra 3 5 – Ní ve i s do Epi S U S
o Ep i S US f und ame ntal, o EpiSUS inte rmediár i o e o
Grupos de
Ep i SUS a vança do (Figura 35 ). A e stratégia bras i l e i ra,
Resposta
co m o out ras no mundo, possui um conceito pi rami dal Equipe

EpiSUS multiprofissional
d e trei namento e um nível de e specialistas, mante n do
Avançado
u m a est rut ura essencialme nte prática, e todos p o s s u e m 2 anos
EpiSUS
Dedicação
a p roxi m ad amente 75 % da sua carga horária de di cada Exclusiva
Intermediário
8 meses
à s a ti vi da des de campo (Figura 35 ). A e straté gi a de 544 horas
fo r m açã o dos G rupos e specializados de Res po s ta à
E S P – no topo d a e straté gia piramidal, cons i s te e m
u m a i nova çã o p ro posta no Brasil em 2 02 1, o n de o
o b j et i vo é reuni r os e gressos das turmas do Epi S U S EpiSUS
p a ra com por uma re de de e quipe s de pronta re s po s ta Fundamental
3 meses
m u lt i p rof i ssi ona l para atuar em diversas situaçõ e s de 180 horas

e m e rgênci a s, q uando acionada.


Fo nte : D SAST E / SVS / M S, 2 0 2 1 .

1 24
O Programa de Fo rmação e m Eme rgências e m Sa úd e A s fo r maçõ e s fo ram defi n i das co m i n i c i a t i va s em
Pública – Profe sp c u r to, mé di o e l o n go prazo, s e n do d es envol v i d a s
em fo r mato à di s tân c i a e pre s e n c ia l . Os c u rs o s
s ão grat u i to s e a ce r t i fi cação s e rá rea l i za d a p el a
Visando preparar os profissionais de saúde que atuam
S e c retar i a de Vi gi l ân c i a e m S aú de (SVS) d o M i n i s tér i o
diretamente ou indiretamente em Emergências em
da S aú de (MS). A pro du ção de s te s c u rs o s , b em co m o
Saúde Pública, buscando a melhoria da capacidade
a e s t r u t u ração da pl atafo r ma qu e o s al b erg a , ta m b ém
de detecção, verificação, avaliação, monitoramento,
t i ve ram apo i o pe l o Te r mo de Co o pe raçã o n . º 6 9 / 2 0 1 1 ,
comunicação de risco imediata, e resposta adequada
n a v i abi l i zação de co nt ratação de profi s s i o n a i s p a ra o
e integrada às emergências em saúde pública, no ano
s e u de s e nvo l v i me nto, be m co mo de prof i s s i o n a i s q u e
de 2020 foi estabelecida a proposta de Programa de
at u am n a mo n i to r i a, t u to r i a e co nte u di s ta s d o s c u rs o s .
Formação em Emergências em Saúde Pública (Profesp).
As fo r maçõ e s de ensino à di s tâ n c i a fo ra m
Essa iniciativa surgiu para compartilhar e atualizar
de s e nvo l v i das adotan do o fo r mato au to i n s t r u c i o n a l e
conceitos, metodologias e as melhores práticas para o
co m t u to r i al pe r mi t i n do qu e o s profi s s i o n a i s p o s s a m
fortalecimento e ampliação das ações de vigilância,
par t i c i par do s c u rs o s , n o me l h o r mo m ento ou co m
alerta e resposta aos profissionais envolvidos na vigilância
c ro n o grama pré - defi n i do, para re al i za rem os c u rs o s
relacionada às emergências em saúde em consonância
ofe r tado s . O s c u rs o s au to i n s t r u c i o n ai s p os s i b i l i ta rã o
com a Política Nacional de Vigilância em Saúde.
al can çar u m n ú me ro mai o r de profi s s i o na i s e for m a çã o
O s ob j et i vos espe cíficos do Programa de Fo r mação co nt i n u ada. O s c u rs o s co m t u to r i a s ão ofer ta d os a o
e m Em erg ênci as em Saúde Pública incluem : l o n go do an o, co m mo me nto s s í n c ro n o s e a s s í n c ron o s .
O s mo me nto s s í n c ro n o s e nvo l ve m at i v i da d es m ed i a d a s
po r fac i l i tado re s de apre n di zage m d i s t r i b u í d a s em
○ Compartilhar os conhecimentos básicos em e n co nt ro s pré - defi n i do s . O s mo me nto s a s s í n c ron o s
emergências em saúde pública (ESP). e s tão di s t r i bu í do s co nfo r me a di s po n i b i l i d a d e d os
al u n o s . O s co nte ú do s e s tarão di s po n í ve i s to d o s o s d i a s
○ Aprimorar o conhecimento da dinâmica
da s e man a, 24 h o ras , l o go o s par t i c i p a ntes p o d erã o
da gestão das ESP, que inclui a respos-
pl an e j ar s u a rot i n a de e s t u do s da fo r ma q u e a c h a rem
ta, reabilitação, reconstrução, mitigação,
mai s co nve n i e nte.
prevenção e resposta.
A e l abo ração do s co nte ú do s de fo r m a çã o p a r te
○ Elaborar Planos de contingência relacionados
de refe rê n c i as bi bl i o gráfi cas di s po n í vei s , a l ém d e
com riscos, mitigação e resposta.
refe rê n c i as i nte r n ac i o n ai s co mo a Org a n i za çã o

○ Definir metodologias práticas segundo Pan - A me r i can a de S aú de, Organ i zaçã o Mu n d i a l d e

níveis de resposta. S aú de (Opas / O MS), o u t ras agê n c i as e i n s t i t u i çõ es d a


s o c i e dade c i v i l . O s c u rs o s i nte gram a te o r i a e p rá t i ca
○ Estabelecer práticas de coordenação bas e ado n as ev i dê n c i as di s po n í ve i s j u nto com a s
intrassetoriais e intersetoriais. me l h o re s prát i cas e nt re pro ce s s o s de a p ren d i za g em
di re c i o n ado a at u ação profi s s i o n al , bu s ca n d o t ra zer a s
ex pe r i ê n c i as e n e ce s s i dade s do s co ntex to s em q u e o s
profi s s i o n ai s e s tão i n s e r i do s , val o r i zan d o s eu s s a b eres
prév i o s e s u a i n s e rção co mo s u j e i to s d o p ro ces s o d e

125
e n si n o e a prendizage m favore cendo uma po s t u ra Cu rs o B ás i co de Vi gi l ân ci a Epi dem i o l ó gi ca Ho s p i ta l a r
c r í ti ca ref l exi va durante a re alização dos curso s .

Os cursos possuem uma diversidade de recursos, como


E s te c u rs o po s s u i a du ração de s u a s s em a n a s ,
vídeos, ilustrações, textos, infográficos, fluxogramas
carga h o rár i a de 10 h o ras , e m fo r mato 100 % Ea D. Es tá
e estudos de casos. Após realizar a avaliação final e
e s t r u t u rado e m t rê s mó du l o s co mpo s to s p o r a u l a s
encerramento dos cursos, os participantes terão acesso
i nte rat i vas , de s e nvo l v i das po r profe s s o re s e s p ec i a l i s ta s
ao gabarito comentado, uma forma de favorecer a revisão
n a áre a. O ace s s o ao c u rs o é pro gre s s i vo, o u s ej a , é
e o aprofundamento dos assuntos trabalhados no curso.
n e ce s s ár i o as s i s t i r to do s o s co nte ú do s para a l ca n ça r a
Foi elaborado o espaço ColaboraDSASTE (www. co n c l u s ão. Di s po n í ve l e m: ww w.co l abo rads a s te. s a u d e.
colaboradsaste.saude.gov.br), que é um ambiente virtual gov. br/co u rs e / v i ew. ph p?i d=11
voltado para o trabalho colaborativo do Programa de
Formação em Emergências em Saúde Pública (Profesp)
do DSASTE/SVS/MS, atendendo as especificidades Cu rs o de Preparação e Res po sta às Em erg ê n c i a s e m
de suas Coordenações-Gerais: Vigilância em Saúde Saú de Pú bl i ca n o âm bi to do Si stem a Ún i co d e S a ú d e
Ambiental (CGVAM), Saúde do Trabalhador (CGSAT) e
Emergência em Saúde Pública (CGEMSP).
E s te c u rs o é u ma parce r i a e nt re a SVS, a Un i vers i d a d e
A pl ata form a foi instituída com o objetivo de c r i ar Inte r n ac i o n al da Fl ó r i da e a Organ i za çã o Pa n -
u m a rel açã o de colaboração, inovação, trein ame nto A me r i can a da S aú de. Te m du ração de 5 s em a n a s e
e a utoa prendi za gem com uso de podcasts , fó r u n s carga h o rár i a total de 41 h o ras , é fe i to a p a r t i r d e
p a ra d eb ates, vi de oaulas, questionários, pe s qu i s as te l as di n âmi cas qu e ar t i c u l am tex to, i mag en s e a voz
d e op i ni ão e conte údos dinâmicos. Esse ambi e nte do s co nte u di s tas . A o fi n al de cada mó du l o, o a l u n o
v irt u al foi possí vel por me io de uma platafo r ma també m co nta co m u ma s í nte s e apre s e nta d a p el a
Mo o dl e, um si stema de código aberto e gra t u i to, e A n a, u ma age nte co mu n i tár i a de s aú de. Co nteú d os
e stá hosp ed ad o no servidor do DataSUS/MS, s e n do co mpl e me ntare s po de m s e r e n co nt rado s n o p o r t fó l i o
a t u a li za do constanteme nte por uma e quipe té c n i ca de l i n ks també m di s po n i bi l i zado n a pl ata fo r m a . Es tá
e sp e ci a l i za da . At u almente, os cursos disponib i l i zado s di v i di do e m 5 mó du l o s e fo i pre parado e s p ec i a l m ente
sã o, o Curso d e Pre paração e resposta às eme rgê n c i as para profi s s i o n ai s qu e at u am n o s n í vei s : fed era l ,
e m S aúd e Públ i ca no âmbito do SUS e o Curso B ás i co e s tadu al e mu n i c i pal , e m di ve rs as áre as e s eto res
de Vi g i l ânci a Epidemiológica Hospitalar. O u t ro s e nvo l v i do s di retame nte ou i n di reta m ente na
c u rsos a i nd a estã o e m produção, tais como o Cu rs o preve n ção, pre paração e re s po s ta às Em erg ên c i a s
d e Forma çã o de t utores e m epide miologia de Campo, e m S aú de Pú bl i ca; S e u s mó du l o s s ão : Mód u l o I:
o Epi S US f unda m ental, o Curso de Comunicação de Int ro du ção a Eme rgê n c i a e m S aú de Pú bl ica ; Mód u l o
R i scos, Curso de emergê ncias biológicas, eme rgê n c i as I I : G e s tão de R i s co ; Mó du l o I I I : Pre para çã o p a ra
co m p l exa s, d ent re outros. Eme rgê n c i a e m S aú de Pú bl i ca; Mó du l o I V: Res p o s ta à s
Eme rgê n c i as e m S aú de Pú bl i ca; Mó du l o V: Ges tã o d a
Info r mação e Co mu n i cação e m Eme rgê n c i a em S a ú d e
Pú bl i ca. A ce s s ar : Cu rs o de Pre paração e Res p o s ta à s
Eme rgê n c i as e m S aú de Pú bl i ca n o âmbi to d o S i s tem a
Ún i co de S aú de (s au de.gov. br).

126
A plataforma ColaboraDSASTE é um grande avanço na
disponibilização de treinamento para todos os profissionais
de saúde que atuam nas áreas de Vigilância em Saúde
Ambiental, Saúde do Trabalhador e Emergências em
Saúde Pública. O objetivo é capilarizar conhecimentos,
práticas e saberes em um espaço colaborativo e de livre
acesso aos profissionais do SUS. É esperado que este
espaço forneça treinamento e informações que possam
impactar nos processos de trabalho dos profissionais
contribuindo para a institucionalização e aprimoramento
das práticas da vigilância em de forma integrada à rede
de serviços de saúde nas suas localidades onde atuam
e, em última instância, que estas práticas qualificadas
possam melhorar, em alguma medida, a saúde da
população brasileira. Em total atenção ao princípio
da descentralização do SUS, os cursos e conteúdos
seguem a orientação de serem disponibilizados em
formato que qualquer unidade de gestão do SUS, seja
estadual ou municipal, a qualquer tempo, dentro do seu
planejamento, possam organizar turma locais e aprimorar
os conhecimentos de seus profissionais de saúde.

Espaço Colabora DSASTE

127
SAÚDE DO
TRABALHADOR
HISTÓRICO, NORMATIVAS E POLÍTICA

H istoricamente, o início das articulações entre as


ações da assistência e da vigilância dos ambien-
tes e locais de trabalho, foram criados os Programas
“ O período dos últimos 10
anos é marcado positivamente
de Saúde do Trabalhador – PST, entre os anos 1984 e pela publicação da Política
1985. Esses programas envolveram a atuação interinsti- Nacional de Saúde do
tucional entre órgãos das Superintendências Regionais Trabalhador e Trabalhadora de
do Trabalho e Emprego – SRTE, Fundação Jorge Duprat 2012, documento de referência
Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho – FUN- da 4°Conferência Nacional
DACENTRO e universidades, com participação dos sin- de Saúde do Trabalhador e
dicatos, a valorização do conhecimento e saberes dos Trabalhadora em 2014, que
trabalhadores, dando visibilidade ao problema na so- em seu processo nacional de
ciedade (FREITAS; LACAZ; ROCHA, 1985; LACAZ, 1997). debates pré e pós-conferência
consolidam-se as coordenações
O s P ST era m na época uma tendê ncia m u n di al , i n -
estaduais da Rede Nacional
f l uenci a da por organismos internacionais, co mo a O I T,
de Atenção à Saúde do
a Org ani za çã o Mundial de Saúde – OMS e a O PAS,
Trabalhador (Renast), com a
q ue p reconi za vam ações de saúde ocup ac i o n al n a
implementação de diretrizes de
re de d e servi ços de saúde pública, desde a dé cada
ações de Vigilância em Saúde do
d e 1 970 “[ . . . ] quando a crise socioe conômica do s i s te -
Trabalhador em
m a ca pi tal i sta começava a atingir níve is al ar mante s”
( FR E ITAS ; LAC AZ; ROCH A, 19 85 ).

Um dos indicadores da efetividade dos PST sobre o



todo Brasil.

diagnóstico das doenças profissionais, foi o apareci-


mento das doenças ocultas, evidenciando verdadeiras
“epidemias”, com o aumento, tanto em termos relativos
como absolutos do número de doenças profissionais re-
gistradas pelas estatísticas da Previdência Social, no
período de 1985 e 1987 (LACAZ, 1992).

A Const i t ui çã o Federal de 1988 trouxe a s aú de e s e -


g ura nça no t rabalho como direito básico de to do s ,
Dr. Jorg e Hu et Mac h ad o
tanto nos amb iente s como durante os pro ce s s o s do
Fi oc ruz
t rab al ho (B R AS I L, 19 88). Determina também, qu e ao
S U S comp ete “executar as ações de saúde do t raba-
l ha dor” e “col aborar na proteção do me io ambi e nte,
n e l e com preendido o do trabalho”.

129
D o i s a n o s d e p o i s , a Le i Fe d e ra l n . º 8 .0 8 0 / 9 0, a Le i s e nvo l v i me nto de di fe re nte s abo rdage n s p a ra t ra ta r a
O rg â n i ca d a S a ú d e , d e f i n i u a s a ú d e d o t ra b a l h a d o r co mpl ex i dade do s at u ai s pro bl e mas de s aúd e n o Pa í s .
co m o u m
A Po r tar i a n . º 3 . 908 de 1998 e s tabe l e ce os p roce-
di me nto s para o r i e ntar e i n s t r u me ntal i zar a s a çõ es e

conjunto de atividades que se s e r v i ço s n o S U S . E s s e aparato l e gal i n s t i tu c i on a l i zo u


destina, através das ações de o di re i to à i nfo r mação s o bre a s aú de, o cont rol e s o-
vigilância epidemiológica e c i al , a re gi o n al i zação e a h i e rarqu i zação d a s a çõ es ,
sanitária, à promoção e proteção be m co mo a u t i l i zação do c r i té r i o e pi de mi o l ó g i co e d e
da saúde dos trabalhadores,
aval i ação de r i s co s n o pl an e j ame nto e ava l i a çã o d a s
assim como visa à rec uperação
açõ e s , v i s an do o e s tabe l e c i me nto de pr i o r i d a d es p a ra
e a reabilitação da saúde dos
trabalhadores submetidos aos a al o cação de re c u rs o s e para de s e nvo l ve r u m co n j u n -
riscos e agravos advindos das to de açõ e s de v i gi l ân c i a e de as s i s tê n c i a à s a ú d e d os
condições de trabalho. t rabal h ado re s (SA NTO S, 2001). O s pre s s u p o s tos b á s i -
co s qu e n o r te i am e s tas açõ e s s ão : a u n i vers a l i d a d e, a
e qu i dade e a i nte gral i dade das açõ e s , co ntem p l a n d o
A Le i p ro p õ e q u e o m u n i c í p i o, co o rd e n a n d o s u a s e u pl an e j ame nto e exe c u ção, n a pe rs pe ct i va d e u m
a t u a çã o co m a U n i ã o e o E s ta d o e a s e n t i d a d e s re - mov i me nto co n s tante e m di re ção à mu dan ça d o m o -
p re s e n ta t i va s d o s t ra b a l h a d o re s , d e s e nvo l va m a çõ e s de l o as s i s te n c i al para a ate n ção i nte gral , a r t i c u l a n d o
v i s a n d o à p ro m o çã o, p ro te çã o, re c u p e ra çã o e a re a - açõ e s i n di v i du ai s e co l et i vas de v i gi l ân c i a d a s a ú d e
b i l i ta çã o d o s t ra b a l h a d o re s . (Po r tar i a G M/ MS n . º 3 908, de 3 0 de o u t u b ro d e 1 9 9 8) .
Ca be enfa t i zar que e sta Lei conside rou o t rabal h o A s s i m, a co nfi gu ração da S aú de do Trab a l h a d or s e
co m o i m porta nte fator determinante/condicion ante da dá di retame nte n o âmbi to do di re i to à s aúd e, p rev i s to
sa ú de. Em seu a rtigo 6º , dete rmina- se que a re al i - co mo deve r do E s tado e co mpetê n c i a do SU S .
za çã o da s a ções de saúde do trabalhador s i gam o s
D e v i d o à a b ra n g ê n c i a d e s e u c a m p o d e a t u a ç ã o , a
p ri n cí p i os gerai s do SUS e re comenda, e specif i came n -
s a ú d e d o t ra b a l h a d o r a p re s e n t a c a rá t e r i n t ra - s e t o -
te, a a ssi stênci a ao trabalhador vítima de a c i de nte
r i a l (e n v o l v e n d o t o d o s o s n í v e i s d e a t e n ç ã o e e s f e ra s
d e t ra ba l ho ou p or tador de doe nça profission al o u do
d o S U S ) e i n t e r- s e t o r i a l (e n v o l v e n d o a P re v i d ê n c i a
t ra b al ho; a real i zação de e studos, pe squisa, aval i ação
S o c i a l , Tra b a l h o , M e i o A m b i e n t e , J u s t i ç a , E d u c a ç ã o ,
e co nt rol e dos ri scos e agravos existente s no p ro ce s s o
A g r i c u l t u ra , Tra n s p o r t e , I n d ú s t r i a e d e m a i s s e t o re s
d e t rab al ho; a i nfo rmação ao trabalhador, si n di cato s
re l a c i o n a d o s c o m a s p o l í t i c a s d e d e s e n v o l v i m e n t o) ,
e e mpresas sobre riscos de acidente s be m como re s u l -
e x i g i n d o u m a a b o rd a g e m i n t e rd i s c i p l i n a r e c o m a
ta d o s de f i sca l i za çõe s, avaliaçõe s ambie ntais, exame s
g e s t ã o p a r t i c i p a t i v a d o s t ra b a l h a d o re s . A s s i m , o d i -
a d m i ssi onai s, peri ódicos e demissionais, re sp e i tada a
re i t o à s a ú d e e à v i d a p a s s a p e l a t ra n s f o r m a ç ã o d o
éti ca (B R AS IL, 1 990).
p ro c e s s o d e p ro d u ç ã o e d e t ra b a l h o p a ra q u e d e i -
Co m b ase ni sto, afirma- se que a formulação de po - x e m d e s e r f o n t e d e a g ra v o s e d e m o r t e e s e j a m u m
l ít i cas púb l i cas de saúde, trabalho e me io am bi e nte, f a t o r d e p ro t e ç ã o e d e p ro m o ç ã o d a s a ú d e e d a v i d a
ex i g e um movi m ento constante de articulaçã o e nt re (BRASIL, 2006a).
a s á rea s que as compõe m a partir da inte gração de
co n cei tos i nerentes, seus modelos de atuação e o de -

13 0
O s C e n t r o s d e R e f e r ê n c i a e m S a ú d e d o Tr a b a l h a d o r d e v e m s e r c o m p r e e n d i d o s c o m o p o l o s i r-
radiadores, no âmbito de um determinado território, da cultura especializada subentendida na
r e l a ç ã o p r o c e s s o d e t r a b a l h o / p r o c e s s o s a ú d e /d o e n ç a , a s s u m i n d o a f u n ç ã o d e s u p o r t e t é c n i c o
e científico, deste campo do conhecimento. Suas atividades só fazem sentido se articuladas
aos demais serviços da rede do SUS, orientando-os e fornecendo retaguarda nas suas práticas,
de forma que os agravos à saúde relacionados ao trabalho possam ser atendidos em todos os
níveis de atenção do SUS, de forma integral e hierarquizada. Em nenhuma hipótese, os CRST
poderão assumir atividades que o caracterizem como porta de entrada do sistema de atenção.
Este suporte deve ainda se traduzir pela função de supervisão da rede de serviços do SUS, além
d e c o n c r e t i z a r- s e e m p r á t i c a s c o n j u n t a s d e i n t e r v e n ç ã o e s p e c i a l i z a d a , i n c l u i n d o a v i g i l â n c i a e
a formação de recursos humanos.

Po r tar i a n . º 1 .67 9 / 2 0 0 2

N a d é c a d a d e 2 0 0 0, a á re a t é c n i c a d e S a ú d e d o Com a avaliação da estratégia da primeira etapa de


Tra b a l h a d o r s e e s t r u t u ra n o M i n i s t é r i o d a S a ú d e , implantação da Renast, em 2005 foi publicada a Porta-
f o r m u l a n d o u m a p ro p o s t a d e c r i a ç ã o d e u m a re d e ria GM/MS n . º 2.437/2005 com a ampliação e fortale-
d e S T q u e , d o i s a n o s d e p o i s , s e r i a o f i c i a l m e n t e n o r- cimento da Renast. A ampliação aproximou as ações de
m a l i z a d a c o m o R e d e N a c i o n a l d e A t e n ç ã o I n t e g ra l à assistência e vigilância por meio das seguintes ativida-
S a ú d e d o Tra b a l h a d o r ( R e n a s t ) . A R e n a s t, e s t a b e l e - des: I - adequação e ampliação da rede de Centros de
cida por meio da Portaria n.º 1.679/GM/MS de 2002, Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest); II - in-
foi planejada com a função de disseminar as ações clusão das ações de saúde do trabalhador na atenção
d e s a ú d e d o t ra b a l h a d o r, d e f o r m a a r t i c u l a d a e n t re básica; III - implementação das ações de vigilância e
a s re d e s d o S U S (a t e n ç ã o p r i m á r i a , e s p e c i a l i z a d a e promoção em saúde do trabalhador; IV - instituição e
a l t a c o m p l e x i d a d e) . indicação de serviços de Saúde do Trabalhador de re-
taguarda, de média e alta complexidade já instalados,
A Porta ri a de criação da Re nast e stabe lece u a c r i a-
denominados de Rede de Serviços Sentinela; e V - ca-
ção, i ni ci al m ente, de 130 Centros de Referê n c i a e m
racterização de Municípios Sentinela em Saúde do Tra-
S aúd e do Tra balhador (Cere st), organizado s e m 6 mo -
balhador. Essa portaria amplia o número de Cerest para
d al i d ad es d e porte populacional, sendo 03 e s tadu ai s
200 e regulamenta as suas funções.
e 0 3 regi onai s, com programação de implantação pro -
g ressi va a té 20 04. Em 2005, a Portaria GM/MS n.º 1.125, trouxe os pro-
pósitos da política de saúde do trabalhador, estabele-
Em 2004, a portaria GM/MS n.° 777 estabeleceu a no-
cendo que todas as ações em saúde do trabalhador de-
tificação compulsória de 11 doenças e agravos e criou a
vem ser implementadas em todos os níveis de atenção
Rede Sentinela de Notificação compulsória de Acidentes
do SUS. A referida portaria também traz as diretrizes
e Doenças Relacionados ao Trabalho. Essa foi a primeira
que devem nortear essas ações de Saúde do Trabalha-
iniciativa da inclusão das ações de saúde do trabalhador
dor, que consideram a atenção integral à saúde dos
articulando assistência e vigilância em saúde.

1 31
trabalhadores, envolvendo a promoção de ambientes fo r m a e fe t i va n a p re s e r va çã o d o s d i re i to s s o c i a i s e d e
e processos de trabalho saudáveis, o fortalecimen- a çõ e s q u e g a ra n ta m s a ú d e , s e g u ra n ça e a m b i e n te s
to da vigilância de ambientes, os processos e agra- d e t ra b a l h o s a u d á ve i s .
vos relacionados ao trabalho, a assistência integral à
Em 2012 foi instituída a Política Nacional de Saúde
saúde dos trabalhadores e a adequação e ampliação
do Trabalhador e da Trabalhadora PNSTT (Portaria n.º
da capacidade institucional; a articulação intra e in-
1.823, de agosto de 2012). A PNSTT têm como finalidade,
tersetorial; o apoio a pesquisa e desenvolvimento de
a definição de princípios, diretrizes e as estratégias a
capacitações e recursos humanos, bem como a parti-
serem observados pelas três esferas de gestão do SUS
cipação da comunidade da gestão das ações de ST e
para “o desenvolvimento da atenção integral à saúde do
estruturação da Rede de informações em ST (BRASIL,
trabalhador, com ênfase na vigilância, visando a pro-
2005c). Neste mesmo ano, a Renast foi ampliada tendo
moção e a proteção da saúde dos trabalhadores e a re-
como principal objetivo a integração a rede de serviços
dução da morbimortalidade decorrente dos modelos de
do SUS, voltados à assistência, vigilância e desenvolvi-
desenvolvimento e dos processos produtivos”, a partir da
mento das ações de Saúde do Trabalhador.
identificação de trabalhadores e grupos vulneráveis por
Em 20 0 9, a p ortaria n . º 2 .7 2 8 trouxe nova am pl i ação meio de análise da situação de saúde do trabalhador.
d a Renast, p el a necessidade de ade quação a o Pac to
Pe l a Vi d a e em D efesa do SUS. Desde então, a Re n as t
p a ssou a i nteg rar a re de de serviços do SUS, po r me i o Para o SUS, a definição de trabalhador(a)
d e Cent ros d e Refe rência em Saúde do Trab al h ado r é: “homens e mulheres, independentemente
(Ce re st ) (G O ME Z; VASCONCELLOS; MACH ADO, 2018), de sua localização, urbana ou rural,
co m g estã o d a Coorde nação de Saúde do Trab al h ado r de sua forma de inserção no mercado
(Co sat ). Ai nd a em 2 009, a COSAT passou a inte grar a de trabalho, formal ou informal, de seu
e strut ura da S ecretaria de Vigilância em Saúd e co m a vínculo empregatício, público ou privado,
e strut uraçã o d o DSAST, passando a ser deno mi n ada assalariado, autônomo, avulso, temporário,
de Coordenaçã o-Ge ral de Saúde do Trab al h ado r cooperativados, aprendiz, estagiário,
(CG SAT), com sua s competências e açõe s estabe l e c i das doméstico, aposentado ou desempregado."
n a Portari a G M / MS n° 3.2 5 2 /2 009, posterio r me nte
su b sti t uí da pel a Portaria GM/MS n.° 1.378/2 013 .
Mai s re ce nte me nte, e m 2018, a Po l í t i ca Na c i o n a l d e
A CG S AT é re s p o n s á ve l p e l a : i . fo r m u l a çã o e i m p l a n -
Vi gi l ân c i a e m S aú de e s tabe l e ce u o co n ce i to d e Vi g i -
ta çã o d a s p o l í t i ca s e s ta b e l e c i d a s d e fo r m a p a r t i c i p a -
l ân c i a e m S aú de do Trabal h ado r e Trabal h a d o ra :
t i va e d e m o c rá t i ca p e l o C o n s e l h o Na c i o n a l d e S a ú d e ;
i i . i m p l e m e n ta çã o d a s re s o l u çõ e s d a s C o n fe rê n c i a s
Na c i o n a i s d e S a ú d e d o Tra b a l h a d o r, e m co o p e ra çã o conjunto de ações que visam
co m o s e s ta d o s e m u n i c í p i o s ; e i i i . n o r m a t i z a çã o d a promoção da saúde, prevenção
da morbimortalidade e redução
á re a d e S a ú d e d o Tra b a l h a d o r. Te m p o r m i s s ã o i n s t i -
de riscos e vulnerabilidades na
t u c i o n a l co o p e ra r co m o s e s ta d o s e m u n i c í p i o s n a ca - população trabalhadora, por
p a c i ta çã o té c n i ca d e g e s to re s , p ro f i s s i o n a i s d a re d e meio da integração de ações que
intervenham nas doenças e agravos
d e s e r v i ço s d o S U S e d e p rove r o s m e i o s p a ra ca p a -
e seus determinantes decorrentes
c i ta r o s m e m b ro s d o C o n t ro l e S o c i a l , d a s o c i e d a d e dos modelos de desenvolvimento, de
o rg a n i za d a e d a p o p u l a çã o e m g e ra l p a ra a t u a r d e processos produtivos e de trabalho.

13 2
A P N STT preconiza garantir a inte gralidad e n a ate n - de do t rabal h ado r n a as s i s tê n c i a e n as es t ra tég i a s e
ção à sa úde do trabalhador, que pressupõ e a i n s e r- di s po s i t i vo s de o rgan i zação e fl u xo s da red e.
ção d e ações de saúde do trabalhador em to das as
Para fo r tal e c i me nto da Re n as t, a P NST T p rop õe q u e
i n stâ nci a s e p o ntos da Re de de Ate nção à S aú de do
s e j am re al i zadas açõ e s de ST, n o te r r i tó r i o co r res p on -
S U S, medi ante articulação e construção co n j u nta de
de nte, e m cada n í ve l de ate n ção :
p rotocol os, l i nha de cuidado e matriciamento da s aú -

Aten ção Primária à Saúde:

○ reconhecer e mapear as atividades produtivas, identificando a população trabalhadora e seu perfil sócio ocupacional;

○ identificar os principais riscos ocupacionais, dando apoio social aos trabalhadores;

○ priorizar grupos de maior vulnerabilidade, identificando a relação com o trabalho nos problemas de saúde;

○ notificar os agravos relacionados ao trabalho no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan);

○ emitir relatórios e atestados médicos, incluindo o laudo de exame médico da Comunicação de Acidente do Trabalho
(CAT) quando pertinente;

○ realizar articulação com as equipes técnicas e os Cerest para apoio matricial sempre que necessário;

○ definir e implantar as condutas e manejos assistenciais, de promoção e de Visat;

○ realizar capacitação e educação permanente em saúde do trabalhador para as equipes da atenção primária em saúde.

Aten ção especializada e urgê ncia e e m e rgê nci a:

○ identificar e registrar a situação de trabalho, da ocupação (CBO) e do ramo de atividade econômica dos usuários
(CNAE);

○ identificar a relação com o trabalho e notificar o agravo no Sinan e no Sistema de Informações Hospitalares do SUS
(SIH) para os casos que requererem hospitalização;

○ preencher laudo de exame médico da CAT nos casos pertinentes;

○ acompanhamento pelas equipes dos Núcleos Hospitalares de Vigilância Epidemiológica (NHE);

○ encaminhamento para a rede de referência e contrarreferência, para fins de continuidade do tratamento, acompa-
nhamento e reabilitação conforme fluxo estabelecido;

○ articular com as equipes técnicas e os Cerest, sempre que necessário, para apoio matricial;

○ incluir conteúdos de saúde do trabalhador nas estratégias de capacitação e de educação permanente.

1 33
Q uand o ava l i amos o caminho percorrido, n o s ú l t i - ca evo l u i u para a pro mo ção e prote ção da s a ú d e d os
m o s 3 0 a nos, desde o estabe lecime nto da saú de do t rabal h ado re s e t rabal h ado ras . A F i gu ra 36 m o s t ra os
t ra b al had or com o uma das áre as prioritárias do S U S, pr i n c i pai s marco s da S aú de do Trabal h ad or d es d e a
o b se rva m os com o essa relevante áre a da saúde pú bl i - pu bl i cação da Co n s t i t u i ção Fe de ral de 198 8 .

Fi gura 36 – Li nha do te mpo conte ndo norma t i vas de i nte re s s e para a S aú de do Trabal h ado r n o Bra s i l

Portaria nº 3.120: Aprova


a Instrução Normativa
para a Vigilância em
Saúde do Trabalhador

Constituição federal: Portaria GM/MS nº 1.679:


Saúde e segurança no Estruturação da Renast
trabalho como direito no SUS, criação dos
assegurado de todo CERESTs; Portaria
trabalhador; GM/MS nº 656: Aprova
as normas para o Portaria Interministerial nº
Lei Orgânica da Cadastramento e 800: Publica o texto base da
Saúde: Inclui a saúde Habilitação dos Centros minuta de Política Nacional
do trabalhador no de Referência em Saúde de Segurança e Saúde do
âmbito do SUS; do Trabalhador – CRST Trabalho;

1988-1993 1998-2004 2005-2007


Portaria Interministe- Portaria GM/MS nº 777: Portaria GM/MS nº 1.125:
rial MPS/MT/MS/SAF Dispõe sobre os procedi- Dispõe sobre os propósitos
n.º 1: Institui Comissão mentos técnicos para a da Política de Saúde do
Interministerial de notificação compulsória Trabalhador para o SUS;
Saúde do Trabalhador, de agravos à saúde do
com o objetivo de trabalhador em rede Portaria GM/MS nº 2.437:
compatibilizar e serviços sentinela Ampliação e fortalecimento
implementar ações específica do SUS da Renast – 200 Cerest
sistêmicas de atenção
à saúde do Portaria GM/MS nº 1.956:
trabalhador Dispõe sobre a coordenação
das ações relativas à saúde
do trabalhador no âmbito
do Ministério da Saúde

13 4
Portaria GM/MS nº
2.728: Dispõe sobre a
Renast – Revogada
pela Portaria GM/MS
nº 1.378/2013; Portaria
GM/MS nº 3.252:
Diretrizes para
execução e financia-
mento das ações de
Vigilância em Saúde;
Portaria 2.728, de 11 Portaria Nº 1.823:
de novembro de 2009 Dispõe sobre a
(Consolidação Nº 3, Política Nacional de
2017), Instituídos os Saúde do Trabalhador
Cerest Municipais e da Trabalhadora

2009-2011 2012-2016 2020-2021


Portaria 2.978 de 15 Portaria MS/GM Portaria nº 2.309:
de dezembro de 2011. 3.435/2016: Amplia que altera a Portaria
Amplia para 2010 a para 215 o número de Consolidação nº
quantidade de Cerest total de Cerest 5/GM/MS, de 28 de
– 10 novos Cerest com setembro de 2017, e
prioridade para atualiza a Lista de
populações do campo Doenças Relaciona-
e da floresta das ao Trabalho
(LDRT)

Fonte: DSAST E / SVS / MS, 2 0 2 1.

1 35
Im porta nte ressaltar que o trabalho (ou sua au s ê n - n ante s S o c i ai s da S aú de pro po s ta e m 199 1 p o r Da h l -
c ia ) s ão determ i nantes e condicionantes para a s aú de gre n e W h i te h e ad de mo n s t ra o qu anto o t ra b a l h o es tá
e b e m-estar da população. A Figura 37 dos D ete r mi - n a ce nt ral i dade da s aú de h u man a.

Fi gura 37 – D eterminantes Sociais da Saúde

CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS,CULTURAIS E AMBIENTAIS GERAIS

Condições de vida e trabalho

Ambiente de Trabalho Desemprego

Redes sociais
e comunitárias

Educação Estilo de vida Água e esgoto


dos indivíduos
Idade, sexo e
fatores
hereditários

Produção agrícola Serviços sociais


de alimentos de saúde

Habitação

Fonte: adaptado de DA HLGREN; W H IT E H E AD,1991.

13 6
Para q ue as açõe s de ST sejam organizad as n o te r r i - A s s i m, a s aú de do t rabal h ado r deve s er u m a á rea
tó ri o, i ncl ui ndo o planejame nto, exe cução e aval i ação, t ran sve rs al e m to do s o s po nto s da R AS . Nã o o b s ta nte
é necessá ri o conside rar: ao s avan ço s , mu i to s s ão o s de s afi o s e nco nt ra d os p el a
ST n e s s e pe r í o do. A re l ação da Re n as t co m a s d em a i s
re de s do S U S ai n da n e ce s s i ta de fo r tal ec i m ento, b em
○ Construção social do processo saúde-doença co mo o pape l do s Ce re s t o u do s n ú c l e o s d e s a ú d e d o
dos trabalhadores. t rabal h ado r n o mat r i c i ame nto das açõ es e p l a n ej a -

○ Centralidade do trabalhador como sujeito me nto do S U S . O bs e r vamo s , ai n da, i m p o r ta nte d i fe-

da saúde. re n ça re gi o n al n a i mpl e me ntação da P N ST T q u a n d o


aval i ado s i n di cado re s de ST e a co be r t u ra d e Ceres t
○ Participação dos trabalhadores, controle so-
e m re l ação à o rgan i zação de bas e mu n i c i p a l a d ota d a
cial e comunidade em todas as etapas e ins-
pe l o S U S . O u t ro fato r de ex t re ma re l evâ n c i a p a ra a
tâncias das ações e serviços de saúde.
áre a de ST é a ar t i c u l ação i nte rs eto r i al , u m a vez q u e
○ Integralidade das ações e serviços de saúde as açõ e s de s aú de do t rabal h ado r devem s er es ta b e-
abrangem ações preventivas e curativas de l e c i das tanto pe l o s eto r s aú de, co mo ta m b ém p el o s
forma indissociável, porém com prioridade s eto re s de t rabal h o e prev i dê n c i a. E s s a rel a çã o ent re
para promoção e vigilância em saúde. o s t rê s s eto re s ai n da apre s e nta fragi l i d a d e em es p e-
c i al n as co mpetê n c i as de cada s eto r e a s con s eq u en -
○ Integração intra e intersetorial das políticas,
te s áre as de s o bre po s i ção de açõ e s . A s s i m , o s d es a f i os
práticas e saberes de saúde na perspectiva da
da áre a de s aú de do t rabal h ado r vão a l ém d a s com -
transversalidade.
petê n c i as exc l u s i vas do S U S, n e ce s s i ta n d o d e for tes
l aço s co m o s de mai s s eto re s .

Figu ra 38 – Organização Ce rests

Cobertura de um
Regional conjunto de municípios

Coordena os
Cerest estaduais
CEREST

Estadual Municipal

Cobertura de um
município

Fonte: DSAST E / SVS / MS, 2 0 2 1.

1 37
COMPONENTES DA SAÚDE DO prego e na precarização de vínculos empregatícios, am-
bientes e processos de trabalho, a premência pelo en-
TRABALHADOR tendimento do processo de saúde-doença nas relações
com trabalho se tornam essenciais de serem abordadas
por meio do fortalecimento na prevenção das doenças e

C o m os constante s avanços na implem e ntação


das p remi ssas da Constituições Federal e da Le i
Org âni ca d o S US, as açõe s de saúde do trab al h ado r
agravos e na promoção da saúde do trabalhador em in-
terface com o sistema produtivo, com ações articuladas
com outros setores e políticas públicas.
p a ssam p rogressi vamente de ações curativa s e re a-
b i li tat i vas, pa ra a impleme ntação de ações de pro - At u al me nte, a CG SAT e s tá o rgan i zada em á rea s d e

m o çã o e p revenção à saúde, tendo a vigilâ n c i a e m at u ação, co nfo r me apre s e ntado n a F i gu ra 3 9. Ca b e

sa ú de como ori entadora do modelo de atenção n o s de s tacar qu e a fo r ma de o rgan i zação da CGSAT ref l e-

te rri tóri os. E ssa re orientação conduz a CGSAT a re di - te a n e ce s s i dade de e s tabe l e c i me nto s de p roces s os d e

m e n si ona r sua s co mpetê ncias para ce ntrar suas açõ e s t rabal h o n o âmbi to Fe de ral , bu s can do poten c i a l i za r a

e m el a bora çã o d e políticas de saúde do trabal h ado r ate n ção para o s pro bl e mas e de s afi o s co ntem p o râ n e-

co m ba se na aná l i s e de situação de saúde, ampl i an do o s . D e s s a man e i ra, i n de pe n de nte da fo r ma com o ca d a

a s p rát i cas pa ra além da medicina do trabal h o e da e sfe ra de ge s tão do S U S s e o rgan i ze, o i m p o r ta nte é

sa ú de ocup aci onal. qu e as po l í t i cas de s aú de do t rabal h ado r s e j a m i m p l e-


me ntadas , e s pe c i al me nte co m a pac t u ação d a s a ções
Com novos desafios apresentados mundialmente no
n o s i n s t r u me nto s de ge s tão do S U S .
mercado de trabalho, nas relações de trabalho e em-

Fi g u ra 39 – E st rut u ra da Saúde do Trabalhado r e s e u s co mpo n e nte s , n o âmbi to da Co o rde n ação - G e ra l d e S a ú -


d e d o Trab al had or e da Trabalhadora

Vigilância das Doenças


Gestão da RENAST e Agravos Relacionados
ao Trabalho – VDART

CGSAT

Vigilância de Ambientes Educação, Comunicação


e Processos de Trabalho – e Informação em Saúde
VAPT do Trabalhador – ECISTT

Fonte: DSASTE/ SVS / MS, 2 0 2 1.

13 8
“ A saúde do trabalhador no SUS tem como base os preceitos da
Saúde Coletiva , que busc a explic ar o pr ocesso saúde-doenç a a parti r
do enfoque nos determinantes sociais da saúde, no qual as c ausas
sociais incidem nas condições de vida , de trabalho, de saúde e de
adoecimento. Nesse modelo as ações de pr omoç ão, pr oteç ão, vigilância
e assistência c aminham juntas na per spectiva da integralidade, da
interdisciplinaridade e da construç ão de ambientes de trabalho
saudáveis e segur os, c apazes de pr omover saúde e qualidade de vida aos
t rabalhadores. E é nesta per spectiva que foram estruturadas a Rede
Nacional de Atenç ão Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST) e a
Polític a Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (PNSTT).

A PNSTT enfatiza a Vigilância em Saúde do Trabalhador (Visat) como


c aminho para pr omoç ão da saúde e reduç ão da morbimortalidade na
populaç ão trabalhadora , tendo os eixos da vigilância dos ambientes
e pr ocessos de trabalho e da vigilância das doenç as e agravos
relacionados ao trabalho como estruturante das ações de
Visat. Para o planejamento das ações nos dois eixos
é essencial a realizaç ão da análise da situaç ão da
saúde do trabalhador, composta por informações
sobre o perfil pr odutivo e de morbimortalidade da
populaç ão trabalhadora afetada pela doenç a , o que
levou o DSASTE a priorizar e investir nessa área do
conhecimento na última déc ada . “
Kar l a Baeta

1 39
COMPONENTES DA VIGILÂNCIA
DA SAÚDE DO TRABALHADOR

GESTÃO DA RENAST
REDE NACIONAL DE
ATENÇÃO INTEGRAL À
SAÚDE DO TRABALHADOR
O p ro ce s s o d e co n s t r u çã o d a Re d e Na c i o n a l d e
Ate n çã o I nte g ra l à S a ú d e d o Tra b a l h a d o r ( Re n a s t ),
i n i c i a d a e m 2 0 0 2 , re p re s e n to u o a p ro f u n d a m e n to d a
açõ e s e m S aú de do Trabal h ado r prev i s tas n a Ren a s t,
deve m s e r de s e nvo l v i das de fo r ma de s ce nt ra l i za d a e
h i e rarqu i zada, e m to do s o s n í ve i s de ate n çã o d o S U S,
i n s t i t u c i o n a l i z a çã o e d o fo r ta l e c i m e n to d a s a ú d e d o abran ge n do açõ e s de as s i s tê n c i a, v i gi l ân c i a , p reven -
t ra b a l h a d o r n o â m b i to d o S U S , re u n i n d o a s co n d i çõ e s ção, pro mo ção e de re abi l i tação, i nte gran d o a red e d e
p a ra o e s ta b e l e c i m e n to d e u m a p o l í t i ca d e E s ta d o e s e r v i ço s do S U S . A co mpo s i ção da R E NAST p od e s er v i -
o s m e i o s p a ra s u a exe c u çã o, a r t i c u l a n d o : s u al i zada de fo r ma e s qu e mát i ca n a F i gu ra 40 a b a i xo :

○ A concepção de uma rede nacional, cujo eixo


integrador é a rede regionalizada de Cerest,
Fi g ura 40 – Co mpo n e nte s da Re n as t
localizados em cada uma das capitais, regi-
ões metropolitanas e municípios sede de po-
los das regiões de saúde, com a atribuição de
dar suporte técnico e científico às intervenções
integradas do SUS e de órgãos no campo da CGSAT
saúde do trabalhador.
Referências Coord.
○ As diretrizes para a implementação de polí- Estaduais, Estaduais,
regionais e regionais e
ticas estaduais e municipais que nortearão o municipais mun.
processo de elaboração dos Planos Estaduais
e Municipais de Saúde do Trabalhador, com a
inserção das ações de saúde nos instrumentos
de pactuação do SUS. Serviços de
RENAST CEREST
Atenção Estaduais,
○ Uma política permanente de formação de re- Vigilância em regionais e
Saúde mun.
cursos humanos, inserção do controle social
na elaboração das diretrizes políticas e finan-
ciamento de ações de saúde do trabalhador.
Serviços de Serviços de
Atenção Atenção
Os Cerest desempenham uma função de suporte técni- Especializada Primária à
Saúde
co, execução de formação permanente, coordenação de
projetos de assistência, promoção e vigilância à saúde dos
trabalhadores, no âmbito da sua área de abrangência. A
porta de entrada da Rede de Atenção à Saúde (RAS) é a
atenção primária. Desta forma, os Centros não devem ser Fonte: CGSAT/ DSASTE/ SVS / MS, 2 0 2 1.
entendidos como porta de entrada do SUS, constituindo-se
como centro articulador e organizador no seu território de O s C e re s t d eve m re a l i z a r a çõ e s d e v i g i l â n c i a e m
abrangência, das ações intra e intersetoriais de saúde do s a ú d e d o t ra b a l h a d o r, p a r t i c i p a r d a e l a b o ra çã o d e
trabalhador, assumindo uma função de retaguarda técni- p ro to co l o s , l i n h a s d e c u i d a d o e i n s t r u m e n to s q u e
ca e polos irradiadores de ações e práticas de vigilância e s t i m u l e m a i n te g ra l i d a d e d a s a çõ e s , e nvo l ve n d o a
em saúde, de caráter sanitário e de base epidemiológica. a te n çã o p r i m á r i a , e s p e c i a l i z a d a e a l ta co m p l ex i d a -

Co nforme preconizado e m suas bases le gai s , as d e , i n te g ra n d o o s s e r v i ço s d e s a ú d e e i m p l e m e n ta n -

142
d o a s a çõ e s n o s m u n i c í p i o s d o Pa í s . A t u a l m e n te , n o S e c re ta r i a s d e S a ú d e d o s e s ta d o s , d o D i s t r i to Fe d e ra l
B ra s i l , e s tã o i m p l a n ta d o s 2 7 C e re s t e s ta d u a i s e 1 8 2 e d o s M u n i c í p i o s , q u e te m co m o e s t ra té g i a a g a ra n t i a
C e re s t re g i o n a i s e m u n i c i p a i s , q u e a b ra n g e m 3 1 1 re - d a a te n çã o i n te g ra l à s a ú d e d o s t ra b a l h a d o re s , m e s -
g i õ e s d e s a ú d e . A Re n a s t é u m a re d e d e s e nvo l v i d a m o e m re g i õ e s d e s a ú d e q u e n ã o s e j a m co b e r ta s p o r
d e fo r m a a r t i c u l a d a e n t re o M i n i s té r i o d a S a ú d e , a s C e re s t ( F i g u ra 41 ) e q u a d ro 1 .

Figu ra 41 – Mapa da cobertura dos Cere s t, 2021

Fonte: CGSAT/ DSAST E / SVS / MS, 2 0 2 1.

1 43
O s Cerest p odem se r classificados de acordo co m a s u a abran gê n c i a, co nfo r me de s c r i to a s e gu i r.

Quadro 1 – C l a ss ificação dos Cere st

Ti pologia Ge stão Ab ra ng ê nc i a

E sta dua l / Di st ri to Fe de ral Se cretaria Estadu al de S aú de E s tado

Se cretaria Estadu al de S aú de Co n j u nto de mu n i c í pi o s pac t u ado s em C IB


Re gi onal
Se cretaria Mun i c i pal de S aú de Co n j u nto de mu n i c í pi o s pac t u ado s em C IB

Muni ci p al Se cretaria Mun i c i pal de S aú de

Fonte: CGSAT/ DSASTE/ SVS / MS, 2 0 2 1.

Competências comuns aos CEREST: tação das equipes para aplicação de proto-
colos e orientações técnicas para a atenção à
saúde do trabalhador.
○ Realizar ações de ST em seu âmbito de atua-
○ Prestar apoio matricial e institucional e reali-
ção (estadual, municipal ou regional).
zar, de forma complementar, ações de vigilân-
○ Participar do processo de planejamento do cia epidemiológica em saúde do trabalhador
SUS, inclusive na programação orçamentária e de vigilância de ambientes e processos de
financeira. trabalho, de maior complexidade, em articu-

○ Realizar análise de situação de saúde do tra- lação com as demais áreas da Vigilância em

balhador no território. Saúde e dos Cerest da área de abrangência.

○ Elaborar, participar e contribuir na construção ○ Monitorar e analisar sistematicamente os sis-

e análise de normas técnicas e legais de inte- temas de informação em saúde do SUS e ou-

resse à saúde do trabalhador. tros de interesse à saúde do trabalhador.

○ Desenvolver projetos estratégicos e estrutu- ○ Produzir notas técnicas e informes epidemio-

rantes para a produção de conhecimento e lógicos e desenvolver projetos específicos de

tecnologias que articulem ações de promo- comunicação e divulgação de informações.

ção, prevenção, assistência, reabilitação, pro- ○ Promover a incorporação da temática saúde


dução e comunicação de informações em vi- do trabalhador em projetos de formação pro-
gilância em saúde do trabalhador. fissional da rede SUS.

○ Prestar apoio matricial e institucional aos ○ Participar de fóruns e instâncias interseto-


serviços de saúde da Renast visando a im- riais de interesse à saúde do trabalhador,
plementação de linhas de cuidado e capaci- incluindo conselhos de saúde e CISTT, com

14 4
vistas ao fortalecimento da participação e ○ Participar de estágios e pesquisas com insti-
do controle social. tuições de ensino, representações dos traba-
lhadores e outras organizações.
○ Elaborar Plano de Trabalho Anual, identifican-
do ações, indicadores e metas para ser inse- ○ Realizar ações de prevenção de DART e pro-
rido na Programação Anual de Saúde dos es- moção em saúde do trabalhador.
tados, DF e municípios a ser desenvolvido em
○ Apoiar e participar de fóruns e instâncias in-
seu território de abrangência.
tersetoriais e de controle social.
○ Realizar ações de saúde do trabalhador, de
○ Capacitar os profissionais de saúde da Rede
vigilância epidemiológica de doenças e agra-
de Atenção à Saúde para identificar e atuar
vos relacionados ao trabalho e vigilância de
nas situações de riscos à saúde relacionados
ambientes e processos de trabalho em articu-
ao trabalho e no diagnóstico de DART em to-
lação com os componentes de vigilância em
dos os pontos da Rede de Atenção à Saúde.
saúde do respectivo estado e municípios.
○ Facilitar o desenvolvimento de estágios, tra-
○ Realizar inspeções sanitárias em saúde do
balho e pesquisa com as universidades locais,
trabalhador em situações de maior comple-
as escolas e os sindicatos, entre outros.
xidade, em caráter complementar, aplicando
nos casos necessários os procedimentos ad- ○ Participar, acompanhar e apresentar as ações
ministrativos (Vigilância/Fiscalização Sanitá- e situação de saúde do trabalhador nas reu-
ria, Termos de Visita, Notificação, Intimação, niões da Comissão Intergestores Regionais –
Auto de Infração, entre outros). CIR ou Comissão Intergestores Bipartite (CIB)
de sua área de abrangência.

○ Participar, acompanhar e apresentar as ações


e situação de saúde do trabalhador nas reu-
Competências complementares dos Cerest Regionais
niões da Comissão Intergestores Regionais –
e dos Municipais
CIR de sua área de abrangência.

○ Realizar inspeções sanitárias em saúde do


○ Realizar, conjuntamente com os municípios e trabalhador em situações de maior comple-
as regionais de saúde, a análise de situação xidade, em caráter complementar, aplicando
de saúde em seu território de abrangência. nos casos necessários os procedimentos ad-

○ Monitorar as condições de saúde dos traba- ministrativos (Vigilância/Fiscalização Sanitá-

lhadores e os riscos de seus processos produ- ria, Termos de Visita, Notificação, Intimação,

tivos em seu território. Auto de Infração, entre outros).

○ Promover apoio técnico-pedagógico ao(s)


município(s) de sua área de abrangência. No an o de 2011, h o u ve n ova ampl i açã o d os Ceres t

○ Atuar como referência técnica para as inves- co m a i mpl ação do s Ce re s t de n o mi n ado s co m o r u ra i s ,

tigações epidemiológicas de maior complexi- a par t i r do aco rdo de co o pe ração e nt re o M i n i s tér i o

dade, assim como em assistência direcionada da S aú de e a Co nfe rê n c i a Nac i o n al do s Tra b a l h a d ores

à elucidação diagnóstica. n a A gr i c u l t u ra (Co ntag), co n s i de ran do a s es p ec i f i c i

1 45
d a d es d a p opul ação e conomicame nte ativa do campo
e d a f l oresta em re lação às açõe s de saúde. Fo ram
2. Novas al te r n at i vas de ate n ção à s a ú -
h a b il i tad os 1 0 novos Ce rest regionais, de ge stã o mu n i -
de do s t rabal h ado re s
c ip a l , q ue ab rang em dive rsos municípios de carac te -
rí sti ca econôm i ca r ural, possuindo dentre suas co mpe - 3. Po l í t i ca n ac i o n al de s aú de e s e g u ra n -
tê n c i a s e p ri ori da de s as ações de promoção, preve n - ça do s t rabal h ado re s
çã o, vi gi l â nci a , d i agnóstico, tratamento e re abi l i tação
d a sa úde dos t ra balhadore s do campo e da fl o re s ta.

A 2 ª C N S T, o c o r re u e m m a rç o d e 1 9 9 4 , p o r re -
c o m e n d a ç ã o d a I X C o n f e rê n c i a N a c i o n a l d e S a ú -
d e / 1 9 9 2 , e t e v e c o m o t e m a c e n t ra l “ C o n s t r u i n d o u m a
Instrumentos da Gestão da RENAST P o l í t i c a d e S a ú d e d o Tra b a l h a d o r ” e c o m o t e m a s
c o m p l e m e n t a re s : D e s e n v o l v i m e n t o , M e i o - A m b i e n t e
e S a ú d e ; C e n á r i o d e S a ú d e d o Tra b a l h a d o r d e 1 9 8 6
Conferências Nacionais de Saúde do Trabalhador a 1 9 9 3 e P e r s p e c t i v a s ; e E s t ra t é g i a s d e A v a n ç o n a
C o n s t r u ç ã o d a P o l í t i c a N a c i o n a l d e S a ú d e d o Tra -
b a l h a d o r. E s t e s t e m a s f o ra m a p re s e n t a d o s p o r m e i o
A s Conferênci a s Nacionais de Saúde do Trabal h ado r de exposição ampla e diversificada, contando com
(C NST) exercem um importante papel na form u l ação a e x p re s s ã o d e re p re s e n t a n t e s d e g r u p o s e c l a s s e s
d e p ol í t i cas púb l i cas e na articulação de órg ão s go - d e p o d e r d i v e r s o s . N e s s e e v e n t o f o ra m d e f i n i d a s a s
ve rn amenta i s e não- gove rname ntais, possibi l i tan do l i n h a s e e s t ra t é g i a s d e i m p l e m e n t a ç ã o d a P o l í t i c a
d e b ates nortea res e a concretização de propos tas i n o - N a c i o n a l d e S a ú d e d o Tra b a l h a d o r.
va d ora s, em esp ecial no âmbito da formação, capac i -
A 3 ª C N S T, re a l i z a d a e m n o v e m b ro d e 2 0 0 5 , t e v e
ta çã o e i mp l em entação de políticas e açõe s no âmbi to
c o m o d e s t a q u e t e r s i d o c o n v o c a d a p o r t rê s M i n i s -
d a S aúd e do Trab alhador, com protagonismos de par-
t é r i o s : S a ú d e , d o Tra b a l h o e E m p re g o e d a P re v i -
t i c i p açã o do cont role social.
d ê n c i a S o c i a l . O t e m a d a C o n f e rê n c i a f o i : “ Tra b a -
A 1 ª C N ST, foi realizada em dezembro 19 86 e mar- l h a r s i m ! A d o e c e r n ã o ! ”. Ta l t e m a p ro c u ra re s g a t a r
ca d a pel o aug e do proce sso de re de mocratização do a p o s i t i v i d a d e d o t ra b a l h o e d e s c o n s t r u i r a re l a ç ã o
Pa ís e i medi ata m ente após a 8ª Confe rência Nac i o n al t ra b a l h o /s o f r i m e n t o . Trê s e i x o s t e m á t i c o s o r i e n t a ra m
d e Sa úde, q ue con struiu as base s nece ssárias para a o d e b a t e : E i x o I - C o m o g a ra n t i r a i n t e g ra l i d a d e e a
e strut ura çã o do q ue hoje é o Siste ma Único de S aú de. t ra n s v e r s a l i d a d e d a a ç ã o d o E s t a d o e m s a ú d e d o s
(a s ) t ra b a l h a d o re s (a s ) ? ; E i x o I I - C o m o i n c o r p o ra r
a S a ú d e d o s (a s ) t ra b a l h a d o re s (a s ) n a s p o l í t i c a s
de desenvolvimento sustentável no País?; Eixo III -
C o m o e f e t i v a r e a m p l i a r o c o n t ro l e s o c i a l e m s a ú d e
Temas da 1 ª CNST:
d o s (a s ) t ra b a l h a d o re s (a s ) ?
1. Di a gnóstico da situação de saúde e
E s te pro ce s s o fo i fu n dame ntal dev i do à g ra n d e d e-
segura nça dos trabalhadores
man da s o c i al para qu e as di s c u s s õ e s n a c i o n a i s em
to r n o da s aú de do t rabal h ado r gan h as s e m con c ret u d e

14 6
p or mei o de reso luções, e impleme ntação na exe c u ção, e sfe ras n ac i o n al , e s tadu ai s e mu n i c i pa i s . O p r i n c i p a l
a val i a çã o e controle social, formando o p ro ce s s o de o bj et i vo é pro move r a i n s e rção da s o c i e d a d e n a s d ef i -
d evol uçã o em 2 006 , ano que a Área Técnica de S aú de n i çõ e s das po l í t i cas pú bl i cas de s aú de, p r i n c i p a l m en -
d o Tra ba l ha dor do Ministé rio da Saúde po r me i o do te, n o co nt ro l e da qu al i dade do s s e r v i ços p ú b l i cos , n o
Ce nt ro d e Referê ncias e m Saúde do Trabal h ado r (Ce - mo do de i mpl e me ntação e fi s cal i zação d a a p l i ca çã o
rest ) e j unto a o controle social, re uniu nos e s tado s e m do s re c u rs o s de s t i n ado s à s aú de.
p l enári as repre se ntante s de sindicatos, cent rai s s i n di -
N o â m b i t o d a s a ú d e d o t ra b a l h a d o r a i m p l a n t a ç ã o
cai s, d os conselhos de saúde, I NSS, DRT e e nt re o u t ro s
d a C o m i s s ã o I n t e r s e t o r i a l d e S a ú d e d o Tra b a l h a d o r e
ó rgã os com rel ação com a saúde do trabal h ado r co m
d a Tra b a l h a d o ra (C I S T T ) , d e s e m p e n h a p a p e l f u n d a -
o obj et i vo de aprese ntar o resultado da 3ª Co nfe rê n -
m e n t a l n o q u e s e re f e re à c o n s t r u ç ã o e à i m p l e m e n -
c ia Na ci ona l d e Saúde do Trabalhador.
t a ç ã o d a s a ç õ e s e m s a ú d e d o t ra b a l h a d o r e t a m b é m
A úl t i ma Confe rência Temática - 4 º CNST - o co r re u c o n t r i b u e m p a ra a c o n s o l i d a ç ã o d a R e n a s t. Te n d o
e m 20 1 4, e teve como objetivo propor diret r i ze s para e m v i s t a q u e s ã o c o m i s s õ e s v i n c u l a d a s d i re t a m e n t e
a i mp l em entação da re cém- publicada PNST T. O te ma aos Conselhos de Saúde, tornam-se a principal ins-
foi “S aúd e d o trabalhador e da trabalhado ra, di re i to t â n c i a d e c o n t ro l e s o c i a l e m s a ú d e d o t ra b a l h a d o r.
d e tod os e todas e deve r do Estado”, e leva ntan do di s - A C I S T T t e m a f i n a l i d a d e d e a r t i c u l a r p o l í t i c a s e p ro -
c u ssões sob re o dese nvolvime nto sócio- e co n ô mi co e g ra m a s d e i n t e re s s e p a ra a S a ú d e d o Tra b a l h a d o r
seus ref l exos na s aúde do t rabalhador. e d a Tra b a l h a d o ra , c u j a e x e c u ç ã o e n v o l v a o u n ã o
á re a s c o m p re e n d i d a s n o â m b i t o d o S i s t e m a Ú n i c o d e
O forta l ecer da p articipação dos t rabalhado re s , da
Saúde (SUS), mas que zelam ou têm interface com a
com uni d ad e e do controle social nas açõ e s de saú -
S a ú d e d o Tra b a l h a d o r.
d e d o t ra ba l ha dor; efetivação da p olítica n ac i o n al de
sa úde e d o trabalhador e da trabalhadora, co n s i de - A s CI ST T e s tão i n s t i t u í das n o âmbi to m u n i c i p a l , es ta -
rand o os pri ncípios da inte gralidade e inte rs eto r i al i - du al e fe de ral e s e gu e m o re gi me nto i nter n o d o Con -
d a de na s t rês esferas de governo; e o finan c i ame nto s e l h o de s aú de ao qu al e s tão v i n c u l a d a s e, a p es a r
d a P N STT, nos municípios, estados e União. de n ão s e r u m ó rgão de l i be rat i vo, é u m i n s t r u m ento
fu n dame ntal para a e l abo ração e i mpl e m enta çã o d a s
Conform e d eterminado nas Le is Orgânica s do S i s te -
açõ e s de S aú de do Trabal h ado r.
ma Úni co de S aúde, a áre a de saúde do trabal h ado r
sem pre p autou a elaboração das políticas p ú bl i cas po r
mei o d as d el i b eraçõe s das confe rências tem át i cas .
Jornada Nacional de Saúde do Trabalhador e da Tra-
balhadora
Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador e da
Trabalhadora
D e s de 2017, a CG SAT te m re al i zado eventos p a ra a
di s c u s s ão s o bre a s i t u ação de s aú de d o t ra b a l h a d or

p art i ci p açã o social é um compone nte fu n dante do co m par t i c i pação de di ve rs o s mi n i s té r i o s , órg ã os e en -

S istem a Úni co de Saúde estabe lecido pe l a Co n s t i - t i dade s , co n h e c i do s co mo Jo r n ada Nac i o n a l d e S a ú d e

t ui çã o 1 98 8 , ocorre ndo principalmente po r me i o do s do Trabal h ado r. O pr i me i ro e n co nt ro ocor reu em o u -

Consel hos d e S aúde e das Confe rências de S aú de, n as t u bro de 2017, e m Bras í l i a, j u ntan do do i s evento s q u e
o co r re r i am s e parado s : o En co nt ro Nac i on a l d a Ren a s t

1 47
e o Encont ro Nacional das CI ST T, onde parti c i param Plano Nacional de Saúde 2020 - 2023
ce rca de 40 0 p essoas. O objetivo foi tratar de te mas
d e i mp ortânci a p ara o fortalecime nto da PNST, a i nte -
g ra ção ent re os compone ntes da Renast, o m o n i to ra- O P l an o Nac i o n al de S aú de 2020/ 2023 , co ntem p l o u
m e nto e execuçã o das ações de vigilância e se u fi n an - a Meta para a S aú de do Trabal h ado r : “Percent u a l d e
c ia mento, al ém do fortalecime nto do papel da CI ST T Ce re s t re gi o n ai s e mu n i c i pai s co m at u açã o s a t i sfa tó-
e n q uanto atores es tratégicos da Re nast. r i a”, co m a fi n al i dade de co nt r i bu i r co m a q u a l i f i ca çã o
do s Ce re s t e s u a at u ação n o âmbi to da Ren a s t. A s -
Em 20 1 8 ocorreu a 2 ª Jornada, que proporcio n o u u m
s i m, a CG SAT ve m re al i zan do as s e s s o r i a e a p oi o a o s
e sp aço pa rt i ci pa t i vo e de mocrático de troca de ex pe -
Ce re s t para o r i e ntaçõ e s e aco mpan h ame nto d o s i n d i -
ri ê n c i a s e d i scussão sobre temas e straté gicos para o
cado re s . A l é m di s s o, pu bl i co u a Nota Info r m a t i va n . º
fo r tal eci m ento d a Re nast, com cerca de 300 par t i c i -
6 1/ 2018- D SAST/ SVS / MS, s o bre o s In di cado res d e S a ú -
p a nte s. O s tema s abordados foram a Saúde do Tra-
de do Trabal h ado r a s e re m mo n i to rado s p el o s Ceres t
b a l h ad or na Atenção Básica; Vigilância e Estraté gi as
qu adr i me s t ral me nte :
d e Enf renta m ento do Cânce r re lacionado ao Trabal h o ;
Vig i lânci a em S aúde do Trabalhador do Cam po, da
○ Coeficiente de incidência de doenças e agra-
Flo re sta e Água s; Informação e m Saúde do Trabal h a-
vos relacionados ao trabalho.
d o r como Ferra m enta Transformadora; Saúde Me ntal
re l a ci onad o a o Trabalho; Informalidade e Mi c ro e m- ○ Coeficiente de incidência por intoxicação exó-
p re e n dori sm o; Ind ú stria 4.0 e Populaçõe s Vuln e ráve i s . gena relacionada ao trabalho.
A l é m di sso, foi a prese ntado o proce sso de revi s ão da ○ Coeficiente de incidência de acidente de tra-
L i sta Rel aci onad o ao Trabalhado e realizado o l an ça- balho grave.
m e nto do At l a s do Cânce r Relacionado ao Tra bal h o e
○ Coeficiente de mortalidade por acidente de
d o Cad erno d e Ate nção Básica n.º 41 – Saúde do Tra-
trabalho.
b a l h ad or e d a Tra balhadora.
○ Proporção de preenchimento do campo aci-
Em 20 1 9 foi realizada a 3ª Jornada que teve co mo
dente de trabalho nas declarações de óbito
p ri n ci pa l ob j et i vo promove r a oficina de avalia ção do s
(DO).
Ce re st, ba sea do no questionário de avaliação qu e e l e s
re sp onderam p reviamente. Além disso, essa Jo r n ada ○ Proporção de preenchimento do campo ocu-
a i n d a t rouxe a d i scussão sobre a proposta de re e s t r u - pação nas declarações de óbito (DO).
t u ra çã o dos Cerest, os resultados parciais do pro j eto
○ Proporção de preenchimento do campo ocu-
Ca rex Brasi l e as expe riências bem- sucedidas n a VA P T.
pação nas notificações de agravos e doenças
Em 20 20, em f un ção da pande mia de Covi d-19 fo - relacionadas ao trabalho.
ra m rea l i za da s at ividade s de forma on- line e e m 2021
fo i rea l i za do o Renastão e m formato híbrido, co m a Além disso, em 2019, a CGSAT orientou, por meio da
p a rt i ci p açã o p resencial e on- line de forma simu l tân e a Nota Informativa n.º 94/2019-DSASTE/SVS/MS, sobre
p a ra ma i s de 2 mil profissionais da saúde do t raba- as novas definições dos agravos e doenças relaciona-
l h a d or, ga rant i d o a se gurança sanitária de todo s e a dos ao trabalho do Sistema de Informação de Agra-
a m p l a p art i ci p ação. vos de Notificação (Sinan), as quais são: acidente de
trabalho, acidente de trabalho com exposição a ma-

14 8
terial biológico, transtornos mentais relacionados ao
trabalho, câncer relacionado ao trabalho, dermatoses
A s fo nte s de dado s s ão : S I NA N, SIA / S U S e
ocupacionais pneumoconioses, perda auditiva induzida
Q UA L I F I CA CE R E ST/ R E D CA P
por ruído (PAIR) e lesão por esforço repetitivo/distúr-
bios osteomusculares relacionadas ao trabalho (LER/


DORT). Essas orientações visam atualizar a Renast so-
bre as novas definições previstas no Guia de Vigilância
em Saúde e sobre procedimentos de notificação.

A meta previ sta no PNS é de alcançar 6 0% do s Ce re s t A publicação da PNSTT consolidou a


Reg i ona i s e Municipais com Atuação Satisfató r i a até necessidade da mudança do paradigma
20 23 , conform e mostrado na Figura 42 . da assistência , que era corrente
e prioridade nos Cerest, onde
Figu ra 4 2 – Meta do Plano Nacional de Saú de para enfatizou dentre seus objetivos o
S aúd e d o t rab alhador 2 02 0-2 02 3 fortalecimento da vigilância em saúde
do trabalhador (VISAT) e a integração
com os demais componentes da

10% 45% vigilância em saúde, contribuindo,


portanto, para um novo olhar na
2021 2023
realização das ações de saúde do
trabalhador no País. Na consolidação

2020 2022 dos Cerest a criação dos dez Cerest

20% 60%
rurais agregados à rede de mais de
200 Cerest no pais, experiência que
se ainda não totalmente consolidada
Fo nte: CG SAT/D SASTE/ SVS / MS . abriu uma frente ou horizonte de
ações possíveis a
O s o b j e t i vo s d o i n d i ca d o r s ã o : s u b s i d i a r p ro ce s s o s populações que
d e p l a n e j a m e n to, g e s tã o, m o n i to ra m e n to e a va l i a çã o merecem um
d e p o l í t i ca s e a çõ e s d e s a ú d e d i re c i o n a d a s p a ra a olhar especial
q u a l i f i ca çã o d a a t u a çã o d o s C e re s t re g i o n a i s e m u -
n i c i p a i s ; a p e r fe i ço a r a g e s tã o d o c u i d a d o i n te g ra l à

s a ú d e d o s t ra b a l h a d o re s p o r m e i o d e b e n s e s e r v i -
ço s e q u i ta t i vo s e d e q u a l i d a d e ; re d u z i r e co n t ro l a r
a o co r rê n c i a d e d o e n ça s e a g ra vo s re l a c i o n a d o s a o
t ra b a l h o ; fo r ta l e ce r a i m p l e m e n ta çã o d a Po l í t i ca N a -
c i o n a l d e S a ú d e d o Tra b a l h a d o r e d a Tra b a l h a d o ra e
d a Po l í t i ca N a c i o n a l d e V i g i l â n c i a e m S a ú d e ; fo r ta l e -
ce r a i m p l e m e n ta çã o d a Po r ta r i a S AS / M S n . º 1 . 2 0 6 , Roq u e Man oe l Pe r u s s o
d e 2 4 d e o u t u b ro d e 2 0 1 3 , m e l h o ra n d o o s re g i s t ro s d e Ve i g a
p ro ce d i m e n to s n o S I A / S U S . CG SAT/ D SAST E / SVS / MS

1 49
i n di cado re s de aco mpan h ame nto da Re n a s t ; tem a s
Ações destaque 2011-2021
pr i o r i tár i o s para o fo r tal e c i me nto da Vi s at ; res u l ta d os
da CG ST n a age n da e s t raté gi ca da SVS e re s u l ta d o s d o
qu e s t i o n ár i o de aval i ação da Re n as t.
Relatório Final - 4ª Conferência Nacional de Saúde do
Trabalhador e da Trabalhadora, 2015 – Versão impres- Bu s co u - s e pro move r o de bate co m o s pa res i n s t i t u -

sa e on line c i o n ai s da Re n as t e i nte r l o c u to re s i nt ra e i nters etor i a i s


e e s pe c i al me nte co m o s s i n di cato s e re p res enta ções
A p resenta a metodologia aplicada e os resultado s da
de t rabal h ado re s , mov i me nto s s o c i ai s e co nt ro l e s oc i a l
Eta p a Na ci ona l d a 4ª Conferê ncia Nacional de S aú de
do S U S .
d o Tra ba l ha dor e da Trabalhadora (4ª CNST T), e s pe -
c ia l mente as 21 9 propostas aprovadas. Tal Confe rê n c i a
fo i convocad a pel a Portaria GM/MS n.º. 2 .808/ 12, teve Boletim Epidemiológico v.48, n.º 18, 2017 - Vigilância
co m o tema cent ral “SAÚDE DO T RABALH ADOR E DA em Saúde do Trabalhador: um breve panorama
TR A B ALHAD O R A, DI REI TO DE TODOS E TODAS E D E VE R
E s te bo l et i m te m co mo o bj et i vo apre s e nta r u m b reve
D O E STADO ”, e como objetivo “propor diretrize s para a
pan o rama da S aú de do Trabal h ado r n o Bra s i l , p er m i -
i m p lem entaçã o da Política Nacional de Saúde do Tra-
t i n do refl exõ e s s o bre a i mpl antação da P N ST T.
b a l h ad or e d a Tra balhadora (PNST T )”.

A s a ções d eri vadas dessas propostas aprovadas n a


4 ª C NSTT têm o p apel de manter a Confe rênc i a v i va, Cadernos de atenção básica n.º 41 Saúde do Traba-
e m um movi m ento que se relaciona com a 15 ª Co nfe - lhador e da Trabalhadora
rê n c i a Na ci ona l d e Saúde, realizada e m 2 015 .
Pu bl i ca d o em 2 0 1 8
A versão on-l i ne desse re latório aprese nta o co n s o -
Esta publicação buscou contribuir para a qualifica-
l id a do comp l eto d as etapas da 4ª CNST, com to do s o s
ção do cuidado à saúde desenvolvido pelas equipes de
texto s e d ocum ento s orientadore s, bem como, a co m-
atenção básica/equipes de saúde da família (eAB/eSF),
p a ração d as resol uções da 3ª CNST T com as a pre s e n -
considerando as relações entre o trabalho e as con-
ta d a s na 4ª C N STT.
dições de saúde e doença dos(as) usuários(as) traba-
lhadores(as) na população sob sua responsabilidade.
Apresenta aspectos conceituais, ferramentas para o
Relatório da Renast 2016 – “Implementação da Políti-
manejo clínico e estratégias de intervenções terapêu-
ca Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalha-
ticas e de promoção e vigilância dos agravos à saúde
dora e a avaliação das ações desenvolvidas no perío-
relacionados ao trabalho, organizados a partir do pro-
do de abril de 2015 a março de 2016”
cesso de trabalho das equipes. Os capítulos deste Ca-
Co nsi derand o-se a missão institucional da Co o rde - derno abordam: os conceitos gerais relativos à Saúde
n a çã o-G eral d e saúde do trabalhador e da trabal h a- do Trabalhador (ST); a atenção à saúde da população
d o ra, d e a com pa n har e coorde nar a PNST T, a di s po - trabalhadora no processo de trabalho das eAB/eSF; as
n ib i li zaçã o d este relatório objetivou a visibilidade ao ações assistenciais para o cuidado da população tra-
p e rc urso e à s p ropostas no pe ríodo pós 4ª CN ST T, n a balhadora; os elementos para a ação da AB pertinentes
p e rsp ect i va d e a pre sentar o modelo de acom pan h a- à Vigilância em Saúde do Trabalhador (Visat); a parti-
m e nto d a i mp l em entação dessa Política, form ado po r cipação e o controle social em Saúde do Trabalhador.

150
Pub l i ca çã o d e Nota informativa n.º 6/2 0 21- CG SAT/
D SASTE / SVS / M S, onde orienta a realização das açõ e s
p ara atender aos critérios contidos no In di cado r de
S aúd e d o Tra balhador no Plano Nacional de S aú de –
P N S 20 20 / 20 23 “Percentual de Ce re st regio n ai s e mu -
n ici p ai s com at uação satisfatória”.

Relatório Final - 4 ª
Conferência Nac i o n al
de Saúde do Traba-
lhador e da Trab a-
lhadora

Relatório da Re n as t
2 016

Boletim Epidemi o l ó -
gico v.4 8, n. 18, 2 017

Cade rnos de Aten ção


Básica Saúde do Tra-
balhador

1 51
COMPONENTES DA VIGILÂNCIA
DA SAÚDE DO TRABALHADOR

VDART
VIGILÂNCIA DAS DOENÇAS
E AGRAVOS RELACIONADOS
AO TRABALHO
A saúde do trabalhador e um ambiente de tra-
balho saudável são valiosos bens individuais,
comunitários e dos Países. A saúde ocupacional é
das Dart passa a classificar os acidentes de tra-
balho como de notificação compulsória universal e
não mais de forma sentinela.
uma importante estratégia não somente para ga-
Em 2016, duas portarias revisaram o elenco de
rantir a saúde dos trabalhadores, mas também
doenças e agravos de notificação, sendo a Porta-
para contribuir positivamente para a produtivida-
ria n.o 204 dedicada à notificação compulsória, sem
de, qualidade dos produtos, motivação e satisfa-
a l t e r a ç õ e s p a r a a s a ú d e d o t r a b a l h a d o r, e a P o r t a -
ção do trabalho e, portanto, para a melhoria geral
ria n.o 205, de notificação sentinela, apresentando
na qualidade de vida dos indivíduos e da socieda-
a lista nacional de doenças e agravos a serem mo-
de como um todo.
nitorados pela Estratégia de Vigilância Sentinela:
Considerando a necessidade de obtenção de in- câncer relacionado ao trabalho, dermatoses ocu-
formações sobre a situação de saúde e perfil dos p a c i o n a i s , L E R / D O R T, PA I R r e l a c i o n a d a a o t r a b a l h o ,
trabalhadores, a Portaria no 777 de 28 de abril de pneumoconioses relacionadas ao trabalho e trans-
2004, do Ministério da Saúde, estabeleceu a noti- tornos mentais relacionados ao trabalho. Atualmen-
ficação compulsória, em rede de serviços sentine- te, essas portarias foram albergadas pelas Portaria
la específica, dos seguintes agravos relacionados de Consolidação n.º 4 e Portaria de Consolidação
a o t r a b a l h o : I . A c i d e n t e d e Tr a b a l h o Fa t a l ; I I . A c i - n . º 5 , d e 0 3 d e o u t u b r o d e 2 0 1 7.
d e n t e s d e Tr a b a l h o c o m M u t i l a ç õ e s ; I I I . A c i d e n t e
O s t rê s pr i n c i pai s agravo s n ot i fi cado s qu e a com etem
c o m E x p o s i ç ã o a M a t e r i a l B i o l ó g i c o ; I V. A c i d e n t e s
o t rabal h ado r n o Bras i l s ão as i ntox i caçõ es exó g en a s ,
d o Tr a b a l h o e m C r i a n ç a s e A d o l e s c e n t e s ; V. D e r m a -
o s ac i de nte s de t rabal h o grave e o s ac i d entes com
toses Ocupacionais; VI. Intoxicações Exógenas (por
mate r i al bi o l ó gi co.
substâncias químicas, incluindo agrotóxicos, gases
tóxicos e metais pesados); VII. Lesões por Esforços C o m re l a çã o a a n á l i s e d a s d o e n ça s e a g ra vo s re -
Repetitivos (LER), Distúrbios Osteomusculares Re- l a c i o n a d o s a o t ra b a l h o ( D a r t ) , n o p e r í o d o d e 2 0 1 1 a
l a c i o n a d a s a o Tr a b a l h o ( D O R T ) ; V I I I . P n e u m o c o n i o - 2 0 2 1 ( F i g u ra 4 3) , o b s e r va - s e i m p o r ta n te a u m e n to a o
s e s ; I X . P e r d a A u d i t i v a I n d u z i d a p o r R u í d o ( PA I R ) ; X l o n g o d a s é r i e h i s tó r i ca , re p re s e n ta n d o a i m p o r tâ n -
. Tr a n s t o r n o s M e n t a i s R e l a c i o n a d o s a o Tr a b a l h o ; e c i a d e q u e a s D a r t s e j a m d e n o t i f i ca çã o co m p u l s ó r i a
X I . C â n c e r R e l a c i o n a d o a o Tr a b a l h o . e m to d o s o s s e r v i ço s d e s a ú d e p ú b l i co s e p r i va d o s ,
e n ã o a p e n a s d e n o t i f i ca çã o p e l a re d e d e s e r v i ço s
E m 2 0 0 7, a I n t o x i c a ç õ e s E x ó g e n a s ( p o r s u b s t â n -
s e n t i n e l a . D e s ta q u e d eve s e r d a d o a o s a n o s d e 2 0 2 0
cias químicas, incluindo agrotóxicos, gases tóxicos
e 2 0 2 1 , p o r s e re m a n o s p a n d ê m i co s e n ã o re p re s e n ta -
e metais pesados) passa a ser de notificação com-
re m q u e d a re a l n o s re g i s t ro s .
pulsória universal.
Outro ponto de destaque foi a regulamentação
Em 2014, a Portaria n.º 1.271 estabelece novo
d a P N S T T, o c o r r i d a e m 2 0 1 2 , q u e f o r t a l e c e u a i n d a
elenco de doenças e agravos de notificação pas-
mais as atividades de vigilância no âmbito da saú-
sando a ser de notificação compulsória de saúde
d e d o t r a b a l h a d o r.
do trabalhador: a. Acidente de trabalho com ex-
posição a material biológico e b. Acidente de tra-
balho: grave, fatal e em crianças e adolescentes,
relacionadas ao trabalho. Essa importante revisão

154
“ A S aú d e d o Tr abal h ad o r, como um c ampo de co nh e cime nto e prátic as, tomo u
um c ami nh o d e d e s e n vo lvi me n to e institucio nal izaç ão único no Bras il . I sso fo i
p ossí ve l p e lo co nt e xto h i stó r ico de s e u s ur gime nto, a dé c ada de 1 9 80, q uando
fo r ç as p r o gr e ss i stas d e mo c r át i c as s e o r ganizaram para o e nfre ntame nto das graves
i n i q ui da d e s so c i ai s e m s aú d e e a c aótic a e strutura da o fe rta de cuidado, co nce be nd o
a saú d e como um d i r e i to d o c idadão e da cidadã e de v e r do Estado. Avanços na
S aú de d o Tr abal h ad o r e d o s e u pr otago nismo de v e m-s e , so bre tudo, à e xistê ncia e
r e levâ n c i a so c i al d o SUS, r e co nh e cido como uma das mais impo rtante s po l ític as
so c i a i s no mu n d o. Di f e r e nt e me nte de o utr os País e s, cuja re de de pr ote ç ão e cuidad o
à saú d e d os t r abal h ad o r e s é re strita a e mpre gados fo rmais, o S US s upe ra e ss e
a pa rt he i d com a co nc e p ç ão da univ e r s al idade do dire ito a ambie nte s de trabal h o
saudáve i s e s e gu r os, par a fo r mais e info rmais. A Po l ític a Nacio nal da S aúde do
Tr a ba l h ad o r e da Tr abal h ad o r a , de 201 2, de u co rpo a e ss e princípio, de l ine ando
est r at ég i as e d i r e t r i z e s. S e u s ava nços s ão notó rios ao impl e me ntar uma v igil ância
e m saú d e d o t r abal h ad o r, q u e s u pe ra a ló gic a do v igiar-punir, e mpe nh ando -s e e m
açõ es pautadas n o co nh e c i me nto, comunic aç ão, diálo go, ne go ciaç ão e participaç ão
do t rabal h ad o r, art i c u l and o s abe re s, a ciê ncia e a inovaç ão te cno ló gic a , na
p esp ect i va da i nt r a e i n t e r s e to r ial idade , transv e r s al idade e inte rdiscipl inarie dade.
I nv est i me ntos n a fo r maç ão d e pe ssoas na pe r s pe ctiva da auto nomia das unidade s
e stad uai s e lo c ai s na vi gi l ância , ampl iaç ão das articul açõ e s com ce ntr os de
p e sq u i sa c i e n t í f i c a , e da me l h o r ia da co be rtura , q ual idade , e ace sso
à i nfo r m aç ão e p i d e mi o ló gi c a t ê m co lo c ado o País e m um lugar
si n g u l ar no mu nd o e na Amé ric a L atina . A articul aç ão
da S aú d e d o Tr abal h ad o r com a Ate nç ão Bás ic a v e m s e
to r n a n d o c ada ve z mai s só l i da e re co nh e cida . Não faltam
d esa f i os, mas q u e não falt e m a co rage m e a e s pe ranç a
d e ava nç ar p o r me l h o r e s co nd i çõ e s de v ida , s aúde e be m
e star par a t r abal h ad o r e s e trabal h ado ras. “
V i l ma S o u s a S antan a
UF B A

1 55
Fi gura 4 3 – G rá f ico das doenças e agravos re l ac i o n ado s ao t rabal h o, n o pe r í o do de 2011 a 2021

400.000 379.459
359.512
334.307
350.000
303.324
300.000 281.764
260.485 255.410 257.712
247.423 251.130
250.000
214.378

200.000 177.046

150.000

100.000

50.000

0
Linha de 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021*
base

Fonte: S inan, 2021. *2021 resulta d o s p a rc i a i s.

Pu blicações so bre o assunto :

○ Boletim Epidemiológico, ed. 8, ano VI, 2016 - Agravos à saúde em grupos de trabalhadores
da indústria de carnes no Brasil, 2006 - 2013.

Neste boletim é apresentado a distribuição de trabalhadores, as causas de mortes e de


enfermidades notificadas e que levaram à incapacidade para o trabalho, com estimativas
de morbimortalidade de acordo com descritores sociodemográficos.

In strumentos pactuado s:

○ Carta acordo: Título: “Estudo sobre a magnitude da morbidade e mortalidade relacionada ao trabalho no Brasil”.

156
ACIDENTES DE TRABALHO O Brasil ocupa a segunda colocação mundial com
maior quantidade de ocorrência de acidentes de tra-
balho. As notificações de acidente de trabalho, assim

O s acidentes de trabalho são divididos em: aci- como as demais Dart, tem registrado aumento i na sé-
dente de trabalho falta ou com mutilações, rie histórica de 2006 a 2021, sendo o ano de 2021 com
acidente de trabalho em crianças e adolescente e dados parciais (Figura 44). Diferente do que tem sido
acidente de trabalho com material biológico. Para observado para as doenças e agravos no Brasil, os aci-
a notificação das doenças e agravos relacionados dentes de trabalho mantiveram a consistência em nú-
ao trabalho (Dart), os acidentes foram organiza- meros de ocorrência elevados, mesmo quando avaliado
dos em duas tipologias, visando a potencialização o ano pandêmico de 2021. Esse resultado nos leva a crer
da estratégia de notificação, sendo que o acidente que mesmo com a redução do registro de outras doen-
de trabalho grave abrange os fatais e envolvendo ças, a crise econômica levou o trabalhador informal a
crianças e adolescentes. situações mais insalubre, aumentando os acidentes de
trabalho.

O a ci d ente de trabalho é compreendi do co mo eve nto s ú bi to e i n e s pe rado dev i do a cau s as n ã o n a -


t ura i s, como acidente s e violências, qu e o co r re m co m o t rabal h ado r n o ambi e nte de t rabal h o ou d u -
ra nte o exe rcício das atividade s laborai s o u , ai n da, a s e r v i ço do e mpre gado r o u re pre s e nta n d o s eu s
i nteresses , causando pre juízos à saú de, tai s co mo l e s õ e s co r po rai s o u pe r t u r baçõ e s fu n c i o n a i s q u e
p odem causar pe rda ou re dução tem po rár i a o u pe r man e nte da apt i dão para o t rabal h o, e a té m es -
mo o ób i to do trabalhador.

Figu ra 44 – Incidência de acide ntes de trabal h o n o Bras i l e n ú me ro de n ot i fi caçõ e s e pe rce nt u al a c u m u l a d o d e


a ci d entes d e t rabalho no Brasil. Pe ríodo de 2006 a 2021

200.000 168

117 121
150.000 108 159.444
93,9 101
91,4 83,9 92
78,5
100.000 64,3
110.990 108.692
38,2 47,7 92.585
33,5 88.440 87.756 85.242
100.267
21,7 75.481 83.495
50.000 1,71 60.971
44.767
31.317 35.465
1.535 19.725
0
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021

Coeficiente de incidência por 100 mil trabalhadores Número de notificações

Fonte: CGSAT/ DSAST E / SVS / MS, 2 0 2 1.

1 57
Q uand o se ob serva a distribuição das notifi caçõ e s t rabal h am e m o bras v i ár i as (F i gu ra 4 5). Co n s i d era n -
co n siderand o a classificação nacional de ati v i dade s do a an ál i s e po r agr u pan do pe l a o c u paçã o (C BO), a
e co n ômi cas (CN AE), os acidente s em ambie nte s h o s - gran de mai o r i a do s cas o s o co r re m n o s p rof i s s i on a i s
p i ta la res sã o os mais re corrente s, seguido de t raba- de pro du ção de be n s e s e r v i ço s i n du s t r i ai s , rep a ra çã o
l h a d ores d as at i vidade s sociais e culturais e o s qu e e man u te n ção e té c n i co s de n í ve l mé di o (F i g u ra 46) .

Fi g u ra 45 – Número de notificaçõe s e percent u al ac u mu l ado de A c i de nte s de Trabal h o s e gu n do C N A E, Bra s i l ,


20 0 6 a 20 21

100%

95,3%

25.000 89%

82,8%

20.907 74,9%
20.000

66%
% acumulado

Número de acidentes
56,9%

15.000

12.558 47%

10.298
36%
10.000 9.141
8.489 8.292
7.319
22,4% 5.845 5.807

5.000 4.298

Atendimento Regulação Obras viárias Administração Aquicultura Atendimento Lanchonetes Atividades Transporte Comércio
hospitalar das atividades pública em a urgências e e similares fotográficas rodoviário de varejista
sociais e geral emergências produtos
culturais perigosos

Fonte: CGSAT/ DSASTE/ SVS / MS, 2 0 2 1.

158
Figu ra 46 – Núme ro e coeficie nte de Acide nte s de Trabal h o s e gu n do CB O, Bras i l , 2006 a 2021

Frequência absoluta de Coeficiente de incidência


casos (número absoluto) por 100 mil trabalhadores

750,000 3.000

621.511 2.616

500,000 2.000

1209

250,000 230.192 1.000


819
785 743
631
102.719 514
79.484 76.712
45.419 265
13.046
5.462
0 0
Técnicos de nível médio (3)

Técnicos de nível médio (3)


Membros das forças armadas,
policiais e bombeiros (0)

Membros das forças armadas,


policiais e bombeiros (0)
Dirigentes do poder público
e de empresas, gerentes (1)

Dirigentes do poder público


e de empresas, gerentes (1)
Trabalhadores de serviços
administrativos (4)

Trabalhadores de serviços
administrativos (4)
Profissionais das ciências
e das artes (2)

Profissionais das ciências


e das artes (2)
Agropecuários, florestais
e da pesca (6)

Agropecuários, florestais
e da pesca (6)
Serviços, vendedores do
comércio (5)

Serviços, vendedores do
comércio (5)
Produção de bens e serviços
industriais, reparação e
manutenção (7/8/9)

Produção de bens e serviços


industriais, reparação e
manutenção (7/8/9)
Fonte: CGSAT/ DSAST E / SVS / MS, 2 0 2 1.

U m d a d o i m p o r ta n te p a ra a a n á l i s e d a V i g i l â n c i a ca p a c i ta çã o e o r i e n ta çã o d e e m p re g a d o s e e m p re -
e m S a ú d e d o Tra b a l h a d o r é e m re l a çã o à s p r i n c i p a i s g a d o re s , a s s i m co m o a i m p o r tâ n c i a d a V i g i l â n c i a d e
ca u s a s d e s s e s a c i d e n te s d e t ra b a l h o. D e s d e 2 0 0 6 , a A m b i e n te s e P ro ce s s o s d e Tra b a l h o ( Va p t ) , re a l i za n -
p r i n c i p a l ca u s a d e a c i d e n te d e t ra b a l h o e s tá re l a c i o - d o o r i e n ta çõ e s q u e v i s e m a p ro m o çã o e p ro te çã o d a
n a d a à s co n d i çõ e s d e t ra b a l h o ( F i g u ra 4 7 ) , re s s a l - s a ú d e d o t ra b a l h a d o r e a re a l i z a çã o d a s i n s p e çõ e s
ta n d o a i m p o r tâ n c i a d a s a çõ e s d e V i s a t e m re l a çã o a n o a m b i e n te d e t ra b a l h o.

1 59
Fi gura 47 – Ca us as mais freque ntes de acide nte s de t rabal h o n o Bras i l , po r s exo e di s t r i bu i ção etár ia p o r ra ça /
co r. Perí odo d e 20 06 a 2 02 1

CID-10: Y96 | Circunstância relativa às condições de trabalho 73.870

CID-10: W01 | Queda no mesmo nível por escorregão, tropeção


29.705
ou passos em falsos (traspés)

CID-10: W10 | Queda em ou de escadas ou degraus 9.541

CID-10: V23 | Motociclista traumatizado em colisão com um


9.052
automóvel (carro), “pickup” ou caminhonete
CID-10: W22 | Impacto acidental ativo ou passivo causad
8.201
por outros objetos
CID-10: W23 | Apertado, colhido, comprimido ou esmagado
7.808
dentro de ou entre objetos
CID-10: W20 | Impacto causado por objeto lançado, projetado
7.466
ou em queda
CID-10: W31 | Contato com outras máquinas e com as
6.609
não especificadas

CID-10: W26 | Contato com faca, espada e punhal 5.175

CID-10: V28 | Motociclista traumatizado em um acidente de


4.723
transporte sem colisão

162.263 CID-10: Y96 | Circunstância relativa às condições de trabalho

CID-10: W31 | Contato com outras máquinas e com as


59.601
não especificadas
CID-10: W20 | Impacto causado por objeto lançado, projetado
57.872
ou em queda
CID-10: W23 | Apertado, colhido, comprimido ou esmagado
44.425
dentro de ou entre objetos
CID-10: V23 | Motociclista traumatizado em colisão com um
39.536
automóvel (carro), “pickup” ou caminhonete
CID-10: W22 | Impacto acidental ativo ou passivo causad
37.081
por outros objetos
CID-10: W01 | Queda no mesmo nível por escorregão, tropeção
25.863
ou passos em falsos (traspés)
CID-10: V28 | Motociclista traumatizado em um acidente de
20.350
transporte sem colisão

19.596 CID-10: W26 | Contato com faca, espada e punhal

CID-10: W29 | Contato com outros utensílios manuais e


19.558
aparelhos domésticos equipados com motor

Masculino Feminino

160
Por Raça/Cor Por faixa etária
Feminino
DE 70 OU MAIS 0.2%
50 46%
DE 60 A 69 ANOS 2.6%
40
30% DE 50 A 59 ANOS 13.4%
30
DE 40 A 49 ANOS 22.5%
20 15%
DE 30 A 39 ANOS 29%
10 6.5%
0.9% 0.2% DE 20 A 29 ANOS 26.4%
0
DE 15 A 19 ANOS 4.9%
DE 10 A 14 ANOS 0.08%
ca

na

do
rd

et

el
an

ge

ra
ar
Pr
Pa

no
Br


Am

In

Ig

Masculino
0.5% DE 70 OU MAIS
50
41% 3.6% DE 60 A 69 ANOS
40 35%
11.5% DE 50 A 59 ANOS
30
19.1% DE 40 A 49 ANOS
20 14%
26.4% DE 30 A 39 ANOS
10 7.1%
0.6% 0.2% 30.6% DE 20 A 29 ANOS
0
7% DE 15 A 19 ANOS
0.1% DE 10 A 14 ANOS
ca

na

do
rd

et

el
an

ge

ra
ar
Pr
Pa

no
Br


Am

In

Ig

Apesar do aumento das notificações, as ações de


e n f re n t a m e n t o a o s A c i d e n t e s d o Tra b a l h o a i n d a s ã o
i m p o r t a n t e d e s a f i o n o B ra s i l . É p re c i s o c o n s i d e ra r
que há um cenário indicativo de subnotificação des-
s e s a g ra v o s , c o n f o r m e s e o b s e r v a n a P e s q u i s a N a -
c i o n a l d e S a ú d e , re a l i z a d a e m 2 0 1 3 , p e l o I n s t i t u t o
B ra s i l e i ro d e G e o g ra f i a e E s t a t í s t i c a ( I B G E ) c o m o
1 - 130
M i n i s t é r i o d a S a ú d e ( M S ) , e m q u e a a m o s t ra d a p e s -
130 - 259
q u i s a d e m o n s t ro u u m n ú m e ro d e a p ro x i m a d a m e n t e
259 - 388 5 m i l h õ e s d e a c i d e n t e s d e t ra b a l h o , n o s 1 2 m e s e s
388 - 517 a n t e r i o re s à p e s q u i s a , n ú m e ro q u a s e 7 v e z e s m a i o r
q u e o s d a P re v i d ê n c i a S o c i a l .
517 - 646

A s i s te mat i zação para at u ação da Vi g i l â n c i a em


S aú de do Trabal h ado r n o s ac i de nte s de t ra b a l h o es tá
Fo nte: CG SAT/D SASTE/SVS/M S, 202 1. apre s e ntada n a F i gu ra 4 8.

161
Fi gura 4 8 – Fl uxograma de Vigilância e m Sa ú de do Trabal h ado r para ac i de nte s de t rabal h o

Lesão por causas externas Incluindo o acidente ocorrido em qualquer


(acidente, violências homicídio, suicídios) situação em que o trabalhador esteja
representando os interesses ou agindo em
defesa do patrimônio da empresa.

SIM NÃO
Paciente estava no trabalho ou trabalhando?

Ignorado

SIM NÃO
Há indícios de que estava trabalhando?

SIM
Paciente apresentava lesão Paciente estava indo para
corporal ou perturbação funcional? ou voltando do trabalho?

SIM NÃO

Preencher ficha de investigação,


Instituir ações de controle
Investigar o acidente de trabalho

NÃO
A relação do acidente com o Não notificar
trabalho foi confirmada?

SIM

Notificar no SINAN Realizar análise, elaborar Realizar inspeção sanitária Monitorar, acompanhar e
relatório final da em saúde do trabalhador para fiscalizar as intervenções
investigação, comunicar aos os acidentes de trabalho fatais recomendadas no
envolvidos e interessados documento técnico

Emitir CAT, se
trabalhador
segurado pelo
INSS SINAN: Sistema de Informação de Agravos de Notificação
CAT: Comunicação de acidente de trabalho

Fonte: CGSAT/ DSASTE/ SVS / MS, 2 0 2 1.

O s ag ra vos que acometem os trabalhadore s , e s tão re l ac i o n ado s co m as at i v i dade s profi s s i o n ai s qu e exercem ,


o u p or condi ções de risco, perigo e vulnerabili dade ex i s te nte s n o s e u ambi e nte e pro ce s s o de t rabal h o.

162
Publicações da Coordenação Geral de Saúde do Tra- lho infantil, os problemas de saúde que essa atividade
balhador e da Trabalhadora, para o subcomponente pode gerar nessa população e a necessidade de políti-
acidentes de trabalho cas de erradicação do trabalho infantil e a proteção e
promoção da saúde de jovens em situação de trabalho.

Publicação de Boletim Epidemiológico, ed. 9, ano VI -


Acidentes de trabalho com serpentes no Brasil, 2007-
2015, 2016. Colaboração com a Universidade Federal
da Bahia.
B o l et i m Epi d em i ol ó-
gi co, e d. 10, a n o V II,
Nesse boletim, aprese ntam- se dados de mo r bi mo r-
2017
tal i da de do of i dismo ocupacional no Brasil n o pe r í o do
d e 20 07 a 20 1 5, e mpre gando dados do Sina n . In c l u e m-
- s e ta m bém i nformaçõe s sobre sua distribu i ção s o c i o -
d emog ráf i ca e espaço-temporal. Para a es t i mat i va de
medi da s de ba s e populacional, e mpre garam - s e dado s
d o Inst i t uto Bra s ile iro de Geografia e Estatís t i ca (I B G E )
p ara os denom inadore s.

Boletim Epidemiológico, ed. 6, ano III, 2013 - Morbi-


mortalidade por acidentes de trabalho em motoristas
do transporte de carga, 2006-2012. Colaboração com
a Universidade Federal da Bahia.

Boletim Epidemi o l ó -
gico, e d. 9, ano VI A pre s e nta a di s t r i bu i ção do s ó bi to s e d o coef i c i ente
de mo r tal i dade po r ac i de nte s de t rabal h o ent re m oto-
r i s tas do t ran s po r te de carga n o Bras i l , com d a d o s d o
S i s te ma de Info r mação s o bre Mo r tal i da d e, S IM , a l ém
de i n di cado re s al te r n at i vo s do n í ve l de p er i g o enf ren -
tado co mo as razõ e s do ac i de nte : frota d e ca m i n h õ es

Boletim Epidemiológico, ed. 10, ano VII, 2017 - Aciden- e ac i de nte s : ex te n s ão da mal h a ro dov i á r i a m ed i d a em

tes de trabalho fatais em crianças e jovens de 10 a 24 qu i l ô met ro s (km).

anos no Brasil, 2000 - 2014. Colaboração com a Uni- Ainda, neste boletim, para os acidentes de tra-
versidade Federal da Bahia. balho não fatais, são apresentadas as caracterís-
ticas dos casos notificados no Sistema Nacional de
Agravos de Notificação (Sinan), da Secretaria de
Esse boletim apresenta os dados nacionais de aci-
Vigilância em Saúde (SVS), ainda pouco registrados
dentes de trabalho fatais ocorridos em crianças e jo-
devido a sua etapa de implantação para os agravos
vens, realizando uma importante abordagem do traba-
relacionados ao trabalho.

163
c i o n ado s ao t rabal h o, de s c reve n do - s e s eu s p a d rõ es
s o c i o de mo gráfi co s , n o Bras i l , e nt re 2007 e 2 0 1 6 .

Boletim Epide mioló -


gico, ed. 6, ano I I I,
2 013

B o l et i m Epi de mio l ó -
gi co v. 4 9, n . 26, 2 0 1 8

Boletim Epidemiológico, ed. 11, ano VII, 2017 - Morbi-


mortalidade por acidentes de trabalho entre traba-
lhadores da mineração - Brasil, 2007-2015. Colabora-
ção com a Universidade Federal da Bahia.
Boletim epidemiológico v. 50, n. 11, 2019 - Acidentes de
trabalho por animais peçonhentos entre trabalhado-
Esse boletim apresenta a quantidade e a distribuição res do campo, floresta e águas, Brasil 2007-2017.
de casos de morbimortalidade por acidentes de traba-
lho relacionados aos trabalhadores de mineração, con-
siderada uma das atividades econômicas mais perigo- E s s e boletim te m co mo o bj et i vo de s c rever o p a n o ra -
sas, ocorrendo geralmente por desastres ambientais. ma do s ac i de nte s de t rabal h o po r an i mai s p eço n h en -
to s e nt re t rabal h ado re s do campo, fl o re s ta e á g u a s ,
co m dado s do S i s te ma de Info r mação de A g ra vo s d e
Not i fi cação (S i n an), n o pe r í o do de 2007 a 2 0 1 7. O b s er-
vo u - s e qu e gran de par te do s ac i de nte s d e t ra b a l h o
fo i cau s ada po r s e r pe nte s , at i n gi n do pr i n c i p a l m ente
Boletim Epide mioló -
i n di v í du o s das Re gi õ e s No r te e No rde s te d o Bra s i l , d o
gico, ed. 11, ano VI I,
s exo mas c u l i n o, n a fai xa etár i a pro du t i va , c u rs a n d o
2 017
co m evo l u ção c l í n i ca favo ráve l .

Boletim Epidemiológico v. 49, n. 26, 2018 - Acidentes


de Transporte relacionados ao Trabalho no Brasil, B o l et i m e pi de mi ol ó-
2007-2016. gi co v. 50, n . 11, 2 0 1 9

O o bj et i vo d este boletim é apre sentar o p e r fi l de


m o r b i morta l i da de por acidente s de transpor te re l a-

164
Boletim epidemiológico, v. 51, n. 26, 2020 - Perfil de ACIDENTES DE TRABALHO COM
morbimortalidade por acidentes de trabalho com
crianças e adolescentes no Brasil. MATERIAL BIOLÓGICO

E ste b ol et i m aprese nta, e m referê ncia à data de 12


d e j unho, d i a mundial de combate ao traba l h o i nfant i l , Q uando o acidente de trabalho ocorre com um profis-
sional que está exposto direta ou indiretamente a al-
gum material biológico (fluídos orgânicos humanos ou de
o perf i l d e m orbimortalidade por acide ntes de t raba-
l h o com cri a nças e adole sce ntes no Brasil, n o pe r í o do animais, amostras biológicas de laboratório, vacinas, po-
d e 20 07 a 20 1 9. eiras orgânicas, material orgânico em decomposição, en-
tre outros), contaminados por patógenos infectantes (vírus,
bactérias, fungos, príons e protozoários), estes são classi-
ficados como acidente de trabalho com material biológico.

No Brasil, a vigilância dos acidentes com material bio-


lógico teve início em 2004, e era direcionada a todos os
profissionais e trabalhadores que atuavam direta ou in-
diretamente em atividades que pudessem expor o tra-
balhador, a fluidos e outros materiais biológicos. Essa
vigilância foi principalmente estruturada considerando o
risco de infecção pelo vírus da imunodeficiência adquiri-
da (HIV) e os vírus das hepatites virais B (VHB) e C (VHC).

Embo ra o Proto co l o de Co mpl ex i da d e Di feren c i a -


da - E x po s i ção a Mate r i ai s Bi o l ó gi co s (BRAS IL , 2 0 0 6 b)
fo s s e di re c i o n ado a to do s o s profi s s i o n a i s e t ra b a -
l h ado re s , i n c l u i n do aqu e l e s profi s s i o n ai s q u e p res ta m
as s i s tê n c i a do mi c i l i ar e ate n di me nto p ré- h o s p i ta l a r
(co mo po r exe mpl o bo mbe i ro s e s o co r r i s ta s ), a d ef i -
n i ção de cas o da fi c h a de n ot i fi cação d o a g ra vo era
re l at i va ao s ac i de nte s o co r r i do s co m o s p rof i s s i on a i s
da áre a da s aú de du rante o de s e nvo l v i m ento d o s eu
t rabal h o, u ma vez qu e e s s e gr u po de prof i s s i o n a i s s ã o
o s mai s re co r re nte s n e s s e t i po de agravo.

Impo r tante de s tacar qu e t rabal h ado res d e o c u p a -


çõ e s e at i v i dade s re l ac i o n adas ao s s e r vi ços d e co l eta
de re s í du o s de l i mpeza e co n s e r vação, s er v i ço s g e-
rai s e do mé s t i co s , vete r i n ár i o s , zo ote c n i s ta s , b i ól og os ,
profi s s i o n ai s da áre a do e mbe l ezame nto, d ent re ou -
t ro s , també m s ão v u l n e ráve i s à o co r rê n c i a d e a c i d en -
te s de t rabal h o co m ex po s i ção a mate r i a l b i ol óg i co e
deve m s e r o bj eto de v i gi l ân c i a e n ot i fi ca çã o.

165
Estes acidentes podem causar infecção por patógenos de trabalho por material biológico especialmente até
que causam doenças, tais como: hepatites B e C, Aids, o ano 2019, passando de 708 (no ano de 2006), para
tuberculose, meningites, leptospirose, síndrome gripal, 65.298 (no ano de 2019) registros (Figura 49). Os profis-
síndrome respiratória aguda (SRA), síndrome respirató- sionais de saúde, sobretudo aqueles que trabalham com
ria aguda grave (SRAG), febre tifóide, febre maculosa, a assistência direta à saúde, são os que mais notificam,
febre do Nilo Ocidental, raiva, peste e tétano acidental, principalmente àqueles que atuam em unidades de ur-
criptococose, malária, gonorreia, sífilis, brucelose, ebo- gência e emergência e atividades laboratoriais (Figura
la, e, mais recentemente, Covid-19 (BRASIL, 2006 b; CEN- 50) (DONATELLI et al., 2015; SARDEITO et al., 2019; GO-
TERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION, 2008). MES; CALDAS, 2019). A análise das notificações de ma-
neira regionalizada aponta que as regiões com maiores
A análise da série histórica das notificações re-
incidências são: sudeste, centro-oeste, sul, e os estados
ferentes aos acidentes de trabalho com material bioló-
do Amapá, Amazonas e Acre, na região norte (Figura 51).
gico entre 2006 e 2021, mostra o aumento dos acidentes

Figura 49 – Série histórica das notificações de acidentes de trabalho com material biológico, período de 2006 a 2021

69,7 68,9
66,4
75.000 62,6
58,1
54,5 56,4
52
64368 65291
47,8
60533
42,7 53451
55459 56883
37,2 54277 37,6
50.000
33 50331

45959
26,4
40476 33752

17,3
34883

30663
25.000 0,78
24704

15735

708
0
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021

Coeficiente de incidência por 100 mil trabalhadores Número de notificações

Fonte: CGSAT/ SASTE/SVS / MS, 2 0 2 1.

166
Figu ra 50 – Núme ro de notificações e pe rce nt u al ac u mu l ado de ac i de nte s co m mate r i al bi o l ó gi co n o Bra s i l , p or
C N AE , p el o período de 2 006 a 2 02 1

95,3% 100%
56.120 89%
60.000 82,8%
74,9%
66%
56,9%
47%
40.000 34.119 % acumulado

36% Número de acidentes

22,4%
20.000
9.684 9.077 8.346 7.827 6.297 5.441 3.187 1.894
0
Atendimento Atividades de Atividades Administração Aquicultura Outras Atividades de Serviços Atividades de Educação
a urgências e atendimento de atenção pública em e serviços atividades serviços de veterinários outros superior -
emergências hospitalar ambulatorial geral relacionados relacionadas complementa- profissionais Graduação e
com a aten- ção diagnóstica área de pós-graduação
ção à saúde ou terapêutica saúde

Fonte: CGSAT/ SAST E / SVS / MS, 2 0 2 1.

Figu ra 51 – Distribuição do coeficie nte de i n c i dê n c i a de ac i de nte s co m mate r i al bi o l ó gi co po r 100 m i l t ra b a l h a -


d ores p or UF, período de 2 007 a 2 02 1

1 - 24

24 - 47

47 - 69

69 - 92

92 - 1,14

Fonte: CGSAT/ SAST E / SVS / MS, 2 0 2 1.

167
DERMATOSES OCUPACIONAIS bientes ou processos de trabalho, em decorrência da ati-
vidade ocupacional desenvolvida pelo trabalhador. As
dermatoses ocupacionais podem ocorrer quando as

A s dermatoses ocupacionais são quaisquer alterações atividades profissionais desenvolvidas, as condições de


da pele, mucosa e anexos (glândulas, unhas, cabe- trabalho, o uso inadequado ou a falta de equipamentos
los, pelos e receptores sensoriais) causadas, agravadas, de proteção individual expõem o trabalhador a agentes
condicionadas ou mantidas, direta ou indiretamente, por químicos, físicos, biológicos ou psicossociais. A Figura 52
agentes biológicos, físicos, químicos presentes nos am- esquematiza o fluxo de atuação para este agravo.

Fi gu ra 5 2 – Fl uxograma de atuação para açõ e s de v i gi l ân c i a e m de r mato s e s o c u pac i o n ai s

Indivíduo com queixadermatológica

Inconclusivo
História clínica O indivíduo apresenta quadro clínico Encaminhar o indivíduo
e exame físico compatível com dermatoses? para o especialista

SIM
SIM NÃO
Anamnese Ocupacional É caso de dermatose?

Encaminhar NÃO NÃO ou Inconclusivo


A anamnese evidencia fatores de risco ocupacionais
para tratamento
para a ocorrência de Dermatose?
e orientação

SIM Encaminhá-lo para o


CEREST para elucidação
diagnóstica

Realizar ações de vigilância SIM Evidência de fatores de NÃO


Preencher ficha de investigação risco ocupacionais para
investigar a doença Dermatose?

É caso de Dermatose ocupacional?

SIM

Notificar no SINAN Educação em Saúde Acompanhar o Vigilância de Ambientes Tratamento, reabilitação


paciente na rede de e Processos de Trabalho e orientação
atenção à saúde

Emitir CAT caso o


trabalhador seja
segurado pelo INSS SINAN: Sistema de Informação de Agravos de Notificação INSS: Instituto Nacional de Seguridade Social
CEREST: Centro de Referência em Saúde do Trabalhador CAT: Comunicação de Acidente de Trabalho

Fonte: CGSAT/ DSASTE/ SVS / MS, 2 0 2 1.

168
A séri e hi stórica das de rmatoses ocupa c i o n ai s , n o e s tão n o e s tado do To cant i n s , n a Re g i ã o Cent ro- O -
p erí odo de 20 0 6 a 2 02 1, de monstra que as n ot i fi caçõ e s e s te (F i gu ra 53). A mai o r i n c i dê n c i a da d o en ça n es s e
a presentara m maiores re gistros nos anos de 2012 e e s tado n ão i n di ca n e ce s s ar i ame nte ma i or o co r rên c i a
20 1 3 , e depoi s desse pe ríodo, demonstram qu e da (F i - n e s s a Re gi ão, mas po de re pre s e ntar u m a m a i or s en s i -
g ura 53). Ao analisar os dados por UF, obse r va- s e qu e bi l i dade da v i gi l ân c i a e m s aú de do t ra b a l h a d or p a ra
o s m ai ores coeficie ntes de incidê ncia para o agravo bu s ca at i va de cas o s e s e u re gi s t ro.

Figura 53 – Núme ro de notificações e coefi c i e nte de i n c i dê n c i a po r de r mato s e s o c u pac i o n ai s n o Bra s i l , p er í od o


d e 20 0 6 a 20 21

10,5
1.250 10,2

9,0

7,3
1.000
1.016
991
6,9 6,2
5,4 863
4,9
4,5
750 4,2

3,6
4,0
3,2
692 693
0 - 2,5
1,4 1,6
500 563 2,5 - 5
507
472 5 - 7,6
0
418
374 7,6 - 10,1
392
343
10,1 - 12,6
250
299

145
128
4
0
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021

Coeficiente de incidência por 100 mil trabalhadores Número de notificações


Fonte: CGSAT/ DSAST E / SVS / MS, 2 0 2 1.

Geralmente as dermatoses ocupacionais (DOs), ocor- pela não disponibilização desse material aos trabalha-
rem nos profissionais que estão expostos a riscos físicos, dores. Além da subnotificação e subdiagnóstico, muitos
químicos e ambientais durante seus processos de traba- trabalhadores não procuram os serviços de saúde para
lho. Além disso, um ponto muito importante a ser consi- tratamento adequado. Nos Países industrializados, as
derado na ocorrência de dermatoses nos trabalhadores é DOs correspondem a 60% das doenças ocupacionais, ten-
a falta do uso de EPI, a depender de sua ocupação, seja do como causas mais relevantes, a utilização de agentes
pelo desconhecimento de sua utilização ou até mesmo químicos (ALCHORNE, A.; ALCHORNE , M.; SILVA, 2010).

169
No B ra s i l , j á é re l a ta d o e m d i ve r s o s e s t u d o s re fe - s i o n a l d e s a ú d e e m e s ta b e l e ce r a re l a çã o d a d o e n ça
re n te à e s ca s s e z d e i n fo r m a çõ e s s o b re p reva l ê n c i a co m a o c u p a çã o d o p a c i e n te ( M I R A N D A e t a l . , 2 0 1 8) .
d e d e r m a to s e s o c u p a c i o n a i s , p r i n c i p a l m e n te d ev i d o
A análise do coeficiente de incidência de DO no Brasil,
a s u a s u b n o t i f i ca çã o, p o i s d i ve r s a s ve ze s o p ro f i s -
mostra que os profissionais de produção de bens e servi-
s i o n a l a ca b a t ra ta n d o a d e r m a to s e s e m o a u x í l i o o u
ços, reparação e manutenção são mais acometidos pelo
d i a g n ó s t i co m é d i co o u a i n d a , a d i f i c u l d a d e d o p ro f i s -
agravo, seguido de técnicos de nível médio (Figura 54).

Fi gura 54 – Análise de série histórica por co efi c i e nte de i n c i dê n c i a de 8 c l as s e s de t rabal h o n o Bra s i l , p er í od o


20 0 6 a 20 21

Frequência absoluta de Coeficiente de incidência


casos (número absoluto) por 100 mil trabalhadores

4.000 3.735 20

15,7

3.000 15

12,23

2.000 1.853 10

6,83
6,59
944
1.000 804 5
3,04
269 1,94
190
22 0,34 0,44
3
0 0
Técnicos de nível médio (3)

Técnicos de nível médio (3)


Membros das forças armadas,
policiais e bombeiros (0)

Membros das forças armadas,


policiais e bombeiros (0)
Dirigentes do poder público
e de empresas, gerentes (1)

Dirigentes do poder público


e de empresas, gerentes (1)
Trabalhadores de serviços
administrativos (4)

Trabalhadores de serviços
administrativos (4)
Profissionais das ciências
e das artes (2)

Profissionais das ciências


e das artes (2)
Agropecuários, florestais
e da pesca (6)

Agropecuários, florestais
e da pesca (6)
Serviços, vendedores do
comércio (5)

Serviços, vendedores do
comércio (5)
Produção de bens e serviços
industriais, reparação e
manutenção (7/8/9)

Produção de bens e serviços


industriais, reparação e
manutenção (7/8/9)

Fonte: CGSAT/ DSASTE/ SVS / MS, 2 0 2 1.

1 70
As medidas de prevenção nas DO são extremamente s e re s t r i n g e m a p e n a s à s i n d ú s t r i a s . Tra b a l h a d o re s
importantes. Medidas coletivas para proteção, devem q u e m a n i p u l a m c o m p o s t o s q u í m i c o s e m o u t ro s s e t o -
ser adotadas em diversos setores. Medidas como exa- re s d a a t i v i d a d e e c o n ô m i c a , c o m o n a a g r i c u l t u ra e
mes médicos periódicos e orientações ao trabalhador, s a ú d e p ú b l i c a p o d e m s o f re r i n t o x i c a ç õ e s p ro v o c a d a s
servem de apoio para evitar recidivas e o aparecimen- p o r a g ro t ó x i c o s e i n s e t i c i d a s .
to de novos casos de DO, pois estas geram desconfor-
Como descrito anteriormente, a Portaria 777, de 28 de
to para o trabalhador, incapacidade para a profissão,
abril de 2004 foi a primeira a regulamentar a notificação
mudança de função, diminuição da produção e, con-
compulsória das intoxicações exógenas (por substâncias
sequentemente, dos rendimentos do trabalhador e da
químicas, incluindo agrotóxicos, gases tóxicos e metais
empresa, e aumento dos custos médicos e previdenciá-
pesados) para trabalhadores na rede de serviços senti-
rios (ALCHORNE, A.; ALCHORNE , M.; SILVA, 2010). Ações
nela. Em 2010 a intoxicação exógena foi incluída como
de sensibilização dos trabalhadores sobre sua causa
retirar notificação compulsória por meio da Portaria n.º
e sua prevenção, ressaltando a necessidade de sem-
2.472/2010 e passou a ser inserido de forma universal
pre utilizar EPI e, quando ocorrer, buscar o diagnóstico
no Sinan, por meio de Fichas de Notificação específica.
médico para realizar o tratamento também são fun-
damentais para prevenção e minimização de recidivas. Todos os indivíduos estão ambientalmente e/ou ocu-
pacionalmente expostos, em diferentes proporções, a
múltiplas substâncias químicas potencialmente perigo-
sas que podem causar danos à saúde humana. Como
INTOXICAÇÕES EXÓGENAS (POR consequência, os casos de intoxicação aguda têm au-
mentado substancialmente e figuram entre os princi-
SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS, INCLUINDO pais problemas de saúde pública em todo o mundo, es-

AGROTÓXICOS, GASES TÓXICOS E pecialmente nos Países de baixa e média renda, onde
elas ocorrem em maior escala. Já a intoxicação crôni-
METAIS PESADOS) ca, de baixa dose e longo prazo, permanece como um
desafio para diagnóstico, apresentando, consequente-
mente, expressiva subnotificação.

Análise de série histórica das intoxicações exógenas

A s intoxicações exógenas podem ser acidentais


o u i n t e n c i o n a i s e o c o r re r e m a m b i e n t e s o c u p a -
cionais ou não. Na maioria das vezes, as intencio-
relacionadas ao trabalho mostra uma curva crescente
de número de registros de intoxicações, principalmente
no período de 2013 a 2019 (Figura 55). Ressalta-se, no-
nais incluem um grupo maior de substâncias como,
vamente, o cuidado para a análise dos dados dos anos
d ro g a s , p ro d u t o s d o m é s t i c o s , p ro d u t o s a g r í c o l a s ,
de 2020 e 2021, considerando a pandemia de covid-19.
p l a n t a s , p ro d u t o s q u í m i c o s i n d u s t r i a i s e s u b s t â n c i a s
alimentícias. Os riscos atribuídos às intoxicações Ao avaliarmos a distribuição do coeficiente de incidên-
e x ó g e n a s o c u p a c i o n a i s e s t ã o f o r t e m e n t e p re s e n t e s cia de intoxicação exógena por 100 mil trabalhadores
n a s i n d ú s t r i a s , o n d e o s t ra b a l h a d o re s e s t ã o e x p o s t o s (Figura 49), os estados do Tocantins (Região Centro Oes-
a d i f e re n t e s s u b s t â n c i a s q u í m i c a s , s e j a m s u s p e n s a s te), Roraima e Rondônia (Região Norte), Paraná e Santa
n o a r, c o m o c o m p o s t o s o rg â n i c o s v o l á t e i s e g a s e s , Catarina (Região Sul) possuem coeficientes de incidência
ou substâncias líquidas como solventes e até infla- entre 11 e 18,2 por 100 mil trabalhadores (Figura 56).
máveis e explosivos tóxicos. Essas exposições não

171
Figura 55 – Série histórica das intoxicações por agrotóxicos relacionadas ao trabalho no Brasil, período de 2006 a 2021

88,4
80,8
10.000 73,2
64,8 68,3
63,7 62,9
58,8
47,1 8372
7.500 42,9
7463
32,8 33,4 6670 33,6
6515
27,5 6273 6336
22,7 5716 5574
5.000
4529
4073
0.1
3132
3045 3018
2.500 2576
2017

13
0
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021

Coeficiente de incidência por 1 milhão trabalhadores Número de notificações

Fonte: CGSAT/ DSASTE/ SVS / MS, 2 0 2 1.

Fi gura 56 – Di st ribuição do coeficie nte de in c i dê n c i a de i ntox i cação exó ge n a po r 100 mi l t rabal h ad ores

0,1 - 3,7

3,7 - 7,3

7,3 - 11

11 - 14,6

14,6 - 18,2

Fonte: CGSAT/ DSASTE/ SVS / MS, 2 0 2 1.

17 2
Grande parte dos casos de intoxicação exógena ocorre H á d é ca d a s q u e i n ú m e ro s e s t u d o s re l a c i o n a m a g ra -
em trabalhadores agropecuários (Figura 57), principalmen- vo s à s a ú d e h u m a n a co m a ex p o s i çã o p ro l o n g a d a
te devido à exposição aos agrotóxicos, geralmente acom- a o s a g ro tóx i co s , e n t re o s q u a i s , o câ n ce r, a s d o e n ça s
panhado da falta do uso de EPI adequados ou por sua ine- n e u ro l ó g i ca s , h e p á t i ca s , re n a i s , re s p i ra tó r i a s , i m u -
xistência no ambiente de trabalho. Dentre as substâncias n o l ó g i ca s e e n d ó c r i n a s , a s a l te ra çõ e s m u ta g ê n i ca s ,
químicas mais comumente responsáveis por quadros de in- te ra to g ê n i ca s e g e n o tóx i ca s ( M U R A K A M I e t a l . , 2 0 1 7 ) .
toxicação aguda estão os agrotóxicos de uso agrícola e do-
A çõ e s co mo o fo r tal e c i me nto da Vi gi l â n c i a em S a ú d e
méstico, medicamentos, produtos saneantes e de limpeza,
de Po pu l açõ e s E x po s tas a A grotóx i co s ( VS P EA), s en s i -
as plantas tóxicas, entre outros. Alguns grupos, como crian-
bi l i zação do s t rabal h ado re s n o co r reto m a n u s ei o d os
ças, idosos e gestantes são mais vulneráveis à intoxicação
agrotóx i co s , be m co mo u t i l i zação de E P I e q u a l i f i ca -
exógena, porém os trabalhadores, com ênfase aos rurais,
ção n o s di agn ó s t i co s de i ntox i caçõ e s s ã o a çõ es p r i -
merecem atenção especial pois possuem exposições mais
mo rdi ai s para a di mi n u i ção do n ú me ro d e i ntox i ca -
frequentes e de maior intensidade a esses agentes tóxicos,
çõ e s , be m co mo a di mi n u i ção de re c i di va s .
resultando em quadros de intoxicação aguda.

Figura 57 – Frequência absoluta de intoxicações exógenas por 100 mil trabalhadores no período de 2006 a 2021

20.000
18.108

16.283

15.000

10.000
7.564

5.000
2.356
2.046
1.408
256 351
0
Membros das Dirigentes do Profissionais Ténicos de Trabalhadores Serviços, Agropecuários, Produção de
forças poder público das ciências e nível de serviços vendedores florestais e da bens e serviços
armdas, e de empresas, das artes (2) médio (3) administrativos do comércio pesca (6) industriais,
policiais e gerentes (1) (4) (5) reparação e
bombeiros (0) manutenção
(7/8/9)

Fonte: CGSAT/ DSAST E / SVS / MS, 2 0 2 1.

173
Ações destaque Publicações sobre intoxicações exógenas

D e nt re as a ções transversais que a saúde d o t raba- Boletim Epidemiológico, ed. 4, ano II, 2012 - Acidentes
l h a d or real i za conjuntame nte à vigilância e m s aú de de trabalho devido à intoxicação por agrotóxicos en-
a m b i enta l , no ap oio e discussões para fortale c i me n - tre trabalhadores da agropecuária 2000-2011. Cola-
to d a VS P E A, há a iniciativa do Brasil, por par te da boração com a Universidade Federal da Bahia.
CG SAT no proj eto CAREX Brasil (Carcinogen E x po s u -
re ), em pa rceri a com o Instituto Nacional do Cân ce r,
o M i ni stéri o d o Trabalho (por me io da Fundace nt ro). Nesse boletim são apresentados os dados nacionais de in-
Co l a boram tamb ém grupos de pesquisa em s aú de do toxicação exógena em trabalhadores da agropecuária. Esses
t ra b al had or com experiê ncia e m e stimativas po pu l a- trabalhadores desenvolvem atividades reconhecidas como
c io n ai s, toxi col ogi a, vigilância e m saúde do trabal h a- de elevado risco de acidentes de trabalho, destacando-se
d o r, ep i d emi ol og i a e estatísticas. como causa imediata os envenenamentos por agrotóxicos.

O Carex é um sistema internacional de informação so-


bre exposições ocupacionais a agentes cancerígenos.
Originalmente, foi desenvolvido com finalidade epide-
miológica de vigilância da exposição e determinação do
B o l et i m Epi de mio -
risco e carga da doença em Países europeus. A abor-
l ó gi co, e d. 4 , an o II,
dagem primordial do CAREX é sistematizar informações
2012
sobre a prevalência das principais exposições cancerí-
genas em ambientes de trabalho, levando em conta es-
tatísticas populacionais censitárias e registros adminis-
trativos das populações de trabalhadoras e suas inser-
ções no processo produtivo. Por outro lado, lança mão
de mensurações in loco dos níveis de exposição a deter-
minados agentes cancerígenos de interesse. As avalia-
ções ambientais de rotina são incorporadas e levadas
à validação de experts ad hoc, sempre que disponíveis,
sejam elas realizadas a partir de levantamentos prévios
ligados ao governo, empregadores e trabalhadores.

174
Capítulo 12 - Intoxicações exógenas, Vigilância em LESÕES POR ESFORÇOS REPETITIVOS –
Saúde do Trabalhador e Violência Interpessoal/Auto-
provocada, do Guia de Vigilância em Saúde, 2017. LER, DISTÚRBIOS OSTEOMUSCULARES
RELACIONADAS AO TRABALHO – DORT
E sse cap í t ul o conté m informações sobre a çõ e s de Vi -
g i l ânci a em S aúde do Trabalhador, espe cial me nte n o
Le s õ e s po r E sfo rço s Re pet i t i vo s (L E R) e Di s t ú r b i os
to cante a a ci d ente de trabalho grave e a c i de nte de
O s te o mu s c u l are s Re l ac i o n ado s ao Traba l h o ( Dor t ) s ã o
t raba l ho com exposição a material biológico.
s í n dro me s c l í n i cas qu e afetam o s i s te m a m u s c u l o es -
qu e l ét i co as qu ai s po de m s e r cau s ada s , m a nt i d a s ou
agravadas pe l o t rabal h o e at i n gi r di ve rs a s ca teg or i a s
profi s s i o n ai s . Em ge ral , e s s e s agravo s s e m a n i fes ta m
po r me i o de vár i o s s i nto mas (co n co mi ta ntes ou n ã o),
Capítulo 12 do G u i a
co mo do r, e de ma, pare s te s i a, s e n s ação d e p es o, p erd a
de Vigilância em
de fo rça e s e n s i bi l i dade, e nt re o u t ro s (B RAS IL , 2 0 1 2 a ) .
Saúde, 2 017
A l gu mas o c u paçõ e s , e m fu n ção do s fa to res d es c r i to s
ante r i o r me nte, e s tão mai s co mu me nte rel a c i o n a d a s
às L E R / D o r t, tai s co mo t rabal h ado re s d o tel ea ten d i -
me nto, o pe rado re s de cai xas , di gi tadores , es c r i t u rá -
r i o s , mo ntado re s de pe qu e n as pe ças e com p o n entes ,

Manual sobre medidas de proteção à saúde dos agen- t rabal h ado re s da co nfe cção de cal çado s , co s t u rei ros ,

tes de combate às endemias, 2019. te l efo n i s tas , pas s ade i ras , coz i n h e i ro s e a u x i l i a res d e
coz i n h a, t rabal h ado re s de l i mpeza, au x i l i a res d e od on -
to l o gi a, co r tado re s de can a, profi s s i o n a i s d e cont ro l e
Esse manual é norteado pela linha do cuidado integral de qu al i dade, o pe rado re s de máqu i n as e d e ter m i n a i s
e busca apontar os fatores de riscos presentes nas ativi- de co mpu tado r, au x i l i are s e té c n i co s a d m i n i s t ra t i vo s ,
dades, organização e processos de trabalho, bem como au x i l i are s de co ntabi l i dade, pe dre i ro s , s ec retá r i os ,
descrever as medidas de proteção coletiva e individual co pe i ro s , e l et r i c i s tas , ban cár i o s , t rabal h a d ores d a i n -
e as ações de promoção e proteção à saúde a serem dú s t r i a, de nt re o u t ras (B R AS I L , 2012a). A a l ta d em a n -
observadas pelas três esferas de gestão do SUS. da de mov i me nto s o u e sfo rço s re pet i t i vo s , a u s ên c i a e
i mpo s s i bi l i dade de pau s as e s po ntân e a s , n eces s i d a d e
de pe r man ê n c i a e s tát i ca e m dete r mi n a d a s p os i ções
po r te mpo pro l o n gado, ate n ção para s e ev i ta r er ros
e a s u bmi s s ão ao mo n i to rame nto de ca d a eta p a d os
pro ce di me nto s , al é m do mo bi l i ár i o, e q u i p a m entos e
Manual Agente d e
fe r rame ntas qu e n ão pro pi c i am co nfo r to e fa c i l i ta çã o
Ende mias
para a exe c u ção das tarefas s ão al gu n s d os fa to res
e nvo l v i do s n a cau s a de L E R / D o r t. A F i g u ra 5 8 m o s t ra
o e s qu e ma de i de nt i fi cação de t rabal h a d or co m L ER/
D o r t e açõ e s a s e re m exe c u tadas .

1 75
Fi gura 58 – E sq u e ma de ide ntificação e açõ e s para t rabal h ado re s co m s u s pe i ta de L E R / D O RT

Paciente com queixa do sistema osteomuscular


ou sistema nervoso periférico

Possui quadro clínico


Inconclusivo Encaminhar o paciente
compatível com distúrbio
História clínica para o reumatologista,
do sistema osteomuscular
e exame físico ortopedista ou
ou sistema nvervoso
neurologista
periférico

SIM
SIM É caso de distúrbio NÃO
musculoesquelético
Encaminhar para Anamnese Ocupacional
ou do sistema nervoso
tratamento, reabilitação periférico
e orientação

SIM A anamnese evidencia NÃO ou Inconclusivo


NÃO fatores de risco para a
ocorrência de LER/Dort?
Evidência epidemiológica:
o ramo de atividade e a Evidência epidemiológica:
SIM o ramo de atividade e a
função são conhecidos como
de risco para LER/Dort? função são conhecidos como
de risco para LER/Dort?

SIM
Inconclusivo

Realizar ações de vigilância Encaminhá-lo para o NÃO


Preencher ficha de investigação Cerest para elucidação
investigar a doença diagnóstica

É caso de LEr/Dort?

SIM

Notificar no SINAN Educação Acompanhar Vigilância de Tratamento,


em Saúde o paciente na Ambientes e reabilitação e
rede de atenção Processos de orientação
à saúde Trabalho

Emitir CAT caso o


trabalhador seja SINAN: Sistema de Informação de Agravos de Notificação
segurado pelo INSS INSS: Instituto Nacional de Seguridade Social LER: Lesões por Esforços Repetitivos
CAT: Comunicação de Acidente de Trabalho Dort: Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho

Fonte: CGSAT/ DSASTE/ SVS / MS, 2 0 2 1.

1 76
Análise de série histórica do período de 2007 a cuidado na análise dos dados dos anos pandêmicos,
2 0 2 1 p a ra L E R / D O R T, m o s t ra ra m q u e o m a i o r n ú m e - e s p e c i a l a t e n ç ã o d e v e s e r d e d i c a d a a re d u ç ã o n o s
ro d e n o t i f i c a ç õ e s p a ra e s s e a g ra v o , a p re s e n t a ra m anos citados, pois a ausência de formalização de
d i m i n u i ç ã o e m 2 0 1 8 , m a n t e n d o a re d u ç ã o d o s re g i s - vínculo aliada à crise econômica pode impactar no
t ro s n o s a n o s s e g u i n t e s ( F i g u ra 5 9) . P a ra a l é m d o re g i s t ro d e s s e s a g ra v o s .

Figura 5 9 – Núme ro de notificações e coefi c i e nte de i n c i dê n c i a de L E R / D O RT n o pe r í o do de 2007 a 2 0 2 1 n o Bra s i l

108
94,6 96 96,3
88 84,6 86,2
10.000 76,8 73,3
64,1 9886
50,4 9408 9160
7.500 36 38 8343 8341 8774 43,2
8134 28,6
7205
6775
5.000 5951
4713
4093
2.500 3474
3228
2707

0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021

Coeficiente de incidência por 1 milhão de trabalhadores Número de notificações

100%
93,4%
86,8%
79,7%
1209 1165 72,5%
40.000 64,2%
965 54,4%
20.000
755
20.000 30,9% 635 559
835 543 507 506
15,7% 43,5%
20.000

20.000

0
Atividades de Cabeleireiros e Reparação e Atividades Atividades de Clubes sociais, Serviços de Atividades de Atividades de Atividades de
serviços outras manutenção associativas não associações esportivos e assistência fornecimento de assistência atenção à saúde
pessoais não atividades de de especificadas de defesa similares social sem infra-estrutura prestadas em humana não
especificadas tratamento equipamentos anteriormente de direitos alojamento de apoio e residências especificadas
anteriormente de beleza eletroeletrônicos sociais assistência a coletivas e anteriormente
paciente no particulares
domicílio
% acumulado Número de notificações

Fonte: CGSAT/ DSAST E / SVS / MS, 2 0 2 1.

A idade, o sexo, o tempo de trabalho na profissão e WEHRMEISTER; OLIVEIRA, 2012), com maior ocorrên-
a escolaridade podem ser fatores associados a LER/ cia dos distúrbios osteomusculares relacionados ao
Dort, considerando também a atividade econômica trabalho, especialmente os que atingem os mem-
(C N A E ) e a o c u p a ç ã o (C B O) d e s e n v o l v i d a ( S C O P E L ; bros superiores

177
Na ab orda gem dos casos de LER/DORT o profi s s i o n al
PNEUMOCONIOSES
d e saúd e, afora o acolhimento humanizado e qu al i fi -
ca d o nos servi ços assiste nciais, deve atentar para as

P
a çõ es d e p revenção possíveis de se rem dese nvo l v i das . n e u mo co n i o s e s s ão do e n ças pu l mo n a res rel a c i o -
Pa ra ca da ca so diagnosticado deve m ser defi n i das n adas à i n al ação de po e i ras mi n e rai s em a m b i en -
e im p l em entad as ações de vigilância e inter ve n ção, te s de t rabal h o, i n de pe n de nte do pro ce s so f i s i o p a to-
v isa ndo evi tar a ocorrê ncia de novos adoe c i me nto s . gê n i co e nvo l v i do. S ão exc l u í das de s s a de n o m i n a çã o a s
Na vi gi l â nci a d os ambie ntes e processos de t raba- al te raçõ e s n e o pl ás i cas e o u t ras re açõ e s de v i a s a ére-
l h o deve ser enfa t izada a observação das ati v i dade s , as , co mo as ma, bro n qu i te e e nfi s e ma (B R AS IL , 2 0 1 6 h) .
o p e rações, tarefa s , postos de trabalho, organi zação e Co mo exe mpl o s de pn e u mo co n i o s e s , tê m- s e: a s b es to-
a sp ectos p si cossociais re lacionados ao risco de L E R / s e, s i l i co s e, s i de ro s e, e s tan o s e, bar i to s e e p n eu m oco-
D O RT, semp re se valorizando o conhe cimento e a ex- n i o s e do t rabal h ado r do car vão.
p e r i ênci a d os próprios trabalhadore s.
O s pr i n c i pai s fato re s de r i s co para a o co r rên c i a d e
pn e u mo co n i o s e s s ão re l at i vo s às c i rc u n s tân c i a s e co n -
di çõ e s pre s e nte s n o s ambi e nte s e pro ce s s o s d e t ra b a -
Publicação no tema l h o, te n do e m v i s ta as o c u paçõ e s qu e ex põem os t ra -
bal h ado re s ao r i s co de i n al ação de po e i ra s m i n era i s ,
pr i n c i pal me nte e m ce r to s ramo s de at i v i da d es eco n ô-
Protocolo de Complexidade Diferenciada – LER/DORT mi cas , co mo mi n e ração e t ran sfo r mação d e m i n era i s
Relacionada ao trabalho, 2012 e m ge ral , i n dú s t r i a de fi bro c i me nto, metalu rg i a , cerâ -
mi ca, v i dro s , co n s t r u ção c i v i l (fabr i cação d e m a ter i a i s
co n s t r u t i vo s e o pe raçõ e s de co n s t r u ção), a g r i c u l t u ra e
Te m com o ob j etivo orie ntar os profissionai s qu e
i n dú s t r i a da made i ra (po e i ras o rgân i cas ), ca r vo a r i a ,
p re sta m assi stência a trabalhadores no sent i do de
e nt re o u t ro s (B R AS I L , 2006 h).
i d e nti f i car e not i f i car os casos de LER/Dort, co nfo r me
d ete rmi na a Portaria GM/MS n. º 104 , de 2 5 de j an e i ro O u t ro s i mpo r tante s fato re s de r i s co i n c l u em a s d o-
d e 20 1 1 , bem como no se ntido de ofere cer s u bs í di o s e n ças pu l mo n are s prév i as , defi c i ê n c i a i mu n o l ó g i ca i n -
a o s órgã os de vi gilância para interve nçõe s no s am- di v i du al , fato re s ambi e ntai s co mo po l u i ção a t m o sfér i -
b i e ntes d e t rab al ho. ca e h ábi to s co mo o tabagi s mo (B R AS I L , 20 0 6 h) .

Em análise da série histórica de dados provindas do


número de notificações e cálculo do coeficiente de inci-
dência, é perceptível que as notificações de pneumoco-
nioses não apresentam valores altos ou constância em
seus registros. Picos de número de notificações foram ob-
servados nos anos 2008, 2011 e 2017 (Figura 60 e podem
estar relacionados à maior sensibilidade do sistema de
Protocolo LER/DORT
vigilância em saúde nesses anos. Ao visualizar a distribui-
ção geográfica dos coeficientes de incidência do agravo,
a região SUL apresenta os maiores valores de CI entre
(0,29 e 0,72), seguida pela região sudeste (Figura 60).

178
Figu ra 60 – Número de notificaçõe s e coefi c i e nte de i n c i dê n c i a cal c u l ado para pn s e u mo co n i o s es n o p er í o d o
d e 20 07 a 20 21

10,1

10.000
8,2

919
5,9
7.500 5,4
750
3,3 5,2
2,7
2,2 2,3
5.000 561 2,1
1,1 501
1,9 2,3 2,4 482
1,0
333
2.500 265
228 237
205 223 207
182
104 95
0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021

Coeficiente de incidência por 1 milhão de trabalhadores Número de notificações

0 - 0,14

0,14 - 0,29

0,29 - 0,43

0,43 - 0,57

0,57 - 0,72

Fonte: CGSAT/ DSAST E / SVS / MS, 2 0 2 1.

179
Os pri nci p ai s t rabalhadores acometidos s ão da para a v i gi l ân c i a e m s aú de do t rabal h ador, co n s i d e-
co n struçã o ci vi l , fabricação de produtos ce râ mi co s e ran do qu e n ão h á l i mi te s e gu ro para ex po s i çã o à f i b ra
d a i nd úst ri a em g eral (Figura 6 1). de ami anto, s e n do ape n as u ma fi bra capa z d e d es en -
cade ar a do e n ça n o s ex po s to s . A l é m di s s o, a l a tên c i a
Ca be enfat i za r, que no Brasil, e m função da mu l -
da do e n ça po de c h e gar h á mai s de 3 0 a n o s , o q u e
t i p li ci da de d e a t i vidade s extrativistas e ind u s t r i ai s ,
di fi c u l ta ai n da mai s a re l ação de cau s al i d a d e ent re o
ex i ste um número e levado de trabalhadores ex po s to s
ado e c i me nto e a ex po s i ção.
à s p oei ras m i nerais capazes de produzir esse agravo,
co n sti t ui nd o um proble ma de saúde pública. A pr i n c i - D e n ota- s e a i mpo r tân c i a da pre s e n ça d e s er v i ços
p a l pneum oconi ose no País, do ponto de vista e pi de - e s pe c í fi co s e m do e n ças o c u pac i o n ai s co mo os C EREST,
m i o l ó gi co e d e S aúde Pública, é a silicose, cau s ada be m co mo açõ e s de co n s c i e nt i zação e s en s i b i l i za çã o
p e la exp osi çã o à poeira de sílica livre ou dióx i do de do s t rabal h ado re s n a u t i l i zação de E P Is , e a a m p l i a çã o
si lí c i o (S IO2) em sua forma cristalina (ALGRANT I, 2001). e o fo r tal e c i me nto das açõ e s de i n s pe ção em a m b i en -
A a sbestose é out ra pne umoconiose caracte rizada po r te s de t rabal h o. Cabe de s tacar, qu e e s te é u m a g ra vo
p ro d uzi r ag ravos importantes. Tem orige m mi n e ral , é de di fí c i l e s tabe l e c i me nto de n exo cau s al , um a vez q u e
i n co m bust í vel , resiste nte à ge ração de calor e fr i cção, as etapas da i nve s t i gação da do e n ça deve m es ta r a s -
à co rrosão e à maior parte dos ácidos e outras pro - s o c i ado s ao h i s tó r i co de ex po s i ção o c u pa c i o n a l . Is s o
p ri e d ad es q ue g arantem sua utilização em mai s de acaba ge ran do a s u bn ot i fi cação de s s a doen ça , p r i n -
t rê s mi l (3 .0 0 0) p rodutos (GI ANNASI.; T H ÉBAUD- MO NY, c i pal me nte dev i do ao de s pre paro do prof i s s i o n a l d e
19 97). O ami anto é uma das substâncias pri o r i tár i as s aú de para e s tabe l e ce r e s s a re l ação.

Fi gura 61 – Núme ro de notificaçõe s e percent u al ac u mu l ado de pn e u mo co n i o s e s po r CNA E n o Bra s i l , p er í od o


d e 2 007 a 20 21

% acumulado Número de notificações

97,2% 98,2% 99,1% 100%


1476 91,6% 93,8% 95,8%
89,3%
1.500
78,1%

1.000

60,1%
441
500
275
58 52 49 36 24 23 21
0
Fabricação de Extração de Estração de Extração de Extração de Fabricação de Extração de Fabricação de Fabricação de Britamento,
produtos minério de minerais minério de minerais para artefatos de pedra, areia instrumentos produtos aparelhamento
cerâmicos não- metais radioativos alumínio fabricação de concreto, e argila musicais cerâmicos e outros
refratários para preciosos adubos, cimento, refratários trabalhos em
uso estrutural fertilizantes e fibrocimento, pedras - não
na construção produtos gesso e associados a
civil químicos estuque extração.

Fonte: CGSAT/ DSASTE/ SVS / MS, 2 0 2 1.

180
Figu ra 62 – Fluxograma de Vigilância e m S aú de do Trabal h ado r para Pe rda A u di t i va In du z i da p o r Ru í d o

Paciente com sintomas sugestivos de PAIR ou


expostos a ruídos no local de trabalho

Anamnese e investigação da exposição a ruído


e exame físico com otoscopia

NÃO SIM
Há evidências de exposição Há sintomas
a ruído no trabalho? auditivos?

SIM É possível o médico realizar SIM


o diagnóstico com a história Paciente possui exame Encaminhar para
do paciente + exame audiométrico prévio (até 1 ano)? otorrinolaringologista
audiométrico disponível?

NÃO
NÃO

Encaminhar para serviço especializado p/


avaliação médica e audiológica

NÃO
Acompanhamento
Investigação diagnóstica sugere Pair?
clínico

Inconclusivo SIM

NÃO
Encaminhar Preencher ficha de investigação Há relação com
Reavaliação Não notificar
para o CEREST Investigar o caso o trabalho?

SIM

CEREST: Centro de Referência em Saúde Notificar no SINAN Realizar a vigilância Tratamento e Realizar ações
do Trabalhador do ambiente e reabilitação de controle
processo de trabalho e prevenção
CAT: Comunicação de Acidente de Trabalho

INSS: Instituto Nacional de Seguridade Social

SINAN: Sistema de Informação de Agravos Emitir CAT caso o


de Notificação trabalhador seja
segurado pelo INSS
Pair: Perda Auditiva Induzida por Ruído

Fonte: CGSAT/ DSAST E / SVS / MS, 2 0 2 1.

1 81
PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR o u s ú b i t a a n í v e i s e l e v a d o s d e p re s s ã o s o n o ra d e
origem ocupacional.
RUÍDO – PAIR
O Proto co l o de Co mpl ex i dade Di fe re n ci a d a Perd a
A u di t i va In du z i da po r Ru í do (PA I R ) do M i n i s tér i o d a

P
S aú de (B R AS I L , 2006 d), co n s i de ra o n í ve l d e p res s ã o
e rd a A u d i t i v a I n d u z i d a p o r R u í d o ( P a i r ) c a ra c-
s o n o ra, qu an do ac i ma do s l i mi te s de to l e râ n c i a d eter-
t e r i z a - s e p e l a p e rd a d a a u d i ç ã o p o r e x p o s i ç ã o
mi n ado s pe l o Mi n i s té r i o do Trabal h o, co m o fa tor d e-
p ro l o n g a d a a r u í d o , a s s o c i a d o o u n ã o a s u b s t â n c i a s
te r mi n ante da pe rda au di t i va.
q u í m i c a s , n o a m b i e n t e d e t ra b a l h o , s e n d o d o t i p o
n e u ro s s e n s o r i a l , g e ra l m e n t e b i l a t e ra l , i r re v e r s í v e l A F i gu ra 6 2 apre s e nta o Fl u xo grama de Vi g i l â n c i a
e p ro g re s s i v a c o n f o r m e o t e m p o d e e x p o s i ç ã o . A l - e m S aú de do Trabal h ado r para Pe rda A u di t i va In d u z i -
guns termos podem ser utilizados como sinônimos de da po r Ru í do (Pai r).
PA I R , t a i s c o m o : p e rd a a u d i t i v a p o r e x p o s i ç ã o a o r u - A s s i m co m o o u t ro s a g ra vo s d e ST, a n o t i f i ca çã o d e
í d o n o t ra b a l h o , p e rd a a u d i t i v a o c u p a c i o n a l , s u rd e z PA I R a p re s e n to u co m p o r ta m e n to c re s ce n te , s e n d o o
p ro f i s s i o n a l , d i s a c u s i a o c u p a c i o n a l , p e rd a a u d i t i v a p e r í o d o d e 2 0 1 3 a 2 0 1 6 , o d e m a i o r a s ce n d ê n c i a d a
i n d u z i d a p o r n í v e i s e l e v a d o s d e p re s s ã o s o n o ra , p e r- c u r va , co m o p i co d e n o t i f i ca çõ e s o b s e r va d o n o a n o
d a a u d i t i v a i n d u z i d a p o r r u í d o o c u p a c i o n a l , e p e rd a d e 2 0 1 6 ( F i g u ra 6 3) .
a u d i t i v a n e u ro s s e n s o r i a l p o r e x p o s i ç ã o c o n t i n u a d a

Fi g u ra 63 – S éri e histórica do núme ro de noti fi caçõ e s , cál c u l o do co efi c i e nte de i n c i dê n c i a de PA I R e n ú m ero d e


n oti f ica ções por C NAE no Brasil, pe ríodo de 2 007 a 2021

12,7

10,9
1.250
9,4 9,7
1216
7,4 7,2
1.000
5,9 968 997
914
750 6,6
3,5 2,9
2,2 2,7 712 2,5
4,3 667
1,2 609
500 560

414
250 329
260 280
113 204 242

0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021

Coeficiente de incidência por 1 milhão de trabalhadores Número de notificações

182
100%
92,5%
84,8%
76,7%
100
68,7%
87
83 60%
51%
75 67
58
29,7% 52 49
50 41,4% 36 24 23 21
15,2%

25

0
Atividades Aluguel de Obras Viárias Usinas de Fabricação de Obras de Atividades Aqüicultura e Abate de aves Fabricação de
auxiliares aos equipamentos açúcar motores acabamento auxiliares dos serviços e outros móveis com
transportes de construção estacionários transportes relacionados pequenos predominância
aquaviários e demolição de combustão terrestres animais e de metal
com operários prepração de
produtos de
carna

% acumulado Número de notificações

Fonte: CGSAT/ DSAST E / SVS / MS, 2 0 2 1.

O s t rab al had ore s, de maneira geral, estão ex po s to s


Publicações no tema
a o ri sco d e PAIR, no e ntanto, em difere ntes n í ve i s de
i ntensi d ad e. O principal proble ma é a expos i ção co n -
t í n ua d o t rab alhador ao ruído, moderado o u i nte n s o, Protocolo de Perda auditiva induzida por ruído (Pair).
q ue p ode causar proble mas no aparelho a u di t i vo, de
forma gra dua l , podendo apre sentar de mora n a pe r-
cep çã o da al teração no sentido, bem como apre s e ntar Proto co l o s de Co mpl ex i dade Di fe re n c ia d a , n . 5 ; S ér i e
o u t ros di st úrbi os de corrente s dessa exposição. A . No r mas e Man u ai s Té c n i co s ). I S B N 85 - 3 3 4-1 1 44- 8 .

O s p rof i ssi onais que trabalham diariame nte co m r u - Proto co l o de s t i n ado a to da re de de a ten çã o à s a ú -
í dos i ntensos, como profissionais das indús t r i as de re - de do S U S, qu e deve rá i n i c i ar u m t raba l h o d e i d ent i -
p aro e m anutenção, são os que mais apre s e ntam n o - fi cação e n ot i fi cação do s cas o s de pe rd a s a u d i t i va s
t i fi caçã o d e PAIR. A se nsibilização para a preve n ção e re l ac i o n adas ao t rabal h o, o pto u - s e po r res t r i n g i r es -
a correta cond uta fre nte ao risco, como a ut i l i zação de s e s cas o s à Pai r, ac re di tan do qu e i s s o i rá v i a b i l i za r o
E P I, sã o os m ei o s mais eficaze s para preve n i r o ado e - pro ce s s o de n ot i fi cação
c im ento d o t rabalhador.

1 83
TRANSTORNOS MENTAIS
RELACIONADOS AO TRABALHO
Protocolo de Perda

O
auditiva induzida p o r
s Tran s to r n o s Me ntai s Re l ac i o n ado s a o Tra b a l h o
ruído (Pair)
(TMRT ) i nte gram a re l ação de agravos d e n ot i -
fi cação co mpu l s ó r i a s e nt i n e l a de s aú de d o t ra b a l h a -
do r. O te ma de S aú de Me ntal Re l ac i o n ada a o Tra b a -
l h o co mpõ e u m do s e i xo s e s t raté gi co s da P N ST T e d a
e s t r u t u ração das açõ e s da G e s tão Nac i o n a l d a Ren a s t.
A de mai s , o s t ran s to r n o s me ntai s tê m s i do v i s to s com o
Boletim Epidemiológico, ed. 7, ano III, 2013 - A PAIR re-
u ma pr i o r i dade gl o bal da s aú de, dev i do a o s el eva d o s
lacionada ao trabalho no Brasil, 2007-2012.
n ú me ro s de i n capac i dade de co r re nte s da ocor rên c i a
de t ran s to r n o s me ntai s e ao s e u ô n u s e co n ô m i co, a l ém

E ste bol et i m a prese nta os dados nacionais de n ot i - de s e r e s t i mado co mo o mai o r agravo de s a ú d e m u n -

f i ca ções d a PAIR no Sinan, no período de 2 007 a 2013 , di al até o an o de 203 0.

d e stacand o o aumento das notificações, mas re s s al - A S aú de Me ntal e o Trabal h o s ão te mas a b ord a d o s


ta n d o q ue a i nd a existe m diversos de safios qu e l evam pe l o s O bj et i vo s de D e s e nvo l v i me nto Su s tentá vel d a s
a su b not i f i ca çã o dos casos, como a falta de di agn ó s t i - Naçõ e s Un i das qu e me n c i o n am co mo com p ro m i s s os
co o u o mesm o a falta da investigação para es tabe l e - gl o bai s a co be r t u ra u n i ve rs al de s aú de qu e i n c l u i s a ú -
ce r a rel a çã o da doe nça com o trabalho. de me ntal e be m- e s tar, e a pro mo ção do c res c i m ento
e co n ô mi co i n c l u i n do e mpre go pl e n o e pro d u t i vo e t ra -
bal h o de ce nte para to das e to do s .

O t rabal h o i nfl u ê n c i a de fo r ma di reta n o m o d o d e


v i da da s o c i e dade, s e j a n a e sfe ra e co n ô mi ca , s oc i a l o u
c u l t u ral , de s s a fo r ma te mo s o t rabal h o co m o u m a g en -
Boletim Epide mio-
te capaz de i nte r fe r i r be n efi came nte o u n ã o n a s a ú -
lógico, ed. 7, ano I I I,
de do i n di v í du o, po de n do s e r u m fato r de p ro m o çã o à
2 013
s aú de me ntal o u o cas i o n ar pro bl e mas de t ra n s tor n o
me ntal . No Bras i l , a S aú de Me ntal apre s e nta u m d es a -
fi o par t i c u l ar me nte co mpl exo : ape s ar de s u a c res cente
v i s i bi l i dade mu n di al , ai n da ex i s te u ma e s t i g m a t i za çã o
ge n e ral i zada, prát i cas e e s t r u t u ras de s a t u a l i za d a s ,
be m co mo fragme ntação o rgan i zac i o n al q u e a feta m
a capac i dade de aval i ar, pr i o r i zar e i nve s t i r a d eq u a -
dame nte e m do e n ças e agravo s re l ac i o n ad o s a S a ú d e
Me ntal e re s po n de r a e l e s co m a me s ma p ro p o rçã o e
pr i o r i dade qu e s ão dadas a s aú de fí s i ca.

184
No Brasi l , os t ranstornos mentais são a te rce i ra cau s a to n o re gi s t ro e s tá v i n c u l ado à i n c l u s ão d o TM RT com o
d e l ong os a fastame ntos do trabalho por do e n ça (F E R- u ma DA RT de n ot i fi cação co mpu l s ó r i a, to d a v i a , d eve-
N AN D E S et a l . , 2 018), pode ndo ser observado po r me i o - s e l evar e m co n s i de ração a s e n s i bi l i za çã o d os p ro -
d os da dos d as n otificações extraídas no Sin an , a par t i r fi s s i o n ai s de s aú de, s e n do e s te u m i mpo r ta nte a g ra vo
d e 20 07, dem on strando um aume nto na inc i dê n c i a de qu e deve s e r aco mpan h ado co m ate n çã o, d ev i d o à s
TMRT, sendo o ano de 2 019 àque le com ma i o r n ú me ro c re s ce nte s mu dan ças de co r re nte s do s p roces s os d e
d e not i f i cações identificadas (Figura 64). Es s e au me n - de s e nvo l v i me nto e co n ô mi co e te c n o l ó gico.

Figu ra 64 – Núme ro e coeficie nte de incid ê n c i a de t ran s to r n o me ntal re l ac i o n ado ao t rabal h o n o Bra s i l , p er í od o
d e 20 07 a 20 21

23,7
2,500
21,1
19,8

15,2
2,000 2.190
11,9 13,2
1.921
7,6 7,1 7,5 9,2 1.810 9,6
1,500
3,8 4,3 1.456
1,3 1.189 1.251
1,000 2
891 917
500 713 674 723
189 407
122 361
0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021

Coeficiente de incidência por 1 milhão de trabalhadores Número de notificações

Fonte: CGSAT/ DSAST E / SVS / MS, 2 0 2 1.

Im porta nte relatar sobre o de cré scimo d as n ot i fi ca- mai s afetado s pe l a pan de mi a, pr i n c i palm ente a q u el es
çõ es nos úl t i mos anos estarem relacionado s à pan - qu e at u aram n a l i n h a de fre nte ao com b a te d a Co-
d emi a de COV ID 19, onde, as unidade s de s aú de s ão v i d-19, s ofre n do u m gran de i mpac to ps ico l ó g i co.
p rocurad as a penas e m casos de e mergê n c i a, reve r-
Algumas ocupações estão mais vulneráveis ao desen-
b era ndo a ssi m nas notificaçõe s de diverso s agravo s .
volvimento do TMRT, tendo em comum fatores de risco
Há de se ressal tar també m os efe itos da pa n de mi a de
psicossociais como: pressão por produção, trabalhos
COV ID -1 9, a i nd a não detectados na anális e e m qu e s -
desvalorizados e mal remunerados, precariedade das
tão, p oderão apare cer nos próximos ano s , u ma vez
condições e relações de trabalho, jornadas extensas,
q ue os p rof i ssi onais de saúde foram um do s gr u po s
medo de perderem o emprego, entre outros. Também

1 85
é possível identificar que a ocorrência de TMRT é mais
frequente entre as mulheres, o que sugere que estas
estejam ainda mais expostas a condições de trabalho
mais precárias, a riscos psicossociais dos ambientes e B o l et i m Epi de mio l ó -
processos de trabalho, condições desiguais de inserção gi co, e d. 13 , an o IX ,
no mercado de trabalho e sobrecarga de atividades 2019
domésticas e laborais, quando comparada aos homens.

Re pensar a l ógica da Vigilância dos Tra n s to r n o s


Me nta i s, superando a ide ia de base ar as a çõ e s n a
i d e nti f i caçã o d a re lação causal e ntre os risco s e o s
t ra n stornos, e a m pliando o olhar e as açõe s d o s pro -
f i ssiona i s da sa úde para atuação com foco n a pro -
m o çã o d e saúd e, be m- estar e qualidade de v i da n o
CÂNCER RELACIONADO AO TRABALHO
t ra b al ho são a ções nece ssárias para o te ma.

O
A d otar medi da s coletivas e individuais de preve n ção, cân ce r re pre s e nta u m gran de de s afi o p a ra a s a ú -
a m p l i ar a cap aci dade de e nfrentame nto dos t raba- de pú bl i ca. Trata- s e da s e gu n da pr i n c i p a l ca u s a
l h a d ores aumenta ndo se u controle sobre suas tarefas , de mo r te n o Paí s . E s t i mat i vas de i n c i dê n c i a p a ra o b i -
m e lhorar a com un icação organizacional pe rmi t i n do a ê n i o 2018-2019 apo ntam para a o co r rê n c i a d e 6 0 0 m i l
p a rt i ci pa çã o d os trabalhadores na tomada de de c i - cas o s n ovo s para cada an o n o Bras i l (I NST IT U TO N A -
sã o, const ruçã o de siste mas de apoio social para t ra- CI O NA L D E CÂ NCE R , 2017).
b a l h a dores no l ocal de trabalho levando em co n s i de -
A l é m das de s i gu al dade s s o c i ai s i de nt i f i ca d a s n a s
ra çã o a i ntera ção e ntre as condiçõe s de trabal h o e de
an ál i s e s da di s t r i bu i ção de s s a do e n ça, u m a vez q u e
v id a , m el horar o valor colocado e m se gurança e s aú -
aprox i madame nte 6 0% do s cas o s o co r re m em es ta d o s
d e d ent ro da orga nização são medidas recome n dáve i s
e mu n i c í pi o s de bai xa e mé di a re n da (B R AS IL , 2 0 1 8 a ),
p a ra a prevençã o de sofrime nto/adoecime nto me ntal
ex po s i çõ e s ambi e ntai s , i n c l u i n do o s ambi e ntes e p ro -
re l a c i ona do a o t rabalho.
ce s s o s de t rabal h o, co nt r i bu e m s i gn i fi ca t i va m ente
para n ovo s cas o s da do e n ça, ev i de n c i an d o d es i g u a l -
dade s n o s fato re s de ex po s i ção e n o s r i s co s d e a d o e-
Publicações no tema ce r o u mo r re r e nt re gr u po s po pu l ac i o n ai s e oc u p a c i o-
n ai s di s t i nto s .

O cân ce r re l ac i o n ado ao t rabal h o é co n s i d era d o


Boletim Epidemiológico, ed. 13, ano IX, 2019. Transtornos
mentais relacionados ao trabalho no Brasil, 2006-2017.
Colaboração com a Universidade Federal da Bahia. [...] uma neoplasia de toxicidade
retardada em seu curso clínico e em
seu desfecho, devido à exposição a
agentes químicos, físicos ou biológicos
E ste bol et i m a pre senta os dados ge rais dos tran s to r-
classificados como carcinogêneos,
n o s m entai s rel a ci onados ao trabalho, re ssaltan do as presentes no ambiente de trabalho
d i sto rções d a rep re sentação de trabalhadore s i nfo r- (BRASIL, 2012a).
m a i s , e a b ai xa cobertura do SI NAN.

186
Ai nda q ue o cânce r relacionado ao tra bal h o s e j a Análise da série histórica de câncer relacionado ao
u ma rea l i da de no Brasil e no mundo, base s de dado s trabalho no Brasil, através do número de notificações e
n aci ona i s e i nternacionais possue m dificu l dade s e m coeficiente de incidência de câncer no Brasil, de 2007
mensurar esta realidade para fins de preven ção e pl a- a 2021 mostra um pico de notificações no ano de 2019
n ej a m ento em saúde pública, o que também pre j u di ca (Figura 65). Todavia, apesar de existirem evidências
o conheci m ento sobre o pape l do trabalho n a cau s al i - científicas que demonstram que exposições no trabalho
d ad e d o câncer. Os ambie ntes e processo d e t rabal h o podem causar câncer, o número de notificações ainda
sã o consi d erad o s os locais de maior expos i ção a pro - é pequeno, devido à dificuldade de se estabelecer nexo
d utos e sub stâncias químicas carcinogênicas . D u rante causal, bem como a falta de investigações profundas
o sécul o XX houve aumento na identificação de di ve r- no histórico de vida e ocupação do paciente.
sa s substâ nci a s canceríge nas prese ntes e m di fe re nte s
a m bi entes d e t rabalho (CH AGAS et al., 2 013).

Figu ra 65 – Número de notificaçõe s e coefi c i e nte de i n c i dê n c i a de cân ce r n o Bras i l , de 2007 a 20 2 1

8,4

800
4,3 781 4,7
600 2,6
1,9 2,1 452
1,3 1,5 1,7
400 0,1 0,3 0,2
0,7 399 12
0
255
200
73 196 191
146 169
5 12 30 26 126 118
0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021

Coeficiente de incidência por 1 milhão de trabalhadores Número de notificações

Fonte: CGSAT/ DSAST E / SVS / MS, 2 0 2 1.

Ta m bém é i mportante conside rar que o cân ce r e a comprovadamente cancerígenos, principalmente aque-
morta l i da de por cânce r re lacionado ao trabal h o au - las que envolvam fabricação de produtos de uso na
menta m em ra zão do crescimento da exp e c tat i va de construção civil e atividades relacionadas à agricultura
v ida e d a red ução gradual de outras causa s de mo r te, (INTERNATIONAL AGENCY FOR RESEARCH ON CANCER,
co m o as d oenças transmissíveis e acidente s . 2020). A Figura 66 mostra uma análise de frequência ab-
soluta de casos em diversas ocupações, por sexo. Pode-
Alguns ambientes de trabalho são locais onde ocor-
-se visualizar que as atividades dos setores agropecuá-
rem as maiores concentrações de agentes cancerígenos,
rios, florestais e pesca, bem como serviços de produção
quando comparados a outros ambientes, assim, algu-
de bens, serviços industriais, reparação e manutenção
mas ocupações possuem contato com diversos agentes
possuem as maiores frequências de casos (Figura 66).

1 87
Fi gura 66 – Núme ro e coeficie nte de incidênc i a de cân ce r re l ac i o n ado ao t rabal h o n o Bras i l po r 100 m i l t ra b a -
l h a d ores, p or ocupação, no período de 2 006 a 2021

1.500
1368

1039
1.000

500
310

70 105
7 23 42
0
Membros das Dirigentes do Profissionais Ténicos de Trabalhadores Serviços, Agropecuários, Produção de
forças poder público das ciências e nível de serviços vendedores florestais e da bens e serviços
armdas, e de empresas, das artes (2) médio (3) administrativos do comércio pesca (6) industriais,
policiais e gerentes (1) (4) (5) reparação e
bombeiros (0) manutenção
(7/8/9)

9,9
100

75

50 4,3

25
1,5
1,1
0,8 0,7
0,4 0,4
0
Membros das Dirigentes do Profissionais Ténicos de Trabalhadores Serviços, Agropecuários, Produção de
forças poder público das ciências e nível de serviços vendedores florestais e da bens e serviços
armdas, e de empresas, das artes (2) médio (3) administrativos do comércio pesca (6) industriais,
policiais e gerentes (1) (4) (5) reparação e
bombeiros (0) manutenção
(7/8/9)

Frequência absoluta de casos (número absoluto) Coeficiente de incidência por 100 mil trabalhadores

Fonte: CGSAT/ DSASTE/ SVS / MS, 2 0 2 1.

188
Publicações no tema cientificamente a relação entre ocupação, ambiente e
câncer no contexto brasileiro. O intuito da publicação é
induzir estados e municípios a olharem para os dados
Diretrizes para a vigilância do câncer relacionado ao de exposição a possíveis agentes causadores de câncer.
trabalho (2013) Recentemente, em novembro de 2021, foi publicado o
Atlas do câncer relacionado ao trabalho no Brasil: Aná-
lise regionalizada (2021). Esta publicação apresenta
A Di ret ri z pa ra a Vigilância do Câncer Re l ac i o n ado
evidências técnico-científicas referentes às exposições
a o Tra ba l ho p u blicada pe lo I NCA, e m parce r i a co m a
ocupacionais associadas ao câncer e baseadas na lite-
CGSAT em 20 1 3, configurou uma contribuição té c n i ca
ratura nacional e internacional, bem como análise re-
p ara a a bord agem do cânce r de corre nte da ex po s i ção
gionalizada do câncer no País e recomendações gerais
a ag entes cance rígenos prese ntes no amb i e nte e n o s
do Câncer relacionado ao trabalho (CRT). O objetivo do
p rocessos d e t rabalho.
documento é subsidiar as ações de vigilância, preven-
ção e controle do CRT, que priorizem os trabalhadores
de setores e atividades econômicas mais vulneráveis à
ocorrência dessas doenças, indiferentemente do víncu-
lo empregatício e forma de inserção no mercado de
trabalho, conforme definido na PNSTT.
Diretrize s para v i gi -
lância do câncer

At l as do cân cer rel a -


c i o n ado ao t ra b a l h o:
an al i s e re gi o n a l i za -
Já em 20 1 8 , foi publicado pelo DSAST E o At l a s d o
da
câncer relacionado ao trabalho no Brasil.

Investimentos em pesquisas
Atlas do câncer re l a-
cionado ao trabal h o

A at u ação n a v i gi l ân c i a do câncer rel a -


c i o n ado ao t rabal h o te m s e de l i n e a d o n o s
i nve s t i me nto s para s u pr i r l ac u n as c i ent í f i -
cas s o bre a te mát i ca. A l é m da an á l i s e d e
A publicação expõe o relatório situacional sobre o
câncer associado ao trabalho no Brasil, evidenciando

1 89
PROJETO CAREX BRASIL
si t ua çã o em saúde, que ge rou as pub l i -
cações aci ma listadas, no âmbito do TC
69/ 20 1 1 , foi pactuada, uma carta acordo
i nt i t ul ad a Avaliação de risco e conscie n - C onforme mencionado no tópico intoxicações exóge-
nas, o DSASTE/SVS/MS, em conjunto com o Instituto
Nacional do Câncer (INCA), Fundação Jorge Duprat Fi-
t i zaçã o do cânce r ocupacional e m tra-
ba l ha dores rurais da re gião de Barreto s , gueiredo, de Saúde e Medicina do Trabalho (Fundacen-

conj untamente ao Hospital do Amor –Bar- tro), e o Ministério do Trabalho, iniciaram a implantar a

retos, no p eríodo de 2 016 – 2 019. metodologia Carex no Brasil. A abordagem primordial do


CAREX é sistematizar informações sobre a prevalência
das principais exposições cancerígenas em ambientes
de trabalho, levando em conta estatísticas populacionais

Co m ba se nos resultados desta carta aco rdo, o censitárias e registros administrativos das populações de

D SASTE / SVS / M S, e m parceria com o Hospital do A mo r trabalhadoras e suas inserções no processo produtivo.

– Barretos, f i rm aram um convênio, e m 2 02 0, para a Coordenado pela CGSAT, o projeto CAREX Brasil visa
re a l izaçã o d e um estudo de Coorte intitulado: Cân ce r identificar as atividades econômicas e ocupações poten-
e t rab al had ores rurais: um e studo de coorte (R U CA N cialmente expostas a substâncias cancerígenas e estimar
St u d y). A exposi çã o ocupacional a vários tipos de fato - o número de trabalhadores expostos no País. Para o de-
re s amb i enta i s e age ntes químicos está intrinse came n - senvolvimento do projeto, foram criados diferentes grupos
te l ig ad a à ocorrência de cânce r. A determin ação do de trabalho para estudar substâncias específicas, sendo:
p ote nci a l ri sco de câncer frente exposição a age nte s
ca rc i nogêni cos pode m contribuir com ações preve nt i - ○ CAREX Brasil - Agrotóxicos
va s e p ol í t i ca s p úblicas. De ssa forma, nosso gr u po v i s a
○ CAREX Brasil - Benzeno
i d e nti f i car ca sos de câncer e sua possível re la ção co m
ex p osi çã o ocup acional atravé s de que stionár i o s e pi - ○ CAREX Brasil - Sílica
d e m iol ógi cos. Al ém de avaliar as populações ex po s tas ○ CAREX Brasil - Amianto
a a gentes q uí mi cos ou fatores de natureza ambi e ntal
○ CAREX Brasil - Radiação Ionizante
u ti li za ndo a ep i g enômica e biomarcadore s ge n ét i co s
p a ra aná l i se, a f i m de revelar as interações ge n e - am-
Especificamente os grupos realizam três objetivos:
b i e nte, no contexto do exposoma. També m tem o fo co
identificar fontes de informação relevantes para a
e m aná l i ses i n vi t ro para elucidar mecanismo s mo l e -
quantificação de exposições cancerígenas no trabalho;
c u l a res f rente a ex posição ce lular a agente s qu í mi co s .
levantar informações existentes, qualitativas e quanti-
O e stud o tem p revisão de té rmino e m 2 024 e e s pe ra-
tativas, sobre os agentes cancerígenos selecionados;
- se a pri m orar aná lise de situação e m saúde d o t raba-
estimar o número de trabalhadores expostos por ativi-
l h a d or a f i m de g erar re spostas oportunas das açõ e s
dade econômica e ocupação. Como resultado, espera-
d e se ncad ea da s no setor saúde, bem como o e s tabe l e -
-se um fortalecimento da vigilância do câncer em saú-
c im ento de pol í t i cas públicas que propiciem pro ce s s o s
de do trabalhador e da Renast, bem como as demais
d e tra ba l hos ma i s saudáve is.
políticas públicas voltadas para a prevenção do câncer
relacionado ao trabalho no Brasil, reduzindo os enor-
mes custos sociais e financeiros e a carga da doença.

19 0
COMPONENTES DA VIGILÂNCIA
DA SAÚDE DO TRABALHADOR

VAPT
VIGILÂNCIA DE
AMBIENTES E PROCESSOS
DE TRABALHO
O d esenvol vi m ento de açõe s de vigilância e m S aú -
d e do Tra ba l hador conte mpla, alé m do l evanta-
m e nto epi dem i ol ógico, a investigação da relação de
A pro du ção co n j u nta de meto do l o gi as d e a çã o, d e
i nve s t i gação, de te c n o l o gi as de i nte r ve n çã o, d e a va -
l i ação e de mo n i to rame nto s ão açõ e s de v i g i l â n c i a n o s
d ete rm i na da d oença ou agravo com o trabalh o. Para ambi e nte s e s i t u açõ e s e pi de mi o l ó gi cas dos a g ra vos e
a re a l i za çã o da i nve stigação, de senvolve- se a VA P T do e n ças re l ac i o n ado s ao t rabal h o.
co m o uma d as açõe s e stratégicas preconizadas pe l a
A VAPT é a essência da ação de vigilância em saúde
P N STT, nas q uai s i nse rem- se as inspeçõe s san i tár i as .
do trabalhador e é desenvolvida por análises de do-
Dentre as ações realizadas, podem-se citar: Inspe- cumentos, entrevistas com trabalhadores e observação
ções sanitárias em locais de trabalho; Investigação direta nos ambientes e processo de trabalho. Corres-
epidemiológica de casos de Pair; Elaboração de pro- ponde ao modo de olhar do sanitarista para o trabalho
tocolos e referências técnicas para os serviços de saú- na tentativa de destacar seus impactos na saúde e ao
de; Acompanhamento e monitoramento do acesso aos meio ambiente. É a observação da forma de trabalhar,
direitos sociais e seguimento na rede. Tomando como da relação trabalhador com os meios de produção e da
ponto de partida os apontamentos normativos descri- relação dos meios de produção com o ambiente. É a
tos na PNSTT, a vigilância de ambientes e processos ação geradora de uma intervenção de redução dos ris-
de trabalho é descrita como uma de suas finalidades, cos à saúde dos trabalhadores relacionados a um am-
e orienta para a sua implementação a articulação de biente, a uma atividade ou a um processo de trabalho.
ações individuais e coletivas, de promoção, prevenção,
Ne s te s e nt i do, a VA P T bu s ca i nte r v i r n o s fa to res d e-
de vigilância, planejamento, avaliação, integração do
te r mi n ante s do ado e c i me nto re l ac i o n ado a o t ra b a l h o,
conhecimento técnico e os saberes, experiências e sub-
v i s an do e l i mi n ar, o u n a s u a i mpo s s i bi l i dade, m i n i m i za r
jetividade dos trabalhadores, com vistas à intervenção
e co nt ro l ar tai s fato re s . A F i gu ra 6 7 e s quem a t i za os
sobre os determinantes da saúde dos trabalhadores.
e i xo s de t rabal h o e ate n ção de s ta Vi gi l ân c i a .

Fi gura 67 – E i xos de ate nção da Vigilância d e A mbi e nte s e pro ce s s o s de Trabal h o – VA P T

Substituição do Perigo Controles de engenharia


Identificar e substituir o perigo Isoçar a equipe dos riscos

Controles administrativos
Mudança da forma de trabalho

Eliminação do Perigo Vigilância


Eliminar qualquer fator de perigo
de Ambientes
e Processos Equipamento de Proteção Individual
de Trabalho Medida de Proteção Individual

Maior eficiência
Menor eficiência

Fonte: DSASTE/ SVS / MS, 2 0 2 1.

19 4

Publicações no tema

Te mos mu ito a c e l e b rar n e sse s d e z a nos


Boletim epidemiológico v. 51, n. 18, 2020 - Promoção de
da presenç a inst ituc ional da áre a de Saú de
ambientes de trabalho saudáveis e seguros na preven-
do Trabal had or ( CGSAT ) no De partam e n to
ção das doenças e agravos relacionados ao trabalho.
Saúd e Amb ie ntal , d o Trabal had o r e
Vi gi lânc ia das E me r g ê n c ias e m S aúd e P ú b l i c a
( DSASTE ) , na S e c re taria d e Vig il ânc i a e m E s te bo l et i m te m po r o bj et i vo apre s enta r reco m en -
Saúde (SVS ) d o Min ist é rio da S aú d e ( M S) . daçõ e s para a pro mo ção de ambi e ntes d e t ra b a l h o
As con d içõe s d e t rabal ho oc upam p os i ç ão s au dáve i s e s e gu ro s v i s an do a preve n çã o d a s d oen -
c e nt ral n a d e t e rmin aç ão d o p r oc e sso s aú de ças e agravo s re l ac i o n ado s ao t rabal h o, i n c l u i n d o os
do e nç a d os t rabal had ore s, da p op u l aç ão ac i de nte s qu e v i t i mam mi l h are s de t ra b a l h a d ores n o
e da qual idad e d o amb ie nt e , e xig i ndo Bras i l e n o mu n do. Vi s a ai n da t raze r u m a ref l exã o s o-
ab o rdage n s t ransv e r sais, se n ão int e g r a das, bre o t rabal h o co mo fo nte de s aú de e n ã o d e a d oe-
bem art i c u l adas e nt re si. E nt re os ava nços, c i me nto e mo r te, faze n do as s i m me n çã o a o d i a 2 8 d e
destac am- se o ap r of un dame nto t é c ni co abr i l , Di a Mu n di al da S e gu ran ça e S aú d e n o Tra b a l h o
conc eitual ; a e l ab oraç ão d e Pol ít i c as, e Di a Nac i o n al e m Me mó r i a das Ví t i ma s d e A c i d entes
normas, p r otocolos e d e orie ntaçõ e s e D o e n ças do Trabal h o, data e m qu e s e h om en a g ei a
t é c nic as; um v ig or oso p r og rama de mu n di al me nte as v í t i mas de ac i de nte s d e t ra b a l h o e
formaç ão d e t é c nicos e part ic ipan t e s do ao di a 1o de mai o, Di a do Trabal h o e do Tra b a l h a d or.
co nt r o l e soc ial e açõe s in t rase tor i a i s n o
SUS e int e r se toriais com as in stâ nc i as
envo lv idas com e ssas que stõe s. Q u e os
pr óxi mos anos con t rib uam para con so l i da r
e ssas con quistas, fortal e c e r o S U S,
ampli an d o a in se r ç ão d o t rabal ho e dos
B o l et i m e pi dem i ol ó-
t rabal had ore s e torn an d o re al ida de os
gi co v. 51, n . 1 8 , 2 0 2 0
sonhos ac al e ntad os e a luta de
várias g e rações. “
Boletim epidemiológico v. 51, n. 20, 2020 - Desigualda-
des no mercado de trabalho e perfil de adoecimento
das mulheres trabalhadoras brasileiras.

Dra El i za b et h
Co sta Di as Este boletim apresenta o perfil produtivo e epidemio-
lógico das mulheres trabalhadoras no Brasil, apontando
UFMG

1 95
as desigualdades e dificuldades vivenciadas por elas Boletim epidemiológico v. 52, n. 24, 2021 - Vigilância em
na inserção no mercado de trabalho, quando compara- saúde de crianças e adolescentes em situação de tra-
das aos homens. Esse Boletim faz uma menção especial balho: Sinan/Violência e Sinan/Acidentes de trabalho
às mulheres, mães e trabalhadoras, que mesmo com a
sobrecarga das jornadas de trabalho, ainda enfrentam,
com brilhantismo, um outro turno de trabalho dentro Este boletim busca analisar os dados informados no
de casa quando, em sua maioria, assumem sozinhas a Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Si-
educação e os cuidados com os filhos nan), em seus componentes sobre violências e acidentes
de trabalho, no período de 2011 a 2019, considerando os
casos cujo tipo de violência relatada foi o trabalho in-
fantil e as vítimas tinham de 5 a 17 anos de idade.

Boletim e pidemioló-
gico v. 51, n. 2 0, 2 020

B o l et i m e pi de miol ó-
gi co v. 52, n . 24 , 2 0 2 1

Boletim epidemiológico v. 51, n. 39, 2020 - Perfil so-


ciodemográfico e epidemiológico dos trabalhadores
agropecuários do Brasil, 2010 a 2019.

Outras ações de Vigilância de Ambientes e Processos


Esse boletim caracteriza os perfis sociodemográfico e
epidemiológico e as principais atividades econômicas de trabalho
dos trabalhadores agropecuários do Brasil a partir dos
Sistemas de informação da Saúde, da Previdência Social
e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Amianto

O amianto, também conhecido como asbesto (nome em


inglês), é um mineral fibroso de baixo custo e resistente
ao calor e à degradação, atualmente explorado princi-
palmente no Brasil, na China, no Cazaquistão e na Rússia.
Boletim e pidemioló-
As fibras de amianto são úteis em uma grande variedade
gico v. 51, n. 39, 2 02 0
de aplicações industriais. Possuem basicamente duas ti-
pificações comerciais: os anfibólios (que incluem os sub-
tipos antofilita, actinolita, tremolita, amosita e crocidoli-
ta) e os serpentinos, que inclui a crisotila (NOONAN, 2017).

19 6
A exp osi çã o ao amianto ocorre principal me nte re -
l aci ona da ao t rabalho e m atividades econô mi cas qu e
u ti l i za m sua s f i bras no processo produtivo, co mo : mi -
n era ção, i ndúst ria de cimento- amianto ou f i bro c i me n -
to, pa ra p rodução de telhas e caixas d’águ a, co n s -
Publicações sobre amianto
t ruçã o ci vi l , carvoarias, automobilística, refo r mas de
e di f i ca ções, fabricação de produtos quími co s , e nt re
Boletim Epidemiológico, ed. 5, ano II, 2012
o u t ros (B E LL; MAZ UREK , 2 02 0; NOONAN, 2 017).
- Morbimortalidade de agravos à saúde
Assim, além de se alinhar às diretrizes internacionais, a relacionados ao amianto no Brasil, 2000-2011
proposição e execução de um plano de ação que orga-
nize os serviços locais para identificação oportuna, diag- O bo l et i m apre s e nta a an ál i s e do s ca s o s d e m or b i -
nóstico precoce das doenças consequentes da exposição mo r tal i dade o cas i o n ado s pe l o ami anto, p r i n c i p a l m en -
e cuidado integral à população exposta ao amianto é es- te n o s t rabal h ado re s das i n dú s t r i as .
sencial para diminuir a morbimortalidade e proporcionar
melhor qualidade de vida às vítimas desta exposição.

B o l et i m Epi d em i o-
l ó gi co, e d. 5, a n o II,
2012

Seminário Internacional sobre atenção


integral à saúde das populações
expostas ao amianto

Em 19 e 20 de outubro de 2021, a CGSAT


Boletim epidemiológico, v. 47, n. 4, 2016 -
organizou, com o apoio da OPAS, o Seminá- Doenças relacionadas ao asbesto na saúde do
rio Internacional sobre atenção integral à trabalhador, Brasil, 2007-2013
saúde das populações expostas ao amianto.
O evento teve como objetivo compartilhar
Tendo em vista a importância do impacto do amianto
as experiências nacionais e internacionais
na saúde dos trabalhadores, este boletim epidemioló-
para subsidiar as discussões sobre as es-
gico teve como objetivo caracterizar o perfil epidemio-
tratégias para atenção integral à saúde das
lógico de casos de trabalhadores com doenças relacio-
populações expostas ao amianto no Brasil.
nadas ao asbesto no Brasil, notificados de 2007 a 2013.

197
“ A v ig il ânc ia d e amb ie n t e s e p r o c e ssos de t r a ba l h o ( VA PT) é um dos com p o ne n t e s da
vi gi l ânc ia e m saú d e d o t rabal hado r ( Vi s at ) q u e a p r e s e n ta m a i o r com p l e x i da de e m s ua
aç ão; d e manda p rát ic as e açõe s i n t e r di sc i p l i n a r e s, a rt i c u l aç ão i n t r a e i n t e r s e to r i a l ,
alé m da comp re e nsão d o t rabalh o como c at e go r i a f u ndam e nta l n o p r o c e sso s aú de
do e nç a , o e stab e l e c ime nto d e re l açõ e s é t i c as e nt r e t é c n i cos e t r a ba l h a do r e s e a r e s -
po ns ab il idad e san itária d e g e sto r e s e t é c n i cos de mo do a g a r a nt i r q u e a i nt e rv e nç ão
san i tária d e fato p r omova a me l h o r i a das co ndi çõ e s de t r a ba l h o e s aú de dos t r a ba l h a-
dore s. É uma d isc ip l ina que se ap r e nde co nst r u i ndo co l e t i vam e n t e n a p r át i c a e no di a a
di a . Como p rime ir o avan ço p od e - s e m e nc i o n a r a p r ó p r i a i nc lu s ão do fo rta l e c i m e nto da
Vi gi lânc ia e m S aúd e d o Trabal hado r, s ua i nt e g r aç ão com os de m a i s com p o ne n t e s da Vi -
gi lância e m S aúd e e a p r omoç ão da s aú de e am b i e n t e s e p r o c e ssos de t r a ba l h o s au dáv e i s
de nt r e os obj e t ivos da Pol ít ic a N ac i o na l de Saú de do Tr a ba l h a do r e da Tr a ba l h a do r a ,
e xpli c itad os tamb é m e m suas e st rat é g i as. Ao ass um i r e ss a l i nh a o f i c i a lm e nt e , passo u -s e
a i nv e st ir e m sua in corp oraç ão e c a pac i taç ão das e q u i p e s n a r e de de c e n t r os de r e f e -
rê n c i a e m saúd e d o t rabal had or ( C e r e st ) q u e e stavam s e ndo i m p l a n ta dos e m to do o Pa í s.
I sso p r op ic iou a amp l iaç ão das açõ e s, e x p e r i ê nc i as e p r át i c as de VA PT pa r a e sta dos e r e -
gi õ e s que ant e s não e xe c utavam ess as açõ e s. O ut r o ava n ço i m p o rta n t e fo i a c r i aç ão da
C âmara Té c n ic a d e Vig il ân c ia e m S aú de do Tr a ba l h a do r do Co ns e l h o N ac i o n a l de Se c r e -
tári os d e S aú d e ( Con ass) , qu e p e rm i t i u a di sc u ss ão, r e f l e x ão e t r o c a de e x p e r i ê nc i as so -
bre as p ot e n c ial idad e s e n ós c rít i cos pa r a o ava n ço da Vi s at e VA PT n o Pa í s. De stac a-s e
também a con st ruç ão e ap r ovaç ão da Po l í t i c a N ac i o na l de Vi g i l â n c i a e m Saú de e m 201 8,
com a incorp oraç ão e xp l íc ita da Vi s at e m s e u s com p o ne nt e s, p r e ss u p ostos e e st r at é g i as,
destac and o- se o p l an e jame nto e e x e c u ç ão de açõ e s i nt e gr a das e a r e v i s ão e h a r mo ni -
zaç ão d os cód ig os d e saú d e , com i ns e r ç ão de di s p os i çõ e s so b r e a v i g i l â n c i a e m s aú de
e at ri b u iç ão da comp e t ê nc ia d e auto r i da de s a ni tá r i a às e q u i p e s de v i g i l â n c i a e m s aú de ,
nos Estad os, Munic íp ios e D ist rito Fe de r a l . O s i nv e st i m e ntos r e c e n -
t e s da Coord e naç ão- Ge ral d e S aú de do Tr a ba l h a do r ( CG SAT) na
pr oduç ão, re v isão e p ub l ic aç ão d e o r i e n taçõ e s t é c ni c as pa r a a
VAPT g e ral e VAPT ag rícol a , para ut i l i zaç ão p o r to da a R e de
Nac ional d e At e nç ão In t e g ral e m Saú de do Tr a ba l h a do r,
são mu ito imp ortant e s para a harmo n i zaç ão, q ua l i f i c aç ão e
avan ço das açõe s d e VAPT e m âm b i to nac i o na l . “
Let i c i a Co e l h o da Costa Nob re
Di reto r i a d e Vi g i l â n c i a e Ate nçã o à
S a ú d e d o Tra b a l h a d o r - Ca m a ça ri / BA

19 8
1 99
COMPONENTES DA VIGILÂNCIA
DA SAÚDE DO TRABALHADOR

ECISTT
EDUCAÇÃO, COMUNICAÇÃO
E INFORMAÇÃO EM SAÚDE
DO TRABALHADOR

200
201
D esd e feverei ro de 2 02 1, um novo eixo fo i i mpl e -
m entad o na Coorde nação- Ge ral de Saúde do Tra-
b a l h ad or: a ed ucação, comunicação e informa ção e m
tização do processo de trabalho em saúde, promoven-
do o desenvolvimento de um pensar crítico e reflexivo
sobre os processos de trabalho objetivo a transforma-
sa ú de do t ra ba l hador (ECI ST T ). ção das práticas profissionais e da própria organização
do trabalho, tomando como referência: as necessida-
Uma est ratég i a que visa principalme nte ate n de r as
des de saúde das pessoas e das populações, a reorga-
d e m anda s de capacitação para os profissio n ai s da
nização da gestão setorial e a ampliação dos laços da
re d e, d e forma a mantê - los atualizados e m i n i mi zar
formação com o exercício do controle social em saúde.
o s imp actos da rotatividade de profissionais qu e o s
se r v iços de sa úde possuem e, de ssa forma, fo r tal e ce r A Mi s s ão do ECI ST T é a de pro move r a for m a çã o e
a fo r ma çã o, com u nicação e informação em s aú de do a capac i tação e m s aú de do t rabal h ado r d o s p rof i s -
t ra b al ha dor em âmbito nacional. s i o n ai s de s aú de qu e at u am n as Re de s d o S U S, em
co n s o n ân c i a co m a P NST T, co m o s s e u s pro p ó s i to s re-
A educação permanente em saúde é baseada na
s u mi do s n a F i gu ra 6 8.
construção de ações educativas baseada na problema-

Fi gura 68 – Propósitos do e ixo Educação, comu n i cação e i nfo r mação e m s aú de do t rabal h ado r – EC IST T

Apresentação Construção
da Vigilância em conjunta e
Saúde do disponibilização
Trabalhador, do
suas ações e conhecimento
diretrizes

Formação

Aplicabilidade das
ações de Saúde do
Ampliação do
trabalhador na
conhecimento
perspectiva da
transversalidade

Fonte: DSASTE/ SVS / MS, 2 0 2 1.

202
Com o EC ISTT, é espe rada a construção e exe c u ção Me s mo co m o po u co te mpo de i mpl anta çã o, o ei xo j á
d o Progra m a de Educação Permanente e m S aú de do pro po rc i o n o u di ve rs o s avan ço s para cap a c i ta r a Vi s a t,
Trab al had or e da Trabalhadora (PEPSAT ), at ravé s da co mo a e l abo ração de qu at ro c u rs o s e u m s em i n á -
p roduçã o d e Cursos de exte nsão e aperfe i ço ame nto r i o i nte r n ac i o n al : Cu rs o de Inte gração d a s A çõ es d e
e m S aúd e d o Trabalhador e da Trabalhado ra v i s an do ST n a Ate n ção Pr i már i a à S aú de ; Cu rs o d e A n á l i s e d e
a q ual i f i caçã o do proce sso de trabalho e ampl i ação s i t u ação de ST; Cu rs o B ás i co e Inte r med i á r i o em ST e
d os conheci mentos dos profissionais que atu am n a Re - o S e mi n ár i o Inte r n ac i o n al s o bre Ate n çã o à S a ú d e d a s
n ast e na R AS e m todo te rritório nacional. E s te s c u rs o s Po pu l açõ e s E x po s tas ao A mi anto.
serão di sponi bilizados gratuitamente atravé s da pl a-
taform a col ab o ra.dsaste @saude.gov.br.

Curso de Integração das Ações de ST na Atenção Primária à Saúde


O curso visa inte grar as ações de s aú de do t rabal h ado r n a rot i n a de t rabal h o das e qu i p es q u e
at ua m na atenção primária, com o ob j et i vo de fo r mar profi s s i o n ai s de s aú de qu e at u am n o s Ceres t e
na Atenção Primária à Saúde, para o de s e nvo l v i me nto de açõ e s i nte gradas de v i gi l ân c i a, preven çã o,
proteçã o, promoção e assistê ncia em s aú de do t rabal h ado r e m s e u s te r r i tó r i o s de at u ação

Curso de Análise de situação de ST (ASST)


O curso é voltado para as referências técnicas municipais em saúde do trabalhador, trabalhadores dos
Cerests Regionais e servidores das superintendências regionais de saúde. Tem como objetivo instrumentali-
zar os municípios e Cerests regionais para a construção de análise da situação de saúde dos trabalhadores
em seus respectivos territórios, através dos conceitos básicos de epidemiologia, dos indicadores de saúde do
trabalhador e utilizando os dados dos principais Sistemas de Informação utilizados na análise da situação
de saúde, construindo e estruturando informações essenciais para a gestão de saúde do trabalhador.

Dura çã o: 30 horas (14 horas pre sen c i ai s / 16 h o ras E A D).

Cursos Básico e Intermediário de Saúde do Trabalhador


O PEPSTT foi desenvolvido em dois níveis, o básico e o intermediário, através desses dois cursos de exten-
são e aperfeiçoamento em saúde do trabalhador. O curso básico tem por objetivo introduzir temas e con-
ceitos essenciais sobre a saúde do trabalhador para qualificação das práticas dos profissionais, técnicos
e gestores que atuam no SUS e que não possuem conhecimento sobre o tema. O curso intermediário tem
como objetivo aprofundar temas e conceitos essenciais para qualificação das práticas dos profissionais,
técnicos e gestores que atuam na Renast, sobre a saúde do trabalhador, aplicáveis a múltiplas realidades.

203

A educ aç ão, comunic aç ão e in fo r m aç ão e m saúde do
tra ba lha dor e da tr abal h ado r a são ne ce ssár ias par a a
pr omoç ão de pensamento cr ítico e aç ão de ste c amp o da saúde
coletiva no SUS. Neste se n tido, a CGSAT, ve m tr abal h ando
na estruturaç ão da e duc aç ão p e r mane nte e m saúde do
trabalhador de forma a q ual if ic ar o p r o ce sso de tr abal h o dos
pr o fissiona is qu e atuam n a ár e a da saúde , n o co ntr o l e so cial
par a pr omover a atenç ão in te g r al à saúde dos tr abal h ado r e s
em âm b ito n acio nal

Fl ávi a Fe r re i ra d e Sou za
Co o rd en a çã o-G e ra l d e S a úd e d o Tra b a l ha d or

204
205
LIÇÕES
APRENDIDAS,
CONCLUSÕES E
PERSPECTIVAS
FUTURAS

206
O
relacionamento estratégico entre a OPAS/ ○ O apoio realizado na qualificação profissional,
OMS – UT Determinantes Sociais e Riscos para seja no desenvolvimento ou realização de cur-
Saúde, Doenças Crônicas Não Transmissíveis e sos, fortaleceu o processo de aperfeiçoamen-
Saúde Mental e o Departamento de Saúde Ambiental, to nas áreas de análise de situação em saúde
do Trabalhador e Vigilância das Emergências em Saúde ambiental e saúde do trabalhador desenvolvi-
Pública/SVS, já articulado por meio de TCs anteriores, do pelos profissionais do SUS.
proporcionou o espaço e cenário favoráveis para o de-
○ O apoio à realização de agendas estratégi-
senvolvimento das atividades previstas no TC 69/2011.
cas como água e saneamento, qualidade
S end o a ssi m, as principais oportunidad e s d e d e s - do ar como uma questão de direito humano,
taque a serem me ncionadas a partir da ex pe r i ê n c i a gênero e desigualdades, segurança química,
d epreend i d a no TC 69 /2 011, tanto pela aná l i s e do s re - contaminantes químicos e emergências em
l atóri os técni cos, quanto pe la realização de qu e s t i o - saúde pública, tanto em nível nacional, quanto
n ári o d i reci ona do aos principais exe cutore s do refe r i - e em nível internacional, proporcionou trocas
d o TC ao l ongo dos dez anos de sua impleme ntação, de experiências e saberes, estabelecimento
p od em ser l i stados como: de parcerias e o desenvolvimento de progra-
mas, projetos e políticas públicas de grandes
impactos para a saúde pública não apenas
Nacional como também Internacional.
○ Atuação conjunta entre a OPAS e o Ministério
da Saúde, visando o fortalecimento do setor ○ A divulgação de evidências sobre os efeitos

saúde na discussão das políticas públicas re- à saúde relacionadas à poluição do ar e do

lacionadas à agenda de saúde ambiental e “road map sobre poluição do ar e saúde” em

do trabalhador e da trabalhadora, superaram diferentes fóruns possibilitou promover a sen-

as agendas inicialmente propostas e alcan- sibilização e o debate crítico e ampliado sobre

çaram agendas mais amplas e estruturantes a participação do setor saúde na revisão dos

seguindo os desafios que foram apresentados padrões de qualidade do ar pelo CONAMA/

ao longo de uma década; MMA (Resolução CONAMA n º30/1990). A ca-


pacitação dos profissionais que lidam com o
○ O apoio e desenvolvimento de estudos, bem
tema vem possibilitando a qualificação dos
como o provimento de recursos humanos
processos de análise de situação de saúde e o
qualificados pelo TC, resultaram em produtos
fortalecimento dos subsídios do setor para seu
técnicos de grande impacto para o desenvol-
posicionamento diante da revisão dos parâ-
vimento de políticas públicas brasileiras no
metros de qualidade do ar.
contexto da Vigilância em Saúde Ambiental e
Saúde do Trabalhador no SUS, conforme pode ○ Apoio na revisão da Portaria de Potabilida-

ser apresentado ao longo dessa publicação. de da Água para Consumo Humano, que é
o grande referencial Nacional para promo-
○ O desenvolvimento e aperfeiçoamento da or-
ção da saúde por meio da água de con-
ganização da resposta às Emergências em
sumo e modelo para diversos Países que
Saúde Pública no contexto de desastres e o
ainda buscam aperfeiçoas seus modelos e
apoio à estruturação da Coordenação-Geral
normativas do tema.
de Emergências em Saúde Pública no DSASTE.

2 07
○ A apoio na implementação da Política Nacional ○ A oportunização das cooperações internacionais
de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora e e o aperfeiçoamento dos processos de trabalho
análise de situação de saúde do trabalhador, pro- nos diversos temas tratados: Saúde Ambiental
porcionou a expansão das ações de execução da Infantil, Gestão das Emergências em Saúde Pú-
política de forma transversal e intersetorial. blica, Segurança Química, Qualidade do Ar e
Saúde Humana, Água, Saneamento e Higiene,
○ O apoio à realização das conferências como
Saúde do Trabalhador, dentre outros temas.
etapas preparatórias para a Conferência Na-
cional de Vigilância em Saúde, definindo as ○ O fortalecimento no processo de identificação
diretrizes para a Política Nacional de Vigilân- de situações de risco de exposição humana à
cia em Saúde, bem como a discussão e con- poluição atmosférica.
solidação das políticas de VSA e ST.
○ A Introdução do tema de gestão preventiva de
○ O apoio às ações para construção do Plano riscos e abordagem do tema de Segurança
Setorial da Saúde de Mitigação e de Adap- da Água na revisão da atual portaria sobre
tação às Mudanças Climáticas (PSMC), e sua padrões de potabilidade de água para consu-
posterior inserção no planejamento estratégi- mo humano de acordo com as guias da OMS.
co da SVS.
○ O fortalecimento no processo de análise de
○ O suporte técnico e especializado, bem como a situação em saúde da temática câncer rela-
viabilização na produção e publicação de nor- cionado ao trabalho.
mativas, diretrizes, pareceres, cartilhas, manuais
○ O apoio na realização de agendas para a
e orientações gerais a técnicos do setor saúde,
discussão das readequações nas áreas de Vi-
gestores e população nos temas de Vigilância
gilância em Saúde Ambiental e Saúde do Tra-
em Saúde Ambiental, Saúde do Trabalhador e
balhador, propiciando espaço de trocas entre
Emergências em Saúde Pública por Desastres.
academia, corpo técnico, gestores e técnicos
○ O bom relacionamento entre os profissionais dos estados e municípios, de forma a enten-
da OPAS/OMS e do DSASTE/SVS/MS propor- der as diversas necessidades do território em
cionou espaço e o cenário adequados para o diversas temáticas que o DSASTE atua, de for-
desenvolvimento da cooperação técnica pre- ma a direcionar encaminhamentos e ações
vista com o TC 69. assertivas para atuação do setor saúde.

○ O acompanhamento da execução de recursos ○ O desenvolvimento de políticas públicas, tais


ente as áreas de execução das contrapartes, como a Vigilância em Saúde de Populações
no período de finalização do TC. Expostas a Agrotóxicos – VSPEA.

○ A qualificação e aperfeiçoamento dos proces- ○ O apoio na instauração de Comitês de Desas-


sos de pactuação de cartas acordo, com o en- tres nas 27 UF.
volvimento das áreas técnicas nas discussões
○ O aperfeiçoamento do Sistema de Vigilância da
dos projetos, no processo de monitoramento,
Qualidade da Água para Consumo Humano.
garantindo assim que as entregas fossem re-
alizadas em conformidade com a encomenda ○ A realização e publicação de inúmeros bole-
e expectativa técnica. tins técnicos, guias, artigos, notas técnicas e

208
pareceres com dados de análise de situação ○ A ocorrência da pandemia de COVID-19 fez
em saúde ambiental e saúde do trabalhador com que diversas atividades previstas fossem
disponibilizadas nas páginas oficiais da OPAS canceladas ou readequadas à nova realidade.
e Ministério da Saúde. Dessa forma, muitas ações tiveram impactos
positivos ou negativos em sua execução, ten-
○ Apoio na cooperação técnica internacional, em
do como resultado a necessidade da elabo-
especial com Países da América do Sul, para o
ração de Termos Simplificados de Ajuste para
compartilhamento de experiência entre Países.
remanejamento de recursos entre as rubricas
○ Apoio nas respostas às emergências por do projeto. Esse tramite, apesar de ser essencial
desastres. e definido pelas normativas que regem os ter-
mos de cooperação, são morosos e dependem
de articulação política para viabilização.
O s pri nci p ai s de saf ios de destaque a s e re m me n -
c i ona dos a pa r tir da expe riência depre e n di da n o TC ○ Revisão dos processos de contratação de pessoa

6 9/ 20 1 1 , ta nto pela análise dos re latórios té c n i co s , jurídica e aquisição de passagens - fluxos, pra-

q ua nto p el a realização de questionário di re c i o n ado zos, responsabilidades; e realização de eventos.

a os pri nci p ai s exe cutore s do refe rido TC, po de m s e r ○ Sistema de informações contendo todos os
li s ta dos org ani zados em dois grandes e ixos : produtos gerados por Termos de Cooperação.
Houve dificuldade na consolidação de dados
administrativos.
1. Aprimoramento da relação DSASTE/
OPAS
2. Programas/projetos descontinuados
○ Fortalecer na OPAS/OMS o apoio técnico para
as atividades relacionadas à Saúde do Traba- ○ A descontinuação de instrumentos de dispo-
lhador e Vigilância em Saúde de Populações nibilização de dados integrados e oportunos,
Expostas a Substâncias Químicas. tais como o Painel de Informações em Saúde

○ O longo tempo demandado para pactuação Ambiental e Saúde do Trabalhador – PISAST.

de instrumentos como carta-acordo, além de ○ Descontinuidade do Instrumento de Identi-


constantes alterações em formulários e fluxos. ficação de Municípios de Risco (IIMR), espe-

○ O acompanhamento periódico entre OPAS e SVS cificamente voltado para o VIGIAR. O IIMR

das ações previstas no Plano de Trabalho Anual. disponibilizava informações ambientais sobre
as indústrias de extração e de transformação,
○ Fortalecimento do processo de planejamen-
frota veicular, e focos de calor, e ainda infor-
to, incluindo revisão periódica dos planos de
mações de saúde com as taxas de mortali-
trabalho, com maior envolvimento das áreas
dade e internações por doenças do aparelho
técnicas no processo de planejamento e re-
respiratório. Permitia a identificação de muni-
planejamento das ações do TC.
cípios prioritários, bem como a caracterização
○ Prazos para solicitação de passagens e con- dos grupos populacionais efetiva ou poten-
tratação de serviços de pessoa jurídica por cialmente expostos aos poluentes atmosféri-
vezes inviabilizam agendas e ações. cos, propiciando a caracterização dos muni

209
cípios e avaliação do risco a que a população e ganham potência política na gestão do Ministério
está exposta. Os dados contribuiam para o d a S a ú d e . Fa t o i m p o r t a n t e d e s t a c o o p e ra ç ã o t é c n i c a
planejamento de ações preventivas e auxilia- foi o fortalecimento e continuidade na formulação
va na adoção de medidas corretivas, além de de políticas ações de Vigilância em Saúde Ambiental
abrir espaço para discussão com os órgãos e S a ú d e d o Tra b a l h a d o r, q u e a n t e s e ra m a ç õ e s t í m i -
ambientais locais. d a s d o s e t o r s a ú d e e , h o j e s ã o g ra n d e s t e m a s e s t r u -
t u ra d o s e c o m n o r m a t i v a s o r i e n t a d o ra s d e f i n i d a s e
○ Recomenda-se ampliar a comunicação e a
c o n c re t i z a d a s n a S V S .
disseminação de diagnósticos e evidências
científicas referentes aos danos e riscos à saú-
de causados pela poluição do ar e pela con-
taminação química e das ações importantes
para prevenção dos riscos.

○ Grande alternância de prestadores de servi-


ços técnicos, necessitando de permanentes
ações de capacitação sobre os temas especí-
ficos das áreas finalísticas.

○ Recomenda-se fomentar debates e discussões


para manter na pauta dos gestores a necessi-
dade de colocar o tema de água e saúde nas
demais agendas de governo e no debate sobre
direito humano a água e ao saneamento.

○ Recomenda- se também o apoio da OPAS/


OMS para o fortalecimento de uma agenda
entre os setores de saúde, de meio ambiente,
mudança do clima e os demais setores de de-
senvolvimento que possibilite a atuação inte-
grada e alinhada e que permita a priorização
dos diferentes temas considerando situações
de vulnerabilidades socioambientais.

O p ro c e s s o d e p l a n e j a m e n t o , m o n i t o ra m e n t o e
a v a l i a ç ã o d a s p o l í t i c a s p ú b l i c a s d e s a ú d e o c o r re , n a
gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), há pelo
menos 30 anos por meio da utilização de concei-
tos, metodologias, e dos mais diversos instrumentos.
P l a n e j a r, m o n i t o ra r, e a v a l i a r, a i n d a q u e c o m p e r s -
p e c t i v a s , m o m e n t o s e d i m e n s õ e s d i f e re n c i a d o s , s ã o
e s s e n c i a i s p a ra a c o n s e c u ç ã o d a s p o l í t i c a s p ú b l i c a s ,

210
211
REFERÊNCIAS
ALGRANTI, E. Epidemiologia das doenças ocupacionais respiratórias no

Brasil. Epidemiol. Doenças Respir., v. 1, n. 3, p. 119-143, 2001.

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Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde
bvsms.saude.gov.br

Histórico e avanços das ações de Vigilância em Saúde


Ambiental, do Trabalhador e a criação da Coordenação
Geral de Emergências em Saúde Pública no Ministério da
Saúde, induzidas pelo Termo de Cooperação nº 69 de 2011
com a Organização Pan Americana da Saúde.

Governo Governo
Federal Federal

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