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QUESTIONÁRIO DE CURATIVOS

2018.2

Data: 26/10/2018
Docente: André Zimmerman
Monitor (a): João victor
Discente: Beatriz Moreno

CASO CLÍNICO 1: J.B.P., 22 anos, estudante de medicina da Bahiana, fez uma viagem
para o interior com a família e amigos para curtir o São João. Na noite da festa,
estavam todos reunidos em volta da fogueira, comendo milho assado e escutando
um forró. As crianças corriam, brincavam e soltavam fogos.
a) B.M.J., 5 anos, prima de J.B.P. foi soltar uma "cobrinha" e ela veio em sua direção,
queimando parte de sua perna esquerda, que ficou vermelha e com bolhas.
b) C.S.S., 48 anos, tio de J.B.P., foi retirar do fogão o amendoim que estava
cozinhando, mas como o cabo da panela estava folgado, ela acabou encostando em
seu braço direito, que ficou bastante vermelho.
c) Ao ver o que aconteceu com o braço de C.S.S., J.I.M., 47 anos, sua esposa, correu
para buscar uma pomada que dizia ser muito boa. Na correria, se esbarrou em uma
prateleira onde guarda alguns produtos químicos e um pó de coloração cinza acabou
caindo em seu ombro. J.I.M. começou a chamar por ajuda, dizendo que seu ombro
esquerdo estava ardendo muito.
d) M.S.O., 50 anos, veio socorrer a irmã, J.I.M., mas não conseguiu ser muito ágil pois
estava mancando devido à uma unha encravada no pé direito.
e) A.S.M., 7 anos, irmã de B.M.J. estava brincando de pega-pega, acabou caindo e, ao
se levantar, percebeu que seu joelho direito estava ardendo devido a uma
escoriação.

 De acordo com o caso clínico acima, responda com V ou F as questões de 1 a


10, justificando as falsas. (0,4 cada)
1. (F ) A queimadura de C.S.S. é de 1° grau e acometeu somente a epiderme e a
derme. A conduta, a nível de Primeiros Socorros, é lavar com água em
temperatura ambiente por 10 min e utilizar cremes hidratantes que a vítima
já faça uso.
A classificação da queimadura está correta e a conduta a nível de Primeiros
socorros para essa queimadura também. Todavia, queimaduras de primeiro
grau acometem somente a epiderme , não a derme e a epiderme como
mencionado na assertiva.

2. (V) A presença de flictenas na queimadura de B.M.J. é um indicativo de


queimadura de 2° grau, a qual deve ser banhada com água em temperatura
ambiente por 10 minutos e depois ser coberta com um curativo oclusivo
úmido.

3. ( F) Para resolver a escoriação de A.S.M., deve-se fazer um curativo ideal,


cujos passos, na respectiva ordem, são:
-Lavar as mãos. O uso de luvas é opcional já que não há sangramento extenso
associado
-Informar à A.S.M. o procedimento que será realizado
-Explorar a ferida à procura de corpos estranhos
-Lavar com água e sabão neutro
-Realizar tricotomia
-Lavagem mecânica com soro e gaze, do centro para as bordas da ferida
-Cuidados para realização de um curativo úmido semi oclusivo
-Fixar com esparadrapo ou micropore
-Analisar necessidade de ataduras
A alternativa possui alguns erros. Primeiramente, o uso de luvas não é
opcional, devendo ser utilizadas na realização de qualquer curativo ,
independente da quantidade de sangue presente. Vale ressaltar que as luvas
devem ser trocadas no início da realização do curativo, caso o socorrista já
estivesse de luvas.
Alem disso, o tipo de curativo realizado deve ser do tipo Oclusivo (que é o
realizado em P S, visando não permitir a passagem de ar e fluidos , estando
totalmente ocluido, não somente as bordas) e do tipo seco , já que o
ferimento não possui secreção e não é cruento.
Vale ressaltar, ainda, que curativos semi-oclusivos não são utilizados a nível
de P S, sendo geralmente utilizados em feridas cirúrgicas.

4. (F ) O uso de luvas após a lavagem das mãos é um exemplo de antissepsia e a


lavagem das mãos é uma medida de assepsia.
A antissepsia consiste na limpeza e remoção de micro-organismos, sendo a
lavagem das mãos, portanto , um exemplo de antissepsia.
Já a assepsia consiste na manutenção da antissepsia, sendo o uso de luvas um
exemplo de assepsia

5. (F ) J.I.M. sofreu uma queimadura química. Nesse caso, deve-se retirar as


roupas contaminadas, remover o pó químico e realizar uma lavagem copiosa
por 10 min. Os cuidados com hipotermia não são necessários pois trata-se de
uma queimadura química e não térmica.
A lavagem copiosa deve ser realizada de 20 à 30 minutos. Além disso,
cuidados com a hipotermia fazem parte das condutas gerais do tratamento
de qualquer queimadura, independente do agente que a causou .

6. (V ) Após uma queimadura, materiais e roupas que estiverem aderidos à pele


da vítima não devem ser retirados para não causar maiores danos.

7. ( V) O dedo de M.S.O. estava inflamado e dele escorria uma secreção de alta


densidade e com grande concentração de proteínas, o pus, que é um
exsudato.

8. (F ) Em queimaduras químicas, é importante conhecer a natureza do agente


para que seja feita sua neutralização, diminuindo, assim, o sofrimento da
vítima.
Em queimaduras químicas, em hipótese nenhuma devem ser utilizados agentes
neutralizantes, pois podem ocorrer reações exotérmicas e formação de
precipitados, piorando a situação da vítima.
9. (V ) A queimadura de 3° grau envolve todas as camadas da pele e é indolor,
pois as terminações nervosas do local foram destruídas. Em alguns casos, no
entanto, a vítima de 3° grau pode apresentar dor pois podem existir regiões
de graus menores em volta.

10. ( V) Queimaduras de rosto ou exposição à fumaça em locais fechados exigem


assistência médica imediata. Dentre os sinais e sintomas, a vítima pode
apresentar chamuscamento de sobrancelhas e de pelos nasais e rouquidão.

CASO CLÍNICO 2: Durante uma visita ao CIAVE (Centro de Informação Antiveneno)


no Hospital Roberto Santos, um grupo de estudantes de medicina da Bahiana
escutou do médico responsável alguns relatos de pacientes que chegaram lá nos
últimos dias:

a) G.F.T., 15 anos, foi lambido no olho pelo cachorro de estimação que acabara de
ganhar.
b) H.B.O., 32 anos, foi picada por uma aranha em sua casa enquanto tentava prender
o animal.
c) T.Q.E., 50 anos, foi arranhado profundamente no antebraço pelo pitbull do seu
vizinho.

 De acordo com o caso clínico acima, responda com V ou F as questões de 11


a 20, justificando as falsas. (0,4 cada)

11. (F ) G.F.T. não precisava procurar um especialista, visto que seu cachorro
apresenta um cartão de vacinação devidamente preenchido para a sua idade.
Como G.F.T foi lambido no olho, que é uma região de mucosa, o acidente se classifica
como grave, sendo necessário o encaminhamento para o especialista, independente
do animal possuir suspeita de raiva ou não.
12. (F ) H.B.O. deve ser encaminhada para o hospital ou pronto socorro mais
próximo para a administração de soro antirrábico.
HBO deve sim ser encaminhada ao hospital ou pronto socorro mais próximo.
Mas ao chegar lá, não será administrado soro antirrábico, mas sim um soro
que combata o veneno da aranha, sendo de suma importância levar a aranha
que picou a vítima ou tirar uma foto dela, para que ao chegar ao hospital seja
possível identificar o animal que a picou para administrar o soro correto.
13. (F ) No caso de H.B.O., deve-se fazer um torniquete para evitar a piora do
quadro clínico.
Em casos de mordedura de aranha , cobras ou escorpiões não deve-se em
hipótese nenhuma realizar torniquetes. Porque ao fazê-lo o veneno do
animal ficará concentrado em uma parte do corpo, o que agrava a lesão.

14. (F ) Caso o cachorro de G.F.T. morra em um período de 10 dias, não há nada


que possa ser feito para saber se ele tinha raiva.

É possível fazer o diagnóstico através do anatomopatológico. Para o


diagnóstico da Raiva deve ser enviada a cabeça do animal suspeito, o encéfalo
inteiro ou fragmentos do tecido cerebral de ambos os hemisférios (córtex,
cerebelo e o hipocampo) (TAKAOKA, 2006)
15. (F ) O contato indireto com o animal raivoso apresenta risco e, por isso, todos
os indivíduos que tiveram contato com este animal devem ser encaminhados
para o especialista a fim de uma análise melhor.
Em caso de contato indireto tenha o animal raiva, suspeita de raiva ou não possua
suspeita alguma de raiva no momento da agressão, a conduta consiste apenas em
lavar o local com água e não tratar. Sendo, portanto desnecessário o
encaminhamento para especialistas.
16. (V ) Em caso de lambedura de pele com lesões superficiais por um animal
silvestre, deve-se encaminhar a vítima para o especialista.

17. ( F) T.Q.E. teve um ferimento profundo no antebraço, mas como o seu vizinho
assegurou que seu cachorro está devidamente vacinado, T.Q.E. não precisa
procurar um especialista.
Como T.Q.E possui um ferimento profundo, tendo o cachorro suspeita de raiva
ou não, ele deve ser encaminhado para o especialista.
18. (F ) Em caso de picada de cobra, é importante deixar a vítima em pé.
Em caso de mordedura de cobra é de suma importância que o socorrista mantenha
a vítima deitada, não em pé como foi dito na afirmativa.
19. (V ) Em caso de mordedura superficial sem secreção com superfície não
cruenta, deve-se fazer um curativo seco.

20. ( V) A lavagem copiosa em caso de mordedura é de grande importância para


evitar infecção.

 Questão aberta:
1. Observe a imagem:

a) Qual o nome desse curativo? Em que situação ele é utilizado? (1,0)


O nome do curativo é curativo de 3 pontos, esse é um curativo especial, sendo
utilizado em casos de Pneumotórax Aberto.
b) Explique como fazê-lo e o seu mecanismo de funcionamento. (1,0)

O curativo de 3 pontos consiste num curativo quadrangular, feito com um material não
poroso / impermeável ,como o plástico , cobrindo todas as bordas da lesão. Porém, é
importante ressaltar que apenas 3 de seus lados deverão ser fixados com esparadrapos
material similar. De modo que o a borda inferior (mais próxima do chão) fique livre (sem
esparadrapos), fazendo com que o curativo funcione como uma válvula unidirecional, que
funcionará da seguinte forma:

- Quando o paciente inspirar, a sucção da ferida fará o curativo colabar, impedindo a entrada
de ar.

- Quando o paciente expirar, o lado não fixado permitirá o escape de ar.

Vale ressaltar a importância de:

- o socorrista lavar as mãos antes de realizar o curativo, utilizando luvas.

- informar a vítima sobre o procedimento que será realizado

- Antes de aplicar o esparadrapo, limpar a pele ao redor da ferida com éter para retirar
resíduos, como sangue e suor, que impedem a adequada fixação do adesivo.

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