Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
COMARCA DA CAPITAL/SC
Autos n. 0901063-98.2015.8.24.0023
RELATÓRIO
Trata-se de Ação Civil Pública por Ato de Improbidade Administrativa ajuizada em face
de Gilmar Knaesel e Eder Martins pela prática de atos previstos em lei específica, com
aplicação das penas previstas no art. 12, incisos I, II e III da Lei 8.429/82, em virtude dos
prejuízos causados ao erário oriundos do irregular repasse de recursos financeiros pelo
Fundo Estadual de Incentivo ao Esporte - FUNDESPORTE à Federação Catarinense de
Handebol para a realização do evento "Itajaí Handball Cup 2006".
É o breve relato.
Ademais, defende que não há prática de ato ímprobo, diante da inexistência de ato
antijurídico, da ausência de dolo e/ou má-fé na sua conduta, ademais, alegou não ficou
demonstrado na inicial algum benefício que o acusado tenha obtido.
Inicialmente, o réu Gilmar Knaesel tenta se esquivar das acusações sob a alegação
de que houve boa-fé em seus atos. No entanto, assim como corrobora a inicial, não seria
admissível que um gestor público, ainda dotado de boa-fé, ter concedido a verba por meio de
subvenções sociais, que ainda que houvesse a concessão, esta deveria ter ocorrido em outra
modalidade.
Ora, não é através deste argumento que o réu irá eximir-se de qualquer
responsabilidade das irregularidades descritas nos presentes autos.
No entanto, o réu ocupava cargo público de Secretário de Estado, isto é, de alto nível,
por isso, não pode o gestor público alegar desconhecimento da lei uma vez que a concessão
e a prestação de contas estavam de maneira irregular.
Por fim, vislumbra-se que o réu Gilmar Knaesel foi um dos responsáveis pela
concessão irregular da verba para o evento de handebol, causando prejuízo ao erário e
violando os princípios regentes da administração pública.
A defesa alega, preliminarmente, que a citação por edital é nula, posto que não teria
sido cumprida toda as exigências que a determina a legislação federal. No mérito, por meio
de negativa geral, contestou os fatos apresentados na inicial.
Nesse sentido:
"A citação por edital constitui medida excepcional, possível apenas após verificada a
impossibilidade de realização da citação pessoal. Dito isso, restando comprovado que os
endereços obtidos via Infoseg e SIEL não permitiriam o sucesso da diligência pessoal, a
citação ficta deverá ser autorizada, a qual passará a ter plena validade. Nos casos em que
reste comprovada a improbabilidade de se localizar pessoalmente o réu, a respeito de quem
já não se obteve informações por meio de sistemas seguros (Infoseg e SIEL), não há
necessidade de diligenciar, adicionalmente, em cadastros municipais e estaduais de pessoas
e contribuintes" (TJSC, AC n. 0316239-58.2014.8.24.0038, de Joinville, rel. Des. Sebastião
César Evangelista, Segunda Câmara de Direito Civil, j. 28.07.2016).
Ainda,
REQUERIMENTOS:
Diante do exposto, o Ministério Público requer a improcedência e rejeição de todas as
alegações em sede de contestação promovida pelos réus conforme o exposto e, reitera todos
os pedidos constantes na inicial.