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MINISTÉRIO DA SAÚDE

Cuidado a Trabalhadores(as):
Saúde Mental e Atenção
Psicossocial em Desastres e
Emergências em Saúde Pública

Imagem: Thays Coutinho | Acervo Fiocruz Imagens


Brasília DF 2023
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Vigilância em Saúde
Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental
e Saúde do Trabalhador

Cuidado a Trabalhadores(as):
Saúde Mental e Atenção
Psicossocial em Desastres e
Emergências em Saúde Pública
Brasília DF 2023
2023 Ministério da Saúde.

Esta obra é disponibilizada nos termos da licença Creative Commons – Atribuição – Não Comercial –

Sem Derivações 4.0 Internacional. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte.
A coleção institucional do Ministério da Saúde pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da
Saúde: <www.saude.gov.br/bvs>.

Tiragem: 1ª edição – 2023 – versão eletrônica

Elaboração, distribuição e informações:


MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente
Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador
Coordenação-Geral de Vigilância em Saúde do Trabalhador
SRTV, quadra 702, via W5 Norte
CEP: 70723-040 – Brasília/DF
Tels.: (61) 3315-3678 / 3315-3076 / 3315-9048
Site: https://colaboradsaste.saude.gov.br/
E-mail: cgsat@saude.gov.br

Organização: Revisão:
Guillierme Chervenski Figueira Adriana Silveira Cogo
Regina Silva Furtado Ana Cecília Andrade de Moraes Weintraub
Bernardo Dolabella Melo
Luciene de Aguiar Dias
Carolyne César de Lima
Elaboração: Elaine Gomes dos Reis Alves
Fernanda Serpeloni
Débora da Silva Noal
Lara Gonçalves Coelho
Guillierme Chervenski Figueira
Luciene de Aguiar Dias
Camila Pinheiro Medeiros Nádia Duarte Marini
Maria da Graça Luderitz Hoefel Sara da Silva Meneses
Anne Carolina Luz Grudtner da Silva Sérgio Rossi Ribeiro
Rejane Maria de Souza Alves Alyne Maria da Silva Nascimento

Projeto gráfico e diagramação:


Lara Gonçalves Coelho

Normalização:
Editora MS/CGDI

Ficha Catalográfica
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do
Trabalhador.
Cuidado a Trabalhadores(as) em Desastres e Emergências em Saúde Pública / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde e
Ambiente, Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador, Coordenação-Geral de Vigilância em Saúde do
Trabalhador. – Brasília: Ministério da Saúde, 2023.
8 p. : il.
Modo de acesso: World Wide Web: <endereço eletrônico de acesso ao documento>.
ISBN xxx-xx-xxx-xxxx-x
1. Emergência em Saúde Pública. 2. Desastres. 3. Saúde dos Trabalhadores.
CDU 616-002.5
Catalogação na fonte – Coordenação-Geral de Documentação e Informação – Editora MS – OS 2019/0138
Título para indexação:

Cuidado a Trabalhadores(as) em Desastres e Emergências em Saúde Pública


Apresentação

A presente cartilha destina-se aos(as) profissionais atuando em resposta a Emergência de Saúde


Pública de Importância Nacional (ESPIN) Yanomami, decretada através da Portaria GM/MS nº 28,
de 20 de janeiro de 2023.

O material contribui com orientações para prevenção à saúde mental dos(as) trabalhadores(as)
atuando na resposta, bem como orientações sobre as situações e fatores de risco ao adoecimento
mental entre esses(as) trabalhadores(as).

São pontuados os aspectos relevantes na organização do trabalho de uma resposta a emergência de


saúde pública, como na atual situação de desassistência dos povos Yanomami, que influenciam
diretamente no sofrimento e adoecimento mental dos(as) trabalhadores(as).

A cartilha traz os aspectos relevantes de forma direta para que possa ser acessada pelos(as)
trabalhadores(as) e pelos(as) gestores(as) atuando em campo na resposta a emergência. A utilização
deste material deve ser considerada ao estruturar e conduzir as ações de resposta a fim de orientar
para prevenir adoecimentos e os impactos a saúde mental dos(as) trabalhadores(as).

O texto está organizado em três tópicos, no primeiro são trazidas recomendações para estratégias
institucionais de cuidado aos(as) trabalhadores(as), onde são pontuados aspectos da organização do
trabalho que são de responsabilidade institucional e devem ser garantidas pelas instituições, devendo
os(as) trabalhadores(as) participarem ativamente da estruturação das medidas coletivas assim como
na avaliação da adequação delas durante o trabalho desenvolvido.

No segundo tópico, apresentam-se aspectos do cuidado individual a serem considerados para a


estruturação da organização do trabalho, mas também para o reconhecimento e determinação de
fluxo dos(as) trabalhadores(as) em sofrimento ou que já estejam adoecidos devido as atividades.

Por fim, são reforçadas a importância das ações planejadas e executadas na fase de reconstrução
após a resposta a Emergência de Saúde Pública (ESP), que é quando muitos(as) trabalhadores(as)
podem desenvolver ou prolongar o adoecimento.

Departamento de Vigilância em Saúde


Ambiental e Saúde do Trabalhador
Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente
NES T A C AR T I L H A

1 INTRODUÇÃO 6

RECOMENDAÇÕES PARA ESTRATÉGIAS INSTITUCIONAIS


2 7
DE CUIDADO - FASE DE RESPOSTA

2.1 PLANEJAMENTO 7

2.2 TURNOS E CARGA HORÁRIA 8

2.3 AMBIENTE E EQUIPAMENTOS 8

2.4 TREINAMENTO E CAPACITAÇÕES 9

2.5 COMUNICAÇÃO, REGRAS E ACORDOS 9

2.6 REDES DE APOIO E SUPORTE PSICOSSOCIAL 10

2.7 AUTOCUIDADO 11

3 RECOMENDAÇÕES PARA ESTRATÉGIAS DE CUIDADO INDIVIDUAL


AOS TRABALHADORES 12

4 FASE DE RECONSTRUÇÃO - PÓS DESASTRES OU ESP 13

REFERÊNCIAS 14
5
Cuidado a Trabalhadores(as) em Desastres e Emergências em Saúde Pública

Esta cartilha tem como objetivo oferecer orientações em Saúde Mental e Atenção Psicossocial
(SMAPS) para gestores(as) e trabalhadores(as) atuantes em situação de desastres e
Emergências em Saúde Pública (ESP) no Brasil.

Premissas

Um plano de cuidado efetivo e abrangente deve se pautar em um tripé de


cuidado que contemple ações nos níveis organizacional, interpessoal e individual;

O papel do(a) gestor(a) é crucial para o apoio às necessidades em saúde mental


dos(as) trabalhadores(as);

É fundamental a participação da equipe no planejamento das estratégias de


cuidado;

A comunicação institucional direta, cuidadosa, atualizada e consistente é vital para


o bem-estar dos(as) trabalhadores(as) e essencial para a efetividade e agilidade das
ações nas fases de resposta e reconstrução;

O sentimento de apoio, escuta e reconhecimento no ambiente de trabalho é um fator


significativo para o bem-estar na transição do momento de crise/surto para o
retorno à rotina no trabalho;

Estratégias de autocuidado aliadas a medidas organizacionais/institucionais


proativas fortalecem a habilidade de enfrentamento das adversidades.

Estabelecer uma gestão protetiva, com medidas proativas que visam fortalecer as estratégias
de enfrentamento a situações adversas vividas por trabalhadores(as), é um elemento chave
para a promoção de saúde mental em situações de desastres e ESP. Uma gestão que organiza
os processos de trabalho e que promove um ambiente favorável às relações interpessoais
facilita condições para o bom desenvolvimento de estratégias de cuidado coletivas e
compartilhadas.
Recomendações para Estratégias Institucionais de Cuidado
Fase de Resposta

1. Planejamento

Estabelecer objetivos factíveis no início da resposta, definição das funções dos


atores e instituições em campo; processos de trabalho bem definidos e orientações
claras sobre os protocolos e ações a serem desempenhadas de acordo com a
necessidade e o tempo de duração do evento;

Identificar as ações de cuidado em SMAPS para trabalhadores(as) nos planos de


contingência para desastres e ESP;

Elaborar uma estratégia de cuidado institucional para mitigação de fatores que


promovam sofrimento no processo de trabalho;

Realizar periodicamente diagnóstico situacional em SMAPS, identificando as


principais demandas de acordo com as fases do desastre ou ESP;

Estabelecer um plano com os(as) superiores(as) para os(as) trabalhadores(as) que


poderão vir a assumir tarefas urgentes, durante a fase de resposta;

Estabelecer parcerias com sistemas de comunicação e de vigilância existentes, e


cooperação com outras instituições, departamentos e equipes que atuem no evento;

Considerar os diversos subgrupos de trabalhadores(as) que podem sofrer os riscos


de modo diferente, de acordo com gênero, faixa etária, crenças, raça ou etnia;

Gestores(as) devem ser capazes de adaptar as condições e a organização do trabalho


para mitigar os fatores de risco e estressores sempre que necessário, uma vez que
constantes mudanças são esperadas do trabalho em desastres;

Garantir a atualização de cartão vacinal adequado para cada tipologia de desastres


e ESP (p. ex., vacina contra febre amarela, hepatite B, dT (Difteria e Tétano),
influenza e Covid-19).
2. Turnos e carga horária

Limitar as horas de trabalho individual e incentivar o trabalho em equipes;

Garantir que a carga horária de trabalho não ultrapasse o limite pré-definido e utilizar
trocas de escala e revezamento de equipes nos casos em que o trabalho precise ser
continuado além da carga horária máxima;

Assegurar ao(à) trabalhador(a) certo grau de autonomia e controle sobre as


demandas e mudanças rápidas das atividades ou rotinas, resguardando a
oportunidade de participação em decisões que possam melhorar o conteúdo,
jornada e ritmo de trabalho;

Gerir a carga horária das equipes de modo a permitir períodos regulares de descanso;

Implementar rodízios dos turnos de trabalho e de trabalhadores(as) entre papéis de


alto e de baixo impacto, incentivando também que trabalhadores(as) com menos
experiência atuem com colegas mais experientes.

3. Ambiente e equipamentos

Garantir que as atividades de resposta iniciem somente após o estabelecimento de


segurança e proteção no ambiente de trabalho;

Dispor de ambiência adequada, com insumos e Equipamentos de Proteção


Individual (EPI’s) com orientação e supervisão sobre o uso correto;

Garantir aos(as) trabalhadores(as) respostas institucionais às dimensões operacionais,


logísticas, de infraestrutura e insumos para a realização de seu trabalho;

Oferecer espaços para descompressão, onde os(as) profissionais possam se


alimentar, hidratar, repousar;

Garantir acesso a água potável e a sanitários;

Garantir a biossegurança de alojamentos e locais de repouso coletivos.


4. Treinamento e formações

Promover treinamento de equipes, incluindo conhecimentos sobre saúde mental em


eventos extremos, ferramentas de cuidado e enfrentamento, especialmente nos casos
onde não há planos de contingência e profissionais já treinados na fase de
preparação, prevenção e/ou mitigação;

Promover preparação de gestores(as) e coordenadores(as) de equipes sobre sinais de


sofrimento psicossocial para melhorar a percepção e o acolhimento dos(as)
trabalhadores(as) e encaminhar para apoio adequado;

Promover formações sobre o exercício de atividades técnicas específicas nos


diferentes desastres e emergências em saúde pública de forma a zelar pela própria
segurança dos(as) trabalhadores(as), dos seus pares assim como a capacidade para
realizar o salvamento da própria equipe e da comunidade envolvida;

Oferecer preparação para os(as) trabalhadores(as) em Primeiros Cuidados


Psicológicos¹;

Disponibilizar materiais educativos e informativos que promovam o autocuidado e


o cuidado coletivo no processo de trabalho em situações de desastres e ESP e que
abordem como lidar com manifestações de pesar por perdas e lutos.

5. Comunicação, regras e acordos

Instituir comunicação compreensível, objetiva e não contraditória sobre as funções


de cada trabalhador(a), assim como o objetivo de cada grupo de trabalho, mesmo
que essas informações sejam reavaliadas e alteradas ao longo do processo;

Estabelecer canais específicos de difusão de informação compreensível, relevante e


acurada, incluindo orientações sobre os impactos psicossociais de se trabalhar em
contextos como surtos/epidemias/pandemias/desastres/desassistência;

Divulgar serviços de apoio e suporte psicossocial específicos para os(as)


trabalhadores(as);

Garantir canais confidenciais de comunicação em que os(as) profissionais possam se

¹ Organização Mundial da Saúde, War Trauma Foundation e Visão Global internacional. Primeiros Cuidados Psicológicos: guia para trabalhadores de campo.
OMS: Genebra. 2015.
sentir seguros(as) e acolhidos(as) para reportar incidentes, questões éticas ou emergenciais,
desafios e orientação para manejo;

Definir um padrão para avaliação e acompanhamento do processo de trabalho que viabilize


a melhoria contínua, aprendizado e crescimento dos(as) trabalhadores(as);

Definir critérios transparentes para a atribuição de atividades, responsabilidades,


férias, licenças, dentre outros.

6. Redes de apoio e suporte psicossocial

Promover condições (com permissão e horários específicos) para o desenvolvimento


de estratégias de cuidado comunitário e suporte entre pares, garantindo o
engajamento dos(as) trabalhadores(as);

Promover e disponibilizar estratégias coletivas e individuais para que os(as)


trabalhadores(as) sejam capazes de identificar as reações, sinais e sintomas de
sofrimento oriundos do processo de trabalho, prevenindo possíveis transtornos ou
cronificação do processo de sofrimento, bem como sejam capazes de elaborar e
desenvolver ferramentas para enfrentamento dos eventos vivenciados;

Disponibilizar ferramentas de cuidado: hotlines, atendimento por equipes


multiprofissionais, espaços seguros para descanso, estabilização e práticas de
atividades de descompressão, PICS (Práticas Integrativas e Complementares em
Saúde), plataforma para os(as) profissionais compartilharem experiências;

Ofertar suporte para gerenciar aspectos éticos ou dificuldades de manejo de sintomas


físicos e reações emocionais, colaborando na preservação de saúde mental, por meio
de supervisões e reuniões de equipe;

Atentar a eventuais sinais e sintomas de sofrimento psíquico crônico e/ou agudo, tais
como abuso de substâncias psicoativas, risco de suicídio, auto ou heteroagressão,
para encaminhamento devido;

Oferecer suporte psicossocial específico para gestores(as), que vivenciam estressores


semelhantes aos da equipe;
Ao fim da fase de resposta a um desastre ou emergência, manter ativo um processo
sistemático de avaliação dos sinais de alerta e com suporte através de canais de
apoio/cuidado;

Oferecer apoio prático, emocional e culturalmente adequado ao final de um contrato;

Incentivar o contato com a rede socioafetiva, de forma segura de acordo com o


contexto, de modo que datas significativas, eventos e conversas casuais possam fazer
parte da rotina do indivíduo;

Atentar que as manifestações de sentimentos e/ou necessidades sociais e de saúde


podem variar conforme sexo, gênero, faixa etária, profissão, etnia e religião;

Divulgar os equipamentos das redes do Sistema Único de Saúde (SUS) para suporte
psicossocial como: Rede da Atenção Primária à Saúde (APS), Rede de Atenção
Psicossocial (Raps), Rede de Atenção à Saúde (RAS), Centro de Referência em
Saúde do Trabalhador (Cerest), entre outros dispositivos disponíveis e realmente
efetivos no território;

Estabelecer fluxo de notificação para os(as) profissionais de saúde em resposta à ESP;

Apoiar continuamente quando e se necessário os(as) profissionais que vivenciem


situações de sofrimento extremo ou mortes.

7. Autocuidado

Estimular e prover espaços para estratégias de autocuidado em diferentes pilares


(físico; mental/emocional; espiritual; social; intelectual), garantindo o respeito e
singularidade de cada pessoa dentro da equipe.

Lembre-se:
São esperadas alterações comportamentais como cansaço, irritabilidade, alterações de
apetite, alterações no sono, dentre outras. Nesse sentido, recomenda-se avaliar a
persistência e dimensão da manifestação dessas reações e sintomas, bem como
identificar o quanto prejudicam a rotina de vida do(a) trabalhador(a).

Nem todas as manifestações precisam de intervenção ou encaminhamento para um(a)


profissional especializado(a).
11
Fase de Reconstrução - Pós Desastres ou ESP

Manter um monitoramento dos(as) profissionais após a atuação no desastre ou ESP.


Levantar uma lista de profissionais ou serviços do SUS para cuidados com saúde mental
disponível na cidade de cada trabalhador para que possam ser acionados, caso necessário,
após o retorno;

Fortalecer ações de cuidados à SMAPS, bem como promover espaços de descompressão;

Atentar quanto a sinais e sintomas de sofrimento prolongado que prejudiquem o


desenvolvimento das ações de rotina e qualidade de vida do(a) trabalhador(a), como:
reações fisiológicas (dores de cabeça, estômago e coração acelerado); cansaço e insônia;
pesadelos, tristeza, apatia, irritabilidade, falta de autocuidado/higiene, sentimentos de
fracasso, impotência e culpa, falta de concentração, problemas relacionais; afastamento e
embotamento emocional; abuso de álcool; comportamentos agressivos, estado de alerta
constante, sobressaltos, dentre outros;

Lembrar que nem todo caso é necessário medicalização (quando necessária, que seja
avaliado por profissional adequado);

Realizar uma avaliação após retorno ao trabalho para verificar sugestões dos(as)
profissionais visando a melhoria da estratégia de cuidados em desastres e ESP.

Essas recomendações visam mitigar fatores estressores e adoecedores no processo de


trabalho em desastres e ESP, bem como buscam promover estratégias de prevenção e proteção
de possíveis cronificações de sofrimentos e eventos estressores. A partir dessas recomendações,
entende-se que será possível o alcance de melhores resultados na resposta a essas situações.

12
Recomendações para estratégias de cuidado individual dos(as)
trabalhadores(as)

Na medida do possível, manter uma rotina de cuidado consigo nos diferentes pilares:

Físico: manutenção de exercícios físicos, hidratação, alimentação saudável e


horários de sono compatíveis com o período de descompressão;

Mental/emocional: estabelecimento de pausas no ambiente de trabalho,


envolvimento em atividades de descompressão (como música, ioga, escrita em
diários etc);

Espiritual: manutenção de práticas de espiritualidade e/ou religiosidade para quem


tem esse hábito;

Social: apoio adequado da gestão e de colegas no dia a dia ou em grupos de escuta,


apoio e comunicação constante com amigos e familiares (rede socioafetiva);

Intelectual: aprendizagem sobre a Emergência em Saúde Pública que se está


enfrentando, protocolos atualizados e formas de prevenção, por meio de fontes
seguras e pautadas na ciência.

Sugestões de ferramentas de uso individual:


O uso de cadernos de campo, de registros de atividades, de organização das prioridades, e
de aplicativos para a realização de técnicas de atenção plena (mindfulness) podem facilitar
a diminuir a sensação de sobrecarga de atividades e o pensamento acelerado que prejudica
o descanso e a qualidade de sono.

Sugestão de ferramentas de uso coletivo:


Criação de espaços periódicos entre os(as) trabalhadores(as) com autogestão para o
compartilhamento coletivo das dificuldades, assim como dos aspectos positivos com
encaminhamentos às chefias para resolução das demandas.

13
Referências

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14
Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde
bvsms.saude.gov.br

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