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MÓDULO 2 – ACESSO
VÍDEO - RECEPÇÃO
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MÓDULO 3 – PÓRTICO
É muito comum ouvir que economia é “algo muito complicado” e que “investir na bolsa” é coisa só para gente
experiente e com muito dinheiro. O que pouca gente sabe é que os investimentos estão mais presentes em
nossas vidas do que imaginamos. Ok, você pode não saber o que é IPO, ETF, circuit breaker e outros termos do
“economês”, mas, com certeza, faz planos, pensa no futuro e projeta possibilidades, certo? Bingo: Isso também
é investimento -e, sim, grande parte dos seus projetos de vida pessoal passam pela Bolsa.
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A gente até poderia explicar que as bolsas são ambientes de negociação onde ações, títulos da dívida pública,
moedas estrangeiras e muitos outros ativos e mercadorias são comprados e vendidos diariamente. Ou, até
mesmo, poderíamos usar palavras bonitas e dizer que elas “conectam os agentes econômicos e são
indispensáveis para o funcionamento de uma economia”.
Mas queremos ir além. Queremos convidar você para participar conosco de uma jornada pela história do
mercado de capitais e das bolsas, que formaram o que é, hoje, a B3. Aqui você vai descobrir que esse mercado
não é tão novinho assim quanto parece, que grandes momentos da história do Brasil passaram por aqui e que
tecnologia e inovação sempre tiveram conectadas com a nossa trajetória. E, quem sabe, de quebra essa
história desperta o investidor adormecido que existe em cada um de nós, só esperando por um
empurrãozinho? Vem com a gente?
Seja bem-vindo, seja bem-vinda ao MUB3, o Museu da Bolsa do Brasil! Ah, aqui você pode tirar fotos à
vontade, não há qualquer restrição. Já alimentos e bebidas não são permitidos nesse ambiente, assim
ajudamos a preservar todo o conteúdo histórico do museu. Lembre-se de deixar seu celular no modo
silencioso para não atrapalhar os demais visitantes e de tratar com carinho as peças e objetos, assim mais
pessoas poderão usufruir desse lugar depois de você.
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MÓDULO 4 – PRAÇA DO COMÉRCIO
O que somos hoje é resultado de ontem, do que vivemos na história. E, se queremos falar sobre o futuro,
precisamos rememorar o passado. Afinal, a Bolsa nem sempre foi como a que conhecemos hoje.
Há pouco mais de dois séculos, negociantes se reuniam em praças públicas, as chamadas praças de comércio,
para realizar as transações comerciais, como compra e venda de produtos agrícolas, fretes de navios, apólices
da dívida pública e seguros. Essas negociações eram feitas em dinheiro vivo, que era carregado em bolsas -
algo inimaginável nos dias atuais.
Durante esse período, iniciado em 1808 com a chegada da família real ao Brasil, a palavra “praça” foi usada
para se referir ao mercado de valores. Em 1876, os leilões públicos foram transferidos para ambientes
fechados e o termo caiu em desuso.
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Embora a praça não fosse mais o palco, as bolsas de dinheiro ainda eram presentes nas negociações. E foi, em
referência a elas, que nasceu o termo Bolsa de Valores.
A praça do comércio: ponto onde os corretores se reuniam para comprar e vender produtos agrícolas como
café e algodão, câmbio e apólices da dívida pública.
Crédito: Bertichem, Pieter Godfred. Praça do Commercio. Gravura, Rio de Janeiro, século XIX. Fundação
Biblioteca Nacional (BN-Digital).
No Rio de Janeiro, o ponto de encontro ocorria na Rua Direita, atual Rua Primeiro de Março, no
centro da cidade. A imagem mostra o local no ano de 1890, quando as negociações já aconteciam em
ambiente fechado.
Crédito: Rua primeiro de Março. Marc Ferrez, Rio de Janeiro, c. 1890. Instituto Moreira Salles
Já em São Paulo, o encontro ocorria nas proximidades da Praça do Rosário, que hoje conhecemos como Praça
Antônio Prado, no atual centro histórico e onde está localizado um dos prédios da Bolsa
Crédito: Largo do Rosário a partir da Rua 15 de Novembro. Guilherme Gaensly, São Paulo, 1901. Agência
Estado.
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O termo bolsa mesmo só começou a ser utilizado em 1876, quando os leilões públicos passaram da praça para
o ambiente fechado, o chamado “pregão da bolsa”.
Crédito: Pregão da bolsa do Rio de janeiro. Autor desconhecido, Rio de Janeiro, c. 1910. Fundação Biblioteca
Nacional (BN-Digital).
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Investidora, Rio de Janeiro, 1889
Boa tarde, Sr. Olavo! Tens sido meu corretor de fundos desde a crise de 1875. Compraste por
minhas ordens ações e apólices. Vejo agora que os ânimos vão exaltados com a república e prefiro
vender alguns destes papéis para comprar outros. Venda cinco apólices de duzentos mil réis, da
emissão de 1873. Não vendas por menos de 204 mil réis cada uma. Estas são das que pagam 7%
anuais. Pois bem, compra ações dos Bondes do Jardim Botânico, desde que abaixo de 95, e da
Companhia Mogiana, da província de São Paulo, por menos 185.
Ora, ora! Se nota o crescimento desta praça! Ontem mesmo, venderam seis mil e quinhentas e oitenta e duas
ações da companhia Mogiana. E digo mais: se mais houvesse, mais venderiam! Os corretores têm sempre
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ordens para comprar e vender ações e apólices. Maior seria se contássemos com uma bolsa, tal como a Bolsa
Oficial, como a da capital da república. Ou mesmo uma bolsa livre como a que pretende iniciar o senhor
Rangel Pestana... É avultado o giro dos negócios! Se antes não se construía nada sem o capital inglês, hoje,
quantas companhias há nesta praça?
04.05.01
O quinteiro, espécie de balança que media as porções do ouro em pó, era muito utilizado como instrumento
no comércio de metais e transações comerciais no Brasil Colônia. O nome do objeto, aliás, remete ao imposto
cobrado pela coroa sobre todo o ouro encontrado: 20%, ou seja, “um quinto”
04.05.02
Na tentativa de cobrir os excessos de gastos com empréstimos e institucionalizar a dívida pública o governo
criou, em 1827, o Tesouro Nacional. Assim, cada apólice da dívida pública representava uma parte da dívida da
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União. O juro anual era de 6% e podiam ser resgatadas na data de vencimento. Caso a pessoa desejasse obter
o dinheiro antes do vencimento, tinha de recorrer a um corretor para oferecer o título na praça. A organização
deste tipo de comércio determinou, em 1850, a criação da Junta dos Correios -que viria a ser o embrião da
Bolsa de Valores do Rio de Janeiro.
Legenda: Apólice da dívida pública do Império do Brasil. Valor: um conto de réis (1:000$000). Rendimento: 6%
ao ano ou 200 mil réis (200$000). Emitida pelo Tesouro Nacional, em 1870, Rio de Janeiro. Impressão da Casa
da Moeda do Brasil.
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Além dos títulos públicos, outros papéis negociados pelos corretores eram as ações de companhias.
Funcionava de forma simples: ao comprar uma ação, a pessoa se tornava proprietária de parte de uma
empresa, logo, ela recebia parte do lucro. O interesse do público geral em adquirir ações como uma forma de
investimento permitiu o financiamento de avanços tecnológicos para a sociedade, tais como estradas de ferro,
serviços de bondes e iluminação pública. O comércio de ações e títulos de companhias é, até hoje, chamado
de mercado de capitais. E as bolsas suas principais impulsionadoras.
Legenda: Ação da Companhia Mogyana de Estradas de Ferro de valor nominal 200 mil réis (200$000), assinada
por seu primeiro presidente João Ataliba Nogueira e emitida em 1872. Impressor: Waterlow & Sons, Londres,
1872
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MÓDULO 5 – ESCRITÓRIO MERCANTIL
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05.01 – ESCRITÓRIO MERCANTIL - ACERVO
Quadro com amostras de algodão produzido nos principais centros produtores do mundo. Era utilizado pela
Bolsa de Mercadorias de São Paulo (BMSP) como referência para classificação dos tipos e qualidades das fibras
produzidas em São Paulo.
Crédito: Bolsa de Mercadorias de São Paulo, sem data. Acervo do Centro de Memória da B3.
No Rio de Janeiro, o comércio de títulos era feito na praça até 1850. Quem fazia essas transações eram os
corretores de fundos, que eram divididos em dois tipos: oficiais e livres. Os corretores oficiais eram os únicos
autorizados a negociar na bolsa e tinham um status similar ao dos tabeliões. Eles eram nomeados pelo
governo e, tal qual nos cartórios, o cargo de corretor oficial era vitalício e hereditário. Já os corretores livres
eram pessoas não credenciadas, mas que também faziam operações.
Em São Paulo, como não havia uma bolsa até a década de 1890, as operações eram feitas por meio dos
escritórios mercantis. Os corretores paulistas não eram especializados na negociação de ações e demais
valores mobiliários, mas de mercadorias, como algodão, café e açúcar. Eles também atuavam como corretores
de imóveis e, não raras vezes, no intermédio de empréstimos entre pessoas.
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05.02 – SURGIMENTO DO O MERCADO DE TÍTULOS DE SÃO PAULO - VÍDEO
Até a década de 1860, São Paulo competia com a cidade de Campinas pelo abastecimento da zona cafeeira do
oeste paulista.
Crédito: Fazenda de café no estado de São Paulo. Guilherme Gaensly, s/d. Fundação Biblioteca Nacional
(BN-Digital).
Por outro lado, era em Santos onde se realizavam os negócios mais importantes com o café.
Crédito: Vista do Porto de Santos. Marc Ferrez. s/d. Instituto Moreira Salles
Tudo começaria a mudar em 1867 quando a companhia inglesa São Paulo Railway ligou o planalto paulista ao
porto de Santos por uma ferrovia.
Créditos: Túnel da São Paulo Railway Company e Viaduto da Grota Funda sobre a Serra do Mar. Frédéric
Manuel, s/d. Fundação Biblioteca Nacional (BN-Digital).
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Depois de vencido o obstáculo da Serra do Mar, várias outras ferrovias foram construídas com o capital gerado
na cafeicultura.
Crédito: Mapa ferroviário do estado de São Paulo. Companhia E. F. Norte de São Paulo, c. 1890. Coleção
Martha e Erico Stickel. Instituto Moreira Salles.
São Paulo se transformou num importante ponto de conexão entre as diversas cidades do interior com o porto
de Santos. Foi neste período que grandes fazendeiros se mudaram para cá.
Crédito: Vista da Rua XV de Novembro. Guilherme Gaensly, c. 1900. Agência Estado.
Na nova capital dos fazendeiros, nascia uma forte demanda por novas formas de investimento como imóveis,
apólices e ações.
Crédito: Vista do Viaduto do Chá sobre o Vale do Anhangabaú. Guilherme Gaensly, c. 1900. Agência Estado.
Na ausência de uma bolsa oficial, esses ativos podiam ser comprados e vendidos nos escritórios dos
corretores, como o de Emilio Rangel Pestana, aberto em 1875.
Crédito: Anúncio do escritório de Emilio Rangel Pestana. Almanach Literário Paulista, 1877, n.3, p. 159.
Biblioteca Nacional. Hemeroteca Digital.
Com a expansão dos negócios, Emilio Rangel Pestana liderou em 1890 a organização da Bolsa Livre de São
Paulo, fundada como uma associação de corretores. A primeira bolsa paulista não resistiu à crise financeira de
1891, que esfriou o mercado de ações.
Crédito: Emilio Rangel Pestana. s/d. Centro de Memória da B3.
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Com o apoio do governo estadual foi instalada, no dia 25 de janeiro de 1895, a Bolsa Oficial de Fundos Públicos
de São Paulo.
Crédito: Corretores da Bolsa de Fundos Públicos da BOFPSP, autor desconhecido, 1901. Centro de Memória da
B3
Em 1936, a bolsa de São Paulo foi transformada numa autarquia da Secretaria da Fazenda e ganhou o nome de
Bolsa Oficial de Valores de São Paulo.
Crédito: Palácio do Café. Fotografia de autor desconhecido, s/d. Centro de Memória da B3.
O pregão foi transferido, na década de 1930, para o Páteo do Collégio, no Palácio do Café, onde funcionou até
o ano de 1972.
Crédito: Pregão da Bolsa Oficial de Valores de São Paulo. Fotografia de autor desconhecido, s/d. Centro de
Memória da B3
A guerra mundial de 1914 beneficiou a indústria têxtil nacional, estimulando a produção local de algodão.
Crédito: Algodão. Theodor Preising, São Paulo, c. 1930. Centro de Memória da B3.
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A Bolsa de Mercadorias de São Paulo (BMSP) surgiu em 1917. Seus principais produtos eram o algodão e o
açúcar.
Crédito: Inauguração da Bolsa de Mercadorias de São Paulo. Autor desconhecido, São Paulo, 1918. Centro de
Memória da B3.
Após a crise de 1929, o algodão surgiu como alternativa para diversificar a agricultura paulista. Neste período,
a Bolsa de Mercadorias atuou ativamente, tanto na promoção do cultivo como na organização de sua
produção.
Crédito: Secagem do algodão em fazenda de São Paulo / Trabalhador carregando balaio de algodão em pluma.
Máquina (máquina é o nome do estabelecimento onde se faz o beneficiamento de produtos agrícolas) de
beneficiamento do algodão / Enfardamento do algodão processado para exportação. Fotos de Theodor
Preising, c. 1930. Centro de Memória da B3.
A alta dos negócios motivou a BMSP a se mudar, no dia 30 de abril de 1936, para o espaçoso palacete do Clube
Comercial, na Rua Líbero Badaró.
Crédito: Pregão da Bolsa de Mercadorias de São Paulo. Fotografia de autor desconhecido, s/d. Centro de
Memória da B3.
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Na década de 1950, os gráficos produzidos pelo Departamento de Estatísticas da Bolsa de Mercadorias de São
Paulo (BMSP) eram feitos a mão.
Crédito: Bolsa de Mercadorias de São Paulo, c. 1950. Centro de Memória da B3.
As transmissões de dados das negociações começaram com a Bolsa de Fundos Públicos de São Paulo, que
transmitia um boletim periódico das cotações na década de 1930. Os interessados podiam ligar para bolsa e
falar com um dos corretores pelo telefone.
Crédito: Correio Paulistano, 21.11.1934, p. 5. Hemeroteca Digital. Fundação Biblioteca Nacional.
O programa Hora da Bolsa, lançado em 1936 e transmitido pela Rádio Excelsior, anunciava os pregões Bolsa de
Mercadorias de São Paulo.
Crédito: Correio Paulistano, 1.6.1936, p. 9. Hemeroteca Digital. Fundação Biblioteca Nacional.
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No Rio de Janeiro, os pregões da bolsa eram transmitidos ao vivo pela Rádio Transmissora, no programa Hora
da Bolsa de Valores, lançado em 1938.
Crédito: Brasil Açucareiro, n. 12, 1938, p. 97. Hemeroteca Digital. Biblioteca Nacional.
O rádio foi importante pois transmitia as cotações que eram escritas na pedra durante o pregão, de São Paulo
para as regiões mais remotas do Brasil.
Crédito: Bolsa de Fundos Público de São Paulo. Fotografia de autor desconhecido, São Paulo, c. 1930. Centro
de Memória B3.
O rádio era utilizado para divulgar novas práticas de cultura e campanhas de controle de pragas.
Crédito: Bolsa de Mercadorias de São Paulo. Departamento de Estatística e Estudos Econômicos, s.d. Centro de
Memória da B3.
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05.05 – O CORRETOR OFICIAL - VÍDEO
O corretor oficial Estevam Estrella foi o primeiro síndico da Bolsa de Fundos Públicos de São Paulo. “Síndico”
era o nome dado ao responsável por presidir os trabalhos do pregão. O escritório de Estevam Estrella atendia
seus clientes no mesmo prédio onde funcionava a bolsa, o edifício da Associação Comercial, na esquina da Rua
da Quitanda com a Rua do Comércio (atual Alvares Penteado).
Corretor de Fundos: comprava e vendia títulos no pregão da Bolsa para seus clientes.
Corretor de empréstimos: intermediava empréstimos, que tinham como garantia hipotecas, títulos e
mercadorias
Corretor de navios: comprava e vendia embarcações, assim como contratos de fretamento.
Corretor de Mercadorias: comprava e vendia mercadorias
Crédito: Almanak administrativo, comercial e profissional do Estado de São Paulo para o ano de 1897.
Hemeroteca Digital. Biblioteca Nacional.
Na década de 1930, surgiram as chamadas “apólices populares”. Eram impressas em pequenos valores,
acessíveis a parte da população com menos recursos disponíveis para investimento. O principal mercado era a
bolsa do Rio de Janeiro, mas a bolsa de São Paulo começou a ganhar destaque.
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Créditos: Apólice de 200 mil réis (200$000). Tesouro do Estado de São Paulo. Impressor: Companhia
Melhoramentos de S. Paulo (Weisfrog Irmãos INC), São Paulo, Caieiras, 1935. Correio Paulistano, 10.3.1936,
p.3.
Balança Filizola utilizada pela Bolsa de Mercadorias de São Paulo para pesar mercadorias diversas.
Calculadora Eletromecânica R.C. Allen Model 35, utilizada entre as décadas de 1930 e 1970.
05.07 - RÁDIO
Áudio 1.1
Será inaugurado hoje, às dez e meia, na nova sede da Bolsa de Mercadorias de São Paulo, à Rua Líbero Badaró,
trinta, o programa “Hora da Bolsa” que será irradiado neste horário todos os dias nesta Rádio Excelsior. Com
esse melhoramento, as classes que mais concorrem para o incremento da nossa economia - a lavoura, o
comércio e a indústria – poderão acompanhar as cotações dos pregões da bolsa, os preços dos cereais e do
café, informações sobre o câmbio e sobre muitos outros assuntos de interesse geral.
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Crédito: Correio Paulistano, 1. 7.1936, p. 3.
Áudio 1.2
Chega-nos agora a notícia de que teve início o pregão na Bolsa Oficial do Café de Santos, onde os contratos a
termo do tipo B registram altas de trezentos réis para novembro, dezembro e janeiro.
Crédito: O Estado de S. Paulo, 14.11.1936, p. 11
Áudio 1.3
A Câmara Sindical da Bolsa Oficial de Valores desta capital afixou, ontem, as seguintes taxas médias de câmbio:
a libra, em oitenta e três mil réis; o escudo, em setecentos réis; o dólar, a dezessete mil e dez réis; o peso
argentino, em quatro mil setecentos e trinta e dois réis; e o yen, em cinco mil trezentos e oitenta e seis réis.
Crédito: O Estado de S. Paulo, 14.11.1936, p. 11
Áudio 1.4
O comércio brasileiro com o Japão está assegurado, deve-se isso em grande parte ao algodão. Desde julho os
“marus” [como são chamados os navios mercantes japoneses] saem de Santos carregados... e devemos o
intercâmbio com tão longínquo país aos esforços do Itamaraty e da Bolsa de Mercadorias de São Paulo. Ao
longo dos últimos meses, o cônsul do Brasil em Kobe, o jovem Raul Bopp, esteve em contato telegráfico diário
com os diretores da Bolsa de Mercadorias, a fim de colocar as melhores ofertas aos industriais de Osaka.
Crédito: O Estado de São Paulo, 29.7.1936, p. 7
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áudio:https://drive.google.com/drive/folders/1k4edpAvWce4IdUqdTqcyTkNbYtOSj83R?usp=sharing
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05.08 - ACERVO - MESA
Livro Diário do escritório de Abelardo Vergueiro César, responsável por estruturar e iniciar uma integração
entre diversas bolsas do Brasil e da América Latina, corretor oficial da Bolsa de Fundos Públicos de São Paulo.
Este livro era uma espécie de “conta corrente” em que o corretor anotava diariamente os haveres e deveres de
seus clientes.
Crédito: Acervo do Centro de Memória da B3
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05.10 - BALCÃO DE APROFUNDAMENTO
Crédito: Organização algodoeira do Estado de São Paulo. Quadro Demonstrativo da Organização Interna da
Bolsa. Reprodução de Acervo. Centro de Memória da B3.
Organização agronômica1
Preparação da terra
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O título nas fotos é só para orientar a produção do menu no balcão de aprofundamento com as páginas correspondentes na
revista.
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Plantio
Colheita
Instituto Agronômico
Instituto Biológico
Usinas de beneficiamento
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Exportação
Esse material não possui link para acesso pois está em formato de aplicativo para que possa rodar na mesa.
05.11 - ACERVO
Suplemento em rotogravura (tipo de impressão popular nas décadas de 1920 e 1930) organizado pelo jornal
“O Estado de São Paulo” em conjunto a Bolsa de Mercadorias de São Paulo.
Crédito: O Estado de São Paulo, março de 1939, n. 132. Acervo do Centro de Memória da B3.
Engana-se quem acha que o papel da Bolsa de Mercadorias de São Paulo está restrito ao estabelecimento de
pregões. A BMSP pode incentivar vendas, fomentar pesquisas e até o desenvolvimento de produtos. Duvida?
Bom, vamos usar o algodão como exemplo.
Durante décadas, ele foi a principal commodity da BMSP. Além dos pregões, havia também um mercado “a
termo” (terminologia para venda antecipada de mercadorias para entrega futura). Para garantir um padrão
mínimo de entrega, as mercadorias tinham de ser classificadas de acordo com certos tipos ou qualidades.
Para que isto se tornasse viável, foi necessário criar um sistema de classificação de produtos e tipos comerciais
de algodão, estimulando pesquisas e a capacitação de profissionais para trabalharem como classificadores.
Estes movimentos resultaram na ampliação da rede de beneficiadores de algodão e na divulgação do produto
no exterior.
Atuaram, em conjunto, a BMSP o Ministério das Relações Exteriores e o Ministério da Agricultura, em parceria
com órgãos estaduais como a Secretaria da Agricultura de São Paulo, o Instituto Biológico de São Paulo, o
Instituto Agronômico de Campinas e o Banco do Brasil.
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MÓDULO 6 – PREGÃO
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06.01 - MAQUETE TÁTIL DA CORBEILLE
Maquete do pregão da Bolsa de Mercadorias de São Paulo, instalado no prédio do Clube do Comércio, na Rua
Líbero Badaró, em 1936.
06.02 - ACERVO
Cadeira de corretor oficial da Bolsa Oficial de Valores de São Paulo. Pertenceu ao corretor e ex-presidente da
BOVESPA, Raymundo Magliano, proprietário da corretora de número 01 da Bolsa.
Crédito: Doação família Magliano, 2022.
O coração da bolsa sempre esteve presente no imaginário popular: um recinto no qual os corretores se
reuniam para “apregoar” (anunciar em voz alta) seus ativos e mercadorias. Pois saiba que muitos dos jargões
do economês nasceram da arquitetura desse espaço. Na década de 1930, o local era cercado por balaustradas
que ganharam o carinhoso apelido de corbeille (cesto, em francês), já que o requinte dos balaústres lembrava
um cesto de flores.
Conforme os negócios eram fechados, as cotações eram marcadas com giz em uma espécie de lousa chamada
de “pedra”, por isso esse período ficou conhecido como "idade da pedra". Nesta área de negociação apenas os
corretores habilitados podiam ingressar para apregoar suas ofertas. Era uma área restrita, para afastar os
“zangões” (corretores irregulares). Os investidores e interessados ficavam acompanhando o pregão em um
balcão que ficava no andar superior, conferindo transparência às negociações e permitindo que eles dessem
ordens de compra e venda a seus corretores que estavam na corbeille. Este sistema de registro dos negócios
foi implantado em 1876, com a reforma da Bolsa do Rio de Janeiro, e ficou em voga até a chegada dos painéis
eletrônicos, que desembarcaram por aqui entre as décadas de 1960 e 1970.
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MÓDULO 7 –RAIO X
Se tem duas coisas que combinam (e muito!) são mercado com telecomunicação.
Se hoje qualquer pessoa pode comprar e vender ações e outros produtos financeiros e gerenciar seus
investimentos pelo celular, saiba que nem sempre foi assim. No século XIX, por exemplo, era muito comum o
uso do telégrafo, uma máquina que transmitia as ordens de compra e venda em códigos enviados por meio de
pulsos elétricos.
Anos mais tarde, estes fios passaram a transmitir voz humana. Sim, estamos falando dos telefones! Com a
chegada dessa tecnologia, foi possível falar com um corretor em tempo real, dentro da bolsa, para consultar as
cotações e dar ordens de compra e venda.
Hoje, a tecnologia avançou ainda mais e agora podemos acompanhar tudo em tempo real, na velocidade de
um clique -ou deslize de dedo- e de qualquer lugar do mundo. Mas, antes de atingirmos toda essa sofisticação,
as negociações aconteciam por meio do antecessor do seu celular, o telefone!
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07.02 e 07.03 – TELECOMUNICAÇÕES - DIÁLOGOS TELEFÔNICOS
Corretor: Alô!
Comprador: Boa tarde! É do escritório do corretor de fundos João Alberto?
Corretor: Sim, aqui quem fala é seu preposto, José Carlos, ao seu dispor.
Comprador: Acabo de vender minha loja e preciso de uma boa aplicação em títulos para investir parte desse
dinheiro.
Corretor: Mas é claro! Posso lhe comprar as novas apólices do Estado de São Paulo que foram lançadas há
pouco aqui na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro... Elas já estão entre os títulos mais populares.
Comprador: São as apólices que concorrem ao prêmio?
Corretor: Isso mesmo. O portador concorre ao prêmio de 500 contos réis.
Comprador: E os rendimentos?
Corretor: Elas rendem 6% ao ano com amortizações semestrais e o sorteio será realizado no salão da bolsa de
São Paulo, com transmissão pela Rádio Educadora.
Fonte: Jornal do Commercio [Rio de Janeiro], 29.9.1935, p. 13.
Telefone interativo II – a ser adquirido pela Case Lúdico (transmissão via botão/pedaleira)
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Vendedor: Sim, é um ramo de comércio novo aqui no Brasil... nos Estados Unidos chamam de investment
banking. Nós financiamos companhias e promovemos a sua primeira oferta de ações... a qual chamamos de
oferta primária.
Comprador: E a bolsa?
Vendedor: Bom, a bolsa nós chamamos de mercado secundário. Pois é onde, depois, estas mesmas ações
podem ser negociadas em pregão através de corretor.
Comprador: Entendi.
Vendedor: Mas me diga senhor Alberto, gostarias de adquirir um jeep?
Comprador: Estás de brincadeira... Queres me vender um jeep ou as ações da companhia Willys-Overland?
Vendedor: Bom, eu explico melhor... É que quem subscrever 100 ações da Willys-Overland do Brasil obtém
automaticamente um desconto de 10% na compra de um Jeep.
Comprador: Veja bem senhor Macário, eu bem que gostaria de dirigir um jeep, mas não vou empenhar meu
capital assim pelo telefone! Onde já se viu?
Vendedor: Mas é claro, poderíamos agendar uma visita a sua residência que eu lhe apresentarei o prospecto
detalhado das ações desta importante companhia.
Comprador: Em minha casa?
Vendedor: A Deltec possui mais de quatrocentos agentes espalhados pelo Brasil neste momento, visitando
pessoalmente os potenciais acionistas das novas companhias que estão surgindo no Brasil.
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Telefone sem fio utilizado no pregão viva voz da BM&F.
Crédito: Centro de Memória da B3
1.
Estivadores carregam um navio com café no porto de Santos.
Crédito: Fotografia de autor desconhecido, Santos, 1909. Fundação Biblioteca Nacional (BN-Digital).
2.
Trabalho de uma tecelã em uma fábrica de São Paulo.
Crédito: Carlos Preising, São Paulo, c. 1930. Centro de Memória da B3.
3.
Enfardamento de algodão em casa de beneficiamento.
Crédito: Theodor Preising, São Paulo, c. 1930. Centro de Memória da B3.
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4.
Embarque de fardos de algodão no porto de Santos.
Crédito: Theodor Preising, São Paulo, c. 1930. Centro de Memória da B3.
FOTOS 1 A 4
A crise de 1929, também chamada de “Crash da Bolsa de Nova Iorque”, encerrou a chamada “economia
cafeeira”, que dependia das exportações de café para continuar prosperando. Foi quando o algodão despontou
como alternativa à cafeicultura, já que, além de exportado, também estimulava o crescimento da indústria
têxtil.
5. ACERVO
Miniaturas de fardo de algodão
Crédito: Centro de Memória da B3
6. ACERVO
Lata da amostra de café da Bolsa de Mercadorias de São Paulo (BMSP)
Crédito: Centro de Memória da B3
FOTOS 5 E 6
A Bolsa de Mercadorias de São Paulo teve um papel fundamental na difusão do cultivo do algodão e, na
década de 1960, transformou-se também num importante mercado para o café.
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7.
Menino jornaleiro oferece jornal com manchete da guerra na Europa.
Crédito: Fotografia de Hildegard Rosenthal, São Paulo, 1939, Instituto Moreira Salles.
8.
Vista externa da usina da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) em Volta Redonda-RJ.
Crédito: Fotografia de autor desconhecido, Rio de Janeiro, c. 1940. Arquivo Nacional [BR RJANRIO PH 0 FOT
05895 028].
9.
Fornos da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).
Crédito: Fotografia de autor desconhecido, Rio de Janeiro, 1946. Arquivo Nacional. Fundo Correio da manhã
[BR RJANRIO PH 0 FOT 04452 008].
10.
Embarque da Força Expedicionária Brasileira para a Europa.
33
Crédito: Fotografia de Autor desconhecido, Rio de Janeiro, 1942. Arquivo nacional. [BR RJANRIO PH 0 FOT
01531].
FOTOS 7 A 10
A Segunda Guerra Mundial foi um importante divisor de águas na economia do País. O alinhamento do Brasil
com os Aliados garantiu apoio para instalação da Companhia Siderúrgica Nacional. A CSN teve suas ações
lançadas na bolsa do Rio em 1942, e serviu de base à indústria metalúrgica no Brasil.
11.
Anúncio do “Banco Aliança do Rio de Janeiro” na Revista Conjuntura Econômica.
Crédito: Revista Conjuntura Econômica, Rio de Janeiro, v. 7, n. 10, 1958. Fundação Getúlio Vargas.
12.
Anúncio de debêntures da “Lar Brasileiro S/A.” na Revista Conjuntura Econômica.
Crédito: Revista Conjuntura Econômica, Rio de Janeiro, v. 7, n. 1, 1953. Fundação Getúlio Vargas.
34
13.
Anúncio da empresa “Valéria S/A” na Revista Conjuntura Econômica.
Crédito: Revista Conjuntura Econômica, Rio de Janeiro, v. 7, n. 6, 1953. Fundação Getúlio Vargas.
FOTOS 11 A 13
A prosperidade do pós-guerra incentivou uma procura por novas formas de investimentos, tais como ações,
debêntures e fundos. Um dos primeiros fundos vendidos foi o Condomínios Valéria S/A, que na verdade era
uma empresa que detinha cotas de fundos que eram vendidas por meio de ações, permitindo à classe média o
acesso ao mercado de capitais. Os vendedores da Deltec S/A, administradora do Valéria, visitavam potenciais
compradores em suas casas, numa espécie de venda porta a porta como hoje acontece com os catálogos de
beleza e utensílios de cozinha.
14.
Presidente JK participa da Inauguração da fábrica da Willys Overland.
Crédito: Fotografia de autor desconhecido, São Paulo, 1960. Arquivo Nacional
15.
Linha de montagem da Willys Overland.
Crédito: Fotografia de autor desconhecido, São Paulo, 1960. Arquivo Nacional
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35
16.
Propaganda do automóvel Jeep, produzido pela Willys-Overland S/A.
Crédito: Revista Conjuntura Econômica. V. 13, n. 7, 1959. Fundação Getúlio Vargas.
FOTOS 14 A 16
O crescimento da indústria automobilística ocorreu no final da década de 1950. Em 1957 ocorreu o
lançamento das ações da Companhia Willys-Overland S/A, que fabricava no Brasil o automóvel Jeep, veículo
que teve importância fundamental na mecanização do campo e no desenvolvimento urbano do Brasil. A
inauguração da fábrica contou até com a presença presidente Juscelino Kubitschek.
17.
Construção de Brasília, desenhada pelo arquiteto Oscar Niemeyer
Crédito: Fotografia de autor desconhecido, Rio de Janeiro, c. 1960, Arquivo Nacional. Fundo Correio da Manhã.
[BR RJANRIO PH 0 FOT 00154].
18.
Homem segura maço de notas de 5 mil cruzeiros.
Crédito: Fotografia de autor desconhecido, Rio de Janeiro, c. 1960, Arquivo Nacional. Fundo Correio da Manhã.
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FOTOS 17 E 18
O clima de euforia trazido pela industrialização e as grandes obras de infraestrutura camuflavam problemas já
conhecidos da economia brasileira, como a inflação e a baixa remuneração dos ativos. Em 1964, surge o
Sistema Financeiro Nacional, que criou o Banco Central do Brasil, e, depois, a chamada “Lei do Mercado de
Capitais” em 1965 – esta que moldou o mercado de valores mobiliários como conhecemos hoje.
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Os anos de 1930 a 1965 foram marcados por um intenso processo de transformação da economia brasileira.
Neste período, a economia do país se tornou mais integrada e diversificada e o mercado de capitais se
desenvolveu. O café deixou de reinar sozinho e absoluto, já que o Brasil passava por processos de
industrialização e urbanização, dividindo o palco com outros produtos como algodão, petróleo, minério de
ferro, ações e títulos da dívida pública, entre outros.
Este foi, também, um período de amadurecimento dos mercados financeiros e de capitais no Brasil,
impulsionados pelo crescimento da dívida pública e do crescimento econômico do pós-guerra.
37
MÓDULO 8 – B3 E O DIA A DIA DO BRASILEIRO
38
08.01 – B3 E O DIA A DIA DO BRASILEIRO
A função mais clara que a bolsa de valores tem é servir de conexão entre empreendedores, que
precisam de dinheiro para desenvolver projetos, com investidores, que procuram rentabilidade.
Porém, ela não é a única. Empresas que permitem que você realize as mais simples atividades do
seu dia a dia também passam por aqui. Toque na tela e descubra!
Pegamos como exemplo o cafezinho que você tomou antes de vir para cá.
Muito provavelmente, esse café foi comprado num mercado de bairro. Como a maior parte das
vendas que o mercado faz é realizada com cartão de crédito, suponhamos que você tenha passado
o cartão. Pois bem, sempre que há algum desafio de caixa, o dono do mercado pede ao banco uma
antecipação desses valores a receber de vendas com cartão via uma operação de crédito chamada
antecipação de recebíveis. O registro dessa operação também acontece nos sistemas da B3.
Antes disso, o café chegou ao mercadinho. A frota da transportadora que levou o produto a este
local acabou de ser ampliada. E isso só foi possível porque a empesa emitiu debêntures, títulos que
representam dívidas e remunera os investidores com uma taxa de juros definida no momento da
aplicação. Essas debêntures são registradas e negociadas aqui, na B3.
O galpão onde o café estava armazenado antes de chegar ao mercado faz parte do conjunto de
imóveis de um fundo de investimento imobiliário. Estes fundos captam dinheiro de investidores
que, por sua vez, investem em imóveis. A remuneração dos investidores, os cotistas do fundo, tem
como base os aluguéis recebidos. E essas cotas são negociadas onde? Exato, na B3.
Antes da estocagem, o café foi embalado e torrado. Como a empresa que realiza este trabalho tem
capital aberto, foi possível emitir novas ações numa operação chamada follow-on, que capta
dinheiro dos investidores para expandir suas operações. Ah, as ações são negociadas na B3 e ficam
depositadas na central depositária da B3.
Para que todo esse processo seja possível, o fazendeiro precisou garantir que o preço de venda do
café cobriria seus custos de plantação e lucros. Isso só foi possível graças a uma operação do
mercado financeiro chamada hedge, que funciona como um “seguro de preço” ou proteção. Essa
operação é feita com contratos futuros e opções, dois derivativos negociados e liquidados... sim, na
B3!
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A B3 reúne as expertises de instituições tradicionais como a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ), Bolsa de
Valores de São Paulo (BOVESPA), Bolsa de Mercadorias de São Paulo (BMSP), Bolsa de Mercadorias e Futuros
(BM&F) e a CETIP – Balcão Organizado do Brasil.
A sinergia e conectividade obtidas com a integração destas distintas instituições fez da B3 um hub
tecnológico, uma das principais empresas de infraestrutura de mercado financeiro e de capitais do
mundo, com resultado muito maior que a soma de todas essas entidades reunidas.
40
08.03 – HISTÓRIA DAS BOLSAS - VÍDEO DO BALCÃO
Cabines de telefones utilizadas pelos operadores durante o pregão da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro.
Crédito: Fotografia de autor desconhecido, Rio de Janeiro, c. 1960. Centro de Memória da B3
A história da BVRJ se confunde com a da “Praça do Comércio”, atual Associação Comercial do Rio de Janeiro. A
Praça foi ponto de reunião dos comerciantes desde 1820, mas, em 1851, surgiu uma instituição autônoma em
relação à Praça, a Junta Oficial dos Corretores de Fundos. Esta Junta ficou responsável por organizar os
pregões. A Junta era um colegiado formado por cinco corretores, incluindo presidente, secretário, tesoureiro e
dois suplentes que se encarregavam de organizar os leilões e de divulgar as cotações ao público.
Desta Junta surgiria, em 1965, a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. O antigo estatuto de corporação, que era
atrelada ao Estado, passou a prever a forma de sociedade civil, controlada pelas corretoras.
As bolsas do Rio e São Paulo acabaram integrando suas operações em 2000. A BOVESPA passou a gerenciar o
mercado de ações enquanto a BVRJ ficou responsável pelo mercado de títulos públicos. Em 2002, a BVRJ foi
adquirida pela BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros).
Anúncio do escritório de Emílio Rangel Pestana, na rua do Rosário - mais tarde rebatizada Rua João Brícola.
Crédito: Autor desconhecido, São Paulo, 1890. Centro de Memória da B3.
A primeira bolsa paulista, batizada de Bolsa Livre, foi criada em 23 de agosto de 1890 por uma associação de
corretores liderados por Emílio Rangel Pestana. Abatida pela crise causada pela política do encilhamento, a
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bolsa dura pouco mais de um ano. O terreno fértil criado por Emílio Rangel Pestana possibilita, no entanto, que
4 anos mais tarde uma nova bolsa seja criada.
Certificado de título patrimonial da Almeida Sampaio Corretora de Valores Ltda, admitida na BOVESPA em 23
de novembro de 1967.
Crédito: Reprodução de acervo do Centro de Memória da B3.
Batizada primeiramente como Bolsa de Fundos Públicos de São Paulo, a bolsa paulista nasceu no dia 25 de
janeiro de 1895 e teve um importante papel na capitalização de empresas industriais e no financiamento da
dívida pública de municípios do estado.
Com a reforma do mercado de capitais de 1965, as bolsas se transformaram em sociedades civis. Dois anos
depois, adotou-se o nome de BOVESPA (Bolsa de Valores de São Paulo). Assim como no caso da BVRJ, os
corretores passaram a ser titulares de sociedades corretoras e sócios desta nova bolsa.
O investimento em tecnologia é marca registrada desde este período. Para modernizar o mercado, a BOVESPA
instalou novos sistemas de negociação auxiliados por computador -primeiro no pregão da Rua Álvares
Penteado, em 1972, e, depois, na Rua XV de Novembro, em 1991.
No final da década de 1990, teve início o processo de integração das bolsas de valores brasileiras. Diversas
bolsas estaduais foram incorporadas à BOVESPA e, no dia 27 de janeiro de 2000, a BOVESPA e a BVRJ
integraram suas operações
Em 2007, a BOVESPA abriu seu capital e passou a ser controlada pela BOVESPA Holding S/A, uma companhia
aberta listada na própria BOVESPA. Em 2008, a BOVESPA e a BM&F combinaram suas atividades e deram
origem a uma nova empresa: a Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros, a BM&FBOVESPA.
42
Bolsa de Mercadorias de São Paulo.
Crédito: Fotografia de autor desconhecido, São Paulo, c. 1980. Centro de Memória da B3.
Um grupo de comerciantes de açúcar e algodão de São Paulo se reuniu, em 1917, para organizar a Bolsa de
Mercadorias de São Paulo, focada, inicialmente, no comércio do produto “a termo” (contratos de venda com
entrega futura das mercadorias).
A BMSP instituiu o Contrato Nacional de Algodão em 1950, integrando as principais zonas produtivas do Brasil
num único pregão. Mais tarde, ampliou os negócios para o café, na tentativa de aproveitar a expansão do
consumo mundial.
Em 1978, esta bolsa foi pioneira na negociação de contratos futuros de três produtos: café, soja e algodão. O
milho e boi gordo ganharam destaque posteriormente, em meados da década de 1980.
A Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos (CETIP) foi criada em 1984 para, como o próprio nome
sugere, fazer registro, liquidação e custódia de títulos privados - principalmente aqueles negociados no
chamado “mercado de balcão” (segmento que envolve a compra e venda de ativos fora dos sistemas de bolsa).
43
O objetivo da CETIP era proporcionar maior transparência e segurança ao mercado de títulos corporativos e do
mercado financeiro, como os Certificados de Depósito Bancário (CDBs), debêntures e letras de câmbio, estas
últimas muito comuns na década de 1980.
Em 2010, a CETIP adquiriu a GRV Solutions fornecedora de uma infraestrutura vital para o mercado de
financiamento de veículos. A partir desta aquisição, a CETIP se transformou numa empresa com soluções
inovadoras em registros de ativos, seguros e até mesmo o registro de garantias em financiamento de veículos,
o sistema de gravames.
Um importante ganho de sinergia obtido com a fusão foi que a nova instituição passou a integrar em sua
plataforma todos os CDIs emitidos no Brasil. Com isso a B3 passou a publicar as médias das taxas cobradas,
fornecendo um importante parâmetro ao mercado sobre a taxa de juro que as instituições financeiras estão
pagando. Além disso, atualmente todo automóvel financiado no Brasil está registrado na B3. Isso permite que
as pessoas possam vender estes veículos e transmitir a dívida para outros credores ou instituições financeiras.
A Bolsa Mercantil & de Futuros (BM&F) surgiu em 1986 como uma iniciativa da diretoria da BOVESPA, que
estava interessada em criar um mercado futuro de índices das ações negociadas na própria bolsa paulista.
A nova bolsa investiu na aquisição e na reforma do edifício da Praça Antônio Prado, onde instalou um moderno
pregão inaugurado no dia 31 de janeiro de 1986. Neste período de grande inflação, a bolsa teve um
crescimento muito rápido, principalmente graças aos contratos de ouro e às operações de hedge (espécie de
seguro de preços) com commodities agrícolas (mercadorias padronizadas para exportação).
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1991 – Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F)
Anúncio publicitário do mercado futuro de café promovido pela Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F).
Crédito: Reprodução de acervo do Centro de Memória da B3
A Bolsa de Mercadorias e Futuros surgiu no dia 9 de maio de 1991 da integração da Bolsa Mercantil e de
Futuros (BM&F) com a Bolsa de Mercadorias de São Paulo (BMSP). A sigla foi mantida como BM&F, mas essa
nova instituição se transformou na maior bolsa mercantil do Brasil, negociando contratos futuros de
mercadorias como ouro, boi gordo, soja, café e algodão e contratos futuros de juros e moedas.
Neste mesmo ano de 1991, a BM&F criou o contrato futuro de DI, que hoje é um dos contratos mais
negociados em todo o mundo. Em 2001, foram criados os minicontratos, possibilitando que pequenos
investidores acessassem o mercado de derivativos.
A BM&F e a BOVESPA iniciaram o processo de integração em 2008. A partir daí, a Bolsa de Valores,
Mercadorias e Futuros adotou a marca BM&FBOVESPA – o que a transformou numa das maiores bolsas do
mundo.
2008 – BM&FBOVESPA
A BM&FBOVESPA S.A. – Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros surgiu no dia 8 de maio de 2008, fruto da
integração da BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros) com a BOVESPA.
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A Nova Bolsa se tornou a principal instituição do mercado de capitais do Brasil, oferecendo sistemas para
negociação, liquidação, registro e custódia para os mercados de ações, derivativos (financeiros, moedas e
commodities), títulos de renda fixa e títulos públicos federais.
Em 2013, a BM&FBOVESPA migrou todo o mercado para o Puma Trading System, a plataforma unificada de
negociação que substituiu o Mega Bolsa, usado no mercado de ações, o GTS, que atendia o mercado de
derivativos, o BOVESPA Fix, para renda fixa e o Sisbex, de títulos públicos.
A integração dos mercados de balcão e bolsa ocorreu em 2017, da união da CETIP com a BM&FBOVESPA. A B3
nasceu como uma das maiores bolsas do mundo em valor de mercado e tem, hoje, os seus papéis negociados
na própria B3, no mais alto segmento de listagem, o Novo Mercado, sob o código B3SA3. Os negócios da B3
são conduzidos em quatro frentes:
Listado - prestação de serviços por meio de plataformas de negociação, compensação, liquidação e depositária
para os participantes do mercado de bolsa. Neste segmento, a B3 atua como contraparte central, ou seja, é a
vendedora de todos os compradores e a compradora de todos os vendedores) garantindo assim todas as
operações. Dentre os produtos negociados nesses ambientes estão ações, derivativos financeiros, câmbio e
commodities.
Balcão - infraestrutura para registro, compensação, liquidação e custódia de operações efetuadas ou contratos
pactuados fora de bolsa. Os principais produtos são instrumentos financeiros, como CDBs (Certificados de
Depósito Bancário), títulos de dívida corporativa, títulos públicos e derivativos de balcão.
Infraestrutura para Financiamento - sistema eletrônico para inserção de gravames relacionados a operações de
financiamentos de veículos. No financiamento de imóveis, oferece o serviço de registro eletrônico de contratos
imobiliários.
46
Tecnologia e dados - sistemas, soluções, produtos e serviços para os participantes de mercado e emissores,
usando como base os dados que transitam por seus ambientes.
Além disso, a B3 possui um braço de autorregulação, a B3 Supervisão de Mercados (BSM). A entidade atua
desde 2007 na fiscalização do mercado de valores mobiliários, de acordo com padrões internacionais e
seguindo procedimentos aprovados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Também administra o MRP
(Mecanismo de Ressarcimento de Prejuízos), destinado a cobrir eventuais prejuízos sofridos por investidores
em razão de ações ou omissões dos intermediários.
47
MÓDULO 9 – TECNOLOGIA
48
A evolução do mercado de capitais, principalmente entre as décadas de 1950 e 1970, criou um volume de
trabalho tão grande que para processar a demanda em tempo hábil só recorrendo à tecnologia.
O pregão é apenas uma parte de todo o sistema de negociação, que pode ser dividido em três etapas:
transmissão das cotações, negociação (a compra e venda) e liquidação. Por muito tempo, estas três etapas
eram tratadas de forma individual, utilizando diversas máquinas.
As cotações, por exemplo, eram transmitidas através de Tickers, telefones, Telex, terminais de vídeo e jornais.
As operações, geralmente negociadas a viva voz, eram registradas em papel e caneta ou máquinas de escrever.
E para computar os pagamentos, não havia nada além de somadoras à manivela.
Com a evolução tecnológica da década de 1980, pouco a pouco, todos esses processos foram concentrados em
apenas computadores e sistemas informatizados.
Para se ter uma noção, antes dos anos 80 os computadores eram gigantescos e podiam ocupar até uma sala
inteira. Embora pareça algo surreal hoje em dia, a condensação tecnológica está presente até hoje. Afinal,
pouco a pouco, os celulares não estão cada vez mais rápidos e funcionais?
O sistema de negociação em volta de uma corbeille, na década de 1930, tinha capacidade limitada. Ele
funcionava bem, enquanto o número de negociações era pequeno.
Crédito: Corbeille da Bolsa Oficial de Valores de São Paulo. Fotografia de autor desconhecido, s/d. Centro de
Memória da B3.
O aumento das negociações exigiu um número maior de operadores e a antiga corbeille ficou pequena.
Crédito: Pregão da Bolsa Oficial de Valores de São Paulo. Fotografia de autor desconhecido, c. 1950. Centro de
Memória da B3
49
A antiga corbeille foi desmontada em 1967 e foi substituída por um móvel de aço com três posições de
negociação simultâneas. O novo pregão foi chamado de “avião” devido seu formato, que lembrava duas asas.
Crédito: Vista do pregão em formato de avião. Fotografia de autor desconhecido, c. 1967. Centro de Memória
da B3
O “avião” não agradou muito. Os operadores consideravam que o seu formato prejudicava quem ficava na
“ponta da asa”.
Crédito: Operadores em uma das asas do “avião”. Fotografia de autor desconhecido, 1967. Centro de Memória
da B3.
O pregão precisou mudar novamente, ainda em 1967. O avião foi substituído por um móvel circular, desta vez
chamado de “roda”.
Crédito: Vista do pregão em formato de roda. Fotografia de autor desconhecido, 1967. Centro de Memória da
B3.
Pouco tempo depois, na década de 1970, a BOVESPA adotou o sistema de “pits de negociação” que já existia
na bolsa do Rio de Janeiro.
Crédito: Aspecto do pregão da BOVESPA com destaque para a lousa onde eram registradas as cotações.
Fotografia de autor desconhecido, 1971. Centro de Memória da B3.
50
Cada “pit” negociava ações de um segmento do mercado, de modo que vários papéis podiam ser negociados
ao mesmo tempo.
Crédito: Posto de negociação do pregão da BOVESPA. Fotografia de autor desconhecido, 1971. Centro de
Memória da B3.
A Bolsa de Valores do Rio de Janeiro introduziu o processamento eletrônico em 1972. Embora as ofertas
fossem inseridas no computador, as cotações continuavam a ser registradas na pedra.
Crédito: Pregão da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ). Fotografia de autor desconhecido, 1972. Centro
de Memória da B3.
Na BOVESPA, onde o volume de negócios na década de 1970 era muito menor que na BVRJ, foi possível
realizar uma automatização mais completa.
Crédito: Pregão da BOVESPA. Fotografia de autor desconhecido, 1972. Centro de Memória da B3.
A pedra foi substituída pelo painel eletrônico, que era atualizado simultaneamente por computador à medida
que os negócios eram realizados.
Crédito: Pregão da BOVESPA. Fotografia de autor desconhecido, 1972. Centro de Memória da B3.
Este novo pregão foi instalado em 1972 em um prédio próprio da BOVESPA, na Rua Álvares Penteado.
Crédito: Fachada da BOVESPA na Rua Álvares Penteado, nº 151. Fotografia de autor desconhecido, 1972.
Centro de Memória da B3.
51
A BM&F realizou o seu primeiro pregão no ano de 1986, no térreo do prédio da Praça Antônio Prado.
Crédito: Pregão da BM&F. Fotografia de autor desconhecido, c. 1980. Centro de Memória da B3.
A BM&F, por exemplo, chegou a ter 1.200 operadores que negociavam uma média 640 mil contratos diários.
Somente no segmento “Juros, Moedas e Mercadorias” a B3 hoje negocia em média 5,5 milhões de contratos
diariamente.
Se o pregão ainda fosse no sistema viva-voz, os seus 10.289 operadores demandariam o espaço de dez campos
de futebol!
52
09.03 – PAINÉIS GRÁFICOS - PUMA
As cotações na “Era da Pedra”. Reprodução de uma das seções da lousa onde eram registradas as cotações na
BOVESPA, em 1970.
53
09.05 – REPRODUÇÃO DO PRIMEIRO PAINEL ELETRÔNICO DA BOVESPA
O primeiro painel eletrônico da BOVESPA. Os operadores inseriam as boletas de registro dos negócios no leitor
T-SCAN, os dados eram processados em computadores e o painel era atualizado automaticamente.
Reprodução do painel eletrônico instalado no pregão da BOVESPA em 1972.
54
ACERVO
Crédito: As duas primeiras fotos, da esquerda para direita, são dos pregões da BM&F, s/d, autor desconhecido.
As outras duas, são da BOVESPA, s/d., autor desconhecido. Centro de Memória da B3.
ACERVO
55
09.07 – VITRINE EQUIPAMENTO TICKER;
ACERVO
Este sistema foi adquirido pela Bolsa de Mercadorias de São Paulo em 1952. As cotações eram transmitidas
para todo o Brasil e impressas em uma fita de papel pelo equipamento. Na fita havia informações como código
do ativo, variação de preço e horário de negociação, dados que os corretores e investidores usam para tomar
decisões de investimentos.
56
09.08 – VITRINE T-SCAN + BOLETA; 09.10 – TEXTO T-SCAN
ACERVO
Instalado na BOVESPA em 1972, o leitor T-SCAN era um dispositivo de entrada de dados nos computadores da
bolsa. Ele servia para registrar os dados das negociações realizadas pelos operadores de pregão.
Crédito: Acervo do Centro de Memória da B3
Nesta boleta de consulta o operador solicitou informações de maneira codificada sobre as ações ordinárias da
Vidraria Santa Maria (lado esquerdo da boleta). O T-SCAN imprimiu a resposta às 11h30min do dia 26 de
marços de 1977 (lado direito da boleta).
Crédito: Acervo do Centro de Memória da B3
57
09.10 – TEXTO DE PAREDE T-SCAN
A BOVESPA foi a primeira instituição no mundo a utilizar o T-SCAN como um dispositivo de entrada de dados
para o mercado de capitais, em 1972. Este aparelho, concebido inicialmente para a correção de provas de
vestibulares, foi utilizado criativamente pela bolsa. Funcionava da seguinte maneira: o operador registrava o
negócio na boleta, como se fosse um gabarito de vestibular, e a inseria no T-SCAN. O terminal lia as
informações e as transferia para um computador, que as processava e espelhava no painel eletrônico.
ACERVO
Microcomputador SP-16 da fabricante brasileira Prológica. Este equipamento foi utilizado para rodar o sistema
de negociação CATS - Computer Assisted Trading System.
Crédito: Acervo do Centro de Memória da B3
58
Vista do pregão da BOVESPA em 1990.
Crédito: Imagem de autor desconhecido, c. 1990. Centro de Memória da B3.
O processo de compra e venda de ativos envolve várias etapas importantes além da negociação – a divulgação
das cotações, que acontece antes, e o processamento dos negócios realizados, que acontece depois.
Veja, agora, como essas três fases evoluíram e se integraram ao longo dos anos, com a evolução da tecnologia.
O processo de compra e venda de ativos envolve várias etapas importantes além da negociação – a divulgação
das cotações, que acontece antes, e o processamento dos negócios realizados, que acontece depois.
Veja, agora, como essas três fases evoluíram e se integraram ao longo dos anos, com a evolução da tecnologia.
2
O texto do vídeo é o mesmo do balcão de aprofundamento
59
DIVULGAÇÃO DAS COTAÇÕES
Até 1950
No tempo da pedra
No começo das operações em bolsa no Brasil, os investidores só podiam acompanhar as cotações em tempo
real diretamente da lousa que ficava no pregão, onde os preços eram marcados com um giz. Quem não estava
fisicamente no local podia acompanhar os resumos das cotações publicadas nos jornais, então tinha acesso a
essas informações um tempo depois.
A partir da década de 1930, as cotações passaram a ser transmitidas de uma forma mais rápida e ampla graças
ao rádio, que informava os ouvintes diretamente do recinto das bolsas.
No primeiro recorte, de um jornal do Rio de Janeiro de 1851, estão publicados os valores do câmbio, ouro,
frete dos navios, cotações de ações e apólices da dívida pública. Os jornais do Rio de Janeiro divulgavam as
60
cotações com um dia de atraso. Se você achou demorado, pense que essa mesma notícia levava dias ou até
semanas para chegar aos moradores das cidades do interior ou de outros estados...
No segundo recorte conseguimos averiguar as distâncias dos mercados pelo tempo de chegada das notícias.
Podemos dizer que Londres estava a “40 dias” do Rio de Janeiro. Embora Porto Alegre esteja geograficamente
mais perto que a capital da Inglaterra, as notícias tardavam “46 dias” para chegar da então capital do Brasil.
Crédito: Diário do Rio de Janeiro, 19 de novembro de 1851, p. 3. Fundação Biblioteca Nacional (Hemeroteca
Digital).
1950-1960
Sistema Ticker de transmissão de cotações
O Ticker foi o primeiro aparelho de telecomunicação dedicado às bolsas e foi desenvolvido por Thomas Edison,
em 1869. Anterior ao surgimento do telefone, os dados de negociação eram transmitidos das bolsas para os
escritórios de corretores e investidores através de pulsos telegráficos. Um receptor decodificava o sinal e o
imprimia numa fita de papel. Como o som de impressão das cotações era bastante estridente, o maquinário foi
apelidado de “Ticker”. O barulho só reduziu após colocarem uma cúpula de vidro ao redor do aparelho, para
abafar o som.
Embora barulhenta, a tecnologia era extremamente rápida: as cotações eram impressas a uma velocidade de
375 caracteres por minuto. Achou lento? Pois saiba que para a época era algo extremamente rápido - esta
velocidade só foi superada pelos sistemas eletrônicos na década de 1970. Quem introduziu o sistema Ticker no
Brasil foi a Bolsa de Mercadorias de São Paulo (BMSP) no ano de 1952, como parte das adaptações necessárias
para instituir o Contrato Nacional de Algodão. A Bolsa Oficial de Valores (a futura BOVESPA) utilizava o
equipamento para receber informações da Bolsa de Nova Iorque.
Receptor Ticker
Crédito: Reprodução de acervo do Centro de Memória da B3
61
Transmissor do sistema Ticker instalado na Bolsa de Mercadorias de São Paulo (BMSP).
Crédito: Fotografia de autor desconhecido, c. 1950. Acervo do Centro de Memória da B3.
1970-1980
Sistemas eletrônicos de transmissão de cotações
O desenvolvimento das telecomunicações foi essencial para melhorar os sistemas de transmissão de dados
financeiros. Com o desenvolvimento tecnológico na década de 1970, as corretoras podiam se conectar com as
bolsas por meio de terminais de consulta, onde obtinham cotações em tempo real.
Os investidores, por sua vez, podiam consultar o preço de uma ação pelo Telex, sistema de comunicação que
era uma mistura de telefone com e-mail. O Telex era uma rede mundial onde cada terminal contava com um
endereço numérico (como um telefone) que enviava mensagens escritas (como um e-mail) para outro
endereço numérico. A diferença entre o Telex e o fax, aparelho que fazia transferência remota de documentos
via telefone, é que as mensagens do Telex tinham entrega imediata e autenticação dos terminais. Era o
Whatsapp dos anos 70!
NEGOCIAÇÃO
Negociações na corbeille
As negociações em bolsa, desde 1876, eram realizadas em torno de um móvel circular que ficou conhecido
como corbeille (cesta de flores, em francês). As negociações eram realizadas na circunferência da corbeille
tendo ao centro o síndico, e, mais tarde, o diretor de pregão, que dirigia os trabalhos. Em volta dele
sentavam-se os corretores oficiais e, num anel mais externo, ficavam seus auxiliares.
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O síndico ou o diretor de pregão dava início ao apregoamento proclamando em voz alta o título a ser
negociado. Imediatamente, os corretores começavam a apregoar suas ofertas. Quando a gritaria invadia o
ambiente e era necessário reestabelecer a ordem, o síndico ou o diretor de pregão tocava uma campainha.
As bolsas do Rio de Janeiro e de São Paulo substituíram a corbeille por formatos de negociação na década de
1960.
1950-1960
O sistema de postos de negociação
Com o aumento do volume de títulos negociados e, consequentemente, de operadores, os pregões tiveram de
passar por algumas transformações. Na Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA) a corbeille foi substituída por
vários arranjos diferentes, como o formato de “avião” e de “roda”. No entanto, o modelo que melhor
performou foi o sistema de “postos de negociação”.
Os pregões foram divididos em vários postos ou “trade pits”, como eram chamados. Cada posto negociava
ações de um setor, como, por exemplo, alimentício, siderurgia e metalurgia, companhias petrolíferas, comércio
varejistas etc. A grande lousa que dominava o espaço da bolsa no edifício do Páteo do Collégio foi dividida em
quatro partes, cada uma delas destinada ao registro das ações negociadas num dos postos.
Este sistema foi instalado na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ) ainda no final da década de 1960 e na
BOVESPA em 1970.
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Operadores em torno de um posto de negociação na BOVESPA.
Crédito: Fotografia de autor desconhecido, 1970. Centro de Memória da B3.
Vista do salão do pregão da BOVESPA vazio, onde se pode observar o mobiliário de um posto de negociação.
Crédito: Fotografia de autor desconhecido, 1971. Centro de Memória da B3.
1970-1980
Automatização
A BOVESPA mudou, em 1972, para um prédio na Rua Álvares Penteado. Após mais de três anos de reformas, o
local estava pronto para abrigar todo o processo de negociação com o auxílio de computadores. Ao invés de
escrever os dados de cada negociação em uma boleta, os operadores preenchiam um cartão semelhante a um
gabarito de vestibular. Negócio fechado, os operadores assinavam as boletas e logo em seguida inseriam nos
leitores T-SCAN, chamados carinhosamente de “tobogã”.
Os leitores óticos do T-SCAN liam as boletas e transmitiam os dados para um computador, que conferia e
confirmava o negócio e, simultaneamente, enviava os dados ao painel eletrônico e aos monitores de vídeo
instalados em cada posto de negociação.
A instalação do painel eletrônico decretou o fim da “idade da pedra” e a lousa foi finalmente abandonada.
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Vista do salão do pregão da BOVESPA com destaque para o painel eletrônico de cotações.
Crédito: Fotografia de autor desconhecido, 1974. Centro de Memória da B3.
PROCESSAMENTO DA NEGOCIAÇÃO
Quase todos os registros eram manuscritos em livros específicos. Existia, por exemplo, o livro de atas, em que
eram registradas as reuniões, e o livro diário, no qual cada corretor lançava os haveres e deveres de seus
clientes. Mas o registro mais importante era o livro de protocolo, que reunia todas as transações do dia
transcritas por extenso.
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Máquina de calcular Brunsviga. Década de 1930-1950.
Crédito: Acervo do Centro de Memória da B3.
1950 - 1960
Processamento eletromecânico
O emprego de máquinas em larga escala e a automatização de processos começaram na década de 1960. No
início, o computador foi empregado no principal gargalo da bolsa: a liquidação das operações. Esta etapa,
também chamada de pós-negociação, consiste em um conjunto de operações para concretizar a entregar os
papéis aos compradores e o pagamento aos vendedores, de acordo com o que foi negociado no pregão.
Os dados de um dia de negociação eram compilados num documento chamado “boletim diário” para facilitar a
liquidação das operações. Este serviço, feito ao final dos pregões, podia demorar vários dias para ser
finalizado.
Com a modernização ocorrida no final da década de 1960, os operadores de pregão passaram a registrar as
suas ofertas de compra e venda em impressos padronizados chamados de boletos ou boletas.
1970 - 1980
Processamento eletrônico
Com a chegada dos computadores eletrônicos, assim que uma negociação de ativo (uma ação ou título
público) era concluída, as boletas eram conferidas e transcritas para fitas e cartões perfurados.
No início a BOVESPA utilizou o Centro de Processamento de Dados (CPD) do Banco do Comércio e Indústria de
São Paulo para realizar essa atividade. Como o mercado continuava a se expandir, o trabalho de
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pós-negociação ainda podia demorar dias. A BOVESPA chegou a suspender os pregões às quartas-feiras, em
1970, uma pausa necessária para liquidar os negócios realizados às segundas e terças-feiras.
O problema só seria resolvido em 1972, quando todo o sistema de pós negociação foi automatizado. A
BOVESPA passou a utilizar leitores óticos para checar boletas e painéis eletrônicos para transmitir as cotações.
Estas duas novidades tecnológicas ainda continuariam, por alguns anos, conectados por um cabo ao
computador do Banco do Comércio e Indústria localizado aqui, neste mesmo prédio.
O cabo só foi desconectado quando a BOVESPA adquiriu seu próprio computador: o Burroughs.
CIRCUIT BREAKER
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Boletim diário de informações.
Crédito: BOVESPA. São Paulo, 28 de outubro de 1997. Centro de Memória da B3.
O circuit breaker, que numa tradução livre pode ser “quebra de circuito”, é um procedimento operacional que
interrompe a sessão de negociação, o pregão, por um período, quando há oscilações muito bruscas do
mercado.
Imagine um circuito elétrico. O circuit breaker é uma espécie de disjuntor que paralisa as negociações quando
os preços sobem ou descem de forma brusca. Isso significa que, quando acionado, não é possível realizar
compras ou vendas de ativos.
Quando algo elétrico tem uma pane, o aparelho precisa ser desligado para que o técnico ou engenheiro possa
diagnosticar e solucionar o problema, certo? A mesma coisa ocorre na Bolsa. A pausa permite que os agentes
do mercado tenham tempo para analisar o que está acontecendo, impedir o pânico e perdas significativas
abruptas.
O circuit breaker surgiu em Nova Iorque após o crash de 1987, mas chegou ao Brasil em 1997 pela BOVESPA. A
B3 também utiliza esse recurso em três estágios:
- O primeiro ocorre quando o Ibovespa B3 oscila 10% em relação ao fechamento do pregão anterior. Quando
isto ocorre, as negociações são interrompidas por 30 minutos.
- O segundo é quando, após reabertas as negociações, o índice oscila 15% em relação ao fechamento anterior.
Neste estágio, o pregão é interrompido por uma hora.
- A terceira ocorre quando, reabertas as negociações pela segunda vez, o Ibovespa B3 tem uma queda de 20%.
Aqui o pregão é interrompido por tempo indeterminado.
CATS
Um grande avanço no processo de divulgação das cotações, negociação e processamento ocorreu com a
implementação do Computer Assisted Trading System (CATS), um sistema de negociações desenvolvido
inicialmente para a bolsa de Toronto, no Canadá, e adaptado para uso na BOVESPA.
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O CATS entrou em operação em 1990 e era utilizado para negociar apenas alguns papéis. Depois de aprovado
pelos operadores, foi empregado na negociação de todos os ativos em 1994. Porém, na prática, existiam dois
sistemas de negociação distintos: o sistema de pregões presenciais (viva-voz) e o pregão eletrônico do CATS.
Apesar da duplicidade, o sistema tinha a vantagem de permitir operações complexas, como era o caso das
“cestas de ações” (negociações com vários papéis simultâneos), além de agilizar todo o processo. E, claro,
reduzir erros humanos.
Mega Bolsa
O sistema de negociação foi completamente automatizado - desde a transmissão das cotações, passando pela
negociação e a pós-negociação - no final da década de 1990. E este avanço só foi possível graças a
implementação do sistema Mega Bolsa.
Além de ser mais avançado que o CATS, o Mega Bolsa rodava no sistema operacional Windows e os hardwares
eram modulares - traduzindo em termos práticos: a capacidade de processamento podia ser ampliada sem a
necessidade de substituir todo o computador. O mais importante, no entanto, era que o Mega Bolsa controlava
simultaneamente o sistema de pregão viva-voz e as negociações em plataforma eletrônica.
O Mega Bolsa foi utilizado até 2013, quando foi substituído, já pela então BM&FBOVESPA, por um sistema de
negociação unificado de renda variável, renda fixa, derivativos e commodities.
Crédito: Anúncio do Mega Bolsa. Revista BOVESPA, ano V, número 59, agosto 1998.
R. Quinze de Novembro, 275
Centro Histórico de São Paulo, São Paulo
SP, 01010-901 www.mub3.com.b3
69
Home Broker
O emprego do Mega Bolsa permitiu o surgimento do Home Broker em 1999. Os próprios investidores podiam
enviar suas ordens de compra e venda pelos portais das corretoras que, por sua vez, estavam conectados ao
sistema Mega Bolsa.
Sim, foi um grande salto tecnológico. Até então os investidores podiam acompanhar as cotações à distância,
mas eram dependentes do telefone para enviar suas ordens de compra e venda. Funcionava assim: os
investidores ligavam para suas corretoras, onde eram atendidos pelos chamados operadores de mesa. Estes
retransmitiam as ordens de compra e venda aos operadores de pregão, que ficavam a postos na bolsa para
executar aquelas ordens dadas pelos clientes.
Hoje o Home Broker está nas palmas das nossas mãos, no app dos bancos e corretoras, e conseguimos
negociar de qualquer lugar do planeta!
70
A mudança começou em 2011, ocorreu de forma gradual e foi concluída dois anos depois. Até hoje, o sistema
é usado pela B3.
71
MÓDULO 10 – PRODUTOS E PARCEIROS
72
10.01 – INVESTIMENTO, RF E RV; 10.02 - PRODUTOS
TEXTO DO BALCÃO
Investimento
Investimento é o emprego de valores poupados com o objetivo de obter ganhos no futuro. Trocando em
miúdos, é a aplicação de dinheiro em algum tipo de ativo. A maioria dos ativos financeiros nos quais as
pessoas investem são negociados na bolsa ou passam pela B3.
Renda fixa
Os ativos de renda fixa estabelecem uma relação de empréstimo entre o investidor e o devedor. Sim, quando
você faz um investimento em renda fixa está emprestando dinheiro para um banco, para uma empresa ou para
o governo, por exemplo. Os juros, que são o rendimento desse empréstimo, são fixados e conhecidos no
momento da aplicação, por isso chamamos esse tipo de investimento de renda fixa. Este rendimento pode ter
como referência um percentual fixo, uma taxa - como a Selic do Banco Central do Brasil - ou algum índice de
inflação como, por exemplo, o IPCA, que é medido pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Renda variável
Ao contrário da renda fixa, nos ativos de renda variável a rentabilidade não é conhecida no momento da
aplicação. Quem investe em renda variável estabelece uma relação de sociedade e a rentabilidade depende do
sucesso do negócio e das condições de mercado. Quando você investe em ações, por exemplo, está se
tornando sócio de uma empresa, e recebe parte do lucro que ela gera como rentabilidade, e também, pode
ganhar com a valorização do preço da ação ao longo do tempo.
Ações
Título de renda variável que representa a menor fração do capital de uma empresa. Quem compra uma ação
se torna proprietário de um pedacinho da empresa e, como sócio, tem direito a receber parte do lucro sob a
forma de dividendos. Além do lucro com dividendos, o investidor pode ganhar dinheiro com a valorização das
ações.
CRI / CRA
73
Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA). São títulos de
renda fixa emitidos por empresas do mercado imobiliário ou do agronegócio utilizados para captação de
recursos. Os direitos de recebimento futuros que essas empresas têm, em decorrência da venda de imóveis e
produtos agrícolas, são convertidos em títulos financeiros e vendidos ao mercado a uma taxa de juros. Quem
compra esses títulos, passa a ter direito sobre os recebimentos. Quem vende, acessa o dinheiro de forma
antecipada.
Fundos de investimento
Modalidade de investimento coletivo que funciona como uma espécie de condomínio no qual você compra
uma ou mais cotas (pedacinhos) e recebe a valorização delas no período em que investir no fundo. Os fundos
de investimento podem ser de renda fixa, ações, cambial (atrelados à variação de preços de moedas) ou
multimercados, que aplicam parte em renda fixa e parte em renda variável. O administrador é responsável por
cuidar do dia a dia do fundo e o gestor pela estratégia de investimento nos ativos que compõem esse fundo.
FII
Fundos de investimento imobiliário (FII) são uma espécie de condomínio fechado que utiliza o dinheiro dos
investidores, aqui chamados de cotistas, para a compra de imóveis rurais ou urbanos. Dentro de um FII podem
existir shoppings, prédios comerciais, galpões logísticos e uma infinidade de outros imóveis que podem ser
alugados ou vendidos. A renda com a locação ou venda desses imóveis é distribuída, periodicamente, aos
cotistas, como se fosse um aluguel. É uma forma de investimento indireto em imóveis, mas sem ter que se
preocupar com inquilinos ou sua manutenção e cuidado.
BDR
BDRs (Brazilian Depositary Receipts) são certificados que representam ativos, como ações, por exemplo,
emitidos no exterior. Esse produto é negociado na B3 e permite que os brasileiros invistam em ações de
grandes empresas mundiais negociadas no mercado internacional sem ter que abrir uma conta ou fazer
remessas de dinheiro para o exterior.
ETF
Os ETFs (Exchange Traded Funds) são fundos que tem como referência índices de mercado como o IBOVESPA
B3, IMA-B (índice de renda fixa) ou ativos como criptomoedas, por exemplo. Funcionam como uma cesta de
produtos - quando você compra uma cota de ETF passa a ter todos os ativos que compõem seu índice de
referência. É uma forma de diversificar os investimentos, sejam eles de renda fixa ou de renda variável.
CDB/LCI/LCA
Títulos de renda fixa que instituições financeiras emitem para captar dinheiro que será utilizado em
financiamentos para empresas do setor do agronegócio (no caso das LCAs – letras do crédito do agronegócio),
ou do setor imobiliário (no caso das LCIs – letras do crédito imobiliário), ou para qualquer tipo de operação
financeira (no caso dos CDBs – certificados de depósito bancário).
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10.03 – SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL; 10.04 - PARCEIROS
TEXTOS
CVM
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é uma autarquia ligada ao Ministério da Economia e que é
responsável por disciplinar, fiscalizar e desenvolver o mercado de valores mobiliários.
Bacen
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O Banco Central do Brasil (Bacen) é responsável por emitir e regular a oferta de moeda na economia brasileira
bem como supervisionar o mercado financeiro e as instituições financeiras.
STN
A Secretaria do Tesouro Nacional (STN) é o órgão responsável pela gestão da dívida pública brasileira, incluindo
a emissão de títulos da dívida pública, e pelo Tesouro Direto.
Companhias listadas
Companhias listadas são empresas que possuem o seu capital social formado por ações negociáveis em bolsa.
Elas precisam seguir rígidos padrões de transparência e divulgação de dados e informações financeiras,
contábeis e de gestão, sendo monitoradas pela B3 e fiscalizadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Gestora de recursos
Uma gestora de recursos, ou asset, é uma empresa que administra recursos de terceiros, por exemplo, via
estruturação de fundos de investimento, sendo responsável pelas estratégias de investimento.
Corretoras
Empresas responsáveis por intermediar a compra e a venda de títulos e valores mobiliários. Por meio delas, as
pessoas podem negociar os ativos que mais se adequam ao seu perfil de investimento.
Profissionais de mercado
Diversos profissionais atuantes nos mercados financeiro e de capitais em atividades que são regulamentadas e
fiscalizadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
- Agente autônomo: o AAI (Agente Autônomo de Investimentos) é responsável pela prospecção e captação de
novos clientes, distribuição de produtos de investimentos e recepção de ordens de investidores;
- Analista de investimentos: profissional habilitado responsável por emitir análises e relatórios sobre o
mercado, oferecendo parâmetro e auxiliando os investidores nas tomadas de decisão;
- Gestor de patrimônio: profissional habilitado para gerir carteiras de investimentos de outras pessoas.
- Operador de mercado: são funcionários das corretoras e distribuidoras responsáveis por inserir, em nome dos
investidores, as ordens de compra e venda nos sistemas de negociação da bolsa.
76
11 - EMPRESAS
A evolução de alguns setores da economia brasileira pode ser observada a partir do volume de negócios com
ações das empresas listadas na Bolsa ao longo dos anos. Em 1930, por exemplo, constatamos a importância da
indústria têxtil, em 1940 percebemos o crescimento das siderúrgicas (produção de aço) e, em 1950, do
petróleo.
Embora muitos desses setores ainda hoje representem parte relevante dos negócios realizados na Bolsa, com
o passar dos anos, empresas de outros ramos, como papel e celulose, agricultura, tecnologia, educação, saúde,
saneamento básico, entre outras, chegaram à Bolsa reforçando a fluidez e a adaptabilidade do mercado de
capitais.
77
11 - EMPRESAS - VÍDEO
1930
78
Crédito:
Theodor
Indústria têxtil na década de 1930 Preising, c.
1930. Cento de
Memória da B3
1940
Quadro I – Siderurgia
As ações da Belgo Mineira eram uma das mais negociadas na Bolsa do Rio de Janeiro nas décadas de 1940 e
1950 - inclusive mais que a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional). Embora o capital da Belgo Mineira fosse
menor, ela tinha maior volume de ações em circulação, nas mãos de acionistas privados – o que chamamos
hoje de free float.
79
1950
Quadro I – Crescimento do setor industrial
O desenvolvimento da indústria siderúrgica e a demanda elevada por máquinas, materiais de construção e
bens de consumo possibilitaram um rápido crescimento do setor industrial.
Da esquerda para direita: Anúncio das empresas Villares, Arno, Walita e Eternit, ambas com grande
movimentação em bolsa.
Crédito: Revista Conjuntura Econômica, edições 11 (1964 v. 18 n. 11), 91 (1953, v. 7), 9 (v. 1958, v. 12) e 10
(1957, V. 11). Fundação Getúlio Vargas.
Ainda na década de 1950, tiveram destaque os lançamentos de ações e debêntures (título de renda fixa) do
setor de petróleo. Foram elas a Petróleo Refinarias União S.A., capitalizada pela iniciativa privada, e a
Petrobrás, criada pelo governo em 1953.
Crédito: (1) Anúncio da capitalização da Refinaria União S.A. Diário da Noite, 1951. (2) Debênture da Petrobrás
emitida na década de 1950. Reprodução de Acervo do Centro de Memória da B3.
80
1960
Quadro I
81
Porém, na década de 1960, a inflação Crédito: Gráfico com o título
disparou, ultrapassando os juros prefixados Índices de Preços e Custo de
dos títulos públicos. O setor imobiliário já Vida em São Paulo.
estava saturado. Confeccionado pela Bolsa de
Mercadorias de São Paulo.
Década de 1960. Acervo do
Centro de Memória da B3.
82
Foi então que as ações passaram a ser encaradas
como uma alternativa fundamental para o
investimento de longo prazo.
Para efeito de comparação com os dias atuais, ao longo do ano de 1967, a BOVESPA negociou 6,67 bilhões de
cruzeiros novos, valor que corrigido pelo índice IGP-DI equivale atualmente a R$ 103,81 milhões. No ano de
2021, o total de ativos negociados no segmento de renda variável da B3 foi de R$ 4,13 bilhões, ultrapassando
em quase 40 vezes o valor das negociações em 1967.
83
1970
Na década de 1970, os setores de siderurgia e mineração, bancário e petroquímico eram responsáveis por 67%
das ações mais negociadas no Brasil. Dentre as empresas mais negociadas podemos observar várias existentes
ainda hoje, ou que foram absorvidas por empresas atuais que são negociadas na B3.
84
Crédito da imagem: cupons de pagamento de dividendos de ações listadas na BOVESPA. Reprodução de
acervo, s/d. Centro de Memória da B3.
85
1980
Durante a década de 1980, as negociações em bolsa estavam concentradas nos setores de mineração,
petróleo, bancário e de siderurgia. Ações de empresas de energia e telefonia tiveram participação importante
na bolsa durante a primeira metade do século XX, porém, muitas das concessões de energia e telefonia foram
retomadas pelo Estado e mesmo os grandes investimentos realizados nestes setores durante a década de 1970
contaram com recursos majoritariamente estatais.
Imagens:
86
1990
Com a privatização dos serviços de telecomunicações, as ações de companhias telefônicas passaram a figurar
entre os títulos mais negociados da Bolsa, juntamente com os tradicionais setores de energia, mineração e
siderurgia.
Crédito: Orelhões da Telesp mudam de cor e recebem a logomarca da Telefônica. L. C. Leite, 26.11.1998.
Agência Estado.
87
2000
1º quadro
As mudanças na conjuntura econômica da década de 1990 resultaram em grandes transformações para a Bolsa
brasileira. O processo de integração permitiu a criação de um único mercado de ações organizado pela
BOVESPA.
Crédito: Comunicação visual da BOVESPA sobre a integração do mercado de ações. C. 2000. Centro de
Memória B3.
88
2º quadro
O Novo Mercado estabeleceu um novo padrão de governança corporativa. A BOVESPA criou níveis de listagem
de governança corporativa com critérios diferenciados de transparência e acréscimos de direitos aos
acionistas, sendo necessária adesão voluntária das empresas.
Balões com o logo das empresas Raymundo Magliano Filho, Operadores da BOVESPA na abertura
listadas no Nível 1 de governança presidente da BOVESPA, em das negociações das companhias
corporativa. As bandeiras dos cerimônia de abertura do Novo listadas no Nível 1 de governança
estados fazem referência à Mercado. corporativa.
integração do mercado de ações.
Crédito: autor desconhecido, São Paulo, 2001. Centro de Memória da B3.
3º quadro
A CCR foi a primeira empresa a realizar um IPO no Novo Mercado, no dia 20 de novembro de 2002.
Crédito: Fotografia de autor desconhecido, 1.2.2002. Centro de Memória da B3; Fotografia de autor
desconhecido, São Paulo, 2002. Centro de Memória da B3.
89
Na entrada do século XXI, ações de segmentos tradicionais como bancos, mineradoras e siderúrgicas, que
predominaram na bolsa durante a maior parte do século XX, começaram a dividir espaço com outros setores.
Aqueles setores tradicionais continuaram importantes, mas, agora, dividiam espaço nos pregões com um
número cada vez maior de novas empresas de diversos setores que lançavam novas ações na bolsa brasileira.
O ápice desse movimento acontece em 2007, ano em que a Bolsa registrou número recorde de empresas
abrindo seu capital – foram 64 IPOs
Imagens
Início das negociações de ações da Natura. Fotografia Início das negociações de ações da UOL. Fotografia de
de autor desconhecido, 26.5.2004. Centro de Memória autor desconhecido, 16.12.2005. Centro de Memória
da B3. da B3.
90
2010
O continuado processo de diversificação dos setores mais relevantes da Bolsa foi ofuscado, no ano de 2010,
pela oferta adicional de ações da Petrobrás – follow on. Naquele momento, o mercado financeiro ainda sofria
os reflexos da crise de 2008, mesmo assim a Petrobrás realizou a maior capitalização do mundo naquele ano. O
setor de petróleo, como um todo, emitiu 122 bilhões de reais em ações em 2010.
Imagem:
Crédito: Fachada da BM&FBOVESPA estilizada para a capitalização (Follow On) da Petrobrás. Fotografia de
autor desconhecido, 27.9.2010. Centro de Memória da B3.
91
2020
O ano de 2020 foi marcado pela COVID-19, que impactou o mundo e mudou a forma como as pessoas se
relacionam e como consomem produtos e serviços. Mesmo com as incertezas causadas pela pandemia e a
volatilidade do mercado, os juros nas mínimas históricas contribuíram para que os investidores buscassem
alternativas mais rentáveis de investimento e as empresas vissem no IPO a oportunidade de reforçar o caixa e
tirar do papel projetos importantes.
Com isso, houve um intenso movimento de capitalização das empresas, prosseguindo a tendência de
diversificação dos setores presentes na Bolsa. Foram realizados 20 IPOs e 25 follows on em 2020 e 46 IPOs e 26
follows on em 2021.
92
Imagem ilustrativa:
93
MÓDULO 12 – O PULSAR DO MERCADO
94
12.01 - O PULSAR DO MERCADO - VÍDEO
A Bolsa possui uma relação muito especial com o centro histórico de São Paulo. O chamado “triângulo” foi o
cenário financeiro da cidade durante a primeira metade do século XX.
Os bancos estavam instalados principalmente nas ruas XV de Novembro e São Bento. Os corretores da Bolsa,
por sua vez, tinham seus escritórios instalados num pequeno trecho que ia da Travessa do Comércio à esquina
da Rua da Quitanda com a Álvares Penteado
Crédito: Planta Cadastral e Comercial de São Paulo, c. 1910. Arquivo Público do Estado de São Paulo.
Na década de 1920 uma série de obras viárias permitiram a ampliação deste “triângulo”. Foram incluídas as
ruas Líbero Badaró e Boa Vista.
Crédito: Acervo da Marinha do Brasil.
Crédito: Vista da Rua São Bento. Guilherme Gaensly, s/d. Fundação Biblioteca Nacional (BN-Digital).
95
Palacete do Clube do Comércio, na Rua Líbero Badaró: endereço da Bolsa de Mercadorias de São Paulo (BMSP)
de 1936 até a década de 1960.
Crédito: Fotografia de autor desconhecido, s/d. Centro de Memória B3.
Palacete Martinico, na Praça Antônio Prado: endereço da BM&F e hoje sede da B3.
Créditos: Fotografias de autor desconhecido, s/d. Centro de Memória B3
Tanto na BOVESPA como na BM&F, as negociações eram realizadas no chamado “pregão à viva voz” até 2005 e
2009, respectivamente.
Crédito: Fotografia de autor desconhecido, c.1990. Centro de Memória B3.
Ao fim dos pregões, os operadores da BM&F e da BOVESPA se misturavam pelas ruas do triângulo e
compunham a paisagem do centro.
R. Quinze de Novembro, 275
Centro Histórico de São Paulo, São Paulo
SP, 01010-901 www.mub3.com.b3
96
Crédito: Sede da BM&F na Praça Antônio Prado. Fotografia de autor desconhecido, c. 1980. Centro de
Memória B3.
Um dia, a agitação foi tão grande que uma das portas que separavam o pregão da rua se abriu e os operadores
continuaram a negociar na Praça Antônio Prado.
Crédito: Operadores durante pregão da BM&F. Fotografia de autor desconhecido, s/d. Centro de Memória da
B3.
Atualmente, as negociações executadas no Puma Trading System por meio de modelos de acesso como Home
Broker e co-location são acompanhadas pelo Centro de Operações da B3, que continua tendo sua sede no
centro histórico.
Crédito: Centro de Operações B3. Gustavo Scatena, 2021. Banco de Imagens B3.
As bolsas estão tão presentes em nosso cotidiano que não é de se espantar que tenham se tornado parte da
paisagem da cidade. Afinal, ruas, praças e até conjuntos de quarteirões já serviram de cenário para pontos de
encontro dos negociantes.
97
Não é coincidência, por exemplo, que o símbolo do mercado dos Estados Unidos seja conhecido por seu
endereço (olá, Wall Street!) e nem que o antigo centro de uma cidade, como é o caso da City de Londres, seja
sinônimo de mercado financeiro.
Assim como ocorre com a velha Rua Direita (atual Rua Primeiro de Março), no Rio de Janeiro, também há o
“triângulo” do centro velho de São Paulo, formado pelas ruas Direita, São Bento e da Imperatriz, atual XV de
novembro.
A bolsa possui uma relação muito especial com o centro histórico de São Paulo. O chamado “triângulo” foi o
cenário financeiro da cidade durante a primeira metade do século XX. Os grandes bancos foram ao longo dos
anos migrando para a região da avenida Paulista e, posteriormente, se espalhando também para a região da
Faria Lima.
98
12.02 E 12.03 – MAQUETES PREGÃO - ACERVO
Maquete dos anos 2000 do pregão da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), localizado no 3º subsolo da
Praça Antonio Prado.
Maquete da década de 1990 do pregão da BOVESPA, localizado no térreo da Rua XV de novembro.
Crédito: Acervo do Centro de Memória da B3.
Texto maquete 90
O pregão da BM&F sempre funcionou no Palacete Martinico Prado, construído em 1903, no local da antiga
Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, que foi demolida em 1901 e transferida para o Largo
do Paissandu. Antes da BM&F adquirir o edifício que foi um dos primeiros da capital paulista, em 1980, o
prédio já havia abrigado a sede da companhia Light, a redação do jornal O Estado de São Paulo e o Citibank.
Até a década de 1990, os pregões ocorriam no piso térreo e os "pits de negociação" eram marcações feitas no
chão pelos funcionários da Bolsa.
Martinico Prado, que dá nome ao edifício, era irmão de Antônio Prado, que na época dividia suas atribuições
entre a Prefeitura de São Paulo e a presidência do banco Comind.
A maquete reproduz o pregão da Bolsa de Mercadorias e Futuros - BM&F, na década de 1990. É possível ver
que, em frente ao prédio, encontra-se a praça com os quiosques que reproduziam a paisagem da década de
30. O nome dessa praça? Antônio Prado.
Em 1992, a BOVESPA se instalou na Rua XV de Novembro, 275, edifício que havia pertencido ao banco Comind.
O prédio, construído na década de 1940 em estilo neoclássico, passou por uma ampla reforma antes da
99
chegada da BOVESPA. Foi necessário ampliar a área do imóvel de 12 mil para 18 mil metros quadrados. O
motivo? O pregão viva voz.
Ter um amplo espaço físico era fundamental. As operações eram feitas pessoalmente e, na década de 90, cerca
de 1.500 operadores se reuniam no salão para conseguir fechar as dezenas de milhares de negociações que
aconteciam por dia.
Esta maquete reproduz o pregão do ano 2000, quando os operadores já conviviam com o Mega Bolsa, sistema
que controlava as operações a viva voz e eletrônicas simultaneamente. O pregão ocorreu nesse espaço até 30
de setembro de 2005, quando foi encerrado.
100
MÓDULO 13 – ÚLTIMO PREGÃO
RODAS DE NEGOCIAÇÃO
No pregão da BOVESPA, havia círculos demarcados no chão que indicavam as rodas de negociação. Enquanto
em uma das rodas os operadores estavam negociando Petrobrás, em outra estavam negociando Vale, por
exemplo.
Na BM&F, havia 9 rodas de negociação, também chamadas de “trade pits” cada uma destinada a um tipo de
contrato, tais como “futuro de taxa de juros”, “futuro de dólar”, “operações estruturadas”, “futuro de
Ibovespa”, “dólar pronto” e “futuros agropecuários”.
PESSOAS
R. Quinze de Novembro, 275
Centro Histórico de São Paulo, São Paulo
SP, 01010-901 www.mub3.com.b3
101
Operadores de Pregão: Representantes das corretoras autorizados a negociar no pregão. Executavam ordens
de compra e venda recebidas das mesas de operações de suas corretoras.
Trajes: roupa social (BOVESPA e BM&F)
Operadores especiais (BM&F) ou autônomos (BOVESPA): Operadores autorizados pelas corretoras, mas que
operavam por conta própria ou tinham uma carteira específica de clientes.
Trajes: roupa social (BOVESPA e BM&F)
Controlador do Posto (BOVESPA) e Narrador (BM&F): Funcionário da Bolsa responsável por anunciar as
ofertas, além de processar e conferir as boletas de negociação.
Fiscais: funcionários da Bolsa que monitoravam os preços e prestavam testemunho em caso de divergências
entre os operadores.
Trajes: jaleco cinza (BOVESPA) e jaleco azul (BM&F)
Diretor de pregão: Funcionário da Bolsa responsável por acompanhar as negociações, atuando como árbitro
em eventuais divergências entre os operadores.
As ofertas de compra e venda eram feitas em voz alta, mas havia, também, um vocabulário não verbal, ou seja,
de gestos, para comunicação entre os operadores.
102
Link para o vídeo do conteúdo:
https://drive.google.com/drive/folders/1rQ0zqL6rdy8s-d1KJ8CIOi1qd7qdynDl?usp=sharing
As negociações na bolsa eram feitas pelo sistema “viva voz”. As ofertas de compra e venda eram apregoadas
num leilão frenético que chegou a envolver 1.200 operadores.
Observadores de primeira viagem até podiam achar que os gritos e o empurra-empurra podiam ser uma
grande balbúrdia, mas a apoteose estava mais para uma orquestra rigidamente ensaiada, coordenado por
códigos, sinais e gestos. Era possível perceber se o dólar ia subir ou cair, por exemplo, apenas pelo movimento
e agitação dos operadores.
Esse espetáculo minuciosamente coordenado, que acompanhou momentos marcantes da história do Brasil
como as grandes privatizações, a empreitada pela isenção da CPMF, a crise russa e dos tigres asiáticos no final
dos anos 1990, a bolha da internet no ano 2000 e o ataque às torres gêmeas em 2001, teve seus últimos atos
realizados no dia 30 de setembro de 2005, na BOVESPA, e no dia 30 de junho de 2009 na BM&FBOVESPA.
Hoje, o pregão é 100% eletrônico e o dia a dia dos negócios não tem mais aquele burburinho do viva voz, que
representou o mercado de capitais durante tantas décadas e ainda faz parte do nosso imaginário.
E é com esse misto de saudades e gratidão que homenageamos aqui todos que passaram pelos pregões da
Bolsa e deixaram sua marca no mercado de capitais.
103
Boleta de negociação da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) usada para marcar as operações que depois
eram inseridas em leitores óticos para processamento em computador.
Lapiseira amarela utilizada para marcar as operações fechadas nas boletas de negociação na BM&F e
BOVESPA3.
Crachá de Raymundo Magliano, fundador da Magliano Sociedade Corretora Ltda, corretora de número 1 da
BOVESPA e pai de Raymundo Magliano Filho, presidente do conselho da BOVESPA entre 2001 e 2008.
Crachá de João Baptista Diana, chefe do Departamento de Estatística, Diretor de Pregão e fundador do Centro
de Memória da BOVESPA.
Carteira de Ernesto Barbosa Tomanik, Corretor Oficial da Bolsa Oficial de Valores de São Paulo.
3
A lapiseira será um objeto cenográfico.
104
Crachá de Luiz Sposito, operador de pregão na BOVESPA pela Borba Corretora de Valores Ltda.
Crachá de Luiza Pilosio, primeira mulher operadora de pregão na BOVESPA, contratada em 1968 pela Indusval
S∕A Corretora de Títulos e Valores.
Crachá de Miriam Lina Menezes, operadora na Bovespa pelo Escritório Pires Germano Corretagem de Câmbio
e Títulos Ltda.
Crachá de Leda Maria Ribeiro Mota, diretora da Fiel Corretora de Valores e Câmbio Ltda que operava na
BOVESPA.
Crachá de Décio Germano Pereira, operador na BOVESPA pelo Escritório Pires Germano Corretagem de Câmbio
e Títulos Ltda.
105
Crachá de Adolpho Lombardi Filho, operador de pregão na BOVESPA pela Lombardi Sociedade Corretora de
Valores Ltda.
Crachá de Clovis Tavolaro, operador na BOVESPA pela Tavolaro Sociedade Corretora de Câmbio e Valores Ltda.
Crachá de Sérgio Lorenzoni, que operava na BOVESPA pelo Escritório Lerosa Corretores de Valores.
106
MÓDULO 14 – PESSOAS4
4
Conteúdo do não finalizado. Este documento será atualizado quando houver a finalização da captação das entrevistas
107
14- PESSOAS - TEXTO DE PAREDE
Siglas, termos próprios, dados complexos, gráficos gigantes e muita, mas muita tecnologia. Sim, a Bolsa é feita
de tudo isso, mas apenas um fator se faz essencial para o seu funcionamento: as pessoas.
Por trás de cada informação que trafega entre os números, por trás de cada sistema que interliga os mercados
financeiro e de capitais, por trás de toda inovação que surge, estão seres humanos desempenhando diversas
funções. E, embora cada pessoa tenha um papel diferente, todos são importantes para que os negócios
aconteçam e possam contribuir para o crescimento do país.
Neste espaço você conhecerá um pouco das histórias de algumas das milhares de pessoas que fazem parte da
Bolsa. São profissionais de todos os tipos: formadores de opinião (que prestam o serviço de traduzir e
disseminar informações e fatos importantes sobre o mercado para a sociedade), profissionais de diversas áreas
(que criam e empreendem, administram e fiscalizam, conectam diferentes agentes e realizam negócios) e
investidores (que conquistam seus objetivos e sonhos através de investimentos).
108
Romário Pereira da Silva
Glória de Goitá - PE
29 anos
“Se você é um brasileiro comum como eu pode investir mesmo com pouco dinheiro.
Sonhar é o primeiro passo para você conseguir o que quer”
Conteúdo em desenvolvimento.
109
MÓDULO 15 – IBOVESPA B3
110
15.01 IBOVESPA B3 - TEXTO DE PAREDE
O IBOVESPA B3
Você já deve ter ouvido nos noticiários que o Ibovespa B3 subiu ou caiu, certo? E o que isso significa, você
sabe? O Ibovespa B3 é o principal índice do mercado de ações do Brasil. Mas e o que é um índice? Um índice
nada mais é do que uma cesta de produtos. Assim como a cesta básica, que tem produtos como arroz, feijão e
óleo, o Ibovespa B3 é composto de vários itens: ações de empresas. O valor, itens e a quantidade dos produtos
da cesta básica são atualizados de tempos em tempos, certo? Pois, no Ibovespa B3 também, essa cesta de
ações varia o tempo todo. Mas isso acontece em um piscar de olhos – é só olhar na tela aí do seu lado para ver
esse movimento. E é esse sobe e desce que você escuta nos noticiários todo dia: se o Ibovespa B3 subiu, isso
significa que a cesta está valorizando. Se o Ibovespa B3 caiu, significa que está desvalorizando.
E aí vem mais uma pergunta: quais ações fazem parte dessa cesta? Existe uma metodologia, uma série de
regras e cálculos que são feitos para determinar quem entra e quem sai do índice, e, a cada 4 meses, esse
cálculo é refeito.
O gráfico ao lado é do Ibovespa B3 em tempo real, do pregão de hoje - se você está aqui no final de semana ou
feriado é do último dia de negociação, tá?
A HISTÓRIA DO ÍNDICE
O primeiro índice brasileiro foi o IBR, da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ), divulgado em 1965. Dois
anos depois, técnicos da BOVESPA decidiram compilar dados das negociações diárias da bolsa paulista. O
levantamento identificou 18 ações que, juntas, representavam 85% do volume total de negócios. Foi então que
decidiram usá-las para compor a primeira cesta, que chamamos de carteira teórica do índice, funcionando,
assim, como um termômetro do mercado de ações.
A primeira carteira do índice foi lançada em 1968 e a ela foi atribuído o valor de 100 pontos. Conforme as
cotações dessas 18 ações variava, o valor deste índice subia ou descia.
O Ibovespa B3 funciona como um termômetro do mercado de ações e permite que os investidores utilizem sua
performance como base para referenciar investimentos, por exemplo, fundos, e comparar a rentabilidade com
outros ativos como moedas estrangeiras, títulos públicos, commodities, além de outros índices de bolsas
estrangeiras, para citar apenas alguns.
111
15.02- GRÁFICO IBOVESPA B3
Calculadora Mecânica Brunsviga 13RK, produzida entre as décadas de 1950 e 1970. Para operar esta máquina
era preciso inserir os números por meio de alavancas, que atuavam diretamente sobre as engrenagens.
Somadora mecânica Olivetti Summa 15, lançado na década de 1940. Este modelo tem botões no lugar de
alavancas e imprime os resultados parciais e total em uma fita de papel.
112
MÓDULO 16 – O QUE PASSA PELA B3
113
16. O QUE PASSA PELA B3
TEXTO DE PAREDE
Muito mais do que uma bolsa: a B3 é uma empresa de tecnologia que conecta todo o mercado brasileiro. A
tecnologia da B3 permite que corretoras ofereçam a investidores alternativas de diversificação, empresas se
financiem para expandir seus negócios e gerar empregos, bancos façam uma melhor gestão de risco e crédito
e brasileiros invistam e financiem veículos e imóveis.
114
FIP (fundo de UP2DATAONDEMAN
investimento em D
participações)
Futuro de S&P
500
Minicontrato
futuro de S&P
500
115
MÓDULO 17 – EDUCAÇÃO E SOCIEDADE
116
17.01 B3 EDUCAÇÃO - TEXTO DE PAREDE
Para a Bolsa, educação sempre foi o caminho para o crescimento sólido e consistente do mercado financeiro.
Por meio de iniciativas educacionais, os profissionais estarão mais capacitados para operar, os investidores
tomarão decisões mais conscientes em relação a seu dinheiro e o mercado se desenvolverá a partir de bases
sólidas.
De cursos técnicos profissionalizantes, passando por finanças pessoais e investimentos, a temas mais
complexos como gestão de riscos e derivativos, o objetivo da Bolsa é conectar educação ao seu negócio,
desenvolver o mercado e potencializar o crescimento do Brasil.
A Bolsa de Mercadorias de São Paulo (BMSP) fundou, em 1921, a Escola de Classificação de Algodão para
capacitar profissionais a categorizar as mercadorias conforme padrões internacionais.
Crédito: Aula prática do curso de classificação de algodão. Fotografia de autor desconhecido, c. 1920. Centro
de Memória da B3.
Aula do curso de classificação de algodão. Fotografia de autor desconhecido, c. 1936. Centro de Memória da
B3.
Na década de 1960, a BOVESPA criou o Centro de Instrução Técnica Abelardo Vergueiro César (Citec)
oferecendo cursos como “Introdução ao Mercado de Capitais”, “Preparação de Operadores” e “Análise de
Balanços”. Os mais concorridos entre eles eram os de analista e os preparatórios para o exame de agente
autônomo de investimento.
Crédito: Fachada do Centro de Instrução Técnica Abelardo Vergueiro César (Citec). Fotografia de autor
desconhecido, s/d. Centro de Memória da B3.
Anúncio dos cursos do Centro de Instrução Técnica Abelardo Vergueiro César (Citec). O Estado de São Paulo,
21.10.1973, p. 79.
R. Quinze de Novembro, 275
Centro Histórico de São Paulo, São Paulo
SP, 01010-901 www.mub3.com.b3
117
A Bolsa Mercantil e de Futuros começou a funcionar em 1986 e logo sentiu a necessidade de capacitar seus
operadores como forma de atrair negócios para o mercado de derivativos que se desenvolvia no Brasil. A
BM&F criou, então, um instituto educacional, que foi responsável por traduzir diversas obras sobre mercados
futuros e pela criação do curso de “Formação de Operadores”.
Crédito: Pregão da BM&F. Fotografia de Fernando Marques, São Paulo, 1986. Centro de Memória da
B3/Agência Estado.
Em 1998, a BOVESPA firmou parceria com o jornal Folha de São Paulo e passou a apoiar o Folhainvest em Ação,
um simulador de pregão virtual que promovia uma competição entre os participantes. O Folhainvest foi o
precursor de diversos simuladores desenvolvidos anos mais tarde pela própria Bolsa e outras instituições.
118
A BOVESPA acreditava que pequenos investidores poderiam participar do mercado de ações e se beneficiar
dele para construir poupança de longo prazo, ao mesmo tempo que trariam resiliência para o mercado de
capitais e, consequentemente, contribuiriam para o seu desenvolvimento.
Como forma de estimular a educação financeira e a compreensão da função social da Bolsa de prover recursos
para empresas por meio da capitalização e com isso aumentar investimentos produtivos e o desenvolvimento
do país, em 2002, foram criados os programas “BOVESPA Vai Até Você”, que levava conteúdos de finanças
pessoais e investimentos à escolas e locais usualmente improváveis como praia, shoppings, igrejas, clubes,
associações de classe, o “Mulheres em Ação”, que trabalhava conceitos de educação financeira para o público
feminino, e a “Bolsa Aberta”, que oferecia visitas educativas aos finais de semana pelo pregão.
Créditos: BOVESPA Vai à Praia - Riviera de São Lourenço. Fotografia de autor desconhecido, Riviera de São
Lourenço, 2005. Centro de Memória da B3. Site Mulheres em Ação. São Paulo, 2009. Centro de Memória da
B3. Bolsa Aberta. Bolsa Aberta. Fotografia de Pérsio Lima, São Paulo, 2004. Centro de Memória da B3.
119
Em 2006 foi criado o “Desafio BOVESPA”, uma competição entre escolas do ensino médio em que os alunos
simulavam a compra e venda de ações, e o antigo pregão transformou-se em um espaço de visitas, oferecendo
um roteiro educacional que passou a fazer parte dos locais mais visitados da cidade de São Paulo.
Crédito: Final do Desafio B3. Fotografia de Orquestra de Imagem, São Paulo, 2017. Centro de Memória da B3.
Espaço Raymundo Magliano Filho. Fotografia de Agência Luz, São Paulo, 2009. Centro de Memória da B3.
A BOVESPA e a BM&F também participaram de forma ativa da Estratégia Nacional de Educação Financeira,
iniciativa em parceria com Banco Central, CVM e outras entidades cujo objetivo era levar educação financeira
para a sala de aula de todas as escolas do Brasil, e que hoje está traduzida como tema transversal da nova
BNCC (Base Nacional Comum Curricular).
Crédito: Livros Educação Financeira nas Escolas (ENEF – Estratégia Nacional de Educação Financeira). São
Paulo, 2022. Centro de Memória da B3.
120
Com a integração da BM&F e da BOVESPA, em 2008, o escopo da atuação educacional da Bolsa foi ampliado,
unindo iniciativas para investidores e profissionais de mercado. Os programas de educação do investidor
ganharam novos formatos e ampliaram seu alcance por meio da TV e internet. Em 2009, por exemplo, a
BM&FBOVESPA criou a série Educação Financeira, que contou com quatro temporadas exibidas na TV Cultura.
Lançou também o Turma da Bolsa, que falava sobre educação financeira para o público infantil, e o Dinheiro no
Bolso, voltado para adolescentes, ambos em parceria com o Canal Futura. Na perspectiva profissional, deu
sequência a cursos já consagrados como MBA de Mercado de Capitais para Jornalistas e o curso de Formação
de Profissionais em Mercados Derivativos, estabeleceu parcerias com renomadas escolas nacionais e
internacionais e ofereceu os exames de certificação profissional do PQO (Programa de Qualificação
Operacional).
Créditos: Site Turma da Bolsa. Revista da Nova Bolsa, São Paulo, jan/mar 2010, número 07. Centro de Memória
da B3. Cerimônia da 8a turma MBA jornalistas. Fotografia de Agência Luz, São Paulo, 2010. Centro de Memória
da B3. Vinheta Programa Educação Financeira. Produção Overfilm, São Paulo, 2010. Centro de Memória da B3.
Site Turma da Bolsa. São Paulo, 2010. Centro de Memória da B3. Formatura da 8ª turma MBA de Jornalistas.
Fotografia de Agência Luz, São Paulo, 2010. . Folhetos MBA de Derivativos e Programação do Instituto
Educacional BM&FBOVESPA. São Paulo, 2008. Centro de Memória da B3. Sala de aula do Instituto Educacional
BM&FBOVESPA. Agência Luz, 2010. Centro de Memória da B3.
O mercado evoluiu, os principais agentes ampliaram suas ações educacionais e o número de investidores
cresceu ao longo do tempo. Para acompanhar essa evolução, em 2020, a B3 Educação lançou o Hub de
Educação Financeira, uma plataforma digital e gratuita com conteúdo produzido pela B3 e parceiros para
auxiliar o investidor pessoa física a ter acesso aos melhores conteúdos educacionais avaliados e selecionados
pela Bolsa. Também procurou estimular a educação do investidor criando o Programa de Incentivo à Educação
Financeira, contribuindo com as ações educacionais realizadas por corretoras, bancos, gestoras de recursos e
outras instituições do ecossistema de investimentos.
Em 2022, a B3 Educação volta a abrir suas portas para a sociedade ao ceder espaço para o MUB3 contar a
história das bolsas e do mercado de capitais, expondo aqui parte do acervo do seu Centro de Memória, que
reúne mais de 100 mil itens entre documentos, imagens e peças históricas de todas as empresas que formam
hoje a B3.
Crédito: hub de educação financeira da B3 (edu.b3.com.br). São Paulo, 2022. Centro de Memória da B3.
121
Link para o vídeo do conteúdo:
https://drive.google.com/drive/folders/1TiwAD9j_1noVaiLJdcVl2SXjUwup35MA?usp=sharing
Desenvolver a economia e potencializar o crescimento do Brasil é uma das funções da Bolsa. Cientes desse
importante papel, as bolsas buscaram formas de ampliar seu impacto investindo em programas sociais.
Seja por meio do incentivo ao esporte, capacitação para empregabilidade, estímulo a iniciativas sociais e
ambientais, voluntariado ou investimento social privado, a Bolsa sempre colaborou para fazer do nosso país
um lugar melhor para trabalhar e viver.
A Bolsa começou a direcionar recursos para projetos e ações em prol do esporte em 1988. Durante décadas o
principal foco de atuação social da Bolsa foi o atletismo – tanto que em 2002 foi criado o Clube de Atletismo,
que atuou na formação de atletas profissionais até 2018.
Créditos: Atleta Elisangela Adriano no Brasil Pan. Agência Luz., São Paulo, 2007. Centro de Memória da B3.
Vanderlei Cordeiro de Lima no Toque de Campainha Olimpíadas. Agência Luz, São Paulo, 2016. Centro de
Memória da B3
122
Para quem corre atrás de oportunidades além das quadras, a Bolsa manteve em São Paulo a Associação
Profissionalizante no Brás, nos anos de 1996 a 2019. O objetivo do centro era capacitar jovens estudantes de
ensino médio da rede pública em situação de vulnerabilidade para o mercado de trabalho. Lá foram oferecidos
cursos de construção civil, rotinas administrativas e beleza. Este projeto, inclusive, chegou a ser replicado no
Rio de Janeiro, para jovens do morro da Mangueira.
Créditos: Programa Faz Tudo da Associação Profissionalizante. Fotógrafo desconhecido, São Paulo, 2005.
Centro de Memória da B3. Espaço Beleza da Associação Profissionalizante. Fotógrafo desconhecido, São Paulo,
2018.
De 2003 a 2018, a Bolsa manteve a Bolsa de Valores Socioambientais (BVS&A), projeto pioneiro no mundo e
reconhecido pela Unesco. O programa reproduzia o ambiente de bolsa de valores em projetos sociais – os
projetos eram “listados” pela Bolsa e escolhidos segundo critérios como localização e inserção social, e o
investidor podia “comprar as ações“ de um ou mais projetos.
Créditos: Lançamento da BVS&A. Antonio Carreiro, São Paulo, 2007. Centro de Memória da B3. Lançamento de
projetos da BVS&A. Orquestra de Imagens, São Paulo, 2018.
123
No Espaço Esportivo e Cultural da Bolsa, em Paraisópolis (São Paulo – SP), ocorreram diversas atividades
socioeducativas entre os anos de 2003 e 2016. Cerca de 200 crianças e adolescentes foram beneficiados a cada
ano.
Crédito: Cerimônia de Natal no Espaço Esportivo BOVESPA. Antonio Carreiro, São Paulo, 2005.
Os projetos sociais eram feitos pelo Instituto BM&FBOVESPA, que em 2018 passou a se chamar B3 Social. A
mudança não ficou restrita à nomenclatura: mudou-se também o posicionamento da instituição, que passou a
atuar exclusivamente como financiador de projetos sociais.
Ou seja, a B3 Social passou a destinar recursos financeiros, conhecimentos em gestão e estratégias de impacto
para organizações sociais que implementam iniciativas por uma educação pública de qualidade e com
equidade. Essa frente de atuação é denominada Investimento Social Privado e pode ser viabilizada via doações
diretas ou leis de incentivo.
124
Outra frente de atuação é o voluntariado, que visa estimular a filantropia individual, fortalecendo o
compromisso da B3 com a sociedade.
Em 2020, os recursos da B3 Social foram destinados em caráter emergencial a ações de combate aos impactos
causados pela pandemia no Brasil. Foram doados R$ 50 milhões nas áreas de alimentação, saúde e renda,
beneficiando mais de 700 mil pessoas em 24 Estados.
125
Em 2021, a B3 Social seguiu financiando programas para combate aos impactos da pandemia, com foco em
segurança alimentar e saúde. Naquele ano, o orçamento de R$ 50 milhões foi, também, utilizado para a
composição da primeira carteira de investimentos diretos em educação, com 24 projetos.
Em 2021, cerca de 48% do time B3 - mais de 1.200 pessoas - esteve engajado em pelo menos uma das 14
ações de mobilização interna, como mentoria para jovens que buscam entrar no mercado de trabalho e
arrecadação de cestas básicas.
Assim, a B3 Social segue em sua missão de financiar projetos na área de educação e praticar filantropia
estratégica, monitorar indicadores e basear suas decisões em dados e evidências, sempre em busca de um
impacto mais significativo para a sociedade como um todo.
Crédito: Ação de voluntariado com funcionários da B3. Talita Suzart, São Paulo, 2021.
126
MÓDULO 18 – IPO E LEIÃO
O IPO é a sigla para Initial Public Offering (em português pode ser traduzido para Oferta Pública Inicial). Assim
como o próprio nome sugere, IPO é quando a empresa decide abrir o seu capital para o público. Ou seja, é
quando todo mundo pode ser dono de um pedacinho da empresa, comprar suas ações. Tá, mas por que as
empresas têm interesse em vender parte dela para os investidores?
Essa é uma operação que pode ser vantajosa para ambas as partes. Para as companhias, o IPO é uma forma de
capitalizar novos investimentos. Com o dinheiro que recebe em troca da fatia que vende, a empresa pode
expandir seus negócios comprando maquinário, abrindo uma filial ou produzindo novos produtos, gerando
127
assim mais empregos e estimulando o crescimento da economia. Para o investidor, é uma oportunidade de
participar do crescimento da empresa ao adquirir ativos com potencial de valorização.
Para ter suas ações negociadas na Bolsa a empresa precisa cumprir uma série de requisitos e procedimentos
para obter autorização dos órgãos reguladores. Essa medida é importante para proteger os investidores e
garantir que todos tenham acesso às informações mais importantes sobre a empresa e o que ela pretende
fazer com o dinheiro que receber no IPO.
Com autorização em mãos, apresentações feitas aos potenciais investidores e preço da ação estabelecido é
hora de festejar: a empresa pode finalmente estrear na Bolsa! A cerimônia de IPO é realizada aqui no Espaço
B3 com o tradicional toque da campainha. Afinal, nada como entrar na Bolsa já fazendo barulho!
2004
128
Coordenador Líder: Morgan Stanley
2005
Energias BR
Segmento: Energia Elétrica
Início de negociação da ação: 13/07/2005
Valor total: 1,18 bilhões de reais
Coordenador Líder: UBS
2006
Brascan
Segmento: Construção Civil
R. Quinze de Novembro, 275
Centro Histórico de São Paulo, São Paulo
SP, 01010-901 www.mub3.com.b3
129
Início de negociação da ação: 23/10/2006
Valor total: 1,19 bilhões de reais
Coordenador Líder: Credit Suisse
2007
No ano de 2007, o número de IPOs bateu um novo recorde com 64 novas empresas na bolsa.
Um dos destaques foi o setor de construção civil que realizou 14 IPOs e captação de R$ 8,07 bilhões, com
destaque para a MRV que captou R$ 1,19 bilhão de reais.
MRV
Segmento: Construção Civil
Início de negociação da ação: 23/7/2007
Valor total: 1,19 bilhões de reais
Coordenador Líder: UBS
O setor financeiro realizou 13 IPOs que arrecadaram R$ 22,9 bilhões. Integrante deste setor a BOVESPA
Holding realizou o maior IPO do ano de 2007, captando R$ 6,6 bilhões.
130
BOVESPA Holding
Segmento: Serviços Financeiros Diversos
Início de negociação da ação: 26/10/2007
Valor total: R$ 6,62 bilhões de reais
Coordenador Líder: Credit Suisse
A BM&F fez o segundo maior lançamento de ações de 2007. O IPO da BM&F atraiu a maior participação de
investidores pessoas físicas do ano, com a participação de 253 mil pessoas.
BM&F
Segmento: Serviços Financeiros Diversos
Início de negociação da ação: 30/11/2007
Valor total: R$ 5,98 bilhões
Coordenador Líder: Bradesco BBI
131
2008
O ano de 2008 foi atingido por uma severa crise financeira internacional. Conhecida como “crise dos
subprimes”, em referência aos créditos hipotecários de alto risco (subprime mortgage), que causou a falência
de um tradicional banco de investimentos dos Estados Unidos, o Lehman Brothers, atingindo outras
instituições financeiras ao redor do mundo.
A crise financeira arrefeceu o ritmo de capitalização de empresas na bolsa. Mesmo assim, seguiu trazendo
novas empresas de setores como financeiro, petróleo, energia elétrica, consumo e varejo.
LE LIS BLANC
Segmento: Tecidos, vestuário e calçados
Início de negociação da ação: 29/4/2008
Valor total: R$ 5,98 bilhões
Coordenador Líder: Bradesco BBI
2009
Em meio à crise financeira, o Santander realizou o maior IPO da história até aquele momento. O lançamento
das ações do Santander atraiu mais de 100 mil investidores, entre eles 74 mil pessoas físicas, e levantou R$
13,18 bilhões.
132
Santander Brasil
Segmento: Bancos
Início de negociação da ação: 07/10/2009
Valor total: R$ 13,18 bilhões
Coordenador Líder: Santander
Ainda em 2009, ocorreu o IPO da Cetip, empresa que se uniria a BM&FBOVESPA em 2017 para formar a B3.
Cetip
Segmento: Serviços Financeiros Diversos
Início de negociação da ação: 17/12/2009
Valor total: R$ 773 milhões
Coordenador Líder: Itaú BBA
2011
O ano de 2011 trouxe empresas como o Magazine Luiza, que captou R$ 886 milhões na Bolsa.
133
Magazine Luiza
Segmento: Varejo
Início de negociação da ação: 02/05/2011
Valor total: R$ 886 milhões
Coordenador Líder: Itaú BBA
2013
A Senior Solution abre capital no BOVESPA Mais, um novo segmento de acesso à bolsa destinado às ofertas de
menor porte. A empresa captou R$ 57,5 milhões.
Senior Solutions
Segmento: Programas e serviços
Início de negociação da ação: 08/03/2013
Valor total: R$ 57,5 milhões
Coordenador Líder: Banco Votorantim
A BB Seguridade fez o maior IPO de 2013 no valor de R$ 11,4 bilhões. A oferta atraiu 114 mil investidores,
dentre os quais estavam pouco mais de 103 mil eram pessoas físicas.
134
BB Seguridade
Segmento: Seguradoras
Início de negociação da ação: 29/04/2013
Valor total:R4 11,47 bilhões
Coordenador Líder: BB Investimentos
Em 2017, o Carrefour Brasil e a Petrobrás Distribuidora fizeram as maiores captações do ano, com R$ 4,97
bilhões e R$ 5,02 bilhões, respectivamente.
Carrefour Brasil
Segmento: Varejo/Alimentos
Início de negociação da ação: 20/07/2017
Valor: R$ 4,97 bilhões
Coordenador Lider: Itaú BBA
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Petrobrás Distribuidora
Segmento: Exploração. Refino e Distribuição
Início de negociação da ação: 15/12/2017
Valor: 5,02 bilhões de reais
Coordenador Lider: Citi
2018
Das 3 ofertas realizadas em 2018, duas são do setor de saúde. A Hapvida captou R$ 3,4 bilhões e a Intermédica
obteve R$ 2,7 bilhões.
Hapvida
Segmento: Serviços Médicos Hospitalares, Análises e Diagnósticos
Início de negociação da ação: 25/04/2018
Valor: 3,43 bilhões
136
Coordenador Líder: BTG Pactual
Intermédica
Segmento: Serviços Médicos Hospitalares, Análises e Diagnósticos
Início de negociação da ação: 23/04/2018
Valor: R$ 2,72 bilhões
Coordenador Líder: Itaú BBA
Follow on
No período entre 2008 e 2018, a bolsa realizou 96 operações conhecidas como follow on, quando empresas
que já possuem ações negociadas em bolsa voltam para captar mais recursos para investimentos.
O volume de recursos levantados por este tipo de operações no período foi de R$ 280 bilhões.
Entre os maiores follow on do período destacaram-se as ofertas Vale, em 2008. A empresa de mineração
captou R$ 19,4 bilhões.
137
Vale
Segmento: Minerais Metálicos
Início de negociação da ação: 18/07/2008
Valor: R$ 19,43 bilhões
Coordenador Líder: Credit Suisse
Em 2010, a Petrobrás fez a maior oferta do mundo em 2010, captando R$ 120 bilhões. O follow on da
Petrobrás atraiu mais de 104 mil investidores pessoa física.
Petrobras
Segmento: Exploração e/ou Refino
R. Quinze de Novembro, 275
Centro Histórico de São Paulo, São Paulo
SP, 01010-901 www.mub3.com.b3
138
Início de negociação da ação: 27/09/2010
Valor: R$ 120 bilhões
Coordenador Líder: Bradesco BBI
2019
O ano de 2019 foi marcado pela consolidação de um ciclo de transformação para os mercados financeiros e de
capitais no Brasil, impulsionados por taxas de juros em níveis historicamente baixos.
Das 5 empresas que fizeram IPO em 2019, a Neoenergia foi o destaque, tendo captado R$ 3,7 bilhões.
Neoenergia
Segmento: Energia Elétrica
Início de negociação da ação: 28/06/2019
Valor total: 3,74 bilhões de reais
Coordenador Líder: Bank of America
Ainda no ano de 2019, outras 37 empresas foram a B3 realizar operações de follow on e arrecadaram R$ 79,76
bilhões.
[aqui ao invés de imagens vamos explorar um gráfico com as empresas entrando em ordem de data do
lançamento]
139
Tabela usada para confeccionar o gráfico com as datas de realização de cada follow on:
INÍCIO DE
NOME DE PREGÃO CLASSIFICAÇÃO SETORIAL (SEGMENTO) CLASSIFICAÇÃO VOLUME TOTAL (R$)
NEGOCIAÇÃO
140
INTERMEDICA Serv.Méd.Hospit..Análises e Diagnósticos FOLLOW-ON 21/06/19 2.666.250.000
LINX¹ Programas e Serviços FOLLOW-ON 26/06/19 1.179.885.636
PETROBRAS¹ Exploração. Refino e Distribuição FOLLOW-ON 27/06/19 7.300.546.223
141
2020
O ano de 2020 foi o primeiro em que convivemos com a pandemia de COVID-19 que provocou mudanças nos
padrões de interação social, desafiando, sobretudo, os sistemas de saúde, educação e de assistência social, e
desorganizando o ambiente de negócios vigente até então.
Diante do cenário de incerteza, o Conselho Monetário Nacional reduziu a taxa de juros da economia. Os juros
baixos afetaram o rendimento dos títulos de renda fixa, incentivando que as pessoas físicas se interessassem
mais por aplicações em renda variável. Esta demanda por ações favoreceu que empresas buscassem se
capitalizar por meio de ofertas públicas e, ao longo de 2020, foram realizadas 28 IPO na B3.
Rede D’Or
Segmento: Serviços Médicos, Hospitalares, Análises e Diagnósticos
Início de negociação da ação: 10/12/2020
Valor total: R$ 11,39 bilhões
Coordenador Líder: Bank of America
142
Grupo Mateus
Segmento: Alimentos
Início de negociação da ação: 13/10/2020
Valor total: R$ 4,16 bilhões
Coordenador Líder: XP Investimentos
2021
Os juros voltam a subir em 2021 para conter a inflação. Porém, à medida que os países avançam na vacinação
de suas populações contra a COVID-19, o mercado de capitais se anima com a perspectiva de um recuo da
pandemia no futuro. Ao longo de 2021, ocorreram 43 IPOs na B3 e o setor de tecnologia se destaca com 11
empresas abrindo capital na bolsa.
Intelbras
Segmento: Computadores e Equipamentos
Início de negociação da ação: 04/02/2021
143
Valor total: R$ 1,30 bilhão
Coordenador Líder: BTG Pactual
Multilaser
Segmento: Computadores e Equipamentos
Início de negociação da ação: 22/07/2021
Valor total: R$ 1,91 bilhão
Coordenador Líder: Itaú BBA
2022
Os primeiros meses do ano foram marcados por ofertas subsequentes (follow on). Uma das empresas que
realizou uma nova oferta foi a centenária Alpargatas, que completou 115 anos de existência e 109 anos de
listagem – a empresa mais antiga da Bolsa. A companhia optou por fazer uma oferta tipo 476 (oferta restrita).
Esse tipo de oferta não requer prospecto ou registro na CVM, porém é destinada apenas a investidores
profissionais.
144
Alpargatas
Segmento: calçados e artigos esportivos
Início de negociação da ação: 24/02/2022
Valor total: R$ 2,5 bilhões
Coordenador Líder: Itaú BBA
Já vimos que a Bolsa atua na capitalização de empresas promovendo as Ofertas Iniciais de Ações (IPO) e as
Ofertas Subsequentes de Ações (Follow On), certo? Pois bem, aqui veremos mais uma atividade que passa pela
Bolsa: os leilões.
Os leilões nada mais são do que uma forma de negociação. Ao longo de sua história, a Bolsa recebeu muitos
leilões para concessão de serviços públicos. Essa modalidade teve início nos anos 90 com a privatização de
companhias siderúrgicas no âmbito do Programa Nacional de Desestatização (PND).
Entre 2010 e 2021, o setor de infraestrutura, com destaque para os serviços de energia elétrica, portos,
aeroportos e rodovias foi responsável pela maioria das negociações realizadas via leilão. Nesse período, foram
licitados mais 1.390 ativos que resultaram em investimentos de mais R$ 300 bilhões.
Os mais de 130 anos de experiência, toda tecnologia e segurança oferecida pela sua infraestrutura fizeram com
que as Bolsas se tornassem o ambiente ideal para o encontro de bons projetos com investidores. Sem contar a
expertise, transparência e governança para conferir credibilidade às negociações. Pode bater o martelo!
145
Os primeiros leilões privatização ocorreram na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ) pelo Sistema
Eletrônico de Negociação Nacional (SENN).
Crédito: Martelo utilizado pelo Sistema Eletrônico de Negociação Nacional na BVRJ. Acervo do Centro de
Memória da B3.
Embora as negociações ocorram por sistema eletrônico, eles são simbolizados pelo martelo que ainda hoje é
utilizado pela B3.
Crédito: Martelo utilizado nos leilões da B3. Fernando Perecin, São Paulo, 2018. B3.
146
1991 – Privatização da Usiminas
A Usiminas foi a primeira estatal privatizada, em 24 de outubro de 1991, e abriu caminho para várias
privatizações ao longo da década de 90, tornando-se símbolo de um novo momento econômico e social do
Brasil.
147
Evento: Privatização da Companhia Vale do Rio Doce
Ofertante: União
Vencedor: Consórcio CSN
Valor: R$ 3,33 bilhões
Data: 05/05/1997
Crédito: Otávio Magalhães, Rio de Janeiro, 1997. Estadão Conteúdo. [Cod. 236379]
148
Evento: Privatização da Companhia de Geração de Energia Elétrica Tietê
Ofertante: União
Vencedor: AES
Valor: R$ 938 milhões
Data: 27/10/1999
Crédito: Reprodução de acervo. Centro de Memória da B3.
149
bem são claras e registradas em contrato. Ao contrário dos leilões de privatização, em alguns leilões de
concessão quanto maior o deságio, melhor.
Em 2007, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) realizou, na BOVESPA, um leilão de concessão
do trecho da BR-101 entre a divisa do Espírito Santo com o Rio de Janeiro. A empresa OHL, que ofereceu a
menor tarifa de pedágio, foi a vencedora.
150
Evento: Leilão de concessão de linhas de transmissão e subestações de energia
Ofertante: Agência Nacional de Energia Elétrica
Vencedores:
Valor: R$
Data: 27/06/2008
Crédito: Fábio Motta, 2008, Rio de Janeiro. Estadão Conteúdo. [Cod. 32697]
151
Evento: Leilão de concessão dos aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília
Ofertante: Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)
Vencedores: Guarulhos - Invepar; Campinas - Aeroportos Brasil; Brasília - Inframérica Aeroportos
Valor: R$ 24,53 bilhões
Data: 06/02/2012
Crédito: Luiz Prado, São Paulo, 2012. B3.
152
2015 – Concessão da Ponte Rio-Niterói
A exploração da Ponte Rio-Niterói foi a leiloada na BM&FBOVESPA em 2015. A concessão, que pertencia à CCR,
foi arrematada pelo Consórcio EcoRodovias. A empresa ofereceu uma tarifa de pedágio de R$ 3,2844.
Evento: Concessão das linhas 5 – Lilás e 17 – Ouro da Rede Metroviária de São Paulo
Ofertante: Governo do Estado de São Paulo
R. Quinze de Novembro, 275
Centro Histórico de São Paulo, São Paulo
SP, 01010-901 www.mub3.com.b3
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Vencedores: Consórcio ViaMobilidade
Valor: R$ 553,9 milhões
Data: 19/01/2018
Crédito: Fotografia de autor desconhecido, 2018, São Paulo. Centro de Memória da B3.
154
Evento: Leilão da Ferrovia Norte Sul
Ofertante: VALEC Engenharia, Construções e Ferrovias SA
Vencedor: Rumo Logística
Valor: R$ 2,72 bilhões
Data: 28/03/2019
Crédito: Cauê Diniz, São Paulo, 2019. B3.
155
2021
O ano de 2021 foi marcado por leilões de infraestrutura, com 22 aeroportos, 13 portos, 3 rodovias e uma
ferrovia concedidos à iniciativa privada. O valor contratado em investimentos foi de R$ 40 bilhões. Neste ano,
também aconteceu o leilão da Cedae para concessão dos serviços de saneamento do Estado do Rio de Janeiro.
O valor superou a expectativa de arrecadação inicial em 1114%.
156
Evento: Concessão dos serviços de saneamento do estado do Rio de Janeiro
Ofertante: Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae).
Vencedor: Blocos 1 e 4 – Aegea, Bloco 2 - Iguá e Bloco 3 - não efetivado
Valor: R$ 22,69 bilhões
Data: 30/04/2021
Crédito: Aivan Moura, São Paulo, 2021. B3.
157
MÓDULO 19 – BALCÃO DE IPO
19 - BAlCÃO DE IPO
158
MÓDULO 20 - BIOGRAFIA DE MERCADO
159
20 - BIOGRAFIA DE MERCADO - TEXTO DE PAREDE
Romper barreiras, vencer desafios, questionar o irrefutável. Tão importante quanto evoluir é registrar os
passos e as pessoas que nos trouxeram até aqui.
A história do mercado de capitais no Brasil reúne mais de um século do trabalho incansável de pessoas que
souberam unir inovação, pioneirismo e tecnologia. Tudo isso da maneira mais brasileira possível: com
perseverança diante dos obstáculos e paixão pelo que faz.
Aqui é possível conhecer alguns dos grandes momentos que marcaram a evolução das bolsas e a história das
pessoas que ocuparam as cadeiras de presidente e de principal executivo das empresas que juntas, hoje,
formam a B3, a Bolsa do Brasil. Eles são apenas representantes de uma rede muito maior, que envolve
centenas de milhares de pessoas.
Esta é uma homenagem aos profissionais que ajudaram a construir o mercado de capitais, abrindo caminhos
no passado, desafiando o presente e inspirando o futuro.
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