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revistacelton@gmail.com
Jan2019 Digital
O primeiro bandeirante
que se instalou na região;
Capitão Ortiz
e a Fazenda do Cercado;
O Arraial de Curral del Rei;
Aarão Reis
e a Comissão Construtora;
A Construção
da Nova Capital; 1929 1942 1924 1965
Viaduto de Igrejinha da Pirulito da Praça Mineirão
A Inauguração; Santa Tereza Pampulha Sete (Obelisco (Estádio
(Viaduto do (Igreja de São Comemorativo ao Governador
E muito mais Parque). Francisco de Centenário da Magalhães
Assis). Independência). Pinto).
nesta edição histórica...
Lacarmélio Alfêo de Araújo Se preferir, faça sua doação neste Link
Caixa Econômica Federal PagSeguro (é a mesma coisa):
Agência: 1149 - 13
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Conta: 53 408 - 6
Meu e-mail para CPF, se necessário: Meu nome, Lacarmélio, aparece no local.
revistacelton@gmail.com
Prezados Leitores,
Eu sou Lacarmélio, autor desta revista Celton, Mas os vídeos são grátis na internet.
aqui em PDF. No entanto, produzir vídeos de pesquisa custa
caro, principalmente quando a proposta é
Eu a vendo, impressa, pelas ruas da minha cidade,
conteúdo de qualidade, exigindo muita dedicação.
Belo Horizonte, MG, desde 1981.
36 anos de publicações sem editora e sem Apaixonado por essas coisas, minha dedicação é
empresário. Mais de 100 produções diferentes. total, indiferente do dinheiro. Infelizmente, no meu
caminho nunca surgiu um empresário da área.
Financeiramente, eu sobrevivo da revista (não sei
como, mas vou levando). Assim, tentando bancar os vídeos, estou
disponibilizando algumas revistas minhas para
Por questões financeiras, já tentei sair fora várias
download público, em PDF.
vezes mas, apaixonado pela criação de roteiros,
de imagens e pelas pesquisas de história em Se você quiser me dar uma força, meus dados
geral, sempre voltei. bancários estão no topo da página, para qualquer
valor de depósito. Pode ser um real, ou dois, ou o
Agora estou produzindo vídeos de pesquisa de
que você quiser. Um real tem muito valor,
história, também, com imagens em 3d.
dependendo do que você faz com ele.
As revistas impressas eu vendo e pago os custos.
Muito obrigado.
3
Esta revista Celton número 13 Especial de Pesquisa
“História da Origem de Belo Horizonte”, já foi
reeditada várias vezes e, a cada reedição,
corrigida e simplificada.
Assim, devido a tantas revisões mirando sempre a
simplicidade, atingiu nível de clareza que passou a ser
adotada por várias escolas, sendo considerada
por várias delas a melhor publicação já produzida
sobre a origem de BH.
Por isso, caros leitores, sejam bem-vindos
a esta emocionante viagem às origens.
Todo cidadão deveria conhecer a história da sua cidade.
revistacelton@gmail.com — (31) 99496-0527
BIBLIOGRAFIA
Velhos Horizontes, um ensaio sobre a moradia no Curral d'el Rey (Museu Histórico Abílio
Barreto);
Jornal Estado de Minas — edições variadas;
Bello Horizonte: Memória Histórica e Descriptiva — Abílio Barreto
Omnibus, uma história dos transportes coletivos em Belo Horizonte — Eleonora Santa Rosa,
Maria do Carmo Andrade Gomes, Maria Verônica Campos, Marcus Vinícius G. da Cruz (BHTRANS);
A História de Belo Horizonte — Carlos Rodrigues, Marley D. Costa, Jorge Penna (Minas Gráfica
Editora);
Espaço Cultural da Liberdade — Francelino Pereira;
Cartilhas e folhetos variados do PROPAM e da BELOTUR;
Pesquisas no Museu Histórico Abílio Barreto e no Arquivo Público da Cidade de Belo
Horizonte.
www.curraldelrey.com (Site destinado à discussão sobre as mudanças ocorridas no espaço
urbano de Belo Horizonte).
AGRADECIMENTOS
Maria Célia, Nilza Maria Garcia, Lorena F. K. Melgaço Neves e Paulo Cézar dos
Santos, do Museu Histórico Abílio Barreto;
Wesley Viana Massena, Cirlei Aparecida Rocha, Marina Silva Sacramento, Igor
Alessandro Campos de Miranda, do Arquivo Público de Belo Horizonte;
Bruno Cezar de Sousa Teixeira, do Departamento de Marketing da BHTRANS.
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
Esta publicação está recheada de fotos novas e antigas. As novas eu mesmo tirei, as
antigas peguei no site do Museu Histórico Abílio Barreto. Telefonando-lhes, indaguei se
poderia colocar as fotos na revista. Maria Célia, educadamente me autorizou, desde que
citasse a fonte. Pois eu cito e recomendo, para pesquisas, este site sem precedentes:
http://comissao construtora.pbh.gov.br//
Tambo era um jovem africano
nativo do tempo do Brasil Colônia,
final do século dezoito (1701-1800).
Jovem, ainda vivendo com sua família em sua
aldeia na África do Sul, era o guerreiro de maior
destaque da tribo.
Equilibrado, forte, inteligente, seria o próximo
Chefe da aldeia, segundo suas leis.
Seu grande amor era Placedina,
com quem ia se casar.
Certo dia, porém, o casal foi encurralado na
floresta por caçadores de escravos,
num cerco fatal.
Em combate ferrenho, Tambo escapou.
Mas a surpresa e o maior número de inimigos
garantiram a prisão da bela Placedina.
Ele sabia do que acontecia a quem era pego
pelos odiados caçadores de escravos.
Entrou em depressão e
vários meses se passaram.
Então, mesmo a contragosto de seus pais, tomou uma decisão: deixar-se-ia pegar
pelos caçadores de escravos, para ir atrás de Placedina, cuja lembrança era toda
sua vida...
Basicamente, começa assim a saga de Tambo no Brasil Colonial do século
dezoito. Terra sem lei, perigo a cada passo. Montanhas misteriosas, rios limpos,
matas virgens e feras nativas. Produção cheia de pesquisas do Brasil antigo.
As aventuras de Tambo, em quadrinhos, começarão ao término da
minissérie, também em quadrinhos, «A Inconfidência Mineira».
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(DIOGO DE VASCONCELOS)
6
LARGO DO ROSÁRIO
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Esta foto de uma
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Histórico Abílio
Barreto também
nos ajuda a
LARGO DA MATRIZ
NOSSA SENHORA DA BOA VIAGEM visualizar o arraial.
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RUA DE SABARÁ
Curral del Rei pertencia à cidade de Sabará. Por isso, sua rua principal, o começo da
estrada ligando as duas localidades, era a rua de Sabará. Pela posição da antiga
matriz da Boa Viagem, na foto, de frente para a Serra do Curral, com a rua de Sabará à
sua esquerda, em frente, vemos claramente o que o cruzamento dos mapas nos mostra:
a rua começava na mesma área da matriz atual, hoje rua Aimorés entre ruas
Pernambuco e Alagoas, seguindo paralela à atual avenida Brasil, trajeto que originou
também a rua Niquelina no bairro Santa Efigênia. A linha branca cortando a foto
horizontalmente é um traçado aproximado da futura avenida Afonso Pena subindo a
serra, pouco abaixo da atual praça Tiradentes. Observe no mapa que, nesse local,
existia a rua Congonhas, saindo da rua de Sabará e subindo a serra de Congonhas, hoje
Serra do Curral. Parecia estar mostrando o caminho da futura Afonso Pena.
7
MATRIZ DA BOA VIAGEM
Uma das primeiras providências na construção de um arraial era a edificação de uma
capela. O Capitão Ortiz ergueu aqui a capela da Boa Viagem, a santa dos bandeirantes.
Neste mesmo local, atualmente, está a catedral da Boa Viagem, que foi, assim, a
primeira igreja de Belo Horizonte. Comparando esta foto com o mapa antigo justaposto
no atual, podemos dizer que a ponte no primeiro plano é sobre o ribeirão Acaba Mundo,
onde hoje é a esquina das ruas Aimorés e Alagoas. Alguns quarteirões à esquerda atrás
da igreja, está o parque Municipal.
9
CAPELA DE SANTANA
Era o terceiro templo religioso de Curral del Rei, após a matriz da Boa Viagem e a capela
do Rosário. Ficava na rua de Santana, com seu mesmo nome, próxima da atual praça da
Liberdade, paralela à rua Sergipe (veja no mapa). Localizada em área considerada
periferia do arraial e, por isso, não tão bem cuidada, a capela de Santana foi, então, uma
das primeiras presas fáceis de demolição da Comissão Construtora. Hoje, observando
que a arquidiocese de Belo Horizonte fica no começo da avenida Cristóvão Colombo, à
esquerda, praça da Liberdade, vemos que a história se interliga.
RUA DO CAPÃO
Partindo do largo da matriz, terminava nas atuais esquinas das ruas Alagoas e
Inconfidentes, a um quarteirão da avenida Cristóvão Colombo. Dali dividia-se em três
caminhos rumo sul, serra do Curral: o da esquerda para Vila Nova de Lima (Nova Lima);
o da direita para a lagoa Seca, a hoje badalada praça no bairro Belvedere; e o terceiro
passava pelas nascentes do ribeirão Acaba-Mundo que, descendo a serra pela região da
Savassi, atravessa até hoje o parque Municipal, desaguando no rio Arrudas. Hoje
poluídos, não vemos esses regatos devido à urbanização, mas passamos sobre eles nas
ruas em que andamos, sem saber que naquele tempo suas águas cristalinas desfilavam
a céu aberto.
Assim, concluído este breve passeio
por algumas ruas do arraial, sentimo-nos um pouco mais à vontade
para entender a origem de Belo Horizonte. Vamos lá, pois a história é bonita...
10
A Origem de Belo Horizonte
Os primórdios da capital estão ligados a Santo
Antônio de Roça Grande — Roça Grande —,
localizado entre a própria Belo Horizonte e a
cidade de Sabará.
Roça Grande foi o primeiro povoado das
ROÇA GRANDE
cidades que hoje compõem a Grande BH.
SABARÁ
BELO
HORIZONTE
14,5
km
Roça Grande, na
estrada para Sabará.
Em 1674, a bandeira de Fernão Dias Paes partiu de São Paulo, para varrer a Terra dos
Cataguazes atrás de esmeraldas, um tipo de pedras preciosas. Terra dos Cataguazes era o
nome de Minas Gerais, devido a índios com esse nome, muito ferozes, antropófagos, que
infestavam as paragens. Os índios cataguazes aterrorizavam os bandeirantes.
Na expedição de Fernão Dias estava seu genro Borba Gato. Com meses de dianteira da bandeira,
seguiam os farejadores de trilhas, sondando a possibilidade do terreno para o grosso da tropa
seguir ou desviar, abrindo pousos e fazendo plantações de gêneros alimentícios como milho,
mandioca, etc.
11
Após muitas aventuras cheias de perigo,
chegaram à inóspita região da futura
Sabará, rasgando trilhas por trás da atual
serra do Curral, descendo por onde é hoje o ROÇA
bairro Taquaril, Belo Horizonte. GRANDE
GATO
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DO PAPA
Sabará no tempo de Borba Gato
O Cruzeiro do
arraial de Belo
Horizonte era
onde é hoje o
cruzamento das
avenidas Afonso
Pena e Contorno,
praça Milton
Campos...
Agricultura e pecuária
constituiam, basicamente, a
economia de Curral del Rei. Não
há registros de minas de ouro
importantes no lugarejo, mesmo
estando próximo a Sabará,
famosa por suas minas do metal.
Lugar simples, perdido nas
montanhas, onde as mulheres
cuidavam dos afazeres
domésticos e, os homens, das
lavouras. Nenhum comentário
de destaque.
Um único fazendeiro era
proprietário de terras que hoje
integram, por exemplo, bairros
como Cidade Nova, Primeiro de
Maio, União, Bairro São Paulo,
tudo de uma vez só!
Ruas, muito poucas. Usava-se
as trilhas do gado para se
deslocar de uma fazenda para
outra.
Sem eletricidade, todas as
atividades dependiam da luz do Capela da Boa Viagem, 1894
15
Fazenda
Sobrado, da
família
Silveira Diniz.
Atualmente é
o Minas
Shopping,
avenida
Cristiano
Machado.
Rua sabará, que correspondia, em parte, à atual rua Niquelina, Santa Efigênia. Principal do
arraial, na realidade era um grande caminho que cortava quase todo o lugarejo, dando no
largo da Matriz, atualmente catedral da Boa Viagem. Centro principal do arraial, o largo da
Matriz era o ponto dos caminhos que cruzavam aquele agrupamento de casas, estradas de
chão que prosseguiam do arraial para outros povoamentos de maior importância, como
Sabará, Venda Nova, Villa Nova de Minas e, também, para os sítios ao redor.
16
A mudança do nome
de Curral del Rei para Belo Horizonte
12 de abril de 1890
Os moradores do arraial não gostavam do seu nome “Curral del Rei”. Assemelhava
opressão, desprezo. Sempre o quiseram mudar. Após a Proclamação da República, em
15 de novembro de 1889, quando o Brasil livrou-se da monarquia, os curralenses, então,
intensificaram esforços para mudar a horrível designação .
Na boca do povo já existiam vários novos nomes: TERRA NOVA, SANTA CRUZ,
NOVA FLORESTA, CRUZEIRO DO SUL e NOVO HORIZONTE.
Minas Gerais sempre teve vocação para a política. Mesmo pequeno, o arraial já possuía
uma elite cultural denominada "Club Republicano", presidida pelo capitão JOSÉ
CARLOS VAZ DE MELLO, Juiz de Paz.
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Primeiro mandato provisório:12 de LIBERDADE
abril de 1890—20 de julho de 1890.
Segundo mandato: 7 de setembro
de 1906—25 de outubro de 1908.
BELLO HORIZONTE,
18
A Nova Capital
Como num conto de fadas, o arraial de Belo Horizonte era só mais
um lugarejo perdido no interior de Minas Gerais. Mas tinha uma
localização única: estava no lugar certo na hora certa...
Ouro Preto
19
e, os problemas, sempre ofuscados pelo brilho dourado, já eram admitidos:
— Local montanhoso demais, dificultando o crescimento físico de uma cidade;
— Difícil acesso, não condizente à capital de um Estado;
— Enfraquecimento da monarquia, etc.
As conversas de tirar a capital de Vila
Rica iam e viam. Mesmo no tempo da
Inconfidência Mineira já se cogitava de
passar a capital para São João del Rei.
Tudo na surdina entre os inconfidentes,
pois o assunto era proibido! Mas a
Inconfidência Mineira foi desbaratada e
seu cabeça, Tiradentes, enforcado em
21 de abril de 1792.
Em 1823 Vila Rica passou a ser
BELO HORIZONTE
chamada de Ouro Preto e, os agora
ouro-pretanos, não admitiam sequer 195 km
falar em perder o título de "Capital de
Minas". SÃO JOÃO
Com a Proclamação da República em D'EL REY
15 de novembro de 1889, Ouro Preto,
como capital, ficou ainda mais
enfraquecida, por ter sido escolhida pelo "rei". Agora, no tão sonhado regime político de
república, ninguém queria saber de algo que lembrasse o antigo e odiado regime
monárquico.
Os ouro-pretanos, agora mais do que nunca, sentiam que a mudança da capital para
outra cidade era só questão de tempo.
Período turbulento, cheio de movimentos para segurar o título.
AUGUSTO DE LIMA
PROPÕE A MUDANÇA
Augusto de Lima era um político ligado nos
acontecimentos, já tendo posição definida a favor da
mudança. Seu amigo João Pinheiro, que tinha
mudado o nome do arraial, não quis enfrentar
oficialmente tanto tumulto (Curral del Rei agora se
chamava Belo Horizonte, mas ainda era um arraial).
Então, por razões da história do Brasil que não
estenderemos aqui, em 14 de março de 1891 o
presidente da República Deodoro da Fonseca
nomeou o Dr. AUGUSTO DE LIMA como
Antônio Augusto de Lima
governador provisório de Minas. Os ouro-pretanos Governador provisório de Minas
sabiam da fatalidade daquela nomeação, pois Augusto — de 18 de março de 1891 a
de Lima não era fingido. Protestos em abundância. 16 de junho de 1891.
20
Raçudo e convicto da necessidade de uma capital bem localizada, Augusto de Lima
lavrou o decreto de mudança, propondo o planalto do arraial de Belo Horizonte,
pertencente a Sabará, como o lugar ideal.
Imediatamente uma comissão ouro-pretana debandou ao Rio de Janeiro atrás do
presidente da república Deodoro da Fonseca, para anulação do decreto daquele
miserável Augusto de Lima, um reles governador provisório.
Afinal, Ouro Preto tinha um passado glorioso de opulentas minas de ouro, ao passo que
Curral del Rei não passava de um arraialzinho, pobre e fajuto, sem qualquer destaque na
história de Minas. Que humilhação!
Ninguém admitia a localização
geográfica privilegiada do lugarejo.
De nada valeu!
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Em 15 de junho de 1891, o
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presidente reconheceu a
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Constituição Mineira e, aprovada V.A
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estava, a mudança da capital.
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Ok, decreto feito... mas os RAUL AUGENIDA
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protestos dos ouro-pretanos não SOARES
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paravam, abafando sua publicação
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para ter validade. PÇA
Provisório, Augusto de Lima deixou ARINOS
o mandato no próprio mês de
junho, e a coisa estacionou
momentaneamente.
Avenida
Augusto de Lima,
2008
21
AFONSO PENA EXECUTA A
LEI DA MUDANÇA
A história da mudança da Capital de Minas para Belo Horizonte é emocionante, cheia de
ação e jogadas políticas.
Em 14 de julho/1892 foi empossado o primeiro governador de Minas eleito, agora no
novo regime republicano, Afonso Augusto Moreira Pena (relembrando: o Brasil
tinha acabado de sair da monarquia, por isso era enorme a importância simbólica do
primeiro governador republicano).
Afonso Pena tinha certeza da importância geográfica de
uma capital. Na verdade, todos concordavam com ele,
mas não tinham peito para encarar a oposição.
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Engenheiro Aarão Reis
Primeiro chefe da Comissão
Construtora da Nova Capital. O AV. CONT
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(Nascimento: 6 de maio/1853 — A S O (R
VI RE IO AR
Morte: 1936) L O RUD
F AS )
Rua
Aarão Reis,
Praça da Estação, 2008
23
Após estudos minuciosos, Aarão Reis apontou as seguintes cidades:
Barbacena, Juiz de Fora, Várzea do Marçal (próximo a S. João del Rei),
Paraúna (na margem do rio Paraúna confluência com o rio das Velhas) e Belo
Horizonte.
PARAÚNA
BELO HORIZONTE
VÁRZEA BARBACENA
DO MARÇAL
JUIZ DE FORA
O relatório das cidades foi submetido ao congresso Estadual. Sessões com muitas
discussões e bate-bocas irromperam, com os representantes de cada localidade em
tremendo alvoroço. Mas o destino já tinha decidido...
Ao final, venceu o arraial de Belo Horizonte.
Definido o arraial de Belo Horizonte para ser a Nova Capital, foi nomeada uma junta de
homens preparados para sua construção, de acordo com as necessidades de uma
cidade grandiosa. Esses homens, chefiados pelo engenheiro Aarão Reis, tinham
autorização do governo para tomar as decisões necessárias no cumprimento da tarefa, e
eram chamados de A Comissão Construtora.
Aprovada pelo decreto nº 680 de 14 de fevereiro de 1894, tinha praticamente os
mesmos poderes de uma prefeitura. Aarão Reis chegou a Belo Horizonte em fins de
fevereiro de 1894 pronto para entrar em ação, inaugurando a Comissão no dia 1º de
março.
O povo do arraial, gente simples do interior, tinha o maior respeito pela Comissão
Construtora, pois via nela pessoas estudadas, decididas, representantes do governo.
Eram engenheiros, técnicos, médicos...
— Sim, senhor! Sim, senhor! — sempre respondiam prontamente.
Rapidamente o arraial virou um extenso canteiro de obras: enxada, enxadão, pá,
picareta, foice, facão, carroça de burro... dá-lhe, capital!
Quatro anos foi o tempo dado à Comissão Construtora para concluir a empreitada.
Pouco tempo demais! Pressão em cima de pressão.
25
Planta oficial de Belo Horizonte como Nova Capital, desenvolvida pelo engenheiro Aarão
Reis e a Comissão Construtora. Aprovada em 15 de abril de 1895 pelo decreto 817,
conforme vemos escrito nela própria, à direita em cima, última linha.
Mirando principalmente as condições de higiene e a circulação de seus habitantes, a
cidade foi planejada em três áreas principais:
1) central urbana;
2) suburbana;
3) rural.
A REGIÃO CENTRAL, formando um quadriculado cercado pela avenida 17 de
Dezembro (hoje avenida do Contorno) como um cinturão, e tendo todas as ruas retas
com as avenidas, mais largas, em sentido diagonal, foi programada para abrigar, no
máximo, 30 mil habitantes. Sendo também território dos edifícios da administração
pública, comércio, bancos, a igreja matriz e o parque como finíssima área de lazer, a
região central recebeu estrutura para transportes, educação, saneamento e assistência
médica. A Comissão Construtora priorizou suas obras nos edifícios governamentais, nas
residências dos políticos e dos funcionários públicos, uma vez que o objetivo da cidade
era a administração pública.
A REGIÃO SUBURBANA, de bairros domiciliares, foi planejada mas não construída.
Em apenas quatro anos não havia sequer como pensar em trabalhar a área, programada
para receber 170 mil moradores os quais, somados aos da área central, totalizariam 200
mil habitantes. Uma cidade gigantesca! (BH, em 2018, está chegando aos 3 milhões!)
A ÁREA RURAL, de fazendas e sítios, forneceria os produtos hortigranjeiros.
26
Secretaria da Educação em construção, praça da Liberdade, agosto 1894.
Algumas obras de
Aarão Reis:
— projetos de todos os edifícios públicos,
para cuja construção foram abertas
concorrências;
— projeto do parque central da cidade
(hoje o parque Municipal), cujas obras
foram postas logo em andamento;
— locação de todas as avenidas e das
principais ruas e praças;
— terraplenagem da avenida Afonso
Pena e de outras;
— início da execução das obras de
abastecimento d'água;
— montagem de um posto meteorológico;
— desapropriação de todas as casas e As tubulações de esgoto da avenida
terrenos do arraial e imediações (essa Afonso Pena passavam dentro do parque
parte, em particular, deu um trabalho para desembocar no rio Arrudas. Aqui,
penoso!); sobre uma plataforma, moradores do
— projetos e orçamentos de pontes, dos arraial observam as obras.
palácios presidencial, do congresso, da
justiça e das secretarias do Estado; — plantas e perfis dos terrenos
— desenhos da rede de triangulação explorados para a captação e
geodésica e topográfica; canalização das águas dos córregos
— planta geodésica e cadastral do arraial Cercadinho, Acaba-Mundo e Serra;
e arredores ; — projetos dos reservatórios, do túnel,
— 370 plantas de casas e terrenos; das calhas, das represas, das caixas
— 3 perfis-tipos das avenidas e ruas; de areia e detalhes;
27
— projetos das Obras de
dependências do canalização
parque; medição da chegando ao rio
base geodésica; Arrudas, 1896
— determinação das
altitudes de todos os
pontos da cidade;
— preparo de viveiros
para floricultura e
arborização;
— assinatura de 101
contratos diversos;
— preparo da planta
geral da cidade...
Estação
General Carneiro, 1895.
28
Como num conto de bruxas, o arraial de Belo Horizonte era só mais
um lugarejo perdido no interior de Minas Gerais. Mas tinha uma
localização única: estava no lugar errado na hora errada, pagando
por isso com a própria vida ... (Parece que viu algo parecido? Confira na página 17)
Tudo tem seu preço. E o preço que o
arraial pagou por estar numa
localização privilegiada foi a própria
vida. Os antigos moradores tiveram
suas casas desapropriadas e
demolidas, tendo a periferia como
única direção, pois o dinheiro recebido
não comprava os terrenos agora super
valorizados. Ainda não existia a
consciência da preservação do
patrimônio histórico, assim o terremoto
da Comissão Construtora demoliu
completamente o arraial. A ordem era
construir a modernidade, a capital
elitista, tão bem planejada que poderia
aspirar até mesmo a ser a capital
federal. Os lotes agora custavam caro,
para que os pobres não se
aproximassem.
Mas...
Eles atacaram pelas beiradas,
misteriosamente. Sem a menor
explicação, na área da atual rua
Sapucay, bairro Floresta, atrás da
praça da Estação, surgiram as
primeiras favelas com os operários
contratados pela Comissão
Construtora, aos milhares.
Documento da compra (obrigatória!) de uma casa do arraial
pelo Estado. Todas as casas foram compradas e demolidas.
Na colina atrás da
praça da Estação:
E n q u a n t o o s
funcionários públicos
vindos de Ouro Preto
originavam o bairro
Funcionários, os
o p e r á r i o s d a
Comissão Construtora
formavam a primeira
favela de Belo
Horizonte. O local,
hoje, é a rua Sapucay
do bairro Floresta.
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Logo no primeiro ano das obras (1894), Afonso Pena foi substituído pelo novo
governador, BIAS FORTES, grande entusiasta na construção, dando todo apoio à
Comissão Construtora, aprovando projetos, liberando verbas etc.
PÇA DA
PÇA DA ASSEMBLÉIA
IL LIBERDADE (CARLOS CHAGAS)
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Governador Bias Fortes
ARAN
ELEVADO HELENA GRECO,
EX-CASTELO BRANCO
Governador em seu 2º mandato (VIADUTO DA BIAS FORTES).
AV. P
durante a construção da Nova
Capital: 07/09/1894 a
07/09/1898).
No decorrer do primeiro ano das obras, porém, Aarão Reis e o governo tiveram vários
atritos relacionados a pontos de vista de algumas construções, publicações de editais e
aprovações nas concorrências dos fornecedores. O governo intrometeu, também, no
projeto da estação central e na construção do palácio da administração. Aarão Reis,
como engenheiro cabeça de todas as obras, teve sua autoridade ameaçada e a coisa
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chegou a tal ponto que pediu demissão. Alguns livros dizem que sua saída foi por
motivo de saúde mas, na verdade, foi choque de figurões.
No seu lugar o governo colocou outro engenheiro, Francisco Bicalho, quem
continuou seguindo o traçado cuidadoso de Aarão.
R. RAMOS DE AZEVEDO
CENTRO
R. FRANCISCO BICALHO
AV. DOM PEDRO II
R. RIO POMBA
BAIRRO
PADRE
R. PADRE EUSTÁQUIO
EUSTÁQUIO
R. RIACHUELO
R. CASTIGLIANO
R. PROGRESSO
R. ITORORÓ
ENGENHEIRO R. TUIUTI
FRANCISCO BICALHO
R. HENRIQUE CORCEIX
AV. CORONEL JOSÉ BENJ
Nascimento: 01-01-1847 — Morte: 01-01-1919 AMIN
R. COSTA SENNA
Substituto de Aarão Reis.
R. AQUIDABAN
R. HUMAITÁ
R. VEREADOR GERALDO
PEREIRA
R. JOSÉ DO PATROCÍN
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D. JUSC K ( V
ELINO KUBITSCHEC
Rua Francisco
Bicalho, bairro
Padre Eustáquio.
Isso é que é festa, amigo! Qualquer um de nós queria estar lá, naquele 12 de
dezembro. Em delírio desde a véspera, com os estabelecimentos comerciais abertos e
lotados a noite toda, a população cantava e bebia como nunca!
Na madrugada, 21 tiros de dinamite saudaram o alvorecer da épica data, e
animadamente duas bandas de música estrondaram pelas ruas, repicando o Hino
Nacional e explodindo em vibrantes marchas e dobrados. Foguetes e mais foguetes!
O historiador Abílio Barreto, que viveu o dia, nos relata os acontecimentos:
"As 11h do dia 12 de dezembro, partiu para General Carneiro um trem especial para
recepcionar o presidente do Estado, que vinha de Barbacena. Viajou com Bias Fortes,
dentre outros, o ex-presidente do Estado de Minas, Afonso Pena. O comboio chegou às
12h40min e seguiu para a Nova Capital.
A 1h15min da tarde partia de General Carneiro o extenso comboio, agora composto de
13 carros de passageiros, puxados por duas locomotivas, a "Belo Horizonte" e a "Ouro
Preto", as mesmas que haviam feito o especial por ocasião da inauguração do ramal e do
assentamento das pedras fundamentais dos edifícios públicos, a 7 de setembro de 1895.
Às 2h, precisamente, ao silvo prolongado das duas locomotivas na curva de entrada de
Belo Horizonte, por todos os pontos da nova cidade estrugiram girandolas e dinamites,
ao passo que, na grande praça da Estação de Minas, dez mil pessoas seguramente
aclamaram delirantemente o sr. presidente do Estado, seus auxiliares de governo e a
Comissão Construtora, enquanto as bandas musicais eletrizavam a multidão com o Hino
Nacional. O presidente Bias Fortes puxou o cortejo que se dirigiu à praça da Liberdade.
Ele caminhou pela rua dos Caetés, avenida Amazonas, avenida Afonso Pena, pelas ruas
da Bahia e Guajajaras, até a praça da Liberdade, onde estava armado o pavilhão da
solenidade em que Bias Fortes assinou o decreto da instalação da Nova Capital."
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No dia seguinte ao das explosões sempre, é cobra engolindo cobra.
festivas, o engenheiro chefe da Comissão Comissão extinta, a Secretaria da
Construtora, Dr. Francisco Bicalho, Agricultura assumiu a continuação das
substituto de Aarão Reis, pediu demissão obras. Vários funcionários da Comissão
imediatamente. foram reaproveitados na Secretaria.
Na saída elogiou a energia e prontidão do
Criada a primeira prefeitura, sem
governador Bias Fortes, sem o que a
Comissão não teria completado os eleições, em 29 de dezembro de
trabalhos, pelo menos até onde 1897 pelo decreto 1.088, nomeando
conseguiu. Sua exoneração foi expedida Adalberto Dias Ferraz da Luz,
em 3 de janeiro de 1898 pelo decreto como primeiro prefeito da Nova Capital,
1.095, que extinguiu, também, a auxiliado por alguns ex-funcionários da
Comissão Construtora. Comissão Construtora.
Parece que a função de chefe da
NA PE
Comissão Construtora era por demais
ONSO
extenuante, uma vez que Aarão Reis se BAIRRO
demitiu e, agora, também o seu substituto. LAGOINHA
AV. AF
O mundo corrupto da política, desde
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No terreno nobre da Nova Capital existia uma chácara cheia de fontes, lagos e
vegetação primorosa. Na boca do povo era a "Chácara do Sapo", do senhor Guilherme
Vaz de Melo. Paraíso dos sapos, por isso o nome! Em extensas negociações, a
Comissão Construtora adquiriu o terreno, projetando transformá-lo numa espécie de ilha
romântica, centro de lazer e contato com a natureza.
A Comissão contratou o arquiteto-paisagista francês PAUL VILLON que,
paulatinamente, trabalhou a "Chácara do Sapo", transformando-a num lindo conto de
Cinderela. Os acidentes do terreno foram aproveitados com maestria, surgindo lagos e
cascatas emoldurados por jardins e bosques.
O parque tinha 555.060 metros quadrados, caindo para 180.000 atualmente, de tantas
jogadas interesseiras do poder público. Hoje abriga o teatro Francisco Nunes (1949), o
IMACO (1954) e o
Palácio das Artes (1971).
O parque foi inaugurado
em 16 de setembro de
1897, dois meses antes
da inauguração da
capital.
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A grande abrangência do parque Municipal atingia este local, que já foi campo de treino
do América Futebol Clube e, hoje (2019), é o Extra. Em primeiro plano os carros antigos
estacionados em dia de evento; ao meio a alameda Americana, atual alameda Álvaro
Celso; ao fundo, o antigo canal do rio Arrudas.
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A Praça Sete e o Pirulito
Inauguração do Pirulito: 7/set/1924
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O Pirulito pesa mais de 20 toneladas. Projetado por
Antônio Rego, é composto de 28 pedras de cantaria.
PIRÂMIDE
Construído na pedreira do engenheiro Antônio Gravatá em
Capela Nova de Betim, hoje Betim.
A pirâmide, justamente por causa do seu tamanho, foi a
peça mais difícil para ser transportada (tem a base
quadrada, com 1,20 metro de lado e 8,13 metros de altura,
assentada sobre uma moldura de 38 centímetros de
altura). Chegou em Belo Horizonte através de pranchas da
estrada de ferro Oeste de Minas, até a ponte da Lagoinha,
onde construiu-se um desvio especial ligando as linhas da
Oeste às da Companhia de Eletricidade. Deste ponto, as
peças foram rebocadas até a praça.
Rua Rio de Janeiro
Rua Carijós Avenida Afonso Pena
A praça Sete, quando ainda se chamava praça 12 de Outubro e não tinha o Pirulito, nos
primeiros anos da Nova Capital. Os fícus (árvores) ainda crescendo e o chão, de terra.
12 dez/ 1963:
BH comemorando 66 anos,
o prefeito Jorge Carone
instalou o Pirulito na praça
Diogo de Vasconcelos
(Savassi).
20 set/1980:
o prefeito Maurício
Campos o devolveu à
praça Sete, seu reino de
origem e direito.