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FACULDADE ADELMAR ROSADO

CURSO DE BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL

PROCESSO DE TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NA


PREVENÇÃO AO USO DE DROGAS

Teresina – PI
2018
PROCESSO DE TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NA
PREVENÇÃO AO USO DE DROGAS

Projeto de Pesquisa apresentado na Faculdade Adelmar Rosado –FAR como nota final
para a conclusão da disciplina Pesquisa em Serviço Social do Curso de Serviço Social.
Orientador (a):

Teresina – PI
2018
SUMÁRIO

1. TEMA ........................................................................................................................ 3
2. PROBLEMÁTICA ................................................................................................... 4
3. JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 5
4. OBJETIVOS ............................................................................................................... 6
4.1GERAL .................................................................................................................. 6
4.2ESPECIFICOS ...................................................................................................... 6
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................... 7
5. METODOLOGIA DA PESQUISA ....................................................................... 11
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 12
1. TEMA

Processo de trabalho do assistente social na prevenção ao uso de drogas.


2. PROBLEMATIZAÇÃO

Como as práticas do processo de trabalho do assistente social contribuem para a prevenção do


uso de drogas?
3. JUSTIFICATIVA

Por se tratar de um tema relevante na sociedade, este trabalho de pesquisa tem a


finalidade de reflexão sobre as possibilidades para o trabalho do profissional do serviço social
relacionado com a Política Nacional sobre Drogas, entendendo as necessidades de ações
interdisciplinares de forma a promover a prevenção ao uso de drogas. Podemos considerar
também que o tema é relevante para o conhecimento do acadêmico de serviço social por se
tratar de uma expressão da questão social, que é o objeto de trabalho do assistente social. O uso
de drogas é um fenômeno que constitui um grave problema de saúde pública, com serias
consequências pessoais e sociais no futuro de jovens e de toda a sociedade. Por se tratar de uma
política pública a Política Nacional sobre Drogas configurar-se como possibilidade de trabalho
efetivo na defesa de direitos e principalmente como participação nesse conjugar de esforços
com vistas à prevenção do uso de drogas. Por isso a inserção do profissional de serviço social
nesse âmbito pode ser entendida para além da possibilidade de ocupação profissional, mas como
dever uma profissão que tem como caráter o compromisso ético da defesa e aprofundamento
da cidadania.
Diversos trabalhos apontam que o aprofundamento dessa temática ainda é lento na área
do Serviço Social. Esta pesquisa pretende dentro dos limites possíveis ampliar o debate acerca
da prevenção ao uso de drogas para que sejam absorvidos os conhecimentos necessários para
as práticas do profissional e haver maior competência para o trabalho prático.
4. OBJETIVOS

4.1 OBJETIVO GERAL

 Identificar as práticas do assistentes sociais na prevenção ao uso de drogas.

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Analisar as principais políticas públicas na prevenção do uso de drogas no Brasil;


 Realizar um levantamento sobre a discussão do uso de drogas nas produções científicas
do Serviço Social;
 Verificar como o assistente social articula suas práticas vinculada às políticas públicas
de prevenção ao uso de drogas.
5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Em toda e qualquer abordagem sobre drogas algumas orientações se fazem necessárias:


ao próprio conceito de dependência química, pois nem todos os usuários são “dependentes
químicos”, havendo níveis de progressão de uso que devem ser considerados tanto pela família
quanto pela própria sociedade. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) a
dependência química ocorre quando há alterações prejudiciais no funcionamento e estrutura de
uma pessoa. Esta é produto de uma série de fatores e atinge o ser humano em três dimensões
básicas, a biológica, a psíquica e a social. Outro aspecto a ser destacado refere-se à progressão
do uso: onde teríamos o uso, o abuso e a dependência química, necessitando intervenções de
acordo com a peculiaridade de cada situação. (CASTRO; ROSA, 2010).
De acordo com o Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas – OBID
(BRASIL, 2010) as intervenções podem ser feitas em três níveis: prevenção primária,
secundária e terciária. Na prevenção primária o objetivo é evitar que o uso de drogas se instale
ou retardar o seu início. A prevenção secundária destina-se a pessoas que já experimentaram
drogas ou usam-nas moderadamente e tem como objetivo evitar a evolução para usos mais
frequentes e prejudiciais. Isso implica um diagnóstico e o reconhecimento precoce daqueles
que estão em risco de evoluir para usos mais prejudiciais. Já a prevenção terciária diz respeito
às abordagens necessárias no processo de recuperação e reinserção dos indivíduos que já têm
problemas com o uso ou que apresentam dependência. (CASTRO; ROSA, 2010).
Somente a partir dessas definições conceituais, visto que há uma variedade de
dimensões possíveis de serem abordadas relativas as drogas, a proposta desta pesquisa
contempla as tanto as chamadas drogas lícitas quanto ilícitas e em relação ao padrão de
consumo, considerando a prevenção como ponto de partida, a categoria selecionado é o uso,
pois evitar o primeiro passo para a dependência é o mais importante. Conforme o Programa
Nacional Sobre Drogas a prevenção trata de desenvolver ações firmadas em princípios éticos e
direcionadas ao desenvolvimento humano. A prevenção deve ser entendida como processo
político e participativo de reflexão acerca do uso de drogas licitas e não licitas e seus efeitos
nas dimensões físico/biológicas, psíquicas e sociais. (SANTOS; FREITAS, 2012).
Durante o Seminário Internacional de Políticas Públicas sobre Drogas em 2004 foi
debatida uma atualização da política de forma que ampliasse a participação popular e da
academia, nesse sentido a Política Nacional Antidrogas passou a ser nomeada de Política
Nacional sobre Drogas (PNAD), sendo aprovada em 2005. A PNAD trouxe pressupostos,
diretrizes, objetivos e estratégias para redução de oferta e demanda do uso de drogas dividida
em cinco capítulos: 1) Prevenção; 2) Tratamento, recuperação e reinserção social; 3) Redução
de danos sociais e a saúde; 4) Redução de oferta e; 5) Estudos, pesquisas e avaliações. (CRUZ,
2015).
Um dos pressupostos da Política Nacional Sobre Drogas é priorizar a prevenção no
enfrentamento ao uso de drogas, entendida aqui como “fruto do comprometimento, da
cooperação e da parceria entre os diferentes segmentos da sociedade brasileira e dos órgãos
governamentais, federal, estadual e municipal [...]” (BRASIL, 2005, p.04).
Esta reconceituação é significativa para o trabalho do assistente social nos espaços em
que se desenvolvem ações de prevenção ao uso de drogas, pois evidencia a necessidade deste
de comprometer-se e compartilhar responsabilidades, implicando novos desafios. Um destes é
a necessidade de articulações com as políticas públicas. A política pública de assistência social
tem construído significativos avanços nas últimas três décadas, desde que foi reconhecida como
tal. Ela passa a ter objetivos para além da “ajuda”, articuladas a outras políticas como a da
saúde, por exemplo, passa a ter papel fundamental na prevenção ao uso de drogas com a
aprovação em 2004 da Política Nacional de Assistência Social (PNAS). Em relação a Política
Pública de Saúde, esta abre espaços significativos aos assistentes sociais, com uma concepção
para além do “tratamento”, partindo da prevenção como estratégia que traz resultados
significativos. Entende-se que o usuário como sujeito de direitos (assistência social) e bem estar
(saúde) são elementos essenciais de políticas de prevenção ao uso de drogas. (SANTOS;
FREITAS, 2012).
Feitas as devidas considerações, no que diz respeito a inserção de políticas públicas
sobre drogas e sobre os instrumentos legais já existentes sobre seu uso, é necessário transpor as
barreiras entre Serviço Social e Prevenção ao uso de drogas através de uma discussão mais
ampla de abordagens que envolvem a complexidade do tema. É extremamente oportuno que
nossa inserção enquanto profissionais da assistência social na prevenção ao uso de drogas se
fundamente em autores do Serviço Social. A questão das drogas não deve ser entendida como
uma questão em si, mas expressão de interesses econômicos e políticos nem sempre visíveis.
Como expressão da questão social, a problemática das drogas atravessa diferentes profissionais,
dentre estes, o assistente social. Como fenômeno revestido em dúvidas está na pauta da
produção do conhecimento da área do Serviço Social. (CRUZ, 2015; BASÍLIO-DENADAI;
GARCIA, 2016).
Em documento intitulado “O debate contemporâneo sobre o uso de drogas” o Conselho
Federal de Serviço Social (CFESS) em junho de 2011 no Dia Internacional sobre Drogas
destaca que:

[...] o debate contemporâneo sobre os usos de drogas na realidade


brasileira tem profunda relação com o debate sobre a questão social, daí
a importância de um posicionamento fundamentado e coerente com o
projeto profissional do Serviço Social diante do uso de drogas como
prática social e das respostas formuladas pela sociedade brasileira à essa
prática (CFESS, 2011, on-line).

A trajetória histórica do Serviço Social, construída no interior do Movimento de


Reconceituação brasileiro, foi o marco de rompimento com o tradicionalismo da profissão, cujo
resultado foi a construção de um Projeto Profissional comprometido com a consolidação e
ampliação da cidadania, defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do autoritarismo.
Essa direção assumida pela profissão coloca para os assistentes sociais a necessidade de
posicionamento e de fornecer respostas concretas ultrapassado o imediatismo, o senso comum
e a fragmentação que marcam o cotidiano da atuação profissional. Nesse sentido, a premissa é
que o Serviço Social brasileiro precisa amadurecer e fundamentar sua posição no debate
contemporâneo sobre o tema drogas e as formas de estabelecimento de seu uso. (BASÍLIO-
DENADAI; GARCIA, 2016).
Uma vez que todas as profissões possuem limites, o Serviço Social não foge à essa regra.
Os limites e contradições impostas pelas condições concretas de que o assistente dispõe para
trabalhar não devem ser entendidos como empecilhos para a execução de sua prática, ao
contrário, deve entender que sua prática é desenvolvida dentro destes limites e contradições,
uma vez que a profissão insere-se na sociedade e está permeada de interesses contraditórios.
(RODRIGUES, 2006).
De acordo com Espindola (2010) a proposta da Redução de Danos (RD) delineada na
Política de Atenção Integral a Usuários de Álcool e outras Drogas não é nem mesmo coerente
com a legislação atual que trata do problema das drogas no Brasil. Enquanto esta última atenta
para a necessidade de um mundo livre de drogas, propondo métodos limitadores das liberdades
individuais, a RD inova no trato aos usuários, tanto acerca do lugar que as drogas cumprem
historicamente na sociedade quanto na desmistificação da imagem do usuário de drogas. A
autora também complementa que a implementação e aceitação dos preceitos da RD no Brasil
não foi um processo tranquilo. Tratou-se e ainda se trata de uma estratégia que embora eficaz
encontroa muitos obstáculos para sua execução. Como já dito, há uma contradição entre o
proposto pelo Ministério da Saúde e o que preza a legislação brasileira sobre as drogas. Na
primeira admite-se a RD como estratégia considerável e a segunda em seu artigo 1º declara
urgente uma sociedade livre de drogas.
Portanto, o grande desafio para o profissional de Serviço Social é sobrepor preconceitos,
estigmas, estereótipos o qual são submetidos os dependentes químicos. Somente através da
postura crítica, investigativa e do decifradora da realidade, o profissional poderá transformar
esta condição de sofrimento por parte dos usuários de drogas e criar condições para um agir
competente e comprometido com a população, em especial as classes populares. É necessário
ao assistente social apropriar-se das políticas públicas voltadas ao seu público-alvo, promover
articulações no sentido ampliar o âmbito de cobertura dos direitos sociais destinados à
população. A tarefa do trabalho do assistente social perpassa pelo entendimento da competência
profissional, repensando as dimensões teórico-metodológicas; técnico-operativas e ético-
políticas, incorporando igualmente um projeto ético-político na busca da qualificação das ações,
que irão proporcionar ao usuário um atendimento adequado, comprometido com a melhoria da
qualidade de vida dos sujeitos envolvidos neste processo. Seguindo então estes pressupostos
básicos da ação profissional junto aos usuários e às famílias, o Serviço Social construirá junto
com os sujeitos sociais, a vivência da plena cidadania e da garantia de direitos, permitindo o
resgate de sua identidade, da autonomia e emancipação. (PETRY, 2005).
6. METODOLOGIA DA PESQUISA

A metodologia adotada é a pesquisa qualitativa, pois a quantitativa, tendo como base


dados numéricos e estanques, o objeto de pesquisa não seria contemplado em toda a sua
dimensão. De acordo com Bandeira (2014) a pesquisa qualitativa possibilita a apreensão do
conhecimento e realidade de forma mais ampla durante a investigação do tema.
Neste estudo o método empregado é o dialético-critico, reafirmando a especificidade do
Serviço Social no que tange a questão social, sendo o único método convergente com o projeto
ético-político profissional e com a proposta de formação da ABPESS que considera como
fatores dependentes um do outro história, teoria e método. (BANDEIRA, 2014).
Outro recurso utilizado foi a pesquisa bibliográfica e, a partir dela, a realização de um
estudo envolvendo as produções acadêmicas da área do Serviço Social. A pesquisa bibliográfica
coloca-se como de extrema relevância pela possibilidade de apresentar conclusões inovadoras
nos estudos, desfazendo o pensamento de algumas pessoas, de que trata-se apenas de uma
repetição do que já foi dito e escrito anteriormente. Essa pesquisa, divide-se em diversos tipos,
dentre eles o escolhido para esta produção: pesquisa bibliográfica em publicações, que
compreende o universo de artigos, TCC e Dissertações sobre o tema disponíveis ao público por
meio eletrônico. (BANDEIRA, 2014).
REFERÊNCIAS

BANDEIRA, Gabrieli de Souza . O trabalho do assistente social na política de atenção aos


usuários de drogas. 2014. Dissertação (Mestrado em Serviço Social). Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul, Programa de Pós-Graduação em Serviço Social, 2014.

BASÍLIO-DENADAI, Mirian Cátia Vieira; GARCIA, Maria Lúcia Teixeira. O Serviço Social
e a temática droga. Sociedade em Debate [online], v. 22, n. 1, p. 261-289, 2016.

BRASIL. Política Nacional Sobre Drogas. Brasília, Presidência da República, Secretaria


Nacional de Políticas sobre drogas, 2005.

CASTRO, Magali Sampaio de; ROSA, Lúcia Cristina dos Santos. [online] Prevenção do uso
de drogas: adolescência, família e escola. 2010.

CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL. Dia internacional de combate às drogas.


CFESS Manifesta 26 de junho de 2011. Disponível em:
<http://www.cfess.org.br/arquivos/cfessmanifesta2011_SSdebateusosdrogas_APROVADO.p
df>. Acesso em: 10 de novembro de 2018.

CRUZ, Tamara de Cáritas Silveira da. [online] Política sobre drogas: um debate necessário
sobre a intervenção do assistente social. 2012.

ESPÍNDOLA, Luciana Ferreira Gomes. Redução de danos: uma análise da prática profissional
das assistentes sociais nos Centros de Atenção Psicossocial em álcool e outras drogas CAPs-
AD. 2010. Dissertação (Mestrado em Serviço Social) – Programa de Pós-Graduação em Serviço
Social da Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2010.

PETRY, Eliane Maria. A inserção das famílias no tratamento e recuperação de usuários de


drogas na clínica caminho do sol: a ação do assistente social. 2005. Trabalho de Conclusão
de Curso (Bacharelado em Serviço Social). Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianopólis, 2005.
RODRIGUES, Janaina dos Santos. Serviço Social e Dependência Química: uma relação em
construção. 2006.Dissertação (Mestrado em Serviço Social) – Programa de Pós-Graduação em
Serviço Social, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007.

SANTOS, Arlei Rosa dos; FREITAS, Tais Pereira de. [online] O Serviço Social na prevenção
ao uso de drogas: desafios interdisciplinares para o trabalho profissional. 2012.

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