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Saúde Pública

AULA 3 - MODELOS EXPLICATIVOS DE SAÚDE-DOENÇA


FINAL DA SEÇÃO 1.2 + SEÇÃO 1.3
2

Cronograma de
aulas e
avaliações
3

+ revisão de prova

+ revisão de prova
4

Aula Anterior

Fonte: FREEPIK. Disponível em: https://bit.ly/360lPey. Acesso em: 09 mar. 2022.


Primário Secundário Terciário

A OMS define 3 diferentes níveis de atenção à saúde:


6

A Atenção Primária é constituída pelas


Unidades Básicas de Saúde (UBS),
pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS),
pela Equipe de Saúde da Família (ESF) e
pelo Núcleo Ampliado de Saúde da Família
(NASF).

Primário
7

 A Atenção Secundária é formada pelos


serviços especializados em nível ambulatorial
e hospitalar, com densidade tecnológica
intermediária entre a atenção primária e a
terciária, historicamente interpretada como
procedimentos de média complexidade. Esse
nível compreende serviços médicos
especializados, de apoio diagnóstico e
terapêutico e atendimento de urgência e
emergência.
Secundário
8
 A Atenção Terciária ou alta complexidade designa o
conjunto de terapias e procedimentos de elevada
especialização. Organiza também procedimentos que
envolvem alta tecnologia e/ou alto custo, como oncologia,
cardiologia, oftalmologia, transplantes, parto de alto risco,
traumato-ortopedia, neurocirurgia, diálise (para pacientes
com doença renal crônica).
 Entre os procedimentos ambulatoriais de alta
complexidade estão a quimioterapia, a radioterapia, a
hemoterapia, a ressonância magnética e a medicina
nuclear, além do fornecimento de medicamentos
Terciário excepcionais, tais como próteses ósseas, marca-passos,
stendt cardíaco, etc.
9
Contexto histórico da Atenção Primária no Brasil

2006-
1994- Estratégi
Program a Saúde
1991- a Saúde da
Criação da Família
do Família por meio
1988- Programa (PSF) da PNAB
Criação Agentes
do SUS Comunitá
rios de
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/2E20XpB. Acesso em: 17 ago. 2020. Saúde
10
Norma Técnica 3/2020- DESF/SAPS/MS
 O gestor municipal pode então cadastrar esses profissionais da
seguinte maneira:
Diretamente nas Manter os Cadastrar os profissionais
equipes de Saúde da profissionais apenas no
Família (eSF) ou equipes estabelecimento de
de Atenção Primária
cadastrados no atenção primária sem
(eAP), ampliando sua SCNES como vinculação a nenhuma
composição mínima. equipe NASF-AB. equipe.
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Dúvidas?
12

Introdução
desta aula

Fonte: FREEPIK. Disponível em: https://bit.ly/3tMIPWr. Acesso em: 09 mar. 2022.


13

Seção 1.2 do Livro Didático


 Vigilância em Saúde

Seção 1.3 do Livro Didático


 Modelo biomédico
 Modelo de Determinação Social
14

Vigilância em
Saúde

Finalizando a Seção
1.2
15

VIGILÂNCIA EM SAÚDE

Abrangendo todos os serviços de


saúde públicos e privados Ações e práticas desenvolvidas
para prevenir a ocorrência e
propagação de doenças

EPIDEMIOLÓGICA SAÚDE DO
SANITÁRIA SAÚDE AMBIENTAL
TRABALHADOR
Vigilância epidemiológica 16
Identifica as principais doenças de notificação
compulsória e investiga epidemias que ocorrem em
territórios específicos. Além disso, age no controle
dessas doenças específicas.
FUNÇÕES:
• Coletar e processar dados;
• Recomendar medidas de controle;
• Promover ações de controle apontadas;
• Avaliar o impacto das medidas adotadas;
• Divulgar informações pertinentes.
FONTE: FREEPIK. Disponível em: https://bit.ly/30Ob7zN. Acesso em: 22 jul. 2019.
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Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças,
agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde
públicos e privados em todo o território nacional
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2020/prt0264_19_0
2_2020.html
18
Vigilância sanitária
Ações capazes de eliminar ou minimizer
riscos à saúde, por intervir nos problemas
relacionados ao meio ambiente e à
produção e circulação de produtos e
serviços de interesse da saúde,
abrangendo:
- Controle de bens de consumo que
possam, direta ou indiretamente,
interferir na situação de saúde,
compreendendo as etapas e os processos,
da produção ao consumo.
- Serviços prestados relacionados à saúde.

FONTE: FREEPIK. Disponível em: https://bit.ly/2HVJgYs. Acesso em: 22 jul. 2019.


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Vigilância sanitária
ÁREA DE ABRANGÊNCIA
Atuação em produtos, serviços de saúde,
meio ambiente, saúde do trabalhador,
aeroportos e fronteiras.

FONTE: FREEPIK. Disponível em: https://bit.ly/2ObtxsO. https://bit.ly/2O9nXqR. https://bit.ly/2XZiFTu. Acesso em: 22 jul. 2019.
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Vigilância em saúde ambiental
 Propõe e faz uso de medidas preventivas e de controle dos
fatores de risco relacionados às doenças e agravos à saúde;
 Monitora a qualidade da água, do ar e do solo;
 Busca o controle de desastres de origem
natural, das substâncias químicas, dos acidentes
com produtos perigosos, fatores físicos e ambientes de
trabalho que possam degradar o meio ambiente.

Fonte: FREEPIK. Disponível em: https://bit.ly/2JVjlzy. Acesso em 18 mar. 2019


21
Vigilância em saúde do
trabalhador

• Identificação de riscos nas condições de


trabalho;
• Proposição de intervenções com a finalidade
de proteger e promover a saúde, auxiliando na
recuperação e reabilitação da saúde dos
trabalhadores.

FONTE: FREEPIK. Disponível em: https://bit.ly/32GKPBz. Acesso em: 22 jul. 2019.


VIGILÂNCIA SANITÁRIA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA 22

Inspeciona e fiscaliza fatores Auxilia a decisão dos


ambientais, produção e profissionais sobre ações de
transporte de produtos e controle de doenças e
prestação de serviços agravos

Foco nos aspectos sanitários Foco no processo saúde-


doença

Determinam ações p/ prevenir e Analisa a ocorrência de


diminuir riscos sanitários ao doenças e agravos por meio
meio ambiente, produtos, de estudos epidemiológicos
condições de trabalho e serviços
à saúde
23

Situação-
Problema
24

Marta e Adriana, alunas que se identificaram com a abordagem utilizada pela saúde
coletiva, estão curiosas em conhecer as possibilidades de atuação dos profissionais de
saúde nesta área. Como é o mercado de trabalho? A atuação na área seria somente como
servidor público?
• Investigar e monitorar os fatores que predispõem as doenças;
• Identificar necessidades e ações a serem adotadas;
• Promover o diálogo sobre condições de vida e cuidados com a saúde;
• Dar instruções sobre hábitos que devem ser modificados.
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 Rubens, um dos alunos que está realizando o trabalho na disciplina de Saúde
Coletiva, soube de um concurso público na área de vigilância sanitária. Interessado
em conhecer a área da vigilância em saúde, Rubens sugeriu o tema aos seus colegas.
Ao iniciarem a pesquisa, encontraram os termos vigilância epidemiológica e
vigilância sanitária e ficaram com dúvidas:

Quais são as áreas de


abrangência e de atuação?

Qual diferença da
vigilância sanitária e
epidemiológica?
Fonte: https://goo.gl/images/kvMb9V. Acesso em 18
mar. 2019
26
VIGILÂNCIA
VIGILÂNCIA SANITÁRIA
EPIDEMIOLÓGICA

Inspeciona e fiscaliza Auxilia a decisão dos


fatores ambientais, profissionais sobre ações de
produção e transporte de controle de doenças e
produtos e prestação de agravos
serviços
Analisa a ocorrência de
doenças e agravos por
Ações p/ prevenir e meio de estudos
diminuir riscos sanitários epidemiológicos
27

Dúvidas?
28

Questão
29

INSTITUTO AOCP - 2021 - Prefeitura de João Pessoa - PB -

Qual das seguintes doenças deve ser notificada às autoridades de saúde dentro do
prazo de 24 horas a partir da suspeita inicial do caso ou óbito?
Alternativas
A) HIV.
B) Doença de Chagas Crônica.
C) Esquistossomose.
D) Hanseníase.
E) Síndrome Respiratória Aguda Grave associada a Coronavírus.
30
Instituto UniFil - 2021
Sobre a notificação compulsória de doenças, analise as assertivas e assinale a alternativa
correta.
I. A notificação compulsória é obrigatória para os médicos, outros profissionais de saúde
ou responsáveis pelos serviços públicos e privados de saúde, que prestam assistência
ao paciente.
II. A notificação compulsória será realizada mesmo diante da suspeita ou confirmação de
doença ou agravo.
III. As doenças exantemáticas sarampo, rubéola e caxumba fazem parte da lista de doenças
de notificação compulsória imediata.
Alternativas
A) Apenas I e III estão corretas.
B) Apenas I e II estão corretas.
C) Apenas II e III estão corretas.
D) Todas estão corretas.
31

Modelo
Biomédico
32
Na antiguidade
A compreensão sobre a saúde e a doença e seus fatores
determinantes foram se modificando ao longo do tempo. Os
povos acreditavam que as doenças eram causadas por
elementos naturais e sobrenaturais. O adoecimento era
decorrente de transgressões individuais e coletivas, sendo
necessários para recuperar a saúde os cuidados
de sacerdotes, feiticeiros ou xamãs.

FONTE: FREEPIK. Disponível em: https://bit.ly/35ybVNR. Acesso em: 18 jun. 2021.


Platão, Aristóteles e Demócrito acreditavam que o homem 33
era formado pelo corpo e pela alma e que, desse modo, a
relação com o meio afetava o seu estado de saúde.
Hipócrates postulou a existência dos humores (bile amarela,
bile negra, fleuma e sangue) para explicar o desequilíbrio a
que o homem estava sujeito (BARROS, 2002).
34
Modelos explicativos
 Existiram diferentes modelos explicativos sobre o
processo de saúde. Vamos abordar:

Modelo biomédico
Modelo da história natural da doença
Modelo de determinação social da doença
35
Modelo biomédico

Entende a doença como sendo decorrente da falha nos mecanismos de adaptação


do organismo ao meio ou ainda da presença de alterações estruturais no
organismo, causando disfunções em órgãos ou sistemas.
Com o avanço da bacteriologia, viu-se que as doenças eram
causadas pela presença de agentes patogênicos (vírus,
bactérias e fungos), portanto bastava conhecê-lo para
compreender o adoecimento. Por esta razão, esse modelo é
conhecido como UNICAUSAL, pois um agente etiopatogênico
desencadeava determinadas reações nos órgãos e disfunções
no organismo e explicava-se a patogenia das doenças
infecciosas.

FONTE: FREEPIK. Disponível em: https://bit.ly/3KGU0XM. Acesso em: 16 fev. 2022.


36
Modelo Biomédico
 O modelo biomédico nega a saúde mental e as ciências sociais,
bem como não considera científicos e válidos outros modelos de
saúde, como a homeopatia. O conhecimento e a prática de saúde
são centralizados no profissional médico e em terapias
medicamentosas.
37
Modelo Biomédico
 Um marco importante no desenvolvimento do Modelo biomédico
ocorreu em 1910 quando Abraham Flexner, um educador norte-
americano, elaborou um relatório sobre o ensino da Medicina no
país e provocou uma reforma no ensino na área. Essa reforma fez
com que o Modelo biomédico também fosse conhecido como
Modelo Flexneriano.
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https://www.scielo.br/j/rbem/a/QDYhmRx5LgVNSwKDKqRyBTy/?format
=pdf&lang=pt
Características do Modelo Biomédico ou Flexneriano 39

Positivismo •Acredita deter a verdade científica absoluta.

•O corpo é uma máquina, cheia de peças que devem ser estudadas


Mecanicismo individualmente.

Fragmentação do •Origina as diversas especialidades médicas que conhecemos.


conhecimento

Biologismo •As doenças surgem de agente causal biológico, físico ou químico.

Individualismo •Foca no indivíduo e rejeita influência de grupos sociais e comunidade.

•Tem como base a utilização de equipamentos tecnológicos para


Tecnificação diagnóstico, tratamento e cura de doenças.

•Foco na cura de doenças e não na promoção de saúde ou


Curativismo prevenção de doenças.

Modelo Hospitalar •Acredita e concentra o cuidado em âmbito hospitalar apenas.


40
Modelo Biomédico
 O Modelo Biomédico como um modelo mecanicista, que pode
ser considerado reducionista, pois nega o indivíduo como um ser
complexo e holístico com características sociais, psicológicas e
espirituais e o resume ao campo biomédico, atribuindo seus
problemas de saúde à falhas nas “peças da máquina”, como se a
saúde pudesse ser definida apenas pela presença ou ausência de
doença.
41
Modelo biomédico
 Ainda hoje podemos notar sua forte influência na formação de
profissionais da saúde de diversas áreas do conhecimento.
 Isso ocorre toda vez que, por exemplo, o enfoque da consulta,
avaliação clínica ou tratamento proposto é exclusivamente
baseado nos sinais e sintomas da doença e não levam em
consideração o contexto em que o cliente está inserido, os
aspectos culturais que o cercam, suas crenças e outras
características sociais e demográficas.
42
Modelo biomédico
 O modelo flexneriano torna-se hegemônico, e se desenvolve a
lógica do complexo médico-industrial, hipertrofiando os seguros-
saúde, os hospitais privados, a venda de medicamentos e o
incremento exagerado da solicitação de exames. Este é o modelo
da biomedicina que se enraizou via mídia e senso-comum
também no povo brasileiro.
43

Dúvidas?
Sugestão de Filme 44

https://www.youtube.com/wat
ch?v=XW7o9qMzlX8
45

Intervalo

Fonte: FREEPIK. Disponível em: https://bit.ly/3HWUpDM. Acesso em: 09 mar. 2022.


46

Modelo da
História Natural
da Doença
47
Modelo da História Natural da Doença
Modelo Leavell e Clark (1976)

Multicausal, entende a saúde como um processo;


Valorização da prevenção das doenças.
De forma a adotar intervenções que promovam a saúde e
previnam as doenças, em uma abordagem individual e coletiva,
considera as doenças como transmissíveis e não transmissíveis.
48
Modelo da História Natural da Doença
Modelo da História Natural da Doença” com uma
explicação multicausal que leva em consideração três
fatores principais: agente, hospedeiro e meio
ambiente para explicar o adoecimento.

Agente Hospedeiro Ambiente

A história natural da doença ocorre em dois períodos


distintos, o pré-patogênico e o patogênico.
FONTE DAS IMAGENS: THE NOUN PROJECT. Disponível em:
https://thenounproject.com/. Acesso em: 24 jul. 2018.
49
Período pré-patogênico
 Compreende o período em que há interação dos condicionantes
sociais e ambientais com o susceptível (o indivíduo). É a
somatória das inter-relações entre os agentes etiológicos da
doença, o indivíduo e todos os outros fatores envolvidos, sejam
eles ambientais, sociais, políticos, econômicos e culturais e que
resultarão na evolução da doença.
 Essa combinação entre fatores de risco e o indivíduo susceptível
poderão impactar no desenvolvimento da doença e em sua
gravidade, podendo ir de gravidade mínima até situações de alto
risco.
50
Fatores de risco que interferem no período pré-patogênico
• Baixo acesso a saúde, maior mortalidade infantil,
Econômicos maior chance de adoecer.

• Políticas públicas ineficazes para garantir o acesso


Políticos a saúde, educação e lazer dos mais pobres.

• Hábitos de higiêne precários, corrupção


Culturais institucionalizada.

• Nível de escolaridade, relações trabalhistas


Psicossociais precárias.

• Falta de saneamento básico, poluição, locais de


Ambientais risco, questões geográficas e ambientais do local.
• São determinantes para maior ou menor
Genéticos suscetibilidade do indíviduo para desenvolver
alguma doença.
51
Período patogênico
 Compreende o período em que a doença se implanta e evolui no
indivíduo. Seu início se dá quando o patógeno exerce suas
primeiras ações no organismo afetado, inicialmente perturbações
de ordem bioquímica contra células evoluindo para defeitos que
podem ser permanentes, agravos crônicos, morte ou a cura. Esse
período é composto por quatro níveis de evolução
52
Período patogênico
 1º Interação estímulo-suscetível: nessa fase a doença ainda não
se desenvolveu, porém já se fazem presentes todos os estímulos
necessários para que ela ocorra.
 2º Alterações bioquímicas, fisiológicas e histológicas: A doença já
está instalada, porém não há manifestação clínica possível de ser
notada. Há interação bioquímica nos tecidos, mas não há sinais
ou sintomas.
53
Período patogênico
 3º Sinais e Sintomas: É o estágio clínico com sinais e sintomas
evidentes. A partir desse ponto a doença pode evoluir para cura
ou se tornar crônica, progredir para invalidez ou mesmo para a
morte.
 4º Cronicidade: A evolução progressiva da doença pode causar
cronicidade ou levar a lesões físicas incapacitantes por períodos
variáveis, podendo culminar em incapacidade permanente, morte
ou em alguns casos para cura.
54
Conceito dos períodos pré-patogênico e patogênico

Período pré-patogênico
A doença ainda não surgiu no indivíduo. Há interação entre o indivíduo, os fatores de risco a
que está exposto e o meio ambiente em que vive.

Período patogênico
Caracterizado a partir das primeiras ações do agente causador da doença e o indivíduo, segue
pelas agressões bioquímicas em nível celular até comprometimento de tecidos, órgãos ou
sistemas que pode evoluir para cronicidade, morte ou cura.
55
Níveis de prevenção primário, secundário e terciário.

Prevenção Terciária
Reabilitação
Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Emprego para
o reabilitado.

Prevenção Secundária
Diagnóstico e tratamento precoce
Investigação de casos na comunidade, isolamento
para evitar propagação, evitar sequelas, etc.

Prevenção Primária
Promoção da Saúde e Proteção Específica
Condições sanitárias adequadas, acesso a
educação, lazer, Imunização, Saúde
Ocupacional, etc.
56
Modelo da História Natural da Doença
NÍVEIS DE PREVENÇÃO

PRIMÁRIA SECUNDÁRIA TERCIÁRIA

Promoção da Diagnóstico Tratamento


Proteção Reabilitação
Saúde precoce imediato

PRÉ-PATOGÊNICO PATOGÊNICO

Estímulo Interação Reação

Antes Curso da doença no


da doença ser humano
57
Críticas ao Modelo da História Natural da Doença
 Embora reconheça as múltiplas causas no processo saúde-doença, as
determinações sociais ainda são consideradas de forma secundária e a
abordagem dada à saúde se restringe à causa das patologias.

As críticas à epidemiologia adotadas no modelo biomédico e no de


Leavell e Clark (1976) são que suas cadeias lineares desconsideram a
interação entre os múltiplos fatores sociais, culturais e biológicos.
58

Perguntas
Modelo de
Determinação
Social da
Doença
60
Modelo da Determinação Social da Doença
 Este modelo apresenta uma nova forma de ver o processo saúde-
doença; tem sua origem na Europa, no século XIX, num
movimento chamado de Movimento de Medicina Social. Virchow,
um dos médico-sociais (depois veio a ser conhecido também
como patologista), afirmava que as pessoas adoecem e morrem
em função do jeito que vivem. E este jeito de viver é determinado
social, cultural e economicamente (caracterizando o contexto de
aparecimento da doença).
61
Modelo da Determinação Social da Doença
 Em 1848, Virchow elaborou junto com Neumann a lei da Saúde
Pública da Prússia, a qual diz que compete ao Estado a
responsabilidade sobre a saúde das pessoas; que este deve
promover a saúde e combater e tratar a doença para todos, ou
seja, saúde: direito de todos, dever do Estado.
 Aliás, foi esse movimento que inspirou a nossa construção do
SUS.
62

Modelo da Determinação Social da Doença


 A ideia do Modelo de Determinação Social da Doença nasce junto
a um movimento denominado Medicina Social ainda no século
XIX. Essa corrente afirmava, de maneira geral, que os indivíduos
adoecem e morrem de acordo com suas condições de vida, sendo
que isso levava em consideração os fatores sociais, culturais e
econômicos.
63
Modelo da Determinação Social da Doença
 Esse modelo se torna muito popular na Europa até meados de
1870, quando a ideia unicausal ganha força e o modelo
biomédico, que já estudamos, se torna hegemônico.
64
Modelo da Determinação Social da Doença
 A ideia do Modelo de Determinação Social é retomada mais
tarde, mas fica restrita à área das ciências socias e ofuscada pelo
modelo norte-americano flexneriano.
 O modelo tem a classe social como importante pilar da
investigação epidemiológica, ou seja, condição social é um fator
determinante para o conhecimento epidemiológico de uma
população.
65
Modelo da Determinação Social da Doença
 É essencial estudar os processos que impactam nas condições de
vida de uma determinada população, pois saúde e doença
passam a ser associadas às condições de vida e de trabalho dos
indivíduos e os aspectos sociais, políticos e econômicos são
considerados determinantes no processo de adoecimento.
Modelo de Determinantes Sociais da Doença 66

Atualmente, o modelo de Dahlgren e


Whitehead é o mais estudado no Brasil.
 Entende a saúde enquanto qualidade de
vida, que é resultante de um conjunto de
fatores, como trabalho, habitação,
alimentação, renda e acesso a serviços,
que se associam.
 Este agrupamento em categorias facilita o
entendimento e o planejamento de
intervenções nos diferentes níveis.

Fonte:
https://ares.unasus.gov.br/acervo/html/ARES/3332/1/2mod_c
onc_saude_2016.pdf. Acesso em 18 jun. 2021.
67

Um menino nascido em 2012 em um país de alta renda


pode esperar viver até os 76 anos de idade, 16 anos a mais
que um menino nascido em um país de baixa renda
(expectativa de vida de 60 anos). Para as meninas, a
diferença é ainda maior, uma lacuna de 19 anos separa a
expectativa de vida em países de alta renda (82 anos) e
baixa renda (63 anos) (WHO, 2014).
68
Conceito de saúde sofreu mudanças:

 “estado de ausência de doenças” foi redefinido em 1948, pela


Organização Mundial da Saúde (OMS), como “estado de completo bem-
estar físico, mental e social”, passando de uma visão mecânica da saúde
para uma visão abrangente e não estática do processo saúde-doença.
 A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros,
a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o
trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer, o acesso a bens e
serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressam a
organização social e econômica do país (Brasil, 1990, Lei 8.080 - Art. 3).
69

Dúvidas?
Sugestão de Filme 70
71

Educação e
Estratégias em
Saúde
72
Educação e Estratégias em Saúde
Quando falamos em educação em saúde podemos destacar três atores
principais:
 1- Os profissionais da saúde: têm papel fundamental nos processos
educativos e devem se utilizar das ferramentas adequadas para que
o processo de ensino-aprendizagem seja eficaz e empoderador.
 2- Os gestores de saúde: Que devem dar todo suporte e estrutura
necessários.
 3- A população: Necessita absorver os conhecimentos e aumentar
sua autonomia.
Impactos positivos da educação em saúde para o indivíduo 73
e coletividade
Educação
em Saúde

Torna o indivíduo e Desenvolve


coletividade ativos pensamento
nas decisões de crítico e
saúde reflexivo

Promove
autonomia e propõe ações
empoderamento transformadoras
74
Espaço para a
escuta

Rodas de DIALÓGICA Troca de


conversa OU saberes
RADICAL

Participação
Reflexão
75
Educação em saúde

Estratégias para
Oficina Promover
Processo saúde Manter
doença cuidado Recuperar
Autonomia a saúde

Método estruturado para trabalho em grupo e utilizado na


Educação em Saúde Dialógica.
76

Dúvidas?
77

Situação
Problema
78
Situação Problema
 Nos deparamos com um gestor de uma Unidade de Saúde da
Atenção Primária que deveria implementar medicadas para
controle e melhoria da situação relacionadas à algumas doenças
crônicas como diabetes e hipertensão e qual modelo de saúde
deve escolher para basear suas ações.
79
Situação Problema
 O gestor está lidando com um pequeno município do interior do
Brasil, cuja população é de baixo nível socioeconômico, baixa
escolaridade, saneamento básico precário, predominantemente
acima dos 55 anos e com número expressivo de indivíduos com
doenças crônicas não-transmissíveis, como diabetes e
hipertensão arterial.
 É nesse contexto que podemos notar que as variáveis
socioeconômicas e ambientais são tão importantes quanto as
doenças que atingem essa população, o que nos leva a pensar
sobre ...
80
Situação Problema
modelos de saúde mais abrangentes e que contemplem o indivíduo como um todo
(ser holístico). Nesse contexto podemos ressaltar o Modelo da História Natural da
Doença.
As medidas tomadas pelo novo gestor para o controle da situação foram:
1. Aumentar os estoques de anti-hipertensivos e medicamentos para controle do
Diabetes.
2. Distribuir folhetos educativos para alertar sobre os perigos dessas doenças.
3. Aumentar o número de aparelhos para aferir pressão arterial e os níveis de
glicemia.
4. Pedir a contratação de mais profissionais da saúde para a Unidade.
As possíveis ações para o manejo da situação podem se basear nos períodos que esse
modelo estabelece:
81

Dúvidas?
Recapitulando 82
Primórdios
explicações sobrenaturais para a
saúde e para doença

Modelo Biomédico
Passou a tratar o corpo em partes
cada vez menores, reduzindo a
saúde a um funcionamento
mecânico

História Natural da Doença


Passou a explicar o processo saúde-
doença por meio de dois períodos:
pré-patogênico e patogênico

Determinação Social da Doença


perspectiva do processo de forma
mais ampla

ATUALIDADE

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