Sociedade Brasileira de Química-Rio de Janeiro
Estudo da Composição Química do Material Particulado Coletado na
Floresta Nacional Mario Xavier (FLONA)
SILVA, Karmel B. O. (PG)1, MELO, Fernanda, M. (IC)1, RIBEIRO, João Pedro R. (IC)1, MATEUS, Vinícius
L. (PG) 1, MAIA, Luiz Francisco P. G. (PQ) 2, GIODA, Adriana (PQ) * 1
1Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
2Universidade Federal do Rio de Janeiro
*agioda@puc-rio.br
Palavras Chave:PM2,5, PTS, Monitoramento, Química Atmosférica
Introdução
O material particulado é um dos principais
componentes da atmosfera. Sua forma e composição
dependem das características físicas da partícula e
da fonte de emissão.1 As partículas são classificadas
por tamanho em PM10 e PM2,5, quando apresentam
diâmetro menor que 10 µm e 2,5 µm,
respectivamente, e a totalidade é denominada
Partículas Totais em Suspensão (PTS). No Brasil, há
limites para PTS, mas não para PM2,5, que é a fração
mais tóxica. Agências ambientais mundiais e a
Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelecem
limites para esse parâmetro. Segundo a Agência de
Proteção Ambiental dos Estados Unidos (US EPA) o
limite é 35 µg m-3 para a média diária e 12 µg m-3 para
a média anual. Os limites da OMS são mais
restritivos, 25 µg m-3 e 10 µg m-3.2 Para PTS a
legislação brasileira prevê limites diários de 80 µg m-
3 e anuais de 240 µg m -3.3 Este trabalho tem como
objetivo avaliar as concentrações de PM2,5 e PTS
coletados na Floresta Nacional Mario Xavier
(FLONA), área de proteção ambiental administrada
pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio), localizada em Seropédica,
RJ.4 Esta reserva abriga plantas nativas e espécies
animais e sofre influência do tráfego da Rodovia
Presidente Dutra e Rodovia Raphael de Almeida
Magalhães (Arco Metropolitano).
Resultados e Discussão
As amostras de material particulado foram coletadas
em filtros de fibra de vidro usando amostradores de
grande volume (Hi-Vol). Para a quantificação de
metais foi realizada extração ácida a quente, seguida
de centrifugação, diluição e análise por ICP-MS. A
quantificação de íons foi precedida de extração
aquosa, agitação e filtração em membrana de
acetato de celulose 0,45 µm, seguida de análise por
Cromatografia de Íons. As concentrações médias
foram de 40,81 ± 20,59 µgm-3 para PM2.5 e de 54,82
± 23,31 µg m-3 para PTS. As análises de ICP-MS
revelaram que os metais majoritários foram Fe e Al e
os minoritários foram V, Cr, Ni, Cu, Cd e Pb. Dentre
os majoritários, o metal em maior concentração foi
Fe, 0,39 µg m-3 e 0,38 µg m-3, para PM2,5 e PTS, e
XVI Encontro Regional da Sociedade Brasileira de Química -Regional Rio de Janeiro (XVIERSBQ-Rio)
dentre os minoritários foram Cu, (2,1 ng m-3 e 1,8 ng
m-3), e Pb (1,6 ng m-3). As concentrações de Zn
ficaram abaixo do limite de detecção (LD). A análise
de íons por meio da Cromatografia Iônica mostrou
que em PM2,5, os íons em maior concentração foram
Cl-, NO3-, SO4-2 e Na+. Não foi possível quantificar
C₂H₃O₂− e CHOO− em PTS e PM2,5, além de Li+ e
NO2- em PM2,5, pois suas concentrações ficaram
abaixo do LD.
Conclusões
Embora no Brasil não exista limite estabelecido para
concentração de PM2,5, o valor médio obtido nessa
campanha foi maior que os estabelecidos pela OMS
e US EPA. As concentrações de PTS ficaram abaixo
do valor estabelecido pela legislação brasileira. As
concentrações maiores para Fe e Al, além de Ti e Mn
já eram esperados, pois estes elementos são
característicos do solo. Dentre os metais minoritários
as maiores concentrações para Cu e Pb podem ter
sido causadas por emissão de fontes móveis. As
concentrações Zn abaixo do LD podem estar
relacionadas com a eficiência da extração e com a
presença deste metal na composição dos filtros. As
concentrações elevadas de NO3- e SO4-2 se devem a
queima de combustível fóssil das fontes móveis
enquanto as de Cl- e Na+ podem ter sido causadas
pelo aerossol marinho.
Agradecimentos
CAPES, ICMBio
____________________
1
Gioda, A., Amaral, B.S., Monteiro, I.L.G., Saint’Pierre, T.D.,
2011. Chemicalcomposition, sources, solubility, andtransportofaerosol
trace elements in a tropical region. J. Environ. Monit. JEM 13, 2134 -
2142.
2
Matheus, V, L, Gioda, A., 2011. A candidate framework for
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AtmosphericEnvironment 164, 147 - 164
3
_________. Resolução CONAMA nº 3, de 28 de junho de
1990. Disponível em:
<http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=100>.
Acesso em: 05 de setembro. de 2017.
4
ICMBio, Flona Mario Xavier Disponível
em:<http://www.icmbio.gov.br/portal/unidadesdeconservacao/biomas-
brasileiros/mata-atlantica/unidades-de-conservacao-mata-atlantica/2359-
flona-mario-xavier> Acesso em: 01de setembro de 2017