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PARÂMETROS DE QUALIDADE

adaptado de Barnes et al, ”Water and wastewater engineering systems”, CRC Press (1981)
PARÂMETROS DE QUALIDADE DA
ÁGUA
Parâmetros de utilização geral: caracterização de águas de abastecimento, residuárias,
mananciais e corpos receptores
Padrões de potabilidade: Portaria 518 (2004) do Ministério da Saúde;
Padrões de corpos d´água e Padrões de lançamento: Resolução CONAMA 20 (1986)
modificada pela resolução 357 (03/2005)

Parâmetros físicos: cor, turbidez, sabor e odor, temperatura


Parâmetros químicos: pH, alcalinidade, acidez, dureza, ferro, manganês, cloretos,
nitrogênio, fósforo, oxigênio dissolvido, matéria orgânica, micro poluentes inorgânicos e
orgânicos
 Parâmetros biológicos: organismos indicadores (coliformes fecais), algas, etc.
COR

Definição: coloração da água

Constituinte responsável: sólidos dissolvidos

Origem natural: decomposição da matéria orgânica (vegetais: ácidos húmicos e


fúlvicos); ferro e manganês
Origem antropogênica: resíduos industriais; esgotos domésticos

Importância: costuma não representar risco direto a saúde; poluição visual


(esteticamente desagradável ⇒ associação com presença de “impureza”); cloração da
água contendo matéria orgânica dissolvida responsável pela cor pode gerar produtos
potencialmente cancerígenos (ex.: trihalometanos); interferência nos processos de
fotossíntese e oxigenação do corpo d´água (equilíbrio de todo o ecossistema)
Unidade: uC (unidades de cor). Mistura de cloroplatinato de potássio (K2PtCl6)
e cloreto de cobalto II (CoCl2). Uma unidade de cor → cor de uma solução da
mistura de platina-cobalto na concentração de 1 mg L-1 (mg Pt L-1)

⇒ cor aparente e cor verdadeira. No valor da cor aparente pode estar incluída
uma parcela devida à turbidez da água (remoção por centrifugação cor
verdadeira);
águas com cor > 15 uC podem ser detectadas em um copo d´água pela
maioria das pessoas;
valores de cor da água bruta inferiores a 5 uC usualmente dispensam
coagulação química;
valores superiores a 25 uC usualmente requerem a coagulação química
seguida por filtração.
TURBIDEZ
Definição: representa o grau de interferência com a passagem da luz através da
água, conferindo uma aparência turva à mesma.

Constituinte responsável: sólidos em suspensão

Origem natural: partículas de rochas, argila; algas e outros microrganismos


Origem antropogênica: resíduos industriais, esgotos domésticos, erosão

Importância: não representa risco direto a saúde; poluição visual (esteticamente


desagradável ⇒ associação com presença de “impureza”); pode atuar como
abrigo/suporte para microrganismos patogênicos (diminuindo a eficiência da
desinfecção); interferência nos processos de fotossíntese e oxigenação do corpo
d´água (equilíbrio de todo o ecossistema).
Unidade: uT (unidades de turbidez) mistura de sulfato de hidrazina com
hexametilenotretamina; unidade nefelométrica

⇒ águas com cor ≅ 10 uT ligeira “nebulosidade” pode ser notada em um


copo d´água pela maioria das pessoas;
águas com cor ≅ 500 uT praticamente opaca ;
valores de cor da água bruta inferiores a 20 uT usualmente dispensam
coagulação química;
valores superiores a 50 uT usualmente requerem a coagulação química
seguida por filtração.
SABOR E ODOR

Definição: sabor interação entre o gosto (salgado, doce, azedo e amargo) e o odor (sensação
olfativa)

Constituinte responsável: sólidos em suspensão, sólidos dissolvidos e gases dissolvidos;

Unidade: concentração limite mínima detectável

Origem natural: matéria orgânica em decomposição, microrganismos; gases dissolvidos (gás


sulfídrico)
Origem antropogênica: resíduos industriais, esgotos domésticos

Importância: não representa risco direto a saúde (porém é uma das principais causas de
reclamação da população); valores elevados podem indicar presença de substâncias
potencialmente tóxicas
⇒ identificação e vinculação com a origem
TEMPERATURA

Definição: intensidade de calor

Unidade: 0C

Origem natural: transferência de calor por radiação, condução e convecção (atmosfera e


solo)
Origem antropogênica: torres de resfriamento, despejos industriais

Importância: elevações da temperatura aumentam a taxa das reações químicas e


biológicas; diminuem a solubilidade dos gases (ex.:OD, transferência gases com odores)

⇒ deve ser analisada em conjunto com outros paramêtros (ex.: OD) temperatura deve
proporcionar condições para as reações bioquímicas de remoção de poluentes
pH

Definição: [H+]

Constituinte responsável: sólidos e gases dissolvidos;

Origem natural: dissolução de rochas; absorção de gases da atmosfera; oxidação da matéria orgânica;
fotossíntese
Origem antropogênica: esgotos domésticos, despejos industriais

Importância: pouca implicação em termos de saúde pública (a menos que os valores sejam extremos –
irritação na pele, olhos, etc); forte influência em diversas etapas de tratamento (coagulação, desinfecção,
complexação, etc); pH baixo aumenta potencial de corrosão e pE; pH elevado promove precipitações e
incrustações; valores distantes da neutralidade podem afetar a vida aquática

⇒ diferentes valores de pH estão associados a diferentes faixas de atuação ótima de coagulantes;


variação do pH influencia no equilíbrio químico
valores elevados de pH podem estar associados a proliferação de algas
ALCALINIDADE

Definição: quantidade de íons na água que reagirão para neutralizar H+ - medida da capacidade da água
de neutralizar os ácidos (capacidade tampão)

Constituinte responsável: sólidos dissolvidos (principais espécies: HCO3-, CO32-, OH-)

Unidade: mg L-1 CaCO3

Origem natural: dissolução de rochas; reação com CO2 (da atmosfera ou oriundo da decomposição da
matéria orgânica)
Origem antropogênica: esgotos domésticos, despejos industriais

Importância: não tem implicação sanitária para água potável (mas em elevadas concentrações confere
um gosto amargo); em diversas etapas de tratamento (coagulação, desinfecção, complexação, dureza,
etc); variação de pH
processos oxidativos (como a nitrificação) tendem a consumir alcalinidade (que pode levar a redução no
pH e afetar taxa de crescimento de microrganismos responsáveis pela oxidação)
DUREZA

Definição: concentração de cátions bivalentes precipitados


dureza carbonato (HCO3- e CO32-)
dureza não carbonato (Cl- e SO42-)

Constituinte responsável: sólidos dissolvidos (Ca2+ e Mg2+)

Unidade: mg L-1 CaCO3

Origem natural: dissolução de minerais contendo cálcio e magnésio (ex.: rochas


calcárias)
Origem antropogênica: despejos industriais
Importância: não tem implicação sanitária para água potável (em determinadas
concentrações sabor desagradável e efeito laxativo; por outro lado: águas
duras menor incidência de doenças cardíacas); reduz formação de espuma,
implicando num maior consumo de sabão; causa incrustação nas tubulações de
água quente, caldeiras e aquecedores.

dureza < 50 mg L-1 CaCO3: água mole


dureza entre 50 e 150 mg L-1 CaCO3: dureza moderada
dureza entre 150 e 300 mg L-1 CaCO3: água dura
dureza > 300 mg L-1 CaCO3: água muito dura
FERRO E MANGANÊS

Constituinte responsável: sólidos em suspensão ou dissolvidos

Unidade: mg L-1

Origem natural: dissolução do solo


Origem antropogênica: despejos industriais

Importância: pouco efeito sanitário; pequenas concentrações: cor na água; altas


concentrações: sabor e odor (consumir já terá rejeitado devido a cor); precipitação e manchas

Fe e Mn ⇒ presentes nas formas insolúveis (Fe3+ e Mn4+) em grande quantidade de solos;


ausência de OD (água subterrânea ou fundo de lagos): forma solúvel reduzida (Fe2+ e Mn2+)

2 Fe2+ + ½ O2 + 5H2O → 2 Fe(OH)3 + 4 H+


Mn2+ + ½ O2 + 2H2O → MnO2 + 2 H+
NITROGÊNIO

Constituinte responsável: sólidos em suspensão ou dissolvidos

Unidade: mg L-1

Origem natural: constituinte de proteínas e vários outros compostos biológicos


Origem antropogênica: esgotos domésticos, despejos industriais, fertilizantes

Importância: nitrogênio na forma de nitrato: associado a doenças como


metemoglobinemia (síndrome do bebê azul); na forma de amônia: tóxico aos
peixes; elemento indispensável para o crescimento de vegetais e algas (quando em
elevadas concentrações pode conduzir a um crescimento exagerado desses
organismos: eutrofização).
FÓSFORO
Constituinte responsável: sólidos em suspensão ou dissolvidos ortofosfatos
(diretamente disponíveis para o metabolismo biológico - formas mais simples:
PO43-, HPO42-, H2PO4-, H3PO4), polifosfato (moléculas mais complexas com dois
ou mais átomos de P; hidrólise: ortofosfato (processo lento)) e fósforo orgânico

Unidade: mg L-1

Origem natural: dissolução de solos, decomposição da matéria orgânica


Origem antropogênica: esgotos domésticos, despejos industriais, fertilizantes,
detergentes

Importância: elemento indispensável para o crescimento de vegetais e algas


(quando em elevadas concentrações pode conduzir a um crescimento exagerado
desses organismos: eutrofização).
CLORETOS

Constituinte responsável: sólidos dissolvidos

Unidade: mg L-1

Origem natural: dissolução de minerais, intrusão de águas salinas


Origem antropogênica: esgotos domésticos, despejos industriais, irrigação

Importância: sabor salgado a água


água potável [Cl-] < 250 mg L-1

Oxigênio dissolvido
Matéria orgânica
Micropoluentes orgânicos e inorgânicos
ORGANISMOS PATOGÊNICOS
Microrganismos aquáticos ⇒ fundamental importância, principalmente com
relação a transformação da matéria dentro dos ciclos biogeoquímicos ⇒
transmissão de doenças

microrganismos presentes nos esgotos

saprófitas, comensais, simbiontes e parasitas

apenas a última categoria é patogênica e capaz de causar doença no homem

⇒ principais grupos de microrganismos: bactérias, vírus, protozoários e helmintos


⇒ origem no esgoto predominantemente humana (animais: fezes de cães e gatos;
roedores)
(condições sócio-econômicas; sanitárias; geografia; culturais; etc)
Transmissão hídrica ⇒ organismo patogênico presente na água que é ingerida

Transmissão relacionada com higiene ⇒ aquela que pode ser interrompida pela
implantação de higiene pessoal e doméstica;

Transmissão baseada na água ⇒ caracterizada quando o patógeno desenvolve


parte de seu ciclo vital em um animal aquático;

Transmissão por inseto ⇒ vetor transmissão por insetos que procriam na água
Organismos indicadores de contaminação
Detecção dos agentes patogênicos ⇒ extremamente difícil em razão das suas
baixas concentrações (demandaria o exame de grandes volumes de amostra para
detecção de poucos seres patogênicos)

em uma população apenas uma determinada faixa apresenta doenças de


veiculação hídrica
a presença de patógenos pode não ocorrer em elevada proporção nas fezes desta
população
após lançamento no corpo receptor (ou sistema de esgotos) há uma grande
diluição do despejo contaminado

[patogênicos]final ⇒ bastante reduzida ⇒ exames laboratoriais difíceis


Organismos indicadores de contaminação fecal ⇒ predominantemente não patogênicos
⇒ indicação de quando a água apresenta contaminação por fezes (potencialidade para
transmitir doenças) ⇒ grupo coliforme

presentes em grandes quantidades nas fezes humanas (109 – 1012 células por dia/hab;
1/3 – 1/5 do peso das fezes = bactérias coliformes)
(probabilidade de detecção muito superior a outros organismos)
resistência ligeiramente superior à maioria das bactérias patogênicas (maus
indicadores se morressem mais rapidamente que o agente patogênico ⇒ amostra com
ausência de coliformes poderia conter ainda patogênicos)
(se taxa de mortalidade fosse muito lenta pouco utilidade, pois tornariam suspeitas
águas já depuradas)
mecanismos de remoção de coliformes (nas ETA e ETE) iguais as bactérias
patogênicas
técnicas bacteriológicas para detecção ⇒ rápidas e baratas
Coliformes totais (CT) ⇒ presente em fezes de animais de sangue quente, mas
também em águas e solos não poluídos.

Coliformes fecais (CF) ⇒ bactérias originárias predominantemente no trato


intestinal (teste é feito em temperaturas elevadas para supressão de bactérias não
fecais) ⇒ pode ser utilizado como parâmetro de avaliação da eficiência de
processos de tratamento de água
⇒ coliformes termotolerantes

Escherichia coli (E. coli) ⇒ principal bactéria do grupo de coliformes fecais


(termotolerantes), abundantes nas fezes humanas e de animais
⇒ garantia de contaminação exclusivamente fecal (mas não só humana testes
bioquímicos sofisticados)
⇒ detecção laboratorial simples
Forma física preponderante representada pelos parâmetros de qualidade

Von Sperling, M. “Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos”, Vol. 1, DESA-UFMG (2005)
TRATAMENTO DE ÁGUA PARA
CONSUMO HUMANO
Ponto de vista tecnológico ⇒ água de qualquer qualidade pode
ser, teoricamente, transformada em água potável.

custos envolvidos e a confiabilidade na operação e manutenção


podem inviabilizar totalmente o uso de determinado curso
d’água como fonte de abastecimento

relação intrínseca entre o meio ambiente e as tecnologias de


tratamento

função da qualidade da água de determinado manancial ⇒ há


tecnologias específicas para que o tratamento seja
eficientemente realizado
somando os três sistemas João Penido, CDI (Distrito Industrial) e São Pedro, além
das ETAs compactas (uma em Valadares e outra em Torreões): 1.600 litros/segundo

4 Estações de Tratamento de Água (ETA): Dr. João Penido e Marechal Castelo


Branco (Sistema João Penido), Walfrido Machado Mendonça (Sistema CDI) e São
Pedro (Sistema São Pedro).

poços profundos → 6
*Dr. João Penido Filho - 9,7 km de extensão
*Menelick de Carvalho – 9,7 km de extensão
*Terceira Adutora - 13,5 km de extensão
Número de reservatórios: 69
Capacidade de armazenamento (total): 45.500 m3
Número de estações elevatórias (casas de bomba): 124

http://www.cesama.com.br/
As impurezas contidas na água podem encontrar-se:

-Em suspensão
Suspensões grosseiras: vegetais, restos de folhas, sílicas facilmente
capazes de flutuar ou sedimentar quando a água estiver em repouso.
Suspensões finas: turbidez, bactérias, plâncton, etc.

-Coloidais: cor, ferro e manganês oxidados, etc.

-Dissolvidas: dureza, em parte sais de cálcio e magnésio, ferro e manganês


não oxidados, etc.
TRATAMENTO DE ÁGUA POTÁVEL
Etapas de purificação:
1) Desinfecção (pré-cloração; intercloração (filtração); pós-cloração)
2) Coagulação (partícula colóides)
3) Floculação (agrupamento das partículas por força mecânica)
4) Decantação
5) Filtração
6) Correção de pH
7) Fluoração (fluoretação)
TRATAMENTO DE ÁGUAS
SUPERFICIAIS
Primeira etapa ⇒ remoção de material com maior tamanho através de barreiras
físicas (grades)

água que apresenta baixa turbidez ⇒ pode ser tratada através da decantação
direta (sem adição de substâncias químicas) e posterior filtração para remoção de
partículas menores que não se decantam naturalmente

Sedimentação ⇒ forma mais antiga e comum de tratamento de águas


usa a gravidade como agente de decantação responsável pela remoção do
material particulado suspenso em água
Processo simples de baixo custo e realizado em tanques de diferentes tamanhos e
formas.
Sedimentação ⇒ fenômeno físico no qual, em decorrência da ação da gravidade,
as partículas suspensas apresentam movimento descendente em meio líquido de
menor massa específica.

→ qualquer partícula não coloidal suspensa em um meio líquido em repouso e


de menor massa específica será acelerada pela ação da gravidade até que as
forças de resistência viscosa e de deformação do líquido sejam iguais à
resultante do peso efetivo da partícula.

Água contendo material particulado → flui lentamente para o tanque de


decantação → fica retida por um tempo suficiente para que as partículas maiores
possam decantar para o fundo do tanque.
Material que lentamente se deposita no fundo do tanque é removido
mecanicamente.
Decantador vertical : retém partículas cuja
a velocidade de sedimentação seja
superior a velocidade ascendente do
líquido (0,05-0,15 cm s-1)
Decantador horizontal : partícula em
suspensão sedimentará com uma
velocidade constante e alcançará o fundo
no tempo t (<1,25cm s-1)
⇒ material de dimensões muito pequenas que não se decanta naturalmente

percentualmente significativo das partículas presentes em águas superficiais são


tão pequenas que demorariam dias ou até mesmo semanas para se decantarem
naturalmente

⇒ parte pode ser removido por filtração

muitos casos ⇒ necessário adição de agente químico para coagular e flocular as


partículas com menor tamanho

partículas de tamanho coloidal podem ser então removidas por decantação ou


diretamente em filtros
Partículas coloidais entre 0,001 a 1 µm.

Grupo de moléculas ou íons fracamente ligados entre si.

⇒muitos casos as unidades individuais de uma partícula coloidal estão


organizadas no espaço de tal maneira que a superfície das partículas contem
grupos aniônicos

As cargas negativas da superfície da partícula repelem as partículas de sua


vizinhança, impedindo sua agregação e posterior precipitação.

A remoção de partículas coloidais é de vital importância ⇒ vírus e bactérias


perigosos que são resistentes a desinfecção posteriores.
COAGULAÇÃO
É um procedimento físico e químico onde as partículas muito pequenas são
desestabilizadas e então agregadas para que possam se decantar.

Coagulantes: adicionados na água com a finalidade de reduzir as forças


eletrostáticas de repulsão, que mantém separadas as partículas em suspensão, as
coloidais e parcela das dissolvidas.

Inicialmente agita-se rapidamente o sistema afim de aumentar a dispersão do


coagulante.
⇒agitação lenta e contínua pode ser obtida através de pás movidas mecanicamente
ou ainda por meio hidráulico através de direcionamento adequado do fluxo de água
que entra no tanque de coagulação/floculação
Em seguida o sistema é agitado lentamente permitindo o contato entre as partículas no
processo denominado floculação.
Por intermédio da ação combinada de processos químicos e físicos as partículas
coloidais que não iriam se decantar são aglomeradas formando sólidos de maior
tamanho chamado flocos.

Mais utilizados: são o sulfato de alumínio e o cloreto férrico.


Quando, por exemplo, o sulfato de alumínio é adicionado a água, o íon alumínio
hidrolisa conforme:

Al(H2O)63+ + 3HCO3- → Al(OH)3(s) + 3CO2 + 6H2O

O hidróxido gelatinoso formado transporta o material suspenso.


Normalmente não é possível se obter uma solução totalmente clarificada apenas
através do uso da decantação direta ou com a combinação com a
coagulação/floculação.

Necessário o uso da filtração na imensa maioria dos processos de tratamento.

Filtração ⇒ processo através do qual a água passa por um filtro que se constitui em
uma camada de areia fina depositada sobre camadas de cascalho ou pedregulho.
O mecanismo da filtração inclui a retenção de partículas maiores que os poros do
filtro; floculação que ocorre quando as partículas são forçadas a se aproximarem do
leito filtrante; e sedimentação das partículas nos poros do filtro.

Com o passar do tempo os poros entopem e o filtro tem que ser limpo através de
retrolavagem.
FILTRAÇÃO
Os mecanismos responsáveis pela remoção de partículas durante a filtração com ação
de profundidade são complexos e influenciados principalmente por características
físicas e químicas das partículas da água e do meio filtrante, da taxa de filtração e do
método de operação dos filtros. Considera-se a filtração como o resultado da ação de
três mecanismos distintos: transporte, aderência e desprendimento.

Partículas se movem nos vazios que tem dimensões que chegam a ser de 100 a 1000
vezes a tamanho deles.

Tamanho dos grãos, geometria, área superficial, porosidade


DESINFECÇÃO
Objetivo: destruir de microorganismos patogênicos ou não presentes na água.

As principais técnicas empregadas são:


→cloração
→ozonização
→exposição da água à radiação ultravioleta
CLORAÇÃO
Cl2 + H2O → H+ + Cl- + HClO

-os hipocloritos são mais seguros e mais fáceis de serem manuseados do que o
cloro gasoso;
-as duas espécies químicas formadas pelo cloro em água, HClO e ClO-, são
conhecidas como cloro livre disponível;
-na presença de amônia, pode formar monocloramina, dicloroamina e
tricloroamina:

NH4+ + HClO → NH2Cl (monocloroamina) + H2O + H+

-as cloroaminas são chamadas de cloro combinado disponível.


Quando o cloro é aplicado na entrada da ETA (pré-cloração) temos os seguintes
objetivos:

-Limitar o desenvolvimento de microorganismos nos decantadores e filtros;

-Melhorar as condições de coagulação, resultando em alguns casos na economia de


coagulante;

-Redução de teor de ferro e manganês


OZONIZAÇÃO
O ozônio é um gás oxidante extremamente potente, reativo e instável. Estas características permitem tratar a
água – oxidação, precipitação e sanitização – sem nenhum resíduo de ozônio após sua aplicação.
Além disso, possibilita outras aplicações visando o meio ambiente: redução dos metais às suas formas
insolúveis (normalização), quebra da cadeia dos hidrocarbonetos (dissociação) e solidificação dos compostos
orgânicos dissolvidos, causando sua coagulação e precipitação (mineralização).
OUTROS MÉTODOS
⇒remoção de contaminantes orgânicos e inorgânicos da água destinada ao
consumo humano requer, na maioria dos casos, um tratamento complementar.

⇒em função da forma com que se encontra um metal na água a ser tratada, ele
poderá ou não requerer tratamento específico para a formação de seu
precipitado, com o uso de oxidante em meio básico, ou então, o emprego de
resinas trocadoras de cátions.

⇒remoção de substâncias orgânicas voláteis pode ser conseguida com aeração,


enquanto algumas substâncias orgânicas necessitam de materiais absorvedores
como o carvão ativado.
AERAÇÃO
É comumente usada para melhoria da qualidade da água.

Objetivo de remover gases dissolvidos (H2S) e compostos organossulfurados de


odor fétido, além de compostos orgânicos voláteis.

Aumento da concentração de OD oxida Fe2+ solúvel para Fe3+ que forma então
hidróxidos insolúveis que podem ser removidos como sólidos.
PRECIPITAÇÃO E ADSORÇÃO

Quando os metais presentes na água encontram-se em estado solúvel, sua


remoção é conseguida ao aumentar o pH de modo a obter os precipitados dos
mesmos.

Para cada metal existe um valor de pH que otimiza a formação do precipitado,


porém, para valores entre 9 e 10, a remoção é elevada, mesmo por
sedimentação.

Na maior parte dos casos tem-se a filtração em lugar da sedimentação pois


geralmente o teor dos metais na água é relativamente baixo.
TRATAMENTO DA ÁGUA PARA USO
INDUSTRIAL
o principal uso industrial da água é a alimentação de caldeiras e água
resfriada;

o tratamento impróprio da água para o uso industrial pode causar problemas,


como corrosão, formação de crostas, redução da transferência de calor em trocas
de calor, redução do fluxo de água e contaminação do produto e

esses efeitos podem causar redução na performance ou falha do equipamento,


aumento do custo de energia devido à ineficiência da utilização do calor, ao
aumento do custo para bombeamento da água e à deterioração do produto.
TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS

Tratamento primário: remoção de partículas maiores – incluindo areia e lodo – o que


permite o fluxo lento através de telas e ao longo de uma lagoa.
Tratamento secundário: grande parte do material orgânico em suspensão, como aquele
realmente dissolvido na água, é biologicamente oxidado por microorganismos até CO2 e
H2O, ou convertido em lodo adicional que pode ser removido com facilidade.
Tratamento terciário: remoção de produtos químicos específicos.
TRATAMENTO TERCIÁRIO

Pode incluir alguns ou todos os seguintes processos:

-redução de DBO por remoção da maior parte do material coloidal


remanescente, usando sais de alumínio
-remoção de compostos orgânicos dissolvidos e de alguns metais pesados,
mediante sua adsorção ao carvão ativado, sobre o qual a água flui
-remoção de fosfatos, normalmente por meio de sua precipitação
-remoção de metais pesados pela adição de íons hidróxido ou sulfeto para
formar hidróxidos ou sulfetos metálicos insolúveis
-remoção de ferro por aeração efetuada a um pH elevado
DESSALINIZAÇÃO

Os íons inorgânicos podem ser removidos da água por meio do uso de uma das
técnicas listadas a seguir:
-Osmose reversa
-Eletrodiálise
-Troca iônica

ATIVIDADE: Descreva cada uma das técnicas.


DIAGRAMA

http://www.sabesp.com.br/CalandraWeb/CalandraRedirect/?temp=2&proj=sabesp&pub=T&nome=TratamentoDeEsgoto&db=
Lixo jogado no rio aponta necessidade de campanha

Fonte: Tribuna de Minas, 8/8/2010

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