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– Defesa de Projeto de Mestrado –

Estudo do Comportamento Inclusionário de um aço


ARBL, Tratatdo com Ca, da Metalurgia de Panela ao
Lingotamento Contínuo

Autor: Gilberson Mendonça Storck de Melo


Professor Orientador: Carlos Antônio da Silva, PhD.
Sumário

• Introdução

• Objetivos

• Revisão Bibliográfica

• Metodologia

• Cronograma

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Introdução

- A crescente necessidade de aços cada vez mais limpos, significa,


teores cada vez menores de inclusões ou elementos químicos que
influenciem negativamente em seu desempenho.

- Vários segmentos mercado tem demandado aços cada vez mais


limpos, para aplicações cada vez mais exigentes.

Linha do tempo de caracterização de inclusões óxidas


e suas falhas provocadas em rolamentos:

1978 Diâmetro médio de uma inclusão típica contida: 20 µm [1]

1999 Diâmetro médio para falha: 15 µm (superfície) 30 (centro) µm [2]

2019 Diâmetro médio de uma inclusão típica contida: 2,5 µm [3]

[1] KIESSLING, R.; LANGE, N.. Non-metallic Inclusions in Steel. Parts I – IV. 2ª Edição. Metals Society, Londres, 1978
[2] LUND, T. ÖLUND, L., Improving Production, Control and Properties of Bearing Steels, ASTM STP, 1999
[3] GU, C. et al Quantitative Analysis of Inclusion Engineering on the Fatigue Property Improvement of Bearing Steel,
Metals, v.476, nº9, p. 2-15, 2019 3
Introdução

- Inclusões não metálicas, principalmente óxidos e sulfetos, são,


muitas vezes, os grandes responsáveis por falhas em componentes
mecânicos;

(a)

(b)

FONTES:
(a) Folder institucional TIMKEN;
(b) Folder institucional OVAKO;
(c) COSTA E SILVA, A. The effects of non-metallic
inclusions on properties relevant to the performance
of steel in structural and mechanical applications.
(c) JMR&T, 8 (2): 2408-2422, 2019. 4
Introdução

- ZHANG e THOMAS[4] mostraram as dimensões máximas de


inclusões reportadas como limite para falhas no processamento
ou em suas respectivas aplicações

Tabela I – Requisitos típicos de limpidez para alguns tipos de aço. Adaptado de


ZHANG e THOMAS [4]

Tamanho máximo de
Aço Produto / Aplicação
inclusão [µm]
Estampagem extra-profunda / Automóveis 100
IF
Estampagem extra-profunda / Latas D&I 20
Tubos / Transporte de óleo e gás 100
HSLA Special Bar Quality / Esferas de Rolamento 15
Arames e Fios / Banda rodagem pneus 10 – 20

[4] ZHANG, L., THOMAS, B., State of the Art in Evaluation and Control of Steel Cleanliness. ISIJ International, v.43, nº3, p.
271-291, 2003
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Introdução

- Uma vez as inclusões são inerentes ao processo produtivo, faz-


se necessário ter controle sobre sua geração, composição
química, tamanho e distribuição, através das diferentes técnicas
analíticas comumente disponíveis.

(b)
(a)

FONTES:
(a) e (b) Relatórios internos Gerdau Ouro
Branco;
(c) e (d) Folder institucional ThermoFisher;

(c) (d) 6
Objetivos

OBJETIVO GERAL:
- Estudar o comportamento das inclusões, tanto químico quanto
morfológico, bem como sua distribuição em um aço Alta
Resistência Baixa Liga (ARBL) tratado com cálcio;

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
- Determinar a evolução da quantidade e composição de inclusões
ao longo do processo;
- Avaliar o efeito de variáveis de processo como a composição de
escória, tempo de vácuo e vazão de gás inerte sobre o conteúdo
inclusionário;
- Validar uma metodologia experimental, chamada aqui de “Prática
Otimizada” que tem como alvo conferir melhor limpidez em
relação à metodologia estabelecida de produção para este aço,
referida aqui como “Prática Comum".

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Revisão Bibliográfica
TIPO DE INCLUSÃO E SUAS ORIGENS
Classificação das Inclusões

- Inclusões ENDÓGENAS: é o produto das reações de


desoxidação, do aço líquido com escórias ou superfície refratária
nas etapas de refino ou durante o lingotamento
As inclusões mais comuns, neste grupo são: Óxidos (Al 2O3, Aluminatos de
Cálcio, Espinélios e SiO2) e Sulfetos (MnS, CaS)

- Inclusões EXÓGENAS: tem uma origem normalmente ligada à


arraste de compostos complexos e sólidos, como por exemplo, pó
fluxante e pequenos pedaços de material refratário de
revestimento. Este tipo de inclusão, normalmente é maior que a
inclusão endógena e ocorre com menor frequência e quantidade.

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Revisão Bibliográfica
TIPO DE INCLUSÃO E SUAS ORIGENS
Classificação das Inclusões

(a) Inclusões Endógenas[5] (b) Inclusão Exógena: Escória

FONTES:
(a) [5] FRUEHAN, R.J., Ladle Metallurgy Principles and Practices. 1ª Edição, Michigan – EUA: Iron and Steel Society, 1985.
(b) http://www.steeldata.info/inclusions/demo/data/1415.html, Acesso em 01/06/2019.
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Revisão Bibliográfica
TIPO DE INCLUSÃO E SUAS ORIGENS
Formação das Inclusões

- “Marco Zero” da formação: refino de panela, pouco tempo depois


da adição do desoxidante [5, 6, 7].

- Mecanismos envolvidos: nucleação, precipitação e crescimento


de partículas, sendo controlados, principalmente por difusão do
elemento desoxidante e do Oxigênio.

- Mecanismo mais provável de crescimento das inclusões são os


choques devidos à convecção produzidas por agitação .

[5] FRUEHAN, R.J., Ladle Metallurgy Principles and Practices. 1ª Edição, Michigan – EUA: Iron and Steel Society, 1985.
[6] ZHANG, L., PLUSCHKELL, W., THOMAS, B. G., Nucleation and Growth of Alumina Inclusions During Steel Deoxidation,
85th Steelmaking Conference Proceedings – Warrendale EUA, 2002.
[7] STENEHOLM, K. The Effect of Ladle Treatment on Steel Cleanness in Tool Steels. DSc. Thesis, Stockholm, Suécia. KTH
(Kungliga Tekniska Högskolan), 2016 10
Revisão Bibliográfica
TIPO DE INCLUSÃO E SUAS ORIGENS
Formação das Inclusões 1) Nucleação muito rápida (10µs) após
adição de desoxidante. O crescimento
1 do núcleo estável (20Å) é comandado
2 por difusão de oxigênio e colisões
Brownianas.
Concentração [1/m3]

2) Inclusões crescem controladas por


colisões devido à convecção
produzidas por agitação. Nesta fase,
3
após alcançar o raio crítico, ocorre
flotação para a escória sobrenadante.

3) Inclusões pequenas se mantém no


líquido, concentração diminui em
Raio da inclusão [µs] maior tempo devido à reações de
Distribuição das Inclusões em função do tempo [6] interface com a escória.
[6] ZHANG, L., PLUSCHKELL, W., THOMAS, B. G., Nucleation and Growth of Alumina Inclusions During Steel Deoxidation,
11
85th Steelmaking Conference Proceedings – Warrendale EUA, 2002.
Revisão Bibliográfica
TIPO DE INCLUSÃO E SUAS ORIGENS
Efeito da Reoxidação

- A reoxidação ocorre quando uma superfície livre do banho entrar em


contato com o ar atmosférico, tais como: abertura de olho durante
tratamento de panela, trocas de válvula longa e válvula submersa.

- O caso da formação de inclusões, a partir dos exemplos citados,


segue as seguintes etapas[8]:

1 – Transporte do oxigênio para o banho;


2 – Transporte de massa no banho;
3 – Precipitação do óxido;
4 – Crescimento do óxido precipitado;
5 – Aglomeração dos óxidos, tornando-se uma macro-inclusão.

[8] SASAI, K. MIZUKAMI, Y. Reoxidation Behavior of Molten Steel in Tundish. ISIJ International, v.40, nº1, p. 40-47, 2000.
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Revisão Bibliográfica
TIPO DE INCLUSÃO E SUAS ORIGENS
Efeito da Reoxidação

- WANG e colaboradores[9] simularam condições comuns de


reoxidação em aciaria:
(a) sob atmosfera de Argônio (pO2 ~10-10 atm), simulando proteção gasosa
comum em lingotamento;
(b) sob atmosfera mista – Argônio + Ar atmosférico (pO2 ~10 -2 atm)
simulando falhas da proteção gasosa de Argônio;
Formação de Hercinita na
atmosfera pO2 ~10-2 atm
Oxigênio Dissolvido [%]

(b)

(a) Formação de Alumina na


atmosfera pO2 ~10-10 atm

Temperatura [ºC]
[9] WANG, Y., SRIDHAR, S., CRAMB, A. W., GOMEZ, A., CICUTTI, C., Reoxidation of Low-Carbon Aluminum-Killed
13
Steel, Iron & Steel Technology, v.02-2004, p.87-96, 2004.
Revisão Bibliográfica
TIPO DE INCLUSÃO E SUAS ORIGENS
Efeito das Reações com a Superfície dos Refratários

- O contato do refratário, tanto com a escória quanto com o aço, abriga


uma série de reações, tendo como resultado sua erosão e formação
de inclusões.

- Os produtos desta erosão agem como núcleos para precipitação


endógena, mudando continuamente sua composição em relação ao
refratário original.

- Na formação do Espinélio, no uso de panelas MgO-C, há formação


de uma camada de MgO na interface refratário-metal, e uma
precipitação de inclusões MgO.Al2O3 como produto da reação entre
Al dissolvido no banho[10].

[10] BRABIE, V., Mechanism of Reaction between Refractory Materials and Aluminum Deoxidised Molten Steel. ISIJ
14
International, v.36, Supplement, p. S109-S112, 1996.
Revisão Bibliográfica
TIPO DE INCLUSÃO E SUAS ORIGENS
Efeito das Reações com a Superfície dos Refratários

- Abaixo são descritas as etapas de formação[10] da camada de óxido


na interface Refratário – Aço Líquido, bem como a precipitação de
inclusões:
Reações no refratário

1- MgO(s)+ C(s) = Mg(g)+ CO(g)

2- difusão do Mg(g) e do CO(g) para o aço


 
Interface de óxido e precipitação no
banho
3- CO(g) = [C] + [O]
Mg(g) = [Mg]

4- difusão do [Mg], [C] e [O] no banho

5- precipitação do MgO, Al 2O3, e/ou


MgO.Al2O3 como uma fina camada na
interface, ou como inclusões no banho

[10] BRABIE, V., Mechanism of Reaction between Refractory Materials and Aluminum Deoxidised Molten Steel. ISIJ
15
International, v.36, Supplement, p. S109-S112, 1996.
Revisão Bibliográfica
TIPO DE INCLUSÃO E SUAS ORIGENS
Efeito das Reações com a Escória

- A produção de aços com elevado nível de limpidez, demanda um


controle do teor de FeO+MnO na escória, sendo este um dos
principais indicadores para a reoxidação do banho e formação de
Alumina.

SUN e MORI[11] através de uma liga Fe-0,4Al,


em conjunto com escórias sintéticas, à base
Al na no banho [%]

de CaO-Al2O3, mostraram que a presença de


FeO e MnO na escória, provoca uma
oxidação maior no Alumínio da liga, que
aquela contendo Sílica.

Tempo após adição da escória [s]

[11] SUN, H., MORI, K., Oxidation Rate of Aluminum in Molten Iron by CaO-SiO2- Al2O3-MnO-FeO Slags. ISIJ
International, v.36, Supplement, p. S34-S37, 1996. 16
Revisão Bibliográfica
TIPO DE INCLUSÃO E SUAS ORIGENS
Efeito das Reações com a Escória

- SHIN et al.[12] estudaram a interface das reações entre aço, escória e


refratário, para um aço médio C, acalmado ao Al-Si: Fe-0.8Mn-0.4Si-
0.3C-0.05Al e uma escória 40CaO-27Al2O3-13SiO2-10CaF2-10MgO,
em um cadinho de MgO.

- Cinética da reação:
Minuto 1’: formação de Alumina, proveniente do transporte de oxigênio para
o banho;

Minuto 2’ – 5’: transformação da Alumina para o Espinélio MgO.Al2O3, com uma


pequena fração de líquido;

[12] SHIN, J., PARK, J., CHUNG, Y., Refractory–Slag–Metal–Inclusion Multiphase Reactions Modeling Using
Computational Thermodynamics: Kinetic Model for Prediction of Inclusion Evolution in Molten Steel. Metallurgical and
17
Materials Transactions B, v. June2016, 2016..
Revisão Bibliográfica
TIPO DE INCLUSÃO E SUAS ORIGENS
Efeito das Reações com a Escória

- A fração de inclusões líquidas cresce com o tempo, indicando que as


inclusões de espinélio são modificadas para óxidos líquidos devido à
reação com cálcio, transferida da escória para o banho;

- Simultaneamente ocorre reversão do Si da escória para o aço,


através da redução da SiO2 na escória pelo Al do banho. Assim, a
inclusão líquida é caracterizada como CaO – Al2O3 – MgO – SiO2

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Revisão Bibliográfica
PROCESSOS DE CONTROLE E MODIFICAÇÃO DAS INCLUSÕES
Considerações Termodinâmicas

- aaa

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