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MODELAGEM E SIMULAÇÃO RANS DE

ESCOAMENTOS COM TRANSIÇÃO


LAMINAR-TURBULENTO

IX EPTT - UNISINOS

João Aguirre
26/09/2014
AGENDA

• INTRODUÇÃO
• TRANSIÇÃO LAMINAR-TURBULENTO
• MODELAGEM DE TRANSIÇÃO
• MODELO DE TRANSIÇÃO PARA CFD
• CASOS TESTE/VALIDAÇÃO
• CONCLUSÕES
INTRODUÇÃO
ESSS Ltda.

Venda de software

Desenvolvimento de Software
Científico ou de Engenharia

Prestação de serviços de
consultoria em simulação
numérica em engenharia
(CFD, FEA, EDA, MDO, ...)
INTRODUÇÃO
Simulação numérica de escoamentos turbulentos
• DNS
– Solução completa
– Proibitiva em termos industriais
• LES
– Solução das escalas “mais significativas”
– Aplicável em alguns casos
– Requer certo grau de modelagem (para escalas não resolvidas)
• RANS
– Mais aplicado industrialmente
– Fornece valores de campos médios
– Requer alto grau de modelagem
– Modelos disponíveis para escoamentos plenamente turbulentos
– Transição?
INTRODUÇÃO
Desenvolvimento da CL em um escoamento externo

(PRITCHARD, 2011)
TRANSIÇÃO LAMINAR - TURBULENTO
Fatores que afetam a transição
(WHITE, 2005), (SCHMIDT e PATANKAR, 1991)

• Intensidade turbulenta da corrente livre


• Gradientes de pressão
• Rugosidade da parede
• Curvatura de linhas de corrente (da superfície)
• Número de Mach
• Sucção ou sopramento de parede
• Aquecimento ou resfriamento da parede
• ...
TRANSIÇÃO LAMINAR - TURBULENTO
Processos de transição laminar-turbulento

• Transição natural
• Transição por bypass
– Transição induzida por esteira
• Transição induzida por separação
• Transição por escoamento cruzado
• Outros processos ...
• Transição reversa - relaminarização
TRANSIÇÃO LAMINAR - TURBULENTO
Processo de transição natural sobre uma placa plana
TRANSIÇÃO LAMINAR - TURBULENTO
Transição por bypass

𝑢′
𝑇𝑢𝑒𝑥𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜 = 100 ≳ 1%
𝑢
TRANSIÇÃO LAMINAR - TURBULENTO
Transição induzida por esteira
TRANSIÇÃO LAMINAR - TURBULENTO
Transição induzida por separação

• Transição antecipada e acelerada!


• Recolamento turbulento
TRANSIÇÃO LAMINAR - TURBULENTO
Transição por escoamento cruzado
(REED e SARIC, 1989)
(DAGENHART, 1992)
(BIPPES, 1999)
TRANSIÇÃO LAMINAR - TURBULENTO
Transição reversa

• Relaminarização
– Transição turbulento-laminar

• Redução intensa na velocidade


– Expansões

• Aceleração muito intensa sobre a parede 𝜇 𝑑𝑈


𝐾=
– Bastante comum em bocais de turbinas a gás 𝜌𝑈 2 𝑑𝑥
• Forte aceleração
– Pode ocorrer no lado de pressão de aerofólios
– Controlado pelo parâmetro de aceleração K e por Tu.
(NARASIMHA e SREENIVASAN, 1979)
MODELAGEM DE TRANSIÇÃO

(WHITE, 2005): “Não existe uma teoria fundamental da transição,


porém existem experimentos e correlações que tentam predizer o
final do desenvolvimento de um escoamento turbulento...”
MODELAGEM DE TRANSIÇÃO
DNS/LES
• DNS!
– Captura de diferentes modos de transição
– Usados com a mesma valia que dados de experimentos!

(DURBIN, JACOBS e WU, 2002) transição por bypass em placa plana


MODELAGEM DE TRANSIÇÃO
DNS/LES

• Simulação de transição por bypass via DNS


– (DURBIN, JACOBS e WU, 2002)

𝜏𝑤
𝐶𝑓 =
1 2
2 𝜌𝑈
MODELAGEM DE TRANSIÇÃO
RANS – modelos 2 equações a baixo Reynolds

• Funções de amortecimento
– Sobre μT, sobre κ ou sobre ambos utilizando critérios de posição (y, y+, ...)
– Desenvolvidas inicialmente para modelar a subcamada viscosa
– “Imitam” a transição utilizando o fato de que a CL na região do bordo de ataque
é muito pequena, “ajustados” posteriormente para captura da região de transição

• Dificuldade em formular e calibrar de forma independente a modelagem da transição


da modelagem da camada limite turbulenta

(PATEL, RODI e SCHEUERER, 1985), (SCHMIDT e PATANKAR, 1991)


MODELAGEM DE TRANSIÇÃO
RANS – modelos a 2 equações baixo-Re

• Resultados com o
modelo de Lam-Breshorst
– Crescimento dos perfis de
energia cinética turbulenta
durante a transição da
camada limite
MODELAGEM DE TRANSIÇÃO
Transporte de instabilidade en

• Desenvolvimento: (VAN INGEN, 1956), (SMITH e GAMBERONI, 1956)


• Aplicação da teoria de estabilidade linear
– Avaliação do amortecimento ou amplificação de perturbações
• “Popular” para previsão da transição natural
– Uso em pacotes abertos para solução de escoamentos sobre aerofólios, por
exemplo
• Três etapas principais:
– Solução de perfis laminares em diferentes posições do escoamento (2D)
– Cálculo da taxa de amplificação de ondas instáveis em cada um desses perfis
– Integração das taxas de crescimento através de linhas de corrente calculando a
razão entre as amplitudes (taxa de amplificação) en, quando n > nlimite a transição
inicia
MODELAGEM DE TRANSIÇÃO
Transporte de instabilidade en

• Limitações:
– Não local
– Amplitude inicial das perturbações?
– n geralmente calibrado experimentalmente (método semi-empírico)
– Não captura modos de transição como bypass ou por separação
– Não lida com paredes rugosas

• Revisão: (VAN INGEN, 2008)


MODELAGEM DE TRANSIÇÃO
Correlações a partir de dados experimentais

• Correlações para configurações simples


– (WHITE, 2005)
– Placa plana, com ou sem gradientes de pressão (favorável ou adverso)
• Fornecem Rex ou Reθ de início ou fim de transição e Lt

𝜌𝑈𝑥 𝜌𝑈𝜃
𝑅𝑒𝑥 = 𝑅𝑒𝜃 =
𝜇 𝜇
MODELAGEM DE TRANSIÇÃO
Correlações a partir de dados experimentais

∞ 𝛿 ∞ 𝛿
𝑢 𝑢 𝑢 𝑢 𝑢 𝑢
𝛿∗ = 1− 𝑑𝑦 ≈ 1− 𝑑𝑦 𝜃= 1− 𝑑𝑦 ≈ 1− 𝑑𝑦
0 𝑈 0 𝑈 0 𝑈 𝑈 0 𝑈 𝑈

𝛿∗
𝐻=
Integrando favorável para 𝜃 Grandezas de alto custo para
cômputo experimental cômputo em códigos gerais de CFD
MODELAGEM DE TRANSIÇÃO
Correlação de Abu-Ghannam & Shaw

• Mais difundidas na literatura


– Função do gradiente de pressão e
da intensidade turbulenta da corrente
livre
– No artigo citam efeito de história da
camada limite na transição!

𝜃 2 𝑑𝑈
𝜆𝜃 =
𝜈 𝑑𝑥
𝐹 𝜆𝜃
𝑅𝑒𝜃𝑡 = 163 + exp 𝐹 𝜆𝜃 − 𝑇𝑢
6,91

6,91 + 12,75𝜆𝜃 + 63,64𝜆2𝜃 𝜆𝜃 < 0


𝐹 𝜆𝜃 =
6,91 + 2,48𝜆𝜃 − 12,27𝜆2𝜃 𝜆𝜃 ≥ 0
MODELO DE TRANSIÇÃO PARA CFD
Requisitos de um modelo de transição para CFD
(LANGTRY e MENTER, 2009)

1. Previsão calibrável, independente do modelo de turbulência, do ponto de


início da transição e do comprimento da zona de transição
2. Permitir a inclusão de modelos para diferentes mecanismos de transição
3. Ser formulado localmente
4. Evitar múltiplas soluções
5. Não afetar o modelo de turbulência em regiões de escoamento plenamente
turbulento
6. Permitir uma integração completa da camada limite
7. Ser formulado independente do sistema de coordenadas
8. Ser aplicável à camadas limite tridimensionais
MODELO DE TRANSIÇÃO PARA CFD
Formulação para aplicação de correlações experimentais para
modelagem do processo de transição em CFD

• Aplicação da boa previsão das características da transição fornecidas pelas


correlações empíricas

• Fornece resultados “rápidos” (aplicação da abordagem RANS para a


turbulência, simulações 2D, permanentes, etc.)

• Necessidade de uma relação entre a grandeza não-local Reθ e alguma


grandeza local do escoamento
MODELO DE TRANSIÇÃO PARA CFD
Relação entre Reν e Reθ na camada limite laminar

𝜌𝑦 2 𝑑𝑢 𝜌𝑦 2
• Definição de Reν 𝑅𝑒𝜈 = = 𝑆
𝜇 𝑑𝑦 𝜇

• Número de Reynolds baseado na taxa de cisalhamento local


_
– Balanço entre y²S, responsável pela amplificação de perturbações e μ/ρ = ν
responsável pelo amortecimento

• Busca de uma relação entre Reν e Reθ na camada limite laminar


– Avaliação a partir do perfil de Blasius
MODELO DE TRANSIÇÃO PARA CFD
Relação entre Reν e Reθ na camada limite laminar

𝜌𝑦 2 𝑑𝑢 𝜌𝑦 2
𝑅𝑒𝜈 = = 𝑆
𝜇 𝑑𝑦 𝜇
MODELO DE TRANSIÇÃO PARA CFD
Relação entre Reν e Reθ na camada limite laminar

𝜌𝑦 2 𝑑𝑢 𝜌𝑦 2
𝑅𝑒𝜈 = = 𝑆
𝜇 𝑑𝑦 𝜇
MODELO DE TRANSIÇÃO PARA CFD
Relação entre Reν e Reθ na camada limite laminar

𝜌𝑦 2 𝑑𝑢 𝜌𝑦 2
𝑅𝑒𝜈 = = 𝑆
𝜇 𝑑𝑦 𝜇
MODELO DE TRANSIÇÃO PARA CFD
Relação entre Reν e Reθ na camada limite laminar

𝜌𝑦 2 𝑑𝑢 𝜌𝑦 2
𝑅𝑒𝜈 = = 𝑆
𝜇 𝑑𝑦 𝜇

max 𝑅𝑒𝜈
𝑅𝑒𝜃 =
2,193
MODELO DE TRANSIÇÃO PARA CFD
Relação entre Reν e Reθ na camada limite laminar

max 𝑅𝑒𝜈
𝑅𝑒𝜃 =
2,193
MODELO DE TRANSIÇÃO PARA CFD
Relação entre Reν e Reθ na camada limite laminar

max 𝑅𝑒𝜈
𝑅𝑒𝜃 =
2,193
MODELO DE TRANSIÇÃO PARA CFD
Relação entre Reν e Reθ na camada limite laminar

• Válida sempre?

gradiente gradiente
favorável de adverso de
pressão pressão
MODELO DE TRANSIÇÃO PARA CFD
Características do modelo γ-θ

• Satisfazer os critérios definidos para um modelo aplicável à códigos gerais


de CFD

• Infraestrutura para aplicação de correlações experimentais


– Solução do problema do uso de grandezas e operações não locais nas
correlações empíricas
– Tu e λθ da corrente livre, Reθt

• Não visa modelar a física dos modos de transição


– A representação da física é responsabilidade das correlações empíricas

~
• γ = intermitência, θ = Reθt = número de Reynolds efetivo de transição
MODELO DE TRANSIÇÃO PARA CFD
Definição de intermitência (γ)
MODELO DE TRANSIÇÃO PARA CFD
Equação de transporte de γ

𝜕 𝜌𝛾 𝜕 𝜌𝑢𝑗 𝛾 𝜕 𝜇 𝑇 𝜕𝛾
+ = 𝑃𝛾 − 𝐸𝛾 + 𝜇+
𝜕𝑡 𝜕𝑥𝑗 𝜕𝑥𝑗 𝜎𝛾 𝜕𝑥𝑗

variação local e difusão (molecular


produção de γ destruição de γ
advecção de γ e turbulenta) de γ
MODELO DE TRANSIÇÃO PARA CFD
Equação de transporte de γ
• Termo de produção
𝑃𝛾 = 𝐹𝑙𝑒𝑛𝑔𝑡ℎ 𝑐𝑎1 𝜌𝑆 𝛾𝐹𝑜𝑛𝑠𝑒𝑡 1 − 𝑐𝑒1 𝛾

– Função Fonset = definição do início da transição

Anula a produção
𝐹𝑜𝑛𝑠𝑒𝑡 = max 𝐹𝑜𝑛𝑠𝑒𝑡2 − 𝐹𝑜𝑛𝑠𝑒𝑡3 ; 0 quando γ = 1

𝑅𝑒𝜈 Aumento rápido


𝐹𝑜𝑛𝑠𝑒𝑡1 =
2,193𝑅𝑒𝜃𝑐 de Fonset a partir
de Fonset1 > 1!
𝐹𝑜𝑛𝑠𝑒𝑡2 = min max 𝐹𝑜𝑛𝑠𝑒𝑡1 ; 𝐹𝑜𝑛𝑠𝑒𝑡1 4 ; 2
Correção para
evitar congelamento
da transição
3
𝑅𝑇
𝐹𝑜𝑛𝑠𝑒𝑡3 = max 1 − ;0 𝜌𝜅
2,5 𝑅𝑇 =
𝜇𝜔
MODELO DE TRANSIÇÃO PARA CFD
Equação de transporte de γ 𝐹𝑜𝑛𝑠𝑒𝑡 = max 𝐹𝑜𝑛𝑠𝑒𝑡2 − 𝐹𝑜𝑛𝑠𝑒𝑡3 ; 0
𝐹𝑜𝑛𝑠𝑒𝑡2 = min max 𝐹𝑜𝑛𝑠𝑒𝑡1 ; 𝐹𝑜𝑛𝑠𝑒𝑡1 4 ; 2

𝑅𝑒𝜈
𝐹𝑜𝑛𝑠𝑒𝑡1 =
2,193𝑅𝑒𝜃𝑐
MODELO DE TRANSIÇÃO PARA CFD
Equação de transporte de γ
• Termo de produção
𝑃𝛾 = 𝐹𝑙𝑒𝑛𝑔𝑡ℎ 𝑐𝑎1 𝜌𝑆 𝛾𝐹𝑜𝑛𝑠𝑒𝑡 1 − 𝑐𝑒1 𝛾

– Função Flength = determinação do comprimento da zona de transição

𝐹𝑙𝑒𝑛𝑔𝑡ℎ = 𝐹𝑙𝑒𝑛𝑔𝑡ℎ1 1 − 𝐹𝑠𝑢𝑏𝑙𝑎𝑦𝑒𝑟 + 40𝐹𝑠𝑢𝑏𝑙𝑎𝑦𝑒𝑟

𝑅𝑒𝜔,𝛾 2
− 0,4
𝐹𝑠𝑢𝑏𝑙𝑎𝑦𝑒𝑟 = 𝑒

𝜌𝑦 2 𝜔 Limitador do valor de Flength (em


𝑅𝑒𝜔,𝛾 = Flength = 40) para evitar salto
500𝜇
artificial (numérico) em Cf após a
transição em transições “lentas”
MODELO DE TRANSIÇÃO PARA CFD
Equação de transporte de γ
• Funções Reθc e Flength1

𝐴 𝑅𝑒𝜃𝑡 ≤ 1870
𝑅𝑒𝜃𝑐 =
𝐵 𝑅𝑒𝜃𝑡 > 1870

𝑅𝑒𝜃𝑡 − 396,035 ∙ 10−2 − 120,656 ∙ 10−4 𝑅𝑒𝜃𝑡


2 3
𝐴= +868,230 ∙ 10−6 𝑅𝑒𝜃𝑡 − 696,506 ∙ 10−9 𝑅𝑒𝜃𝑡
4
+174,105 ∙ 10−12 𝑅𝑒𝜃𝑡
𝐵 = 𝑅𝑒𝜃𝑡 − 593,11 + 0,482 𝑅𝑒𝜃𝑡 − 1870

Correlações anteriormente “proprietárias” publicadas em (LANGTRY


e FLORIAN, 2009) obtidas por otimização computacional
comparando resultados de simulação com dados experimentais
MODELO DE TRANSIÇÃO PARA CFD
Equação de transporte de γ
• Funções Reθc e Flength1

Valores cada vez


𝐶 𝑅𝑒𝜃𝑡 < 400 menores de produção
𝐷 400 ≤ 𝑅𝑒𝜃𝑡 < 596 para transições mais
𝐹𝑙𝑒𝑛𝑔𝑡ℎ1 =
𝐸 596 ≤ 𝑅𝑒𝜃𝑡 < 1200 lentas
𝐹 1200 ≤ 𝑅𝑒𝜃𝑡

2
𝐶 = 398,189 ∙ 10−1 − 119,270 ∙ 10−4 𝑅𝑒𝜃𝑡 − 132,567 ∙ 10−6 𝑅𝑒𝜃𝑡
2 3
𝐷 = 263,400 − 123,939 ∙ 10−2 𝑅𝑒𝜃𝑡 + 194,548 ∙ 10−5 𝑅𝑒𝜃𝑡 − 101,695 ∙ 10−8 𝑅𝑒𝜃𝑡
𝐸 = 0,5 − 𝑅𝑒𝜃𝑡 − 596 3 ∙ 10−4
𝐹 = 0,3188

Correlações anteriormente “proprietárias” publicadas em (LANGTRY


e FLORIAN, 2009) obtidas por otimização computacional
comparando resultados de simulação com dados experimentais
MODELO DE TRANSIÇÃO PARA CFD
Equação de transporte de γ
• Termo de destruição
𝐸𝛾 = 𝑐𝑎2 𝜌Ω𝛾𝐹𝑡𝑢𝑟𝑏𝑢𝑙𝑒𝑛𝑡 𝑐𝑒2 𝛾 − 1

Uso da vorticidade ao invés da


Fturbulent função de ativação do termo
taxa de cisalhamento – Eγ → 0
de destruição de γ dentro de CLs
na corrente livre
laminares e fora da CL mesmo para
escoamentos com alta vorticidade

𝑅 2 𝜌𝜅
− 4𝑇 𝑅𝑇 =
𝐹𝑡𝑢𝑟𝑏𝑢𝑙𝑒𝑛𝑡 = 𝑒 𝜇𝜔
MODELO DE TRANSIÇÃO PARA CFD
Equação de transporte de γ

• Transição induzida por separação


𝑅𝑒𝑣
𝛾𝑠𝑒𝑝𝑎𝑟𝑎𝑡𝑖𝑜𝑛 = min 𝑠1 max 0; − 1 𝐹𝑟𝑒𝑎𝑡𝑡𝑎𝑐ℎ ; 2
3,235𝑅𝑒𝜃𝑐

Valor maior que 1 apenas quando se


tem gradientes de pressão adversos
severos – separação!
𝑅𝑇 4
− 20
𝜌𝜅
𝐹𝑟𝑒𝑎𝑡𝑡𝑎𝑐ℎ = 𝑒 𝛾𝑒𝑓𝑓𝑒𝑐𝑡𝑖𝑣𝑒 = max 𝛾; 𝛾𝑠𝑒𝑝𝑎𝑟𝑎𝑡𝑖𝑜𝑛 𝑅𝑇 =
𝜇𝜔

• Constantes

𝑐𝑎1 = 2; 𝑐𝑎2 = 0,06; 𝑐𝑒1 = 1; 𝑐𝑒2 = 50; 𝜎𝛾 = 1 𝑠1 = 2


MODELO DE TRANSIÇÃO PARA CFD
~
Equação do transporte de Re θt

𝜕 𝜌𝑅𝑒𝜃𝑡 𝜕 𝜌𝑢𝑗 𝑅𝑒𝜃𝑡 𝜕 𝜕𝑅𝑒𝜃𝑡


+ = 𝑃𝜃𝑡 + 𝜎𝜃𝑡 𝜇 + 𝜇 𝑇
𝜕𝑡 𝜕𝑥𝑗 𝜕𝑥𝑗 𝜕𝑥𝑗

variação local e difusão (molecular


advecção de θ produção de θ
e turbulenta) de θ

Reθt = número de Reynolds crítico a partir do qual são observadas (nos


experimentos) as primeiras alterações significativas de perfil de velocidades,
coeficiente de atrito, intermitência, etc.

~
Reθt = número de início da transição efetiva transportado!
MODELO DE TRANSIÇÃO PARA CFD
~
Equação do transporte de Re θt

𝜕 𝜌𝑅𝑒𝜃𝑡 𝜕 𝜌𝑢𝑗 𝑅𝑒𝜃𝑡 𝜕 𝜕𝑅𝑒𝜃𝑡


+ = 𝑃𝜃𝑡 + 𝜎𝜃𝑡 𝜇 + 𝜇 𝑇
𝜕𝑡 𝜕𝑥𝑗 𝜕𝑥𝑗 𝜕𝑥𝑗
MODELO DE TRANSIÇÃO PARA CFD
~
Equação do transporte de Re θt
• Termo de produção

𝜌
𝑃𝜃𝑡 = 𝑐𝜃𝑡 𝑅𝑒𝜃𝑡 − 𝑅𝑒𝜃𝑡 1 − 𝐹𝜃𝑡
𝜏

500𝜇
𝜏=
𝜌𝑈 2
Função que desativa o
Escala de tempo obtida por termo de produção dentro
análise dimensional para da camada limite
deixar o termo de produção
da mesma ordem que os ~
“Força” com que o valor de Reθt
demais na equação (transportado) seja igual ao
valor de Reθt (obtido a partir das
correlações empíricas)
MODELO DE TRANSIÇÃO PARA CFD
~
Equação do transporte de Re 𝑃𝜃𝑡
𝜌
= 𝑐𝜃𝑡 𝑅𝑒𝜃𝑡 − 𝑅𝑒𝜃𝑡 1 − 𝐹𝜃𝑡
θt 𝜏
• Termo de produção
– Função Fθt – desativação da produção de θ na CL e em esteiras impingentes
2
1

𝑦 4 𝛾−𝑐
𝛿𝑤𝑎𝑘𝑒 𝑒2
𝐹𝜃𝑡 = min max 𝐹𝑤𝑎𝑘𝑒 𝑒 ;1 − ;1
1
1−𝑐
𝑒2

Função que desativa a produção


Termo que desativa a
em esteiras impingentes
produção dentro da
camada limite
𝑅𝑒𝜔,𝜃 2 50Ω𝑦

𝐹𝑤𝑎𝑘𝑒 = 𝑒 105 𝛿𝑤𝑎𝑘𝑒 = 𝛿
𝑈
𝜌𝜔𝑦 2 15 𝑅𝑒𝜃𝑡 𝜇
𝑅𝑒𝜔,𝜃 = 𝛿= 𝜃 𝜃=
𝜇 2 𝜌𝑈 𝑐𝜃𝑡 = 0,03; 𝜎𝜃𝑡 = 2
MODELO DE TRANSIÇÃO PARA CFD
~
Equação do transporte de Re θt
• Cálculo de Reθt
2𝜅
2
𝜌𝜃 𝑑𝑈 3 𝑅𝑒𝜃𝑡 𝜇
𝜆𝜃 = 𝑇𝑢 = 100 𝑈= 𝑢2 + 𝑣2 + 𝑤2 𝜃=
𝜇 𝑑𝑠 𝑈 𝜌𝑈

𝜕𝑈 1 2 1
−2 𝜕𝑢 𝜕𝑣 𝜕𝑤
= 𝑢 + 𝑣2 + 𝑤2 2𝑢 + 2𝑣 + 2𝑤
𝜕𝑥 2 𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝜕𝑈 1 2 1
−2 𝜕𝑢 𝜕𝑣 𝜕𝑤
= 𝑢 + 𝑣2 + 𝑤2 2𝑢 + 2𝑣 + 2𝑤
𝜕𝑦 2 𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑦
Formulação não
𝜕𝑈 1 2 −
1 𝜕𝑢 𝜕𝑣 𝜕𝑤
= 𝑢 + 𝑣2 + 𝑤2 2 2𝑢 + 2𝑣 + 2𝑤 galileana invariante!
𝜕𝑧 2 𝜕𝑧 𝜕𝑧 𝜕𝑧

𝑑𝑈 𝑢 𝜕𝑈 𝑣 𝜕𝑈 𝑤 𝜕𝑈
= + +
𝑑𝑠 𝑈 𝜕𝑥 𝑈 𝜕𝑦 𝑈 𝜕𝑧
MODELO DE TRANSIÇÃO PARA CFD
~
Equação do transporte de Re θt
• Cálculo de Reθt
0,2196
1173,51 − 589,428 𝑇𝑢 + 𝐹 𝜆𝜃 𝑇𝑢 ≤ 1,3
𝑅𝑒𝜃𝑡 = 𝑇𝑢2
331,50 𝑇𝑢 − 0,5658 −0,671 𝐹 𝜆𝜃 𝑇𝑢 > 1,3
𝑇𝑢 1,5

1 − −12,986𝜆𝜃 − 123,66𝜆2𝜃 − 405,689𝜆3𝜃 𝑒 1,5 𝜆𝜃 ≤ 0
𝐹 𝜆𝜃 = 𝑇𝑢
− 0,5
1 + 0,275 1 − 𝑒 −35𝜆𝜃 𝑒 𝜆𝜃 > 0

−0,1 ≤ 𝜆𝜃 ≤ 0,1; 𝑇𝑢 ≥ 0,027; 𝑅𝑒𝜃𝑡 ≥ 20

Correlação anteriormente “proprietárias” publicadas em (LANGTRY


e FLORIAN, 2009) obtidas por otimização computacional
comparando resultados de simulação com dados experimentais
MODELO DE TRANSIÇÃO PARA CFD
Interação com o modelo de turbulência SST
• Equação do transporte de κ

𝜕 𝜌𝜅 𝜕 𝜌𝑢𝑗 𝜅 𝜕 𝜕𝜅
+ = 𝑃𝜅 − 𝐷𝜅 + 𝜇 + 𝜎𝜅 𝜇 𝑇
𝜕𝑡 𝜕𝑥𝑗 𝜕𝑥𝑗 𝜕𝑥𝑗

Termo de produção alterado Termo de dissipação alterado

𝑃𝜅 = 𝛾𝑒𝑓𝑓𝑒𝑐𝑡𝑖𝑣𝑒 𝑃𝜅 𝐷𝜅 = min max 𝛾𝑒𝑓𝑓𝑒𝑐𝑡𝑖𝑣𝑒 ; 0,1 ; 1 𝐷𝜅

Produção variando de 0% do Mantém um mínimo de 10% de


valor original previsto pelo modelo dissipação original do e um máximo
(sem produção de turbulência na de 100%
CL laminar) até 200% (na
transição induzida por separação)
MODELO DE TRANSIÇÃO PARA CFD
Interação com o modelo de turbulência SST
• Correção da função de blend F1

𝜕 𝜌𝜔 𝜕 𝜌𝑢𝑗 𝜔 𝜔 𝜕 𝜇 𝑇 𝜕𝜅 2𝜌 𝜕𝜅 𝜕𝜔
+ = 𝛼3 𝑃𝜅 − 𝛽3 𝜌𝜔2 + 𝜇+ + 1 − 𝐹1
𝜕𝑡 𝜕𝑥𝑗 𝜅 𝜕𝑥𝑗 𝜎𝜔3 𝜕𝑥𝑗 𝜎𝜔2 𝜔 𝜕𝑥𝑗 𝜕𝑥𝑗

Correção para garantir um


valor de 1 na CL laminar!
Evitar problemas numéricos
após a transição.

𝑅𝑒𝑦
− 120 𝜌𝑦 𝜅
𝐹1 = max 𝐹1 ; 𝐹3 𝐹3 = 𝑒 𝑅𝑒𝑦 =
𝜇
MODELO DE TRANSIÇÃO PARA CFD
Condições de contorno para as equações de γ e θ

• Condições de contorno de γ
– Fluxo normal nulo em paredes
– γ = 1 em regiões de entrada

• Condições de contorno de θ
– Fluxo normal nulo em paredes
– θ = θ(Tu) em regiões de entrada – calculado a partir das condições de contorno
do modelo de turbulência!
MODELO DE TRANSIÇÃO PARA CFD
Conclusão da formulação

• Equação de transporte para γ


– Aplica os critérios de transição empíricos via variáveis e operações locais
– Define as regiões laminar, de transição e turbulenta
– Responsável pela interação com o modelo de turbulência

• Equação de transporte para θ


– Resolve o problema das variáveis não locais para o cálculo dos critérios de
transição empíricos
– Representa o efeito de história da camada limite

• Interação com o modelo de turbulência


– Não afeta o modelo em regiões plenamente turbulentas
– Permite a representação de aspectos como “bombardeio” da CL laminar
MODELO DE TRANSIÇÃO PARA CFD
Requisitos de malha para o modelo γ-θ

• Malha para integração completa da camada limite até a parede!


– Boa representação de todas as regiões da camada limite
– y+ do primeiro elemento < 1
– Bom número de elementos dentro da camada limite
– Taxa de crescimento dos elementos lenta (< 1,1)

Sub-camada viscosa
CASOS TESTE/VALIDAÇÃO
Placa plana
• Influência da Tu na corrente livre
CASOS TESTE/VALIDAÇÃO
Placa plana
• Influência da λθ na corrente livre
CASOS TESTE/VALIDAÇÃO
Perfil S809 e turbina NREL Fase IV
• Perfil aplicado em turbinas eólicas
CASOS TESTE/VALIDAÇÃO
Perfil S809 e turbina NREL Fase IV
• Coeficiente de pressão
CASOS TESTE/VALIDAÇÃO
Perfil S809 e turbina NREL Fase IV
• Posição do início da transição
CASOS TESTE/VALIDAÇÃO
Perfil S809 e turbina NREL Fase IV
• Simulação 3D das pás
– Ventos de 7 ms-1 a 25 ms-1
– Rotação de 72 rpm
CASOS TESTE/VALIDAÇÃO
Perfil S809 e turbina NREL Fase IV
• Distribuição de γ sobre as pás

7 ms-1

10 ms-1

25 ms-1
CASOS TESTE/VALIDAÇÃO
Perfil S809 e turbina NREL Fase IV
• Comparação da distribuição do torque simulado com o modelo SST “puro” e
com o modelo γ-θ

SST

γ-θ
CASOS TESTE/VALIDAÇÃO
Perfil S809 e turbina NREL Fase IV
• Variação do valor do torque no eixo como função da velocidade do vento
CASOS TESTE/VALIDAÇÃO
Cilindro circular e crise do arrasto
• Teste de captura da transição da camada limite com o modelo γ-θ
– Ponto de descolamento
CASOS TESTE/VALIDAÇÃO
Cilindro circular e crise do arrasto
• Distribuição do coeficiente de arrasto com o número de Reynolds
CASOS TESTE/VALIDAÇÃO
Eurocopter
• Distribuição do coeficiente de atrito com e sem o uso do modelo γ-θ

SST γ-θ
CONCLUSÕES
Abordagem de transição em engenharia
• Problema ainda sim em aberto
• Desenvolvimento de uma ferramenta para aplicação industrial

Modelo γ-θ
• Apresentado como uma infraestrutura para aplicação de correlações
empíricas de transição (para diferentes modos) em códigos modernos de
CFD
• Satisfaz os critérios para um modelo de transição definidos em (LANGTRY
e MENTER, 2009)
• Ainda com alguns pontos a corrigir e muito trabalho para implementação de
mais modos de transição
CFD-Oil 2014

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