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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS – CCSO


DEPARTAMENTO DE DIREITO
TEORIA GERAL DO DIREITO
PROF° MSC ALONSO FREIRE

Alane da Conceição Moraes

Aline Silva Cavalcante


DT10112-04
Eriko Bruno Barros

Joaquim Henrique Cunha Oliveira


DT10116-08

Questões sobre o livro Levando os Direitos a Sério, DWORKIN: Capítulo II

São Luis
2010
Alane da Conceição Moraes

Aline Silva Cavalcante


DT10112-04
Eriko Bruno Barros

Joaquim Henrique Cunha Oliveira


DT10116-08

Trabalho apresentado à
disciplina Teoria Geral do
Direito do curso de Direito
da Universidade Federal do
Maranhão para obtenção de
nota.

Orientador: Prof. Msc


Alonso Reis

São Luis
2010
Levando os Direitos a Sério - Dworkin
Modelo de Regras I

1° O que são regras, princípios e políticas?


Regras, princípios e políticas são padrões jurídicos que se assemelham, mas,
ao mesmo tempo, se diferenciam de variadas formas. As políticas são padrões jurídicos
que dizem respeito a um tipo de norma cujo objetivo é o bem-estar econômico, político
ou social geral da comunidade. Já os princípios são padrões que estão vinculados a
alguma dimensão da moralidade, seja da equidade, da justiça, etc. Enquanto que as
regras são padrões que estipulam como determinados fatos devem ocorrer e como as
pessoas devem manter sua conduta em sociedade e estão vinculados à questão da
validade.
Segundo Dworkin, “A diferença entre princípios jurídicos e regras jurídicas
é de natureza lógica.” (p.39) Os dois são padrões que ajudam nas decisões jurídicas de
forma diferente por que apontam para direções diferentes, um se utilizando da moral e o
outro das leis específicas. As regras podem ter exceções que devem ser enunciadas
(senão seus sentidos seriam incompletos) e são disjuntivas, aplicando-se ou não a
determinado caso e que geram uma consequência jurídica, enquanto que os princípios
necessitam de uma razão para apontar para determinada direção e ainda de uma decisão
particular.
Os princípios possuem uma dimensão de importância que as regras não
possuem e que faz parte do conceito de princípio. As regras só são consideradas como
validas ou não-validas, isto é, quando duas regras entram em conflito uma deverá ser
descartada, enquanto que se forem utilizados princípios, será aplicado àquele que tiver
maior peso ou importância naquela circunstância, não significando isso que o principio
que não for aplicado deixará de fazer parte do Direito.

2° “Às vezes, regras ou princípios podem desempenhar papeis bastante semelhantes e a


diferença entre eles reduz-se a quase uma questão de forma.” Explique.
Segundo Dworkin, quando uma regra possui termos como “razoável”,
“negligente”, “injusto” e “significativo”, ela se assemelha a um princípio, uma vez que a
sua aplicação depende, até certo ponto, de princípios que excedem a própria regra. O
autor exemplifica essa semelhança, com uma decisão tomada pela Suprema Corte norte-
americana acerca de uma disposição que afirma “será nulo todo contrato que implique
proibição de comercio”. A Suprema Corte deveria decidir se essa disposição deveria ser
encarada como regra ou como princípio, ela acabou optando por tratar a expressão como
regra, todavia uma regra que contivesse a expressão “não razoável”. Dessa forma, a
regra seria encarada como, apenas, “a proibição do comércio não razoável”. Nesse
sentido, do ponto de vista lógico, segundo Dworkin, a disposição seria uma regra (o
tribunal que considera uma “proibição” como não razoável é obrigado a considerar o
contrato como inválido) e, do ponto de vista substantivo a disposição seria considerada
um princípio, uma vez que os tribunais devem levar em consideração a vários outros
princípios para decidir quando uma proibição particular é não razoável. Assim,
princípios e regras podem diferir apenas no seu aspecto formal, uma vez que a regra dar
o dispositivo lógico, e os princípios auxiliam na aplicação desse dispositivo.

3° “Uma análise do conceito de obrigação jurídica deve, portanto, dar conta do


importante papel desempenhado pelos princípios na formulação de decisões jurídicas
específicas. Existem orientações diferentes que podem seguir.” Que orientações são
essas?
Os princípios por si mesmos não decidem questões de imediato, mas são de
fundamental importância, pois orientam nas decisões jurídicas especificas, podendo ser
vistos de duas formas:
1) Como integrantes do sistema jurídico assim como as regras,
dando a eles obrigatoriedade de lei e sendo levados em conta
por juízes que tomam as decisões sobre obrigações jurídicas.
2) Como não pertencentes ao sistema, negando, assim, que eles
possam ser obrigatórios da mesma forma que algumas regras
são e afirmando que os juízes ao se utilizarem deles estão
indo além das regras que devem aplicar, adotando-os por
vontade própria.
A preferência entre uma das formas de abordagem gera conseqüências
muito grandes para uma análise da obrigação jurídica. Segundo Dworkin, “A escolha
entre essas duas abordagens afetará, e talvez chegue mesmo a determinar, a resposta que
podemos dar a casos difíceis.” (p.49)

4° O que é “poder discricionário”, quais são seis possíveis sentidos?


O poder discricionário é aquele dado a alguém para tomar decisões acerca
de determinadas coisas em ocasiões definidas de acordo com padrões estabelecidos por
uma autoridade. Possui três sentidos, dois considerados fracos e um forte. O primeiro
sentido, sentido fraco, acontece quando uma autoridade estabelece padrões, mas é
exigido o uso da capacidade de julgamento. O segundo sentido, também fraco, acontece
quando exercício do juízo de decisão não poderá sofrer limitações ou revisão pela
autoridade ou pelos padrões por ela estabelecidos. E o terceiro sentido, o sentido forte, é
caracterizado quando não há controle e nem limitações pelos padrões que a autoridade
estabeleceu.

5° Quais são os argumentos “mais óbvios” que um positivista pode utilizar em favor da
doutrina do poder discricionário no sentido forte e da segunda abordagem a respeito de
princípios? Qual é o forte argumento de Ronald Dworkin contra essa doutrina e em
favor da primeira abordagem a respeito de princípios?
No sentido forte do poder discricionário e na segunda abordagem a respeito
de princípios (que é aquela em que os princípios que são citados pelos juízes não
impõem obrigações a estes) os positivistas podem usar três argumentos óbvios para
fundamentar essas doutrinas:
1) Que os princípios não são obrigatórios e nem vinculantes. No
entanto, não há nada em sua estrutura que torne sua
consideração obrigatória.
2) Que embora alguns princípios devam ser levados em
consideração, eles não podem prescrever um resultado
particular, apenas as regras. Se, com isso, ele quis dizer que o
principio não dita um resultado, não houve um grande
avanço, porque isso já está implícita na formulação de um
principio.
3) Que os princípios não podem valer como lei, já que a
autoridade e seu peso são intrinsecamente controversos. No
entanto, isso não significa que um juiz pode fazer o que bem
entender.
Já que os argumentos dos positivistas não procedem, Dworkin parte da
constatação que não é incomum que se rejeitem regras estabelecidas, por isso diz que:
“A não ser que pelo menos alguns princípios sejam
reconhecidos como obrigatórios pelos juízes e considerados,
no seu conjunto, como necessários para chegar a certas
decisões, nenhuma regra ou muito poucas regras poderão ser
então consideradas obrigatórias para eles.” (p.59)

E em segunda instância diz que:

“Se os tribunais tivessem o poder discricionário


para modificar as regras estabelecidas, essas regras
certamente não seriam obrigatórias para eles e, dessa forma,
não haveria direito nos termos positivistas. Portanto, o
positivista deve argumentar que existem padrões, obrigatórios
para os juízes, que estabelecem quando um juiz pode e quando
não pode revogar ou mudar uma regra estabelecida.” (p.59)

6° O que diz Ronald Dworkin acerca da regra de reconhecimento de H.L.A.Hart?


REFERÊNCIAS

DWORKIN, Ronald. Levando os Direitos a Sério. (Trad.) Nelson Boeira. São Paulo:
Martins Fontes, 2002.

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