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 Choque:

 O choque constitui um estado anormal de hipotensão e prostração, na


qual, o fluxo sanguíneo é inadequado para manter a atividade celular
normal, ou seja, deficiente no suprimento de sangue e oxigênio para o
organismo.O choque irreversível é definido como a incapacidade de
responder á ressuscitação.

 CHOQUE SÉPTICO
 A sepse ou sepsis é uma síndrome que acomete os pacientes com
infecções severas. É caracterizada por um estado de inflamação que
ocorre em todo o organismo, secundária a invasão da corrente
sanguínea por agentes infecciosos (geralmente bactérias).

A resposta inflamatória do organismo a uma invasão microbiana maciça


pode ser tão intensa que causa diversos distúrbios, como choque
circulatório, alterações na coagulação e falência múltipla de órgãos.

 A história é a seguinte:

Vamos imaginar um processo infeccioso localizado, como uma


pneumonia ou pielonefrite (infecção dos rins), por exemplo. Neste
primeiro momento as bactérias estão alojadas em um órgão, no caso o
pulmão ou rim, e são combatidas pelos nossos mecanismos de defesa.
Se a infecção não for rapidamente controlada, essas bactérias
conseguem acesso a circulação sanguínea e se espalham pelo corpo.

 É aí que os problemas começam. Os invasores já não se encontram em
apenas um local e as células de defesa precisam agir em vários pontos
ao mesmo tempo para combater a infecção. O nosso corpo só sabe
combater micróbios através da ativação de processos inflamatórios e
neste momento é preciso ativá-lo difusamente. A partir deste ponto,
perdemos controle sobre o processo de defesa e a inflamação fica
descontrolada, passando a ser mais danosa do que o próprio agente
invasor.

 Todo mundo já teve uma inflamação, seja no dente, na pele ou em
qualquer outro ponto do corpo. Imagine agora esse processo ocorrendo
internamente e de modo simultâneo em todos os vasos sanguíneos e
órgãos.

O processo inflamatório difuso causa uma dilatação dos vasos, levando


a uma queda abrupta da pressão arterial, que caracteriza o estado de
choque circulatório (choque séptico). Ainda nos vasos ocorre um
aumento da permeabilidade dos mesmos, facilitando o extravasamento
de líquidos para órgãos, causando a formação de edemas e inundação
dos pulmões.

 Essas alterações da permeabilidade e pressão circulatória, diminuem o
aporte de oxigênio e nutrientes aos tecidos, levando a hipóxia e falência
dos mesmos. O sistema de coagulação também é afetado e um dos
eventos mais dramáticos da sepse é a coagulação intravascular
disseminada (CIVD), um processo onde acontece simultaneamente a
formação de múltiplos trombos e a presença de hemorragias. Doente
com sepse grave pode apresentar necrose dos membros por trombose e
sangramentos do sistema digestivo.

 Quanto mais grave for a sepse, maior é o risco de morte. A sepse
severa chega a ter uma mortalidade maior que 50%. Quanto mais
precocemente for abordada, maiores são as chances de sobrevivência.

 Qualquer infecção mais grave pode levar a sepse. Para se caracterizar
uma sepse basta apresentar uma infecção e 2 dos 4 sinais e sintomas a
seguir:

- Temperatura maior que 38ºC ou menor que 35ºC


- Frequência cardíaca maior que 90 batimentos por minuto
- Frequência respiratória maior que 20 incursões por minutos
- No hemograma: Leucócitos acima de 12,000 ou abaixo 4000 cel/mm3

 Esse é o critério para definir sepse, mas não para avaliar sua gravidade.
Considera-se sepse grave aqueles que também apresentam:

- Hipotensão e choque
- Piora da função dos rins
- Queda das plaquetas
- Alteração do estado de consciência
- Dificuldade respiratória
- Alterações da coagulação
- Diminuição da função do coração

 O tratamento da sepse deve ser iniciado o mais rápido possível. Quanto
maior e mais difuso for a inflamação sistêmica, menor é a resposta e
maior a mortalidade.
 Outros fatores que pioram o prognóstico são a idade avançada, a
presença prévia de outras doenças associadas, como diabetes,
insuficiência renal, insuficiência cardíaca e imunossupressão (HIV,
transplantes, câncer...)

 O tratamento é com antibióticos para eliminar as bactérias e interromper
o fator de estímulo, e com reposição de líquidos por via venosa para
reverter a hipotensão. Nos casos de choque pode ser necessário uso de
medicamentos para estabilizar a pressão arterial. Muitos doentes
evoluem com insuficiência respiratória e renal, necessitando de
ventilação artificial e hemodiálise, respectivamente.

 Quantos mais órgãos forem entrando em falência, maior o risco de
morte. Doentes com sepse grave ou choque séptico são tratados em
CTI.
Portanto, não menospreze a presença de uma infecção, principalmente
se houver febre alta. O tratamento precoce pode evitar a evolução para
um quadro catastrófico.

 CHOQUE ANAFILATICO
 A anafilaxia ou reação anafilática é uma reação alérgica grave e
potencialmente fatal.

Toda alergia é uma resposta exagerada do sistema imunológico à


alguma substância estranha ao nosso organismo. Os sintomas comuns
das alergias não são causados primariamente por comidas, picadas de
insetos, pólen, drogas ou qualquer outra substância alérgica. Os
sintomas são causados pela ação das células de defesa chamadas de
mastócitos e basófilos, pela grande liberação de uma substância
chamada histamina.

Portanto, a reação alérgica é nada mais do que um tipo de reação


inflamatória

 Causas de anafilaxia
 Comidas: Derivados de leite, ovos, peixes e frutos do mar, soja,
amêndoas e amendoim são os mais comuns
 Picadas de insetos
 Antibióticos: Derivados da penicilina são os mais comuns
 Anti-inflamatórios: Quem tem alergia a um tipo costuma ter a todos,
inclusive aspirina e dipirona (metamizol) que não são propriamente do
mesmo grupo
 Látex
 Iodo: Incluindo contrastes para exames radiológicos e anti-sépticos para
pele.

 A anafilaxia costuma ocorrer em pacientes com histórico prévio de
alergias à alguma substância, mas pode também acometer pessoas que
nunca tiveram episódios alérgicos.

O quadro é imprevisível. Os sintomas costumam iniciar poucos minutos


após o contato com a substância alérgena, mas podem demorar até 1
hora.
Os 2 sintomas mais comuns e que ocorrem em até 90% dos casos são:

 - Urticária: É uma erupção cutânea, muito pruriginosa, caracterizada por
placas avermelhadas distribuídas pelo corpo.

- Angioedema: Inchaço da pele ou mucosa. Os mais comuns são os


edemas em volta dos olhos, nos lábios, na língua. O mais perigoso é o
edema da laringe, também conhecido como edema de glote.

 Outros sintomas que também podem ocorrer:
- Asma
- Conjuntivite
- Congestão nasal
- Comichão generalizado
- Náuseas e vômitos
- Tonturas
- Hipotensão

 É importante salientar que nem toda urticária ou angioedema significa
necessariamente um episódio de anafilaxia. Um quadro de urticária,
mesmo que generalizada, sem angioedema ou alguns dos sintomas
descritos acima, não se caracteriza como anafilaxia. Do mesmo modo,
um angioedema isolado, também não. Quadros de alergia são comuns,
mas anafilaxia ou choque anafilático propriamente ditos, são eventos
raros.

 Nos casos mais graves onde o paciente desenvolve dificuldade
respiratória, pode-se evoluir rapidamente para o óbito se não for tratado
a tempo. Esses casos mais sérios de choque anafilático normalmente
ocorrem após infusão de medicamentos por via venosa ou picadas de
insetos.

Muitas vezes a reação anafilática é bifásica, ou seja, apresenta uma


recaída dentro de 48-72h do primeiro episódio.

 Não se consegue prever quando uma pessoa vai desenvolver um
choque anafilático, porém alguns pessoas apresentam mais riscos que
outros, principalmente pacientes com antecedentes de asma ou com
episódio anterior de alergia à alguma substância.

Doentes com histórico de insuficiência cardíaca ou DPOC, correm


maiores riscos de morte quando apresentam um quadro de anafilaxia.

 Tratamento do choque anafilático

O paciente com sintomas de anafilaxia deve ser imediatamente levado


para um hospital. Quadros novos de angioedema ou urticárias também
devem ser avaliados por um médico, pois não há como prever se eles
evoluirão para choque anafilático ou não. A evolução costuma ser rápida
e por isso não se deve perder tempo.

O tratamento é feito com adrenalina, corticóides, broncodilatadores e


anti-histamínicos.
 Alguns pacientes com história conhecida de reação anafilática carregam
consigo uma seringa automática de adrenalina para auto-administração
em casos de urgência.

Todo mundo que já tenha apresentado algum reação anafilática deve


ser consultado por um alergologista. É importante também andar com
alguma identificação da doença, como uma pulseira, para o caso do
paciente estar inconsciente e não poder fornecer história no momento do
atendimento médico.

 CHOQUE CARDIOGENICO
 O choque cardiogênico é a síndrome da insuficiência circulatória aguda
caracterizada por:
 · Hipotensão arterial: pressão arterial sistólica abaixo de 80 mmHg em
indivíduos não hipertensos.
 · Queda rápida e acentuada do índice cardíaco.
 · Oligúria: diurese menor do que 25 ml/hora, traduzindo fluxo
sangüíneo inadequado aos rins.
 · Sinais de estimulação simpaticomimética: taquicardia,
vasoconstrição periférica com palidez, sudorese, extremidades frias.

 fatores desencadeantes
 O tratamento do choque cardiogênico bem como seu prognóstico
depende do agente etiológico presente.

 O choque cardiogênico é a manifestação mais grave de falência do
ventrículo esquerdo. A maioria dos pacientes em choque cardiogênico
por infarto agudo do miocárdio apresenta lesões de 3 vasos.
 A monitorização hemodinâmica à beira do leito é fundamental para o
manuseio das drogas a serem utilizadas no referido tratamento,
tornando possível o prolongamento da vida de pacientes.

 tratamento do choque cardiogênico
 O tratamento do choque cardiogênico visa corrigir as alterações
hemodinâmicas, sendo fundamental a monitorização hemodinâmica à
beira do leito, uma vez que as mudanças dos parâmetros ocorrem, nos
orientando na escolha da droga a ser usada e no ajuste das doses. Os
meios que atualmente dispomos para tratar esse tipo de choque são:
 • Sedação - Tratamento da dor: diazepam, meperidina 2 ml em 8 ml de
diluente. Aplicar 2 ml da solução EV a cada 30' até obter o efeito
desejado.
 • Oxigênio.

 • Reposição de volume:
 Essa infusão de volume está principalmente indicada no choque
cardiogênico. O objetivo com a infusão de volume é aumentar o volume
de sangue.
 Esses métodos que visam preservar o músculo cardíaco, têm
contribuído em muito para diminuir a mortalidade na fase aguda do
infarto do miocárdio, reduzindo a incidência de complicações graves
como: comunicações interventricular, insuficiência mitral e choque
cardiogênico.
 • Tratamento das complicações: infecções, insuficiência renal, etc.
CHOQUE HEMORRÁGICO é uma das maiores causas de morte após trauma.

- Agudamente: perda sanguínea maciça

- Tardiamente: sepse e/ou falência orgânica múltipla

Portanto quanto maior a duração, maiores serão os danos decorrentes da


isquemia tecidual.

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

- HIPOTENSÃO CHOQUE

- PALIDEZ CUTÂNEA HEMORRÁGICO

- HIPOTERMIA

 ACESSO VASCULAR
 Dois acessos venosos periféricos e calibrosos

 Crianças abaixo 6 anos = agulha intra-óssea


 Acesso venoso central só em último caso
 Colher amostras de sangue p/ prova cruzada e tipagem, toxicologia,
Hto/Hb,teste gravidez, gasometria

RESPOSTA À INFUSÃO INICIAL

 Parâmetros clínicos
 Diurese: - adulto: 50ml/h

- criança: 1ml/Kg/h

 URGÊNCIA E EMERGÊNCIA NO CHOQUE

- MENORES DE 1 ANO: VOLUME ESPERADO DE 2 ml/kg/hora;

- MAIORES DE 1 ANO: VOLUME ESPERADO DE 1 ml/Kg/hora

TRAUMA NA GESTAÇÃO

80%

CHOQUE + GESTAÇÃO

MORTE FETAL
COMBATER HIPOTERMIA

 SOLUÇÕES AQUECIDAS
 AMBIENTE AQUECIDO
 COLCHÕES TÉRMICOS

 OUTROS TIPOS DE CHOQUE


 Choque hipovolêmico: Devido ao decréscimo do volume liquido
provocado pela perda de sangue, plasma e líquidos do organismo,
sendo suas causas mais comuns a hemorragia, queimadura e
desidratação.
 Quadro clinico: Hipotensão associada com taquicardia, podendo haver
uma breve bradicardia.

- Pulso rápido;
- Sudorese;
- Respiração rápida e superficial;
- Apatia e coma;

 Choque Pirogênico: caracteriza-se por reação devido a presença de


pirogenos e contaminação de soluções de materiais utilizados na
administração por via endovenosa.
 Tratamento do Choque:
 O choque é uma complicação gravíssima e quando não tratada a tempo
pode levar o paciente á morte.
De um modo geral, o tratamento baseia-se em corrigir o volume,
restabelecer o tônus vascular, manter a oxigenação do paciente, evitar o
gasto de energia, prevenir complicações e combater a causa básica do
choque.

 Cuidados de emergência:
 Ao primeiro sinal ou risco de choque:
 - Manter a vitima deitada com os pés mais altos que a cabeça;
- Mantenha-a aquecida e coberta, não excessivamente para evitar a
vasodilatação.
- Se estiver consciente, ofereça água ou outra bebida morna, nunca
bebidas alcoólicas;
- Mantenha as vias aéreas desobstruídas;
- Se estiver inconsciente, deite-a de lado com a cabeça baixa, inclinada
para trás e virada para o lado.Em caso de vômito, essa posição impede
a aspiração para os pulmões;
- Nunca de nada por via oral sem que a vítima volte á consciência;
- Procure rapidamente um médico;

 Assistência de Enfermagem:
 - Estabelecer e manter via aérea permeável, iniciando os processos de
ressuscitação se necessário;
- Ministrar oxigênio;
- Assegurar uma veia e coletar amostra de sangue;
- Manter volume sanguíneo circulante, com reposição de líquidos para
corrigir a hipotensão;

 - Manter o paciente calmo e aquecido, não excessivamente para evitar
vasodilatação;
- Manter toda a medicação de emergência e material para infusão
endovenosa pronto para uso;
- Administrar medicamentos conforme prescrição médica e controlar
gotejamento de soro;
- Controle de sinais vitais de 15 em 15 minutos ou a critério médico;
- Observar se há hemorragia tentando estancar o sangramento;
- Controle de diurese, pois uma das complicações de choque
prolongado é a anúria;

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