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O projeto político pedagógico, é um processo continuo com finalidades

explícitas, é de fato elaborado por todos que efetivamente participam do


processo educativo, organiza a escola de modo que se trabalhe dentro das
metas e objetivos que se pretende atingir.
Ao elaborar a sua proposta de projeto político-pedagógico, uma escola está
escrevendo o seu destino, construindo sua história, se preparando para o
futuro. Está com o pés no chão, mas vislumbra o horizonte e enxerga
possibilidades, é um instrumento clarificador da ação educativa da escola em
sua totalidade. Este projeto fundamenta-se nos princípios de igualdade,
qualidade, gestão democrática, liberdade, autonomia e valorização
docente.
Logo, a educação escolar não pode ser pensada como algo neutro em relação
ao mundo, mas como algo que produz na sua própria dinâmica, caminhos
diferenciados para ação social concreta em função de interesses e
necessidades dos próprios educandos.
Um dos princípios fundamentais da escola, e, portando, do projeto político-
pedagógico é o princípio da autonomia.
A autonomia relaciona-se com liberdade, autogoverno e independência. Para a
escola é um princípio político que se refere ao seu direito e a sua capacidade
de regulamentar e de gerir, nos termos da lei, os seus mais diferentes
assuntos.
A autonomia é, pois questão fundamental numa instituição educativa
envolvendo quatro dimensões básicas, relacionadas e articuladas entre si:
administrativa, jurídica, financeira e pedagógica. Essas dimensões
implicam direitos e deveres e, principalmente um auto grau de compromisso e
responsabilidade de todos os segmentos da comunidade escolar.
A autonomia administrativa é a capacidade da escola de elaborar e gerir
seus planos, programas e projetos. A jurídica diz respeito há possibilidade de
a escola elaborar suas próprias normas e orientações escolares, como por
exemplo formas de acesso. A autonomia financeira pode ser total ou parcial,
mas, se relaciona com a administração pessoal e de orçamento. A autonomia
pedagógica consiste na liberdade de ensino e pesquisa e se relaciona com as
suas concepções enquanto identidade, função social, clientela, organização de
tempos e espaços, avaliações entre outros.
O projeto político pedagógico aborda como organização do trabalho da escola
princípios que deverão nortear a escola democrática, pública e gratuita, tais
como a igualdade.
Igualdade de condições para cesso e permanência da escola. Igualdade de
oportunidades requer, portanto, mais que a expansão quantitativa de ofertas,
requer ampliação do atendimento com simultânea manutenção de qualidade.
Qualidade que não pode ser privilégio de minorias econômicas e sociais. O
desafio que se coloca ao projeto político-pedagógico da escola é o de propiciar
uma qualidade para todos, busca implicar duas dimensões indissociáveis: a
formal ou técnica e a política. Uma não está subordinada a outra; cada uma
delas tem perspectivas próprias.
A primeira enfatiza os instrumentos e os métodos, a técnica. A qualidade
formal não está afeita, necessariamente, a conteúdo determinados. Demos
afirma que a qualidade formal: “(...) significa a habilidade de manejar meios,
instrumentos, forma, técnicas, procedimentos diante dos desafio do
desenvolvimento”
A qualidade política é condição imprescindível da participação. Está voltada
para os fins, valores e conteúdo. Quer dizer “a competência humana do sujeito
em termos de se fazer história, diante dos fins históricos da sociedade humana”
(Demo 1994, p.14). Nessa perspectiva, o autor chama atenção para o fato de
que a qualidade centra-se no desafio de manejar os instrumentos adequados
para fazer a história humana. A qualidade formal está relacionada com a
qualidade política e esta depende da competência dos meios.
A escola de qualidade tem a obrigação de evitar de todas as maneiras
possíveis a repetência e a evasão. Tem que garantir a meta qualitativa do
desempenho satisfatório de todos. Qualidade para todos, portanto, vai além da
meta quantitativa de acesso global, no sentindo de que as crianças, em idade
escolar, entrem na escola. É preciso garantir a permanência dos que nela
ingressarem. Em síntese, a qualidade “implica consciência crítica e capacidade
de ação, saber e mudar.

Referências:
Livro: Projeto Político Pedagógico da Escola- Uma Construção Possível.
Livro: O Projeto Político-Pedagógico –Processos históricos da educação
brasileira.

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