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AS RELAÇÕES ENTRE A PAISAGEM CULTURA E A MINERAÇÃO –

O caso do quadrilátero ferrífero (MG)1

CARSALADE, FLÁVIO DE LEMOS (1); ACCIOLY, SABRINA (2); OLIVEIRA,


ARLETE SOARES DE (3)

1. Universidade Federal de Minas Gerais. Escola de Arquitetura


flavio.carsalade@terra.com.br

2. Universidade Federal de Minas Gerais. Escola de Arquitetura


arq.accioly@gmail.com

3. Instituto de Estudos do Desenvolvimento Sustentável (IEDS)


arletesooliver@yahoo.com.br

RESUMO
O Quadrilátero Ferrífero (QF), localizado no centro-sudeste de Minas Gerais, é considerado a região de
maior concentração de minas em operação no mundo e nela encontra-se a Região Metropolitana de
Belo Horizonte (RMBH). Além disso, importantes centros históricos, conjuntos paisagísticos e
ecossistemas protegidos situam-se no QF, o que transforma esta região numa verdadeira confluência
de interesses muitas vezes conflitantes. Além de ser a mais importante província mineral do sudeste do
país, a região, definida geologicamente pelas Serras do Curral, Rola-Moça, Piedade, Moeda, Ouro
Branco e Caraça, é muito rica sob a ótica urbana, histórica, cultural e ambiental. Considerando esse
mosaico de usos e potencialidades, a apreensão da paisagem dessa região é fundamental para seu
desenvolvimento. Entretanto, exatamente por ser tão diversa, essa reflexão é complexa, exigindo uma
abordagem e avaliação teórica cautelosas. Neste artigo, serão consideradas fundamentalmente as
minas de ferro, uma vez que são empreendimentos de grande porte e que geram maiores impactos na
paisagem.

Palavras-chave: Transformação da Paisagem, Mineração.

1
Este trabalho é fruto de reflexões do projeto de pesquisa em andamento “QUADRILÁTERO FERRÍFERO DE
MINAS GERAIS: IMPACTOS DA ATIVIDADE DE MINERAÇÃO NO PLANEJAMENTO URBANO-REGIONAL E NA
PAISAGEM E PATRIMÔNIO CULTURAL”.
INTRODUÇÃO
O Quadrilátero Ferrífero é uma região de ocupação antiga no Estado de Minas Gerais, cujo
principal motor de desencadeamento dessa ocupação foi a atividade minerária. Carsalade et
al. (2012) lembra que inúmeras técnicas foram utilizadas e conformaram a paisagem do
Quadrilátero ao longo do tempo.

De técnicas manuais muito rudimentares empregadas nas lavras de ouro e


diamantes ao longo do século XVIII, com alguns avanços no XIX, a exploração
mineral foi se diversificando e utilizando tecnologias cada vez mais sofisticadas,
sobretudo ao longo dos séculos seguintes, o que não só implicou o aumento da
produção e exportação bem como passou a gerar impactos – ambientais,
econômicos, sociais e culturais – cada vez mais significativos (CARSALADE et al.,
2012, p. 40)

Vilas e centros urbanos surgiram em decorrência desse setor, o que foi alterando a paisagem
da região e conformando uma nova territorialidade. As expedições em busca de ouro
proporcionaram os povoamentos, em 1711, das vilas de Mariana, Vila Rica de Ouro Prieto e
Sabará Outras vilas também surgiram em função da atividade, como Caeté, Congonhas,
Catas Altas, Santa Bárbara, Barão de Cocais, Cachoeira do Campo, Ouro Branco, Nova Lima,
São Gonçalo do Rio Acima e Piedade do Paraopeba. (MINAS GERAIS, 2009). Sobre essa
questão, Monte-mór (2001) descreve a dinâmica evolutiva física, social e cultural de tais
núcleos urbanos.

As descobertas ou primeiros achados expressivos de ouro definiam o assentamento


e implicavam também a construção imediata de capelas toscas que inicialmente
fossem, nos morros, outeiros ou encostas adjacentes onde depositar as imagens
trazidas na empreitada e agradecer aos santos de proteção, ao Cristo ou à Virgem.
Os arraiais se organizavam então em torno das capelas e se estendiam pelos
caminhos de acesso às áreas de mineração. Assim, o tecido urbano resultante era,
via de regra, linear, compondo-se espontaneamente à medida que caminhava a
mineração e se fortaleciam suas interligações. Dada a distribuição de ouro em
várias grotas e córregos, senão distantes entre si pelo menos separadas por
acidentes geográficos, diversas eram as nucleações que surgiam ao longo dos
caminhos. O caminho principal, ou caminhos principais, logo ou tarde recebiam
ordenações que os transformavam em espaços institucionalizados, garantindo
localização privilegiada para o comércio e abastecimento e não mais tratados
apenas como reprodução (MONTE-MÓR, 2011, p.4).

Fica assim clara a importância histórica que a mineração exerceu no Quadrilátero Ferrífero,
ensejando várias expressões e relações culturais decorrentes da mineração.

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Para que se possa avaliar a relação da paisagem com a mineração, deve-se partir do
entendimento da paisagem como a composição de várias matizes e elementos, de
características naturais, tais como vegetação natural e rios, e que, quando classificadas como
“paisagens culturais” incluem os resultados da ação do homem, tais como como atividades
econômicas e infraestrutura. Isto é, a paisagem é um sistema integrador, composto por
componentes naturais e culturais. A mineração, caracterizada muitas vezes como uma
atividade econômica de grande potencial transformador, em especial no caso de lavras a céu
aberto, é mais representativa por expor a transformação e degradação da paisagem,
exercendo profundas alterações na paisagem e no espaço. Assim, evidencia-se o potencial
transformador da mineração sobre a paisagem, fato que pode ser constatado ao redor pelo
mundo.

Inicialmente, propõe-se uma breve reflexão sobre a transformação da paisagem e a


incorporação de elementos artificiais no seu conjunto, mediante as interferências do homem.

Paisagem

A paisagem pode ser definida como um sistema dinâmico onde se relacionam elementos
naturais com interferências humanas, onde se espacializam e se contextualizam relações
histórico-temporais tecnológicas, sociais e culturais. Tal relação entre natureza e homem,
entre natureza e cultura, pode se dar de forma passiva, onde os valores culturais são
atribuídos à paisagem natural ou de forma ativa, quando a cultura modifica a paisagem. Neste
sentido, para Pereira Leite (2006), a paisagem seria uma projeção da relação entre o homem
e a natureza. Em consonância, Bastian (2001, apud LANG e BLASCHKE, 2009) define
paisagem como um sistema integrador entre componentes do meio ambiente e da sociedade,
em uma relação recíproca entre Homem-Meio Ambiente. Alguns autores inserem uma
característica quantitativa na definição de paisagem, relacionada com uma ordenação
espacial, aproximando-se de uma noção de ecossistema, como apresentado por Barsch
(1996, apud LANG e BLASCHKE, 2009), onde paisagem é “um grupo de compartimentos
paisagísticos numa determinada condição, cujas relações entre si são mais estreitas do que
com seu entorno”. Ou seja, nesta acepção, a paisagem pode ser compreendida, na sua
estrutura, como a síntese de determinados elementos, que cria uma imagem homogênea,
uma configuração definida, uma identidade clara. Essa síntese parece se basear nas relações
que se dão entre determinadas características naturais e o que, a partir delas, cria a presença
antrópica, em uma escala temporal de larga escala. Para Corma et Godron (1986, apud
COIMBRA, 2006, p.77) a evolução de uma paisagem resulta de três processos que atuaram
em tempos distintos: processos geomorfológicos e geológicos; padrões de colonização dos
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organismos e alterações naturais ou humanas nos ecossistemas. O resultado é uma
paisagem composta por diferentes formas de relevo, tipos de vegetação e usos do solo,
organizados em uma estrutura espacial única, composta de ecossistemas em interação.

Solinís (2009) destaca que a paisagem não deve ser entendida como natureza, pois a
primeira transcende a morfologia implícita dos seus componentes naturais e culturais, por sua
dimensão simbólica, a qual imbui significado a atributos selecionados. Assim como o território,
a construção da paisagem, resultado da influência de inúmeros atores e agentes sociais, é
dinâmica e reflete a expressão do imaginário social e os padrões estéticos e culturais
vigentes, cuja origem dificilmente pode ser situada isoladamente (ACCIOLY, 2012). Isto é,

A configuração da paisagem em cada um dos lugares do território decorre da


combinação entre a organização espacial e a vida cotidiana desses lugares: não
são apenas as empresas, o capital internacional ou o Estado que produzem a
paisagem por meio de uma organização espacial que atenda a seus interesses
diretos, mas também a população a produz, pelo uso que faz, ou deixa de fazer, dos
objetos urbanos contidos no lugar (PEREIRA LEITE, 2006, p.12).

A paisagem, portanto, traduz as relações sociais e espaciais que identificam um território.


Entendê-la de forma processual e dinâmica é reconhecer as possibilidades que ela oferece de
pensar essas relações no tempo e no espaço, de entender o mundo, seu sistema de
referências e seu processo de representação (SANTOS, 1994, apud, PEREIRA LEITE, 2006).
Neste sentido, a paisagem se referencia ao social, ao natural e à historicidade do lugar, ou
seja, a todas as feições do território construído e apropriado, urbano e não urbano. É
portadora da herança natural e cultural, sendo recurso para atividades econômicas, alem de
ser parte fundamental para a garantia da qualidade de vida e, portanto, exigindo cuidados e
atitudes de cada indivíduo (LANG e BLASCHKE, 2009, p. 84). Neste contexto, pode-se dizer
que a paisagem expressa os paradigmas de uma época (ou de uma sucessão delas, em
camadas) e de uma sociedade (ou de várias apropriações sociais).

Santos (1988) considera que a paisagem é um conjunto heterogêneo de elementos naturais e


artificiais, entendido como as interferências de forças produtivas, técnicas e métodos do
homem. Tais alterações são fruto de várias épocas e seus valores associados, os quais
conformam um conjunto de manchas e formas, das mais diversas utilidades, funcionalidades
e características. Para o autor, a vida em sociedade supõe uma multiplicidade de funções que
aumenta em complexidade mediante a diversidade dos atores sociais existentes. Além disso,
o grau de artificialidade da paisagem aumenta com a complexidade da vida social.

A relação entre paisagem e produção está em que cada forma produtiva necessita
de um tipo de instrumento de trabalho. Se os instrumentos de trabalho estão ligados
ao processo direto da produção, isto é, à produção propriamente dita, também o
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estão à circulação, distribuição e consumo. A paisagem se organiza segundo os
níveis destes, na medida em que as exigências de espaço variam em função dos
processos próprios a cada produção e ao nível de capital, tecnologia e organização
correspondentes. (...) Cada instrumento de trabalho tem uma localização
específica, que obedece à lógica da produção nesses quatro momentos acima
mencionados, e é por isso que o espaço é usado de forma desordenada (SANTOS,
1988, p. 66).

Assim, a paisagem, que absorve as técnicas e instrumentos de produção e modo de vida do


homem, é transformada constantemente. Vale incluir a reflexão de Santos (1988) de que os
modos de produção e os sistemas sociais alteram-se de tempos em tempos, trazendo e
incorporando inovação à produção e, conseqüentemente, à paisagem. “(...) a paisagem é um
conjunto de formas heterogêneas, de idades diferentes, pedaços de tempos históricos
representativos das diversas maneiras de produzir as coisas, de construir o espaço.”
(SANTOS, 1988, p. 68). Desta forma, a paisagem não é somente um prolongamento da
sociedade moderna, mas seu próprio reflexo histórico-tecnológico, de muitos momentos,
sendo constantemente reescrita.

Tais colocações de Santos (1988) nos apresentam uma evolução radical no conceito de
paisagem, a qual, ao longo do século XX, admitia uma visão bucólica, romântica, com um viés
meramente estético e mitológico, do qual o homem não participava. O conceito
contemporâneo de paisagem passa a ser o resultado das relações dinâmicas entre o meio
físico, biótico e antrópico. Como desdobramento deste conceito, a paisagem é o resultado das
relações entre seus componentes, ao mesmo tempo em que constitui um sistema ambiental.
Segundo Macedo, a paisagem é um produto

(...) porque é resultado de um processo social de adaptação e gestão do território; e


[...] um sistema na medida em que a partir de qualquer ação sobre ela impressa,
com certeza haverá uma reação correspondente, no caso equivalente ao
surgimento de uma alteração morfológica parcial (MACEDO, 1998, p.11 apud
COIMBRA, 2006, p. 77).

Da mesma forma, Perna (2012) reforça esta abordagem sistêmica considerando-a como
produto das relações existentes entre elementos e processos naturais que se interrelacionam
num ambiente físico. Tendo como base essa premissa, ao se planejar a paisagem, tais
processos devem ser analisados em conjunto. Para McHarg (1992):

Processos naturais devem ser considerados no processo de planejamento: as


partes do sistema afetam todo o sistema, processos naturais podem representar

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valores e estes valores devem ser incorporados no simples cálculo do sistema
(McHARG, 1992, p. 65).

Entretanto, fica evidente que aos muitos lugares e elementos que compõem uma paisagem
são atribuídos valores específicos que mudam constantemente em função da evolução dos
padrões culturais. A paisagem enquadra-se em uma dimensão sociocultural, sendo
assimilada em termos sensoriais. Isto é, dependendo do indivíduo, da sua formação e
experiências, haverá distinções sobre o entendimento de um mesmo objeto, o que é válido
inclusive para a apreensão da paisagem. Sendo a paisagem um processo seletivo de
apreensão (SANTOS, 1988), como poderá ser avaliada e planejada, principalmente em uma
escala regional? Esta indagação é o ponto de partida deste trabalho. O primeiro aspecto que
precisa ser definido é a escala que a paisagem será trabalhada.

Mineração

A mineração é um importante agente transformador da paisagem. Seguindo o raciocínio


apresentado por Santos (1988), as atividades produtivas são elementos artificiais que alteram
profundamente o espaço e a paisagem, na medida em que se cristalizam e representam as
inovações do seu tempo. Ainda, são necessários instrumentos para a operacionalização das
fases de produção, distribuição e consumo, como a infraestrutura. Nas palavras de Santos

A produção do espaço é resultado da ação dos homens agindo sobre o próprio


espaço, através dos objetos, naturais e artificiais. Cada tipo de paisagem é a
reprodução de níveis diferentes de forças produtivas, materiais e imateriais, pois o
conhecimento também faz parte do rol das forças produtivas (SANTOS, 1988, p.
64).

Por ser uma atividade complexa, a mineração não é transformadora somente do espaço, mas
também da paisagem, uma vez que a mineração possui um grande potencial indutor de
alterações das relações territoriais estabelecidas. Para que ela ocorra, são necessárias uma
série de estruturas que alteram profundamente a paisagem, como as cavas, pilhas de estéril,
barragens de rejeito e estruturas de beneficiamento do minério (FIGURAS 1 e 2).

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Figura 1: Exemplos de transformações da paisagem por estruturas da mineração

Fonte: Águas do Gandarela, 2014. Fonte: Acervo particular, 2012

Figura 2 a/b: Pico do Itabirito com uma das cavas do Complexo de Itabirito. À direita, cava se
prolongando ao horizonte.

Sob a ótica da territorialização, a mineração é capaz de alterar profundamente a estrutura e as


relações de comunidades, visto que reconfigura o território por completo e suas relações,
(des)construindo referências espaciais e culturais. Entretanto, esta interferência não é
necessariamente de cunho negativo, pois seu efeito também é capaz de influir e resultar em
novas referências e identidades, sendo um agente ativo. Isto é representativo não somente da
sua complexidade e imprevisibilidade, mas das instâncias de dinamismo e articulação que o
território possui, visto que se modifica constantemente (ACCIOLY, 2012, p. 24). Estas
interfaces também representam relações sociais projetadas no espaço e uma teia que não só
é produtiva, mas capaz de gerar singularidades (SOUZA, 1995, apud RIBEIRO e LOIOLA,
2009). Os objetos, técnicas, instrumentos e relações se materializam e se incorporam à

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paisagem e ao território, construindo combinações específicas, que também são
historicamente determinadas (SANTOS, 1996, apud, PEREIRA LEITE, 2006).

Além disso, vale ressaltar que, por ser uma atividade, normalmente de grande potencial
poluidor, múltiplas escalas e, a princípio, de médio a longo prazo de duração, são atividades
que incitam conflitos no seu entorno. Estas alterações também estão refletidas no território,
valores e relações construídas.

Exemplos transformadores da paisagem pela mineração


É possível encontrar diversos exemplos de transformações da paisagem, causadas pela
mineração, que hoje foram apropriadas e valoradas pela comunidade, além de exemplos de
novos usos após o encerramento da atividade.

Um exemplo singular de transformação da paisagem é a Bassin Minier, na região francesa de


Nord-Pas-de-Calais, território profundamente alterado pela indústria minerária de carvão,
atividade que atravessou por três séculos a região. Pode-se dizer que o seu desenvolvimento
é fruto de uma combinação de fatores, geológicos, geográficos, políticos, históricos e de
inovação técnica e tecnológica, que provocou mudanças intensas nas características físicas
originais da região. Esta paisagem peculiar se estende por cerca de 120.000 hectares,
guardando elementos marcantes da passagem de uma atividade transformadora do território
de Nord-Pas de Calais. São inúmeras pilhas de rejeito pontos de extração demarcados por
torres metálicas, antigas edificações industriais e estações de trem, sem contar as diversas
cidades que surgiram devido à mineração ou a expansão da malha urbana, incluído diversas
tipologias de edificações, vilas, equipamentos urbanos, dentre outros (FIGURA 3). Isto é, a
atividade carbonífera impôs uma nova dinâmica à antiga paisagem, antes
predominantemente rural e agrícola. Este conjunto de elementos conformou uma nova
paisagem: a paisagem industrial (ACCIOLY, 2012b).

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Figura 3: Interferência paisagística provocada pelas pilhas de rejeito em Nord-Pas de Calais e sua interação
com o meio urbano
Fonte: ASSOCIATION BASSIN MINIER NORD-PAS DE CALAIS UNESCO, 2012

Um dos mais conhecidos exemplos do mundo de reconversão de áreas mineradas para fins
turísticos pode ser visto na Região da Cornualha, sul da Inglaterra, onde a mineração de
carvão deu lugar a uma série de gigantescas estufas que abrigam espécimes vegetais de
várias regiões do planeta com seus respectivos micro-climas, reproduzindo ambientes
exóticos e abrigando a natureza em terras devastadas.

Na região de Lusatia, na Alemanha, a mineração de lignita iniciou em 1844, chegando a ser o


maior produtor mundial. Havia cerca de quarenta minas a céu aberto operando no final da
década de 1980, o que empregava cerca de 140 mil trabalhadores, chegando a ocupar uma
área de 814 km² e deixar um total de 224 cavas. Este é um bom exemplo de processos de
desterritorialização. Cerca de 130 vilas e distritos foram demolidos, e 25 mil habitantes
deslocados, sendo a maior em Grossräschen, onde cerca de 4 mil habitantes tiveram que
deixar suas casas, enquanto metade da cidade foi destruída por uma mina (IBA, 2010).

Após a reunificação da Alemanha, quase todas as minas fecharam. Em 2000, iniciaram


projetos de reabilitação da região, que abarcaram uma série de tipologias de intervenções e
modificaram profundamente a paisagem da região, antes com aspecto lunar. A proposta
assumiu uma abordagem inovadora. Foram criados 30 lagos artificiais que possibilitam os
mais diversos usos (BISMARCK, 2010). Durante os anos de atuação na região, o número de
projetos passou de vinte para trinta. Eles são distribuídos em nove áreas dentro da região,
divididos de acordo com suas características, circunstâncias e problemas específicos. Cada
cenário tem seu próprio tema, definido por uma determinada situação local. Um exemplo de
cenário proposto foi o denominado Lauchhammer-Klettwitz, o qual valorou antigas estruturas
da mineração, abrindo-as ao público para visitação (FIGURA 4).

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Figura 04: O Museu em Cottbus é uma herança da mineração, compondo a Rota Europeia do
Patrimônio Industrial
Fonte: Internationale Bauausstellung, 2010, p.263

A MINERACAO COMO O EIXO TRANSFORMADOR DA PAISAGEM


DO QUADRILÁTERO FERRÍFERO
Após avaliar os conceitos de paisagem e sua relação com a mineração, nos encontramos no
momento em que se coloca como necessária a definição das estratégias de trabalho e
instrumentos a serem aplicados ao seu desenvolvimento.

Como já colocado, a base de trabalho é a definição da escala. Por se tratar de uma esfera
regional, a avaliação das transformações da paisagem devem se embasar em aspetos
fundamentalmente físicos. Estão envolvidos, na área de estudo, 27 municípios compostos,
ainda, por distritos, inúmeras serras, núcleos urbanos, referências socioculturais e tipologias
minerárias. Isto é, as relações sociais construídas são variadas, além do entendimento
subjetivo das relações que a atividade promove com o espaço.

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Este quadro nos apresenta o desafio, no que tange a análise e estruturação do entendimento
da paisagem, de como conjugar aspectos relevantes quanto a sua apropriação, uma vez que
pessoas diferentes apresentam versões diferentes do mesmo fato (SANTOS, 1988, p. 62).
Isto quer dizer que existem vários significados para a paisagem, principalmente dentro de um
contexto regional. Desta forma, considera-se válida a proposição de uma metodologia
composta por dois momentos de análise. O primeiro, formado por um levantamento físico do
ambiente, que é composto por elementos naturais - solo, geologia, hidrografia, cobertura
vegetal, relevo, dentre outros – e artificiais – estradas, ferrovias, manchas urbanas, dentre
outros. McHarg (1992, apud PERNA 2012, p. 18) e o segundo, formado pelas referências
simbólicas sobre as paisagens representadas na literatura e arte, bem como em memória oral
e registro de impressões de seus agentes locais.

O primeiro momento, o de levantamento físico do ambiente, considera esses dados como


fundamentais para um método de planejamento da paisagem, que, partindo desse
levantamento, possibilita a construção de diversas cartas temáticas, cujas informações são
cruzadas posteriormente. Desta forma, tem-se como resultado

(...) mapas-síntese dos riscos e das fragilidades ambientais a que essa paisagem
está sujeita e do seu potencial paisagístico e de uso para as diversas atividades que
ali se desenvolvem. Os valores identificados e ponderados proporcionam a
elaboração de uma base, que resume a soma dos valores sociais, as oportunidades
e as restrições que vão balizar a análise para propor intervenções humanas no lugar
mais apropriado. Através da característica de cada local pode-se discriminar as
áreas que devem ser mantidas em seu estado natural, assim como as que
receberão usos diversos, como atividades econômicas (1992, apud PERNA 2012,
p. 18 -19).

Destaca-se que este método abarca desde questões naturais como o solo, hidrografia, fauna
e flora como as artificiais, ligadas diretamente ao homem, como aspectos sociais e
econômicos. Assim, o território onde será analisada a paisagem seria estudado por meio da
sua decomposição em elementos, definidos e reagrupados. Este tipo de abordagem faz parte
da ecologia da paisagem, que incorpora uma visão sistêmica da paisagem, englobando seus
componentes. Segundo Coimbra (2006), a ecologia da paisagem que parte do princípio que a
paisagem é sistema vivo, apresenta três características principais: estrutura, funcionamento e
mudança, englobando variáveis físicas, biológicas e temporais, respectivamente.

A estrutura da paisagem refere-se ao arranjo espacial de seus elementos, isto é, refere-se à


interação dos aspectos naturais e com os elementos das atividades humanas. Já o
funcionamento significa a fluência dos organismos e da energia pela estrutura. Por fim, a

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mudança revela as alterações destes modelos de configuração espacial e de funcionamento
ao longo do tempo (FORMAN et GODRON, 1986, apud COIMBRA 2006, p. 77).

Para Coimbra (2006), a estrutura da paisagem compõe-se por três estruturas morfológicas,
definidas de acordo com a similaridade das características físicas do território, apresentando
descontinuidade com o entorno, podendo ser naturais, como matas e rios, ou resultados da
ação humana, como cidades. São elas: as matrizes, corredores e as manchas. Esta
metodologia de definição de estruturas constitui

(...) a base para o planejamento da paisagem, uma vez que podem revelar não só
os processos que estão ocorrendo, mas também refletir sobre os processos que
determinaram o seu desenvolvimento. (FORMAN et al 1996, apud COIMBRA, 2006,
p. 78).

Sinteticamente, as matrizes representariam porções mais complexas do território, ocupando


grandes extensões da paisagem e são estruturadoras do espaço. As matrizes urbanas
correspondem às cidades de médio e grande porte, como capitais e cidades com mais de
100.000 habitantes. Já as matrizes naturais correspondem às extensas áreas de vegetação
nativa que abriga uma rica biodiversidade (MMA, 2002, apud COIMBRA, 2006).

Já os corredores, como o próprio nome indica, são elementos lineares, de cobertura extensa,
e que ligam manchas e matrizes, promovendo o intercâmbio genético entre animais e plantas.
Além de conduzir os organismos pela paisagem, os corredores apresentam outras funções
tais como: servir de hábitat para algumas espécies e filtragem de nutrientes e impactos
ambientais. Entretanto, os corredores antrópicos atuam como barreiras aos processos
ecológicos, pois subdividem populações e hábitat, conduzem espécies mais resistentes à
degradação e são fontes de erosão, sedimentação, espécies exóticas e impactos humanos.

Por fim, as manchas são segmentos isolados de seus semelhantes, que diferem em
aparência do seu entorno, sendo que a sua borda é sua porção mais extensa, cujo ambiente
difere do interior. O tamanho e a forma da mancha são fundamentais para os processos
ecológicos. Manchas maiores possuirão mais espécies, principalmente aquelas mais
sensíveis a alterações, que se localizam no interior da mancha, enquanto que manchas
pequenas e estreitas são praticamente formadas por ambientes de borda. São resultados de
alterações sofridas pelas paisagens.

Ressalta-se que, para que tal avaliação seja possível, há de se considerar ferramentas de
geoprocessamento, que proporcionarão a sobreposição de informações e o cruzamento de
dados, facilitando a compreensão em grande escala. Um instrumento interessante neste tipo
de análise é a simulação de intervenções na paisagem, que permitiria a visualização das
interferências que as proposições dos empreendimentos causariam na paisagem. Moura et
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Amorim (2007) lembra, ainda, que este instrumento é capaz de dar maior subsídio e
embasamento na decisão dos órgãos públicos responsáveis pelo licenciamento desses
empreendimentos, além de facilitar o diálogo entre os atores envolvidos. Para os autores “em
desenhos e plantas, cortes, ou mesmo perspectivas isoladas da paisagem, é muito difícil
perceber o real impacto da intervenção no conjunto paisagístico; mas pela simulação do
encaixe do volume no conjunto, é possível julgar sua adequabilidade.” Desta forma, as
simulações podem servir como base de decisão de projetos, bem como de avaliação das
diretrizes e caminhos a serem seguidos nos processos de transformações da paisagem.

O segundo momento trataria de uma escala local, onde poderia ser avaliado o significado da
paisagem atribuído por grupos locais existentes. Isto é, uma análise do “caráter especial de
um espaço, baseado em elementos naturais, expressões culturais e interação cultura e meio
ambiente” (MOURA, 2007, p. 4074). Isto traria a dimensão meramente geográfica,
morfológica e classificatória do planejamento de uma paisagem para a esfera do significado,
da essência daquela paisagem para a comunidade.

PERSPECTIVAS
Este proposta de abordagem se apresenta para nós como fundamental no caso do
Quadrilátero Ferrífero, uma vez que é necessária, em um primeiro momento, uma visão
regional da paisagem, que apesar de parecer considerar a questão de uma maneira apenas
morfológica, trata a questão de forma ampla, considerando, inclusive, aspectos subjetivos.
Esta visão, segundo Perna (2012, p. 19) se propõe a servir de base para o planejamento da
paisagem, bem como subsidia pesquisas voltadas para a melhoria da qualidade ambiental e
física do território. A dificuldade metodológica aqui é a identificação de subescalas de
compreensão da paisagem posto que parece haver uma unidade paisagística que conforma a
região, mas, ao se abordar as microrregiões podemos, ao contrário, perceber um número
considerável de variações.

Entretanto, a maior dificuldade que deve ser tratada é a questão da apreensão e do


significado da paisagem que, por representar a historicidade de uma região, traz consigo uma
elevada carga de subjetividade. A forma que imaginamos superar essas duas dificuldades, a
da unidade/multiplicidade de escalas e a subjetividade seria cruzar essas duas linhas, uma
mais física e estrutural em uma escala mais regional e outra mais subjetiva, em escalas mais
locais.

Além disso, há que se considerar o problema da valoração da paisagem frente à atividade


minerária. A implantação de um empreendimento de grande porte tem como premissa

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estudos de impacto ambiental que devem avaliar as alterações no ambiente e pontuar
medidas compensatórias e de mitigação para viabilizar o empreendimento. Entretanto, o
processo de valoração de aspectos ambientais e, mais ainda, da dimensão intangível
associada à apreensão da paisagem, incorporam um alto nível de complexidade a essas
relações, a tal ponto que torna a abordagem da paisagem ou empobrecida, por ser
considerada, quanto muito, sobre uma ótica meramente física, ou até mesmo inviável. Assim,
há de se levantar tais problemáticas, compreendê-las e difundi-las, com a perspectiva de
evolução do seu entendimento e da proposição de instrumentos de gestão e monitoramento
da manutenção de características consideradas representativas ou até mesmo vitais a uma
determinada comunidade. Vale ressaltar a importância, em primeiro lugar, do fortalecimento
dos saberes locais e do conhecimento e valorização da cultura local, como tentativa de frear
quaisquer processos de desvalorização e esvaziamento frente aos interesses econômicos
prioritários da modernidade.

Por ser a paisagem muito dinâmica, suas transformações são inevitáveis. Mas para que sua
resiliência e capacidade de suporte possa ser incorporada ao planejamento regional é
fundamental reconhecermos a importância dos seus registros e compreender até que ponto
quais elementos são representativos ou não. Essas decisões pertencem ao lugar e a quem o
constrói e o vivencia, tornando as situações de planejamento da paisagem diversas e únicas,
sempre resultantes do equilíbrio entre permanência e transformação.

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