Você está na página 1de 11

Diabruras do Saci: museu, memória, educação e patrimônio

Mário Chagas MuseoFogo, doutor em Ciências Sociais pela Univer-


srdade do Estado do Rio de janeiro (UERJ). Atual-
mente. é professor adjunto do rnestrado em Memó-
ria Social e do Departamento de Processos e Estudos
MuseoIÓgicos da Universidade do Rio de Janeiro
(UN I-Rio) e coordenador tbcnico do Departamento
de Museus e Centros Culturais do IPHAN.

Resumo Do coração de um museu que completa seus seten-


t a anos de existência, o Museu Histbrico da Cidade
do Rio de janeiro, o autor resgata urna "Perna do
Moleque Saci". para falar de imaginário e memória
social. Mais ainda. trata de uma existência que trans-
cende a veracidade documental, e mesmo a
materialidade pura, apontando para uma relação
inextrincavel entre patrimònio material e espiritual.
tal como diferentes aspectos de um mesmo
patrimônio cultural. Em outras palavras. mais do que
abordar a rnusealizaqáo da "Perna do Saci". o artigo
tematiza a musealizaçáo da idéia do Saci, o que leva
o autor ao encontro de Monteiro Lobato e seu mer-
gulho na memória do personagem, bem como a dis-
cussão mais ampla em torno da importaçáo do ter-
mo inglês heritage education. Traduzido como "edu -
cação patrimonial", seu transplante ignorou possi-
bilidades de dihlogo em um primeiro momento: por
outro lado. aponta o artigo que se acenam atual-
mente tentativas e reconhecimentos de uma antro-
pofagia inevitável.
I - A perna do Saci
Scgiindo alguns depoimentos, cuja veraci-
Cravado iio coraçáo do Parqrie cia Cirladc, dade rião E comprovada, existiria ali iriiia ficha
cercado píir rirvores e por uma coniuiiidacle catalogtifica q u e daria conta do registro
popiilar cliie nãci prira de sc movimeiitar e crcs- i~~iiseogáfico de unia "Periia do Saci". Devo
çer, o Muscu Hisrorico da Cidade c10 Rio de dizer que, para alguns tknicos cspcci.il* C ~stas,o
Janeiro segue por irilia estrada qitc aparente- assunto C morivo dc çonstrangiir-teiito e , para
mente o afasra da cidade. Mas a cidade teiiiia cititros, é niotivti de sorriso e blagiie. Em turno
em sc aproximar dele. Talito a cidade quanto da "Perna do Saci" havia até recentetnciite uni
as árvores dci Parque são devoradoras. Alheio ar mistdrio c iirn ccrco siiêncio, o que conrri-
5s n-ifiltiplas redes dc sentido e ao caos rirbano, buiir para anipliar a sria pedomançe dc curio-
o Museu da Cidade parece iim erice fancAstico sidade e parn robustecer a sira iiiirsculritiira
Iiabitando a floresta. A cidacle de qiic ele trata aiirritica. N5o tenho interesse, no presente
é quase iima abstraçáo, é quase inexisr&ncia- c niclmento, ns comprovação oii ria negação da
s6 não 12 ínexistzncia conipleta porqiie ele mata existêi~ciaconcrcra do reffiscrndnciiniental da
de afirniri-Ia c cfe dar-lhe iirii ctirpci material de "Perna do Saci". Deixo csse assunto para in-
rnen16ria; a cidadc dc que o Museii trata pare- vestigadores interessadcis em provas docirmeii-
ce n2o ter ccinexão com a cidadc praticada e tais positivas. Para os objetivos a y tie me pro-
cotidianamenzç vivida por seus habitnnrcs e ponho, a si1pc3siçãode sua existência e o faro
usuiirios. Todavia, para alEm dessc jogo de afas. de iirn dia. algueni ter imaginado que o seu re-
tamenros e aproxiniações, é possível ccirnpre- gistro estaria ali nci nficleo docuniental do
ender que, assim como a. cidade cncatita e as- Mt~scus5o suficierites. Síntese: meu interesse
susta, niarwilha c assombra, nferece armadi- est5 concentrado no iniagináriti, na merniiria
lhas e abrigos, assini tamls8n-i 6 o Museu, sobre- social e rio debate que sc organiza en-i torno dci
tudo quando ele trata de apresentar uii-ia cida- dcnominadci patsim6nio cultural (Abreu e
dc que riso se pode ver, que n5o se pode tocar e Chngas, 20003).
que C tecida cnin as linhas da rncn16ria - agu- Assirri, admitida a suposiç50 anteriormente
lha invisível -, que atravessa coisas ç inzageris. indicada, C possível avançar um pouco mais.
Como evitar a armadillia do Museu da Ci- Algitii-ias questfies poclern, então, ser levanta-
dacie? Decisão: por hoje e apenas por hoje das: aqiiela "Perna" seria a "Perna" (ou a repre-
não quero faIrir do Muscii Histbrico da Cida- s c n t a ~ ã oda "Perna") quc n Saci tem ori a "Per-
de do Rio dç Janeiro, qire em 2004 comple- na" (011 a represei~taçiioda "Pertia") que ele
tou 70 anos de existencia oficiar, e nem mes- 1150 tem! Casci aqiicla fosse a "Pernaii (OU a re-
mci da Cidndc do Rici de Janeiro, que em 2005 prcscntaçh da "Peri-ia") que ri Saci não ~ c m ,
completará 440 anos. Quero falar cic nlg-unia estaria ali iini iiidicio de qtrc o Saci pocleria rcr
coisa qiie I5 se enccitlrra ocirlta, 110 coraq5n tido cluas pcrtias; casci fosse a "Perna" (ou a rc-
Jociiti~eiitaldo Mirscii, ria intimidade dc iriii presentnçã~ida "Peri~a"')qiic « Saci tem, csta-
Iiigar ile rnernhria da cidade; quero M a r clc tia rili o siilnl de sim niortc, no papel de niole-
tiri-ia "Pcrtia do Muleciirc Saci". que qtic vixPcpulai~dci.A rillisealizaçá» dri "Per-
ou oijln3laiir urn noydrrr! 'esua~duiir;p o:odr! '(Lbl 'd ' ~ L 6 1W) N K l l 3 " f ~SE"
~ 1 0 '3c ~ ~ e qlod
c i ~eprzripucis 0!3e2!lsanu! v -!aucrri serip nti es<aldxnseiti ' C S ! Q ~erirsarir
e a erun c-s oporri ssssp emp! P a o g ~ u a ~ s a
;!XS o alqos o ~ q n b u !urn - olnvd cipS ap op
-msg 0~ E U J Oop ~ ~ u ~ ~ a doeS!pa
s a n ep ~clndod -olmo clos em 'ri~nq?ljeuin ynç elo ep!prIa
op5errZ!sap - ,,oyu?pelsg,, op 1!1~ed e 'n!lq~ -a~cimr>ri
lepuysqns c:rirssrrr e s erzrri ocs cç
~
' ~ 1 6 1ma 'anh ' o l ~ q ooqajuow ap o l ~ u o r , -unlxn ejsugjsqns i?3
SIUUSIISCI Plriuyçclns c:
-ua or: IIE?~WFJ NU-r'ia~al ,,!~csOF errraj,, e p
o~Sezqeasniire p asa~»d!rl eu assamlu! O ;oj .idscs!or, sep ocxãuar, E a wapo ri anb eiirsaiu
F:
-uos UIII C J U ~ U ~ I I ~xuíidiirn eluoii m a n o e sw?p! sep o g x m o ~E" 3 iuap-~o :(TIA 053 v,,
e ~ s o d o ~"e3!lg)
d esnu!dq o p u n s s ~.~enjplcIsa
o a ~ ~ ! m l ci>i amua
i ~ 053~131F: IoY1aw lapuaa~d
S ~
-11103C J R ~'~s3nSn31od3~1113 p oyly ' B S O I ~ ~ap
- ! s s ~~~1n11r13 O!IIQ~~I!BEC~ op Ias ap opoirr
iun ouim serrr 'o-Seluasalcla~crrrn o i i i o ~nlu ep
-!p11331d11103 lieulaj,,r: opueiih 'lcxpel cym
cpu!e ripoiir ap ' i i o 'qdrrre ~1cir1 rpulr: scip!~urrs
ap apal eiun sy ssnxauns s c l d p ~ ~ ilessed ir nrap
-od no irrt:sçed 3p1í~)10~1CIIIICX~run riri rrrnrp?rrr
iiin ciirror, epiirnssr: p ,,emacI,,e npuctiI7 :solir
-laJsoano Irra 'tio iu~ru!x.o~dc as oíTm3 o a 03!u1
o opuenb as-anlcisa~I d ~ 3atlbalom e~ onyi cuia~,,
ep ri-Sczqcssriur q s d o~scido~d o x i p e ~ c dalua2 -cil!ur cip o y 3 : z ! l e ~e e ~ e dlangsuad
- d e O .ol!irr o epueruap od~orro s odlori. o cp - s ~ p uol l n q ~ ~ rrrn
l r : ela 'e!~?lerrr ep ezrilrilcii
-u;ei-rIapo1~1r1Q *~3!1!rr1apcp!lua e-riu?~aja~ e I: X"J lcnh craç -1cyIcrrr ocllo3 rrrn ap 1x13
uras caaldrrrti~y s a o-u t,emaa,,r: sciu !(r,~umc~,, - 3 1 ~ 1'sout:iunrl sop!su~sso lczqlq!srras a op1l
errrn souarrr nlad no) odms irrn e p u m a p e3!l!rrr
apepyua c 'e~iez!lcacnm13s eled 'cl?,-iucrrr~ s n h no e~y21crr1 apepraira ala elas '!~cs anbqoli~
-1enh sa .!seç op t:!?p! ep o-Sez!le,?sn~~~ F eeqd O -0q1"1 op lErnlr!w O ~ I O ~ op, r: elas letib
-UI!ir!=ieç cip eruad,, ep oc3ezqeasnrn e anb 1e3 '~)33~3nb c13110 erun la3sa.n zej ,,!seS op eu
-UEAF: ossod ' c i n 3 1.113OJJO~U! EU as k a ~ i s s ~
-çajuaIapp sr:l!aur:m ap scçsa~iixaanb e p
-u!t: '1~1nqn3O!UQUI!JIC~ 0 ebs lenb 'es~oscrrr .sepcrlleZ1r!2 g e a sos
-saiu a errrii ap solsaclse a supnrrr ssjualyip nys
~ c n l y d s ao a lepalerrr o?u(jiul~led (i anh epu!e
a ! ~ E ! J ~ I E ~OU! U ~ ~ ~ I ! I I op
C ~ C I - X ~ U OC~a rrtatiro e íip ciiissttr epuysixa c oystinh rtia y s a anb o
anb serrrsartr sr;0:s ~cnj!l!dsa o!u?ui~nedop o ~ x
-31103e 3 rr1ap10 e anb ap oesuaa~drrro3 opcn no semad senp aaal~rieço no :oxcipe~edalital
-31nos'ewu!dq ap ogxausl FU O P ~ J O ~ U V - e d i~w r i ' O ~ U E I J O' ~a ~ d o f dt , p e anbaloru
~ op eu
Sacy anda no mundo
pra fazê trcrmpolinage
E o Si6 seo imperado
Pra f& polit icage!
-iC3??~ 0 olny op o13yjald op sequl] sm!aru!ld
sv -epeclex uisq a criirrn apepran mrrn ay 0-5
-ez!je>s!rD F: enel!.\a a sazoa ap apk?p!riqd!llnrrr
e e ~ e dserpaiq e q e 13eç anbalorir op oruol ma
olp?nbu! 0.aur: a miuny ap asop coq eled so5
-cdsa eyqc epu!i: ;i sn!8?Sepad a eylyod o@
orrros s s - e ~ ~ r u l q'e3gpua;ri
e oruos leurrye as
~ a l a n b3p 32~101'oleqos ap ci~SeZ!lsanu! v
;!xç op wn8y erI sop
-e~!dsu! sorlleqea uro3 sws!ue soslaa!p u r e ~ ~ d
-!s!ued ~ c n hop oç~nriuorirun na~oauoldqnod
021s 3p upulsg O ICIIJ(I[0 ']e!sos esinbsad ap (11
-uarrr!Aoru sssap oluamelqopssp rzrn owo3
.sclnqeip ~ e r i ! ~3 ~~ ~e Sd r r ~
ripp en~1ru3'saj
-uaociap so opirnznc 91ibn]orriQ ' i e l n ~eu02 f:
ol!nsun3n3 .wpqlSe sa~iepspdo~d scrianh
-acl iua no sepuazq sriu çopcas~ditiasonclxa
-xa ap S O ~ B I Map er21xun snb 'oliru op lua9
+C) e 'urnurus run 'rusaerussuos sela 'rue.le
-IRA se~sndsn~ scp rus8eploq~e a olilsa o a s
.se~sipeds n ~ ! 3 xsp InpnlaJqos 'a ow ap op
-L?JSg
Qp 's!EJag SFL1.W 2p SE1185 Ult?ISACiY3
.elnplom epp3y a e3
-!uq Fiurnu 01-~xyap oc5uam! e ruas ' s a r n e l ~ ~ n
sms a o2iljru od~orinas o %!e~uarrreiiodrrro2
S E ~ ! I S ? J ~ ~ ~ Esens
I E ~ ap oe5e3ylluap! E as
-e~em3old'alue~nrua o p q q iua2euos~ada1
-anbep opelasyqtirrr cilellai l!nl!lsrroD a c - ~ a r i
-snq 'o!pãur~alir!nas IOJ -apri~]durr: ~nrssaldxa
ap iira3epr1os errrn nanorrrold peç op IZ!J~UI
-aru ep omol rwa ~slnbsade 's!cnlxa~ sojuarrir
-odap ap sails!;la~a so!~guo!lsanb opueu!qruo~
'sopep ap ela103 ap se3r~!ma~3 scri!usp ap as
-opuszqpn -1ePosey?ur;iit~leurrirouap epapod
as afoy anb op odrue3 ou a ~ q n d o do y u ? Z ~ t u !
Perêrê: resultado de um iquérirci, publicado em
1918, sao, nesse sentido, bastante explicitas:

Para vcnrilar uma creação puramente suba


jctiva corno csta do Sacy a forma dc
inqcicrito 6 a mais razoavel. Evira q u c um
s6 srijeita tamc conra do assunipto, e im-
ponha maçadoramente a sira idcia em es-
tiradas consideraçcies eruditas, ondc o qiic
mais procura não é revelar o Sacy, scn8o
pavonear a si proprio com grande riqueza
dc protiomes bem collocaclos. Assim, em
inqucriro, rodos falani, o estylo varia, o
píttorcsco augmenra; e concorrem sobre-
tudo os não profissionais das letra^.^

Textos em prosa, depoimentos orais, ver-


SCJS, cantigas,desenhos, aquareIas, medalhões,
esculturas, anúncios comerciais e ou trus içens
serviam pata dar corpo c sentido i entidade.
O livro priblicado por Monteiro Lcibato, por
seir tiirno, 6 mais um fragmento desse mcsmo
corpo rnitico; é mais uni aspecto ou um atri-
buto da substância Saci, considerada aqui
como patrim8nio cultural. A iniciativa do au-
tor de prolnover a atualização e o registro da
potente memhria do Saci tem correspondtn-
cia coni o qiic na atualidade se denomina de
Registro do Patrimfinio Irnateria], ofiçialrnen-
te ii~stituídopor meio do Decreto 3.55 1, de 4
de agosto de 2000.
E importante lembrar que em 1917 o mtin-
do estava em guerra; o Brasil das belas letras
nlliava para a Eiiropa e se expressava em fran-
cés, e os modeniistas ainda ensaiavam os seus
primeiros passos. A rnoIdura conservadora do
cliiadro cultural da @oca realça o carftter pio-
neiro, social e moderno, aIém do i~icidoacento
poIítico, pedaghgico e nacionalista, do inqué-
rito coi~duzidopor Lobato, que no Intróitu do
livro anteriorinei~tereferido afirmava:
.çaQsuaruTp seano sens qciqe 'O~UFI
-ria orr 'rrias 'ojnrr op eri!l!yod a e 3 p p '1331398
-i;.pad o~s_srrau~!p a~
e Ezqenle 3 r n ~ ! ~ s'oil?ls!r5r)iu
ap sou^ emP3 ap srodap 'epexmode elossaj
-01d ep o l e p ~ O .ii33~~p!lod,, urazej 'ogSr)u ep
sn!lyepueur ap o%es o oprrednrio 'anb sajanb~
as-e~eduro3' s o s e soj~a:,
~ ura 'a ,,a9eu!loduren,,
z q 313 I ~ z ? u e 3 ~ o w aala p 'selnlqe!p z e j
ala 'eSuep ala 'eqiiioz a13 'salelene s o p y rrral
!=iI?SO :OpOUl 013n0 3a .?3&Ç OP R3J3JW ZipBPp
-uã t: uro2 0 ~ 5 e ~ s : d alsjal
o as anb ou sapEpy1q emaj,, e anh 'oluaruour urn lod 'as-e~!urp~Ilel
-1ssod ap 0du.1~3O P E ! ~ ~ U I Rw n rilqxa anb rual33 -uarunsop 01ls!42~op asal?d!il ep r r q e wed
-ns y q 3p opoqe3 o i p op ~ ~ S e n o s ~OE l
x Inq
-!ae ela anb elLalaqiiioz m o a e a epejuasode
e ~ o s s q o ~epd o q a l osoprlap O +oJeqqap 01 ens ~p asalqd!r1 v -aJ;ijal as "13 anb E ~:3!1!w
!
-!~?nhurOF: O P B I O ~ ~ O ~ U qne RP 018]310 ' ~ 3 3 ~ apep!>ua iip ol!alaqrrroz lalyL.3 orusaw o lep
ep o~si~!paur e134 -!~F:s op C ~ L UO ' S O Y ~ ~ S U O ~ -ler18 asaled epezgeasnru ilemaj,,v .Ttasnm
b
lep ~ a n uranb um03 ' e ~ a uens E eled al!rusuen ~
o ~ S ~ u r U s uE reyesap OJ!~UR[ ap c i ! ~op ap
aq
"1 ~ Z - L ~'dT '5861) ~ u ~ ! ~ ! m e ! uelopelleu - E P ! ~t:p o r i ! ~ y s ! ~
riasnw op sa3!jyZole~eri
RuIn oruori ' ~ ~ o s s q oaluauadx~
~d a eillaa v s x y 3 l j scp o>unFuos o u ,zuJaj,, essa
a q o s le1uaurn~opal3s@al mn ãp e!riu?js!xa
iaZeri!j!lod azej e q
gpwadru! oas g!ç o 3
a5err!qodtiie~~ eu dj -epourairicrrrlsçll~qn~saxs ap '+I 6 I
opunur ou epur: iiries ap olsoav ap o~~s!ii!s olad cuaq" 5onorl
s p s ~ u a i i ~ r u ~o s~ds s s sepuo!psrI t! 'oiSeu
(68 'd "66 ó1 "W0-I) d
-!3vrui cssoir ars 'olusrrroui rrrn ~ o 'op~diiro~
a~iradalap nopueur a sepeyle2~e2no2o~old'oyl - ~ n ~salalzell
u! ~ i l dseInssaaeJ1 sej!nrrx ap ayi?
-!q!Jlsa uzn nexnd 'npuasuor, opoqe3 O +eriral -oprad sysq jselas ollpuag -sonod sop l e p s
-n31 o snh ounzue s!eur oipsnb eled o-Sunlli?
o alqos çoslan sun assazy 0130q~3D 3nb n!p
essotr e xscysap s 'o~o~crti ~aulrijulrio 'np
#ad erileuorrr o 'eslaauori EU opessala-JuI*:rie~ -unur olairi alsejcilonle scueuras sepen J ~ J
o ruon opeprnri 01~nu1asseiiio3 ~ope~adrr11 o anb .olapcsad op sori-re!~q]esemlqe!p sens tu03
nopuauro3a~opoqe3 O .ouaxaqos op ~Suasald ii!rin n 'Ases o n13ns ripri~nb!o3 -nrlln3u'uairrn
OPFA31 !O] L ~ 3 aI?~OP!1;iUT
d 'oI~~u~% 013x ~ s .a~n!l-ci~53as r; scriiurcBa~a~ sop an5ues e!n
-oqeri oqlan uIn ' 9 ~ ap1 apepr3 e 1101p;ij i u o a os erlloj erun qrqc E asselnoje as luana -ap
-rre~2'
ura Jejeur ap sopes!~i~p sopoui sieur sop
! ej!s!r\ ep oelserio lod anb e3!p
~ o p e ~ a d mop
e!~a;Èenlase a asue!xi(qds~z ~ op 3 eilsn2ue
.u! wossajo~de 'olelal nas iug .e]au Ens ~ o 03d e %aznqo,p SoJnixsa so 'so!pupu? sop OEJ
-!13sa ojxal ura opells!2al 'apep! ap soui: emaç >J
-e13 o ~3 lod F ? J ~ ) s ~ *naQod&
OU 'eisdolna
~
~ !sanly
-sas ruori. 6 , ~ ap Emag e l u o ~ u v-EIS ei eye5!me3 v 16 1 ap OUUE o leu1 e~eSatuo3
Por esse relaro, firma-se a compreensão de Essa expressáo, que, em cerro sentido,
qiie existe a possibilidade de rima conversa re- consritui um campo de traballio, de reflexão e
novada entre o patrimfinio material e o cspiri- aç5o e, çomo ta!, pode abrigar rendgncias e
tua[. Essa cornpreens~crabre caminlios para oricntaçcies educacionais diversas, divergentes
priiticas educacionais ainda nno previstas. e até ccinficantcs, essa expressáo - insisto no
Voltando, mais irma vez, i"Perna" musea- termo - estabeleceu-se no Brasil com o desejo
lizada do Saci e enfrentando a qirestão: O que de se constituir em marco zero, eni gesto
fazer com esse fragmento do corpo do mito! inaugural de uma rnetodologia, de uma prática
Em primeiro lugar, eu gostaria de descartar t d a e de uma reflexão vinciiladas ao campo do
e qualquer sirgescão de descartar esse bem cul- patrimònio cultural. O marco zero adotado foi:
rural rnusealizado; em segundo lugar, eu gosta- em termos temporais, o ann de 1983;em termos
r i a de abandonar o caminho fscil que seria o espaciais, a Cidade de Petrbpolis; em termos
de se enredar na crítica estéril da documenta* instituçionais, o Museir Imperial (Horta er: al.,
ç5o museográfica feita por geraç8es anteriores; 2999). Assim, tiidas as práticas e reflexões
e, finalmente, em terceiro lugar, eu gostaria de anteriores a esse marco zero foram desau-
sugerir que se acolhesse o caráter zombeteiro torizadas como prriticas constituintes do campo
da "Perna do Saci" e que, a partir dai, se bus- da educaçao patrimonial.
casse desenvolver experiencias museais e edii- Em outras palavras: 0 esforço de fixação do
cacionais criativas e inovadoras. marco zero da educação patrimcjnial no Brasil,
Em outras palavras, a minha siigestão 6 qiie como tima nietodologia de sabor inglês,
a "Perna do Saci" - independentemente da pretender], dc modo consciente o u
coniprova~ãode sua existência musealizada -, inconsciente, descartar as inúItiplas
seja utiIizada çomo recurso educativo, como experiências anteriores que sc dçsenvolveram
objeto criador e gerador de rnúlriplas experiên- no campo da educação patrimonial.'
cias. Para isso, scria nccess;írio reconhecer que O transplante da heritage edmation para o
esse objeto - fração do corpo mítico - rem o Rrasil não tevoit em conta que a antropofagia
pocicr de condei~snrdiferei~tcshistórias. Poder- não é uma exclusividade brasileira. Os
se-ia denominar essas experiencias e práticas brasileiros não são os únicos anrropcifagos do
sociais dc "edilcaçáo patrimonial"! riiundo. A inteligência, a criarividade, a
A complexidade do tema e a paix5o que inventividade, a inúsica, 0 esporte, a arte, ou,
ele aciona cxigcm abordagem cautelosa. Im- ein duas palavras, a ciiltirra brasileira tanibén-i
porta reconhecer, inicialiliente, que nos últi- teni sido antropofagizadn c ate cariibalizada,
mos vinrc anos consagrou-se n o meio muse- ainda qiie os ritos e gestos scjam diferentes.
olhgico brasileiro, atii~gindcirntnbém alprins O traiisplancc da Jieritqe cduçatim para o
iniiseiis poxtirgiieses (Diiarte, 19931, a expres- Brasil tiáo levou em conta os trabalhos de PauIo
s a ~ "eilricaç:io
: patriiiionial". Trara-se, como Freirc, alguns deles adotados corno base teiirica
sc sabe, de uina tradiiçgo dri expressão inglesa dn cIiaiiiada Nova Museolcigia, desde ns anos
Iwrt~ageccdz~catinri. 70 Jci séculci XX (Freire, 1992). Veja-se a esse
e IjznpaJ ap ea!leluaj e p q .o!q>!llal assau -uod urrrori merrrol anb mçsa se2ggld a s a ~ x a u x
o3n.í mri ogs:, seslaA!p se!=lolopo~arua se!riuap c~
- scionti soluel a !J~ZE-J alaq!S ' s ~ 1 3 l13y1s3
sua3 'sa~3e~uarl0 .sop!juas ap se~iicIs!p a sal5 '1xr~qe3A]eSey/y ' u n d s i l ~aç!uaa 'ele;i'a~c!~AJ
-epoZau 'so~!suy e ~ e d ollaqr: krp7y!l Irra o!ly 'rexralv elaA ~ o sep!n]o~uasap
d sen11~3npa se3
-ylal 'o!ly~uo3cw !o3!j!sed ? o ~ suol!nbuca - p y d 3 saQxaUa1se 'op!mas assaN -cpez!3cjcid
051.1I B ! U O I ~ ~ ! D ~ ~ogSe3np3 ep odrrreri 0 - o u u e lcij ~c!uorrr!~~ed o:.Swripa ciessa~rl
.sa~5eny!u2!ssem11 -xa v .ocSe a oexagal ap d o ~ j / ~ap q odirrcs
e~~
irrori epel!S~n=laropuas y s a e.xi2e a epelonap !oj orrro3 serrr 'ep7olopo~ãurnrrro2 oeu as-ncSssuciri
le!uoruyed 055miipa e :~riz!prua ols!sul .opg 1 'j!%lfl OU 3+il018~~tl03 , ~ ~ E ~ u u I0I I~ €5~ ~~ E
3 ~
-uas rutlquau z q OFU y f IE!UOIU!IIC~ O F S B ~ R ~ S -ripa,, ciyssa~dxae 'soue ajrr!h sriurpl!~s o ~
e eled nlaz o31~rnuin rip E X ? ~e! :oFsnpuci3
*o]du~e odrrre=i acsap a m d mazq - (p!rawtu!
3 ~C!.I~?EIEI)p n 1 1 n 3 o!rrqriiraed u 1rro3 s!epos +soljnciS O S U E ~3 orrnl& eupsr13 ' s o m c ~
sodii~Ua sonpyiprr! ap o~SelalE ~pgleclap c i ~ eliion eqaxraJ eq?C) e!-rem ' » ~ ~ 1 1 ol n~xq 'od
-rrre3 '0 e u e y 'o5~errre-~ e p u e u q '11~33s0!3j1
-nem 'oissny es!plcA (leay cui8a.d i s o ~ ~ a n 3 u l
scijues stip ' e p u e l o ~ap !nf> Y)I]CNYJ "13
1 1 s' ~ o ~ ap sorlIeclrfl so elap!suorisap
o ~ l puU1~
'so~!j!riadsa s!errr Ias s c ~ r r r ~ a s l ~asi h 'a
y
a l ~ olnca "ci~r!dm n b o 'e~!anl!ç
~ ep as!N '()I
-!aqx d x e 'arhay ~ c i m q l ! ~'e~yãx!a~n!quv
' a p ~ l p u va17 03ucq o ~ 031~'!lpo>]
a ~ 'apz~puv
ap u ! ~ g w ' o s n ~ w qonclsng ap soqleqell
so L : ~ ~ P ! S U CIR!UO~II!I~ECL
~ S S ~ ~ ci!St?3np3 3p OJELU
J~
-193ssg - S O J ~ ~ I ! S Cs3~ope3np3 3 S O J C ) S ~ Y'so3
-0p31s~1'~0;301?!30~4sci301c,ldo~r~e 'so3cqciasiiiu
s t i ~ 1 0 3 I!II?J aluaurla~!ssod a lanjssnd
oSopp rrrn 3p OGUI rl!lqe leiuour!lml íi:Sc2npa
e 'uoyn~~zpa aUnpaii ep el!aplaq lazi:j as ov
-arr!JFp, ap
s s i i 9 1 iap
~ xuuaiu!odap sop ~ y ~ eea:!ay
d O~IIEJ
d
ap e q o t: ~ m sopcz!l!q!çuas rlrclnj sol!al!sely
snasnru ap siciríirssyold s u n 3 l v ' ( 6 ~ 6 1
~)
' a u ~ n jr)ossxl íi~Serri~oj
ens e e l ~ d3 1 y q
c i l n ~ :ap
~ ~]E~!PEJ o ~ ~ a ~ op ç ~ a d
~ e!riuy~~cidrrr!
e arqos SU!IF:A SP s a n 9 n ~ap so~uaru!odap
solairrvu! so rrr?qruel a s - e f a ~.eSueq ~u
sope3!1qnd ' 3 2661 'UEU"I~SSBA 3 h!?@
s a n 9 e ~k:suyajo> ~p saruiiloh qop so ol!adç3~
Marcia Estellita Lins
- criação e ao novo, à eclosão de valores que
podem nos habilitar para a alegria e a emo-
ção de Iidar com as diferenqas.
O ponto de partida para rcflexfies e práticas
inovadoras no campo da educação e dos mu-
seiis bem pode ser a "Perna do Saci". A partir
desse fragmento de corpo iiiítico muito pode
ser feito, pois o novo nzo esta aprisionado nas
coisas o u imagens e não tem domicílio fixo.
Todavia o novo pode eclodir e explodir a partir
da relação que formos capazes dc manter com
as coisas ou imagens. Imagens e coisas tam-
bém nos oll~arn,nos ensinam, nos çondicionam
e exercem sobre nos o seu poder de afetar e
serem afetadas.
Falei sobre a " Perna do Saci", mas poderia
ter falado scihrc a roupa da Bernúncia - ente
devorador de homens e mulheres c que reduz
tudo a iiina cíipia dc si mesmo -, poderia falar
sobre a farda de Dcodoro da Fonseca, sobre o
rnanto do Imperador D. Pedro IJ, sobre as Bo-
tas do Gigante do Museu Júlio de CastiIhos,
sobre o vestido cIe Msria &irlita, sobre o revol-
ver de Caxias c muito mais. Em todos os casos,
115 um corpo liiateria1 e um sencido (ou corpo)
educação patrimonial a uiiia única mctodologia imaterial que lhe confere sentido e desafia as
também pode ser lida como tentariva de domí- nossas práticas cotidianas.
nio hegemônico, conrxole e eIiminação de di-
ferenças. Conclirsão: a denominada educação
patrimonial não é por si só emancipadora ori Notas
repressora, fértil oii estéril, transforn~adoraou
I. Disprinível eni wwwflittp/cnntoahertri. org.bt>.
conservadora7.
2. Em 1918. Monteiro Lohatn publicoii o Iivrn O Sacy
Para alem da ediicaçãci patriiiioni al, ínte - Pcrcrê: rcsultndo de uni niyuénta. s,?uRulo: SecçKo dc
rcssa pensar a educação camci alguma coisa Obras do Estado de Srio Riilo.
que não se faz sem se tcr ein conta tini deter- 3. R e p r d ~ ~ ifortigráficas
~is dc algirinas nhras que partici-
minado patrimbnio cultiiral e determinados pat~iiiidesse conciirso ftirarn inclriiclas iio livro Sw-Per?r?
rariltarlri de um i~yuhito.
aspectos da niemhria social; para além da
educaç;*ia patrimonial, interessa compseen- 4.Cf.Preficio. Lt;haro, 1993.
dcr a educação como pratica social aberta 5 5 . Ser5 a Dona Rcnta?
6. Uma rápida conferencia da biblicigmfia apresentada no REAL, Regina. Rrnfimù7: rniiscri r educação. Rio de Janei-
GEL~U 13ríslct~de Educuçíui Puhinumuil (HnrL1 et al., 1999) ro: MECNNBA, 1969.
é siificientc para comprovar qiie a prtduç5o dc ctinlieci- SANTOS, Magaly de Oliveira Cabrnl. Liçm d a cckm
niento e práticas anteririres nrlo furam Icvadas em consi- (uu crmtcrso de ohrris): atravts de iima metodologia
dcraçáci. baseada na educaçáo patrini(inia1. Uisscrtaç:Ío de
7. Inspiro-me eni texto dc Mvrian Scpúlvcd;i dos Santos niestrado eni Ediicaçári, Dcpnrtnnicnto de Educa-
(193). @o, PUÇ-ho, 1997.
SANTOS, Maria Célia Teixcira Moura. Prricrsso
museo!bfiico e educação: constniindrr uni niuscii di-
dlirico+coniunitário.Cndcriios de Socirim~~scologia.
Refercncias bibliográficas Lisboa: ULHT/Centro de Estiidos de Socio-
rnusctilogia, n. 1, 1996.
ARREU, Regina; CHAGAS, Mário (orgs.) Memrírirr e SANTOS, Myrian Sepúlveda dos. O pesadelo da amné-
pratlimiiiiio: ensaios ccintcnipcir5netic. Riri Jc Janei-
sia coletiva: um cstudri sobre os cnnceiros de me-
ro: D P M , 2003.
míiria, tradiçio e traços do passado. Revista B ~ l u i -
.4ZEVEIX1, Carrncii Lucia dc et aI. Um duendc Iobatianci. leir~tck C~itnciasSociais, Rio de Janeiro, n. 23, p. 70-
In: LOBATO, Monteirri. O S u q Perert7: resitltado 84, 1993.
de um ínqi16ritci.Rio de Janeiro: Gráfica ]R, 1998.
SILVEIRA, Nrsc da (si~pcrv.)O niundri das inwgns. Rio
BARROSO, Gusravci. lntroliuçülin b rtcnicn de miistws. Rio d c Jnncirti: Musçu dç Imagcns Jo Inconscicntc,
dc Jancirti: Gráfica Olíiiipica, 1951. [s.d.].
BARY, Marie-Odile; WASÇERMAN, E (orgs.) V q ~ s : TRIGUEIROS, E dos Santos. Mtdsm e dilcaçüo. Rio dc
une antholo~ietle Ia n~itivellernus6ciIo~~e.
Rris: Janeiro: IsmKos Pongetri, 1958.
Edití(~nsW-MNES, 1992, v. 1; 1994, i,.2.
VARINE, Hiigues de. Entrevista. In: Museus nri ntundo.
BENJAMIN, Wnltcr. Obra5 ercnIliirlo<I: magia c técnica, R~CI
de Janeiro: Salvat Editora do Brasil, 1979.
anc c politica. Sfio Parilo: Brasilienx, 1985.
. A respeito 113 mesa+redonda cie Santiagci. In:
BRUNO, Maria Crisrina Oliveira. A rniisenlogia como A R A Ú ~ O ,Marcclci Mattos; BRUNO, Maria
8~ h-
iimi. pedagogia p:ir;i r i p;itrimliniri. C r i ~ i c u ~ Cristina Oliveira (rirgs.) A ~ l r í dr)
k j?erurmenrri
trus, Porto Alck~c,n. 31, p. 87-97, 2 0 0 2 . miaeolí&i nirn~q~orawo: docunientos c dcpoirneii-
CHAGAS, M5r1o. Mr<.icríIk~.Rio dc Jancirri: J C cditrrr:~, ~17s.550 Pil111o: CnmitC Rrasilciro do Tconi, p. 17-

1496. 19, 1995.


CHAGAS, Miria; SANTOS, Mysi;in Scpúlvcd;~d ( ~A.
vida social e prilItica dos objetos de irm miiseu. In:
Amis rlo Musw Hkr6ncn NacimiaE. Rio de Janeiro,
ir34,
. p. 195-220, 2002.

DELEUTE, Gilles. Esfivisa c os sipos. Prirtci: RCs, 1970.


DUARTE, Ana. Educnçfio [inrnmmiwl. guia para profes.
srircs, cdiicadnrcs e míinitores de misseiis e tempos
livrcs. Liqhia: Texto, 1993.
ESPINOSA, Baruch. Ética. In: Os pensndr)res, v. XVII.
S5o Paulo: Victor Civita, 197 3.
FREIRE, Paulo. L6dticatior1,pratique de Ia liberte (197 1).
In: BARY, Maric-Odilc; WASSERMAN, E (orgs.)
V n p s : tine anth(i1r~icdc Ia nouvcllc rniiiéologic.
Paris: Éditions W-MNES, 1942. v. 1.
AAXICO
HORTA, Maria de Lourde~I'arrciras ct al. GLIUI de
BrasíIia: IPHAN, 1999.
educa@) :iu,~atri~iiriniuI.
LOEATO, Monteiro. O S r r q PmrC resiiltadt~de um in-
qiií-rito. Rio de Janeiro: Grifica JB, 1998.

Você também pode gostar