Você está na página 1de 42

A Administração Pública tem o dever constitucional de realizar

procedimentos prévios à toda contratação que vise a realização de obras,


execução de serviços, aquisição de insumos, bens, compras em geral e
também nas alienações ou vendas. No desempenho de suas atividades, o
administrador público necessita firmar contratos com variados objetos, isso
pode consistir em obras novas, reformas, projetos de infraestrutura,
organizar e prestar serviços essenciais, suportar as demandas de insumos
e bens necessários à manutenção dos diversos serviços burocráticos,
rotineiros e essenciais à população, bem como nos casos em que a
Administração necessite de bens imóveis em locação e alienar os seus itens
já em desuso ou bens dominiais imóveis sem destinação, respeitando
sempre o interesse público.
Tal obrigação constitucional não é somente uma formalidade burocrática,
mas impõe o dever de observância ao atendimento dos fins republicanos da
Gestão Pública, inibindo os desvios de poder, os negócios escusos, os
privilégios para determinadas empresas e ofensas à impessoal razão do
Estado. O dever de licitar impõe a quem irá contratar com dinheiro público
os mecanismos, procedimentos e formalidades que registrem e permitam o
controle dos negócios realizados, diversamente dos que fazemos na esfera
privada de liberdade.
Enquanto livres seres suscetíveis ao consumo em geral, pagamos muitos
vezes um produto, obra ou serviço, escolhendo uma marca famosa, um valor
mais elevado para agradar um amigo, conhecido etc. Na esfera pública,
diversamente, temos que garantir que mesmo em situações limites como de
uma escolha, esta seja revestida de justificativas do resguardo interesse
público, da vantajosidade para a Administração, a promoção do
desenvolvimento nacional sustentável e o crescimento isonômico.
É por essa razão que a Constituição Federal no seu artigo 37, XXI, obriga
a Administração Pública a abrir licitação pública para a contratação de obras,
serviços, compras e alienações sem excluir outros casos previstos em lei.
A Lei de Licitações e Contratos – 8.666/93 e suas posteriores alterações,
bem como a Lei do Pregão – 10.520/02 e a Lei do Regime Diferenciado
de Contratação - Lei 12.462/11, instituem as normas sobre licitações e
contratos da Administração Pública.
.
Da forma como a legilação previu, as oportunidades se ampliam ao maior
número de pessoas que quiserem contratar com a Administração Pública ao
mesmo tempo garantindo que a AP otimize os seus gastos fazendo uma boa
escolha, em termos de condições de preço e de qualidade, da coisa
contratada. O maior número de concorrentes aumenta a chance da AP fazer
uma boa escolha.
Não se esqueça:
A licitação pública é ---------- > OBRIGATÓRIA, conforme o ----------
> artigo 37, XXI da CF (para contratos de obras, serviços, compras e
alienações), ---------- > artigo 1º da Lei 8666/93 (obras, serviços, inclusive
de publicidade, compras, alienações, concessões, permissões e locações) -
--------- > e o artigo 175 da CF (para concessão e permissão de serviços
públicos).
Quem está obrigado a licitar?
Conforme o artigo 1º parágrafo único da Lei 8666/93:
``Subordinam-se ao regime desta lei, além dos órgãos da administração
direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as
empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades
controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e
Municípios ``.
Os Consórcios Públicos também estão obrigados a licitar, pois são entes
pertencentes à Administração Indireta do Estado.
DISPENSA E INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO PÚBLICA
A obrigatoriedade de licitação é a regra, contudo, há exceções:
1-DISPENSA: pelo pequeno valor do contrato, por situações excepcionais
como guerra, grave perturbação da ordem e calamidade pública, em razão
do objeto e em razão da pessoa. Ver artigos 17, I e II e 24 da Lei 8666/93.
2- INEXIGIBILIDADE: pela exclusividade do fornecedor, pela notória
especialização e em razão do profissional consagrado de qualquer setor
artístico. Ver artigo 25 da Lei 8666/93.
A idéia chave para distinguir essas duas exceções é: para dispensa ocorre
a possibilidade de concorrência, mas alei permite a dispensa pelas
razões ali levantadas, já para a inexigibilidade, há impossibilidade de
concorrência.
Os casos de dispensa constam de um rol TAXATIVO (portanto, somente os
casos previstos no art. 17 e 24 da lei) e os
de inexigibilidade são EXEMPLIFICATIVOS (ou seja, podem ocorrer
casos outros além daqueles previstos no artigo 25).
PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO
A indicação dos princípios da licitação pública é bastante variada entre os
doutrinadores. Aqui você encontrará aqueles indicados por Maria Sylvia
Zanella Di Pietro.
Vamos a eles:
 Princípio da Igualdade: tem por
finalidade assegurar igualdade de direitos a todos
os interessados em contratar com a AP e com
isso, permitir à Administração a escolha da melhor
proposta.
O art. 37, XXI da CF expressamente o prevê, vedando
estabelecimento de condições que impliquem preferência em relação a
licitantes em detrimento de outros.
A Lei nº 8666/93 no artigo 3º, inc. I, §1º dispõe que é vedado aos
agentes públicos impor condições que restrinjam o caráter competitivo da
licitação ou estabelecerem preferências ou distinções em razão da
naturalidade, da sede ou do domicílio dos licitantes ou de qualque r
circunstância impertinente ou irrelevante para o contrato.
Você poderá se deparar com situações que irão demandar
a aplicação do princípio da razoabilidade e que irão modular a regra de
tratamento isonômico a todos os interessados. A legislação pátria em
inúmeros dispositivos prevê ser possível exceção à regra. Por explo: a
previsão de margem de preferência para produtos manufaturados nacionais
e serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasileiras ou se
destinem à implantação, manutenção e aperfeiçoamento dos sistemas de
tecnologia de informação e comunicação estratégicos ( Lei 12.349/10).
Também há preferência a empresas de capital nacional dada pela lei a
aquisição de bens e serviços de informática e automação ( Lei nº 8666, art.
3º, I e II).
Princípio da Legalidade: o processo licitatório está vinculado à Lei nº
8666/93 e a não observação da legislação pode ensejar direito público subjetivo
aos participantes da licitação (art 4º da lei).
Princípio da Impessoalidade: todos os interessados em contratar com a AP
devem ser tratados igualmente em direitos e obrigações ---------- > a AP deve
conduzir o processo licitatório de forma objetiva sem discriminar qualquer
participante em razão de condições pessoais que não interferirem diretamente
na disputa.
Princípio da moralidade e da probidade administrativa: a AP deve se
comportar na licitação pública de maneira lícita e em conformidade com a moral,
os bons costumes, os princípio da justiça, da equidade e com dever de
honestidade.
Princípio da publicidade: indica a necessidade de divulgação do
procedimento para o conhecimento de todos os interessados, ---------- > e
os atos praticados no transcurso do processo devem ser abertos aos
interessados ----------> para assegurar a ampla fiscalização da licitação pública.
Princípio da vinculação do instrumento convocatório: a AP deve cumprir
integralmente as normas e condições do edital. ----------> O julgamento deve
ocorrer observando os critérios de avaliação contidos no edital.
Princípio da adjudicação compulsória: ao final da licitação a AP ----------
> deve atribuir o objeto do contrato ao vencedor.
Princípio da ampla defesa: a AP ao ---------- > aplicar sanções ---------- > ao
licitante deve ---------- > garantir-lhe a ampla defesa (art. 87 da Lei nº 8666/93).
Princípio da licitação sustentável: a licitação pública deve ser um instrumento
a mais no ---------- > incentivo à preservação do meio ambiente.

Modalidades e fases da licitação


A Licitação pode ocorrer através de 7 modalidades ou tipos: 5 previstas no
artigo 22 da Lei nº 8666/93 (concorrência, tomada de preço, convite,
concurso e leilão, uma prevista pela Lei nº 10.520/02 (pregão) e uma
prevista pela Lei nº 12.642/11 (Regime Diferenciado de Contratação).
Cada modalidade terá um procedimento próprio e ocorre em função do preço
e do tipo de objeto que será contratado:
CONCORRÊNCIA : modalidade mais complexa (porque prevista para contratos
de grande vulto, ver artigo 23 da Lei 8666/93) ---------- > aberta a quaisquer
interessados (cadastrados ou não nos sistemas de cadastro governamentais) --
------- > que na fase inicial de habilitação comprovem possuir ---------- > os
requisitos mínimos exigidos no edital.
Há necessidade de ampla publicidade, com a publicação do edital no
Diário Oficial dos entes federativos que realizam a licitação e também nos
respectivos jornais de grande circulação, podendo ser utilizados outros
meios de divulgação para ampliar a participação dos interessados ( ver art.
21 da lei).

A concorrência é obrigatória para:


compra e serviços de valor superior ao fixado no art. 23 da lei, isto é, acima de um milhão
e quinhentos mil reais para obras e serviços de engenharia, e acima de 650 mil para os
demais serviços e compras;
compra e alienação de bens imóveis, independente do valor, à exceção de bens adquiridos
em procedimentos judiciais ou mediante dação em pagamento, que também admitem venda
por leilão;

compra e alienação de bens móveis de valor superior ao fixado no art. 23, II, b (art. 17,
§6º da lei);
concessão de direito real de uso de bem público;

licitações internacionais, que também admitem tomada de preço, quando o órgão ou


entidade dispuser de cadastro internacional de fornecedores, e convite, quando não houver
fornecedor do bem ou serviço no país, de acordo com o art. 23, §3º da lei;

para o registro de preços, ressalvada a hipótese de pregão, disposta nos arts 11 e 12 da Lei
nº 10.520/02, desde que se trate, neste último caso, de bens comuns;

concessão de serviços públicos (art.2º , II, da Lei 8987/95; e

para a celebração de parcerias público-privadas - PPP, conforme determina o art. 10 da Lei


nº 11.079/04.

2. TOMADA DE PREÇOS: realizada entre interessados devidamente --------


-- > cadastrados no sistema cadastral governamental (registro cadastral) ou
---------- > que preencham os requisitos para o cadastramento, até o ---------
- > 3º dia anterior à data do recebimento das propostas. Como se destina a
contratos de valores medianos (artigo 23, I ´´b´´ e II ´´b´´ da lei nº 8666/93)
---------- > são menos formais e a publicidade pode ocorrer com 15 dias de
antecedência ao da apresentação das propostas conforme o inciso III do
artigo 21 da Lei nº 8666/93.
3. CONVITE: são escolhidos e convidados ---------- > pelo menos três
interessados no ramo do objeto a ser contratado ----------> cadastrados ou
não, podendo participar também ---------- > os não convidados que estiverem
cadastrados na especialidade e manifestarem seu interesse até ---------- >
24 horas da apresentação das propostas (art. 22, §3º da lei). A publicidade
ocorre por meio ---------- > de carta-convite enviada aos escolhidos com
antecedência de 5 dias úteis da apresentação das propostas e ---------- >
afixação da carta-convite em local apropriado.
4. CONCURSO: tem por finalidade escolher trabalho técnico, científico ou
artístico, ---------- > mediante a instituição de prêmio ou remuneração aos
vencedores ( art. 22, § 4º da lei).
5. LEILÃO: prevista para a ---------- > alienação de bens móveis inservíveis
para a Administração Pública ou de produtos legalmente apreendidos ou
penhorados ou ---------- > alienação de bens imóveis prevista no artigo 19 da
lei ---------- > a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao da
avaliação, conforme o artigo 22, § 5º da lei nº 8666/93.
6. PREGÃO: previsto na lei nº 10.520/02 para a aquisição de ---------- >
bens e serviços comuns ---------- > independente do valor estimado para a
contratação. A disputa pelo contrato é feita através de ---------- > propostas
e lances em sessão pública. A Lei previu a possibilidade do pregão eletrônico
que foi regulamentado pelo Decreto nº 5.450/05.
7- REGIME DIFERENCIADO DE CONTRATAÇÃO: previsto na Lei
12.462/11 para contratos necessários à realização:

dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016 previstos nos projetos


governamentais;

da Copa das Confederações da Federação Internacional de Futebol Associação


- FIFA 2013 e da Copa do Mundo FIFA 2014;

de obras de infraestrutura e de contratação de serviços para os aeroportos das


capitais dos Estados da Federação distantes até 350km das cidades sedes dos
mundiais referidos acima.

para as ações integrantes do Programa de Aceleração do Crescimento (


alteração introduzida pela Lei nº 12.688/12);

para a realização de obras e serviços de engenharia dos sistemas de ensino


público ( alteração introduzida pela Lei nº 12.722/12);

dos contratos de obras e serviços de engenharia celebrados no Sistema Único


de Saúde.

FASES DA LICITAÇÃO
Tomaremos por base o procedimento previsto pela Lei nº 8666/93 para a
concorrência pública, por ser a modalidade que apresenta mais fases e
procedimento mais complexo.
Indicaremos em cada fase a sua posição em relação às demais modalidades.
1 - EDITAL: é o ato de que se utiliza a AP para divulgar a ---------- > abertura
da concorrência ( da tomada de preços, do concurso, leilão, pregão e
RDC) ---------- > fixa os requisitos para a participação ---------- > define o
objeto e as condições básicas do contrato e ---------- > convida a todos os
interessados para apresentarem as suas propostas. O artigo 40 da Lei nº
8666/93 estabelece os requisitos que o edital deverá observar.
OBSERVE:
O edital é a Lei daquela licitação e contrato específicos. O que constar
ali deve ser rigorosamente seguido pelas partes : princípio da VINCULAÇÃO
AO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO.
Caso nehum interessado se apresente e a realização de nova licitação
é prejudicial à AP, a licitação é considerada DESERTA.
2. HABILITAÇÃO : nesta fase ocorre a ---------- > abertura em sessão
pública dos envelopes contendo a documentação exigida dos
concorrentes, em ato público.
Na Tomada de preços essa fase ocorre antes do procedimento de
licitação, para os inscritos no registro cadastral.
Durante a licitação somente ocorrerá para aqueles que não estiverem
cadastrados e apresentarem a documentação até o terceiro dia anterior à
data do recebimento das propostas.
No convite recebidas as propostas, seguem-se as fases de
classificação, adjudicação e homologação.
O concurso segue procedimento próprio elaborado especificamente
para esse fim, pois a Lei nº 8666/93 não previu nehum procedimento a ser
adotado nessa modalidade.
O leilão também não possui procedimento previsto na Lei nº 8666/93.
Pode ser feito por leiloeiro oficial ou servidor designado pela AP (ver art. 53
da lei).
O Pregão contém uma inversão de fases: primeiro julga a proposta
e após habilita o vencedor.
No Regime Diferenciado de Contratação - RDC, há inversão das
fases de habilitação e julgamento: 1º julgamento e após a habilitação do
vencedor.

3. CLASSIFICAÇÃO: ocorre a ---------- >


abertura dos envelopes contendo as propostas e o ----------
> julgamentodas delas segundo os critérios objetivos constantes no
edital.
4. HOMOLOGAÇÃO: ato administrativo de ---------- > aprovação de
todo o procedimento quanto à sua ----------
> regularidade e legalidade pela autoridade pública competente.
5. ADJUDICAÇÃO: ato em que a autoridade competente ---------- >
atribui ao ---------- > vencedor o ---------- > objetoda licitação. Por exemplo:
a construção de um viaduto, fornecimento de uma quantidade X de merenda
escolar etc.
É somente depois da adjudicação que a AP chamará o vencedor para
assinar o contrato. Mas pode não chamá-lo, por critério e oportunidade e
conveniência, porque a AP não se obriga ao contrato com a adjudicação.
Não é permitido à AP rejeitar a ordem de classificação e chamar o
segundo ou o terceiro colocados para contratar pulando o vencedor, ou
chamar um terceiro estranho àquela licitação para contratar o mesmo objeto.

Caracterização de contrato
administrativo e suas
modalidades
Os contratos administrativos se diferenciam dos contratos de direito
privado?

Sim, porque o regime jurídico público que incide nos contratos


administrativos, colocam a Administração Pública em posição de
superioridade em relação ao particular. Nos contratos privados, o regime
jurídico é privado, prepondera a legislação comum parcialmente derrogada
pelo direito público.

Quais espécies de contrato a Administração celebra?

1- contratos privados da Administração = aqui a relação da AP com o


particular será regida pelo Código Civil ou legislação civil especial, como
a compra e venda e a locação. A legislação comum poderá ser parcialmente
derrogada por normas de direito público.
2- contratos administrativos = contratos regidos integralmente pelo
direito público, em que estão presentes as cláusulas exorbitantes.
Qual é a base legal dos contratos administrativos?
A Constituição no artigo 22, XXVII, previu competência da União para
legislar privativamente sobre:
normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as
administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União,
Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecendo o disposto no art. 37,
XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos
termos do art. 173, § 1º, III.

A Lei 8.666/93 que institui normas sobre licitações e contratos da


Administração direta e indireta da União, Estados, Distrito Federal e
Municípios.
Lei Complementar 123/06 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de
Pequeno Porte, criando algumas regras especiais para esse tipo de
empresas.

Quem celebra o contrato administrativo?

1- Os entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), as


autarquias, fundações públicas, consórcios públicos e as empresas estatais
(empresas públicas e sociedades de economia mista = contratantes.

2- pessoas físicas ou jurídicas = contratados

Quais são os tipos de contratos administrativos previstos na


legislação?

1- Contrato de Obras = construção, reforma, fabricação, recuperação ou


ampliação de bem público.

Exemplos: contrato para a construção de um viaduto ou de uma escola;


contrato para a reforma do anfiteatro de um colégio público; contrato para a
ampliação do hospital de determinada cidade.

——- > o regime de execução pode ser :


a- empreitada por preço global: o preço é previsto para a obra como um todo.
b- empreitada por preço unitário: o preço é previsto por unidades
determinadas de uma obra.
c- empreitada integral: compreende os obras, serviços e instalações.
Exemplos: instalação, embelezamento, conservação, reparação, transporte,
locação de bens etc.

2- Contrato de Serviços = são aqueles cuja finalidade é obter uma


utilidade de interesse para a Administração, como instalações,
embelezamento de bens, conservação, reparação, transporte, locação de
bens, publicidade (lei 12.232/10) etc.

3- Contrato de Fornecimento = a finalidade é adquirir bens móveis


necessários para que a Administração Pública desenvolva as suas tarefas,
como adquirir material escolar, equipamentos cirúrgicos, computadores,
material de escritório etc.

4- Contrato de Concessão = ocorre ligado à ideia, nas palavras de


CARVALHO FILHO ( 2010: 204) :
de que alguém, sendo titular de alguma coisa, transfere a outrem algumas
das faculdades a esta relativas.
temos, assim :

concessão de serviços públicos ——- > é a delegação pelo Estado (União,


Estados, Distrito Federal, Municípios) da execução de determinado serviço
público (energia elétrica, saneamento, transporte etc).b.
concessão de uso de bens públicos ——- > é o consentimento do Estado
para que pessoas privadas se utilizem de bens públicos (bancas de jornais nas
calçadas e boxes de mercado municipal etc).c.
concessão de obra pública ——- > o Estado transfere ao particular a execução
de uma obra pública por sua conta e risco mediante remuneração paga pelos
usuários benefíciários da obra, ou remuneração obtida pela exploração dos
serviços ou utilidades que a obra proporciona. Exemplo: Contrato em que uma
empresa constrói uma estrada ou a moderniza e após, faz a cobrança de pedágio
que será a sua contrapartida pelos gastos com a obra e conservação da
rodovia.
5- Contrato de Gestão = forma de ajuste entre a AP Direta e entidades da
AP Indireta ou entidades privadas paraestatais, estando também previsto
com dirigentes de órgãos da própria AP Direta = estabelece metas a serem
cumpridas pelas contratadas num determinado tempo, com controle de
resultados.

CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO ADMINISTRATIVO

 Presença da Administração como poder público.


 Finalidade Pública.
 A Lei 8.666/93 dispõe sobre aspectos formais do
contrato, como, por exemplo:

a. os contratos serão lavrados nas repartições interessadas, exceto


os relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por
instrumento lavrado em cartório de notas. Contratos verbais são
permitidos para compras de pronto pagamento, de valor não
superior a 5% do limite de 80 mil reais, feitas em regime de
adiantamento.

b. O resumo do contrato deve ser publicado no Diário Oficial em 20


dias contados da data da assinatura (art.61).

c. Modos de formalização dos contratos: termo de contrato, carta


contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra ou
ordem de execução de serviço (art. 62).

d. Vedação a prazo de vigência indeterminado ( art. 57).

 Previsão Legal de procedimentos: a lei estabelece


procedimentos obrigatórios para a celebração desse tipo de
contrato, dependendo da modalidade como, por exemplo:
autorização legislativa, motivação, autorização pela autoridade
competente, indicação de recursos orçamentários e licitação.
 Presença de cláusulas exorbitantes: são aquelas que se
diferenciam dos contratos particulares porque conferem
prerrogativas à Administração Pública e a colocam numa posição
de supremacia em relação ao contratado.
 Natureza intuitu personae: o contratado é quem melhor
comprovou possuir condições de contratar com a AP. É por isso
que a Lei 8.666/93 proíbe a subcontratação total ou parcial, sendo
permitidas somente se previstas expressamente no edital da
licitação e no contrato.
 Contrato de adesão: o contrato administrativo tem todas as suas
cláusulas fixadas unilateralmente pela AP.
Cláusulas exorbitantes e
equilíbrio econômico-financeiro
do contrato
Por razões de interesse público, com a finalidade de que a Administração
Pública cumpra as suas funções, os contratos administrativos possuem
determinadas cláusulas estabelecendo para a AP prerrogativas que a
colocam num patamar de superioridade em relação ao particular.
Essas cláusulas exorbitantes são legais no contrato administrativo (até
mesmo porque estão previstas em lei),mas não estão previstas para um
contrato entre particulares, nestes, inclusive, seriam consideradas abusivas
e ilegais.

No contrato administrativo ao lado das cláusulas exorbitantes existe


o equilíbrio econômico-financeiro.
Exemplo:

AP num determinado contrato de fornecimento, previa a entrega de 100


computadores, mas na vigência do mesmo pretende a entrega de mais 20.
O contratado tem o dever de fazer essa entrega a mais, por conta das
cláusulas exorbitantes que dão esse direito à AP. Em contrapartida, deve
ser pago pelos vinte computadores que deverá entregar.

Desta forma, as partes permanecem em equilíbrio quanto às cláusulas


econômicas do contrato ( o objeto e o preço devem ter uma relação de
adequação do começo ao fim do contrato).

São cláusulas exorbitantes previstas pela Lei 8.666/93, artigo 58:


a - alteração unilateral do contrato, para melhor adequação às finalidades
de interesse público, respeitados os direitos dos contratados;
b - rescisão unilateral, nos casos previstos no art. 79, I da lei;
c - fiscalização da execução do contrato ;
d - aplicação de sanções, por motivo de inexecução total ou parcial do
contrato;
e - ocupação provisória de bens móveis, imóveis, pessoal e serviços
vinculados ao objeto do contrato, quando o ajuste vise à prestação de
serviços essenciais.
1- A alteração dos contratos pode ser:

qualitativa ------------ > ocorre quando há alteração no aspecto qualidade


técnica do projeto:

 por ocorrência de situações novas = decisão judicial


impondo que uma determinada obra atenda a
preceitos técnicos em matéria de prevenção de
incêndio.

 por ocorrência de situações desconhecidas = na


perfuração de um túnel, o solo apresenta um tipo de
pedras que não se podia imaginar.

quantitativa ------------ > ocorre quando há necessidade de modificação no


valor do contrato por acréscimos ou diminuição nas obras, compras e
serviços, ou seja, na quantidade do objeto = acrescentar ou suprimir em
obras, serviços ou compras até 25% do valor originário do contrato, ou
até 50% no caso de reforma de edifício ou equipamento (art. 65, § 1º).
Caso as alterações aumentarem os encargos do contratado ele terá direito
a receber as diferenças no valor da remuneração (art. 65,§ 6º).

Note que as alterações só podem ocorrer nas cláusulas regulamentares do


contrato = prazos, especificações técnicas, quantidades etc).

As alterações ocorrem no contrato pela sua característica de ------------


> mutabilidade, que apresenta, ainda, outros aspectos importantes que
podem levar ao ------------ > equilíbrio econômico-financeiro ou à
sua rescisão.

A doutrina aponta algumas situações ou riscos (áleas) que incidem nos


contratos administrativos e que acarretam a sua alteração:
força maior ou caso fortuito: evento lesivo que atinge o contrato como uma
forte chuva que destrói uma ponte ainda em obras feitas por uma construtora
contratada pela AP. Aqui ocorre a álea econômica = circunstâncias externas
ao contrato e estranha à vontade das partes, imprevisíveis, excepcionais,
inevitáveis, que causam desequilíbrio muito grande no contrato (aplicando-se
a teoria da imprevisão) ------------ > a AP responde pela recomposição do
equilíbrio econômico-financeiro.
sujeições ou interferências imprevistas: o contrato não pode prosperar na
forma como foi previsto, por conta da descoberta de um empecilho natural que
impede a execução do contrato. Por exemplo, obras de uma estação do metrô
em terreno movediço, que irá demandar gastos muito maiores do que o
inicialmente previsto. Neste caso estamos diante de uma álea extraordinária ---
------- > que ocasiona a recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do
contrato.
fato da Administração: toda ação ou omissão da Administração que se incide
no contrato, retardando ou impedindo a sua execução. Por exemplo, atraso do
Estado em desapropriar terreno em que se fará um parque infantil público, que
acarreta prejuízo considerável à contratada pelo atraso das obras ------------
> deverá ocorrer a recomposição do equilíbrio econômico-financeiro, porque
incidiu uma álea econômica extraordinária e extracontratual.
fato do príncipe: um ato de autoridade geral que afeta o contrato apesar de não
se dirigir especialmente a ele, como mudança de política cambial pelo Banco
Central ou medida de ordem geral que dificulte a importação de determinada
matéria prima prevista no contrato e necessária à sua realização ------------
> deverá haver recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do contrato.
modificação tributária: criação, aumento, diminuição ou extinção de tributo ou
encargo legal que interferir diretamente nos preços, como aumentos
significativos de ICMS, IPI e ISS ------------ > ocasionam a recomposição com o
equilíbrio econômico-financeiro do contrato.
Não acarretará a recomposição do equilíbrio econômico-financeiro:
a culpa do contratado, evento existente antes das propostas e ausência de
prejuízo significativo

A jurisprudência exclui da possibilidade de recomposição do equilíbrio


econômico-financeiro do contrato: o dissídio coletivo, porque é previsível e
o aumento da inflação porque também é previsível e pode ser compensado
no momento do reajuste previsto nos contratos.

2- Rescisão Unilateral: é o poder de por fim ao contrato sem a concordância


do contratado, o artigo 78 da Lei 8.666/93 dispõe sobre os motivos que dão
causa à rescisão. DI PIETRO (2013: 280) agrupa os motivos em 4 espécies:

inadimplemento com culpa da contratada: não cumprimento ou cumprimento


irregular do contrato (art. 78, I a VIII e XVIII) ——- > a AP será credora da
indenização, podendo reter créditos, executar garantia contratual, assumir
imediatamente o objeto do contrato e ocupar locais necessários à sua execução
(art. 80, I a IV).

inadimplemento sem culpa da contratada: ocorrem com o desaparecimento


da contratada, sua insolvência civil, dissolução da sociedade, falecimento,
alteração social ou modificação da finalidade ou estrutura da empresa (art. 78,
IX a XI). Não cabe ressarcimento, pois a rescisão ocorreu por fato atribuído à
própria contratante.
razões de interesse público: como não ocorre culpa da contratada, é possível
indenização pelas perdas com a rescisão ( art. 78, XII e 79, §2º) .
caso fortuito ou força maior, nestes casos a indenização é possível (art. 78,
XVII e 79, § 2º).

De que trata a exceptio non adimpleti contractus?


A exceção do contrato não cumprido - exceptio non adimpleti contractus
- encontra-se prevista no artigo 476 do Código Civil e dá direito a uma das
partes do contrato não cumprir o que lhe cabe, em razão do descumprimento
do outro contratante.
A questão aqui é saber até que ponto a AP pode descumprir o contrato sem
dar causa à contratada invocar a exceptio non adimpleti contractus.

A Lei 8.666/93 responde a questão, pois prevê como causa de rescisão


contratual:

o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela


Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas
destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública,
grave perturbação da ordem interna ou guerra

Neste caso a contratada pode suspender a execução do contrato ou terá


direito à indenização por prejuízos decorrentes da rescisão.

É possível a aplicação do instituto da arbitragem para regular


contratos administrativos?
Primeiro é necessário você ter uma definição do que vem a ser a arbitragem:

Arbitragem é o instrumento alternativo por meio do qual as pessoas


dirimem seus conflitos de interesses fora do âmbito judicial.
Regula a arbitragem a Lei 9.307/96, prevendo que as pessoas capazes de
contratar podem utilizar o juízo arbitral para dirimir litígios sobre direitos
patrimoniais disponíveis. É uma forma das pessoas evitarem a morosidade
do sistema judicial.
A Lei 8.666/93 não cuidou da questão .
A Lei 8.987/95 que trata da concessão e permissão de serviço público no
artigo 23-A, admite a previsão no edital da utilização de arbitragem para
a resolução de disputas relacionadas ao contrato.
A Lei 11.079/04, que regula as parceria público-privadas prevê no artigo 11,
III, o recurso à arbitragem.
2 - A fiscalização é prerrogativa do poder público que pode acompanhar por
um representante especialmente designado a execução do contrato (artigo
58,III e artigo 67).

3- Aplicação de sanção de natureza administrativa é prerrogativa da AP e


são elas: multa, advertência, suspensão temporária de participação em
licitação e impedimento de contratar com a AP por tempo não superior a 2
anos, declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a AP (
artigo87)

4- Retomada do objeto para assegurar a continuidade do serviço público


(artigo 80 da lei).
Medidas cabíveis —- > artigo 80 da Lei 8.666/93 :

I- assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que se


encontrar, por ato próprio da Administração;

II- ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e


pessoal empregados na execução do contrato, necessários à sua
continuidade, na forma do inciso V do art. 59 desta lei;
III- execução da garantia contratual, para ressarcimento da Administração e
dos valores das multas e indenizações a ela devidos;
IV- retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos
causados à Administração.

Conceito de Serviços Públicos


Conceito moderado definido por Maria Sylvia Zanella Di Pietro: “Toda
atividade material que a lei atribui ao Estado para que a exerça diretamente
ou por meio de seus delegados, com o objetivo de satisfazer concretamente
às necessidades coletivas, sob regime jurídico total ou parcialmente
público”. (DI PIETRO, 2014, p.107).
Fique Atento:

“Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob


regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação
de serviços públicos.”

Seus agentes são estatutários, os bens são públicos, as decisões


apresentam os atributos do ato administrativo (presunção de veracidade e
executoriedade, entre outros), responsabilidade objetiva (art. 37, §6º da
CF/88), contratos regidos pelo direito administrativo em regra, podendo ser
aplicado o direito privado de forma excepcional (exemplificando: comodato,
locação, enfiteuse, compra e venda) e; Material onde todo serviço público
corresponde a uma atividade de interesse público, atribuída por lei, daí se
dizer que todo serviço público visa atender a necessidade pública, mas nem
toda atividade de interesse público é serviço público.
Ressalta-se que no serviço público o interesse geral é a finalidade exclusiva.
Podendo ser economicamente deficitário e exercido em regime exclusivo ou
não.

Princípios Informadores dos


Serviços Públicos
Em razão de ter o Estado assumido a prestação de determinados serviços,
por considerar que estes são fundamentais à coletividade, mesmo os
prestando de forma descentralizada ou ainda delegada, deve a
Administração, até por uma questão de coerência, oferecê-los de forma
contínua, ininterrupta, dentre outros que passamos a declinar (Lei nº
8.987/95, art. 6º, §1º).
Os princípios Constitucionais expressos (art. 37 caput da CF/88) não serão
aqui mencionados, mas por uma questão hierárquica e lógica, sempre serão
considerados no momento da análise do caso concreto.
1. Princípio da Regularidade:
O serviço público deve manter um padrão de regularidade tal que não afete
a vida do usuário, ou seja, que em variando para mais ou menos atenda as
especificações técnicas (intensidade, horário, velocidade, etc.).
2. Princípio da Continuidade (ou permanência):
Entende-se por este princípio que o Estado é obrigado a não interromper a
prestação dos serviços que disponibiliza.
Em relação à interrupção dos serviços, uma questão se levanta na aplicação
da eficiência e continuidade dos mesmos prestados pela Administração ou
seus delegados (concessionárias e permissionárias) em caso de
inadimplência. Vislumbramos uma grande divergência jurisprudencial e
doutrinária a respeito da possibilidade de interrupção de fornecimento dos
serviços úteis, notadamente quanto à aplicação da norma posta,
preenchidos os requisitos previstos no artigo 6º, § 3º, incisos I e II, da Lei nº
8.987/95, em contra ponto, com a vedação expressa prevista no artigo
22 caput do Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/90).
3. Princípio da Eficiência:
Define que os serviços públicos devem atender aos fins que se propuseram
na prestação, não basta somente estar à disposição da população. É
necessário efetividade, resultados concretos, com maior desempenho e o
menor custo.
4. Princípio da Segurança:
Atenda aos padrões de segurança pré-definidos pelas normas técnicas.
Toda atividade tem uma margem de risco que deve ser mensurada e
observada pelo prestador e pelo usuário.
5. Princípio da Atualidade:
Entendida esta como a modernidade das técnicas, do equipamento e das
instalações e a sua conservação, bem como, a melhoria e expansão do
serviço.
6. Generalidade ou Universalidade:
Devendo ser assegurado o atendimento sem discriminação a todos os que
se situem na área abrangida pelo serviço, desde que atendam a requisitos
gerais e isonômicos. Além disso, deve ser assegurado atendimento
abrangente ao mercado, sem exclusão das populações de baixa renda e das
áreas de baixa densidade populacional inclusive as rurais, como preceitua
também o art. 3º, inciso IV, da Lei nº 9.074/95.
7. Princípio da Cortesia:
Este impõe ao serviço público seu atendimento com a devida educação e
urbanidade. Decorre do dever do Estado ou de seus delegados
(concessionária ou permissionária), pois é pago pelo administrado de forma
direta ou indireta. Exemplificando: Prestando informações, fornecendo
documentos se necessários, dentre outros.
8. Princípio da Modicidade:
Entende-se por este que os serviços públicos precisam ser acessíveis a
todos e considerar a capacidade econômica do usuário, bem como, as
condições do mercado, de forma que mantenha o sistema e não se torne
proibitivo.
A remuneração pelo serviço deve ser razoável, vedada à obtenção de lucros
extraordinários ou a prática de margens exorbitantes pelos delegatários. Os
contratos poderão prever mecanismos de revisão das tarifas, a fim de
manter-se o equilíbrio econômico-financeiro (art. 9º, § 2º).

Classificação dos Serviços


Públicos
Os serviços Públicos estão classificados de diversas formas pela doutrina e
sendo assim, adotamos a seguida por Hely Lopes Meirelles, a qual passo a
declinar:
1. Serviços públicos propriamente ditos ou essenciais: São os
imprescindíveis à sobrevivência da sociedade e, por isso, não admitem
delegação ou outorga (polícia, saúde, defesa nacional, etc.). Geralmente
exigem atos de império e medidas compulsórias em relação aos
administrados.
São conhecidos como pró-comunidade. Exemplificando: art. 5º, XIII; art. 21,
XXIV; art. 22, XVI; art. 70, parágrafo único, dentre outros.
2. Serviços de utilidade pública: São os úteis, mas não essenciais, atendem
ao interesse da comunidade, podendo ser prestados diretamente pelo
Estado, ou por terceiros (concessionário ou permissionários), mediante
remuneração paga pelos usuários e sob fiscalização estatal (transporte
coletivo, gás, energia elétrica, telefonia, dentre outros).
São nominados de pró-cidadão uma vez que seu escopo é facilitar a vida do
individuo na coletividade.
3. Serviços Administrativos: São os que a Administração executa para
atender a suas necessidades internas ou preparar outros serviços que serão
prestados ao público, tais como os da imprensa oficial, dentre outros.
4. Serviços industriais: São os que produzem renda para aquele que os
presta. A remuneração decorre da tarifa ou preço público, pago por quem os
utiliza, devendo ser prestados por terceiros (concessionárias ou
permissionárias) e pelo Estado, de forma supletiva. Considerados impróprios
do Estado, por consubstanciarem atividade econômica que só poderá ser
explorada diretamente pelo Poder Público quando (art. 173 caput da CF/88):
“Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração
direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando
necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse
coletivo, conforme definidos em lei.”

5. Serviços gerais ou uti universi: São aqueles que não possuem usuários
específicos ou determinados e são remunerados por tributos (calçamento
público, iluminação pública, dentre outros). Visam satisfazer a coletividade
de forma indiscriminada. Estes por sua vez, são indivisíveis e não podem
ser mensurados na sua utilização.
6. Serviços individuais ou uti singuli: São os que têm usuários conhecidos e
predeterminados. Podem ser mensurados para cada destinatário, como
ocorre nos serviços de telefonia, de iluminação domiciliar, água, transporte
coletivo, dentre outros. Esses desde que implantados, geram direito
subjetivo à sua obtenção para todos os administrados que se encontrem na
área de seu fornecimento. São remunerados por taxa ou tarifa e não por
imposto.
Conceito de Parcerias Público-
Privadas
Na história do Brasil, não raro se observa início e não término de obras
públicas o que gera insegurança ao sistema. Iniciam-se projetos e com a
mudança de governo, estes deixam de ser priorizados e assim, são
cancelados. Como resultado os empreiteiros não recebem os recursos para
concluir o contrato.
Feito este introito, destaco a definição de José Eduardo Martins Cardozo que
define as parcerias público-privadas assim:
“É o contrato de prestação de serviço ou de concessão de serviços públicos
ou de obras públicas, de grande vulto e de período não inferior a 5 (cinco)
anos, caracterizado pela busca da eficiência na realização de seu escopo e
pela existência de garantias especiais e reforçadas para o cumprimento da
necessária contra-prestação do parceiro público ao parceiro privado após a
disponibilização do seu objeto." (CARDOZO, 2006).
Fique Atento:

O critério adotado de grande vulto disposto na Lei consiste em numerário


acima de R$ 20.000.000 (vinte milhões) de reais.

Características das Parcerias


Público-Privadas
1. Busca da eficiência plena. Neste item se considera os fins propostos no
contrato, os quais devem ser alcançados de forma absoluta e não serão
admitidas questões incidentais. Exemplificando: O parceiro estará sujeito a
uma avaliação de desempenho do art. 5º, inciso VII da lei.
“Art. 5o As cláusulas dos contratos de parceria público-privada atenderão ao
disposto no art. 23 da Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, no que
couber, devendo também prever:
VII – os critérios objetivos de avaliação do desempenho do parceiro privado;”

Aqui haverá atividade fim e não meio.


2. Responsabilidade Fiscal:
As parcerias devem estar prescritas na Lei de Diretrizes Orçamentárias -
LDO, na Lei Orçamentária Anual - LOA e no Plano Plurianual - PPA dos
entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) que
pretendam celebrar este tipo de contrato.
“Art. 10. A contratação de parceria público-privada será precedida de
licitação na modalidade de concorrência, estando a abertura do processo
licitatório condicionada a:

III – declaração do ordenador da despesa de que as obrigações contraídas


pela Administração Pública no decorrer do contrato são compatíveis com a
lei de diretrizes orçamentárias e estão previstas na lei orçamentária anual;

V – seu objeto estar previsto no plano plurianual em vigor no âmbito onde o


contrato será celebrado;”

3. Respeito aos Usuários dos Serviços:


Haverá um mecanismo de prestação da atualidade de serviços (art. 5º, V).
4. Transparência e Agilidade nos procedimentos e decisões.
Toda Parceria Público Privada depende de consulta pública (transparência).
Possibilidade de utilização do instituto da Arbitragem (art. 11, inciso III),
busca agilidade na elucidação de conflitos. Não há precedente no STF para
saber se é constitucional ou não, visto que este instituto versa sobre direitos
disponíveis.
5. Reparação Objetiva dos Riscos:
Se tiver caso fortuito ou motivo de força maior, bem como, as demais
hipóteses descritas no art. 5º, inciso III, será repartido com o Parceiro
Público.
6. Respeito aos interesses do Parceiro Privado:
6.1. Prazo compatível com a amortização do investimento (5 a 35 anos);
6.2. Aplicação automática de reajuste;
6.3. Fixação de penalidades à Administração;
6.4. Garantias especiais e reforçadas:
6.4.1. Vinculação de receitas (não pode ser receita tributária);
6.4.2. Seguro Garantia;
6.4.3. Garantias de Instituições Financeiras (o poder público tem que pedir
fiança bancária);
6.4.4. Caução de fundos garantidos ou de empresa estatal, com patrimônio
penhorável;
6.5. O parceiro privado não vai se submeter ao sistema do precatório - art.
100 da CF/88;
6.6. Ocorre a inversão de etapas do processo licitatório (art. 12, inciso I e
art. 13) e a possibilidade de lances verbais (art. 12, III, “b”).

Requisitos para adoção do


Modelo de Parcerias Público-
Privadas
1. O particular fará investimentos com recursos advindos do mercado
financeiro;
2. Deve ser criada uma sociedade de propósito específico (o ganhador da
licitação, deve criar outra pessoa jurídica, que será preferencialmente uma
Sociedade Anônima - S/A de capital aberto, e com ela, à mesma vai pedir
empréstimos ao sistema financeiro, bem como, pode vender valores
mobiliários no mercado de balcão (Bolsa de Valores - S/A - Lei nº 6.404/76);
3. Essa sociedade tem como objeto implantar e gerir a parceria;
4. Depois de concluído o escopo da parceria, o Poder Público, pagará sua
contra prestação, que poderá ser acompanhada da cobrança de tarifa dos
usuários. Exemplificando: As rodovias em que o usuário paga pedágio;
5. O particular receberá garantia especial que será pago;
6. O particular (parceiro privado) assumirá obrigações de resultado (aquela
que vincula a pessoa ao fim que se propõe e não apenas a se ater aos meios
lícitos necessários na sua aplicação).
A lei fala em modalidade de parcerias, mais isso não é técnico, pois
modalidade é rito de procedimento relativo à licitação.

Espécies de Parcerias
1. Concessão Patrocinada:
É aquela em que o parceiro privado receberá tarifa dos usuários e contra
prestação do parceiro público para a concessão de serviços públicos ou
obras públicas. Exemplificando: Concessão de Rodovias, Ferrovias,
Saneamento Básico, dentre outros.
Fique Atento:

O parceiro recebe duas vezes nesta modalidade (Estado e do Particular). Só


é possível concessão em serviços delegáveis. Nas áreas jurisdicionais,
regulatórias, poder de polícia, não pode se fazer concessão patrocinada.

2. Concessão Administrativa:
É o contrato de prestação de serviços, dos quais a Administração Pública for
usuário direto ou indireto.
Nesta modalidade não há cobrança de tarifa, a contra prestação do Poder
Público pagará ao particular. Exemplificando: Construção de Hospitais,
Presídios, Escolas, dentre outros.
3. Concessão Comum:
As demais Concessões terão esta denominação e se regerão pela Lei nº
8.987/95 (Lei de Concessões que continua em vigor).
Fique Atento:

Como identificar uma Concessão Comum?

Quando a tarifa cobrada dos usuários for suficiente para remunerar o


concessionário.

Quando o investimento for inferior a R$ 20.000.000 (vinte milhões) de reais.

Quando a parceria for de período inferior a 5 (cinco) anos.

Conceito de Agentes Públicos


Podemos afirmar que toda pessoa que exerce cargo, emprego ou função
pública é Agente Público, assim nas palavras de Maria Sylvia Zanella Di
Pietro estes são definidos como:
“Agente público é toda pessoa física que presta serviços ao Estado e às
pessoas jurídicas da Administração Indireta.”

Princípios dos Agentes Públicos


A Administração Pública tem como dever a busca da efetivação das
necessidades e dos anseios dos administrados e para isso, precisa valer-se
dos agentes públicos que a compõem.
Nossa Constituição Federal em seu art. 37 caput, traz um rol de princípios
que a doutrina convencionou chamar de constitucionais expressos e assim,
passamos a enumerá-los.
“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:”
I. Princípio da Legalidade
O princípio da legalidade é a diretriz basilar de todos os Estados de Direito,
constituindo sua própria qualificação. A estrutura lato sensu deste princípio
encontra-se no inciso II do art. 5º da CF/88, artigo este em que se insculpem
os direitos e garantias fundamentais de nosso ordenamento: “ninguém será
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”.
Como aqui se trata de um direito individual (Liberalismo do Século XVIII),
que busca proteger os particulares contra o Estado, temos como corolário
que aos particulares é lícito fazer tudo aquilo que a lei não proíba.
Podemos de prima face observar que tal entendimento não se aplica à
atividade administrativa, pois, enquanto para os particulares a regra é a
autonomia da vontade, para a Administração a única vontade que podemos
vislumbrar é o comando da lei, sendo irrelevante a vontade pessoal do
agente.
O princípio da legalidade encontra-se enunciado nos mais diversos ramos
do direito, assumindo, em cada caso, as peculiaridades da área a que se
refere. No que concerne ao direito administrativo, a Constituição Federal não
estabeleceu um enunciado específico para o princípio, cabendo à doutrina e
a jurisprudência o fazer.
Parte-se da ideia que o princípio em estudo impõe ao agente público, no
exercício de suas funções, o dever de somente agir conforme o estabelecido
em lei. Inexistindo previsão legal para uma hipótese não há possibilidade de
atuação administrativa, pois à vontade da Administração é a vontade
expressa na lei, sendo irrelevantes as convicções pessoais (standards) de
seus agentes (a atividade administrativa não pode ser contra legem,
nem praeter legem, mas apenas secundum legem).
Os atos administrativos praticados em desacordo a tais parâmetros são atos
inválidos e podem ter sua nulidade decretada pela própria Administração
que o editou ou pelo Poder Judiciário.
Ainda neste ponto, cabe-nos destacar a figura dos chamados regulamentos
autônomos que por regra são incompatíveis com o estado de direito, pois, a
Administração não pode criar, restringir, modificar ou extinguir direitos para
os administrados a não ser que tais hipóteses se encontrem determinadas
em lei.
Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, o princípio da legalidade
representa a consagração da ideia de que a Administração Pública só pode
ser exercida conforme a lei, sendo a atividade administrativa, por
conseguinte, infralegal devendo restringir-se à expedição de comandos
complementares à lei.
II. Princípio da Moralidade
O princípio da moralidade insculpido no caput do art. 37 da CF/88 torna
jurídica a exigência de atuação ética dos agentes da Administração. A
denominada moral administrativa difere da moral comum (pessoal),
justamente por ser jurídica e pela possibilidade de anular os atos
administrativos que sejam praticados com inobservância deste comando.
III. Princípio da Impessoalidade
O princípio da impessoalidade expresso no art. 37 caput da CF/88 diz que
Não pode a máquina estatal atuar em vistas de prejudicar ou beneficiar
pessoas determinadas. e significa tb que os atos e provimentos
administrativos são imputáveis não ao funcionário que os prática, mas ao
órgão ou entidade administrativa da Administração Pública, de sorte que ele
é o autor institucional do ato. Ele é apenas o órgão que formalmente
manifesta a vontade estatal”.
A impessoalidade da atuação administrativa impede, portanto, que o ato
administrativo seja praticado visando a interesses do agente ou de terceiros,
devendo ater-se à vontade da lei, comando geral e abstrato por essência.
Qualquer ato praticado em razão de objetivo diverso da tutela do interesse
da coletividade será inválido por desvio de finalidade.
IV. Princípio da Publicidade
O princípio da publicidade refere-se à publicação oficial dos atos
administrativos a fim de que eles possam produzir efeitos externos. Num
Estado de Direito é inaceitável a existência de atos secretos ou confidenciais
que pretendam criar, restringir ou extinguir direitos para os administrados.
A exigência de publicação oficial dos atos externos da Administração não é
um requisito de validade dos atos administrativos, mas sim pressuposto de
sua eficácia. Assim, enquanto não verificada a publicação o ato não estará
apto a produzir efeitos perante seus destinatários externos ou terceiros.
outro aspecto do princípio diz respeito à exigência de transparência da
atividade administrativa de modo geral. Esse prisma se encontra insculpido
no inciso XXXIII do art. 5º da CF/88
V. Princípio da Eficiência
O princípio da eficiência exige que a atividade administrativa seja exercida
com presteza, perfeição e rendimento funcional.A função administrativa já
não se esgota em ser apenas desempenhada com legalidade, exigindo
assim, resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento
das necessidades da comunidade e de seus membros.

Classificação dos Agentes


Públicos
I. Agentes Políticos:
São os agentes titulares dos cargos estruturais na organização política do
país. Suas atribuições são fixadas na Constituição Federal e em Leis
Complementares, não guardam vínculo empregatício com o Estado. Podem
ser eleitos, nomeados mediante concurso público ou simplesmente
exercentes de cargos de confiança.
Observa-se como exemplo os Chefes do Executivo, Parlamentares, Juízes
de Direito, Ministros de Estado, Conselheiros dos Tribunais de Contas,
dentre outros.
II. Servidores Públicos;
São agentes administrativos, pessoas físicas que prestam serviço ao Estado
e às entidades da Administração Indireta, legalmente investidos em cargos
públicos com vínculo estatutário ou contratual, remuneradas pelo Poder
Público (erário).
Compreendem três categorias:
II.1. Servidores Públicos Estatutários: Sujeitos ao regime jurídico estatutário
e ocupantes de cargos públicos;
II.2. Empregados Públicos: Contratados sob o regime da legislação
trabalhista e ocupantes de empregos públicos (Celetistas);
II.3. Temporários: Contratados por tempo determinado para atender à
necessidade temporária de excepcional interesse público; e exercem função,
sem estarem vinculados a cargo ou emprego público.
A primeira categoria se submete ao regime jurídico estatutário, estabelecido
em lei por cada uma das unidades da federação (direito concorrente) e
modificável unilateralmente, respeitando os direitos já adquiridos pelo
servidor.
A segunda categoria são contratados sob regime da legislação trabalhista,
que é aplicável com as alterações decorrentes da Constituição Federal;
ressalta-se que os demais entes federativos não são competentes para
derrogar estas normas, uma vez, que a legislação trabalhista é de
competência reservada à União
Os da terceira categoria são contratados para exercer função em caráter
temporário, mediante regime jurídico especial a ser disciplinado em lei de
cada unidade da federação (na esfera federal: art. 37, IX da CF/88 c/c Lei nº
8.745/93).
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para
atender à necessidade temporária de excepcional interesse público;”

III. Militares;
São denominados de militares as pessoas físicas que prestam serviços às
Forças Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica - art. 142 caput e §3º da
CF/88) e às Polícias Militares e Corpos de Bombeiro Militares dos Estados,
Distrito Federal e Territórios (art. 42 caput da CF/88).
Nesta categoria ressalta-se que até a EC. 18/98, eles eram tratados como
servidores militares, hoje não existe essa diferença, só fazemos ressalva
para identificar que no caso dos militares existem algumas peculiaridades
no regime jurídico parcialmente diverso e não diferenças entre servidores
civis e militares. Não constitui nova categoria, seu regime jurídico é
estatutário e definido por legislação própria dos militares estabelecendo
dentre outras circunstâncias: normas de ingresso; limites de idade;
estabilidade; transferência para a inatividade; direitos; deveres;
remuneração e prerrogativas (art. 42, §1º, c/c art. 142, §3º, X da CF/88).
IV. Particulares em Colaboração com o Poder Público.
São pessoas físicas que prestam relevantes serviços ao Poder Público, sem
vínculo empregatício, remuneradas ou não, com vínculo transitório e sem
nexo laboral. Não são profissionais da Administração, mas agentes públicos
de fato. Podem ser: Por requisição, delegação, nomeação, designação ou
advento emergencial.
IV.I. Agentes Honoríficos: Mediante requisição, nomeação ou designação
para exercício de função pública relevante (jurados e mesários eleitorais).
Não possuem vínculo empregatício e em geral não recebem remuneração;
IV.II. Agentes Delegados: São aqueles que recebem delegação do poder
público para exercer serviços em seu nome. São os empregados das
empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos; os que
exercem serviços notariais e de registro (art. 236 da CF/88); os leiloeiros,
tradutores e interpretes públicos. Não possuem vínculo empregatício,
exercem função pública em nome próprio e são fiscalizados pelo Poder
Público, sendo ainda, remunerados pelos terceiros usuários do serviço.
IV.III. Gestores de Negócio: São aqueles que espontaneamente, assumem
determinada função pública em circunstância de crise, como epidemias,
incêndios, enchentes e demais eventos trágicos.

Responsabilidade dos Agentes


Públicos
A pessoa na qualidade de agente público fazendo cumprir a vontade do
Estado e ocupando função pública, bem como, invocando atributos ou
prerrogativas que titulariza, está sujeito ao disposto no art. 37, §6º da CF/88,
no que se reporta ao instituto da responsabilidade.
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de
regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.”

No Brasil por inteligência do artigo retro mencionado, foi consagrado a


Teoria da Responsabilidade Objetiva na modalidade do Risco Administrativo
que se define:
O Estado só responde pelos danos efetivos causados a terceiros,
independentemente de culpa ou dolo e fica com o direito de regresso contra
o servidor que causou o dano, desde que este tenha agido com culpa ou
dolo.
O ente público uma vez acionado, poderá invocar em sua defesa situação
que exclua ou atenue sua responsabilidade (caso fortuito, motivo de força
maior ou culpa da vítima).
Estas regras se aplicam as pessoas jurídicas de direito público e as de direito
privado prestadoras de serviços públicos.
O servidor público se sujeita à responsabilidade civil, penal e administrativa
decorrente do exercício do cargo, emprego ou função que titulariza na
administração pública (de forma permanente ou temporária).
A responsabilidade civil tem um caráter patrimonial e decorre do art. 186 do
Código Civil, que consagra a regra: “aquele que causa dano a outrem é
obrigado a repará-lo”.
“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.”

Na análise do artigo em destaque, podemos evidenciar os seguintes


requisitos na configuração do ato ilícito:
I. Ação ou omissão antijurídica;
II. Culpa ou dolo;
III. Relação de causalidade;
IV. Ocorrência de um dano material ou moral.
Em sendo a autor do dano um agente público é necessário à distinção de
duas hipóteses:
I. Dano causado ao Estado;
II. Dano causado a terceiros.
Na primeira hipótese, a sua responsabilidade é apurada pela Administração
Pública (pessoa ou órgão que o agente está diretamente ligado) por meio de
processo administrativo que garanta sua plena defesa (devido processo
legal - art. 5º, LV da CF/88).
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados
em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes;”

Já na segunda hipótese, aplica-se a norma do art. 37, §6º da CF/88, em face


da qual o Estado responde objetivamente independentemente de culpa ou
dolo e se sub-roga no direito de regresso contra o servidor que causou o
dano, desde que este tenha agido com culpa ou dolo.
A responsabilidade administrativa se caracteriza por imputar ao servidor
condutas tipificadas em lei como sendo ilícitas segundo seu estatuto e que
apresentam os mesmos elementos básicos do ato ilícito civil.
Assim, a infração será apurada pela própria Administração Pública (princípio
da autoexecutoriedade), que irá instaurar o procedimento adequado a esse
fim (sumário: sindicância e/ou processo administrativo disciplinar). Em
sendo comprovada as circunstâncias ilícitas, o servidor estará sujeito às
penalidades disciplinares previstas.
Por derradeiro, o desdobramento da responsabilidade penal do servidor
quando pratica crime ou contravenção. Nesta seara existem os mesmos
elementos característicos dos demais tipos de atos ilícitos, porém com suas
peculiaridades que passamos a declinar:
I. A ação ou omissão deve ser antijurídica e típica, correspondendo ao
modelo de conduta definido em lei penal como crime ou contravenção;
II. Dolo ou culpa, sem possibilidade de haver hipóteses de responsabilidade
objetiva;
III. Relação de causalidade;
IV. Dano ou perigo de dano (não é necessário haver a lesão concreta,
bastando o risco para sua configuração).
Lembrando que para efeitos penais o conceito de servidor público é amplo
e se aproxima do conceito de agente público (art. 327 do CP).
“Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem,
embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou
função pública.

§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou


função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora
de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da
Administração Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000).”

Não se aplicam estas mesmas regras, as pessoas que explorem atividades


econômicas art. 173, §1º, II da CF/88 (Empresas Públicas e Sociedades de
Economia Mista). Pois competem com a iniciativa privada e feriria a livre
concorrência, sendo assim, o regime jurídico a que se submete é o mesmo
(subjetivo - culpa e/ou dolo).
Frise-se que as esferas de apuração e julgamento dos atos ilícitos (cível,
penal e administrativo) são autônomas e não se comunicam em regra para
efeito de ingerências nos procedimentos ou nos resultados advindos das
mesmas (art. 935 caput do Código Civil c/c art. 126 da Lei nº 8.112/90).
Desta feita, observamos que o critério adotado não foi o geográfico, dentro
ou fora da administração e sim o da natureza jurídica da atividade que se
desenvolvia no momento do dano.

Conceito de Responsabilidade
Civil do Estado
“A responsabilidade extracontratual do Estado corresponde à obrigação de
reparar danos causados a terceiros em decorrência de comportamentos
comissivos ou omissivos, materiais ou jurídicos, lícitos ou ilícitos, imputáveis
aos agentes públicos
Variantes do Risco da
Responsabilidade Civil do
Estado
Ao tratarmos do presente tema o eixo da discussão é definir o nexo causal,
para com isso, observar a responsabilidade do agente causador.
Em regra utilizando-se da teoria da responsabilidade objetiva do risco, o
Estado sempre responde pelos danos causados por seus agentes nessa
condição e poderá deixar de existir ou incidir de forma mitigada quando o
serviço público não for à causa determinante do dano ou quando estiver
conexo com outros elementos.
Destacamos assim, causas excludentes da responsabilidade extracontratual
do Estado como: a força maior, a culpa da vitima ou de terceiros. Já como
causa atenuante é destacada a culpa concorrente da vítima.
Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro o caso fortuito não constitui um
excludente de responsabilidade do Estado e ocorreria nas hipóteses
decorrentes de ato humano ou de falha da Administração. Exemplificando
declina o rompimento de um cabo elétrico ou de uma adutora que venha a
causar o dano a terceiros. (DI PIETRO, 2014, p. 725).
O Código Civil em seu art. 393 caput, nos traz o instituto do caso fortuito ou
força maior e seu parágrafo único, a definição de sua incidência. Porém, a
doutrina diverge na classificação do instituto, e assim, para uns a força maior
é acontecimento imprevisível, inevitável e estranho à vontade das partes,
como um evento natural e o caso fortuito seria decorrente da ação humana.
No entanto, boa parte da doutrina entende exatamente ao contrário e a Lei
não define.
Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso
fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles
responsabilizado.

Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato


necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir.
A variante do risco integral é aquela modalidade de responsabilidade
extracontratual em que o Estado responde por qualquer dano suportado
pelos terceiros, ainda que não seja o seu causador.
Observa-se como consequência, uma vez acionado, não poderá invocar na
defesa, tese que possa excluir ou atenuar sua responsabilidade (caso
fortuito, força maior, responsabilidade da vítima, dentre outros).
Em contraponto ao aludido, está a variante do risco administrativo onde o
Estado só responde pelos danos efetivos causados a terceiros. Uma vez
acionado, ele poderá invocar em sua defesa situações que excluem ou
atenuam sua responsabilidade (caso fortuito, força maior e responsabilidade
da vítima ou de terceiros).
No Brasil a responsabilidade administrativa é preceito constitucional descrito
no art. 37, §6º da CF/88 (responsabilidade objetiva).
As hipóteses de aplicação da responsabilidade objetiva na variante do risco
integral (exceção à regra) estão previstas nos seguintes diplomas:
Lei nº 10.309/2001 e nº 10.744/03, que disciplinam hipóteses de danos
causados por atos terroristas, atos de guerra ou eventos similares, contra
aeronaves de empresas aéreas brasileiras.
Danos causados por acidentes nucleares previstos no art. 21, XXIII, “d” da
CF/88, disciplinados pela Lei nº 6.453/77.
Não existe jurisprudência com relação ao tema específico.

No que se referem às atividades ambientais, estas estão previstas no art.


225 caput da CF/88 e seguintes e trazem as diretrizes do Estado com
relação ao meio ambiente e para estas, se aplica o art. 37, §6º, onde se
observa a responsabilidade objetiva na modalidade do risco administrativo.
Para os atos jurisdicionais, vem prevalecendo na jurisprudência a ideia de
que o Estado não é responsável por eventuais danos causados a terceiros,
os Magistrados só respondem (subjetivamente) por decisões ilegais ou
inconstitucionais como sito:
Art. 133. Responderá por perdas e danos o juiz, quando:

I - no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude;

II - recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva


ordenar de ofício, ou a requerimento da parte.
Parágrafo único. Reputar-se-ão verificadas as hipóteses previstas no nº II só
depois que a parte, por intermédio do escrivão, requerer ao juiz que
determine a providência e este não Ihe atender o pedido dentro de 10 (dez)
dias.

Ressalta-se que o Estado responde por erro judicial nos limites dos arts. 5º,
LXXV e 37, §6º, todos da CF/88, bem como, art. 630 do CPP. (DI PIETRO,
2014, p. 735/737).
Atos legislativos que causem dano a terceiros podem ser reparados nas
seguintes hipóteses:
Leis inconstitucionais; Atos normativos do Poder Executivo e de entes
administrativos com função normativa, com vícios de inconstitucionalidade
ou ilegalidade; Leis de efeitos concretos, constitucionais ou
inconstitucionais; Omissão no poder de legislar e regulamentar.
Sendo assim, a denunciação da lide na visão doutrinária é divergente como
podemos observar:
Para Hely Lopes Meirelles com força do art. 37, §6º da CF/88, só pode ser
acionado a pessoa jurídica de direito público ou de direito privado prestador
de serviço público. O acionado é o Estado e entra com ação de regresso
contra o agente.
Já para Maria Sylvia Zanella DI Pietro o instituto da responsabilidade foi
colocado na Constituição Federal para beneficiar o lesado e esta corrente
defende que a vítima pode escolher a quem propor a ação. Porém, feita
escolha, tem que arcar com seus ônus.

Conceito de Restrições à
Propriedade Privada
A propriedade é o mais amplo direito real em nosso ordenamento jurídico,
congrega em seu bojo e outorga a seu titular o direito de usar, gozar, dispor
e reaver de quem injustamente a possua (art. 1228 do Código Civil
Brasileiro).
“Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa,
e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou
detenha”.

A lei não define, mas enumera quais são os direitos do proprietário,


proclamando-os no art. 1228 caput do Código Civil Brasileiro.
Terá o domínio pleno aquele que possuir todos os direitos assegurados ao
proprietário aglutinados em torno de si.

Modalidades de Restrições à
Propriedade Privada
1. Limitação Administrativa;

2. Ocupação Temporária;

3. Requisição Administrativa;

4. Tombamento;

5. Servidão Administrativa;

6. Encampação;

7. Confisco;

8. Desapropriação.:

1. Limitação Administrativa:
Conceito:
“Configura-se Limitação Administrativa à obrigação imposta à propriedade
em favor do interesse público, abstratamente considerado. O direito de uso
e gozo continua com o particular, que, entretanto, deve conformá -lo ao bem
social”.
2. Ocupação Temporária:
Conceito:
“A ocupação temporária se dá quando o Poder Público, em situações
excepcionais e transitórias, nomeadamente previstas no ordenamento
jurídico, ocupa bem pertencente à propriedade particular, posteriormente
reparando o dano que eventualmente tenha causado em função de tal
iniciativa.”
3. Requisição Administrativa:
Conceito:
“Trata-se de uma das medidas extremas que poderão ser tomadas contra as
pessoas na vigência do Estado de sítio decretado em virtude da comoção
grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a
ineficiência de medida tomada durante o estado de defesa (art. 139, VII da
CF/88).
4. Tombamento:
Conceito:
“Ato administrativo, discricionário, por meio do qual se declara e reconhece
o valor histórico, artístico, paisagístico, cultural, arqueológico, etnográfico,
bibliográfico e arquitetônico de bens e de monumentos naturais indicadas no
livro próprio”.
5. Servidão Administrativa:
Conceito:
“É o direito real de gozo, de natureza pública, instituído sobre imóvel de
propriedade alheia, com base em lei, por entidade pública ou por seus
delegados, em favor de um serviço público ou de um bem afetado a fim de
utilidade pública”.
6. Encampação:
Conceito:
“Meio pelo qual a administração pública, a seu juízo de conveniência e
oportunidade, mas em função do interesse público e mediante lei específica,
dá por encerrado a concessão ainda em curso, sem que o concessionário
tenha dado causa ao ato extintivo” (art. 35, II, da Lei nº 8.987/95).
7. Confisco:
Conceito:
“Configura-se como medida apenadora, que importa no sacrifício do direito
de propriedade, sem o pagamento de indenização”.
8. Desapropriação:
Conceito:
“É um instituto de direito público que se consubstancia em procedimento
mediante o qual o Poder Público (União, Estados-membros, Distrito Federal
ou Municípios) ou o delegatário, quando autorizado por lei ou contrato, visa
alcançar a transferência compulsória da propriedade de outrem, fundado em
declaração de necessidade/utilidade pública ou interesse social, mediante o
pagamento de justa indenização.”

Características das Modalidades


de Restrições à Propriedade
Privada
Em nosso ordenamento jurídico a propriedade (direito real) possui status de
direito fundamental (art. 5º, XXII da CF/88) e se constitui como sendo um
dos elementos de estabilidade social.
O Estado em vários momentos se presta a ombrear seus valores com
segurança e noutros, impõe ônus sobre esta propriedade (função social - art.
5º, XXIII), destacando seu caráter de fomento econômico e passando a
tributá-la (impostos art. 153, VI, VII) ou ainda no que tange a atividade
econômica, destaca seu caráter assegurador da dignidade da pessoa
humana que por meio do trabalho e da livre iniciativa, conforme ditames da
justiça social busca reduzir as desigualdades regionais e sociais (art. 170 e
seguintes da CF/88).
I. Limitação Administrativa:
Caracteriza-se por: I. Impõe obrigação de não fazer ou deixar de fazer; II.
Visa conciliar o exercício do direito público com o direito privado, só vai até
onde exija a necessidade administrativa e; III. Sendo condição inerente ao
direito de propriedade, não da direito à indenização.
Essa modalidade é muito confundida com servidão administrativa, que será
objeto de estudo à frente. A limitação administrativa possibilita ao particular
fruir do bem em harmonia com as diretrizes públicas.
Não se atribui indenização ao particular por ser concomitante o uso do bem
com as imposições públicas impostas ao mesmo. Como hipóteses a doutrina
indica as limitações impostas pelo zoneamento urbano (plano diretor);
posturas de prevenção de incêndio (portas corta-fogo, escadas de incêndio),
dentre outros.
II. Ocupação Temporária:
Nessa modalidade se aponta como características marcantes do instituto a
possibilidade de indenização do particular por danos eventualmente
causados pela administração posteriormente a utilização, com propositura
de ação própria e a temporariedade do ato administrativo, que não necessita
de uma desapropriação (efetividade) do bem e sim uma utilização por tempo
certo.
Para uma melhor fixação exemplificamos: Ocupação de um terreno não
edificado, pela administração pública por ser vizinho de obra pública e assim,
podendo servir de pátio da mesma (art. 36 do Decreto-Lei nº 3.365/41);
Ocupação de área para trabalhos de prospecção, pesquisa e lavra de
substâncias minerais que contenham elementos nucleares, petróleo e gás
(Decreto-Lei nº 1.865/81). (PESTANA, 2008, p. 454).
III. Requisição Administrativa:
Destaca-se preliminarmente que as imposições aqui declinadas são de
competência exclusiva da União (art. 22, III da CF/88).
Tais requisições versam sobre assuntos civis e militares e serão impostas
em caso de iminente perigo e em tempo de guerra. O Código Civil preleciona
esta hipótese no seu art. 1.228, §3º e a Constituição Federal autoriza em
seu art. 5º, inciso XXV. (PESTANA, 2008, p. 455).
IV. Tombamento:
Estamos diante de um dos institutos mais recorrentes da administ ração
pública no que se refere às modalidades de intervenção.
O Tombamento é instituto que pode ser operacionalizado de forma
concorrente, ou seja, todos os entes da Federação podem legislar sobre a
matéria. Desta feita, trataremos do Tombamento em nível federal.
O Tombamento vem descrito na Constituição Federal em seu art. 216, §1º e
está regulamentado no Decreto-Lei nº 25/37. O instituto pode recair sobre
bens públicos e particulares e ainda, na esfera federal, sua catalogação é
feita pelo IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional,
órgão vinculado ao Ministério da Cultura. (PESTANA, 2008, p. 455/458).
As modalidades apresentadas em nosso ordenamento são: Tombamento de
Ofício: Consiste no tombamento de bens pertencentes à União, aos Estados
e aos Municípios de ofício, por ordem da autoridade competente,
procedendo à notificação a quem pertencer, ou sob cuja guarda estiver a
coisa tombada (art. 5º do Decreto-Lei nº 25/37);
Tombamento Voluntário: Consiste no tombamento de bens de propriedade
privada, de pessoa natural ou jurídica, desde que o bem se revista com as
qualidades necessárias para constituir patrimônio histórico e artístico
nacional ou se o proprietário anuir por escrito, à notificação, que se lhe fizer,
para a inscrição da coisa em qualquer dos livros do Tombo (art. 7º do
Decreto-Lei nº 25/37);
Tombamento Compulsório: Proceder-se-á quando o proprietário do bem se
recusar a anuir à inscrição da coisa (art. 8º do Decreto-Lei nº 25/37).
Se o bem pode sofre este tipo de restrição como já visto, o ato pode ser
desfeito por iniciativa da Presidência da República, atendendo ao interesse
público e seguindo alguns requisitos como: De ofício ou em grau de recurso;
Interposto por legítimo interessado a bens pertencentes à União, aos
Estados, ou Distrito Federal e aos Municípios, bem como; A pessoas
naturais ou jurídicas de direito privado (art. único do Decreto -Lei nº
3.866/41).
IV. Servidão Administrativa:
Nessa modalidade de intervenção destaca-se como características
predominantes: Seu caráter perpétuo; A admissão do pagamento de
indenização quando o sacrifício a ser tolerado pela propriedade privada
diminui sua utilização ou há desvaloriza; Dever de registrar no Cartório de
Imóveis (art. 167, I, “6”, da Lei n° 6.015/73 e Súmula 415 do STF). Sendo
modalidades:

I. Aqueduto;

II. Terrenos Marginais;

III. Fontes de Água;

IV. Cabos e tubulações;

V. Energia elétrica.

V. Encampação:
Nessa modalidade de intervenção destaca-se: Regida pela Lei n° 8.987/95;
Não configura ato ilícito por parte do Concessionário ou Permissionário, o
qual será indenizado na forma da lei (parcelas não pagas de bens reversíveis
utilizados no serviço público, perdas suportadas, dentre outras); Ocorre
transferência de bens do particular para o patrimônio do poder concedente,
mediante indenização, de forma absoluta, onde opera-se o instituto da
afetação.
VI. Confisco:
Essa modalidade possui uma serie de requisitos a serem analisados a
seguir: Os bens aqui elencados são em regra de natureza lícita, porém, foi
dada destinação ilícita aos mesmos e em face desta, a lei prevê uma
aplicabilidade mais nobre e social.
Estamos falando, por exemplo, de terras utilizadas no plantio de cannabis
sativa (maconha) ou outra planta psicotrópica, que serão destinadas a
reforma agrária. (art. 243 da CF/88).
Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde
forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração
de trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas à
reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer
indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em
lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5º. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 81 de 2014).

Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em


decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e da exploração
de trabalho escravo será confiscado e reverterá a fundo especial com
destinação específica, na forma da lei. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 81 de 2014).

Ressalta-se que não somente as terras (bens imóveis), mas todos os bens
utilizados para o tráfico ilícito de entorpecente estão sujeito a esta regra.
Com exceção do descrito no art. 91, II do CP.
VIII. Desapropriação:
Nesse tópico se destaca as seguintes características do instituto em análise:
Consiste na transferência compulsória da propriedade privada para o Poder
Público ou seus delegados; Mediante prévia e justa indenização; Instituto de
natureza administrativa com fundamento na Constituição Federal, art. 5º,
XXIV e regulado pelo Decreto-Lei nº 3.365/41 e Lei nº 4.132/62.
Notabiliza-se pelo princípio da supremacia do interesse público sobre o
particular e constitui-se em forma de aquisição originária, pois não depende
de atos jurídicos relativos a proprietários anteriores à sua realização, rompe
com a cadeia dominial.
O título aquisitivo deriva do próprio ato e as teses que motivam tal ação: A
Necessidade Pública (art. 5º, XXIV c/c Decreto-Lei nº 3.365/41), a Utilidade
Pública (Decreto-Lei nº 3.365/41) e o Interesse Social (Lei nº 4.132/62).
(PESTANA, 2008, p. 462/477).
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por
necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e
prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta
Constituição;”

Você também pode gostar