Você está na página 1de 7

Asteróides

Para a maioria das pessoas, os asteróides, ou planetóides, são fragmentos de planetas


desintegrados no passado pelo choque ou aproximação de algum outro corpo celeste. Pensa-se
que sejam a fonte da maior parte dos meteoritos que caem na Terra. Calculam-se em mais de cem
mil o seu número. Eles gravitam em torno do Sol, através de órbitas directas, isto é, movimento
contrário ao do relógio. Variam de brilho e cor e a maioria tem a sua órbita entre Marte e Júpiter.
Kepler, astrólogo e astrónomo, sugeriu, já em 1598 que devia haver um astro entre esses dois
planetas. Depois, em 1.1.1801, um astrónomo italiano, Piazzi, de Palermo, identificou um
asteróide, a que se deu o nome de Ceres, a deusa que governava a Sicília.
Em 28.3.1802 descobriu-se Pallas, em 1.9.1804 foi Juno, e em 29.3.1907 foi a vez de Vesta
Depois de provada a sua existência, havia que se lhes dar um nome, estudar a sua órbita, ver se
encaixavam nas leis em uso... É, ainda hoje, um processo demorado, já que precisa de passar por
organizações internacionais, e demor a haver consenso.
É curioso verificar como, até aos dias de hoje, o estudo do Céu esteve sempre presente na vida do
ser humano. Muitas vezes em processos polémicos. Por exemplo, no mesmo ano em que foi
descoberto Ceres, Hengel tentava provar que não havia nada entre Marte e Júpiter. É desta
contradição, não aceitação do que “ parece”, à primeira vista, que nos chega hoje a possibilidade
de trabalhar partindo destas descobertas.
No caso dos Asteróides, a partir do século XIX, o mundo feminino, na Astrologia, ganhou uma nova
dimensão. Por eles detectamos padrões de comportamento feminino, o que até aqui nos era dado
só pela Lua e por Vénus. E assim temos, em relação a Zeus, o deus do Olimpo, a representação do
arquétipo de:
a Mãe ( Deméter /Ceres ), com relação a Koré
a Esposa ( Hera /Juno ), esposa oficial de Zeus
a Filha ( Palas Athena/Pallas) , a filha predilecta de Zeus
e a Irmã ( Héstia/ Vesta) , virgem, sacrificando-se, em benefício do Todo.

Vou deixar Quiron para outra altura, porque acho que nem ele está localizado entre Marte e
Júpiter, e também merece uma conversa à parte. É também um assunto mais fácil de pesquisar.

Deméter / Ceres
É a deusa da terra cultivada, da agricultura. Até ao seu aparecimento o homem sobrevivia da caça,
da pesca e dos frutos. Com ela o homem deixou a sua vida nómada, começou a aproveitar a terra,
cultivar os cereais, e a fabricar o pão. Teve de haver organização na distribuição das terras e das
tarefas, e o homem começou a socializar-se. Também estão presentes os conceitos de sacrifício, de
algo a ser colhido, separado, conceitos de nascimento e morte - signo de Virgem .
Esta deusa tem uma natureza pacífica, prestativa, centrada no trabalho, mas sempre com grandes
preocupações maternais. A “ vida “ dela tem relação com a vida das estações, com o crescimento
das sementes, com a vegetação nos campos. Rege os ciclos femininos, os ritos de passagem na
vida da mulher (Menarca, Fertilidade, Gravidez, Maternidade, Lactação, Menopausa). E cada uma
delas pode indicar uma perda, já que há algo que morre e algo que começa. Como tudo na nossa
vida e na natureza.
A primeira perda sentida pelas mulheres – Deméter:
Deméter ficou triste quando viu a sua filha transformar-se numa adolescente, linda como a mais
bela das flores, o seu corpo a mudar, a ter a primeira menstruação. De repente sentiu que ela já
era uma mulher, não dependia mais só da mãe para viver. Astrológicamente podemos considerar
aqui o 1º retorno de Júpiter, também.
E quando a filha por escolha, ou por rapto, como o caso, resolve juntar-se a alguém, formar a sua
própria família? Foi com alguém e abandonou-me?- pensa a mãe. Fica-se inconsolável, é o que
hoje chamamos “ síndrome de ninho vazio”. E quantos genros não são vistos como raptores??? É
um período depressivo do qual muitas mulheres não conseguem sair. E esta é a segunda perda.
O fruto maduro representa esta fase. Nos mitos, os frutos usados normalmente para esta
representação são a romã (fecundidade), a maçã (fertilidade), e o figo ( desejo).
Na terceira fase da sua vida, que tem por símbolo a semente, a mulher – Deméter enfrenta a
terceira perda: a menopausa, a cessação da secreção hormonal dos ovários. Há mulheres que a
aceitam muito mal ( descem aos infernos ). Muitas caem em depressão com a aproximação da
velhice.
É durante esta fase, se ela for vivida como rito de iniciação, que o padrão pode chegar a expressões
superiores com propostas de sabedoria e virtude, passar a uma velhice saudável, reflectida,
experiente.

Conta-se que foi a forma pela qual a pela Mãe Terra, terra selvagem, Geia, com a sua sabedoria ( a
das avós?) chamou a atenção de Deméter para o facto de que as perdas, as descidas ao mundo
inferior, também fazem parte da vida. Acima da Terra, o mundo físico, abaixo dele, a Alma. Nesse
mundo inferior estão as coisas invisíveis, sendo o mundo da superfície uma expressão dele. Para
Géia, o mundo inferior também faz parte da natureza, não há tragédia nenhuma na sedução ou na
morte, já que ambas fazem parte da vida.

Na Mitologia Grega, conta-se que Deméter teve uma filha, Koré, que aos 12 anos, era uma menina
linda “ como uma flor”, que já andava pelos campos sozinha, coisa que a mãe não gostava muito.
E Koré, num dia em que andava descuidada colhendo flores, foi raptada por Hades, o deus do
inferno e das profundezas, Plutão na Astrologia. Deméter, de tão preocupada que andava a
procurar a filha, começou a descuidar-se das culturas, que chegou a um ponto em que, sem o seu
trabalho e organização, a terra ficou estéril e o ser humano começou a passar fome. Já não colhia o
que costumava ter para comer. Quando a situação se tornou insustentável, e depois de várias
tentativas na procura da filha, só quando ela resolveu pedir a ajuda de Zeus, o deus do Olimpo e
seu irmão, o problema se resolveu. Hermes ( Mercúrio ) era o único que podia ir do Olimpo ao
Hades, lá foi mandado ir às profundezas negociar com Hades e contar com a sua boa vontade, e
com o poder de Zeus. Koré, que agora era esposa de Hades, de adolescente tinha passado a
mulher e até se chamava outro nome , Perséfone; chegaram a um acordo e Perséfone teve então
licença, ou liberdade, para passar meio ano nas profundezas da terra e meio ano cá fora, com a
mãe.
Isto nada mais é que o exemplo dos ciclos da vida, da semente à planta e à colheita. E de nós
próprios também: quantas vezes precisamos de estar escondidos, sós, nas profundezas do nosso
ser, para que depois possamos emergir mais lúcidos e seguros, dar origem a algo de valioso e
bom?
Para os gregos, o Outono e Inverno são os meses de “ sono da natureza”. É durante eles que
Perséfone desce às profundezas da terra, para ficar em companhia do seu esposo Hades – Plutão.
Na Primavera e Verão a natureza desperta e Perséfone volta a encontrar a mãe.
Deméter é, sob este aspecto, a “ mãe eterna”. Por isso Deméter, nas suas representações,
conforme o caso, carrega nas mãos tanto as papoulas, símbolo do sono da terra e dos mortos,
como espigas de trigo, símbolo da vida e do renascimento.
Interpretação
Devemos interpretar os asteroides da mesma maneira que interpretamos os planetas: signo, casa
e aspectos.
Deméter / Ceres – significa basicamente a nossa capacidade para a maternidade, tanto para
assumirmos esse papel, como recebermos cuidados maternais, completando as informações que
podemos extrair da nossa Lua.
Alguém com Deméter / Ceres bem posicionado no seu mapa astrológico ( dignidade, ângulos,
bons aspectos…) vai além da Biologia. Instintivamente, cuidam de tudo e de todos, não só de
filhos, mas do marido, dos familiares, de amigos, que são sempre alguém que elas acham que
precisa de ajuda, de “ colo”. Se não podem ter filhos, adoptam, como fez Deméter, cuidando de
Demofonte, quando do sequestro de Koré. Tudo o que tem a ver com menstruação, ovulação,
gravidez, abortos, cuidados pré-natais, partos, saúde ginecológica, controle de natalidade,
amamentação, menopausa, direitos das crianças, abusos, pedofilia, escola básica, serviço social,
cultivo da terra, ecologia, botânica, estufas, sementes, colheitas, veterinária, adubos, cozinha,
questões de alimentação em geral, e doenças causadas por má alimentação é campo de interesse
e actuação da mulher-Deméter. Deixar os filhos com uma baby-sitter, nem pensar. No máximo com
a avó ou uma tia velha. E assim, não raramente, elas infantilizam marido e filhos.
Também há homens com este asteroide bem posicionado, e eles irão ocupar poderosamente o
arquétipo de mãe: dificuldade de libertar os seus filhos, de permitir que eles cresçam.
Há exemplo de líderes políticos, servidores públicos com Deméter / Ceres e – ou Héstia / Vesta em
posições proeminentes ( MC, casas VI e IV ); inclusive homens que, no contexto familiar acabam
por assumir, por uma razão ou outra, um papel maternal.
A desvalorização do padrão Deméter vem de longe, dos fins do séc XVIII, com o abandono da vida
no campo, os acelerados fenómenos de urbanização, o crescente emprego de mão-de-obra
feminina, as pressões económicas com relação à subsistência, tudo foi contribuindo para que a
maternidade como Deméter propõe seja hoje muito mais um problema do que uma realização.
As três principais religiões patriarcais, Judaísmo, Cristianismo e Islamismo, machistas e agressivas,
sempre colocaram a mulher e a maternidade num plano social muito inferior. Essa desvalorização
reflete-se no modo como tratam a terra, vendo-a como um simples valor económico e não como
algo sagrado, espiritual.
A figura de Deméter, nas elaborações culturais e religiosas de hoje, não passa de uma ridícula
abstração sentimental, um motivo comercial ( o Dia das Mães ).

Hera / Juno
Ela era irmã e esposa oficial de Zeus, a soberana do Olimpo. Em grego,o seu nome lembra “
senhora, preservadora, protectora, guardiã “, dos valores morais especialmente. É uma mulher
ainda jovem, em boa forma física, atraente, casta, por vezes severa. Quando irritada, mostra um
temperamento genioso e de difícil convivência. Aparece sempre de fronte coroada por um
diadema, de túnica longa, e é representada pelo lírio, pela romã e pelo pinheiro, expressões do
mundo vegetal que simbolizam pureza e fecundidade. O pavão era o animal que lhe era
consagrado.
Há duas versões sobre o seu casamento: uns dizem que ela seduziu Zeus, usando o famoso
cinturão de Afrodite, que esta lhe emprestara. Outros, que foi Zeus, que se disfarçou, como em
tantas outras histórias que deram origem a figuras da mitologia grega. Com Hera ela ter-se-ia
disfarçado de cuco, que se aninhou molhado no colo da deusa, que o aquecera esfregando-o no
seu corpo.
Hera é a deusa defensora e protectora das uniões oficiais. Ela aponta para a necessidade de um
relacionamento familiar sistemático, único, quanto aos significados de Balança e Casa VII. Por isso
a encontramos enfraquecida em Gêmeos ou Aquário ( relacionamentos superficiais).
Hera é o modelo das mulheres que querem só o casamento oficial, ser a mulher de um homem só.
Nem que seja só mantendo as aparências. Mas pedem fidelidade, tratamento oficial,
principalmente em público, presentes, exigências estéticas, cenários rebuscados para os seus
jantares e festas. As mulheres- Hera precisam de um homem “ importante “ nas suas vidas, para
terem prestígio, consideração pública, respeito. Existe uma afinidade natural entre a mulher-Hera
e o poder, característica que pode ganhar expressões infelizes como exibicionismo e arrogância. Os
relacionamentos da casa VII serão sempre estabelecidos pelo marido, o asteroide não aponta para
amizades pessoais; a dependência do marido é quase total. Entre os filhos e o marido, os primeiros
ficarão sempre em segundo plano.
É ciumenta e vingativa com relação a tudo que prejudique a sua sacrossanta união matrimonial. Na
história da deusa são famosas as suas perseguições e vinganças contra os amores e aventuras
extraconjugais de Zeus e o monte de filhos que ele teve fora do casamento. Dizem que ele nunca a
entendeu e que, quando em crise, ela se isolava. É o papel da mulher-Hera amargurada, que
sempre investiu no casamento oficial e que pouco ou nada recebeu de Zeus. Para elas, que só se
sentem importantes quando entram na casa VII quando um homem importante as escolhe, como
dizem ter sido Nancy Reagan , é um grande desgosto e injustiça.

O reino de Hera traduz-se normalmente num “ bom” casamento, filhos de sucesso,


reconhecimento, vida social através de posses, objectos, ritos e cerimónias que simbolizem o
poder, tudo sempre muito elegante e conservador. Tudo o que é familiar, reuniões, vida social,
organizações de caridade, banquetes, festas, campanhas para angariação de fundos, casamentos
( dos filhos, especialmente). Toda a mulher-Hera é naturalmente uma “ patronesse”, papel que
desempenha à perfeição, muito hábil na seleção de nomes, de credenciais ou de títulos dos
envolvidos. Embora se movimente com menos desenvoltura no mundo cultural, algumas Heras
( dominantes Ar e/ou Fogo ), podem ser vistas em museus, exposições, leilões de arte...
Apesar de falar de casamento, as uniões de Hera têm pouco a ver com Afrodite ( Vénus), a dona da
casa VII. Esta casa, para a mulher-Hera, pouco tem do amor como reciprocidade, tem mais a ver
com conveniência e hábito, o que a torna sempre uma figura do mundo patriarcal.
As melhores posições para Hera, sob o ponto de vista astrológico, estão nos lugares em que a sua
posição e dignidade se reforçam, nas casas angulares, especialmente.

Palas Athena ( Palas )


Conta a mitologia que Zeus, sofrendo de uma terrível enxaqueca, chamou o deus Hetesto, ferreiro,
artista dos metais, escultor, para que lhe abrisse a cabeça. De lá saiu Athena, adulta, armada,
movimentando-se com uma coreografia guerreira, soltando gritos terríveis que abalaram o céu e a
terra. Logo ali se tornou a filha predileta de Zeus.
Era uma deusa guerreira que orientava a sua actividade para causas justas; a sua força, sempre
esclarecida, calma e reflectida estava ao serviço da paz, das artes, dos trabalhos úteis, tornando-se
por isso, protectora das cidades.
Este asteroide representa o lado mais impessoal de Balança e casa VII. Há atitudes de
envolvimento social, um lado político e de questões legais, de aconselhamento. Mas esse lado
político levou muitas vezes essa deusa a patrocinar invasões, ataques… um aspecto mais agressivo
de Balança.
Ela associa-se a questões de trabalho nas casas VI e X. Aparece com frequência nos mapas de
advogados, conselheiros e pessoas envolvidas em questões sociais. É uma deusa que luta na
frente, esmaga os seus inimigos sem piedade, mas sempre com discernimento. A sua arma é a
astúcia. Quando em dignidade, ela ensina a arte de se viver em sociedade, da melhor forma
possível, mesmo que para isso tenha de fazer guerra a alguém, ou de restabelecer a paz. É uma
deusa urbana, que valoriza o pensamento racional ( seu componente masculino, que não se deixa
influenciar por emoções ou sentimentos). Está mal quando em Carneiro, tem um conflito natural
com Marte. Ela não é agressiva por natureza, só se for preciso.
Ela é uma deusa virgem que procura a companhia de homens. Aprecia a acção, o poder, não gosta
de problemas sentimentais. É colega, confidente e companheira de homens. A rondar este padrão,
aparecem as tendências à homossexualidade ( eixo II-VIII, aspectos com Marte e Plutão).
Raramente ela abandona a sua lança, outras armas e a couraça.
As mulheres-Athena preparam o corpo e a mente ( muitas trabalham o corpo nas academias ), são
eficientes, comportam-se sempre profissionalmente, são desapaixonadas. Neste padrão, tudo é
prático, funcional, da roupa aos móveis, é organizado com agenda. Em algumas, há uma acentuada
preferência por equipamentos e utensílios modernos, que sempre proporcionam maior eficiência
( Athena em Aquário, aspectos de Urano).
Com Athena não há cenas de lágrimas, explosões sentimentais, namoricos, salões de beleza, nada.
Este tipo de mulher encontra saída, quando é enganado ou contrariado, aumentando a sua
dedicação ao trabalho, o seu empenho, comandando com a sua mente prática. Costuma gostar de
números, estudos matemáticos, especialmente estatísticas, ciências, áreas a maior parte das vezes
desempenhadas por homens. Uma Athena no Meio do Céu, a casa do pai, por exemplo, pode
encaminhar para actividades administrativas, vida empresarial, ambição por posições elevadas.
Para elas, o corpo é como uma espécie de ferramenta: tem de funcionar bem, com roupas
confortáveis, práticas. No desporto são capitãs de teams, estrategistas, destacam-se pelo
comando. No sexo, se não chegam à homossexualidade, ficam na base do companheirismo.
Quando se casam, tendem a enfraquecer a figura masculina, escolhendo homens que têm um
componente feminino forte, e passam por cima deles tendo iniciativas, afirmando-se. No eixo I –
VII , pode causar dificuldade nas uniões. Raramente a mulher – Athena chega à maternidade.
Podem adoptar, ou, estando na casa V, a casa dos filhos, pode levar a uma “produção
independente” ( escolhem o pai, fazem com ele um filho e depois criam-no sozinha).
Palas Athena revela sempre o mental a sobrepor-se ao emocional e sentimental; tem a ver com
soluções práticas, objectivas, de justiça social, poder de polícia, activismo político, negação do
feminino, alienação sexual.

Athena é um padrão de comportamento que coloca a mulher no mundo, pondo-a em evidência,


sempre prática e inteligente. Quando o padrão aparece reforçado ( posições e aspectos do
asteróide ) o mundo masculino pode ficar intimidado pelo seu poder intelectual, pelo seu
desempenho físico, pelo seu espírito de luta e, sobretudo, porque não é vulnerável sexualmente
como as outras mulheres. O padrão está em alta no mundo moderno. Ele pode ser notado no
mundo político, no mundo da administração pública, da universidade, na vida empresarial. De
mente geralmente bem treinada, competente, Athena é boa conselheira, independente, com
muita autonomia e muito responsável ( mistura terra de Virgem, com Fogo de Carneiro ). A
inteligência de Athena pede um preparo muito desenvolvido nas questões de comunicação ( casas
ligadas ao elemento Ar ). Gosta de debater, discutir, argumentar, por isso este padrão aparece nas
mulheres que trabalham em áreas de comunicação, editoras, direito, política, crítica...
Héstia / Vesta
O nome dela tem a ver com lareira doméstica, altar com fogo ou deusa que guarda o fogo sagrado,
num sentido mais religioso. Dentro de casa ela mantém aceso o fogo doméstico, em torno do qual
as pessoas se alimentam. Para os gregos, “ família era quem comia junto”. Do ambiente familiar,
Héstia foi para as cidades e destas para a pátria como um todo, o fogo da Pátria.
Apesar de ter tido muitos pretendentes, ela teve a permissão de Zeus para manter a virgindade.
Foi cultuada em todos os lares gregos, nos templos de todos os deuses, onde havia um altar em
sua homenagem. Como fogo doméstico ela manteve-se afastada de tudo, imóvel, nada
reclamando para si; simboliza também o sacrifício permanente, livremente assumido, em benefício
do Todo. Foi por essa razão que passou também a representar para os gregos o Tesouro Público
( impostos, taxas, etc), que deve “ alimentar” a todos, segundo a necessidade de cada um.
Entre os romanos era chamada de Vesta, e personificava também o fogo doméstico e o da Pátria.
Tanto em Roma, como na Grécia, sempre a ideia da mais absoluta pureza a cercá-la. Junto dela
tinha sacerdotisas – as Vestais – oriundas das mais aristocráticas famílias romanas, formando um
colégio sacerdotal onde se entrava na infância. Protegiam o povo romano e alimentavam o fogo da
pátria. Se uma vestal pecasse contra a castidade, era enterrada viva.
O significado psicológico de Héstia pode ser avaliado, principalmente, pela ausência de imagens
que a personifiquem.
Héstia é um aspecto específico do Universo através do qual os homens se congregam. O corpo de
Héstia é, nesse sentido, a forma que toma a união das pessoas em torno da lareira. Héstia é o
lugar ( o fogo ) e as pessoas em torno dele agrupadas. É através de Héstia que, positivamente, o
ser humano pode encontrar um ponto de junção, uma ideia de centro, de sacralidade, de espaço
interior, de foco.
A perda de Héstia, como arquétipo, é sempre uma grande ameaça para o psiquismo como um
todo. É ele que dá limites que permitem a distinção entre o espaço interior ( intimidade) e o
espaço exterior, o mundo externo. A noção de vida interior ( anulação ou riqueza ) é
proporcionada por Héstia. Muitas desordens psíquicas, inclusive de fundo esquizofrénico, podem
ser vistas como um desequilíbrio de Héstia ( debilidade ou aspectos muito dissonantes do
asteróide ). É Héstia que nos oferece uma espécie de protecção, que permite levantar uma
morada, um lugar onde nos sentimos bem, em paz.
Mal posicionado ou aspectado, torna presente na nossa personalidade a sensação de que algo vai
ceder em algum ponto, de que não temos coesão, uma sensação de ameaça, parecido com o que
hoje chamamos de “ síndrome do pânico”.
Na Astrologia, este asteróide é a garantia, ou não, da interioridade de cada um, de paz interior.
A luz que Héstia proporciona vem do interior da Terra. É tanto iluminação como nutrição ( fogão).
A sua função é estabilizadora, centralizadora, não de acção como nas outras deusas.
Positivamente, este padrão dá foco, um ponto de convergência. São sentimentos de harmonia
interior que vêm do cumprimentos das obrigações do dia a dia.
Uma mulher - Héstia superior, passa a ideia de mulher desligada do mundo exterior, sempre
tranquila, mulher que escolhe, inclusive a sua solidão, sempre quieta e reservada.

Tem a ver com o signo de Virgem e com a casa VI.


Quando está presente, por exemplo, em signos ou casas de relação pessoal ( Caranguejo, Balança,
III, IV, VII, X ) recomenda-se atenção com respeito às necessidades da pessoa e às exigências “do
outro lado”. Trabalho, uniões ( casamento ) e família são de difícil integração se Héstia estiver
proeminente. Este asteróide, mesmo nas suas expressões superiores, traz sempre dificuldades
para a área em que se encontra. Frustrações, doenças, impotência, são comuns. O celibato tem
muita relação com ele, assim como a recusa às uniões e à maternidade. Mesmo quando angular
ela traz problemas. É comum haver casos em que uma coisa potencialmente boa possa ser feita no
lugar ou no momento errados. Exemplos: atitudes críticas, próprias num ambiente de trabalho, se
deslocarem para relações pessoais.
Quando dignificada, Héstia pode levar uma pessoa a dedicar-se totalmente a alguma actividade
que implique o abandono do eu a favor de outras pessoas, geralmente o mundo familiar ou o
cívico.
Onde temos Héstia, temos uma proposta: introspecção, consciência voltada para a vida interior,
subjectividade, o que pode levar a uma maior ou menor desatenção com relação às próprias
necessidades pessoais. Tem a ver com rotinas e disciplina pessoal ligada ao trabalho, impotência,
esterilidade, virgindade, discriminação sexual, meditação, reclusão, ordens religiosas e esotéricas,
ashrams, rituais domésticos, culto do fogo doméstico, cofres, lareiras, cercas, protecção,
inviolabilidade, fanatismo, depressão, sacrifício permanente, sublimação.

Lembremos que Héstia é, ao mesmo tempo, a mais velha e a mais nova dos filhos de Cronos e
Reia, já que foi a primeira a ser engolida pelo pai e a ultima a ser vomitada por ele. É também a
mais obscura, não há histórias sobre ela. Além do privilégio da virgindade, Zeus deu-lhe o privilégio
de receber o primeiro e o ultimo dos sacrifícios em todas as cerimónias.

Mapas que podem observar:


Indira Gandhi: 19 de Novembro 1917 – 23:11:14 -5:30 – Allahabad, India
Adolf Hitler: 20 Abril 1889 – 18:30:00 – Braunau Am Inn, Austria

Jacqueline Kennedy Onassis – 28 Julho 1929 – 14:30h + 4:00 - Southampton, New York
Prince of Wales, Charles – 14 Novº 1948 – 21:14h London

Lela Pontes, membro nº 75

Com excertos do curso de Mitologia, devidamente autorizado, que fiz com Cid Marcus Vasques,
meu primeiro professor de Astrologia, depois de Alquimia, Via Mística, Símbolos, e outros. Hoje,
ele ensina Mitologia e as suas relações com a Astrologia e as Artes em geral, em S. Paulo, Brasil.

Você também pode gostar