Você está na página 1de 19

MANUAL DE MONTAGEM OUTUBRO/2002

É importante que o montador conheça as considerações de utilização do


parafuso, para que dê o aperto ou torque adequado.
A NBR 8800/86, item 7.7.4, diz: “Os parafusos de alta resistência devem ser
apertados de forma a obter uma força mínima de proteção adequada a cada diâmetro e
tipo de parafuso usado, como indicado na tabela abaixo, independentemente de a ligação
ser por atrito ou por contato. O aperto deve ser aplicado pelo método da rotação da
porca, da chave calibrada, ou do indicador direto de tração”. A Tabela abaixo está de
acordo com o AISC / 89.
Tabela D – Força de protensão mínima nos parafusos e valor de torque(a)
A 325 A 490
Tração Tração
Ø Parafuso Tração recomendada Torque (c) Tração recomendada Torque (c)
(d) mínima para calibragem aproximado mínima para calibragem aproximado
(b) (b)
Pol. mm tf kN (d) tf kN kgm Nm tf kN tf kN kgm Nm
½ 12,7 5,4 53 5,7 56 14 137 6,8 66 7,0 69 18,6 183
5/8 16 8,6 85 9,0 89 27 265 10,9 106 11,3 111 36,6 359
¾ 19 12,7 125 13,3 131 48 471 15,9 156 16,7 164 63,4 622
7/8 22 17,7 173 18,6 182 79 775 22,2 216 23,1 227 102,6 1007
1 25,4 23,1 227 24,2 238 118 1157 28,8 283 30,2 297 152 1494
1 1/8 28,6 25,4 250 26,7 262 145 1422 36,4 357 38,2 375 213 2089
1¼ 32 32,2 317 33,8 333 205 2011 46,2 453 48,5 476 310 3047
1 3/8 35 38,5 380 40,4 399 270 2648 54,8 538 57,5 564 403 3952
1½ 38 46,8 460 49,1 483 355 3482 67,2 659 70,6 692 535 5245
(a) Igual a 70% da resistência mínima à tração, especificada para o parafuso = 0,7 A n.Fu
(b) ~ 5% maior do que a tração mínima recomendada.
Se necessário, em função das condições de acesso ao parafuso e das folgas para manuseio da ferramenta, o aperto pode ser dado
girando-se a cabeça do parafuso e impedindo a porca de girar. Quando forem usadas chaves de impacto, sua capacidade deverá ser
suficiente para obter-se o aperto desejado de cada parafuso em aproximadamente 10 segundos.
(c) ~ 2 x d x tf
(d) 1 tf = 9,81 kN.

8 - Arruelas
Adicionalmente às exigências da tabela, deverão ser usadas arruelas endurecidas
nas seguintes situações:
a) Sob o elemento que gira (porca ou cabeça de parafuso) durante o aperto, no
caso de parafusos A490 apertados pelo método da rotação da porca e no caso
de parafusos A325 ou A490 apertados com chave calibrada (isto é, por
controle de torque);
b) Sob elemento que não gira durante o aperto, no caso de parafusos A490,
quando esse elemento se assenta sobre um aço estrutural com limite de
escoamento inferior a 2,8 tf/cm² (280 MPa)

8.1 – Aperto pelo método da rotação da porca

21
MANUAL DE MONTAGEM OUTUBRO/2002

Quando for usado o método de aperto pela rotação da porca para aplicar a força
de protensão mínima especificada na tabela, deve haver número suficiente de parafusos
na condição de pré-torque, de forma a garantir que as partes estejam em pleno contato. A
condição de pré-torque é definida como aperto obtido após poucos impactos aplicados
por uma chave de impacto, ou pelo esforço máximo aplicado por um indivíduo usando
uma chave normal. Após esta operação inicial, devem se colocados parafusos nos furos
restantes.
Esses parafusos também devem ser levados à condição de pré-torque. Todos os
parafusos de ligação deverão então receber um aperto adicional, através da rotação
aplicável da porca, como indicado na tabela. Esta operação deve começar na parte mais
rígida da ligação e prosseguir em direção às bordas livres. Durante essa operação, a
parte oposta àquela em que se aplica a rotação não pode girar.

8.2 – Aperto com chave calibrada


Quando forem usadas chaves calibradas, elas devem ser reguladas para fornecer
uma protensão pelo menos 5% superior à protensão mínima dada na tabela. As chaves
devem ser calibradas pelo menos uma vez por dia de trabalho, para cada diâmetro de
parafuso a instalar. Elas devem ser recalibradas quando forem feitas mudanças
significativas no equipamento ou quando for notada uma diferença significativa nas
condições de superfície dos parafusos, porcas e arruelas. A calibragem deve ser feita por
meio de aperto de três parafusos típicos de cada diâmetro, retirados do lote de parafusos
a serem instalados, em um dispositivo capaz de indicar a tração real no parafuso.
Na calibragem deve ser verificado que, durante a instalação dos parafusos na
estrutura, a calibragem escolhida não produza uma rotação da porca ou da cabeça do
parafuso, a partir da posição de pré-torque, superior à indicada na tabela. Caso sejam
usadas chaves manuais com torquímetro, quando o torque for atingido as porcas deverão
estar em movimento de aperto. Durante a instalação de vários parafusos na mesma
ligação, aqueles já apertados previamente devem ser testados com a chave e
reapertados caso tenham “folgado” durante o aperto de parafusos subsequentes, até que
todos os parafusos atinjam o aperto desejado.

Rotação da porca (a) a partir da posição de pré-torque.


Disposição das faces externas das partes parafusadas
Comprimento do Uma das faces normal Ambas as faces inclinadas
parafuso (medido da ao eixo do parafuso e a em relação ao plano
parte inferior da cabeça Ambas as faces normais outra face inclinada não normal ao eixo do parafuso
à extremidade) ao eixo do parafuso
mais que 1:20 (sem não mais que 1:20 (sem
arruela biselada) arruelas biseladas)

22
MANUAL DE MONTAGEM OUTUBRO/2002

Inferior ou igual a 4 1 1 2
diâmetros
de volta volta de volta
3 2 3
Acima de 4 diâmetros 1 2 5
até no máximo 8 volta de volta de volta
diâmetros, inclusive 2 3 6
Acima de 8 diâmetros 2 5
até no máximo 12 de volta de volta 1 volta
diâmetros(b) 3 6
a) A rotação da porca é considerada em relação ao parafuso, sem levar em conta o elemento que está sendo girado (porca ou
parafuso). Para parafusos instalados com ½ volta ou menos, a tolerância na rotação é de mais ou menos 30°; para parafusos
instalados com 2/3 de volta ou mais, tolerância na rotação é de mais ou menos 45°.
b) Nenhuma pesquisa foi feita para estabelecer o procedimento a ser usado para aperto pelo método da rotação da porca, para
comprimentos de parafusos superiores a 12 diâmetros. Portanto, a rotação necessária deverá ser determinada por ensaios em
um dispositivo adequado, que meça a tração e simula as condições reais.

8.3 – Aperto pelo uso de um indicador direto de tração


É permitido apertar parafusos por esse método, desde que possa ficar
demostrado, por um método preciso de medida direta, que o parafuso ficou sujeito à força
mínima de protensão dada na tabela, após o aperto.

8.4 – Reutilização de parafusos


Os parafusos A490 e os parafusos A325 galvanizados não podem ser reutilizados.
Os demais parafusos A325 podem ser reutilizados uma vez, se houver aprovação do
engenheiro responsável. O reaperto de parafusos previamente apertados e que se
afrouxarem durante o aperto de parafusos vizinhos não é considerado como reutilização.
Para evitar erros na colocação dos parafusos, o montador deve trabalhar com a
lista de parafusos de campo elaborada pelo detalhamento, que indica, para cada junção,
quais os diâmetros, tipos e comprimento que serão usados.

8.5 – Inspeção (item 7.7.5 da NBR 8800/86)


1- “O inspetor deverá se assegurar de que, para toda a obra, sejam atendidos os
requisitos do capítulo 4.
O inspetor deve ter livre acesso para acompanhar a calibragem de chaves, conforme
prescrito em 8.2.
2- O inspetor deverá observar a instalação dos parafusos para determinar se o
procedimento de aperto que foi escolhido está sendo seguido de forma adequada,
devendo verificar se todos os parafusos estão sendo apertados. Parafusos apertados
pelo método da rotação da porca podem atingir protensões substancialmente mais
altas que as recomendadas na tabela, sem que isso constitua motivo para rejeição.
3- Quando for usado o método do indicador direto de tração, o inspetor deverá observar
a instalação dos parafusos para determinar se o procedimento de aperto que foi

23
MANUAL DE MONTAGEM OUTUBRO/2002

aprovado está sendo usado devidamente e deverá verificar se foi atingida a protensão
correta, conforme a tabela.
4- Quando houver diferença de opinião quanto aos resultados de inspeção da força de
protensão obtida pelo método da rotação da porca ou da chave calibrada, a seguinte
inspeção de arbitragem deve ser usada, a menos que outro procedimento tenha sido
especificado:
a) O inspetor deve usar uma chave de inspeção com torquímetro;
b) Três parafusos do mesmo tipo, diâmetro (com um comprimento que seja
representativo dos parafusos usados na estrutura) e condições daqueles sob
inspeção, devem ser colocados individualmente em um dispositivo de calibragem
capaz de indicar a tração no parafuso. A superfície sob a parte a ser girada
durante o aperto de cada parafuso deve ser igual à superfície correspondente da
estrutura, isto é, deve existir uma arruela sob a parte que gira, caso sejam usadas
arruelas na estrutura, ou, se estas não forem usadas, o material adjacente à parte
que gira deve ser a mesma especificação do material correspondente na
estrutura;
c) Cada parafuso especificado na alínea b) deve ser apertado no dispositivo de
calibragem por qualquer método conveniente, até atingir uma condição inicial com
aproximadamente 15% do valor da protensão exigida para o parafuso na tabela, e
a seguir até atingir o valor daquela protensão. O aperto dado após a condição
inicial não pode resultar em rotação da porca maior que a permitida na tabela. A
chave de inspeção deve então ser aplicada ao parafuso que foi apertado,
devendo ser determinado o torque necessário para girar a porca ou a cabeça de 5
graus, no sentido de aperto. O torque médio obtido nos ensaios de três parafusos
deve ser tomado como o torque de inspeção da obra, a ser usado da maneira
especificada na alínea d) seguinte;
d) Os parafusos representantes pela amostra obtida como na alínea (b), e que
tenham sido apertados na estrutura, devem ser inspecionados pela aplicação, no
sentido do aperto, da chave de inspeção e seu respectivo torque de inspeção da
obra; isto deve ser feito em 10% dos parafusos, porém, em não menos de dois,
escolhidos aleatoriamente em cada ligação. Se nenhuma porca ou cabeça de
parafuso girar pela aplicação do torque de inspeção da obra, a ligação deve ser
aceita como adequadamente apertada. Se alguma porca ou cabeça de parafuso
girar pela aplicação do torque de inspeção, esse torque deve ser aplicado a todos
os parafusos da ligação, e todos os parafusos cuja porca ou cabeça girarem pela
aplicação do torque de inspeção da obra devem ser apertados e reinspecionados

24
MANUAL DE MONTAGEM OUTUBRO/2002

ou, alternativamente, o fabricante ou montador, à sua escolha, poderá reapertar


todos os parafusos na ligação, re-submetendo-a à inspeção especificada.

9 - Soldagem
A soldagem de campo é outro processo indicado como solução ideal para ligação
de algumas peças ou de toda uma obra, dependendo das circunstâncias favoráveis que
envolvem este processo.
Para execução das conexões soldadas, o montador dispõe das informações
contidas nos diagramas de montagem e nas listas de eletrodos referentes aos detalhes
de solda, à localização das conexões soldadas, ao tamanho ou tipo de eletrodo, ao tipo
da junta que pode ser executada em filete de topo, com penetração total ou parcial.
Qualquer outro tipo de operação, como, por exemplo, se há ou não necessidade de pré-
aquecimento, deve vir especificado para o montador no procedimento de solda.
Todas as partes de superfície que recebem soldas devem ser totalmente limpas,
de modo a ficarem isentas de matérias estranhas com tintas, graxas etc..
Símbolos Básicos de Solda

SÍMBOLOS BÁSICOS DE SOLDAGEM E SUA LOCALIZAÇÃO

SOLDA EM CHAMFRO
LOCA- RETO OU S/ MEIO V U OU J OU COM FACE C/ UMA FACE
V OU X
LIZAÇÃO CHAMFRO OU K DUPLO U DUPLO J CONVEXA CONVEXA
LADO
DA
SETA

LADO
OPOSTO

AMBOS
OS
LADOS

S/ INDICAÇÃO
DE NÃO USADO NÃO USADO NÃO USADO NÃO USADO NÃO USADO NÃO USADO
LADO

25
MANUAL DE MONTAGEM OUTUBRO/2002

SÍMBOLOS BÁSICOS DE SOLDAGEM E SUA LOCALIZAÇÃO


SOLDA TAMPÃO POR PONTO REVESTI- ENCAIXE FECHAMENTO OU ARESTA
LOCA- EM ÂNGULO COSTURA SUPORTE P/ JUNTA
LIZAÇÃO OU FENDA OU PROJEÇÃO MENTO BRAZADA

LADO
DA
SETA

LADO
NÃO USADO
OPOSTO

AMBOS
OS NÃO USADO NÃO USADO NÃO USADO NÃO USADO NÃO USADO NÃO USADO NÃO USADO
LADOS

S/ INDICAÇÃO
DE NÃO USADO NÃO USADO NÃO USADO NÃO USADO NÃO USADO NÃO USADO NÃO USADO
LADO

Localização dos elementos no símbolo de exame não-destrutivos


Quantidade de
exames Comprimento da seção
a ser examinada
(N)
Linha de Exame a executar
referência no campo

CAUDA LADO
AMBOS OS LADOS

OPOSTO
Exame a executar
Procedimento, em todo o contorno
especificação L
ou outra
referência
LADO
DA
SETA

Notação do exame

São as seguintes as notações empregadas para os exames não-destrutivos em


uso:
Na Petrobrás Na AWS A 2.4
- Radiografia RAD RT
- Ultra-som US UT
- Partículas magnéticas PM MT
- Líquido penetrante LP PT
- Teste por pontos TP --
- Teste por estanqueidade ES LT
- Visual EV VT

Os exemplos a seguir ilustram a utilização dos símbolos de exames não-


destrutivos com os diversos elementos que os compõem. Notar que quando não houver
obrigatoriedade de executar o exame por um lado específico, o posicionamento dos
símbolos será na interrupção da linha de referência.

26
MANUAL DE MONTAGEM OUTUBRO/2002

PM
RAD

a b

PM + LP EV
US + RAD

c d

PM 100
LP 200

e f

RAD 25%
PM 50%

g h

5 - RAD
2 - US

i j

US
PM

l m

Exemplos de indicação de exames não-destrutivos, significando:


a- Radiografia, lado da seta
b- Partículas magnéticas, sem lado específico
c- Exames combinados, partículas magnéticas e líquido penetrante, lado oposto

27
MANUAL DE MONTAGEM OUTUBRO/2002

d- Exames combinados de ultra-som e radiografia do lado da seta e exame visual


do lado oposto
e- Exame de partículas magnéticas a ser executado numa extensão de 100 mm
f- Exame de líquido penetrante a ser executado numa extensão de 200 mm
g- Exame parcial de radiografia em 25% de toda a extensão soldada, em locais
selecionados
h- Exame parcial de partículas magnéticas em 50% de toda extensão soldada,
em locais selecionados
i- Quantidade = 5 de radiografias a serem executadas
j- Quantidade = 2 de exames de ultra-som a serem executados
l- Exame de partículas magnéticas a ser executado em todo o contorno da peça
m- Exame de ultra-som a ser executado em todo o contorno da junta soldada

10 – Montagem das Estruturas Metálicas:


Entende-se como montagem o ato de unir-se as peças que vão compor uma
estrutura final, conforme especificado nos desenhos de projeto. Uma montagem bem
elaborada necessita acima de tudo de um bom planejamento. A montagem da estrutura
metálica se caracteriza pela rapidez, precisão, adaptabilidade e confiabilidade.
Além dos equipamentos apropriados para a montagem em questão, também é
fundamental que se tenha recursos humanos dentro dos mais requisitos de
especialização que se possa pensar, pois destes recursos é que se tem a garantia do fiel
cumprimento do projeto, com segurança e qualidade. Acrescentando a estas
providências, o canteiro deve receber, também, diagramas de montagem, listas de
parafusos, listas de eletrodos de solda e de outros acessórios que sejam indispensáveis
a montagem de campo. É importante que recebam uma cópia dos desenhos de detalhes,
para se obter informações de peso das peças, facilita qualquer correção no campo,
devido a erros de detalhe ou fabricação.
O montador com sua experiência deve saber que uma obra em sua fase de
montagem não tem a sua estabilidade de projeto garantida, pois, muitas peças que ainda
não foram colocadas faz com que haja cargas não previstas em outras peças, tornando
necessário alguns escoramentos ou travamentos provisórios.
Cada obra tem suas peculiaridades, o que os diferem na sua metodologia de
montagem e consequentemente no planejamento. Como exemplo, podemos citar a
montagem de um edifício comercial de andares múltiplos de estrutura mista, onde neste
caso as lajes tem função estrutural. O montador tem que se envolver com o projetista

28
MANUAL DE MONTAGEM OUTUBRO/2002

afim de se obter conhecimentos que o auxilie na montagem, pois, o prosseguimento


desta montagem dependerá também da concretagem das lajes.

Fotos de prédios comercial - Estrutura mista.

Edifícios industriais, estão sujeitos a vários fatores que influenciam na sua


montagem pois, podem tratar-se de obras agregadas a outras existentes, cuja produção
não pode parar . Neste caso, um estudo de engenharia deverá ser elaborado para
viabilizar a montagem. O mesmo procedimento deverá ser adotado para obras que tem
interferências diversas, principalmente com construção civil.
Em montagem de edifícios industriais, a estabilidade longitudinal é feita por
contraventamentos verticais, entre colunas, que é por onde se deve iniciar a montagem
(figura abaixo), ou pela colocação de um provisório. A estabilidade lateral é conseguida
pela montagem dos contraventamentos nos planos das terças ou das cordas inferiores
das tesouras.
Ao contrário dos edifícios de andares múltiplos, que se consistem somente de
vigas, colunas e contraventamento, os edifícios industriais constituem-se de um grande
número de diferentes elementos, com pesos e características bastante diferentes entre si.
Assim o processo de montagem será bem distinto do anterior.
Os edifícios industriais são normalmente construções aporticadas em forma de
nave, com um grande espaço interno, sem pavimentos intermediários, tesouras treliçadas
de grande vão, vigas de rolamento para as pontes rolantes, além de tapamentos laterais,
lanternins e monovias.
Após a montagem deste módulo contraventado, progride-se em ambas as
direções, partindo deste, até as extremidades do edifício.

29
MANUAL DE MONTAGEM OUTUBRO/2002

Como principal característica dos edifícios industriais, destaca-se aquela em que


os elementos estruturais quando em serviço sempre são contidos por outro elementos,
garantindo assim a estabilidade do conjunto do edifício. O ponto crítico é exatamente
este: Durante a montagem, nem sempre os elementos que dão estabilidade a um
determinado conjunto já estão montados, ocorrendo temporariamente uma situação
instável não prevista no projeto.
Cabe ao montador criar elementos auxiliares, de utilização temporária, para
garantir a segurança total durante a montagem, como por exemplo: contraventamentos
provisórios, estais ou guindaste auxiliar. Outro critério é sequenciar a montagem dos
elementos de modo que o anterior garanta a estabilidade do seguinte.
Deve-se procurar pré-montar sobre o solo o máximo de elementos possível,
condicionado pela capacidade do guindaste, pelos pontos de pega e pela estabilidade do
elemento pré-montado, quando do içamento.

Foto de um Galpão Industrial

Estruturas Espaciais: é um tipo de montagem que se difere das outras, em todos


os sentidos. Normalmente, muitos montadores não gostam de trabalhar com este tipo de
estruturas, por se tratar de montagens atípicas, o que requer mão de obra e
equipamentos diferenciados das outras montagens. Muitas vezes as estruturas espaciais
são totalmente pré-montadas no solo e posteriormente içadas para seus apoios

30
MANUAL DE MONTAGEM OUTUBRO/2002

definitivos através de “Pau de Carga”, ou fazer escoramentos provisórios até o momento


final da montagem.

Foto de uma estrutura espacial na fase de seu içamento, após sua pré-montagem no solo.

Fase do içamento das estruturas pré-montadas no solo.

31
MANUAL DE MONTAGEM OUTUBRO/2002

11 – Pontes Rodoviárias, Ferroviárias e Viadutos


O emprego de recursos nestas montagens são de acordo com a localização das
mesmas, podendo ser em um grande centro urbano ou num local totalmente isolado e
distante, sobre um rio fácil de navegar ou um inavegável. A montagem poderá ser por
meio de utilização de guindaste ou pelo sistema de lançamento com a utilização de
estruturas auxiliares (bico de lançamento). As vezes nem sempre a obra mais bem
localizada e com mais recurso, torna-se melhor de montar. A nível de comparação,
podemos citar a montagem de um viaduto em um grande centro urbano, com intenso
tráfego de veículos e pedestres que somente poderá ser interrompido em horários
noturnos ou de fim de semana, a uma montagem idêntica em local diferente. Com
certeza o montador preferirá a segunda opção, que lhe proporcionará mais tempo integral
de trabalho, com cronograma mais curto, menor custo e principalmente sem se estressar
muito.
No caso de montagem de pontes pelo sistema de lançamento, o planejamento
será acompanhado por um engenheiro projetista. O importante é que antes de tudo, se
faça uma visita técnica ao local de montagem e trazer dados suficientes para o projeto de
lançamento (situação do terreno, encontros, acessos, recursos locais, etc.), também
sabendo sobre o que a ponte se localizará, se sobre um rio ou sobre precipício com
depressões variáveis é muito importante pois, daí se tem uma idéia de trabalho.
Quanto aos tipos de ligações, na montagem das estruturas metálicas prevalecem
os procedimentos das paginas 20 a 27.
A montagem de pontes e viadutos apresenta um problema fundamental: preservar
a integridade da estrutura durante a montagem, visto que normalmente ocorrem nesta
fase esforços bem diversos daqueles previstos no projeto.
A capacidade da estrutura de suportar as sobrecargas durante a montagem
depende antes de tudo da diferença entre os esquemas estáticos de montagem e o da
estrutura em serviço, bem como o da parcela do peso próprio em relação as cargas
acidentais e permanentes (veículos, tabuleiro, etc.), inexistentes durante a montagem.
Um problema típico da montagem de pontes é a necessidade de estruturas
auxiliares de custo relativamente elevado, e que devem ser padronizados de modo a
serem reutilizados em outras obras.

11.1 – Lançamento
A ponte tem o seu lançamento partindo de uma área de pré-montagem localizada
em uma das margens, tracionado por meio de guinchos ou tirfors; ou mesmo deslocada
com o emprego de macacos especiais, deslizando sobre roletes ou lagartas.

32
MANUAL DE MONTAGEM OUTUBRO/2002

Resumidamente as fases de lançamento são as seguintes:


1) Preparação da área de pré-montagem, com o nivelamento de apoios
provisórios conforme a contraflecha de projeto;
2) Sistematização do plano de lançamento com a instalação de lagarta, roletes,
guinchos e estruturas auxiliares, etc.;
3) Pré-montagem das treliças ou vigas com a execução de suas emendas,
controle de qualidade de soldas e contraflechas;
4) Montagem do bico de lançamento e de um eventual contrapeso na parte
traseira;
5) Instalação de roletes ou lagartas nos apoios intermediários e encontros;
6) Sistematização do mecanismo de avanço e de frenagem;
7) Lançamento;
8) Arriamento da ponte sobre os apoios definitivos por meio de macaqueamento,
paus de carga, guindastes, etc..
Esta montagem apresenta diversas vantagens. A pré-montagem da estrutura e a
execução das emendas ocorrem sobre o solo, na área de pré-montagem, com todos os
benefícios que isto traz à rapidez e segurança dos serviços. O lançamento de pontes,
apesar de exigir um considerável trabalho de preparação de seu plano de montagem, é
uma operação de curta duração.
Quanto à preparação deste plano, requer uma estreita colaboração entre
projetista e montador, visto que determinadas condições locais podem até mesmo
condicionar a solução estrutural.
Acima de tudo, deve-se empreender a um cuidadoso estudo dos esforços a que a
estrutura ficará submetida em cada uma das fases de lançamento, inclusive da
estabilidade de elementos isolados, esmagamento da alma, inversão de momentos,
prevenção contra o tombamento, dimensionamento do bico de lançamento e estruturas
auxiliares. O coeficiente de segurança contra o tombamento não deverá ser inferior a
1,50.

33
MANUAL DE MONTAGEM OUTUBRO/2002

Lançamento com apoios intermediários

E1 P1 P2 E2

E1 P1 P2 E2

PARA QUE NÃO HAJA SOBRECARGA NO BICO


DE LANÇAMENTO, ESTES APOIOS NÃO PODEM
PERDER O CONTATO COM A ESTRUTURA DA
PONTE.

E1 P1 P2 E2

34
MANUAL DE MONTAGEM OUTUBRO/2002

Foto de montagem de uma Ponte ferroviária com a utilização de guindaste.

12 – Obras Provisórias
São caracterizadas obras provisórias, aquelas que tem como objetivo atender a
uma situação em determinado momento, seja ela de grande ou pequeno porte, as
considerações deverão ser as mesmas, pois, geralmente trata-se de obras que envolvem
acessos e concentração de pessoas. Por isso engana-se aquele montador que coloca
este tipo de montagem em segundo plano.
Em destaque algumas montagens provisórias:
- Stand’s;
- Palanques para comícios;
- Arquibancadas para shows;
- Passarelas;
- Coberturas;
- Cimbramentos, etc.
Em caso de estruturas tubulares normalmente as recomendações gerais, são
feitas pelo fornecedor.

35
MANUAL DE MONTAGEM OUTUBRO/2002

Fotos de Obras Provisórias.

13 – Montagem de Telhas de Cobertura e Tapamento


O montador deverá se certificar do perfeito alinhamento das terças e vigas do
tapamento, garantindo o paralelismo entre si, o que permite que a furação das telhas

36
MANUAL DE MONTAGEM OUTUBRO/2002

para instalação dos acessórios de fixação (parafusos, grampos, etc.), coincidam com as
vigas metálicas, em casos de ser por meio de parafusos auto-atarraxantes ou auto-
brocante e que em casos da fixação das telhas ser por meio de grampos a furação não
coincidam com as vigas metálicas.
A instalação das telhas deverá ser feita sempre que possível, no sentido contrário
ao do vento predominante da região.

A montagem da cobertura, inicia-se do beiral para a cumeeira e para o tapamento


sempre de baixo para cima.
Muita atenção para o esquadrejamento da primeira telha, dela será o ponto de
partida para o perfeito alinhamento longitudinal.
A sobreposição das telhas será indicada no projeto ou recomendação do
fabricante. Para este fim, deverá haver desenhos específicos no canteiro de obra ou
catálogo do fornecedor.

Observe a direção do vento e monte as telhas em sentido contrário iniciando do beiral para a cumeeira.

37
MANUAL DE MONTAGEM OUTUBRO/2002

Recomendações para a montagem das telhas


- Cobertura, o içamento com a utilização de cabos de aço deverá ser evitado
pois, o mesmo danifica as telhas, dê preferência a utilização de cintas ou cordas
apropriadas.

Observe através do desenho como as telhas devem ser elevadas

Evitar o acúmulo de telhas estocadas nas vigas da cobertura, evitando sobrecarga


e riscos das ações do vento, prever sempre a subida de telhas que atendam as jornadas
diárias, mesmo assim nunca deixa-las desprovidas das ações do vento ou de quedas
acidentais. Nunca deixar telhas depositadas provisoriamente de um dia para o outro. As
sobras de telhas da jornada de trabalho diária deverão ser transportadas para o solo.
Utilizar sempre mão de obra habilitada.
Durante a montagem ou depois de concluída, não pise diretamente sobre as
telhas, use tábuas apoiadas em três terças. Em cobertura muito inclinada amarre as
tábuas para evitar deslizamento. O uso de sarrafos pregados nas tábuas para locomoção
é necessário, também instalar cabos de aço para fixação de cintos de segurança.

Adote tábuas apoiadas no mínimo em 3 terças para maior segurança.

38
MANUAL DE MONTAGEM OUTUBRO/2002

- Tapamento, a execução pode ser por intermédio de andaimes suspensos ou de


preferência torres elevadiças que embora tenha o acesso limitado e um custo
considerável. No caso custo - beneficio e segurança, compensa e justifica o seu aluguel.
Sabendo que esta montagem é atípica, muitas vezes este serviço é subcontratado
à empresa exclusiva do ramo.

39

Você também pode gostar