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CARTILHA SOBRE
BAMBU
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Índice
1- Introdução...........................................................4
2- História................................................................5
3- Botânica...............................................................7
4- Morfologia............................................................8
6- Florescimento.....................................................12
7- Cultivo................................................................12
8- Manejo................................................................13
9- Plantio................................................................16
10- Corte.................................................................19
11- Cura..................................................................22
12- Tratamento.......................................................23
14-Espécies e Aplicações.........................................29
15-Diversos.............................................................33
16-Bambu Medicinal................................................34
17-Detalhes Práticos...............................................35
Anexos....................................................................35
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1-Introdução
BAMBU: um recurso sustentável e renovável
●Planta perene e rústica que pode ser cultivada em solos com baixa fertilidade;
“Por se tratar de uma planta tropical, perene, renovável e que produz colmos
anualmente sem a necessidade de replantio, o Bambu apresenta um grande
potencial agrícola. Além de ser um eficiente sequestrador de carbono, apresenta
excelentes características físicas, químicas e mecânicas.
Pode ser utilizado em reflorestamentos, na recomposição de matas ciliares, e
também como um protetor e regenerador ambiental, bem como pode ser
empregado em diversas aplicações ao natural ou após sofrer um adequado
processamento.
Porém o Bambu ainda é pouco utilizado, quer seja pelo desconhecimento de suas
espécies, de suas características e aplicações, quer seja devido à falta de pesquisas
específicas e à ineficiente divulgação das informações disponíveis.
No Brasil, o uso que se faz do Bambu, excetuando-se a produção de papel, está
restrito a algumas aplicações tradicionais, como artesanato, vara de pescar,
fabricação de móveis, e na produção de brotos comestíveis (PEREIRA, 2001).”
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na evolução da cultura humana, quando comparado com qualquer outro tipo de
planta (FARRELY, 1984).”
2-História
A origem do Bambu, segundo Hidalgo Lopes, remonta o final do período
Cretáceo e início do período Terciário, por volta de 65 milhões de anos atrás.
Sítios arqueológicos no Equador mostram que o Bambu é utilizado há cerca
de 5000 anos na América do Sul, primeiramente pelos indígenas. O artigo do Dr.
J.J. Parsons na Geographical Review Vol. 81: “Giant American Bamboo in the
Vernacular Architeture os Colombia and Ecuador”, de 1991 é didático no assunto.
Pontes, cercas, barricadas, aquedutos e até prisões já foram feitas de bambu da
espécie Guadua Angustifolia, preferido dos colombianos e equatorianos.
Uma antiga lenda Chinesa diz que, um grupo de sábios fugitivos da ira de
um Imperador se refugiou num bambuzal, só que naquela época o bambu era uma
planta sagrada na China, acredita-se que um espírito, o elemental do bambu
morava no interior do colmo. Esses sábios, sem ter nada para comer, passaram a
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comer os brotos do bambu, e utilizá-lo para fazer casas, móveis e todos os
utensílios de uma casa. Com a morte do imperador que havia perseguido o grupo
inicial de sábios e quando o novo imperador assumiu, já se falava na Cidade de
Bambu, então o novo imperador mandou um destacamento procurar a Cidade de
Bambu. Quando a encontraram, os habitantes mostraram para os emissários do
imperador tudo o que haviam feito com Bambu. Então construíram um barco de
bambu e enviaram para o imperador. Este liberou o uso do bambu para se fazer
qualquer coisa com ele, passando a ser utilizado de forma irrestrita na China.
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3-Botânica
Os Bambus pertencem à família Gramínea e subfamília Bambusoidea,
algumas vezes tratados separadamente como pertencentes à família Bambusacea,
com aproximadamente 50 gêneros e 1300 espécies, que se distribuem
naturalmente dos trópicos às regiões temperadas, tendo, no entanto, maior
ocorrência nas zonas quentes e com chuvas abundantes das regiões tropicais e
subtropicais da Ásia, África e América do Sul. Os bambus nativos crescem
naturalmente em todos os continentes, exceto na Europa, sendo que 62%
das espécies são nativas da Ásia, 34% das Américas, e 4% da África e
Oceania (HIDALGO LOPEZ, 2003).
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4-Morfologia
(*Forma e disposição das partes que compõem um vegetal.)
Apesar de ser uma gramínea, os Bambus apresentam hábito arborecente, e
possui parte subterrânea com rizoma e raiz e a parte aérea constituída por colmo,
folhas e ramificações.
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4.1-Rizoma
É um caule subterrâneo dotado de nós e entrenós com folhas reduzidas a
escamas e que se desenvolve paralelamente a superfície do solo. Não deve ser
confundido com a raiz que é uma parte distinta da planta.
Os rizomas se reproduzem de outros rizomas mais antigos e permanecem
conectados entre si. Nesta interconexão, todos os indivíduos de um mesmo grupo
são descendentes do rizoma primordial, e são, até certo ponto, interdependentes e
solidários, pois entre eles há troca de fotoassimilados (energia). Os brotos utilizam
as reservas de um grupo para crescerem e brotarem.
Os bambus do centro do grupo são os mais velhos e os da periferia os mais
jovens.
Os Bambus podem ser divididos em seis tipos diferentes de rizomas, sendo
três os principais:
●Entouceirante (Simpodial)
●Alastrante (Monopodial)
●Semi-Entouceirante (anfipodial)
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Estes bambus são extremamente invasores, demandando cuidados
especiais ao serem cultivados. Tais cuidados referem-se à necessidade de manter a
floresta plantada confinada em uma área previamente definida, evitando desta
forma conflitos com vizinhos, com as áreas de reserva legal, áreas de preservação
permanente e a competição com outras culturas na mesma propriedade. Os
bambus leptmorfos podem ser isolados por meio de barreiras físicas como: mantas
plásticas, estradas com trânsito regular e cursos d’água. Vale lembrar contudo que
não é recomendado o uso dos cursos naturais de água para este fim, uma vez que
dado a grande capacidade de estabelecimento das espécies deste grupo, a invasão
da mata ciliar seria inevitável. Tal fato além de causar um dano ambiental seria por
consequência uma transgressão da legislação ambiental brasileira.
4.2-Colmo
O colmo, originando-se de uma gema ativa do rizoma, compõe a parte
aérea dos bambus e dá sustentação para os ramos e folhas. Como os bambus não
apresentam crescimento radial, o colmo já surge com o seu diâmetro máximo
na base e afunila em direção ao ápice assumindo assim a sua forma cônica. Os
colmos são segmentados por nós e os espaços compreendidos entre dois nós são
denominados entrenós, que são menores na base, aumentam o seu comprimento
na parte mediana e reduzem novamente o tamanho na medida em que vão
aproximando do ápice.
Os bambus são plantas de rápido crescimento que expressa de forma
visível no alongamento dos seus colmos. Na sua fase inicial de crescimento
observam-se as maiores velocidades de crescimento do reino vegetal, com algumas
espécies gigantes crescendo até 40 cm por dia.
4.3-Raízes
As raízes dos bambus partem dos rizomas, se lançam na projeção da copa
numa profundidade diretamente proporcional as dimensões de cada espécie. Por
ser uma monocotiledônea a raiz é fasciculada ,sendo portanto destituído de raiz
principal. Além de ancorar a planta, juntamente com os rizomas, as raízes têm a
importante função de extrair nutrientes e água do solo.
4.5-Folhas e ramificações
As folhas dos bambus respondem pela função de elaborar as substâncias
necessárias ao rápido crescimento desta planta através do processo da
fotossíntese. Características como: dimensão, formato da lâmina e presença de
pelos nas folhas são informações taxonômicas de grande valia para a identificação
das espécies.
A grande quantidade de folhas depositadas constantemente no solo
demonstra que esta planta tem uma notável capacidade de reposição foliar e
produção de biomassa.
Durante as primeiras fases do seu desenvolvimento os colmos dos bambus
são protegidos pela folha do colmo que apresenta uma bainha com uma área
muitas vezes superior ao da lâmina. Quando o ápice do colmo ultrapassa o dossel,
alcançando a luz, aumenta a emissão de ramificações e o solo na projeção da
planta fica tomado pelas folhas caulinares que vão gradativamente se
desprendendo do colmo. Nos bambus do gênero Guadua as folhas caulinares são
mais persistentes, podendo acompanhar o colmo por boa parte da sua existência.
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As ramificações dos bambus originam-se das gemas localizadas nos nós e
são sempre alternas. Diferem entre as espécies, além de outras características,
pelo número e a posição que partem do colmo assim como pela presença ou não de
espinhos. Os espinhos, sempre presentes nos bambus do gênero Guadua, embora
não sejam restritivos, representam uma dificuldade a mais no manejo de florestas
comerciais de bambus. São tão agressivos que podem facilmente perfurar um
calçado.
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6- Florescimento
Em muitas espécies de bambus o florescimento é um fenômeno raro,
podendo acontecer em intervalos de até 120 anos. Várias espécies de bambus
morrem ao florescer devido a energia desprendida pela planta para a formação de
um grande número de sementes.
Porém, nem todo bambu que floresce morre. Ximena Londoño afirma que o
gênero Guadua costuma ter sempre um indivíduo florescendo em um dado grupo.
7- CULTIVO
O estabelecimento de uma plantação de bambu demora, em média, de
cinco a oito anos, dependendo das condições locais, quando a moita atinge as
dimensões características da espécie, como diâmetro, espessura da parede e altura
do colmo (KUSACK, 1999).
Porém, uma touceira conterá sempre certa quantidade de colmos com
variadas idades, denominados brotos (um ano), jovens (de um a três anos) e
maduros (superior a três anos), sendo em média, formados dez novos colmos
anualmente, em touceiras que se encontrem estabilizadas.
Não há, ainda, uma concordância sobre a produtividade alcançada pelo
bambu (LIESE, 1985), sendo obtidos valores anuais da ordem de 10 t/ha a 30 t/ha.
O colmo de bambu tem sua durabilidade durante certo tempo no
bambuzal, pois se trata de uma cultura perene, que se renova ou brota todo
ano, com isso o colmo cresce e depois de alguns anos morre. Este tempo pode
variar conforme o gênero. O gênero Bambusa dura em torno de 7 anos, já o
Dendrocalamus dura de 15 a 20 anos na touceira.
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Comparação entre o cultivo de Bambu, Pinus e Eucalipto:
8-Manejo
As mudas de bambus recém plantadas levarão certo período até
começarem a desenvolver colmos com o diâmetro definitivo da espécie. As plantas
irão, ano a ano, aumentar o número de colmos por bambuzal e aumentar em
diâmetro e altura a cada nova brotação. Isso acontece até o momento em que
seja alcançado o diâmetro e altura máxima de cada espécie.
Normalmente o primeiro manejo de uma plantação estabelecida de bambu
inicia-se no quarto ano, por meio da retirada e da limpeza dos colmos que
nasceram no primeiro ano. No quinto ano se retiram ou se colhem os colmos
nascidos no segundo ano, e assim sucessivamente. Como regra geral deve-se
colher anualmente somente os colmos maduros, com pelo menos três anos, e os
colmos defeituosos ou que iriam congestionar a moita.
O ideal é fazer uma marcação com o ano de nascimento em cada colmo,
assim teremos maior precisão na hora de colher os colmos maduros.
Durante a fase de formação, a plantação necessita apenas de capinas
mecânicas ou manuais, isto quando o mato estiver crescido. Essa recomendação é
necessária até o segundo ano, pois a partir do terceiro já não mais será preciso,
já que o bambuzal desenvolver-se-á suficientemente abafando o mato.
Devem ser feitas limpezas periódicas nos bambuzais, para eliminar os
caules secos, velhos, com defeitos e quebrados e deixar as touceiras mais arejadas.
Tal prática propicia maior recebimento dos raios solares e evita também, na hora
da colheita, que o agricultor tenha dificuldades no corte e remoção das plantas
melhores.
Segundo especialistas, o mais importante é o raleamento anual da colheita,
que consiste em retirar da touceira todos os bambus finos e fracos, que devem ser
cortados pela base, pois assim ter-se-á uma touceira mais rala e com maior
ventilação, constituída apenas de bambus fortes, espessos e uniformes.
Não é recomendável ainda deixar restos vegetais amontoados nas
touceiras, que podem prejudicar o bom desenvolvimento dos novos brotos. Mas
nem todos os restos vegetais devem ser retirados, como é o caso das folhas que
cobrem o solo, pois servem de adubo, fornecem sílica e impedem a evaporação da
água do solo; dessa forma, mantém-se maior umidade e evita-se
superaquecimento, causado pela incidência direta dos raios solares.
8.1- Produtividade
A produtividade dos bambuzais varia em função dos seguintes fatores:
características naturais da espécie, disponibilidade de água e nutrientes, qualidade
do manejo realizado e condições climáticas.
Em estudo sobre o desenvolvimento de touceiras de bambu gigante
(Dendrolamus sp) no campus de Bauru, da UNESP, com manejo anual, verificou-se
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a produção anual média de 8 colmos por touceira, ou 1640 colmos por hectare com
espaçamento entre mudas de 7x7m. (Pereira, Beraldo, 2007).
Já os bambus alastrantes varia de ano para ano, ocorrendo alternância
entre ano mais produtivo e ano menos produtivo (Austin et al., 1977). Um
bambuzal da espécie Phyllostachys bambusoides, desenvolvendo-se em clima
temperado, produz entre 1000 e 3700 colmos hectare ano, enquanto a espécie
Phyllostachys pubescens (mossô), em clima temperado, varia de 500 a 1500
colmos hectare/ano (Austin et al., 1977).
Sem a realização do manejo anual, o cultivo regride e perde
vertiginosamente a produtividade ideal característica de cada espécie.
Diâmetro do pé do colmo X X 60
Resultado maior que o colmo, bambuzal de má qualidade;
Resultado menor que o colmo, bambuzal de boa qualidade.
*Cálculo proposto por Ueda (China)
●Raleamento
Retirada dos colmos podres e finos, varas quebradas e excesso de galhos.
Colher 50% dos maduros, deixando o restante dos colmos maduros em
diferentes setores da touceira.
Fazer caminhos para acessar o centro da touceira, onde estão os bambus
mais antigos.
Manejo indicado para touceiras com bambus fortes, retilíneos e não muito
adensados.
●Corte total
Cortar todos os colmos da touceira. Corte na altura de 30 cm, um pouco
depois do período de chuvas.
Manejo indicado para touceiras adensadas (populosa), com muitos colmos
podres, fracos e finos, com pouca brotação e irregular.
Após aproximadamente 4 anos começa a emitir novamente os colmos no
diâmetro da espécie.
Pode matar a touceira.
Fazer uma única vez na planta.
●Corte parcial
Dividir a touceira em seis setores. Retirar todos os colmos de um setor por
ano. Após seis anos a touceira estará renovada.
Indicado para touceiras com muitos bambus maduros e de boa qualidade.
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8.3-Manejo para obtenção de brotos comestíveis
O manejo da plantação para fornecimento de brotos é um pouco diferente
do manejo para obtenção de colmos estruturais. Enquanto que nesse último caso
deseja-se a maior quantidade de colmos possíveis em uma touceira (normalmente
de 40 a 50 colmos, entre brotos, jovens e adultos), para a produção de brotos a
touceira não deve apresentar mais do que dez colmos. O manejo consiste
basicamente em cortar o broto com 30 a 40 cm, assim que ele interrompe seu
crescimento inicial, que pode durar de 10 a 15 dias. Depois desta fase o broto irá
crescer e se tornar muito fibroso, tornando-se, portanto, inadequado para o
consumo humano. Assim que um broto é colhido, é ativada uma nova gema
presente no rizoma (para as espécies entouceirantes) e produz-se um novo broto,
que, ao ser colhido, vai estimular uma nova gema e um novo broto, podendo tal
fato repetir-se durante dois a três meses. Para alcançar grande produtividade a
touceira necessita de adubação mais frequente para este tipo de manejo, sendo
indicado adubar mensalmente as touceiras durante o período de colheita.
Também se deve deixar que anualmente dois a três brotos se transformem
em colmos maduros, os quais serão as mães para os brotos do ano seguinte.
A maioria das espécies de bambu fornece brotos comestíveis, ricos em
proteínas, fibras e substâncias antioxidantes, os quais muito se assemelham
em ao palmito jussara (Euterpe edulis). O broto de bambu apresenta uma textura
suave e um tanto crocante, sendo muito utilizado nas culinárias chinesa e japonesa.
Algumas espécies, como o Dendrocalamus giganteus, Dendrocalamus asper,
Dendrocalamus latiflorus, Bambusa oldhami e Phyllostachys pubecens, são
muito apreciados na produção de brotos.
Na prática, o broto de qualquer espécie de bambu é comestível, pois o que
varia é a quantidade de ácido cianídrico presente, e que vai ser responsável pela
qualidade do sabor. As espécies Guadua angustifólia e Bambusa vulgaris não
são muito apreciadas, pois produzem brotos muito amargos.
Portanto, antes de utilizar um broto de bambu na alimentação humana,
deve-se fazer uma fervura de pelo menos trinta minutos, acrescentando uma
porção de bicarbonato de sódio ou de fermento branco, o que normalmente é
suficiente para eliminar o ácido cianídrico e, consequentemente o sabor amargo do
broto. Para as espécies com maior concentração de ácido cianídrico sugere-se fazer
duas ou mais fervuras, trocando a água a cada fervura.
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*Brotos de Phylostachys (Bambu alastrante).
9-Plantio
●Propriedades físicas do solo: as características físicas tais como declividade do
terre, textura do solo, densidade, capacidade de retenção de umidade e
temperatura constituem importantes fatores para o bom desenvolvimento dos
bambus. (kleinhenz; Midmore, 2001).
Os alastrantes em seu ambiente natural predominam em regiões
montanhosas, principalmente nas encostas. Os entouceirantes, por sua vez, nas
áreas de ocorrência natural, são mais comumente encontrados em regiões
planas, onde se adaptam melhor (Fu; Banik, 1995).
Solos ricos em pequenas partículas, como os argilosos, são pouco
apropriados para o cultivo de bambu. A alta densidade do solo limita o bom
desenvolvimento dos rizomas e raízes.
Por outro lado solos ricos em partículas grandes, como os arenosos,
também não são ideais para o crescimento dos bambus, pois apresentam baixa
capacidade de retenção de umidade. Entretanto, a incorporação de matéria
orgânica aos solos extremamente arenosos pode melhorar a capacidade de
retenção de água e, consequentemente colaborar para da produtividade destes
solos.
As condições ideais, quanto às propriedades físicas do solo para o
desenvolvimento de bambuzais são: abundância de matéria orgânica, boa
drenagem e alta umidade. Vale ressaltar que quando se fala em alta umidade,
estamos nos referindo a solos com boa capacidade de retenção de água e não
a solos encharcados, como os de regiões de brejo e banhados.
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●Condições climáticas: os bambus alastrantes, em geral, se desenvolvem melhor
em regiões de clima temperado, onde as estações do ano são bem definidas.
Os bambus entouceirantes preferem as regiões tropicais.
Porém, é possível encontrar bambus alastrantes e entouceirantes
desenvolvendo-se relativamente bem em condições diferentes das descritas acima.
Os bambus entouceirantes tem pouca resistência a geadas, principalmente
quando se trata de uma planta jovem.
De um modo geral os bambus se desenvolvem bem em regiões com
precipitações oscilando entre 1.800mm e 2.500mm anuais e umidade relativa entre
75% - 85% (Pereira e Beraldo, 2007).
Os bambus lenhosos em geral se desenvolvem bem em condições de semi
sombreamento, mas atingem o desenvolvimento ótimo em condições de insolação
total.
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coberto com mulch (cobertura vegetal seca), para diminuir a perda de umidade do
solo e proteção contra a lixiviação.
Os maiores cuidados nesta fase são com as regas, que devem ser
frequentes, e com o ataque de formigas saúvas, principalmente com mudas jovens.
Também deverá ser feito capinas periódicas, nos primeiros anos, evitando que a
muda fique sufocada. O gado gosta de comer as folhas de bambu e pode se tornar
um problema no início do plantio, quando as mudas ainda são pequenas.
9.2-Espaçamento
Para espécies gigantes, geralmente se utiliza o espaçamento de 7x5
metros, com ruas largas para manuseio e transporte dos colmos de forma prática
e eficiente. As espécies alastrantes podem ser plantadas em 3x3 metros, de
forma a deixar também ruas largas para manuseio e transporte, o que facilitará o
controle de invasão, que poderá ser manual, com a retirada de novas brotações e
rizomas ou então fazendo valetas que limitarão o seu sistema radicular.
9.3-Produção de mudas
A forma mais utilizada para fazer mudas de bambu é a propagação
vegetativa.
Pode ser realizada por separação de colmos, rizomas ou galhos.
Separação de rizomas
Deve-se escolher rizomas de um ano de idade no máximo.
Para rizomas paquimorfos (entouceirante) corta-se no pescoço, onde se
liga ao rizoma antigo, e acima do primeiro nó do seu jovem colmo. Depois planta-
se vertical, com o colmo para fora, ou horizontalmente, com o rizoma a poucos
centímetros abaixo da terra.
Separação de colmos
Funciona muito bem com gêneros tropicais como Bambusa e
Dendrocalamus. O colmo deve ter até um ano de idade. Deve-se deixar os
galhos principais que saem das gemas dos nós do colmo, mas cortados acima dos
seus primeiros nós.
Pode-se usar um nó simples, ou seja, cortar antes e depois de um nó,
enterrando horizontalmente, com o galho apontando para cima.
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Pode-se também usar um nó duplo, ou seja, cortando antes de um nó e
depois do nó seguinte. Ainda pode-se fazer um furo, encher parcialmente a parte
interna do entrenó de água, e tapar com alguma bucha (algodão, pano). Depois
enterra-se com algum galho orientado para cima. Este método é mais seguro de
funcionar do que o simples.
Galho lateral
Indicado para bambus entouceirantes.
Corta-se o galho na base, onde se liga ao colmo. Deixa-se o galho com 3
nós, cortando acima do terceiro nó. Enterra até a metade, em vaso ou sacos para
mudas. Tem um índice de 50% de “pega”.
Depois de 6 meses pode ser plantado no local definitivo.
*Mistura da terra para o saco de muda:
50% de areia + 25% de esterco curtido + 25% de argila.
10-Corte
A moita ou bosque necessita ser podada todos os anos. Assim haverá
mais luz para a fotossíntese e mais nutrientes para os colmos restantes.
O corte deve ser bem acima do nó, evitando deixar um “copo”. A água
da chuva contida nestes “copos” apodrece o rizoma abaixo da terra e prejudica a
formação de novos brotos no bambuzal.
Usa-se uma serra de poda ou “dente de tubarão” para o manejo adequado.
Evitamos usar facões para este tipo de corte, visto que este procedimento poderá
trincar o bambu, favorecendo o apodrecimento do rizoma na touceira ou bosque.
Como visto anteriormente, a maturidade dos colmos acontece
quando estes atingem 3 anos, para bambus de rizoma paquimorfo
(entouceirante) e 5 anos para bambus de rizoma leptomorfo (alastrante).
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*Detalhe do ponto de corte, acima do nó, sem formar copo. Evitando assim
que acumule água e apodreça o rizoma, prejudicando novas brotações
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10.2- A colheita de colmos de Bambu deve
respeitar a fisiologia da planta
Devemos evitar colher no período em que a planta está emitindo os
brotos e os momentos que antecedem esta fase. Nesta hora os colmos maduros
estão carregados de carboidratos presentes na seiva, já que durante esta fase
os colmos realizam a função de transloucar boa parte da seiva, que é produzida na
fotossíntese, via rizomas aos brotos, como suprimento energético para seu
crescimento. Esse processo de translocação de seiva se prolonga até o momento
em que os novos colmos completam o desenvolvimento das estruturas foliares.
Quando os últimos colmos gerados já apresentam superfície foliar
suficiente para realizar a fotossíntese é que os colmos maduros podem ser
removidos, sem prejudicar o crescimento dos colmos jovens e para a obtenção de
colmos com menor quantidade de amido, o alimento de fungos e insetos.
●Entouceirantes (paquimorfos):
colheita entre julho, agosto e setembro.
●Alastrantes (leptomorfos):
colheita entre os meses de dezembro a maio.
*Referente às regiões Sul e Sudeste do Brasil
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11- Cura
O processo de cura consiste na secagem e diminuição da seiva, que é alimento
dos insetos que atacam o bambu.
*Não confundir com tratamento.
Em diversos materiais sobre bambu os processos de cura são
erroneamente confundidos com tratamentos, podendo causar danos ou acidentes,
pois estes bambus “curados” ainda tem grande possibilidade de pegarem caruncho
ou o tigre do bambu, que são os insetos que se alimentam das paredes internas
dos colmos de bambu.
Outro problema que encontramos na produção e comercialização de colmos
de bambus no Brasil é que alguns produtores que comercializam varas do gênero
Phyllostachys (Cana da Índia / Mirim / Mossô), costumam utilizar o método de
fervura das varas em água ou no vapor, e vendem estes mesmos bambus como
“tratados”, porém estes mesmos colmos não estão imunizados corretamente.
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*É comum este processo de cura com maçarico (fogo), ou a fervura em
água, ser chamado de “tratamento”, porém, vale ressaltar que não é tratamento,
sendo este outro processo (ver item 12). Em nossa experiência prática com o uso
do bambu constatamos que uma porcentagem em torno de 5 a 10% das varas
curadas com fogo são atacadas por Brocas e/ou Tigres do Bambu, que são os
insetos que devoram os bambus.
12-Tratamento
O bambu possui teor de amido relativamente elevado em sua
constituição, por isso ele é bastante susceptível ao ataque de pragas. Para se obter
maior resistência e durabilidade, principalmente quando destinado à construção,
é muito importante que algumas providências sejam tomadas no sentido de
otimizar o aproveitamento desse material.
O bambu absorve água e não absorve óleo, deste modo devemos utilizar
uma substância que seja inseticida e/ou fungicida solúvel em água, para um
tratamento eficiente do bambu.
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Para este processo existem alguns métodos, como substituição de seiva,
imersão em solução preservativa, boucherie (por pressão) etc.
Detalhe importante:
Os bambus têm o crescimento diferente das árvores. Enquanto as árvores
crescem finas e vão engrossando seu caule com o tempo, os bambus já nascem
grossos, na grossura que serão a vida inteira. Com o tempo eles engrossam a
parede interna, ou seja, a parte mais mole do tronco do bambu é a parede
interna, onde os bichos costumam atacar (Broca e Tigre do Bambu).
Deste modo não adianta passar veneno ou defumar por fora, pois o ponto
crítico do bambu são as paredes internas.
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Devemos plantar a espécie que pretendemos utilizar para extrair o tanino e utilizá-
lo no tratamento de bambu, em média ou larga escala.
Em pequena escala poderá ser feito uma poda na árvore escolhida e
utilizar galhos e folhas para a produção do chá de tanino.
Este método utilizando o tanino ainda tem poucos dados
publicados.
12.2-Tratamento Químico
Solução preservativa indicada (baixa toxidade):
Bórax (sal)
*Esta é a substância mais utilizada para tratamento, mundialmente,
entre os profissionais deste ramo.
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Receita utilizada por Jörg Stamm
●2,5 kg de Bórax
●2,5 kg de Ácido Bórico
●100l de água;
*5% de solução preservativa.
Bórax:
O bórax é um sal natural (pó branco inodoro), não é inflamável, não combustível,
não explosivo e tem baixa toxicidade oral e dermatológica.
-Efeitos do produto: O produto em grande quantidade se inalado pode ser
prejudicial às vias respiratórias.
A exposição do produto a pele não é preocupante, pois o produto não é absorvido
pela pele.
-Efeitos ambientais: O produto em grandes quantidades pode ser perigoso para as
plantas e outras espécies, deve-se reduzir a descarga no meio ambiente.
-Também é utilizado como micronutriente de adubação orgânica, porém bem
diluído (100l água para 1l de solução).
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Método de substituição de seiva.
●Boucherie
Consiste em aplicar o produto por pressão. Na parte basal do colmo é
conectada uma bolsa, de forma a ficar bem aderida, ligada a um tubo por onde a
substância preservativa será transportada, do tambor onde está armazenada para o
colmo. Ao passo que a pressão é dada, a substância penetrará pelos vasos
condutores do colmo até sair em sua outra extremidade.
A fonte de pressão pode ser por força gravitacional ou por um compressor
de ar.
Deve ser aplicado aos colmos de bambu recém cortados, e sem perfuração
dos diafragmas do colmo.
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Neste caso o processo de migração do bórax para dentro das fibras do
bambu se dá por osmose, por isso é importante que as células estejam “vivas”,
absorvendo assim a solução preservativa. Pode ser feito até 2 meses após a
colheita.
●Método do “copão”:
Furam-se todos os diafragmas do bambu menos o último (na parte superior
da vara);
Coloca-se o colmo de bambu na vertical ou na diagonal (dependendo do
comprimento) e preenche o interior do colmo com a solução preservativa
(enchendo como se fosse um “copo”);
Podemos deixar as varas já cortadas no tamanho que iremos utilizar;
Neste caso o processo de penetração da solução preservativa nas fibras dos
bambus se dá por osmose, por isso é importante que as células estejam “vivas”,
absorvendo assim a solução preservativa. Ou seja, deverá ser realizado antes da
vara secar completamente.
O colmo fica com a solução preservativa em seu interior por 4 dias. Ao fim
rompemos o último diafragma e deixamos escorrer a solução para dentro de um
reservatório.
OBS: Neste caso o colmo não poderá apresentar rachaduras ou furos.
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*Galpão de beneficiamento no Instituto Pindorama – Nova Friburgo-RJ.
●Bambusa textilis
Espécie de bambu entouceirante, de médio porte, com colmos retos e lisos.
-Altura dos colmos: até 15m;
-Diâmetro dos colmos: 3 a 5cm;
-Espessura da parede: fina;
-Clima e solo: Sub-Tropical, solos médios a ricos;
-Temperatura mínima: -15°C;
-Distribuição natural: China;
-Usos mais comuns: artesanatos e utensílios domésticos.
●Bambusa tulda
Espécie de bambu entouceirante de elevado a médio porte.
-Altura dos colmos: até 30m;
-Diâmetro dos colmos: 7cm;
-Espessura da parede: fina;
-Clima e solo: regiões semi-úmidas;
-Temperatura mínima: -2°C
-Distribuição natural: Bangladesh, Myanmar, Tailândia e Índia;
-Usos mais comuns: polpa e papel, alimento (broto), artesanatos em geral.
●Bambusa vulgaris
Espécie de bambu entouceirante, de médio porte, com colmos tortuosos e elevado
teor de amido.
-Altura dos colmos: 15 a 25m;
-Diâmetro dos colmos: 6 a 15cm;
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-Espessura da parede: 7 a 15mm;
-Clima e solo: variedade de climas e solos, até 1,500m de altitude.
-Temperatura mínima: -2°C;
-Distribuição natural: Espécie Pantropical;
-Usos mais comuns: Construção, polpa e papel, móveis, andaimes e artesanatos.
●Bambusa tuldoides
Espécie de bambu entouceirante, de médio porte. Bastante comum no Brasil,
conhecido como “Taquara”.
-Altura dos colmos: 12m;
-Diâmetro dos colmos: 6cm;
-Clima e solo: regiões semi-úmidas;
-Temperatura mínima: -9°C
-Distribuição natural: China.
-Usos mais comuns: construção, cercas, artesanatos, móveis e tutoramento de
tomates.
●Bambusa oldhamii
Espécie de bambu entouceirante, com colmos retos, de médio porte.
-Altura dos colmos: 18m;
-Diâmetro dos colmos: 10cm;
-Temperatura mínima: -9°C;
-Distribuição natural: China;
-Usos mais comuns: Alimento (broto), móveis, artesanatos e estruturas
leves.
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●Dendrocalamus asper:
Espécie de bambu gigante, entouceirante, de grande porte.
-Altura dos colmos: 20 a 30m;
-Diâmetro dos colmos: 8 a 20cm;
-Espessura da parede: 11 a 20mm;
-Clima e solo: regiões úmidas a semi-áridas, solos ricos e altitudes de até 1.000m;
-Temperatura mínima: -5°C;
-Distribuição natural: Índia, Tailândia, Vietnã, Malásia, Indonésia e Filipinas.
-Usos mais comuns: Construção pesada, uma das melhores espécies para produção
de brotos comestíveis, móveis, instrumentos musicais, artesanatos e utensílios
domésticos.
●Dendrocalamus giganteus:
Espécie de bambu gigante, entouceirante, de grande porte.
-Altura dos colmos: 24 a 40m;
-Diâmetro dos colmos: 10 a 20cm;
-Espessura da parede: 1 a 3cm;
-Clima e solo: regiões tropicais úmidas até regiões subtropicais;
-Temperatura mínima: -2°C;
-Distribuição natural: Sri Lanka, Bangladesh, Nepal, Tailândia e China;
-Usos mais comuns: Construção pesada, laminados de bambu, fabricação de polpa
e papel, utensílios, móveis, artesanatos, alimentação (brotos).
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●Phyllostachys aurea
Espécie de rizoma alastrante, de pequeno porte e muito comum no Brasil.
Popularmente conhecida como “cana da índia”.
-Altura dos colmos: 8m;
-Diâmetro dos colmos: 3 a 6cm;
-Espessura da parede: fina;
-Clima e solo: clima temperado e solo rico em matéria orgânica;
-Temperatura mínima: -18°C;
-Distribuição natural: China;
-Usos mais comuns: móveis, varas de pescar, cerca viva e paisagismo.
●Phyllostachys pubescens
Espécie de rizoma alastrante, de médio porte, também conhecido como Mosô.
-Altura dos colmos: 10 a 20m;
-Diâmetro dos colmos: 7 a 15cm;
-Espessura da parede: média;
-Clima e solo: clima temperado e solo rico em matéria orgânica;
-Temperatura mínima: -15°C;
-Distribuição natural: China;
-Usos mais comuns: Construção, alimento (broto), móveis, artesanatos etc.
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Phyllostachys aurea Phyllostachys pubecens
●Guadua angustifolia
Espécie de bambu gigante, de rizoma semi-entouceirante, com espinhos nas
gemas, de elevado porte e excelentes propriedades mecânicas e grande
durabilidade natural dos colmos, sendo muito importante para a economia rural na
Colômbia e Equador.
-Altura dos colmos: até 30m;
-Diâmetro dos colmos: até 20cm;
-Espessura da parede: 1,5 a 2cm;
-Clima e solo: Clima trocpical, solos médios a ricos, cresce ao longo de rios ou
colinas;
-Temperatura mínima: -2°C
-Distribuição natural: América do Sul, incluindo a região Norte do Brasil até o
Panamá;
-Usos mais comuns: Construção e usos diversos no meio rural.
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15-Diversos
Como alternativa ao uso das árvores, tem-se os bambus lenhosos, que
vem sendo utilizado secularmente para várias finalidades. Aproximadamente, 22
milhões de hectares são cultivados em nosso planeta, sendo descritos mais de
4.000 usos para esta planta. É um material ecológico, leve, resistente, versátil e
com excelentes características físicas, químicas e mecânicas, que lhe possibilitam
milhares de aplicações ao natural ou processadas.
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16-Bambu Medicinal
A folha de bambu oferece benefícios para pele, unhas, dentes e cabelos,
funcionando como um renovador.
As propriedades medicinais do chá das folhas de bambu: diurético,
digestivo, controla febre e tosse, asma, afecções intestinais, osteoporose,
antiartrose, hemorroidas e males do estômago, remineralizante e tônico geral do
organismo, brilho e maciez para os cabelos, antitóxico e anti-helmítico.
A folha de bambu também é excelente para uma pele saudável. Ela tem
uma grande quantidade de sílica que ajuda a deixar a pele com mais elasticidade e
ajuda o organismo produzir colágeno. A melhor forma de usar esse tratamento é
fazer um emplastro de folha de bambu e água quente e colocar diretamente no
rosto.
A sílica encontrada na folha de bambu também é um ótimo tratamento
para manter seus cabelos fortes, com fios brilhantes e crescendo. Receita: ferva 8
copos de água com duas mãos cheias de folhas de bambu. Deixe em ebulição por
três minutos, desligue, tampe e espere pelo menos uma hora antes de aplicar.
Aplique no cabelo e deixe até o dia seguinte.
Uma receita que vem ganhando popularidade entre as mulheres que
querem ter uma unha bonita e forte é a mistura de água fervente e folhas de
bambu. Depois de ferver a mistura deixe esfriar, coe e coloque as mãos na mistura
por cerca de 20 minutos. Enxague com água fria. Para completar faça uma
massagem com óleo de coco.
17-Detalhes Práticos
O Bambu é uma planta muito enigmática e são necessários anos para
começar a entender e compreender a melhor forma de utilizá-la.
O grande desafio é sem dúvida o tratamento/imunização. Se queremos que
um móvel ou estrutura de bambu tenha durabilidade, temos que imunizar contra
insetos (ver capítulo sobre Tratamentos) de forma adequada.
Sobre estruturas de bambu, após a correta imunização e secagem,
devemos levar em conta alguns pontos que não podem ser deixados para trás, se
queremos que uma obra de bambu tenha longevidade: Na Colômbia, a grande
referência em construção civil com Bambu, se diz que uma estrutura de bambu tem
que ter “salto alto e chapéu de aba longa”, ou seja, fundação com no mínimo 40cm
acima do solo e beiral grande para proteção contra umidade e chuva, além do
excesso de sol que poderá fazer com que algumas peças trinquem.
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Exemplo de sapatas da fundação elevadas do solo
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Fontes:
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Anexos
Retirado do livro “Manual de Construcción con Bambú”; de Oscar Hidalgo Lópes.
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