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Apostila BMF
Apostila BMF
1 – INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 3
2 – CONCEITUAÇÃO .................................................................................................................. 3
3 – CONDIÇÕES NECESSÁRIAS PARA O FUNCIONAMENTO DO MERCADO FUTURO .................... 4
4 – PADRONIZAÇÃO .................................................................................................................. 5
Commodity ou ativo subjacente ............................................................................................ 6
Meses de vencimento ........................................................................................................... 6
Tamanho do contrato ........................................................................................................... 6
Cotação .................................................................................................................................7
Variação mínima e oscilação máxima diária........................................................................... 7
Forma de liquidação.............................................................................................................. 8
Margem de garantia.............................................................................................................. 9
Contrato Futuro Mini de Índice de Ibovespa .................................................................... 10
Contrato Futuro Mini de Dólar ........................................................................................ 10
5- POSIÇÕES EM MERCADOS FUTUROS ................................................................................... 11
Ajuste diário........................................................................................................................ 11
Posição ............................................................................................................................... 11
Clearing............................................................................................................................... 14
6. APREÇAMENTO DE CONTRATOS FUTUROS .......................................................................... 15
7. CONVERGÊNCIA ENTRE PREÇOS FUTUROS E A VISTA ........................................................... 21
8. ESTRATÉGIAS DE OPERAÇÃO COM FUTURO DE ÍNDICE. ....................................................... 23
Alfas e Betas ....................................................................................................................... 25
Hedge de Carteira ............................................................................................................... 26
Alterando o Beta da Carteira ............................................................................................. 266
Cash and Carry .................................................................................................................... 27
Fundos Passivos .................................................................................................................. 29
9. Indicações Bibliográficas ..................................................................................................... 31
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QUADROS
Quadro 1 ................................................................................................................................ 26
Quadro 2 ................................................................................................................................ 28
EQUAÇÕES
"#
= ! Equação 1 ....................................................................................... 16
"#
= ! +$ Equação 2 ........................................................................................ 17
0 = !(% + &)' Equação 3 ....................................................................................... 17
"#
= ! − ) Equação 4 ........................................................................................ 17
= !
("*+)#
Equação 5 ....................................................................................... 18
.
(,-")/0/
= 1.. Equação 6........................................................................................ 20
234
FIGURAS
Figura 1................................................................................................................................... 25
Gráficos
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MERCADO DE FUTUROS
1 – INTRODUÇÃO
Dos principais derivativos existentes, os mercados futuros e as opções sobre futuros
são os únicos que só podem ser negociados em bolsa.
De fato, futuros são contratos padronizados – pela bolsa – que exigem garantias de
seus participantes – coletadas pela Clearing House – e também acertos financeiros
diários devido à marcação a mercado do valor das posições, tarefa realizada pelas
Clearings.
2 – CONCEITUAÇÃO
Operação a futuro é aquela em que dois participantes, através de suas corretoras,
realizam, no sistema de negociação da bolsa, uma transação de compra e venda de
uma quantidade de lotes (contratos) de um determinado ativo subjacente, a um preço
acordado entre eles, para liquidação na data determinada pelas especificações
contratuais estabelecidas pela bolsa.
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Três principais agentes atuam no mercado futuro: Os hedgers, os especuladores e os
arbitradores.
Os hedgers atuam buscando proteção. Suas operações têm como objetivo eliminar o
risco de variação de preços a vista a que estão sujeitos em seus negócios.
Nem sempre um hedger de compra – o participante que quer evitar o risco de uma
alta – encontrava um hedger de venda – o participante que deseja vender
antecipadamente para garantir um preço. Quando isso acontecia, havia vários outros
problemas que podiam prejudicar a realização da transação: sistemas de
armazenamento inadequados, falta de padronização de qualidade da mercadoria,
ausência de disseminação de preços e, principalmente, dois outros fatores:
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sujeito a realizar o resultado do negócio apenas no vencimento da transação, que
poderia distar vários meses da data da operação.
A saída encontrada para resolver essa questão e trazer mais liquidez aos mercados foi
o desenvolvimento dos contratos futuros1. Basicamente, eram contratos semelhantes
aos contratos a termo, mas negociados em bolsa sob as especificações por ela
definida, garantidos por uma Clearing House e sujeitos ao mecanismo de ajustes
diários das posições.
De fato se não há um mercado a vista forte, podemos assumir que não há risco a ser
hedgeado no mercado futuro. Um contrato para um ativo com essa característica não
teria sucesso.
Mesmo havendo um mercado a vista forte, há que se ter atomização nos dois lados:
bastantes compradores e bastantes vendedores. Um mercado onde há um
monopolista de um lado e muitos compradores de outro também dificilmente teria
sucesso, da mesma forma que um mercado onde houvesse apenas um ou poucos
vendedores.
4 – PADRONIZAÇÃO
Quando se diz que os contratos futuros são padronizados é preciso entender o que é
essa padronização, ou seja, quais detalhes do contrato são estabelecidos pela bolsa.
Esses incluem tudo aquilo que possa influenciar a formação de preços nas
negociações. Assim, tudo que se faz necessário saber para que se possa realizar o
apreçamento do contrato tem de estar definido nas especificações contratuais. Os
principais aspectos são:
1
No jargão de mercados futuros a palavra “contrato” pode ter vários significados. Pode significar o
mercado futuro em si (ex: mercado futuro de taxa de juro ou contrato futuro de taxa de juro), pode
significar o conjunto de especificações estabelecidas pela bolsa para um determinado mercado futuro
(especificações contratuais do mercado futuro de dólar ou contrato futuro de dólar) e, finalmente, pode
significar a unidade de negociação (ex: compra de dez contratos para abril e venda de dez contratos
para maio).
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Commodity ou ativo subjacente
Como os futuros nasceram referenciados sobre commodities agrícolas, é comum
definir como commodity o objeto da negociação dos contratos futuros.
Posteriormente, com o advento dos futuros financeiros passou-se a utilizar a
denominação commodity financeira, o que não é muito apropriado. Hoje é mais
correto definir o objeto de negociação do contrato futuro como ativo subjacente,
posto que esse pode ser um instrumento financeiro, um índice de inflação, uma taxa
de juros, uma mercadoria etc.
Meses de vencimento
Outra variável importante diz respeito aos meses de vencimento. Contatos futuros
podem ter vencimentos mensais, bimensais ou seguir uma regra específica. Por
exemplo, o contrato mini de índice Bovespa da BM&FBOVESPA estabelece como
meses de vencimento, os meses pares: fevereiro, abril, junho etc. Ainda assim, deve
estar especificado o número de vencimentos autorizados à negociação. Normalmente,
sempre que um vencimento se extingue, a Bolsa autoriza um novo vencimento para
operação. No entanto, os traders sempre terão disponíveis para negociação um
número de vencimentos à frente, mais que suficiente para acomodar seu interesse de
negociação.
Tamanho do contrato
O tamanho do contrato é também uma das variáveis padronizadas pela bolsa e de
suma importância. Por tamanho do contrato define-se o lote de negociação embora
muitas vezes acordos informais entre os operadores ou a própria bolsa estabeleçam
um lote mínimo de negociação igual a x contratos.
Normalmente, nos contratos em que o ativo subjacente é algo contável (café, dólar,
ações etc.), o tamanho é definido em unidades. O contrato futuro de dólar comercial,
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por exemplo, tem tamanho de 50 mil dólares; no futuro míni de dólar o tamanho é de
cinco mil dólares. Já nos contratos de instrumentos financeiros, taxas de juros, índices
de ações é comum estabelecer-se o tamanho do contrato em valor financeiro. O
contrato futuro de DI, por exemplo, tem como tamanho o valor de R$100.000,00 de
valor de face; no futuro de índice Bovespa o tamanho é de R$1,00 por ponto de índice,
o que faz com que o tamanho de um contrato seja igual ao número de pontos de
índice multiplicado por R$1,00. Assim, se o índice negociado for de 50.000 pontos, o
tamanho do contrato dessa operação é de R$50.000,00.
Cotação
Padroniza-se também a forma de cotação. Basicamente, os futuros acompanham a
cotação do mercado a vista. Assim, café é cotado em reais por saca, índice de ações
em pontos de índice, DI futuro em taxa de juros anual, dólar em reais por dólar etc. Os
futuros de commodities agrícolas, cuja formação de preço é feita no exterior (café,
soja, milho etc.), são normalmente cotados em dólar no Brasil.
Não se deve confundir o limite de oscilação com o circuit breaker utilizado para o
mercado de ações. O circuit breaker é utilizado apenas para as situações de queda de
preços. Se a queda for de 10%, os negócios são interrompidos e retomados meia hora
depois; se a queda evoluir para 15%, o mercado para e só volta a operar no dia
seguinte (a bolsa pode definir a magnitude desses limites de forma diferente). No
limite de oscilação diária, o mercado teoricamente não para. Negócios podem ser
realizados dentro do limite. Porém, se a faixa de preços definida pelo limite não
abranger o novo preço de mercado depois de uma significativa variação de preços, o
mercado simplesmente deixa de operar.
Se o limite foi atingido e permaneceu imutável até o fim do dia, no dia seguinte os
limites máximo e mínimo de operação serão definidos pela aplicação da oscilação
máxima diária sobre o limite atingido no dia anterior.
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Forma de liquidação
Outra variável padronizada é a forma de liquidação. Aqui é importante notar todas as
condições de liquidação no vencimento. Em primeiro lugar, saber se o contrato é
liquidado mediante entrega ou financeiramente.
Paula, hoje não se pode dizer entrega “física”. Pode haver entrega sem que haja
movimentação física. Ativos escriturais se encaixam nessa situação. Assim prefiro o
termo liquidação por entrega (delivery settlement) pura e simplesmente.
Já dá para perceber que a liquidação por entrega acarreta muitos custos transacionais
que atrapalham a arbitragem entre preços a vista e futuros, o que é fundamental para
a convergência de preços entre esses dois mercados, principalmente perto do
vencimento. De fato, se preços a vista e futuro não convergirem para um mesmo
patamar no vencimento, toda a estratégia de operação, principalmente hedge, fica
comprometida. Nos contratos com entrega, é a possibilidade de se tomar a vista e
vender futuro ou de vender a vista e recomprar a futuro que garante essa
convergência. Porém, a realização das duas operações nem sempre pode ser feita
rapidamente e de forma eficiente, comprometendo a convergência.
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Hoje não se pode dizer entrega “física”. Pode haver entrega sem que haja
movimentação física. Ativos escriturais se encaixam nessa situação. Assim prefiro o
termo liquidação por entrega (delivery settlement) pura e simplesmente.
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Qual deve ser o preço utilizado pela bolsa para essa liquidação? Tem de ser um preço
imune à manipulação e que seja aceitável por todos os participantes. No Brasil, no
caso do futuro de dólar, por exemplo, usa-se a PTAX de Venda, apurada pelo Sistema
do Banco Central do Brasil, o Sisbacen; no caso do futuro de índice Bovespa, utiliza-se
uma cotação calculada pela própria bolsa durante as últimas horas de negociação.
Margem de garantia
A margem de garantia é um item que consta das especificações contratuais, mas na
verdade apenas de forma teórica. Margem de garantia é o valor requerido pela bolsa
de todos aqueles que têm posições no mercado futuro para fazer face a eventuais
perdas. As bolsas já não mais estabelecem valores de margem fixas por contratos
como se fazia antigamente. No Brasil, a BM&FBOVESPA tem um sistema que apura a
margem de todas as posições conjuntamente utilizando critérios denominados teste
de stress. Assim, o valor da margem de garantia pode variar diariamente mesmo que a
posição seja a mesma. É comum as corretoras solicitarem margem de garantia superior
àquela exigida pela bolsa para evitar fluxos financeiros entre ela e o cliente,
diariamente e com valores pequenos. Assim, as corretoras chamam um valor de
margem que fica creditado na conta do cliente e, quando essa margem atinge um
determinado valor muito próximo da margem mínima, um reforço de margem é
exigido.
Há uma definição nas especificações contratuais acerca do que a bolsa entende por
hedgers, para efeito de cobrança de garantias. Isso porque, no passado, era usual
exigir garantias menores dos hedgers. Esse aspecto não é mais importante. Hedgers
podem representar tanto risco quanto especuladores.
Traders que por ventura não conseguirem liquidar suas posições abertas no dia
deverão estar atentos às chamadas de margem. O não atendimento desta chamada
implica inadimplência junto à bolsa e à corretora.
Finalmente, vale destacar a questão dos custos operacionais que também constam das
especificações contratuais. No Brasil esses custos incluem:
• Taxa de Corretagem
• Taxas da Bolsa (emolumentos, taxa de registro, taxa de liquidação, taxa de
permanência etc.).
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Note que, como a data de vencimento é o primeiro dia útil do mês, mas o último dia de negociação o
dia anterior e a cotação para liquidação também se refere ao dia anterior, o contrato de vencimento em
um mês negocia na verdade o preço de dólar no fechamento do mês anterior. Assim, o futuro mini de
dólar vencimento em outubro de 2009 negocia o preço do dólar no dia 30 de setembro de 2009.
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5- POSIÇÕES EM MERCADOS FUTUROS
Ajuste diário
Para o entendimento do conceito de posições em mercados futuros é
extremamente importante discutir antes o que significa e como é calculado o
ajuste diário.
O ajuste é a liquidação financeira diária dos ganhos e das perdas das operações
realizadas e ainda não liquidadas. A existência do ajuste é a principal diferença
– embora não a única – entre contratos futuros e contratos a termo.
Posição
Uma posição em mercado futuro leva em consideração o cliente, a corretora, o
membro de compensação4 o contrato e o mês de vencimento. Todas as
operações realizadas considerando todos esses aspectos serão controladas pelo
saldo líquido de contratos negociados. Qualquer variação em qualquer desses
itens configura uma nova posição. Assim um cliente pode ter posições em
4
Membro de compensação é a instituição que se responsabiliza pela liquidação do contrato junto à Clearing.
Normalmente, é a própria corretora quem desempenha essa função. Porém, pode acontecer de corretora e
membro de compensação serem instituições distintas. O Conceito e a função são discutidos mais adiante.
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várias corretoras, pode ter posições em vários contratos, pode ter posições em
um contrato para vários vencimentos, mas terá uma única posição em um
contrato, um mês de vencimento e uma corretora.
Quem paga ajuste? Paga o comprador quando o preço de ajuste do dia é menor
que o preço de sua posição; paga o vendedor quando o preço de ajuste do dia é
maior que o preço de sua posição. O preço da posição pode ser o preço da
operação realizada no dia ou o preço de ajuste do dia anterior, caso a posição
não tenha sido feita no dia.
FG = (HF# − HI)EJE9
Onde,
FG = Ajuste Diário
HI =Preço da operação
9 = Número de contratos
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- Operação 1: Compra 8 contratos a 53.400
Sabendo-se que o preço de ajuste desse segundo dia foi de 54.700 qual foi o
valor do ajuste diário do cliente? Primeiramente, temos de calcular o ajuste
relativo a sua posição do dia anterior que era uma compra de dez contratos a
53.800.
Agora, calculamos o ajuste de cada uma das operações realizadas no dia. Note
que para operações de compra, calculamos HF# − HI; para as operações de
venda apuramos HI − HF# .
Este valor será creditado à conta do cliente. Como todas suas posições e
operações foram ultimamente marcadas ao preço de ajuste do último dia -
54.700 pontos - podemos apurar o seu saldo líquido que é de 10+8+6-20=4
contratos comprados. Esta é sua posição ao fim do dia: Posição comprada em 4
contratos ao preço de 54.700.
Vale notar que se o cliente tivesse vendido mais 4 contratos, sua posição
estaria zerada. Se tivesse vendido qualquer quantidade de contratos superior a
4 sua posição passaria de comprada para vendida, mas sempre ao preço de
ajuste do último dia.
As posições individuais de cada cliente podem ser abertas, terem o seu saldo
aumentado ou diminuído através de operações – compra ou venda – de
natureza inversa à da posição ou zeradas. É importante para o trader saber qual
o saldo de posições em aberto de um determinado contrato e para um
determinado vencimento. Esse acompanhamento traz informações úteis sobre
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a liquidez de um contrato/vencimento e a movimentação dos participantes.
Podemos por exemplo saber se novos clientes estão vindo para o mercado ou
se há um movimento de zeragem de posições.
Clearing
Quem controla as posições de todos os participantes do mercado futuro é a
Clearing House. No início dos mercados futuros a Clearing era uma entidade
separada da bolsa e contava inclusive com um diferente tipo de associação.
Logicamente, uma entidade poderia ser membro da bolsa e da Clearing ao mesmo
tempo, mas tinha de adquirir as participações em ambas e sujeitar-se a diferentes
regulamentos. Membros da bolsa estavam autorizados a operar; membros da
Clearing estavam autorizados a liquidar operações. Corretoras e Operadores
Especiais (Scalpers), que não eram membros da Clearing, tinham de contratar um
de seus membros, denominados de membros de compensação, para poderem
liquidar suas operações.
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mínimos cobrados pela Clearing, bem como têm de estabelecer limites de
operações para seus clientes que também podem ser mais severos que os limites
gerais por clientes estabelecidos pela Clearing.
Não necessariamente, uma instituição que trabalha com um dólar de R$2,05 para uma
determinada data está disposta a comprar significativamente abaixo desse preço ou
vender significativamente acima desse preço. A previsão é uma orientação para o
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desenvolvimento de sua atividade, mas não um preço para aposta. A instituição sabe
que preço futuro não é necessariamente a expectativa de preço a vista no futuro.
Suponha por exemplo o mercado futuro de uma ação. Para efeito de simplificação
vamos supor total inexistência de custos de transação e de custódia, um preço a vista
de R$10,00, uma taxa de juros até o vencimento do contrato futuro de 10% no
período. O preço futuro dessa ação deveria ser R$11,00. Esse é o preço de equilíbrio, o
preço que não permite arbitragem, ou seja, lucro sem risco. Qualquer preço acima de
R$11,00, faria com que investidores se sentissem motivados a tomar dinheiro a 10%,
comprar o papel e vendê-lo para entrega futura a um preço superior a R$11,00. Até o
vencimento teriam recebido mais de R$11,00 pela venda, mas liquidariam o
empréstimo por apenas R$11,00, embolsando a diferença. Se o futuro estivesse
cotado abaixo de R$11,00, aconteceria o contrário. Detentores do papel se sentiriam
motivados a vendê-lo por R$10,00, aplicar os recursos da venda à taxa de 10% e
recomprar o papel a futuro por preço inferior a R$11,00. Com o recebimento da
aplicação no valor de R$11,00, pagariam a liquidação do futuro – inferior a R$11,00 –
perfazendo um lucro. Desta forma, o único preço que equilibra a relação a vista-futuro
é R$11,00. Não discutimos aqui se o preço a vista está certo ou errado, se o preço
futuro está certo ou errado ou se a taxa de juros está certa ou errada. Apenas
afirmamos que, dados dois desses fatores, o terceiro é estimado a partir dos outros
dois. Esta é a relação de equilíbrio.
MN = ONPQR Equação 1
Onde,
= Preço Futuro;
= Preço a vista;
e = exponencial;
A fórmula acima diz simplesmente que, o preço futuro no momento zero é o preço a
vista, corrigido pela taxa de juros. Logicamente, há várias suposições por trás da
mesma, a saber: não há custos de transação, pode-se tomar e aplicar dinheiro sem
restrições à taxa de juros “r”, tanto o mercado a vista quanto o mercado futuro são
extremamente líquidos, não há custos de carregamento além da taxa de juros para
quem compra a vista e vende futuro e o ativo subjacente não rende dividendos nem
juros.
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Porque essas suposições são importantes? Com relação aos custos de transação é fácil
perceber que, se esses forem significativos, mesmo que houvesse espaço para
arbitragem com base apenas na relação de preços, essa não seria vantajosa por conta
das despesas com corretagem e outras para comprar em um mercado e vender em
outro.
Outro aspecto é com relação ao custo de carregamento do ativo. Suponha que o custo
de custódia fosse bastante alto. Assim, se o preço futuro fosse apenas o preço a vista
mais a taxa de juros, detentores do ativo se sentiriam motivados a vender o ativo,
comprar a futuro e aplicar os recursos da venda à taxa de juros. No vencimento,
receberiam novamente o ativo – considerando que haja entrega –, pagariam o preço
futuro contratado e teriam se livrado dos custos de custódia. Deduz-se, portanto, que,
havendo custos de carregamento, esses terão de ser incorporados ao preço futuro. Se
tais custos forem fixos por unidade cotada, o valor deverá ser incorporado à fórmula
da equação 1, resultando em:
MN = ONPQR + S Equação 2
Onde,
MN = ONP(Q-T)R Equação 3
Onde,
O que podemos então dizer do contrário, ou seja, se o ativo proporciona algum tipo de
rendimento como um rendimento fixo em reais ou um dividendo fixo? Se nós
acrescentarmos o custo para determinar o preço futuro, agora temos de deduzi-lo e a
fórmula se altera para:
MN = ON PQR − U Equação 4
Onde,
De fato, parece claro que se o ativo proporciona uma renda igual a ), caso tal valor não
fosse deduzido do preço do ativo, investidores se sentiriam motivados a tomar
dinheiro emprestado à taxa de juros, comprar o ativo e vendê-lo a futuro pelo preço a
vista mais a taxa de juros. No vencimento, entregariam o ativo, receberiam o preço
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futuro contratado e pagariam o empréstimo. Porém, durante esse período em que
foram proprietários do ativo teriam recebido a renda (dividendo, cupom etc.) por ele
proporcionada auferindo um lucro sem qualquer risco.
Se a renda proporcionada pelo ativo for expressa sob a forma de uma taxa, ou seja, de
um percentual sobre o preço a vista do mesmo, temos de deduzir tal rendimento de
acordo com a fórmula abaixo.
MN = ON P(Q*V)R Equação 5
Nos futuros de índice dos EUA, por exemplo, não há ajuste no valor do índice por conta
de dividendos. Os participantes do mercado têm então de prever a taxa média de
dividendos de todas as ações que compõem o índice para fazer o apreçamento de
acordo com a equação 5. Não é tarefa fácil porquanto as empresas pagam dividendos
em valores diferentes, com critérios diferentes e em datas não necessariamente
coincidentes. No Brasil, não há esse problema, pois o índice sempre é ajustado quando
da ocorrência de um provento a partir do primeiro dia de negociação ex-direito. Esse
ajuste é feito alterando-se a quantidade teórica da ação no índice, de forma que a
nova quantidade multiplicada pelo preço ex produza o mesmo resultado que a
quantidade anterior multiplicada pelo preço com o direito. Assim, os traders não têm
de se preocupar com isso no apreçamento do índice. Entretanto, devem se preocupar
com a alteração da carteira teórica do índice que ocorre a cada quadrimestre. Se o
trader estiver operando um contrato em dezembro para vencimento em fevereiro,
deve saber que em 02 de janeiro haverá atualização da carteira com a inclusão de
algumas ações e exclusão de outras que podem modificar o comportamento do índice
(não há problemas de continuidade, porém).
Vejamos por exemplo o mercado futuro de dólar. Sabemos que no Brasil, tanto o
contrato futuro padrão (cujo tamanho é de US$50.000,00) quanto o contrato futuro
mini (US$5.000,00) são liquidados financeiramente. Mas suponhamos por um
momento que sejam liquidados por entrega. Imaginemos uma situação em que o dólar
spot seja de R$2,00, a taxa de juros doméstica (taxa pré) para o período até o
vencimento do contrato futuro seja de 15% e a taxa de juros disponível para aplicação
em dólares seja de 5%.
Se uma instituição tomar R$2,00 emprestados a 15% pelo mesmo período terá de
pagar, no vencimento, o valor de R$2,00 x 1,15 = R$2,30.
Com o dinheiro captado, a instituição compra US$1,00 que poderá aplicar à taxa de 5%
pelo mesmo período. No vencimento a instituição receberá US$1 x 1,05 = US$1,05.
A resposta é sim. Porém, a taxa de juros para a moeda estrangeira – no caso o dólar –
a ser considerada – é o cupom cambial5. E não é necessário nenhum esforço para se
saber a taxa de cupom cambial vigente para o prazo até o vencimento do contrato
porque a BM&FBOVESPA tem um contrato de cupom cambial. Além disso, a taxa
prefixada para aplicações em reais é dada pelo contrato futuro de DI. Felizmente,
todos os contratos futuros financeiros –DI, Dólar e Cupom Cambial - têm vencimentos
coincidentes, o que torna o apreçamento do dólar futuro – padrão e mini – tarefa
bastante fácil.
= !
("*+)#
5
Cupom cambial é o rendimento em dólar de uma aplicação feita no Brasil.
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Considerando,
Note que a fórmula dada pela equação 5, requer taxas lineares de juros. Assim, a taxa
de juros prefixada utilizada é expressa em capitalização contínua. Se quisermos
adaptar a fórmula para aplicação direta temos que fazer algumas alterações, dado que
a taxa de juros doméstica (DI futuro) é divulgada em juros compostos, capitalizados
anualmente com base em 252 dias úteis e a taxa do cupom cambial é divulgada em
juros lineares, base anual de 360 dias. Temos então que, dado um preço a vista, a taxa
pré e o cupom cambial, o dólar futuro deverá ser apreçado como se segue:
X
(W-Q)YZY
MN = O N V.X Equação 6
[\N
Onde,
i= cupom cambial, dada pelas cotações do DDI futuro, expressa em taxa linear.
Vejamos um exemplo. Suponha que o dólar esteja cotado no mercado spot a R$2,20 e
que o DI Futuro aponte uma taxa pré para a data de vencimento do contrato de 15%.
O cupom cambial negociado para a mesma data é de 7%. Faltam 21 dias úteis e 30 dias
corridos para o vencimento de todos os contratos: Dólar Futuro, Cupom Cambial
Futuro e DI Futuro. A cotação de equilíbrio do dólar futuro será:
L,
(1 + 0,15)L]L
GC = 2,20E = 2,20E1,005847 = 2,212864
0,07E30
1+^ _
360
Na medida em que instituições financeiras podem com facilidade tomar dinheiro em
reais a 15%, comprar dólares, aplicá-los a 7%, qualquer valor para o dólar futuro acima
de 2,2129 será por elas arbitrado através da venda de contratos; valores abaixo serão
arbitrados através de operações que incluem a compra de contratos. Assim, é
importante para o trader que opera futuros de dólar – padrão ou mini – estar atento à
fórmula de apreçamento para poder notar possíveis distorções de preços que serão
arbitradas pelos principais agentes de mercado e provocarão mexida nos preços.
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A diferença é de R$0,100585, que é exatamente a variação do spot (R$0,10)
multiplicada pelo fator 1,005847. Note na fórmula que esse fator é a divisão entre o
fator de juro pré pelo fator de cupom cambial. Podemos dizer que é a taxa “dólar
forward”, ou seja, a taxa que define a diferença entre o dólar spot e o dólar futuro,
apurada a partir da diferença entre o juro pré (em reais) e o juro em dólar, ou cupom
cambial.
Para o trader é importante também notar que o fator dominante na formação do dólar
futuro é o dólar spot. Assim, as análises técnicas, estudos de volatilidade e outros,
realizados com base nas cotações spot, são válidos para as cotações futuras de prazos
de vencimento curtos.
Considerando o que foi exposto acima, deduzimos que os preços futuros estão sempre
arbitrados pelas instituições financeiras principalmente por conta da informação
instantânea das cotações que integram seu apreçamento e pela facilidade das mesmas
em operar em todos esses mercados de forma bastante ágil e com custos baixíssimos.
Poderíamos então concluir que não há espaço para especuladores e traders no futuro
de câmbio? A resposta é não.
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O que garante a convergência? Nos contratos futuros em que há entrega, é a própria
possibilidade de determinados agentes arbitrarem os dois mercados – a vista e futuro
– que assegura essa convergência. Se, por exemplo, tivermos na data de vencimento
uma cotação a vista de R$10,00 e uma cotação no futuro de R$12,00, haverá
investidores comprando a vista, vendendo futuro e lucrando com a diferença; se for o
contrário, haverá investidores vendendo a vista, comprando futuro e lucrando com a
diferença. De fato, na data de vencimento, o mercado futuro vira um mercado a vista e
facilita a arbitragem com o mercado a vista de fato. 6Assim, os dois preços devem ser
iguais ou muito próximos. Se não houver entrega e o contrato for liquidado
financeiramente, a convergência é compulsória: o último preço de ajuste é o preço a
vista, assim determinado pela Bolsa.
O que é que faz então com que alguns futuros sejam liquidados mediante a entrega e
outros apenas financeiramente? Justamente, a existência de custos transacionais que
impedem a convergência ou a própria impossibilidade de entrega.
Consideremos alguns exemplos: futuro de milho, futuro de boi gordo, futuro de ouro,
futuro de Dólar, futuro de índice, futuro de inflação. Os futuros de milho e de boi
gordo são liquidados por entrega, embora não se possa dizer que a convergência seja
perfeita. Possíveis diferenças significativas entre as cotações a vista e a futuro não são
sempre arbitradas com eficiência devido aos custos transacionais de se comprar a vista
e vender a futuro ou vice versa. E não seria recomendável a liquidação por diferença,
pois para tanto seria necessário haver uma cotação a vista que fosse do agrado de
todos, que fosse a mesma independentemente de localidade, imune à manipulação
etc. Nem sempre isso é possível o que faz com que, mesmo na inexistência de
convergência eficiente, os contratos sejam liquidados por entrega.
O futuro de dólar em um país com completa liberdade cambial poderia ter sua
liquidação final por meio da entrega. Quem ficasse comprado até o final receberia os
dólares e pagaria a moeda local; quem ficasse vendido entregaria os dólares e
receberia a moeda local. No Brasil, não há completa liberdade cambial. Se as
especificações contratuais estabelecessem entrega no final do contrato, muitos
investidores não iriam operar o contrato com medo de terem de sair antes do fim a
preços não muito interessantes apenas para evitar receber ou ter de entregar. Desta
forma a bolsa liquida por diferença, ou seja, encerra todas as posições à cotação a vista
do dia. E o que permite essa liquidação por diferença é o fato de haver uma cotação
consistentemente representativa do mercado a vista. No caso, a PTAX divulgada pelo
Sisbacen.
6
Alguns produtos, principalmente de commodities agrícolas são difíceis de serem transacionados com
rapidez. Essa condição dificulta as operações de arbitragem entre o mercado a vista e futuro, fazendo
com que a convergência de preços entre os dois mercados não seja eficiente.
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Já os contratos de índice e de inflação, têm de ser necessariamente liquidados por
diferença dado que a entrega é impossível.
Antes do vencimento, os preços são diferentes, mas têm de ser ditados pela relação da
equação 5. Caso contrário haverá arbitragem.
Traders que buscam apenas operações de curto prazo devem evitar negociar contratos
que exigem entrega próximo à data de vencimento do contrato.
Convergência de preços
13,00
12,50
12,00
11,50
11,00
10,50
Preço
PV
10,00 PF
9,50
9,00
8,50
8,00
7,50
30 27 24 21 18 15 12 9 6 3 0
Prazo restante (dias)
23
entender a natureza do risco de mercado7 de uma ação para uma melhor
compreensão do hedge de carteira com o uso de futuro de índice.
O risco de mercado de uma ação pode ser dividido em dois componentes: risco
sistemático e risco não sistemático. O risco sistemático ou risco de mercado é inerente
a todas as ações. É o risco de variação de preços em função não exatamente de
aspectos relacionados à empresa em si, mas devido a fatores que afetam a todas as
ações indistintamente em maior ou menor grau. Incluem-se entre esses fatores as
questões macroeconômicas, política monetária, cambial e outros.
De fato, se ele está comprado em uma ação, está comprado em risco sistemático e não
sistemático da ação. Ao vender futuro de índice ele estará vendendo o risco
sistemático – risco de mercado – já que a carteira do índice é bastante diversificada e,
portanto, contém apenas o risco de mercado. A soma do novo portfólio – comprado na
ação, vendido no futuro de índice– produz um portfólio que contém apenas o risco
não sistemático da ação, que é o risco que o administrador optou por correr.
7
Entende-se por risco de mercado o risco de variação de preço do ativo, diferentemente de risco de
crédito, que é o risco de não recebimento, risco operacional, que é o risco de perda por falhas e outros.
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Quanto mais representativo do mercado for o índice, melhor será a eficiência do
hedge através da venda de contratos futuros. Essa venda permitirá que perdas
eventuais na ação por conta de queda no preço a vista serão compensadas com
ganhos na posição vendida a futuro. Surge então a questão: quantos contratos se deve
vender a futuro para a realização do hedge de uma ação ou de uma carteira de ações?
Alfas e Betas
Como já vimos, o retorno esperado de uma ação depende do retorno do mercado
como um todo e de fatores específicos à empresa ou ao setor. A teoria de finanças traz
uma simplificação em que, através de uma regressão linear simples, podemos
relacionar os respectivos retornos.
Equação 7
Onde,
Retorno da ação i
Retorno do mercado
Componente de erro.
Muitos investidores procuram selecionar seus portfólios com base nos alfas e não mais
nos betas. Já o Beta pode mostrar quão agressivo é o retorno da ação em relação ao
mercado. Betas iguais a 1, mostram que retornos de mercado iguais a x% provocarão
retornos na ação iguais a x%; Betas menores que 1 são os betas de ações
conservadoras. Quando o mercado variar de x% a variação na ação será menor que x%;
Os betas maiores que 1 são os betas de ações agressivas. Um beta de 2 indica que
quando a carteira de mercado tiver uma variação de x%, a ação terá uma variação de 2
vezes o retorno do mercado.
Figura 1
25
Hedge de Carteira
Quanto mais consistente for o Beta, mais a reta de regressão será eficiente na
explicação do retorno da ação. Existem estatísticas que mostram o quanto da variável
dependente (o retorno da ação) é explicado pela reta de regressão. Não vamos
adentrar nessa discussão aqui. Nosso propósito é o uso do Beta para a estruturação de
uma estratégia de hedge.
!"#$ ! %&$ ℎ&()&!(#
= /0
!"#$ (# *+%,$-.&+,# (& ℎ&()&
ou
23456 738 3çõ98
1= @A Equação 8
23456 75 :5;<63<5 =><>65 79 í;7?:9
Pela fórmula acima, temos a quantidade de contratos a ser vendida para a realização
do hedge de um portfólio de ações. No caso do portfólio ser constituído de várias
ações, necessitamos apurar o Beta médio da carteira. Esse pode ser obtido através de
uma média ponderada pelo valor de cada ação na carteira.
Vejamos um exemplo. Suponha a carteira de ações abaixo com seus respectivos betas
individuais.
Quadro 1
É importante notar que, se o beta da carteira antes do hedge era de 1,47, agora,
adicionando-se à carteira os contratos futuros, o beta de todo o portfólio é zero.
Variações no índice não serão acompanhadas por variações no novo portfólio uma vez
que perdas nas ações serão compensadas plenamente por ganhos no futuro e vice
versa.
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!"#$ (!% !çõ&%
= /(0 − 0 ∗ )
!"#$ (# U#+,$!,# V-,-$# (& í+(*U&
Onde,
Suponha uma situação em que o índice futuro a vista esteja em 55.000 pontos, a taxa
de juros para o período até o vencimento do contrato é de 3% e o índice futuro está
cotado em 60.500 pontos, ou seja, 10% acima da cotação a vista. Evidentemente, uma
operação em que se capta dinheiro a 3% e se aplica a 10% seria altamente vantajosa.
Teoricamente, a forma de se estruturar essa operação seria:
a) Tomar dinheiro a 3%
b) Comprar todas as ações do índice
c) Vender índice a futuro.
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QT PREÇO PRODUTO PART. REL. % PR ACUM. NOVA PP NOVO VALOR NOVA QT
Ação A 1000 15,00 15.000,00 27,27 27,27 31,98294 17.590,62 1172,708
Ação B 2000 6,00 12.000,00 21,82 49,09 25,58635 14.072,49 2345,416
Ação C 2500 4,00 10.000,00 18,18 67,27 21,32196 11.727,08 2931,77
Ação D 1800 5,50 9.900,00 18,00 85,27 21,10874 11.609,81 2110,874
Ação E 1300 3,00 3.900,00 7,09 92,36 - - -
Ação F 1000 2,50 2.500,00 4,55 96,91 - - -
Ação G 500 1,80 900,00 1,64 98,55 - - -
Ação H 400 2,00 800,00 1,45 100,00 - - -
Quadro 2
27,27/100
Yçã# Y = = 31,98%
85,27
21,82/100
Yçã# Z = = 25,59%
85,27
18,18/100
Yçã# [ = = 21,32%
85,27
18/100
Yçã# \ = = 21,11%
85,27
Note que se somarmos a participação relativa modificada de cada ação teremos 100%.
Isto significa que iremos gastar 100% do valor com essas quatro ações, nos percentuais
acima indicados. Do total a ser aplicado, 31,98% será aplicado na ação A, por exemplo.
Pela tabela, para cada R$55.000,00 aplicados, iremos comprar a quantidade de ações
indicada na última coluna. Assim, se a operação de financiamento for de R$ 1 milhão,
iremos adquirir 1.000.000/55.000=18,18 carteiras. A compra deverá então ser de 18,18
vezes a quantidade da última coluna.
Temos ainda de apurar a quantidade de contratos a serem vendidos. Como cada ponto
de índice vale R$1,00, podemos deduzir que o contrato futuro corresponde a uma
8
No Brasil a operação é conhecida como financiamento.
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carteira do índice (no passado o ponto de índice era de R$3,00 o que fazia com que o
tamanho do contrato fosse de 3 carteiras teóricas). Assim, temos de vender o mesmo
número de carteiras a futuro, ou seja, 18,18 ou 18 contratos.
O que acontecerá com essa operação? Devemos levá-la até o vencimento? Suponha
que, na data de vencimento o índice esteja cotado a 53.000 pontos. Pela lógica da
estratégia, os preços das ações caíram no mercado a vista e nossa carteira que,
quando fizemos a operação valia R$55.000,00, vale agora R$53.000,00. Porém tivemos
um ganho no mercado futuro, pois vendemos contratos a 60.500 pontos e vamos
encerrar nossa posição a 53.000 pontos, perfazendo um ganho de 7.500 pontos. O
resultado final da operação será;
Dessa forma, é também fácil deduzir que, quando o spread a vista / futuro é
significativamente menor que a taxa de juros disponível para aplicação, a estratégia
recomendada é a operação caixa. Investidores com carteiras diversificadas como a do
índice, venderão no mercado a vista, comprarão no mercado futuro e aplicarão os
recursos da venda. Quando a diferença entre as cotações futuro e a vista se alargar ou
na data do vencimento, as posições a futuro serão encerradas e as ações serão
recompradas.
Por que é importante para o trader entender o racional dessa operação, mesmo que
ele mesmo não esteja interessado em fazer operações de financiamento ou caixa?
Porque ele deve saber que essas operações serão realizadas por grandes investidores
sempre que o spread formado pelas cotações futuro e a vista estiver muito diferente
da taxa de juros. No caso de spread muito alto, por exemplo, é de se esperar
operações de financiamento com vendas no mercado futuro e compras no mercado a
vista. Traders que operam no mercado futuro devem saber que haverá ordens de
venda significativas e que os preços têm grande probabilidade de ceder. Da mesma
forma, sempre que o spread for muito inferior à taxa de juros, provavelmente haverá
um volume significativo de operações caixa que deverão impulsionar as operações a
futuro para cima.
Fundos Passivos
Existem vários tipos de fundos de investimento em ações que buscam atrelar seu
retorno a um determinado índice de ações. Por exemplo, fundos que buscam replicar o
retorno do índice Bovespa ou do IBX. Os administradores desses fundos têm de estar
sempre comprando e vendendo ações para garantir que a carteira do fundo
acompanhe a carteira do índice. Dessa forma, é importante saber o tamanho do
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investimento em fundos atrelados ao índice negociado a futuro e prestar bastante
atenção às datas de rebalanceamento da carteira do índice.
O Ibovespa tem sua carteira rebalanceada a cada quatro meses, no início dos meses de
janeiro, maio e setembro. Nessas datas, algumas ações deixam o índice por não terem
atendido a todos os critérios de liquidez constante de sua metodologia e são
substituídas por outras. Logicamente, se as ações que deixam os índices perderam seu
lugar por falta de liquidez, sua participação na carteira teórica não é muito relevante.
O Ibovespa tem não só as ações selecionadas com base no volume, mas o peso que
cada uma tem na carteira também está relacionado ao volume negociado. Entretanto,
o peso de todas as ações que saem para dar lugar a outras pode ser significativo. Se as
ações que saem têm comportamento diferente daquelas que entram no índice, a
evolução do parâmetro e, consequentemente, do futuro pode ser afetada.
9
Na verdade as quantidades teóricas são modificadas por ocasião dos proventos. Para melhor
entendimento, ver “O índice Bovespa”, publicação da BVM&FBOVESPA.
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9. Indicações Bibliográficas
FII/FIA(1998). Curso de Futuros e Opções (1ª edição em português)BM&F
Hull, J.(1993). Option Futures and Other Derivatives Securities (2nd ed.) Englewood Cliffs, NJ:
Prentice Hall
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