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Fernando Alcoforado*
É importante observar, de início, que, na tentativa de defender o governo Dilma
Rousseff, o PT e partidos aliados procuraram difundir a tese de que havia uma
conspiração das elites que, através de um golpe parlamentar, buscava apear do poder um
governo defensor dos pobres. Apesar da catastrófica devastação econômica, do colapso
da Petrobras, da corrupção sistêmica e da gestão incompetente dos governos do PT no
Brasil, algumas pessoas aderiram à tese da conspiração das elites contra os pobres. Para
entender o comportamento dessas pessoas, pode-se afirmar que algumas delas, bem
intencionadas, porém desinformadas, são movidas pela crença de que a saída do PT do
poder significaria um retrocesso para os pobres e, outras pessoas, militantes do PT e de
partidos aliados, agem, algumas equivocadamente e outras cegamente como “soldados”
em obediência ao comando de suas organizações. Todas estas pessoas defendem,
lamentavelmente, um governo que, graças à sua incompetência política e administrativa,
levou o País à bancarrota e à desmoralização das forças progressistas como alternativa
política para governar o Brasil no futuro.
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brasileiro faliu ao dobrar a dívida pública que evoluiu de R$ 1,6 trilhões em 2010 para
R$ 3,3 trilhões em 2016, além de apresentar crescimento econômico negativo rumo à
depressão, taxa de inflação acima de 10%, desemprego em massa (10 milhões de
desempregados), falência generalizada de empresas (51,4% micro e pequenas empresas,
22,2% companhias de médio porte e 26,4% de grandes empresas), desindustrialização
(10% do PIB), precariedade extrema dos serviços públicos de educação e saúde e
gargalo logístico.
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geral com as grandes lutas do povo brasileiro levadas avante nos últimos 50 anos, numa
incoerência histórica traidora. Esta incoerência se coloca em três planos: 1) ao aderir ao
modelo econômico neoliberal de subordinação do Brasil ao capital financeiro nacional e
internacional que foi introduzido pelo ex-presidente Collor; 2) pelo abandono do PT e
de suas lideranças de um princípio que se constituía no passado em uma marca do
partido, que o diferenciava dos demais, qual seja a prática da ética e da moralidade no
exercício da política como ficou evidenciado com as alianças que realizou com
“escórias” da política brasileira como Collor, Sarney, Maluf e Renan Calheiros, entre
outros, para conquistar e se manter no poder, além de adotar o método espúrio de
compra de votos no parlamento demonstrado no caso do “mensalão”; e, 3) a adoção de
uma política clientelista institucionalizando o programa Bolsa Família de transferência
de renda que, sob o pretexto de ajudar os pobres, funcionou, na prática, como
instrumento de compra de votos nas eleições.
Pelo exposto, a penalidade sofrida por Dilma Rousseff de impeachment pelo crime de
responsabilidade foi muito pequena quando deveria ser responsabilizada, também, por
ter arruinado economicamente o Brasil, quebrado a Petrobras e ter sido conivente com o
estado de corrupção política sistêmica desenfreada que é conhecido como cleptocracia,
o que literalmente significa "país governado por ladrões". O PT e seus aliados se
encaminham definitivamente para o lixo da história.