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CENTESES

Definição:
1) Ato de realizar: punção capilar, arterial, venosa, lombar, abdominal, vesical,
torácica, drenagem torácica, acesso vascular central por punção
percutânea e punção Liquórica na cisterna magna e Lombar.

I. TORACOCENTESE

Definição: punção da cavidade pleural para fins de drenagem

Indicações:
 Pneumotórax: com alteração clínica
 Hidrotórax:

Objetivos:
 Drenar o fluido ou o ar do espaço pleural

Cuidados:
 Evitar um trauma torácico iatrogênico (pulmões, coração e vasos sanguíneos).

Material:
 Escalpe estéril: calibre 21G ou 19G (animais pequenos e magros); e cateter 20 G
ou 22 G no caso de animais maiores (grandes) e/ou obesos.
 Extensor venoso
 Válvula de três vias
 Seringa

Técnica:
1) Coloque o paciente em pé ou em decúbito esternal;
2) Tricotomia e preparo asséptico do local da punção na parede torácica;
3) Com base na avaliação radiográfica; caso tenha que optar sem avaliação realizar a
punção no 7º ou 8º espaço intercostal;
4) Realizar a punção na borda cranial da costela a ser puncionada, evitando com isso os
vasos intercostais (localizados na borda caudal das costelas);
5) A punção deverá ser realizada na metade dorsal do tórax se houver suspeita de
drenagem de ar pleural e na metade ventral se a suspeita for de fluido pleural;
6) Antes da punção conecte o extensor e a válvula de três vias no escalpe ou no cateter,
fechando a válvula que vai em direção ao paciente;
7) Coloque cuidadosamente a agulha do escalpe ou do catéter cuidadosamente no
espaço pleural, pode se sentir um ligeiro “ranger” (creptação) e ouvir um pequeno
“estalido”. Importante: direcionar a ponta da agulha após penetrar no tórax com a
ponta apontando cranial ou caudalmente para evitar o contato com o pulmão.
8) Conectar uma seringa na válvula de três vias e abra a válvula (direcionar a válvula
em direção do paciente) liberando com isso a pressão do ar ou fluido; auxilie
aplicando uma pressão negativa suave (3 a 5 unidades) sobre o tórax;
9) Caso não obtenha fluido ou ar, redirecione a agulha ou realize mais duas ou três
novas punções.
10) Ao final retirar a agulha do escalpe ou do cateter com a válvula de três vias fechada.

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11) Leve pressão com anti-séptico e gaze no lugar da punção.

II. COLOCAÇÃO DE DRENO TORÁCICO

DRENO. Tubo, ou dispositivo destinado a eliminar líquidos de cavidades


impregnadas de líquidos ou após atos operatórios realizados para drenagem.

Indicações:
 Pneumotórax ou Hidrotórax persistente que exigirem toracocentese repetidas:
 Drenagem de um volume maior que a toracocentese;
 Lavagem do tórax em pós-operatório de toracotomia.

Objetivos:
 Colocar dreno de forma asséptica interno e sem causar trauma iatrogênico em
vísceras torácicas
 Minimizar pneumotórax iatrogênico;
 Colocar a sonda de forma que drene efetivamente ar ou fluido pleural.

Cuidados e Complicações:
 Evitar um trauma torácico iatrogênico (pulmões, coração e vasos sanguíneos).
 Pacientes com sondas torácicas internas exigem monitoração constante para
controlar um possível risco de pneumotórax por tensão com risco de vida.

Material:
 Sondas torácicas
o Cateter – Trocarte Argyle (Sherwood)
o Sonda de alimentação e cateter uretral de borracha vermelha
(Sovereigin).
 Válvula de três vias
 Kit cirúrgico pequeno mais pinças hemostáticas de Kelly ou de Carmalt;
 Sutura de nylon monofilamentar 2-0 ou 3-0
 Atadura

Técnica:
1) Providenciar a anestesia local e/ou geral dependendo do estado e da complacência
do paciente. Infiltre a parede torácica, o local de incisão cutânea e o ponto de entrada
da sonda, incluindo a pleura parietal.
2) Coloque o paciente em decúbito lateral ou esternal;
3) Tricotomia e preparo asséptico na parede torácica da 5ª a 12ª costelas;
4) Escolha uma sonda torácica de tamanho apropriado, ou seja; de aproximadamente o
diâmetro de um brônquio precursor principal;
5) Meça e marque a sonda torácica da incisão cutânea (décimo espaço intercostal) até o
ponto do cotovelo ipsilateral.
6) Corte orifícios adicionais na sonda torácica e certifique que o ultimo orifício se
encontrará dentro da cavidade torácica
7) Faça uma incisão perfurante na pele sobre o décimo espaço intercostal no terço
dorsal do tórax e insira a sonda através da incisão o subcutâneo.
8) Avance a sonda subcutaneamente e, direção cranioventral entre na cavidade torácica
no sétimo ou oitavo espaço intercostal no terço dorsal, no nível da junção entre o
terço dorsal e médio do tórax.

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9) Evite a borda caudal das costelas para evitar a possibilidade de traumatismo nos
vasos e nervos.
10) Durante a penetração na cavidade torácica segure a sonda torácica-trocarte
firmemente em uma mão de forma que a mão aja como uma guarda para evitar lesão
perfurante em lobo pulmonar adjacente. Mantenha a sonda torácica perpendicular à
parede torácica e “acerte” firmemente a sonda através da parede torácica com a outra
mão. Na ausência de uma sonda trocarte pode-se usar uma pinça de Kelly curva.
11) Enquanto se segura o trocarte avance a sonda dentro da cavidade torácica com a
outra mão até o ponto pré-medido. Direcione a sonda ventralmente se for drenar
fluido e dorsalmente se for drenar ar.
12) Remova rapidamente o trocarte e pince a sonda (obstruindo) para limitar o
desenvolvimento de um pneumotórax.
13) Coloque uma a duas suturas de cerclagem ao redor da sonda no túnel subcutâneo.
14) Coloque uma sutura em bolsa de tabaco ao redor da sonda no local de incisão
cutânea.
15) Prenda a sonda com uma sutura de cama de gato chinesa; coloque uma sutura de
ancoragem através da pele adjacente à saída da sonda. Faça um nó quadrado e deixe
pontas de sutura longas; dê um nó cirúrgico sobre o topo da sonda e posteriormente
outros nós cirúrgicos seguidos pela sonda.
16) Coloque uma gaze com anti-séptico sobre o local de penetração da sonda na parede
torácica.
17) Utilize ataduras de crepom e Vet-Trap (Vet-Wrap).
18) Conectar o extensor e a válvula de três vias se for este o método ou e inserir o
sistema de drenagem (que poderá ser o de selo d’água) ou de sucção continua.
19) Após a diminuição do volume drenado para menos de 1 ml/kg/24 horas deverá ser
removida a sonda torácica.
20) Remova as sutura e puxe a sonda de modo uniforme e rápido; pode se enviar para
cultivo a ponta da sonda.
21) Aplique solução anti-séptica e atadura no tórax.

Importante:
 Poderá ser necessário a realização de radiografia de tórax para conferir a posição
do sonda.
 Uso de colar elisabetano para evitar danos à sonda.
 Trocar a bandagem (curativo) sobre a sonda a cada 2 dias ou se for necessário
diariamente.
 A sonda pela simples presença na cavidade torácica ira favorecer a formação de
derrame pleural ≤ 1 a 2ml/kg/24h.

III. ABDOMINOCENTESE

Definição: Punção abdominal através de um aparelho especial ou agulha, com fins


de coletar algum líquido ali contido.

ABDOME.
As regiões que fazem parte do abdome chamam-se, da esquerda para a direita e de
alto para baixo: hipocôndrio direito, epigástrio, hipocôndrio esquerdo, flanco direito, região
umbilical, flanco esquerdo, inguinal direita (fossa ilíaca direita), hipogástrio e inguinal
esquerda (fossa ilíaca esquerda). A cavidade abdominal é separada da cavidade torácica por
um músculo horizontal, o diafragma. O abdome é revestido externamente por uma parede

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muscular, onde os músculos (obliquo abdominal eterno e interno e transverso do abdome e o
reto abdominal) desempenham várias funções: contribuem para a realização dos
movimentos do tronco e da bacia, auxiliam o parto, a bexiga na micção, o conteúdo
intestinal na defecação, o estômago nos vômitos; desempenham papel essencial em certos
movimentos respiratórios específicos (produção de som, tosse). A cavidade abdominal
contém grande número de órgãos pertencentes ao sistema digestivo (parte abdominal do
esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso, fígado, vesícula biliar, pâncreas), ao
sistema circulatório (baço, parte da aorta, veia cava caudal, etc.), ao sistema uro-genital
(rins, ureteres, próstata, no macho, e ovário, tubas uerinas, útero e vagina, na fêmea), ao
sistema linfático (vasos quilíferos, parte do ducto torácico) e todos os nervos
correspondentes. A face interna do abdome e a face externa de todos estes órgãos são
revestidas por membrana finíssima, dobrada em inúmeras pregas, denominada peritônio. No
macho o abdome é inteiramente fechado, enquanto que na fêmea, o infundíbulo das duas
trompas representa uma comunicação com o abdome
.
ABDOME AGUDO.
Quadro clínico caracterizado pelo conjunto de sintomas dolorosos abdominais graves
que geralmente necessitam de intervenção cirúrgica urgente. Caracteriza-se por dor
abdominal súbita e de grande intensidade. Os músculos abdominais contraem-se
imediatamente em proteção à região atingida, tornando o ventre extremamente duro,
chamado de abdome em tábua. A causa desta crise é a irritação violenta do peritônio
(peritonite) em conseqüência de inflamação ou infecção (uroabdome, por exemplo), ou de
perfuração de um vaso ou órgão (em traumas).

Indicações:
 Trauma abdominal com alteração clínica
 Avaliação clinica de qualquer patologia abdominal com produção de fluido.

Objetivos:
 Obter fluido do abdome para análise e/ou cultura.

Cuidados:
 Evitar um trauma em qualquer uma das vísceras abdominais.

Material:
 Escalpe estéril: calibre 21G ou 19G e extensor venoso
 Válvula de três vias
 Seringa de 10 ou 20 ml.

Técnica:
1) Coloque o paciente em estação ou em decúbito lateral;
2) Tricotomia e preparo asséptico do local da punção na parede abdominal
(aproximadamente 6 cm2) em um dos quadrantes abdominais;
3) Insira a agulha do escalpe cuidadosamente no abdome no quadrante determinado até
que penetre na cavidade peritoneal;
4) Deixe o fluido drenar por fluxo de gravidade ou conecte a seringa à agulha do
escalpe e aspire suavemente ou ainda conecte a seringa a válvula de três vias.
Importante: Não drene todo o conteúdo.
5) Coloque o fluido em tubos com acido etilenodiaminotetracético (EDTA) e coágulo
para análise. Separe uma quantidade do fluido para coloração pelo Gram e cultura
bacteriana.

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6) Caso não obtenha fluido ou ar, redirecione a agulha ou realize mais duas ou três
novas punções.
7) Ao final retirar a agulha do escalpe e proceder a uma leve compressão com anti-
séptico e gaze no lugar da punção.

IV. LAVAGEM PERITONEAL DIAGNÓSTICA

Definição: Punção abdominal com infusão e drenagem de fluido através de um


aparelho especial ou agulha, com fins de coletar algum líquido para possível
diagnóstico quando os resultados da abdominocentese são negativos.

Indicações:
 Abdome agudo com abdominocentese negativa.

Objetivos:
 Obter fluido ou resto proveniente do abdome para análise e/ou cultura.

Cuidados:
 Evitar um trauma em qualquer uma das vísceras abdominais.

Material:
 Anestésico local (lidocaína a 2%)
 Lamina de bisturi (nº 15 a cabo)
 Cateter de diálise peritoneal
 Kit de extensão venosa
 500 ml de solução salina estéril
 Seringa de 10 ou 20 ml.

Técnica:
1) Coloque o paciente em decúbito dorsal;
2) Esvazie a bexiga.
3) Tricotomia e preparo asséptico do local da punção na parede abdominal
(aproximadamente 6 cm2) caudal ao umbigo (+/- 2 cm caudal).
4) Cuidado com o ligamento falciforme na cicatriz umbilical.
5) Infiltre o tecido subcutâneo, a fáscia do reto e o peritônio com lidocaína a 2 %.
6) Faça uma incisão em pele, subcutâneo e fáscia até a linha alba.
7) Oriente o cateter em uma direção dorsocaudal (direção lombar dorsal).
8) Promova uma pequena incisão na parede ou penetre com pinça Kelly entre as fibras
musculares; empurre o cateter para dentro da cavidade certificando que todas as
fenestrações estão no seu interior.
9) Infunda 20 ml/kg de solução salina estéril no interior da cavidade peritoneal.
10) Tampe o cateter e movimente lentamente o paciente para que o fluido possa se
movimentar dentro do abdome.
11) Aspire o fluido do abdome através de um cateter e guarde uma amostra para analise.
12) Caso a amostra não seja conclusiva, poderá ser realizada outra coleta varias horas
mais tarde.
13) O cateter poderá ser deixado para futuras lavagens com a finalidade de remoção de
conteúdo ou diminuição do processo infeccioso; deste modo deverá ser realizado
uma bandagem abdominal para proteção do cateter.
14) Após remover o cateter realize sutura padrão da parede e incisão cutânea.

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Importante:
 Procedimento contra-indicado em pacientes com vôlvulo e útero gravídico.
 Fluido abdominal para analise tem como padrão:
 hematócrito >2% ou hemácias ≥ 200.000/mm3 – Hemoperitônio
 hematócrito >1% e < 2% – Hemoperitônio duvidoso
 hematócrito < 1% – Insignificante
 Contagem de neutrófilos normal é < 500/ mm3.
 Contagem de neutrófilos após uma cirurgia complicada pode ser de 750 a 1.500/
mm3. Mas poderá aumentar posteriormente pois a resposta leucocítica requer
de 2 a 4 horas para um acúmulo intraperitoneal após irritação ou septicemia.
 Examine o fluido microscopicamente quanto a presença de bactéria e envie
amostra para cultura e teste de sensibilidade.

V. LIQUIDO CÉFALO-RAQUIDIANO
Definição: O Sistema Nervoso Central (SNC) está completamente alocado dentro do crânio
(vários ossos) dificultando avaliação clínica satisfatória e procedimentos tais como biópsias
e avaliações radiográficas. O cérebro mantém estrito isolamento do restante do organismo;
muitas substâncias que circulam pelo corpo podem nunca penetrar no liquido céfalo
raquidiano (LCR) e vice versa, substâncias químicas cerebrais e do LCR nunca se difundirão
para a circulação geral. Essa característica é mantida pela barreira hematoencefálica, que é
uma entidade física e química que mantém o cérebro estável no corpo que é sujeito a
variações drásticas. A biópsia geralmente é traumática, podendo ocasionar lesões
irreversíveis no SNC e, as radiografias normalmente oferecem poucas informações. Alguns
exames como tomografias computadorizadas e ressonância magnética são onerosos e de
difícil acesso. O exame do LCR ou o líquor é um teste diagnóstico do SNC que fornece
boas informações, e com treinamento e prática, oferece mínimo de trauma e risco ao
paciente.

Funções:
 O LCR cobre todo o SNC mantendo o cérebro e a medula espinhal suspensos,
protegendo-os de injúrias.
 Ajuda a modular as variações normais da pressão intracraniana (PIC) junto com
o fluxo sangüíneo cerebral,
 possui propriedades antibacterianas e anticorpos, assim como é meio de
transporte de nutrientes, metabólitos, neurohormônios e neurotransmissores.

Riscos e contra indicações:


 Anestesia:
o Os cuidados na monitoração da anestesia são muito importantes; em
pequenos animais ela é feita com animais entubados e controlados; nos
grandes animais, pela dificuldade de anestesia, recomenda-se boa
tranqüilização e boa contenção para evitar traumas medulares.
 Traumatismo:
o A colheita requer experiência e/ou acompanhamento de pessoas
experientes. O treinamento em cadáveres é recomendado. Como o LCR
cobre a medula espinhal, qualquer processo traumático pode ocasionar
lesões irreversíveis. A penetração da agulha pode traumatizar um ramo do
plexo venoso vertebral que corre juntamente com a junção atlanto-

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occiptal. Como este traumatismo não ocasiona lesões no animal, nova
punção deve ser efetuada.
 Contaminação
o Como é um espaço fechado e estéril, recomenda-se total assepsia para
evitar veiculação de doenças contagiosas, assim como evitar o contágio
do colhedor em casos de doenças infecto contagiosas.
 Pressão intracraniana
o Em casos de traumas cranianos, edemas cerebrais, hematomas sub durais,
aneurismas, abscessos, neoplasias onde a pressão intracraniana poderá
estar alterada, a remoção do líquor pode causar baixa pressão nas áreas
puncionadas em relação ao compartimento intracraniano ocasionando
herniação do forame magno tentorium ou hérnia cerebelar.

Técnica de colheita

 Em geral recomenda-se anestesia geral e intubação dos pacientes assim como


preparação de área cirúrgica. Como o LCR não possui diferenças de composição
durante o seu percurso, pode-se colher tanto em punção cisternal como
lombosacral.
 Alguns autores indicam a colheita próxima da lesão como meio mais eficiente de
diagnóstico, mas devido à dificuldade de colheita fora do forame magnum, é
pouco usado.
 Colhe-se normalmente em três frascos: contendo EDTA, estéril para cultura e
frasco normal.

 Cães e gatos:
o Nestes animais utiliza-se principalmente a colheita occipital, ou cisterna
magna, podendo em alguns casos nos cães, utilizar-se à colheita lombar.

o Colheita na cisterna magna


1) O paciente é colocado em decúbito lateral, com a cabeça formando um ângulo de
90° com a coluna cervical. Não inclinar demais a cabeça para evitar obstrução
traqueal.
2) Delinear o espaço entre a protuberância occipital e a ponta crânio dorsal da
vértebra C2, o espaço mediano é o local onde inserimos a agulha. Esta agulha
deve ter um estilete para evitar entupimento no transpassar da pele como também
evitar contaminação celular intramedular.
3) Esperar o gotejamento evitando a aspiração. A quantidade coletada varia de um a
dois ml que será suficiente para todos os exames, devendo-se colher em frascos
separados para culturas e rotina, devendo-se os exames serem processados
rapidamente para evitar deterioração celular.

o Colheita lombar
1) A punção neste espaço de colheita é mais indicado para mielografias.
2) A colheita de líquor mais difícil, pois menor quantidade de material é obtido e maior
a possibilidade de traumatismos e sangramentos.
3) A utilização desse espaço pode ser necessário em casos de doenças que possam
obliterar o espaço subaracnóideo da cisterna magna, ou na localização de doenças de
origem tóraco - lombar, já que o fluxo do LCR é no sentido caudal.

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4) A punção poderá ser entre L5 - L6 ou entre L6 -L7, tendo-se o cuidado de fletir os
membros para abrir os espaços intervertebrais.

 Bovinos/ovinos:
o Nestas espécies usam-se também as duas formas de colheita, mas
preferencialmente, utiliza-se à colheita lombar.

o Colheita na Cisterna magna


1) Como nos cães os animais são colocados em decúbito lateral, podendo-se também
fazer a colheita com o animal em estação, sendo esta forma mais difícil.
2) Pode-se colher um total de 100 ml de cada vez, porém dois a três ml são suficientes
para todos os exames.

o Colheita Lombar
1) Pode ser realizado com animal em estação,
2) sendo a agulha introduzida no espaço entre a ultima vértebra lombar e primeira sacra
(L6 S1).
3) O local a ser puncionado é anestesiado; os animais indóceis devem ser sedados.
4) A colheita será facilitada com o animal posicionado em decúbito esternal, com os
membros anteriores flexionados e os membros pélvicos estendidos no sentido do
abdômen.

 Equinos:
o Nestes animais é importantíssimo a anestesia geral e intubação.
o O método de escolha é a cisterna magna, sendo o animal colocado em
decúbito lateral como nos pequenos animais.
o Pode-se tentar a colheita lombar no mesmo local dos bovinos.

VI. ARTROCENTESE

Definição: Punção e aspiração do fluido articular, utilizando técnica estéril.

Indicações:
 Diagnóstico de Artropatias Degenerativas.

Objetivos:
 Obter fluido sinovial para analise e diferenciação de artrite bacteriana,
rickettsiais e auto-imune.

Cuidados:
 Evitar a punção de um vaso sanguíneo e boa assepsia para previnir possível
artrite iatrogênica.
Material:
1) agulha hipodérmica de calibre 20 ou 22 G
2) seringa de 3 ml.

Técnica:
1) Identifique a articulação a ser puncionada
2) Tricotomia e anti-sepsia do local da punção

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3) Penetrar a agulha na face até drenar o fluido e com uma leve pressão coletar o
volume correspondente.

 ARTROCENTESE:

– ARTICULAÇÃO COXOFEMORAL
• A agulha é introduzida na posição cranioproximal e ao trocanter
maior, levemente direciona ventral e caudalmente.

– ARTICULAÇÃO FÊMORO TÍBIO-PATELAR – JOELHO


• Posicionar o joelho flexionado
• A agulha é introduzida medial ou lateralmente ao ligamento patelar
no terço médio entre o fêmur e a tíbia.
• A ausência de liquido pode significar que a agulha está inserida no
coxim adiposo ou nos ligamentos cruzados
• Redirecionar a agulha para junto do côndilo femoral bem
abaixo da patela. Importante: evitar o contato com a superfície
femoral.

– ARTICULAÇÃO TARSOCRURAL
• Posicionar a articulação tarsocrural hiperestendida (com isso distende
caudalmente a articulação).
• A agulha é introduzida na posição medial ou lateralmente ao osso
tarsal fibular .
• No caso da tumoração estar cranial a punção deverá ser cranialmente
posicionada na direção do centro da articulação.

– ARTICULAÇÃO DO OMBRO – ESCÁPULO (GLENO) UMERAL


• A agulha é introduzida na posição crânio caudal ao processo acromial
na espinha da escápula. (+/- 1 cm caudal ao processo).
• Na ausência de liquido a agulha deverá ser redicrecionada para
diferentes pontos apartir do mesmo local de punção cutânea.

– ARTICULAÇÃO DO COTOVELO (ÚMERO-RÁDIO-ULNAR)


• O cotovelo é hiperflexionado para aumentar a distensão caudal e o
ângulo de afastamento dos ossos na fossa do olecrano.
• A agulha é introduzida lateralmente e ao longo do olecrano em
direção cranial ao centro da articulação até próximo ao côndilo do
úmero.

– ARTICULAÇÃO CARPAL (CARPORRADIAL)


• A articulação é localizada com a pressão da unha do polegar contra a
articulaçãoo em movimento.
• Esta articulação tem oposição a topografia do osso carpo acessório.
• A agulha é introduzida na posição dorsocranial da da articulação.

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