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Questionário para a 2 a.

Prova
1. Considere que João e Mário, primários, subtraia de José, dono de uma rede de
supermercados, um carro que custa 150 mil reais. Considere ainda que o fato
aconteceu no povoado do Cipó, às 18 horas, quando não havia vigilância sobre o bem.
O município citado possui 500 habitantes. Tipifique a conduta e explique:
Furto qualificado, devido à conduta dos agentes está tipificada no art. 155, §1° do
C.P.B., pois os agentes subtraíram coisa alheia móvel de outrem durante o repouso
noturno, levando em consideração os costumes de uma cidade de 500 habitantes, o
horário das 18 horas, inicio da noite quando ocorreu o crime, sem que houvesse
vigilância sobre o bem.
O repouso noturno é caracterizado pelo horário em que habitualmente as pessoas
daquela localidade encontram-se repousando.
O furto não será privilegiado devido ao requisito, ser de pequeno valor a coisa
subtraída, encontrado no artigo § 2º do artigo 155, exigentes para tal tipificação. A
jurisprudência firmou entendimento no sentido de que o furto é mínimo quando a
coisa subtraída não alcança o valor correspondente a um salário vigente à época do
fato.
O pequeno valor da coisa subtraída não deve ser avaliado em função da situação da
vítima, pois dessa maneira, o furto do carro de José seria considerado uma subtração
de pequeno valor.
2. Maria, com espírito de vingança em relação a sua amiga, resolve arrombar o carro
para subtraí-lo. Aproveitou ainda o ensejo para levar o laptop que estava dentro do
carro. Com receio de ser descoberta dirige o carro até o Estado vizinho, onde resolve
passar o fim de semana. Há crime? Explique:
O fato de quebrar o vidro para subtrair o próprio carro não configura a
qualificadora, pois o vidro faz parte da coisa. Sobre o furto do laptop também não é
possível falar na qualificadora, pois o arrombamento do veiculo não se deu para a
subtração daquele que não era objeto do crime.
Há crime tipificado no artigo 155, §5° do CP, subtração de veículo automotor que
venha a ser transportado para outro Estado, configurando desta forma a finalidade
de transportar o carro para outro estado, ainda que para não ser descoberta. Quanto
à subtração do laptop, será utilizado para aumento da pena base, levando-se em
contra as circunstâncias judiciais, artigo 59 do CPB.
3. Com relação ao art. 156 do CPB, é possível se falar em dolo especifico? Explique.
Sim, mediante a expressão, para si ou para outrem.
4. Furto de uso constitui crime? Explique:
Não, pois não há subtração efetiva e diante disto não há regulamentação na atual
legislação brasileira.
5. Considere que José subtraia para sua esposa um carro de uma terceira pessoa, tendo
que usar violência contra o bem. Considere ainda que a violência foi exercida com
arma de fogo. Há crime? Tipifique e explique:
Há o crime de furto simples previsto no artigo 155, caput do CP, porque a violência
foi praticada contra o bem, não se podendo falar na incidência do artigo 157 do CP.
O crime de dano foi absolvido pelo de furto simples.
6. Diferencie roubo próprio de impróprio:
No roubo próprio a violência (violência, grave ameaça ou qualquer outro meio que
reduz a vítima a impossibilidade de resistência) é empregada antes ou durante a
subtração e tem como objetivo permitir que a subtração se realize.
No roubo impróprio a subtração é realizada sem violência, e esta será empregada
depois da subtração, pois tem como objetivo assegurar a impunidade pelo crime ou a
detenção da coisa. Assim, o roubo impróprio é um furto que deu errado, pois começa
com a simples subtração do furto, mas termina como roubo.
7. Maria, colocando uma arma na cabeça de Joana, subtrai as jóias da moça.
Acidentalmente, por conta de um susto, quando foge, Maria dispara a arma de fogo
causando a perda da mobilidade da mão direita da vítima. Tipifique a conduta:
Art.157, §2°, I em concurso material com o art.129, §6°, ambos do CP.
A causa de aumento devera incidir em face da utilização da arma de fogo, não
podendo aplicar a qualificadora do artigo 129, III, pois a lesão corporal grave não
resultou do crime de roubo, constituindo um delito autônomo e praticado na forma
culposa.
8. Explique o posicionamento dos Tribunais superiores sobre o emprego de arma
desmuniciada, de brinquedo e com defeito. Explique cada situação isoladamente.
O emprego de arma desmuniciada e de munição não é crime, pois não há qualquer
potencialidade lesiva em uma arma ou munição nessas condições.
O emprego de arma de brinquedo para exercer grave ameaça no crime de roubo não
faz incidir a qualificadora prevista no inciso I, § 2º do art. 157, pois não há qualquer
potencialidade lesiva.
Arma desmuniciada e arma de brinquedo não há potencialidade lesiva, não incide a
qualificadora e o crime só haverá na modalidade simples.
Arma com defeito é preciso saber se no momento do crime o agente sabia se a arma
estava com defeito ou não. Se no momento do crime o agente não sabia que a arma
estava com defeito ele responderá pela incidência da qualificadora, pois o que
importa é que ele se valha da redução da reação da vitima, que o agente acha que
exista.
9. Fulano visando não pagar um débito que existe junto a Cicrano, afirma que não irá
pagar. Diante da situação Cicrano resolve usar a violência física para ter o seu valor
de Fulano.
Há crime? Explique e Justifique:
Sim. Tipificado no artigo 345, em concurso formal com o artigo 129, ambos do CP.
Embora a pretensão seja legitima, não é permitido fazer justiça com as próprias
mãos para satisfazer tal pretensão.
10. Com relação ao §1° do artigo 158 do CP, explique se há qualificadora quando o crime
é cometido por um menor de 18 anos e um idoso.
Há incidência da qualificadora por se tratar de pessoas que possuem
responsabilidade penal, pouco importando que se responda por pena ou medida de
segurança.
11. É possível se falar em Preterdolo em relação à extorsão? Explique:
Sim, o Preterdolo na modalidade simples expressa através da remissão do §2° ao §3°
do artigo 158 que faz referencia ao artigo ao artigo 159, §2° e 3°.
Sim, o §2° do artigo 158 nos remete ao §3° do artigo 157, e também no §3° do artigo
158 que faz referência ao artigo 159, §2° e §3°.
12. Diferencie seqüestro relâmpago e extorsão mediante seqüestro:
No seqüestro relâmpago o tempo da restrição da liberdade da vitima é condição
necessária e curta para que o agente obtenha a vantagem econômica. Na extorsão
mediante seqüestro a liberdade da vitima é necessária para que o agente obtenha,
para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate.
13. João seqüestra Maria com 18 anos, filha de um banqueiro, exigindo como condição
da liberdade o pagamento de 100 mil reais. Considere que um dos comparsas de
João, com peso na consciência, procura a polícia e informa sobre o crime.
Participaram do crime: João, José (que procurou a polícia) e Mévio. Tipifique a
conduta dos sujeitos ativos.
Seqüestro simples, a vítima não é menor de 18 e não teve quadrilha ou bando. O
crime está tipificado no artigo 159, caput. O delator não poderá ser beneficiado pela
delação premiada pois ele apenas informou e é necessário que exista a facilitação
efetiva da liberdade do seqüestrado, fato não citado na questão.
14. Para a incidência de extorsão indireta é necessário o recebimento de valor? Explique:
Não, pois o crime não fala em valor e sim em documento.
15. João, em dia de loucura, resolve destruir seu carro, quando é abordado por um
vizinho que tenta evitar o prejuízo, sem conseguir. Para garantir a realização da
destruição, João agride fisicamente o vizinho e consegue a destruição total do carro.
Há crime? Explique e tipifique:
Não há crime de dano, pois a coisa não é alheia, por isso é Fato atípico. Configura-se
lesão corporal, artigo 129, caput.
16. Considere que uma manada de búfalos de um fazendeiro invada uma propriedade
alheia, saindo do controle quando são tangidos pelo vaqueiro, destruindo por
completo a cerca da propriedade, chegando até a ocasionar a inutilização do braço
direito da recente esposa do proprietário da fazenda invadida. Há crime? Tipifique:
Fato atípico para o artigo 164 devido a ausência de dolo e ausência de previsão na
modalidade culposa. Entretanto o vaqueiro responderá pelo crime de lesão corporal
culposa, artigo 129, §6° do CP.
17. Qual o tipo de ação penal cabível no caso de ter havido dano praticado por motivo
egoístico? Explique:
Ação penal privada por expressa previsão do artigo 167 do CP, que ressalva o artigo
163, IV do CP.
18. Maria, moradora de uma residência tombada pela União, altera a fachada do imóvel
sob o argumento de que possuía autorização do Estado. Há crime? Explique e
tipifique:
Sim, há crime e a conduta está tipificada no art. 166 do CP. A autorização deveria ser
da União e não do Estado, o que não desnatura o artigo 165 do CP.
19. Diferencie Furto e Apropriação Indébita:
Na apropriação indébita o agente já tem a posse ou detenção da coisa que houve a
participação da vítima no Furto há a subtração da coisa tirando da vitima o bem.
20. Maria, tutora de José, pega o carro do menino para realizar viagens pessoas com o
seu namorado todos os finais de semana. Considere que a tutela foi revogada em 1°
de janeiro de 2010 e que o uso do carro aconteceu em 02 de fevereiro de 2010. Há
crime? Tipifique:
É atípico em ralação ao artigo 168 do CP, para a modalidade de tutor porque ela não
está mais no exercício da tutela.
21. Caso o agente efetue o pagamento de contribuições previdenciárias devidas na
audiência de conciliação, poderá se valer de causa de extinção da punibilidade?
Explique ainda sobre a conseqüência da extinção da punibilidade.
Não incide causa de extinção por já ter havido a denúncia impedindo a incidência do
§3° do 168-A. Não deixa de ser crime, deixando o fato apenas de ser punido.
22. José obteve para si vantagem lícita, com prejuízo de 3°, através do uso do meio ardil.
Há crime? Tipifique:
Sim. Tipificado no artigo 345.
23. É possível se falar em causa de incidência de redução da pena para o estelionato?
Explique:
Sim, quando o criminoso é primário e de pequeno valor o prejuízo, §1° do artigo 171
que nos remete ao artigo 155, §2° ambos do CP.
24. José, indignado com sua situação financeira, ante a impossibilidade de trocar seu
carro, de 1987, ateia fogo no bem visando o recebimento do valo pro meio de seguro.
Há crime? Tipifique e explique:
Fato atípico porque embora ele tenha pretendido, ele não deu entrada no seguro, e o
crime de estelionato só se consome quando o agente dá entrada no pedido de
indenização, artigo 171, §2°, V do CP.
25. Emissão de cheque sem fundo pré-datado sempre constitui estelionato? Explique:
Não. Só haverá crime quando o agente tiver agido dolosamente, quando da sua
emissão. Não há previsão para a modalidade culposa.
26. O artigo 173 do CPB incide na hipótese do crime ter sido cometido contra a pessoa
que após o fato, passou a ser portadora de doença mental. Explique:
Não, pois a pessoa deve ser portadora de doença mental ao tempo do fato para que se
configure o abuso de incapaz. No momento do fato a pessoa era capaz, não incidindo
o artigo 173, caput do CP.
27. Cabe dolo eventual em relação à receptação? Explique:
Sim, na receptação qualificada prevista no artigo 180, §1° do CP, na expressão:
...coisa que deve saber ser produto de crime.
28. Podemos falar em receptação culposa? Tipifique e explique:
Sim, tipificado no artigo 180, §3° do CP, sendo necessários 3 requisitos:
A desproporção entre o valor e o preço, a condição de quem a oferece, deve presumir-
se obtida por meio criminoso.
29. Considere que Maria, tia de Joana, residente no mesmo local há 10 anos. Considere
ainda que Maria resolva se mudar para mora com o seu namorado em outra casa.
Nesta nova situação Maria subtrai de Joana, agora maior, o computador que acabara
de ganhar. Tipifique a conduta e explique:
Maria responderá por furto, artigo 155, do CP. Não será furto qualificado pelo abuso
de confiança, artigo 155, §4°, II do CP, porque ela já não mais coabitava com Joana.
30. Cabe perdão judicial na receptação? Explique e em caso positivo, tipifique:
Sim, somente em receptação culposa, §3° artigo 180 do CP e está tipificado no §5° do
artigo 180 do CP.

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