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MÍNIMO LEGAL
Resumo: A Súmula 231 do STJ fere o ordenamento jurídico pátrio e gera uma
série de ilegalidades e afrontas a princípios Constitucionais, por tal razão sua
eficácia deve ser revista.
1 BITENCOURT, Cezar Roberto. Penas Alternativas. 4ª Ed. São Paulo: Saraiva. 2013. p. 269
2 BITENCOURT, Cezar Roberto. Penas Alternativas. 4ª Ed. São Paulo: Saraiva. 2013. p. 267
3 DE VARGAS, Ramon Vinícius. “Pena abaixo do mínimo abstratamente previsto: uma garantia
constitucional ou uma impossibilidade jurídica?”. Revista Judiciária do Paraná – Ano X – Edição
nº 09 – Maio/2015
violará o sistema de dosimetria da pena, se tiver que estabelecer pena inferior
a margem legal em virtude de aplicação de atenuante na segunda fase. Nos
dizeres de José Antonio Paganella Boschu, esse procedimento decorre da
estrutura do sistema trifásico, de modo que a redução da pena abaixo do
mínimo, provocada pela atenuante, é um fenômeno inerente à funcionalidade
do referido sistema. 4
A aplicação do comando da Súmula 231 do STJ impõe a fixação de
penas iguais a pessoas com culpabilidades absolutamente distintas. Fere, além
do princípio da individualização das penas, o princípio da isonomia, ao tratar de
maneira absolutamente idêntica sujeitos com perfis e circunstâncias legais
completamente diferentes.
Da mesma forma, o argumento de que a fixação da pena abaixo do
mínimo configuraria violação ao Princípio da Separação dos Poderes não
procede, na medida em que compete ao juiz aplicar a lei em cada caso
concreto, ocasião em que o princípio da individualização da pena deve ser
concretizado. Neste sentido:
“A lei não esgota do Direito. Inexiste, por isso, qualquer afronta ao
princípio da individualização. Ao contrário, consagra a eficácia do próprio
princípio. Ademais, deixa patente, os Poderes são independentes,
contudo, harmônicos. O legislador trabalha com o gênero. Da espécie,
cuida o magistrado. Só assim ter-se-á o Direito dinâmico e sensível à
realidade, impossível ser descrita em todos os permenores por quem
elabora a lei. Não se trata de mero pieguismo. Ao contrário, realização
de justiça material.”5
4 BOSCHU, José Antonio Paganella. Das penas e seus critérios de aplicação. 7ª ed. Porto Algre: Livraria
do Advogado Editora. 2014. p. 250.
5 REsp 68.120-0-MG, da relatoria do Min. Luiz Vicente Cernicchiaro.