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Analítica, olhou atentamente com seus estudos aos mecanismos da vivência mística na
psique, e claro, observou nas ferramentas oraculares um ótimo objeto de pesquisa. Jung
pareceu compreender que esses instrumentos juntamente com o divinador (o cara que usa
os instrumentos) promoviam alguma forma de diálogo com forças invisíveis, para além de
espíritos, anjos, demônios ou o que for, Jung ouvia nas cartas e no I-Ching a voz interna de
seu inconsciente (algo como um Sagrado Anjo Guardião não-místico), percebendo o Tarô
como uma poderosa ferramenta de autoconhecimento.
É curioso essa forma de pensar, pois nas figuras, situações e virtudes propostas pelas
cartas, sinalizam a sua forma pontos interessantes e comuns a trajetória existencial humana
(sobretudo nos Arcanos Menores como eventualmente veremos), uma vez que todos
passamos por situações semelhantes a certos simbolismos dos Arcanos, por repetição
social essas informações se sedimentam em nossa psique, tornando os símbolos das
cartas, referenciais, não é a “carta que tem poder” e sim o seu símbolo que ganha poder
pela existência e experiência humana.
Por exemplo, nas lâminas (ou Arcanos, ou cartas) estão representados, o Amor Materno, o
Impulso Sexual e de Prazer Pessoal, o Fascínio pelo Místico, o Pensamento Pragmático e
Racional, a Vontade de Guerrear, entre tantos outros, com as próprias interações entre as
cartas simbolizando novas interações de idéias e símbolos, cobrindo assim vários sabores e
dissabores da experiência humana. Por isso, para além da Magia (que a meu ver é o viver)
o Tarô propicia um espelho, um portal para a reflexão e o pensar sobre si através de uma
ferramenta de exteriorização… Ou algo assim.
15 – O Diabo
Fig. 1
Correspondência:
Letra Hebraica: עAyin (Olho);
Signo: Capricórnio;
Runa: Perthro;
Dados: [3][6];
Cor: Índigo;
Som: Lá Natural
Palavras Chave
As provas e provações. As tentações e seduções. Magias. Desordem. Paixão. Luxúria.
Dependência. Intercâmbio, eloqüência, mistério, força emocional. Paixões indomáveis.
Atração sexual. Ação mágica, magnetismo. Capacidade milagreira. Poder oculto, exercício
de influências misteriosas. Proteção contra as forças obscuras e os encantamentos.
– Mental: Grande atividade, mas totalmente egoísta e sem preocupação pela justiça.
– Sentido negativo: A ação parte de uma base má e seus efeitos podem ser calamitosos.
Desordem, inversão de planos, coisas obstruídas. Do ponto de vista da saúde: ampliação
do mal, complicações. Disfunção. Superexcitação, sensualidade. Ignorância, intriga.
Emprego de meios ilícitos. Enfeitiçamento, fascinação repentina, escravidão e dependência
dos sentidos. Debilidade, egoísmo.
Sobre a Carta: A primeira impressão em nossa cultura é de ser uma carta negativa, porém
o Diabo aqui representa o máximo do ser humano, esperto, sensual, realizador, charmoso,
com poder de convencimento, o indivíduo que faz e acontece por si e para si, não
necessariamente egoísta, talvez egoico, pois não quer especificamente fazer o mal ao
próximo. Porém é uma carta tênue, um fio da navalha, não quer fazer o mal, mas se o outro
estiver em seu caminho, será que o altruísmo falará mais alto?
14 – A Temperança
Fig. 2
Correspondência:
Letra Hebraica: סSamech (Apoio ou Escora); Signo: Sagitário;
Runa: Gebo;
Dados: [3][5];
Cor: Azul;
Som: Sol Sustenido.
Palavras Chave
A alquimia, a transmutação dos elementos. Renovação da vida, influência celeste,
circulação, adaptação. Serenidade. Harmonia. Equilíbrio. Tolerância, paciência, praticidade,
felicidade. Aceitação dos acontecimentos, flexibilidade para adaptar-se às circunstâncias.
Educação, trato social. Caráter elástico para enfrentar as transformações. Temperamento
descuidado.
13 – A Morte
Fig. 3
Correspondência:
Letra Hebraica: נNum (Peixe);
Signo: Escorpião;
Runa: Nauthiz;
Dados: [3][4];
Cor: Verde-Azulado;
Som: Sol Natural.
Palavras Chave
Grandes transmutações e novos espaços de realização. Dominação e força. Renascimento,
criação e destruição. Fatalidade irredutível. Fim necessário. Fim de uma fase. Abandono de
velhos hábitos. Profundidade, penetração intelectual, pensar metafísico. Discernimento
severo, sabedoria drástica. Resignação, estoicismo, dom para enfrentar situações difíceis.
Indiferença, desapego, desilusão.
Sobre a Carta: Não necessariamente a morte física, mas sim uma morte parcial, assim
como a lagarta morre para tornar-se borboleta, não é mais lagarta, é outra coisa, mas ainda
é lagarta, em outra forma, com outras potencialidades. Deixar-se morrer é saber viver, não
há controle sobre tudo, se é que há controle sobre algo, tememos a morte, e quando ela
vem, nem sequer vivemos. Ela vem para todos, evolui todos, sejam reis, crianças, papas ou
plebeus. Todos os homens merecem morrer.