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CURITIBA
2019
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
CURITIBA
2019
1. INTRODUÇÃO
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2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Ensaios Laboratoriais
Os cálculos feitos para a adição da massa de sal, foram realizados obtendo-se primeira-
mente a massa especı́fica da água utilizada no ensaio com o auxı́lio de um picnômetro. Após
isso, realizou-se os cálculos da massa NaCl necessária para elevação de ρ até o valor desejado
levando em consideração a massa especı́fica da água utilizada e o volume real de água no tanque
durante o ensaio.
Por fim, foi realizada a liberação da comporta permitindo a intrusão da corrente de gravidade
no fluido menos denso. Toda a dinâmica do ensaio foi gravada para posterior processamento
2
das imagens com o auxı́lio de softwares, e assim, a extração dos dados de interesse.
Durante o desenvolvimento dos ensaios não houve variações induzidas de temperatura dos
fluidos, apenas na densidade dos mesmos.
3.2 Processamento dos dados
O processamento dos vı́deos gravados durante os ensaios, foi realizado com a edição das
imagens contabilizando apenas o tempo necessário para identificação dos valores, ou seja, ape-
nas até o momento anterior ao encontro da frente de fluido com a parede do tanque. Após isso,
foi utilizado o software Concentration Analizer (BUENO, 2019), o qual utiliza de imagens ou
vı́deos para obtenção de valores de concentração baseados em escala de cinza.
O software possui o seguinte funcionamento:
3. Cálculo do percentual de concentração de cada pixel de cada frame, através dos dados de
concentrações máximas e mı́nimas do ensaio;
As matrizes de saı́da geradas foram processadas da seguinte forma a fim de se obter os perfis
de velocidade do sistema:
3
Figura 3: Representação da matriz do arquivo de dados do frame 26 do vı́deo 1
Fonte: Os autores.
1. Corte mais refinado das imperfeições que não foram bem editadas nos vı́deos originais,
como por exemplo nas bordas;
2. Definição da escala de pixel de cada vı́deo através da medição das marcações feitas a cada
10 cm no tanque;
(a) Utilizou-se os valores, a cada 0.1 cm, entre 0.1 cm e 10 cm de altura como as
posições de comparação;
(b) A altura máxima de comparação de 10 cm foi escolhida, pois em todos os vı́deos a
altura do escoamento não ultrapassou essa marca
A partir das figuras geradas com as definições dos contornos, definiu-se que o cálculo da
velocidade média do escoamento para os vı́deos dos ensaios 1, 2 e 3 começassem a ser contabi-
lizados após os frames 10, 12 e 3 respectivamente. Tais pontos de inı́cio foram foram decididos
a partir da imagem que já não apresenta grandes perturbações devido a retirada da placa de
divisão dos fluidos.
4
Figura 4: Perı́odo de transição para o estabelecimento do regime uniforme de escoamento para
o ensaio 1
p
U = Fr g H, (1)
5
mou experimentalmente que o melhor valor a ser utilizado se aproximou de 1/π. O valor de
g’ diz respeito à gravidade reduzida decorrente da estratificação do sistema, que, segundo Shin,
Dalziel e Linden(2004), pode ser calculada pela equação (1) e H é a altura da lâmina de água
utilizada no experimento.
0
g = g (1 − γ), (2)
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Velocidade
6
Tabela 2: Velocidades médias e desvio padrão para cada ensaio.
0.04
Velocidade (m/s)
0.035
0.03
0.025
0.02
10 15 20 25 30 35 40
Frames
(a)
0.06
0.058
0.056
Velocidade (m/s)
0.054
0.052
0.05
0.048
0.046
0.044
0.042
0.04
12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Frames
(b)
0.07
0.065
Velocidade (m/s)
0.06
0.055
0.05
0.045
0.04
0.035
5 10 15 20 25 30
Frames
(c)
Figura 7: Perfil de velocidade média por frame para o (a) ensaio 1, (b) ensaio 2 e (c) ensaio 3.
Fonte: Os autores.
linha de espessura do fluido de maior densidade, sendo este ponto encontrado a 6,5 cm, 5 cm e
5 cm, a partir do fundo do tanque, para os ensaios 1, 2 e 3 respectivamente. Vale lembrar que
para os vı́deos dos ensaios 1, 2 e 3 os frames começaram a ser contabilizados após os frames 10,
12 e 3, respectivamente. Tal consideração foi realizada com o intuito de minimizar os efeitos
de atrito causados pelo fundo do tanque.
A tabela (2) apresenta as velocidades médias para cada vı́deo, enquanto as figuras (7a), (7b)
e (7c) apresentar as velocidades médis para cada frame por vı́deo.
É possı́vel visualizar a partir a figura (7a), que não se obteve uma padronização da velo-
cidade, como acontece nas figuras (7b) e (7c), isso se deve ao fato de que como a densidade
estimada no ensaio (1012,076 kg m−3 ) no ensaio foi muito baixa quando comparada com a
condição inicial da água (1007 kg m−3 ), e por isso não houve tempo suficiente para a formação
da frente de onda em relação ao tamanho do tanque, isso significa que o que está sendo medido
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e visualizado na figura (7a) é a velocidade durante a formação da frente de onda.
Já as figuras (7b) e (7c), a frente de onda conseguiu se formar e com o passar do tempo,
ela tende a diminuir à frequência de variação, bem como ir diminuindo a velocidade devido
às forçantes como atrito. Em um tanque suficientemente longo, o que seria visto, seria uma
tendencia da velocidade de chegar a zero.
4.1 Eficiência de mistura
Mistura é o nome dado ao processo onde a energia cinética do fluxo é retirada pela tensão
de cisalhamento e desestabilização do empuxo (MICARD; DOSSMANN; GOSTIAUX, 2016)
Os efeitos de mistura devido a estratificação podem ser vistos nas figuras (8), (9) e (10),
sendo elas respectivas aos ensaios 1, 2 e 3. Os gráficos representam a movimentação dos siste-
mas de diferentes densidades, onde cada linha representa um sistema para cada frame utilizado
no vı́deo.
Foi possı́vel observar dentre os 3 ensaios que não se obteve um grandes gradientes de mis-
tura, sendo os mesmos representados pela parte intermediária dos gráficos onde é possı́vel vi-
sualizar conjuntos de linhas retas (metalı́mnio) que representam uma mudança abrupta na den-
sidade. Em outras palavras a taxa de variação da concentração no tempo ( ∂C ∂t
), é 0 ou próxima
de 0, o que não favorece a uma boa mistura no meio.
Para todos os gráficos, as linhas de frames iniciais representam a formação da frente de onda,
sendo assim, é possı́vel visualizar nas figuras (8) e (9) um comportamento anormal das linhas
justamente devido a essa formação. Após um perı́odo, existe uma tendência de padronização
aliada a um aumento da interface de divisão das duas camadas, fato esse devido a diminuição
da velocidade em função de fatores como viscosidade do fluido e atrito com o fundo do tanque.
Para a figura (8) é possı́vel visualizar um comportamento bastante turbulento do meio no
inicio, isso se deve ao fato dos valores de densidade serem muito próximos, o que dificulta
a formação da frente que demora mais a acontecer. Esse contraste é extremamente visı́vel se
levarmos em consideração as figuras (9) e (10), onde as distribuição começam a ser melhor
definidas desde o começo do ensaio.
8
10
8
Distância Vertical (cm)
0
60 70 80 90 100 110 120 130 140
Distância Horizontal (cm)
Fonte: Os autores.
10
8
Distância Vertical (cm)
0
0 20 40 60 80 100 120 140 160
Distância Horizontal (cm)
Fonte: Os autores.
10
8
Distância Vertical (cm)
0
0 20 40 60 80 100 120 140 160
Distância Horizontal (cm)
Figura 10: Perı́odo de transição para o estabelecimento do regime uniforme de escoamento para
o ensaio 3
Fonte: Os autores.
Apesar da mistura não se mostrar muito expressiva durante os ensaios, outro ponto interes-
sante a ser observado é a mudança na posição do metalı́mnio, principalmente em se for feita
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uma comparação dos ensaios 1 e 2 com o ensaio 3. Essa mudança pode estar ligada com a
formação de uma maior velocidade da frente do movimento que tende a ser mais baixo em
escoamentos maiores.
Uma das explicações para as baixas visualizações em termos de mistura, pode atribuı́da
ao do tipo do escoamento, o qual para todos os ensaios se manteve em regime laminar (os
números de Reynolds(Re) são apresentados na tabela (1)). Resultados parecidos foram obtidos
por Ilicak(2014) e Rudyal e Minakov(2014), que investigaram as eficiências energéticas e de
mistura para diferentes valores de Reynolds, e para ambos, a eficiência de mistura demostrou
estar altamente relacionada com valores maiores de Reynolds (para Ruydal e Minakov(2014) a
eficiência de mistura só começou a possuir valores representativos para Re > 150).
4. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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WINTON, R. S.; CALAMITA, E.; WEHRLI, B. Reviews and synthesis: Dams, water quality
and tropical reservoir stratification. Biogeosciences, Zurique, v. 16, p. 1657-1671, 2019.
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