Você está na página 1de 137

Aula 08

Professor: Vicente Camillo


Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08

AULA 08: Mercado de trabalho – determinação dos salários


no modelo keynesiano e clássico e taxa natural de
desemprego; Curva de Phillips, expectativas racionais e
inflação.

SUMÁRIO PÁGINA

1. INTRODUÇÃO 03

2. MERCADO DE TRABALHO 04

3. DESEMPREGO E NAIRU 15

4. INFLAÇÃO 28

5. CURVAS DE PHILLIPS 40

6. A DESINFLAÇÃO E A TAXA DE SACRIFÍCIO 82

7. DESEMPREGO E PRODUTO (LEI DE


89
OKUN)

8. LISTA DE QUESTÕES E GABARITOS 103

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!1!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
1. INTRODUÇÃO

Este módulo do curso é dedicado ao estudo do mercado de


trabalho. Mais especificamente, estamos interessados em como as
interações institucionais e econômicas do mercado de trabalho
provocam efeitos na oferta agregada.

A unidade básica desta interação é dada pela função de produção:

! ! !!!! !!

A produção (Y) é dependente do fator trabalho. Desde os


primórdios da economia este é um importante campo de estudo.
Atualmente, estima-se que por volta de 75% da produção dos EUA
é derivada dos trabalhadores, e não das máquinas.

Para tanto, as características institucionais do mercado de trabalho


e do desemprego, assim como da taxa natural de desemprego.

A interação entre desemprego e inflação é primordial neste tema,


pelo que também iremos aprofundar um pouco o que já discutimos
sobre inflação no decorrer deste curso. O edital não solicita a
análise da inflação individualmente, mas tão somente relacionada
como a política monetária e com o desemprego, fato que estamos
seguindo a risca neste curso. A interação com a política monetária
já foi vista, ficando pendente a interação com o desemprego.

O estudo da Curva de Phillips cumpre esta necessidade. Iremos


tratar dos 3 principais modelos, que diferem na maneira de
formação das expectativas de inflação.

Adiante, seguirão comentários sobre o trade-off entre inflação e


desemprego, ou, mais especificamente, a relação direta entre
desinflação e desemprego, expressa na taxa de sacrifício.

Por fim, será vista a Lei de Okun, pela qual é possível derivar a
quantidade e produto (curva de oferta) em termos da taxa
desemprego, entre outras relações possíveis.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!4!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
2. MERCADO DE TRABALHO
O mercado de trabalho é, por excelência, o ambiente (instituição)
onde os salários e a quantidade de trabalho são determinados, a
partir da interação entre oferta e demanda por trabalho.

Antes de partirmos para a dinâmica do mercado, precisamos definir


algumas terminologias utilizadas em sua definição.

Em relação à oferta de trabalho, resumidamente temos que:

i. População em idade ativa (PIA) – este conceito refere-se


ao total da população menos (i) a quantidade de pessoas fora da
idade de trabalho (abaixo de 10 anos), e a (ii) população carcerária.
O resultado é a população em idade e condições de trabalho.

ii. População economicamente ativa (PEA) – do resultado


obtido acima (PIA), deve-se deduzir as pessoas que não estão
trabalhando e nem procurando trabalho, como, por exemplo, os
estudantes acima de 10 anos. O resultado define a força de
trabalho, ou seja, o total de pessoas trabalhando ou procurando
emprego

iii. População não economicamente ativa (PNEA) – já


definida acima como os que não estão trabalhando e não estão
procurando trabalho. A seguinte operação pode ser feita:

PNEA + PEA = PIA

iv. Ocupados – refere-se aos empregados, ou seja, aqueles


presentes no grupo PEA que estão trabalhando. O termo ocupado é
mais amplo que o termo empregado, pois aquele refere-se aos
empregados por contra própria, empregadores e funcionários não
remunerados. No Brasil é utilizado o termo ocupado, em
substituição ao termo empregado.

v. Desocupados – das pessoas inseridas no grupo


economicamente ativo, as que não estão ocupadas. Novamente, o
termo desocupados é mais amplo que o termo desempregados. No
!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!2!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
Brasil é utilizado o termo desocupados e taxa de desocupação para
referir-se ao desemprego e à taxa de desemprego.

A finalidade de se apresentar estes conceitos é a definição da taxa


de desemprego:

!!!∀#∃!!∀!!∀#∀∃%&∀∋()∗#
!∀#∀!!∀!!∀#∀∃%&∀∋( ! !
!∀#∃%&!!∀!!∀#∃#%&∀∋%(∃)(!!∀#∃%

Portanto, o total de desempregados não se refere ao total da


população, mas ao total da População Economicamente Ativa.
Cuidado com esta diferença, pois, ora ou outra, as Bancas tentam
confundir os candidatos.

Continuando, cabe analisar a interação feita no mercado de trabalho


entre ofertantes de trabalho (trabalhadores) e demandantes
(empregadores).

A análise tradicional é feita pelos economistas clássicos, para os


quais a interação entre oferta e demanda por trabalho resulta na
determinação dos salários reais e da quantidade de emprego.

A oferta de trabalho é medida através do trade-off lazer-


trabalho. Em geral, os trabalhadores se deparam com uma escolha
a fazer: gastar mais tempo com trabalho, podendo auferir maiores
rendimentos e consumo, ou permanecer em constante “estado de
lazer”?

Mesmo que pareça uma escolha complexa, a economia procura


tratar deste tema.

Maiores salários provocam aumento na quantidade ofertada de


trabalho, assim como menores salários diminuem a oferta de
trabalho. De maneira análoga, maiores salários promovem aumento
na satisfação dos trabalhadores através do aumento do consumo,
enquanto que diminuem a utilidade usufruída pelo lazer. A
quantidade de trabalho ofertada é derivada da maximização da
utilidade do trabalhador, conceito que envolve a satisfação advinda

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!5!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
do consumo (proporcionado pelo trabalho) e do lazer
(proporcionado pelo não trabalho).

Ao unir a utilidade do lazer à possibilidade de consumo, é possível


obter a curva de oferta agregada. O salário real (w/P) é
positivamente relacionado com a oferta de trabalho (LS). No
entanto, a taxa de variação é decrescente, pelo que é possível
concluir que, a partir de certo ponto, mais salário real pode passar a
reduzir a quantidade de trabalho. Neste ponto, diz-se que o efeito-
renda supera o efeito-substituição.

Aparentemente estranho, não é? Só aparentemente.

À medida que ganhamos mais, certamente iremos oferta mais


trabalho. Mas, e se estivermos ganhando R$ 100 mil/hora. Será que
continuaremos trabalhando tanto assim? É evidente que não. Neste
caso, é muito mais interessante gastar tempo com lazer, visto que
a renda é suficiente para cobrir (quase) todas as necessidades do
indivíduo.

Como o aumento do salário real pode ser visto como o aumento do


custo das horas gastas com lazer (aumento do custo de
oportunidade do lazer), o trabalhador troca lazer por trabalho neste
caso, o que explica o efeito substituição e a relação direta entre
oferta de trabalho e aumento do salário real.

Este efeito ocorre até certo ponto. No caso, como o exemplificado


acima (salário de R$ 100 mil/hora), o efeito substituição perde
importância, assim como a troca entre lazer e trabalho. O
trabalhador prefere o lazer e eventuais aumentos do salário real
provocam redução da oferta de trabalho. Ou seja, o efeito-renda
supera o efeito substituição.

Já a demanda por trabalho é derivada a partir da produtividade


marginal do trabalho.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!6!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
Para a teoria clássica, a firma atua de maneira racional afim de
maximizar seus lucros. Deste modo, a firma irá contratar
trabalhadores adicionais até o ponto em que o custo adicional de
um trabalhador for condizente com o rendimento adicional à
produção por ele proporcionado. Faz sentido, não é? Afinal, à
empresa racional não interessa aumentos de produção que
registrem prejuízos!

Em termos econômicos, a firma vende cada unidade (Q) de sua


produção ao preço P. A produção é fabricada pelos trabalhadores,
que são contratados a partir de um salário nominal w. A variação
na quantidade de trabalho custa para a empresa (w x ∆L) (salário
nominal multiplicado pela quantidade adicional de trabalho), assim
como a receita adicional obtida com a variação no trabalho é obtida
por (P x ∆Q) (preço multiplicado pela variação na produção).

Isto significa que compensa contratar mais trabalhadores no caso


do custo adicional do trabalho ser igual ou inferior ao rendimento
extra obtido com as vendas. Matematicamente:

w x ∆L = P x ∆Q

w/P = ∆Q/∆L

w/P = PmgL

Como já sabemos, a variação na produção devido a uma variação


no trabalho (∆Q/∆L) também é conhecida como produtividade
marginal do trabalho. A empresa deve contratar até o ponto em
que o salário real (w/P) for igual à produtividade marginal
do trabalho.

No equilíbrio, a variação na produção derivada da variação no


trabalho é igual ao salário real. Mas, as firmas demandam trabalho
de maneira inversa à variação do salário real, pois elas necessitam
respeitar a restrição orçamentária e a condição de maximização de
lucros que possuem.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!3!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
Da interação entre as curvas obtemos o equilíbrio (ponto de
cruzamento das curvas) no mercado de trabalho, abaixo
representado:

PmgL; w/P

s
L

w/P*

d
L

L* L

Assim, caso os trabalhadores exijam salário reais acima do nível de


equilíbrio, a oferta de trabalho irá superar a demanda por trabalho,
evidenciando desemprego. Os desempregados irão perceber este
problema e, naturalmente, irão passar a ofertar trabalho no salário
real de equilíbrio, perfazendo a igualdade w/P = PmgL.

Algumas conclusões sobre a determinação dos salários e emprego


no modelo clássico devem ficar na mente de todos:

i. Os desempregados possuem este status apenas por que não


aceitam o salário real de equilíbrio, o que define parte do
desemprego como voluntário;

ii. A outra parte do desemprego é explicada por


movimentos transitórios entre ocupações. Como o mercado de
trabalho está em constante movimentação (contratações e
demissões ocorrem diariamente), é preciso haver tempo para que a
demanda e oferta de trabalho se equalizam. Devido a esta fricção
no mercado de trabalho, diz-se que parte do desemprego é
friccional.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!7!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
iii. Os trabalhadores estão interessados no salário real, isto é,
na quantidade de bens e serviços proporcionada pelos salários
nominais; do mesmo modo, os empresários também estão
interessados no conceito de salário real, pois avaliam a quantidade
paga ao fator trabalho em termos da quantidade produzida.

iv. O salário real é variável endógena, fora de controle.


Assim, o melhor a ser feito é deixar o mercado se autoequilibrar.
Interações que desestabilizem o modelo, como os sindicatos,
resultam em aumento de desemprego, ao elevar o nível de salário
real acima da produtividade.

v. O salário nominal é perfeitamente elástico. Assim, ele varia


no mesmo sentido da variação de preços. Caso os preços subam, os
salários nominais sobem no mesmo montante, de modo que o
salário real mantenha o mesmo valor. Para os clássicos, caso
houvesse certa resistência no ajuste do salário nominal ao nível de
preços, o resultado seria o desemprego. Como os trabalhadores
maximizam sua utilidade, devendo auferir rendimentos para
direcionar ao consumo, ora ou outra iriam aceitar a variação no
salário nominal.

O ponto de vista keynesiano difere do clássico na medida em que,


para Keynes, o salário nominal é rígido principalmente para
baixo, pelo menos no curto prazo. Os contratos de trabalho são
definidos para um horizonte temporal (digamos, por 1 ano), fato
que impossibilita variações nos salários nominais em termos de
variação nos preços. Deste modo, o salário real também irá variar,
não se situando no equilíbrio do mercado de trabalho.

Este entendimento diverso proposto por Keynes, proporciona


algumas conclusões distintas quanto ao desemprego, pois além do
desemprego friccional e voluntário há também o desemprego
involuntário. Muitos decidem trabalhar naquele nível de salário

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!8!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
real, mas não encontram emprego, afinal, o mercado de trabalho
está em desequilíbrio.

Ademais, Keynes modificou a interpretação clássica quanto à


demanda por trabalho. Para ele, a demanda por trabalho não era
apenas relacionada à produtividade marginal do capital.

Os empresários contratam fatores de produção com base nas


estimativas de demanda efetiva projetadas para o período
posterior. Assim, considerando a expectativa na quantidade de
consumo e investimento (demanda efetiva) no próximo período, os
empresários projetam a quantidade ofertada de produção,
empregando os fatores produtivos necessários para tal.
Evidentemente, a demanda assume um importante papel na
determinação da quantidade de trabalho empregada.

Adicionalmente, considerando que o valor pago ao fator trabalho é a


demanda da produção dos próprios empresários, o ajuste dos
salários nominais ao nível de salário real de equilíbrio, levando em
conta um período de recessão, seria uma redução na demanda
efetiva provocada pelos próprios empresários. Keynes considerava
este fator, previsto na teoria clássica, um paradoxo. Afinal, os
empresários não teriam interesse em reduzir o poder de compra
dos trabalhadores que, em última análise, é a demanda futura de
sua própria produção.

Assim, caso os empresários esperem aumento na demanda efetiva,


elevam a demanda pelo fator trabalho. Do contrário, reduzem a
demanda por trabalho. Deste modo, segundo os ensinamentos
keynesianos, a demanda por trabalho é resultado tanto da
produtividade marginal do trabalho quanto da expectativa da
demanda efetiva.

Sintetizando, o mercado de trabalho apresenta certa rigidez em


relação aos salários nominais, que depende do prazo de análise e

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!9!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
das instituições da cada país. Considerando o curto prazo, as
considerações keynesianas são válidas, pois os fatores que resultam
na rigidez salarial (que veremos logo mais) não se modificam.
Contudo, as conclusões clássicas captam parte da verdade quando
consideramos o longo prazo e abstraímos a análise keynesiana
sobre a demanda efetiva.

De todo modo, podemos analisar as instituições influentes no


equilíbrio de mercado de trabalho e compreender melhor a razão da
rigidez dos salários nominais. Seguem abaixo, com os detalhes
necessários:

• Contratos Salariais Formais


Os contratos formais estabelecidos entre os ofertantes
demandantes por trabalho, representam a forma mais básica de
rigidez salarial, pois fixam o valor do salário por determinado
período de tempo. O nível de desenvolvimento do país possui
relação com a quantidade de contratos no mercado de trabalho;
países desenvolvidos possuem maior nível de formalidade no
trabalho e, consequentemente, maior número de contratos.

• Sindicatos
Os sindicatos representam o poder de barganha dos trabalhadores.
Quanto mais sindicalizado o setor, mais influente os trabalhadores
na determinação dos contratos salariais. Ademais, a existência dos
sindicatos permite aos trabalhadores negociar salários reais acima
do equilíbrio dado pelo mercado de trabalho, além de mantê-lo em
períodos de recessão econômica.

• Centralização/Descentralização das Negociações


A esfera da negociação salarial é também relevante na
rigidez/flexibilidade do mercado de trabalho. Mercados de trabalho
cuja negociação é centralizada (possuem nível nacional),
apresentam maior rigidez; ao contrário, nações cuja negociação é
descentralizada apresentam maior flexibilidade dos salários reais

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!1:!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
• Prazo dos Contratos Salariais
Já citamos que os contratos formais influenciam a rigidez salarial
em termos de tempo. A influência do tempo na rigidez é um tanto
quanto óbvia e intuitiva. No entanto, outro fator temporal deve ser
analisado. O grau de sincronização do prazo dos contratos também
influencia a variação dos salários.

Há sincronização total quando todos os contratos são estabelecidos


ao mesmo tempo com a mesma validade no tempo. É o caso de
negociações centralizadas. Contudo, quando os contratos são
distribuídos no decorrer do tempo, o mercado de trabalho apresenta
mais rigidez, pois qualquer mudança na economia leva tempo até
ser refletida em todos os contratos de trabalho. O resultado: os
salários nominais são mais rígidos.

• Salário Mínimo e Outras Medidas Governamentais


É fato que umas das funções do governo é promover a manutenção
da renda real e da estabilidade econômica, auxiliando na promoção
do bem estar social.

O estabelecimento do salário mínimo é um bom exemplo. O piso


salarial, quando estabelecido formalmente, influencia na rigidez
salarial. Os trabalhadores passam a exigir, pelo menos, o valor do
salário nominal igual ao salário mínimo. Caso haja uma retração
econômica, com queda brusca de preços e salários reais, a fixação
do salário mínimo promoverá rigidez do salário real (elevando o
salário real).

Do mesmo modo, o Governo pode promover outras maneiras de


influenciar o mercado de trabalho, como, por exemplo, conceder
incentivos fiscais ao setor privado (política fiscal expansionista) para
controlar aumentos salariais.

• Indexação Salarial

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!11!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
Indexar salários significa reajustar os salários com base em alguma
variável observada no passado. Na prática, a indexação é feita em
relação aos preços e pode ser expressa da forma que segue:

!!! ! !!∀ ! !!!!!!

O salário no período futuro (w+1) é função de alguma proporção (!)


do nível de preços mais outros fatores aleatórios (!). Caso, por
exemplo, a proporção sejam 100%, o salário futuro será reajustado
em linha com a variação de preços.

Duas conclusões são essenciais: (i) a indexação perpetua o


aumento de preços, pois promove a chamada inércia inflacionária (a
variação dos preços é também explicada pela variação passada nos
preços); (ii) a indexação promove rigidez no salário real, ou seja, a
variação nos salários nominais acompanha a variação da inflação,
mantendo o valor do salário real (este é o próprio objetivo da
indexação salarial).

Para dar toques de realidade na análise, segue o Quadro 1, que


discute a influência das instituições no mercado de trabalho no caso
dos EUA e da Europa, quando da ocorrência do Choque do
Petróleo1.

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
!
∀#∃∀!∀#∃%&#%∋%()#∗+,%∃+−.%/∀.+0#%∋%(12+%&∋()∀&∗+∀,&−−&.∗∀/01112∀
2
É comum se deparar com a afirmação de que a taxa natural de desemprego
!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!14!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08

Quadro 1 – Instituições no Mercado de Trabalho e os Choques do


Petróleo
O choque do petróleo verificado nos anos 70 impactou o custo das companhias
e, consequentemente, a demanda por trabalho. No entanto, a presença de
instituições variadas entre países promoveu efeitos diversos em cada um
deles. Neste quadro, apresentaremos as diferenças entre EUA e Europa.

Resumidamente, temos que a função de produção, apresentada na Aula 02, é


positivamente relacionada com capital e trabalho. Adicionalmente, podemos
adicionar os insumos de produção na função. Assim, quanto mais insumos
(como petróleo), maior a quantidade produzida, revelando produtividade
marginal positiva do insumo.

Assim, o aumento do preço do petróleo e queda na demanda pelo insumo


reduziu a produtividade marginal dos fatores de produção, revelando, inclusive,
menor PmgL (a mesma quantidade de trabalho passou a produzir menos após
o choque). Assim, a curva de demanda por trabalho foi afetada de maneira
exógena, deslocando-se à esquerda:

No caso da flexibilidade dos salários, o choque de oferta (aumento nos preços


do petróleo) levaria a economia do ponto representado pelo círculo até o ponto
representado pelo quadrado. A redução na PmgL deslocou a demanda por
trabalho, reduzindo o salário real. No entanto, caso exista rigidez salarial, o
nível de salário real não varia e a economia encontra-se no ponto representado
pelo triângulo. Neste, observa-se maior oferta de trabalho do que demanda,
evidenciando a existência de desemprego (que não é visto no caso de perfeita
flexibilidade).

De fato, o choque nos preços do petróleo provocou desemprego nos EUA e


nos países da Europa. No entanto, nestes o desemprego persistiu por maior
período de tempo, do que nos EUA.

Uma das possíveis causas para este fato é a maior rigidez salarial verificada na
Europa, visto a existência de instituições mais fortes no mercado de trabalho
(como sindicatos).

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!12!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
3. DESEMPREGO E NAIRU

Já definimos o conceito de desempregado, além de citar que, para


pertencer a este grupo, o indivíduo deve atender as seguintes
condições: (i) estar dentro de determinada faixa etária; (ii)
estar desempregado; (iii) estar procurando trabalho e
disposto a trabalhar.

A taxa de desemprego (Desocupados/PEA) reflete o percentual de


indivíduos que atendem às condições acima citadas, seja voluntária,
involuntariamente ou friccional.

Não obstante, nosso interesse, sobretudo em relação aos tópicos a


seguir, está na definição da Taxa Natural de Desemprego (Non-
Accelerating Inflation Rate of Unemployment, NAIRU). Como o
próprio nome em inglês sugere, a taxa natural de desemprego é
aquela que não acelera a taxa de inflação2.

Veremos adiante na Curva de Phillips, como os economistas


interpretam as variações da inflação em termos da variação na taxa
de desemprego. Também citaremos que a taxa natural é aquela em
que a inflação adquire estabilidade, ou seja, aquela em que a
inflação esperada é igual ao nível real verificado.

No nível natural, a taxa de desemprego também representa o pleno


emprego. Destas definições, algumas condições se sobressaem:

i. Considerando que a taxa natural não acelera a inflação, pode-


se afirmar que, neste nível de emprego, o produto real é
semelhante ao produto potencial. A economia opera na capacidade
possibilitada pelos fatores de produção, não havendo
excesso/déficits de oferta;

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
2
É comum se deparar com a afirmação de que a taxa natural de desemprego
é aquela em que os preços não variam (muitos materiais e provas cometem
este erro). Na verdade, a NAIRU não permite a aceleração da inflação.
Contudo, a inflação é, por excelência, variação de preços. Assim, a NAIRU
não provoca variação da taxa de variação dos preços.
!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!15!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
ii. Na taxa natural de desemprego, o desemprego é friccional e
voluntário, assim como sugerido pela economia clássica; bem da
verdade, o desemprego representa a vontade pessoal e a dinâmica
do mercado de trabalho, na qual trabalhadores estão
constantemente mudando de trabalho, assim como as empresas
estão variando o estoque de trabalho empregado;

iii. Por fim, a diferença entre o desemprego efetivo e o


desemprego natural representa o desemprego cíclico, ou seja,
representa a diferença entre o nível de pleno emprego (ocupação
total dos fatores de produção) e o nível real de emprego, com
fatores de produção subutilizados (produto efetivo < produto
potencial).

Vista de outro prisma, a taxa natural de desemprego


representa o desemprego estrutural. Ou seja, as variações
cíclicas (de curto prazo) do produto não conseguem reduzi-la de
maneira significativa. Para tanto, necessariamente deve-se
modificar questões institucionais e estruturais da economia.
Abaixo, uma questão sobre o assunto:

01. (CESPE - Consultor Legislativo (SEN)/Economia -


Agricultura/2002) A taxa natural de desemprego é aquela
que prevalece quando a economia está produzindo no nível
de seu produto potencial.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!16!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
Questão direta. De fato, a taxa natural de desemprego
coincide com o produto potencial, pois é a taxa compatível
com o emprego de todo o fator trabalho que aceita o nível de
salário real, ou seja, é compatível com a existência apenas
de desemprego voluntário e friccional.
GABARITO: Certo

O método de cálculo da taxa de desemprego natural não é


unanimidade entre os economistas. Não obstante, alguns métodos
podem ser utilizados, como mencionados abaixo:

i. Estabelecer a média da taxa de desemprego para um período


determinado de tempo (médio a longo prazo), de modo a minimizar
os efeitos de desemprego cíclico;
ii. Selecionar determinado ano que se considera a economia
operando no pleno emprego com taxa de inflação estável;

iii. Ou, de maneira análoga, calcular a Curva de Phillips ampliada


pelas expectativas (veremos como no próximo tópico) para
determinado período e encontrar a taxa de desemprego que não
resulta em variação da taxa de inflação, ou seja, a taxa de
desemprego que corresponde à taxa de inflação não-
aceleracionista.

Independente do método utilizado, se verá que a taxa natural de


desemprego é mutável, a depender das questões institucionais,
entre outras, que apresentamos abaixo:

• Migração e Demografia
A taxa natural de desemprego pode ser calculada a partir da média
ponderada da taxa natural de desemprego dos grupos
demográficos. Assim, podemos considerar, por exemplo, a média
entre as faixas etárias da população. Naturalmente, caso aumente a
parcela de determinada faixa etária que apresenta maior índice de

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!13!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
desemprego, a taxa natural irá aumentar. O mesmo raciocínio
aplica-se à migração.

• Salário Mínimo
Além de influenciar a rigidez salarial, o salário mínimo provoca
efeitos na determinação da NAIRU. A fixação do salário mínimo
acima do nível de equilíbrio de mercado pode provocar aumento da
taxa natural de desemprego, ao não incentivar a contratação de
mais trabalho.

Controvérsias à parte, o salário mínimo afeta mais a contratação de


trabalhadores menos qualificados, que apresentam menor
produtividade do trabalho. Uma das evidências empíricas é a
informalidade do trabalho presente em diversos países nos setores
de menor produtividade e baixa escolaridade.

• Variabilidade Setorial
A economia é composta por diversos setores, e isto influencia a
determinação da NAIRU de duas maneiras.

Primeiro, os setores se expandem/contraem de maneira variada.


Alguns estão contratando, enquanto outros estão demitindo. Mas, a
mobilidade do fator trabalho não é imediata e livre de custos de
transação, o que acarreta elevação na taxa natural de desemprego
(chamado de hiato na recolocação intersetorial de mão de obra).

Segundo, alguns setores necessitam de mais fator de trabalho do


que outros. Assim, caso o crescimento econômico é liderado pelo
setor com maior dotação de fator trabalho (indústria, por exemplo),
a taxa natural tende a cair. Caso contrário, tende a subir. Atenção
ao termo “tende”, pois diversos outros fatores podem influenciar,
modificando as considerações aqui realizadas. No momento da
prova, há que se ponderar a respeito.

• Seguro Desemprego

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!17!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
O seguro desemprego influencia a taxa natural pois reduz o custo
no status de desemprego do indivíduo. Quanto maior a taxa de
desemprego, mais a propensão ao indivíduo se manter desemprego
enquanto recebe o benefício, elevando a taxa natural.

Podemos pensar nisto da mesma forma que pensamos no efeito


substituição. Ao estabelecer a razão entre seguro desemprego e a
renda líquida auferida pelo trabalho (seguro/renda líquida), quanto
maior o número, maior a propensão a gastar as horas com lazer, ou
seja, fora do trabalho.

Mais uma vez há que se ponderar o assunto. Afinal, o seguro


desemprego representa um importante benefício em períodos de
recessão econômica e, se bem utilizado, pode ser útil na
manutenção da renda e demanda agregada.

• Sindicatos
As considerações sobre sindicatos na taxa natural seguem as
mesmas observações feitas no tópico sobre rigidez salarial.

Quanto maior o poder dos sindicatos, maior o poder de barganha


dos trabalhadores em pleitear salários reais acima do nível de
equilíbrio e maior a taxa natural de desemprego.

Novamente, esta relação é objeto de ponderação. Considerando os


sindicatos centralizados e com forte presença em todo o país, quase
todos os trabalhadores estão sob o âmbito do sindicato, pelo que
usufruem de maior proteção. No caso de um choque de oferta
(como vimos no Quadro 01), a proteção sindical reduz os efeitos
sobre o salário, ao passo que majoram a taxa natural; sindicatos
descentralizados, ou mais fracos, não possuem tanta influência na
determinação dos salários, mas tendem a influenciar em menor
variação da taxa natural.

• Impostos diretos

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!18!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
A relação entre impostos sobre a renda e a taxa natural é direta e
intuitiva. Quanto maior os impostos sobre a renda (sobretudo sobre
as rendas mais baixas), mais elevado o incentivo a não trabalhar e
a não contratar, elevando a taxa natural. A informalidade surge
como alternativa a este cenário. Analiticamente, a elevação dos
tributos diretos interfere na relação w/P=PmgL, ao passo que
torna, para o empregador, o salário real maior que a produtividade
marginal do trabalho.

• Histerese
A histerese é um efeito amplamente discutido entre os economistas,
mas pouco citado pelos materiais didáticos.

Há histerese quando a variação de um agregado (variável),


resultado de uma força externa, não retorna ao nível anterior,
mesmo depois da retirada desta força. A histerese é estuda pela
física (mas, não me perguntem para quê).

Assim, a taxa natural de desemprego pode ser aumentada, caso o


desemprego cíclico aumente.

Um exemplo pode elucidar o fato. Considerando uma recessão


temporária, os empresários irão demitir e elevar a taxa de
desemprego. Na medida em que a economia volta a crescer, os
empresários podem aproveitar o momento e substituir certos
trabalhadores por capital (aproveitando avanços tecnológicos).
Deste modo, parte dos trabalhadores não consegue recolocação
imediata no mercado de trabalho, elevando a taxa natural de
desemprego mesmo após a recessão passar.

Certamente, há inúmeras ponderações a serem feitas. No entanto,


memorizem a lógica da histerese que é suficiente para todos os
concursos.

Bom, acredito que estas discussões, baseadas em conceitos de


economia política, são suficientes para a prova. Como já

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!19!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
mencionamos, ponderações devem ser feitas; no entanto, deve-se
memorizar o mérito de cada uma e como elas podem influenciar a
taxa de desemprego natural e rigidez salarial. No decorrer da aula
trataremos da NAIRU de forma analítica.

Antes, seguem questões sobre o assunto:

02. (ESAF - Analista de Comércio Exterior/1998) Uma


maneira possível de reduzir a "taxa natural" de desemprego
de uma economia seria

a) aumentar o valor do salário mínimo real


b) praticar uma política monetária expansionista
c) praticar uma política fiscal expansionista
d) aumentar o volume de informações sobre oferta e demanda por
trabalhadores
e) aumentar o valor dos benefícios do seguro-desemprego em
termos reais

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!4:!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
A taxa natural de desemprego é determinada por questões
institucionais (estruturais). Deste modo, a adoção de política
econômica expansionista em nada ajudaria, por ser tratar de
medida para variar a taxa de desemprego conjuntural, pelo
que as alternativas b e c estão erradas.
Aumentar o valor do salario mínimo real e o valor do seguro-
desemprego em termos reais resulta em aumento da taxa de
desemprego, pois a demanda por trabalho está inversamente
relacionada com o valor do salário real, pelo que as
alternativas a e e estão incorretas.
Aumentar o volume de informações sobre oferta e demanda
por trabalhadores tem como efeito reduzir os custos em se
ofertar/demandar trabalho, reduzindo a taxa natural de
desemprego.
Este fator é compatível com uma mudança institucional,
como, por exemplo, a adoção de novos canais de
comunicação que centralizam a oferta e demanda de
trabalho.
GABARITO: LETRA D

03. (CESPE - Analista de Comércio Exterior/2008) Os


fatores que afetam o desemprego estrutural de determinada
região incluem a concentração industrial, o ritmo da
evolução tecnológica e a imobilidade da força de trabalho.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!41!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
De certo modo, estas observações completam as que foram
citadas na aula sobre determinantes da taxa de desemprego
natural (ou estrutural).
A concentração industrial indica a existência de monopólio
ou oligopólio, resultando em emprego do fator trabalho
inferior ao de concorrência perfeita.
O ritmo da evolução tecnológico pode resultar em extinção
de maior número de postos de trabalho do que criação de
novas vagas. Notadamente, isto pode ocorrer devido à
substituição do fator trabalho pelo capital e também pela
necessidade de fator trabalho mais especializado, nem
sempre existente na região considerada.
Por fim, a imobilidade da força de trabalho pode também
afetar o desemprego estrutural. Atualmente, a cadeia
produtiva é dividida globalmente, além de apresentar
mobilidade em função dos custos do trabalho. Assim, caso
vagas sejam extintas em determinada região cujo fator
trabalho possui imobilidade, a taxa natural de desemprego
irá aumentar
GABARITO: Certo

(CESPE/MTE/AFT/2013) Considere uma economia descrita


pelas seguintes condições matemáticas:

Nesse sentido, considere que:


p é o preço;
w é o salário nominal;
λ e a produtividade do trabalho; e 1/λ o requisito unitário
de mão de obra;

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!44!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
τ e o mark-up; zp representa o conjunto de instituições
existentes no mercado de bens que deslocam o preço dos
produtos industriais;
E é a taxa de emprego; e zw representa as instituições do
mercado de trabalho, incluindo seguro-desemprego,
densidade sindical ou proporção dos trabalhadores cobertos
por acordos coletivos;

é a derivada da função f em relação ao mark-up;

é a derivada da função f em relação as instituições do


mercado de bens;

é a derivada da função b em relação ao emprego;

é a derivada da função b em relação as instituições do


mercado de trabalho.
Acerca dessa economia, julgue os itens que se seguem.

04. (CESPE/MTE/AFT/2013) Se essa economia passar a ser


regulamentada por um conjunto de leis que permitam maior
flexibilidade nas relações trabalhistas, o resultado será o
deslocamento para baixo da curva de determinação salarial,
com redução da taxa natural de desemprego.

05. (CESPE/MTE/AFT/2013) A longo prazo, o desemprego


nessa economia será igual a zero.

06. (CESPE/MTE/AFT/2013) O aumento do seguro-


desemprego, em equilíbrio, acarreta o aumento do
desemprego observado.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!42!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08

07. (CESPE/MTE/AFT/2013) A taxa de desemprego de


equilíbrio independe da estrutura sindical da economia.

08. (CESPE/MTE/AFT/2013) Na economia em questão, as


firmas conseguirão contratar a quantidade desejada de
trabalhadores, bastando que seja respeitada a condição de o
salário real ser maior ou igual à produtividade marginal do
trabalho.

04. Este conjunto de questões demonstra muito bem o que


podemos esperar para a prova do BACEN. A questão fornece
um pouco de matemática para complicar a vida, em que pese
ela não servir para quase nada.
Podemos considerar as observações institucionais feitas
para o mercado de trabalho e para a taxa natural de
desemprego para responder todos os itens tranquilamente.
Vejamos:

A flexibilidade no mercado de trabalho confere menores


custos para a demanda por trabalho, ou seja, reduz o valor
do salário real. Como visto durante a aula, a redução do
salário real eleva, ou ajusta, a demanda por trabalho,
reduzindo a taxa desemprego. Caso esta modificação
institucional seja permanente, a redução ocorrerá também
na taxa natural de desemprego, como afirma a questão.

Matematicamente, podemos visualizar isto pela >0, o


que significa que o fortalecimento das instituições aumenta
b, elevando o salário. Contrariamente, a flexibilização das

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!45!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
instituições de trabalho reduzem b, assim como o salário,
incentivando o aumento do emprego.
GABARITO: CERTO

05. A presença de instituições no mercado de trabalho, tais


como os sindicatos, resultam em elevação do salário real
acima do nível de PMgL, o que inviabiliza a taxa de
desemprego zero. Ademais, mesmo que a economia se
encontra na taxa natural de desemprego, ela é maior do que
zero.
GABARITO: ERRADO

06. Como vimos na exposição sobre fatores que influenciam


o mercado de trabalho e a NAIRU, o aumento do seguro
desemprego eleva a propensão a não trabalhar dos
trabalhadores, pois eles podem dispender horas com lazer e
auferir remuneração. Assim, este fato acarreta aumento da
taxa de desemprego.
GABARITO: CERTO

07. A estrutura sindical da economia é um importante fator


na determinação da taxa de desemprego natural, ou de
equilíbrio, da economia. Há diversas evidências sobre a
influência do poder dos sindicatos na determinação dos
salários, e consequentemente, níveis de emprego da
economia.
GABARITO: ERRADO

08. Simplesmente errado. Como já vimos, revimos, e vimos


de novo, a firma demanda trabalho no ponto em que w/P =
PMgL. No caso de salário real acima da produtividade
marginal do trabalho, as firmas deixam de contratar a

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!46!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
quantidade de trabalhadores que deseja, reduzindo a
eficiência e a produção.
Visto de oura forma, a presença de instituições no mercado
de trabalho não asseguram o equilíbrio entre oferta e
demanda por trabalho como considerado pelo livre mercado.
As instituições podem resultar em aumento do salário real
acima da produtividade do trabalho, provocando redução na
demanda por trabalho.
GABARITO: ERRADO

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!43!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
4. INFLAÇÃO
À primeira vista pode parecer estranho o tema inflação estar
presente no capítulo referente ao Mercado de Trabalho. Mas, não.

Após o desenvolvimento dos tópicos referentes à inflação será


compreendida a importância do estudo da inflação no âmbito do
mercado de trabalho.

Define-se inflação como a variação percentual de preços.


Notadamente, podemos ter variação única, assim como variação
persistente dos preços. A primeira é resultado de choques ou
problemas conjunturais (momentâneos). A segunda é consequência
de problemas econômicos estruturais, os quais acompanham o
passar do tempo de maneira prolongada, resultando, inclusive, em
hiperinflações (grau mais severo de inflação).

Neste tópico seremos diretos e objetivos. Serão pontuados os


aspectos fiscais, monetários e choques que podem influenciar a
inflação que funcionam como introdução ao estudo do
relacionamento entre inflação e desemprego, dado pelas diferentes
Curvas de Phillips.

• ASPECTOS FISCAIS E MONETÁRIOS X INFLAÇÃO

O setor público têm motivos relevantes para apresentar déficit


fiscal, como, por exemplo, praticar política fiscal expansiva quando
a economia se encontra em recessão.

De todo modo, para financiar os gastos públicos que superam o


valor das receitas, o governo pode captar empréstimos com o setor
privado, utilizar a poupança externa (reduzir as reservas
internacionais), elevar os tributos, além de emitir moeda.
Algebricamente, podemos demonstrar a situação como segue:

!!!! ! !!!!! ! ! !! ! !!!! ! ! !!! ! !!!!!


! ! ! ! ! ! ! ! !!!!!! ! ! !! !!!!! !!

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!47!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
sendo:

!!!! ! !!!!! ! variação na receita pública via lançamento de

títulos

!!! ! !!!! ! variação na receita pública via emissão de moeda

!!!!! ! !!!!! ! variação das reservas em ativos estrangeiro pela


autoridade monetária multiplicada pela taxa de câmbio
vigente

!!! ! ! ! !! déficit orçamentário (gastos do governo –


tributos)

!!!!!! pagamento de juros sobre os títulos emitidos no

período anterior

!!!! !!!!! !!recebimento de juros pelas reservas internacionais


acumuladas.

O conhecimento da expressão propriamente dita é desnecessário.


Serve apenas para organizar as ideias e aos mais hábeis em
matemática.

A seguir seguem resumidas as ideias por ela expressas: ao lado


esquerdo está presente as formas de receita do governo, que pode
ser (i) via emissão de títulos; (ii) pela emissão de moeda; e (iii)
pela acumulação de reservas internacionais, quando o país
apresenta superávit em transações correntes. O lado direito
apresenta as formas de gasto: (i) consumo e investimentos menos
a receita de tributos; (ii) o pagamento de juros dos títulos públicos
emitidos em período anterior; e (iii) a receita de juros das reservas
internacionais acumuladas.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!48!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
Ademais, podemos pontuar algumas conclusões sobre a relação
supracitada3:

• Considerando o regime cambial de taxa fixa, e equilíbrio no


mercado monetária (demanda por moeda = oferta de moeda), a
cobertura do déficit público é feita apenas via empréstimos
internacionais. Mesmo que o ente público tente tomar empréstimos
internamente, a variação na base monetária resultante deve ser
compensada com a variação de reservas, pois a taxa cambial deve
ser mantida no nível anunciado. Assim, enquanto o governo
manter déficit público e estoque de reservas internacionais,
ele pode evitar a inflação. No limite, ao zerar as reservas
internacionais com a cobertura do déficit, o governo deverá
depreciar a moeda. Provavelmente ocorrerá o fenômeno do
overshooting, majorando os preços internos de bens internacionais,
e a inflação. Esta é a relação entre inflação e déficit público em um
regime de câmbio fixo.

• Ao passar para o regime de câmbio flutuante, a única maneira


do país financiar o déficit é via emissão de moeda. De acordo com o
modelo, as reservas já se esgotaram, assim como a emissão de
títulos já atingiu o limite (veremos adiante o porquê). Neste caso, o
déficit é financiado via emissão de moeda. Mas, ao emitir mais
moeda, o governo provoca o ônus da inflação, que é suportado pelo
setor privado através do imposto inflacionário. Assim, o imposto
inflacionário multiplicado pela variação real da base monetária
(senhoriagem) é igual à receita do ente público.

• Por fim, sabemos que o déficit pode ser financiado via


emissão de títulos !!!! ! !!!!! !. Em resumo, a cobertura do déficit

via lançamento de títulos adia a ocorrência do imposto inflacionário.


Quanto maior a quantidade de títulos lançados, mantendo-se
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
3
∀4&−&∀ ∋&+&∀ ∋5∗∋67)859∀ :&;<)=∀ ∗=∋=))>−.5∀ ∃&∗.?76&≅Α=)∀ ∋5∃∀ =)Β&∀ =Χ?−=))859∀ ∆7=∀
5∃.Β.−=∃5)Ε∀
!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!49!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
constante o déficit, haverá aumento da dívida pública e elevação
dos juros cobrados nesta operação (deslocamento da IS à direita).
Quando este ponto chegar, a emissão de novos títulos não será
mais uma possibilidade viável, tendo em vista os altos juros, e o
governo deve recorrer ao financiamento via emissão de moeda.

Portanto, lembre-se:

No regime de câmbio fixo, o governo administra o déficit


sem gerar inflação, pois, mesmo que tome empréstimos
internamente, o excesso de dinheiro é compensado pela
perda de reserva, ou seja, em última instância o déficit é
financiado pela redução de reservas internacionais.

Com taxa flutuante, o déficit é financiado via emissão de


moeda, resultando em receita para o governo igual ao
imposto inflacionário multiplicado pela variação real da base
monetária (senhoriagem). Mesmo que o governo recorra ao
financiamento via emissão de títulos, o problema apenas é
adiado.

A possibilidade de financiamento do déficit via emissão de moeda já


foi anunciada. Mas, como se relacionam imposto inflacionário e
senhoriagem? Mais objetivamente, o déficit pode ser financiado até
quando via emissão de moeda?

A senhoriagem é definida como a variação percentual da base


monetária entre o período passado e o presente multiplicada pelo
estoque real de moeda. Assim:

! ! !!! !
!! ! !
! !

O imposto inflacionário é definido como a perda de poder de compra


em face ao aumento da base monetária, que pode ser do seguinte
modo expresso:

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!2:!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
! ! !!! !
!∀ ! !! !
! !

O valor da senhoriagem e do imposto inflacionário não são


iguais. Como o governo necessita manter o financiamento do
déficit, ao passar do tempo ele irá elevar a quantidade de moeda
emitida. Como consequência, a inflação irá variar positivamente,
resultando em perda de valor real do estoque de moeda em
circulação. Pela expressão da senhoriagem, ao passo que P
aumenta, mais quantidade de moeda deve ser emitida para gerar o
mesmo ganho de receita ao governo. Deste modo, a senhoriagem
é decrescente com o aumento da oferta monetária.

O imposto inflacionário tem caráter inverso. Ao passar do tempo,


com o aumento da quantidade de moeda para financiar o déficit os
preços aumentam, assim como o imposto inflacionário.

As duas variáveis são iguais tão somente quando a


quantidade real de moeda em circulação é constante (M/P),
ou seja, quando a variação de moeda é igual à variação de
preços.

Portanto, podemos considerar que há uma taxa ótima de inflação,


pela qual o governo maximiza seus ganhos de senhoriagem. A
partir desta taxa, a persistência do déficit financiado via emissão de
moeda, aumenta mais a inflação do que a quantidade de moeda em
circulação, exigindo quantidades cada vez mais elevadas de moeda
para a mesma receita de senhoriagem. A insistência deste processo
pode acarretar em hiperinflação.

A solução para o problema é, quase sempre, resolver sua causa: o


déficit público.

Vejamos a maneira como as bancas costumam cobrar este assunto:

09. (ESAF - Analista de Finanças e Controle


(STN)/Economico-Financeira/2013) O financiamento do

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!21!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
gasto público por intermédio da criação de moeda de alta
potência gera uma espécie de tributação explícita. Sendo
assim, o governo pode obter montantes significativos de
recursos ano após ano pela emissão de moeda.

a) Essa receita tributária será aumentada se a economia estiver


operando sob o regime de metas de inflação.
b) Essa fonte de receita não é absorvida pelo público sob a forma
de moeda.
c) O efeito inflacionário dessa expansão monetária para financiar o
gasto público é anulado com a redução da alíquota do imposto de
renda.
d) O efeito inflacionário dessa expansão monetária para financiar o
gasto público é anulado quando há regime de câmbio fixo.
e) Essa fonte de receita é conhecida como senhoriagem, que é a
capacidade de o governo arrecadar receita por meio de seu direito
de criar moeda.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!24!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
A questão trata da senhoriagem, que nada mais é do que o
financiamento de gastos públicos através da emissão de
moeda pela autoridade monetária.
Ao emitir mais moeda, o governo aumenta seu poder de
compra, que pode ser calculado através do valor nominal da
moeda criada (-) o custo para produzi-la, ou, de maneira
análoga, através do valor real possibilitado pela nova
quantidade de moeda em circulação.
É importante entender que ao aumentar a receita de
senhoriagem, a autoridade monetária gera efeitos
inflacionários na economia, transferindo renda do setor
privado para o setor público. Este efeito é chamado de
imposto inflacionário.
Vamos aos itens:
a) caso a economia esteja sob um regime de metas de
inflação, a autoridade monetária deverá respeitar o limite de
inflação, ou seja, a emissão de moeda e os ganhos de
senhoriagem possuem esta limitação; consequentemente o
imposto inflacionário também será menor
b) como explicado acima, ao passo que o governo gera
ganhos de senhoriagem ao emitir moeda, o setor privado
arca com o ônus através do imposto inflacionário, de modo
que a receita de senhoriagem é absorvida pelo setor privado
na forma de moeda
c) a senhoriagem gera pressões inflacionárias por si só; a
redução na alíquota do imposto de renda provoca aumento
da renda disponível do setor privado, o que pode fomentar a
demanda da economia e alimentar ainda mais a inflação.
d) a senhoriagem gera pressões inflacionárias por si só,
independentemente do regime de câmbio da economia; no
caso de câmbio fixo, a elevação da inflação provoca
valorização do câmbio real.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!22!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
e) item correto, pois, como explicado acima, a senhoriagem
é fonte de receita do governo obtida a partir da elevação da
oferta de moeda.
GABARITO: LETRA E

Choques X Inflação

As questões monetárias e fiscais são explicações para a inflação


situadas do lado da demanda. A elevação da quantidade de moeda,
assim como do déficit público, resultam em aumento da absorção
interna.

Mas, considerando o Modelo OA-DA, é razoável supor que variações


na oferta agregada também resultam em variações de preços e,
consequentemente, em inflação. Pelo respectivo modelo, um
deslocamento à esquerda da Curva OA aumenta o nível de preços
para a mesma quantidade de produto, ou, do mesmo modo, a
quantidade de produto é menor para o mesmo nível de preços.
Segue abaixo a demonstração gráfica:

! A economia encontrava-se no
∀∗! equilíbrio (Q1, P1). No entanto devido a
∀+! um choque de oferta (variação
exógena provoca deslocamento), a
curva de oferta deslocou-se à
esquerda, levando a economia ao
ponto (Q2, P2), com quantidade inferior
e preço superior.

!!!!!!!!!!!!!!!!,∗!!,+!

Mas, de fato, o que seria mais precisamente um choque de oferta?


E, o que explica o deslocamento?

O choque de oferta pode ser entendido como algum fenômeno


exógeno que afeta negativamente os fatores de produção, isolada
ou conjuntamente. Assim, podemos considerar uma mudança

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!25!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
climática muito severa que resultou em quebra de safra de produtos
primários utilizados como insumos no processo produtivo de
diferentes setores da economia. Estes setores, provavelmente irão
pagar mais pela demanda dos insumos produtivos, e repassar este
preço aos seus produtos. Paulatinamente, os indivíduos vão
suportando o aumento de preços por toda a cadeia, evidenciado o
aumento da inflação.

Para a nossa análise entre desemprego e inflação, é importante


compreender o choque de oferta gerado pelo trabalho, ou seja, pelo
preço pago ao fator trabalho: o salário.

Os contrato salariais são geralmente estabelecidos para um período


temporal compatível com as expectativas de inflação. Assim, caso a
previsão seja de inflação acumulada de 10% em 2 anos, é natural
que os agentes incorporem esta expectativa e proponham aumento
salarial do mesmo montante para o mesmo período, pois estariam
provavelmente interessados em manter o poder de compra dos
salários.

Caso a economia fosse previsível desta maneira, o produto real


estaria, na média, com o valor mantido. A inflação seguiria a
trajetória da renda, e tudo se manteria em conformidade com o
equilíbrio macroeconômico.

No entanto, dois problemas são colocados. Primeiro, nem sempre


os acordos salariais negociados condizem com o nível de inflação,
muitas vezes superando-o. Segundo, as negociações salariais quase
nunca são feitas ao mesmo tempo, pois são sobrepostas no
decorrer do tempo, ou seja, cada setor/sindicato promove rodadas
de negociações em determinado período com base em determinada
projeção de inflação, pelo que não se pode afirmar que os
aumentos salariais adquirem projeção linear e comportada,
condizente com a inflação.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!26!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
O resultado: a curva de oferta desloca-se à esquerda, como
evidenciado no gráfico acima, devido ao aumento nos custos
produtivos. Ao mesmo nível de produto é necessário um preço
maior, ou, a um preço maior se faz a mesma produção.

Considerando que o ente público está interessado em manter a


estabilidade econômica, e o produto dentro do equilíbrio, o controle
da inflação deverá ser feito via curva de demanda agregada. Mas, a
redução na demanda agregada provoca redução no produto da
economia. Menos produto exige menor emprego do fator trabalho,
ou seja, menos produto é igual a maior desemprego.

Chegamos ao ponto da chave da aula: é razoável supor a existência


de um trade-off entre inflação e desemprego.

Ainda mais importante: é possível inferir que a cada nível de


desemprego corresponde um nível de preços.

Esta é a relação dada pela Curva de Phillips.

Mas, precisamos antes formalizar a análise entre preços e salários


(não podemos perder o costume de utilizar a matemática quando
ela é útil à análise).

É razoável supor que a determinação dos salários é função da taxa


de desemprego da economia. Afinal, caso a taxa de desemprego se
encontre em níveis elevados, muito provavelmente haverá pressão
para a queda dos salários reais, até que o desemprego de equilíbrio
se reestabeleça no sistema. Do mesmo modo, caso a taxa de
desemprego esteja abaixo do nível de equilíbrio, o poder de
barganha dos trabalhadores é maior, facilitando o aumento dos
salários reais.

Algebricamente, esta relação define-se da seguinte forma:


! !
! !
! !!
! ! !!!! ! !∀!
!

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!23!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
Do lado esquerdo da expressão está a variação percentual do
salário real entre o período presente o próximo período. Do lado
direito, b indica o grau de associação entre a variação no
desemprego e a variação no salário real, e !! ! !∀! representa o
desvio do desemprego à taxa natural de desemprego.

Milton Friedman foi o economista que primeiramente definiu a taxa


de desemprego natural. Em uma tradução livre, do seu artigo The
Role of Monetary Police, publicado em 1968, Friedman cita que a
taxa natural de desemprego “é o nível decorrente do equilíbrio
walrasiano, feita a incorporação de características estruturais do
mercado de trabalho e de bens, incluindo imperfeições de mercado,
custos de mobilidade, entre outros”.

Assim, podemos definir a taxa natural de desemprego como aquela


condizente com o nível de equilíbrio de longo prazo, pelo qual o
produto potencial e efetivo são iguais. Salvo considerações
institucionais, desemprego friccional, e outros fatores ligados a
falhas de mercado, como as assimetrias informacionais, os
trabalhadores encontram trabalho ao salário real vigente quando a
economia encontra-se no equilíbrio com desemprego natural. Mas,
mesmo assim, há desemprego na taxa de desemprego natural.

Adicionalmente, a taxa de desemprego natural é aquela em que


iguala a taxa de inflação à taxa esperada de inflação. Dito de outro
modo, quando a economia encontra-se sobre a taxa natural
de desemprego, a taxa de inflação é estável. Esta definição
vem do próprio nome da taxa natural de desemprego em inglês:
NAIRU (Non-Accelerating Inflation Rate of Unemployment).
Todas estas questões serão exaustivamente vistas nesta aula.

Voltando à expressão, podemos observar que os desvios do


desemprego em relação à taxa natural geram efeitos no salário real
em período posterior, indicado pelo índice +1. Este efeito é
compatível com a rigidez salarial, isto é, como falta de flexibilidade

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!27!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
dos salários em termos das condições do mercado de trabalho,
como originalmente observado por Keynes.

Manipulando nossa expressão para que ela possa demonstrar a


determinação salarial em termos de variação, ficamos com a
seguinte forma:

!!! ! ! !!! ! !!! ! !∀!

Sendo !!! a variação percentual no salário entre o período presente


e o período futuro (lembrando que o acento acima da variável
representa variação); e !!! a variação e preços no mesmo período.

Mas, tendo em vista que a determinação dos salários para o período


futuro é feita como base na expectativa de inflação, há que se
considerar a variação de preços como uma previsão de variação.

Este é outro importante ponto: caso varie o modo em que as


expectativas são formuladas, as considerações serão distintas. Logo
mais retomaremos esta discussão, que foi introduzida em nossa
primeira aula.

No momento, cabe-nos considerar apenas que a variação dos


salários é feita com base na previsão de variação nos preços,
tornando nossa expressão da seguinte forma:

!!! ! ! !!!! ! !!! ! !∀!

Esta é a expressão derivada dos estudos do economista


neozelandês William Phillips, comumente conhecida como Curva de
Phillips.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!28!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
5. CURVAS DE PHILLIPS

Temos basicamente 3 versões para a Curva de Phillips. É útil


fazermos a apresentação de cada uma de maneira cronológica. A
primeira versão chamaremos de Curva de Phillips Original, a
segunda de Curva de Philips Monetarista e a terceira de Curva de
Phillips Novo Clássica. A diferença entre elas é basicamente a
maneira de formular as expectativas de inflação.

5.1. CURVA DE PHILLIPS ORIGINAL

A proposta de Phillips para o trade-off entre salários e taxas de


desemprego era relativamente simples. A ligação entre a variação
na taxa de desemprego e a variação do salário nominal haveria de
ser feita através de um coeficiente indicando o grau associativo
entre elas. Não há inflação, assim como não há expectativas quanto
ao nível futuro de preços. A expressão e o gráfico propostos por
12&
Phillips têm a seguinte forma:

!! ! !!!! ! !∀!
Há variação negativa dos salários (!! ! quando
a taxa de desemprego (U) excede a taxa
natural de desemprego (Un). De maneira
análoga, há crescimento dos salários quando a
taxa de desemprego é menor que a taxa
natural de desemprego.

;!

Resumidamente, há uma relação negativa entre a taxa de


desemprego e variação dos salários nominais. Alta taxa de
desemprego está relacionada à baixa variação dos salários
nominais, assim como baixa taxa de desemprego é função de
maiores variações no salário . Está dado o tão famoso trade-off
entre inflação e desemprego.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!29!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
Supondo que a economia se encontre no nível de desemprego
natural (portanto, não havendo hiato de desemprego, que é a
diferença entre a taxa de desemprego efetiva e a taxa natural de
desemprego), uma política fiscal expansionista que desloque
positivamente a demanda agregada irá provocar aumento pela
demanda de trabalho. As firmas estarão interessadas em elevar a
produção, pressionando para baixo a taxa de desemprego. Mas,
como ela se encontrava no nível natural, é evidente que a taxa de
desemprego irá se situar abaixo deste ponto, provocando, como
consequência, aumento nos salários nominais.

A situação proposta originalmente por Phillips tornou claro um


famoso dilema de política econômica: é preferível baixa taxa de
desemprego junto com aumento de preços, ou preços estáveis com
elevada taxa de desemprego?

Ainda mais importante, a Curva de Phillips, ao relacionar


exatamente que a taxa de desemprego x é compatível com o índice
de preços y, fez parecer possível aos formuladores de política
econômica a escolha balanceada ideal entre desemprego e inflação.

Mas, alguns problemas foram colocados à Curva de Phillips Original.


Primeiro, o que importa à análise econômica é a variação salarial
real, e não a nominal. Trabalhadores e empresários negociam
salários de acordo com o poder de compra possibilitado, e não
apenas em termos monetários. Segundo, os preços constantes
apesar de representarem uma realidade à época de Phillips,
poderiam variar em outros momentos, como, de fato, ocorreu.
Ainda, o trade-off entre inflação e desemprego nem sempre ocorre,
ou seja, é possível a existência de alta taxa de desemprego
juntamente com elevada inflação.

O CESPE já cobrou estes conceitos:

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!5:!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
10. (CESPE - Consultor do Executivo (SEFAZ ES)/Ciências
Econômicas/2010) A curva de Phillips surgiu da relação
entre salários monetários e taxas de desemprego.
Posteriormente, a curva de Phillips moderna adotou a
inflação de preços, incorporando a inflação esperada e os
choques de oferta.
Nesta aula estão apresentadas as 3 versões da Curva de
Phillips. Como notado, a versão original continha apenas o
trade-off entre salários nominais e taxas de desemprego. As
demais versões adotaram o trade-off entre inflação e
desemprego.
GABARITO: Certo

5.2. CURVA DE PHILLIPS MONETARISTA E AS EXPECTATIVAS


ADAPTATIVAS (OU CURVA DE PHILLIPS AMPLIADA PELAS
EXPECTATIVAS)

A crítica à tradicional Curva de Phillips partiu de dois destacados


economistas (Milton Friedman e Edmund Phelps) que, trabalhando
independentemente, chegaram praticamente à mesma conclusão.
Primeiro, as expectativas de preços futuros não são estáticas,
havendo grande possibilidade dos preços de amanhã serem
distintos dos preços de hoje. Grande parte desta diferença poderia
ser explicada pela variação dos salários reais.

Deste modo, a Curva de Phillips poderia ser ampliada para um


modelo que relacionasse a variação da inflação (medida pela
diferença entre a inflação presente e a expectativa de inflação) com
a variação do desemprego, tendo em vista que salários reais e
inflação estão intimamente ligados (salário real acima da
Produtividade Marginal do Trabalho resulta em aumento do preço
da produção [inflação] e redução do emprego).

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!51!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
Como as negociações salariais são realizadas com base nos salários
reais e fechadas por um período de tempo futuro, é razoável supor
que trabalhadores e empregadores estimam o comportamento da
inflação, afim de manter o poder de compra dos salários, o que
implica na relação entre desemprego e desvio do nível de preços ao
nível esperado.

Um exemplo pode elucidar.

Imaginem que os sindicatos negociem um aumento salarial de 5%


no início do ano, número aceito pelo empregador. Não obstante, a
expectativa de inflação para o decorrer do ano é de 20%. O
resultado é uma perda de poder de compra da ordem de 15% (20%
- 5%). No curto prazo os empresários, já cientes desta evolução
nos preços, possuem incentivos claros em contratar novos
funcionários, pois estão pagando salários reais abaixo da
produtividade do trabalho. O desemprego irá abaixo do nível
natural. No entanto, ao passo que os trabalhadores percebem o
aumento nos preços, eles voltam a exigir reposição salarial de modo
a recuperar o valor do salário real. Como o ajuste da situação o
desemprego é novamente aumentado à nova taxa de inflação e o
desemprego volta ao nível natural. Neste caso, existem duas Curvas
de Phillips: a de curto prazo, semelhante à curva original, e a de
longo prazo, que apresenta formato vertical, compatível com a
curva de oferta agregada do modelo clássico.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!54!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
Desta forma, a proposta de Friedman e Phelps para a Curva de
Phillips assume a seguinte forma gráfica e algébrica:
!!
∀./∀!
! ! !! ! !!! ! !∀!
!!! A taxa de inflação !!! é igual a taxa
de inflação esperada !!! ! menos o
desvio do desemprego efetivo ao
!!!
desemprego natural.
∀..∀!

∀..∀!

−&! −!

A economia encontra-se inicialmente em equilíbrio, representado


pela Curva de Phillips de curto prazo (PCCP) mais baixa. Neste
ponto, a taxa de desemprego é igual à taxa natural, pelo que a
inflação realizada !!! é igual à inflação esperada !!! !.

Considerem, por exemplo, que o governo adote uma política


monetária expansionista (se adotar uma política fiscal as conclusões
serão análogas), com o objetivo de elevar a demanda agregada e o
emprego. Partindo do equilíbrio citado, a economia se desloca pela
Curva de Phillips de curto prazo a um ponto representado pelo
quadrado, evidenciando menor desemprego ao custo de maior
inflação. Até aqui se aplicam as mesmas considerações feitas na
Curva de Phillips Original.

Como já citado no exemplo acima, o movimento é possível em face


à rigidez dos salários. No momento da implantação da política
monetária, os salários já estavam determinados e estabelecidos
contratualmente, considerando a expectativa de inflação
anteriormente definida.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!52!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
As firmas, por sua vez, aproveitam o momento de redução nos
salários reais para contratar mais funcionários, resultando na queda
de desemprego. Friedman denominou esta situação de ilusão
monetária. Na prática, como os efeitos da inflação são sentidos
com certo atraso, os trabalhadores entendem que sua situação é
confortável, pelo que aceitam o salário real vigente.

Ao passo que os trabalhadores passam a notar o aumento da


inflação, inserem esta maior expectativa nas próximas negociações
salariais, reduzindo a ilusão monetária a zero.

Neste novo ponto, a economia volta ao nível de desemprego


natural, mas passa a conviver com preços mais altos. A mudança
na expectativa de inflação possui o efeito de deslocar a
Curva de Phillips de curto prazo: caso a expectativa aumente, a
Curva é deslocada acima; do contrário, abaixo.

Vejamos duas questões do CESPE sobre o tema:

11. (CESPE - Auditor Federal de Controle Externo/1998)


Quando a inflação aumenta, a curva de Phillips desloca-se
para a direita, acarretando, assim, taxas mais elevadas de
desemprego.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!55!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
Pelo visto no modelo aceleracionista da Curva de Phillips, o
aumento na expectativa de inflação resulta em maior
inflação efetiva à mesma taxa de desemprego (taxa natural
de desemprego). Assim, a taxa de desemprego não aumenta,
mas sim a inflação efetiva.
GABARITO: Errado

12. (CESPE - Analista do Executivo (ES)/Ciências


Econômicas/2013) Com relação às principais teorias
monetárias e aos resultados da política monetária sobre
variáveis da economia, assinale a opção correta.

a) Na curva de Phillips de Milton Friedman, que introduz o conceito


de taxa natural de desemprego, uma maior inflação resulta da
pressão que os trabalhadores fazem por maiores salários em face
do incremento do emprego.
b) O principal resultado da curva de Phillips de Milton Friedman foi
estabelecer a proposição de plena neutralidade da política
monetária.
c) De acordo com a teoria quantitativa da moeda, cujos adeptos
consideram essencialmente os resultados de curto prazo da
economia, a elevação da oferta de moeda ocorre na mesma
proporção do aumento do nível geral de preços.
d) Consoante a análise da curva de Phillips de Milton Friedman, os
agentes possuem expectativas racionais.
e) Segundo a teoria quantitativa, a moeda deve ser sempre neutra.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!56!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
Questão interessante.
De acordo com a visão monetarista, os indivíduos utilizam a
inflação passada como variável de ajuste nos contratos
salariais. A inflação passada possibilitou aos empresários
elevar a demanda por trabalho, tendo em vista a redução nos
salários reais.
No entanto, assim que os contratos de trabalho são
reajustados, mantendo o valor do salário real anteriormente
vigente, o emprego volta ao nível de longo prazo e a inflação
aumenta ainda mais, tendo em vista o aumento do custo de
produção.
GABARITO: LETRA A

Deste modo, considerado a passagem do curto ao longo prazo,


Friedman e Phelps denotaram que a Curva de Phillips de longo
prazo (PCLP) possui o formato vertical, como apresentado no gráfico
acima. A razão principal deste motivo é a maneira como os
indivíduos formulam as expectativas quanto ao nível de preços
futuro, que, para os dois economistas, são expectativas
adaptativas, ou seja, projetam o comportamento futuro da taxa de
inflação com base na variação passada mais uma taxa de erro que
represente o desvio da inflação efetiva passada à projetada, como
representado pela expressão abaixo:

!!!! ! ! !! ! !!!! ! ! !! !
!
A expectativa de inflação do período seguinte !!!! ! é igual à
expectativa de inflação para o período presente!!! ! mais o desvio
encontrado entre o previsto!!!! e o efetivo !!! !. A constante ! indica
a velocidade em que as expectativas de inflação se adaptam à
inflação efetiva. Considerar, por exemplo, ! ! !, significa entender
que os erros de previsão dos anos anteriores será totalmente
verificado na próxima previsão. É como validar a hipótese de que os
agentes cometem erros sucessivos, ou seja, como sempre erram,

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!53!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
errarão novamente e a inflação efetiva do próximo período será
igual à expectativa de inflação formulada no presente mais o erro
verificado no passado.

Vamos supor alguns números para a situação ficar mais real. Os


trabalhadores, ao negociar os salários futuros, entendem que os
erros de previsão passados serão totalmente repassados para o
período futuro, ou seja: ! ! !. Ademais, a expectativa é de taxa de
inflação futura de 5% e os erros passados são da ordem de 3%.
Qual a expectativa de inflação?

Substituindo na expressão:

!!!! ! !!! ! !!!!! !!

!!!! ! !!!

Voltando à Curva de Phillips, quanto mais insistente forem os


formuladores de política econômica em reduzir o desemprego
abaixo da taxa natural, maior a tendência da inflação aumentar,
podendo o desemprego inclusive atingir patamar superior à taxa
natural. A este fato foi dado o nome de estagflação.

É simples compreendê-la. Caso a economia encontre-se na Curva


de Phillips superior, evidenciado alta inflação e taxa de desemprego
igual à taxa natural, uma recessão econômica pode elevar o
desemprego para o ponto representado pelo triângulo. Não
obstante, mesmo que a expectativa de inflação caia, ela ainda se
encontrará em nível absoluto elevado, evidenciado estagnação e
alta inflação. Neste caso, o trade-off entre inflação e desemprego se
esvaiu. Isto é, ocorre ao mesmo tempo alta inflação e alto
desemprego.

Segue questão do CESPE referente ao assunto:

13. (CESPE - Agente de Polícia Federal/2004) Um choque de


oferta decorrente, por exemplo, do aumento do preço do
petróleo no mercado internacional provoca deslocamento ao
!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!57!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
longo da curva de Phillips e aumenta tanto o emprego como
a taxa de inflação.
A questão relaciona os conceitos da Curva de Phillips a da
Curva OA-DA. Como já visto em aulas anteriores, um choque
de oferta reduz a demanda de trabalho pelas firmas, ao
reduzir a PMgL e a produtividade dos demais fatores
produtivos.
Neste cenário, há primeiramente um deslocamento da Curva
de Phillips de curto prazo para cima, evidenciando maior
taxa de inflação a mesma taxa de desemprego.
Posteriormente, ocorre deslocamento ao longo da Curva de
Phillips, resultando em maior desemprego à maior taxa de
inflação, ou seja, estagflação.
GABARITO: Errado

Para os Monetaristas, estas conclusões foram de suma importância


para a prescrição de política econômica. Considerando que, no
longo prazo, a taxa de desemprego é igual à taxa natural e que,
qualquer política econômica que tenha a intenção de desconsiderar
esta igualdade não conseguirá atingir o objetivo, visto que apenas
tenderá aumentar o desemprego, não se recomenda a adoção de
política econômica com este objetivo. Principalmente políticas que
incentivem a demanda agregada, tal como a política fiscal.

Para Friedman e outros Monetaristas, o setor privado é


relativamente estável (ao contrário de Keynes, que considerava o
setor privado suscetível a instabilidades na taxa de investimento,
reduzindo a demanda agregada), operando no ponto apontado pela
taxa natural de desemprego, dentro do produto potencial. Ao passo
que o governo aciona uma política expansiva (aumento de gastos
ou de moeda), o efeito irá apenas reduzir o desemprego no curto
prazo, ao custo de mais inflação no curto e longo prazo, e retorno
do desemprego ao nível natural no longo prazo.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!58!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
Deste modo, a adoção de política econômica é desejável apenas no
curto prazo. Considerando que a economia sofra certa recessão
econômica que a desvie do equilíbrio, a adoção de política
monetária expansionista, que fomente a demanda agregada, pode
auxiliar no retorno da economia no curto prazo, em que pese o
aumento da inflação. Mas, como períodos de crise são
acompanhados de baixa inflação, e até deflação, o custo advindo da
política expansionista é pequeno quando comparado ao custo do
desemprego.

Assim, devemos ter em mente que, de acordo com a Curva de


Phillips Ampliada pelas Expectativas, a troca entre inflação e
desemprego existe apenas no curto-prazo. No longo-prazo, o
desvio do desemprego em relação à taxa natural provoca apenas
aumento da inflação, pois o desemprego, cedo ou tarde, retorna à
taxa natural. Mesmo que o Governo tente, por exemplo, manter
baixo o desemprego, as expectativas de inflação irão se elevar,
deslocando a PCCP para cima, evidenciando mais inflação e
desemprego à taxa natural.

Vejamos algumas questões complementares:

14. (CESPE - Consultor do Executivo (SEFAZ ES)/Ciências


Econômicas/2010)
Na relação entre a demanda agregada e a curva de Phillips, o
aumento na demanda agregada conduz a um deslocamento
ao longo dessa mesma curva e o choque de custos desloca
toda a curva de Phillips.

15. (CESPE - Analista de Comércio Exterior/2001) De acordo


com a hipótese da taxa natural, a curva de Phillips de longo
prazo é negativamente inclinada porque taxas de inflação
mais elevadas coexistem com baixas taxas de desemprego.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!59!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
16. (CESPE - Especialista em Regulação de Serviços Públicos
de Telecomunicações/Geral (Ciências Exatas ou
Humanas)/2006) De acordo com a visão monetarista,
quando os mercados reagem a mudanças na política
monetária por meio do ajustamento dos preços relevantes,
essas mudanças afetam o lado real da economia e conduzem
a modificações duradouras no nível de atividade econômica.

14. Importante questão para complementar o conteúdo da


aula.
O deslocamento ao longo da Curva de Phillips é feito por
variáveis endógenas, ou seja, a taxa de inflação ou de
desemprego. A variação positiva da demanda agregada
resulta em aumento do emprego e do produto. Esta mudança
é demonstrada na Curva de Phillips pela redução da taxa de
desemprego e aumento da inflação, gerando deslocamento
ao longo da Curva.
As mudanças em variáveis exógenas, por sua vez, deslocam
a Curva de Phillips. Assim, considerando um choque de
oferta negativo, que aumenta os custos da quantidade
produzida, há deslocamento da Curva de Phillips para cima,
evidenciando maior preço ao mesmo nível de desemprego.
GABARITO: Certo

15. A hipótese da taxa natural segue a tradição monetarista,


cuja Curva de Phillips é vertical no longo prazo. Como os
indivíduos possuem expectativas adaptativas, o reajuste dos
salários compatível com a taxa natural de desemprego no
longo prazo resulta apenas em aumento de preços.
GABARITO: Errado

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!6:!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
16. Para afetar o lado real da economia, e provocar
modificações duradouras no nível de atividade econômica,
devem-se variar os fatores produtivos presentes na função
de produção, ou seja, capital, trabalho, insumos e tecnologia,
e/ou variar configurações institucionais que incentivam a
produção, mesmo sem variar os fatores produtivos (como,
por exemplo, a adoção de uma nova lei que fomente a
atividade produtiva).
O ajustamento de preços relevantes, no âmbito da Curva de
Phillips, corresponde ao ajustamento dos salários que, no
longo prazo, mantém a economia à taxa de desemprego
natural.
GABARITO: Errado

17. (CESGRANRIO - Analista do Banco Central do Brasil/Área


2/2009) Os economistas utilizam, com muita frequência,
construções teóricas com o objetivo de analisar situações
reais e dinâmicas, com simplicidade. Longo prazo x curto
prazo, produto potencial e taxa natural de desemprego são
alguns exemplos.
Nesse contexto, analise as proposições abaixo.
I - O produto potencial corresponde ao potencial de produto
de uma economia, dadas suas instituições sociais, a
disponibilidade de recursos produtivos e a tecnologia; por
isso, produto potencial corresponde ao conceito de curva de
possibilidades de produção.
II - Além dos mercados de bens e serviços, de recursos
produtivos, de ativos financeiros e de moeda estrangeira
(câmbio) usados na caracterização do modelo de demanda e
oferta agregadas, os economistas utilizam o conceito de
produto potencial para caracterizar a oferta agregada de
longo prazo.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!61!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
III - A Curva de Phillips, originariamente percebida como
uma regularidade estatística, pode ser interpretada como a
oferta agregada de curto prazo, enquanto que sua versão de
longo prazo à la Friedman-Phelps pode ser interpretada
como oferta agregada de longo prazo.

Está(ão) correta(s) a(s) proposição(ões)


a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.

I - O produto potencial indica a quantidade possível de


produção que pode ser obtida com o emprego de fatores de
produção e instituições disponíveis. Assim, este conceito
corresponde á curva de possibilidades de produção, ou seja,
corresponde à curva que indica o emprego de fatores e
obtém como resultado a produção.
II – Como já apresentado em aulas anteriores, a curva de
oferta de longo prazo está relacionada com a função de
oferta, ou seja, com o produto potencial. A curva de
demanda agregada, por sua vez, está relacionada com os
determinantes do Modelo IS-LM-BP (mercado de bens,
mercado monetário e transações com o resto do mundo)
III – A diferença entre a Curva de Phillips tradicional e a
monetarista é exatamente esta. No curto prazo,
representado pela Curva de Phillips negativamente inclinada,
há um trade-off entre inflação e desemprego. No longo
prazo, representado pela Curva de Phillips vertical, a
economia converge para o emprego da taxa natural de
desemprego que, quando colocada na função de produção

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!64!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
juntamente com os demais fatores produtivos, evidencia a
curva de oferta de longo prazo.
Portanto, todos os itens estão corretos.
GABARITO: LETRA E

18. CESGRANRIO - Profissional Básico


(BNDES)/Engenharia/2013/

A curva de Phillips aceleracionista, proposta pelos


economistas Milton Friedman e Edmund Phelps, propõe que,
a longo prazo, a taxa esperada de inflação e a taxa real de
inflação são iguais, e a curva de Phillips se torna uma reta
vertical.

Nessas condições, a taxa real de desemprego é igual à taxa


natural de desemprego, contanto que a(o)

a) taxa nominal de juros permaneça constante.

b) taxa natural de desemprego possa ser observada.

c) neutralidade monetária exista a longo prazo.

d) inflação não diminua.

e) Banco Central não aumente a oferta monetária.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!62!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
A proposta de Friedman e Phelps para a Curva de Phillips
assume a seguinte forma gráfica e algébrica:

A economia encontra-se inicialmente em equilíbrio,


representado pela Curva de Phillips de curto prazo (PCCP)
mais baixa. Neste ponto, a taxa de desemprego é igual à
taxa natural, pelo que a inflação realizada é igual à inflação
esperada .

Considere, por exemplo, que o governo adote uma política


monetária expansionista, com o objetivo de elevar a
demanda agregada e o emprego.

Partindo do equilíbrio citado, a economia se desloca pela


Curva de Phillips de curto prazo a um ponto representado
pelo quadrado, evidenciando menor desemprego ao custo de
maior inflação.

O movimento é possível em face à rigidez dos salários. No


momento da implantação da política monetária, os salários
já estavam determinados e estabelecidos contratualmente,
considerando a expectativa de inflação anteriormente
definida.

As firmas, por sua vez, aproveitam o momento de redução


nos salários reais para contratar mais funcionários,

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!65!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
resultando na queda de desemprego. Friedman denominou
esta situação de ilusão monetária. Na prática, como os
efeitos da inflação são sentidos com certo atraso, os
trabalhadores entendem que sua situação é confortável, pelo
que aceitam o salário real vigente.

Ao passo que os trabalhadores passam a notar o aumento


da inflação, inserem esta maior expectativa nas próximas
negociações salariais, reduzindo a ilusão monetária a zero.

Este ajuste do preço, no médio/longo prazo, face ao


aumento da quantidade de moeda permite concluir que a
moeda é neutra neste mesmo período.

GABARITO: LETRA C

19. CESPE - Economista (MJ)/2013/

Julgue o item a seguir, relativo à economia monetária.

Na curva de Phillips com expectativas adaptativas, a inflação


reage aos desvios da taxa efetiva de desemprego em relação
à taxa natural de desemprego, aos choques de oferta e ao
componente de inflação esperada.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!66!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
A expressão da Curva de Phillips com expectativas
adaptativas é a que segue:

A diferença entre a taxa de inflação efetiva e a taxa de


inflação esperada é igual ao desvio da taxa de desemprego
em relação à taxa natural de desemprego, exatamente como
afirmado pela questão.

Um exemplo pode elucidar.

Supondo o ajuste de salários no mercado de trabalho, os


trabalhadores e empregadores estão interessados no valor
real do salário. Assim, caso ocorra expectativa de aumento
de inflação, o salário será ajustado no mesmo montante. No
caso de inflação efetiva = inflação esperada, a taxa de
desemprego é a taxa natural. Caso contrário, como inflação
esperada < inflação efetiva, a taxa de desemprego efetiva
será mais elevada que a taxa natural de desemprego.
Adicionalmente, os choques de oferta provocam também
variações na inflação. Choques de oferta negativos, na
medida que reduzem a produtividade dos insumos
produtivos, encarecendo o valor da produção, provocam
aumento de preços, isto é, aumento da inflação.

Portanto, a inflação responde sim (i) aos desvios da taxa


efetiva de desemprego em relação à taxa natural de
desemprego, (ii) aos choques de oferta e (iii) ao componente
de inflação esperada.

GABARITO: CERTO

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!63!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
20. (CESPE - Analista do Ministério Público da
União/Perito/Economia/2010) Acerca da relação existente
entre o comportamento do mercado de trabalho e o nível de
atividade e da relação existente entre salários, inflação e
desemprego, julgue o item a seguir.

No longo prazo, a curva de Phillips é vertical.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!67!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
O item está CERTO.

Esta é a interpretação proposta pelos monetaristas para


explicar as relações entre produto, desemprego e inflação no
longo prazo.

Vamos entender passo a passo este processo:

1. considere que a economia encontra-se no equilíbrio


(ponto A), com taxa de inflação e desemprego estáveis.

2. o governo promove uma expansão no estoque de moeda


(política monetária expansionista).

3. no curto prazo os preços da economia aumentam mais


depressa que o salário nominal, pois o salário encontra-se
estabelecido em contratos de médio prazo (salários são
rígidos no curto prazo); como resultado, o salário real
diminui e os empresários contratam mais trabalhadores e
aumentam a produção, diminuindo o desemprego, mas com
uma taxa de inflação mais elevada (consequência da política
monetária); a economia se move ao ponto B.

4. no médio e longo prazo, os trabalhadores percebem o


declínio dos salários reais e promovem renegociação salarial,
de modo que o antigo salário real seja estabelecido (o
aumento no salário nominal é equivalente à taxa de
inflação);

5. neste novo ponto, o desemprego volta ao nível inicial, no


entanto a taxa de inflação não, devido à oferta monetária
expansionista e ao aumento de salários; a economia se move
ao ponto C.

Portanto, a Curva de Phillips de longo prazo (curva


vermelha) é vertical, como pode ser visto abaixo:

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!68!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08

É importante salientar que movimentos de curto prazo


ocorrem ao longo da curva. Movimentos de longo prazo
deslocam a curva, pois as expectativas de preços e,
consequentemente, da taxa de inflação variam.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!69!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08

CONCLUSÕES DA CURVA DE PHILLIPS AMPLIADA PELAS


EXPECTATIVAS

• No curto prazo:

i. A taxa de desemprego está negativamente relacionada à taxa de


inflação, no grau estabelecido por b.

ii. Quando a taxa de desemprego é igual a taxa natural, a inflação é igual


à inflação esperada, pelo que podemos denominar a taxa natural de
desemprego como não-aceleracionista.

iii. Políticas econômicas que tenham o objetivo de desviar a taxa efetiva


de desemprego da taxa natural obtém resultado, ao custo de maior
desemprego, notadamente devido à ilusão monetária e à rigidez dos
salários; considerando períodos de recessão, cuja inflação é zero ou
negativa, justifica-se a adoção de política monetária para que a
economia retorno ao nível de equilíbrio, pois o custo da inflação é
menor que o custo do desemprego

iv. Variações nas expectativas dos indivíduos deslocam a PCCP;


expectativas maiores deslocam a Curva para o alto; do contrário, para
baixo.

• No longo prazo:

i. O trade-off entre inflação e desemprego não existe, pois a PCLP


apresenta forma vertical.

ii. Deste modo, a tentativa de desviar a economia do produto de


equilíbrio e da taxa natural de desemprego apenas resulta em inflação
mais elevada.

iii. A ocorrência de choques ou recessões pode resultar em estagflação,


ou seja, alto desemprego e alta inflação.

iv. O ajuste das expectativas de inflação resulta na formação da PCLP, ao


passo que deslocam a PCCP.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!3:!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
5.3. CURVA DE PHILLIPS NOVO CLÁSSICA E AS EXPECTATIVAS
RACIONAIS

Os Novos Clássicos, “liderados” por Robert Lucas, Thomas Sargent,


entre outros, retomaram diretrizes da escola clássica para explicar
variáveis econômicas, tais como inflação, desemprego e
crescimento econômico. Todavia, inovaram na maneira de tratar as
expectativas, modificando paradigmas da macroeconomia até então
vigente.

Para os Novos Clássicos, as expectativas adaptativas não poderiam


ser consideradas na análise econômica. Afirmar que os indivíduos
replicam a inflação presente mais o erro de previsão para a inflação
futura é afirmar que eles cometem erros sucessivos no passado,
presente e futuro. Se entendêssemos a economia desta maneira,
estaríamos concluindo que os indivíduos e as firmas não são
racionais. Afinal, errar sistematicamente é irracional.

Como exemplo, podemos citar uma política monetária expansionista


adotada continuamente. Ao se basear apenas no comportamento
passado da inflação, os indivíduos muito provavelmente irão
subestimar a inflação futura, pelo que, em determinado momento,
devem ser racionais ao ponto de modificar o modelo de previsão de
inflação, e considerar a política monetária expansionista.

Para Lucas e Sargent, a expectativa de inflação deve se basear na


hipótese de racionalidade dos indivíduos. Como são inteligentes no
sentido de maximizar sua utilidade, empregados e empregadores
estão interessados na manutenção dos níveis de produtividade do
trabalho e de salário real. Assim, é de seu interesse prever o
comportamento exato da inflação e não somente replicar o
comportamento passado/presente ao futuro.

Assim, a hipótese das expectativas racionais considera que os


agentes utilizam todas as informações disponíveis no

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!31!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
presente, incluindo as mudanças de política econômica e
choques com possibilidade de ocorrência no futuro, para
estimar com certa precisão a inflação futura e compreender
o correto modelo econômico. É comum afirmar que os agentes
antecipam de forma racional as condicionantes do modelo
econômico (como a variação anunciada ou esperada na política
econômica) e utilizam estes dados na determinação da expectativa
de inflação do próximo período.

Um exemplo pode elucidar. Podemos considerar que, em resposta a


um desvio da economia ao nível de desemprego natural, a
autoridade monetária considera um aumento da quantidade de
moeda em 10% no próximo período. Tudo o mais constante, o
aumento da quantidade de moeda tende a aumentar os preços no
mesmo montante, portanto a inflação esperada para o próximo
período será de 10%.

Deste modo, mesmo que a inflação passada tenha sido de 2% e o


erro na estimativa também de 2%, totalizando 4% para o período
futuro, com base na hipótese de expectativa adaptativa
(considerando ! ! !), os indivíduos sabem que novos fatos inseridos
no contexto presente (política monetária expansionista) resultarão
em novas expectativas de inflação. Seria “burrice” apenas replicar o
passado ao futuro, neste caso.

O que trabalhadores e empregadores fazem? Reajustam o salário


nominal nos mesmos 10%, mantendo o salário real no período
futuro ao nível de desemprego natural. Afinal, ambos consideram
de seu interesse manter a remuneração e a produção nos níveis de
produto potencial.

A conclusão: variações esperadas na política economia não


acarretam em mudanças no emprego e no produto da
economia, inclusive no curto prazo. Para os monetaristas, a
adoção de certas políticas econômicas detinha a possibilidade

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!34!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
ajustar o emprego e o produto no curto prazo, em que pese no
longo prazo a economia se ajustar ao nível de desemprego natural.

Vejamos uma questão do CESPE:

21. (CESPE - Analista de Comércio Exterior/2001) Os


adeptos da teoria das expectativas racionais tendem a
recomendar que o governo utilize políticas fiscais
discricionárias.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!32!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
Política discricionária é aquela escolhida em determinado
momento, mediante a conveniência e oportunidade do policy
maker, sem guardar relação com a ideia de políticas
previamente anunciadas.
Portanto, políticas discricionárias são não recomendadas
pelos adeptos da teoria das expectativas racionais, pois
podem provocar inflação acima da inflação esperada, ou
desemprego acima da taxa natural.
GABARITO: Errado

Para os adeptos das expectativas racionais, nem no curto prazo há


esta possibilidade, considerando que a mudança na política
econômica é antecipada. Caso não antecipada, os indivíduos
não podem inserir os novos fatos em sua estimativa do
modelo econômico no próximo período, e a política
econômica pode provocar variações no desemprego e no
produto somente curto prazo, do mesmo modo afirmado pelos
monetaristas.

O CESPE já cobrou da seguinte maneira o tema:

22. (CESPE - Consultor do Executivo (SEFAZ ES)/Ciências


Econômicas/2008) Quando empregadores e trabalhadores
dispõem de tempo e flexibilidade suficientes para acomodar
plenamente as mudanças decorrentes de variações não-
antecipadas da demanda agregada, isso é compatível com a
existência de uma curva de Phillips de longo prazo vertical.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!35!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
Questão interessante. Como vimos na aula, variações
antecipadas na política econômica (e na demanda agregada)
não resultam em variações no produto e desemprego, pelo
que são ineficazes. A Curva de Phillips é vertical no curto e
longo prazo.
Não obstante, caso esta variação não seja antecipada,
aplica-se as disposições da Curva de Phillips Monetarista,
pelo que, apenas no longo prazo, ela é vertical
GABARITO: Certo

Para os economistas novo-clássicos, a Curva de Phillips tanto de


curto, como de longo prazo, é vertical. Desde que não ocorra
um choque não antecipado, os indivíduos acertam na média a
inflação futura, mantendo o desemprego no nível natural.

Estas conclusões evidentemente fornecem base para prescrições de


política econômica. Tendo em vista que, caso antecipada, a adoção
de políticas fiscal e monetária que ativam a demanda agregada não
resultam em efeitos nem no curto prazo, não há motivação
plausível para serem utilizadas. Isto é, como irão resultar apenas
em variação (aumento) da inflação, mas não no desemprego, não
há porque adotá-las. Lembrando que estamos tratando de políticas
anunciadas que elevem a demanda agregada.

Agora, vamos formalizar o trade-off entre inflação e desemprego


sob a hipótese de expectativas racionais e seguir adiante com a
derivação da Curva de Phillips neste caso.

Antes, devemos considerar os seguintes pressupostos para formatar


a Curva de Phillips às expectativas racionais:

(i) os agentes utilizam toda informação disponível para a


derivação do modelo econômico que estime com habilidade a
inflação do próximo período;

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!36!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
(ii) a previsão de inflação é feita com o intuito de manter o
salário real futuro no nível de desemprego natural, resultando na
manutenção do nível de emprego e produto de longo prazo; caso a
estimativa de inflação esteja correta, a economia estará no pleno
emprego à taxa natural de desemprego;
(iii) considerando que no modelo estimado se inclui a mudança
anunciada/esperada da política econômica (fiscal e monetária),
apenas mudanças não esperadas alteram o nível de
desemprego/inflação no curto prazo (do mesmo modo, afirma-se
que choques na demanda inesperados alteram o
desemprego/produto/inflação apenas no curto prazo);
(iv) os erros do período passado não possuem relação com
supostos erros de estimativa para a inflação futura; deste modo,
afirma-se que os erros são estocásticos e não auto-correlacionados
(estes dois conceitos, utilizados em econometria, significam que os
erros são aleatórios, não dependem de nada além deles mesmo, e
sua formação não tem relação com os erros encontrados no
passado, pelo que pode-se afirmar que a covariância dos erros é
igual a zero);
(v) a previsão feita no presente da expectativa de inflação futura
determina o desemprego futuro; como já observado, caso a
previsão acerte (na média) a inflação futura, o desemprego
encontra-se na taxa natural, o que permite concluir que caso a
previsão não acerte a inflação futura, o desemprego não estará na
taxa natural (mais inflação do que o esperado, resulta em menor
desemprego; menos inflação, em maior desemprego).

Da posse destas informações e manipulando o modelo


matematicamente, temos que o trade-off entre inflação e
desemprego sob a hipótese da expectativas racionais tem a
seguinte forma:

!!! ! !∀ ! !!!!! ! !!!! !

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!33!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
O desemprego no próximo período !!!! ! é igual à taxa natural de
desemprego menos o desvio para o mesmo período da inflação
efetiva !!!! ! à inflação esperada !!!!! ! multiplicado por !, que mede
o impacto do desvio dos preços no ajuste do salário real e,
consequentemente, na taxa de desemprego (se considerarmos que
o salários real é plenamente ajustável ao desvio da inflação efetiva
à esperada, ! ! ! e todo o desvio reverte-se em desemprego
distinto da taxa natural).

Assim, caso a inflação efetiva futura supere a expectativa de


inflação para o mesmo período, o desemprego efetivo será inferior
ao desemprego natural. Este caso é compatível com a adoção de
políticas econômicas sobre a demanda agregada não antecipadas,
que, no curto prazo, possuem o condão de alterar o desemprego e
o produto.

Do contrário, caso a inflação efetiva futura encontre-se abaixo do


previsto, o desemprego será maior que a taxa natural. Esta
hipótese é compatível com a adoção de política econômica
contracionista não antecipada que, ao reduzir a demanda agregada,
reduz o emprego e o produto.

Abaixo, questões sobre estes conceitos:

23. (CESPE - Auditor Federal de Controle Externo/1998) Se a


taxa de desemprego efetivamente observada for inferior à
taxa de desemprego natural, então, ceteris paribus, a taxa
de inflação que prevalece na economia encontra-se acima da
taxa de inflação antecipada pelos agentes econômicos.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!37!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
Este é exatamente o trade-off demonstrado pela Curva de
Phillips sob a hipótese das expectativas racionais. No curto
prazo, taxa de desemprego efetiva menor que a taxa de
desemprego natural resulta em inflação acima da taxa
prevista.
GABARITO: Certo

24. ESAF - Analista de Finanças e Controle


(STN)/Economico-Financeira/2013/

A hipótese de expectativas racionais considera que:

a) em sua versão fraca, os agentes usam as informações


passadas e os agentes não comentem erros sistemáticos.

b) o valor esperado da inflação é igual à inflação efetiva e a


covariança dos erros igual a zero. Assim, a principal hipótese
é de que a política monetária tem pleno efeito sobre o
produto e os preços da economia.

c) a curva de Phillips é vertical, tanto no curto quanto no


longo prazo, de modo que os desvios ocorrem apenas em
função de choques não antecipados.

d) em sua versão forte, considera que os agentes só levam


em conta as informações do passado.

e) a curva de Phillips é horizontal no curto prazo.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!38!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
A hipótese das expectativas racionais considera que os
agentes utilizam a experiência e todas as informações
disponíveis para formular um modelo sobre o
comportamento econômico. Deste modo, eles reagem de
modo racional à adoção de políticas econômicas previamente
anunciadas, ou esperadas, e adequam suas expectativas,
anulando em certo grau a efetividade desta política.

Se aplicada à Curva de Phillips, esta hipótese resulta em


curva vertical tanto no curto como no longo prazo, pois uma
determinada política monetária com o objetivo de reduzir o
dezemprego e, consequentemente, aumentar a inflação, é
antecipada pelos agentes já no curto prazo, de modo que a
efetividade da política é anulada.

Em resumo, se considerada a teoria das expectativas


racionais, a política monetária expansionista resultaria em
aquecimento da economia, com elevação na demanda por
trabalho. No entanto, como os trabalhadores antecipam este
movimento e passam a exigir de antemão salários maiores, o
aumento na demanda por trabalho logo é reduzido, não
provocando mudanças no emprego, mas sim aumento nos
preços e, consequentemente, inflação.

Este conceito é apresentado na letra c.

Vamos ao erro dos demais itens:

a) o item afirma que os agentes utilizam as informações


passada, o que é incorreto. Os agentes não só utilizam as
informações passadas como todas as outras possíveis, assim
como se antecipam a possíveis mudanças na política
econômica, quando esperadas.

b) na hipótese das expectativas racionais a política


monetária tem efeito nulo sobre o produto, ao passo que

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!39!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
afeta apenas o nível de preços; ademais, o valor da inflação é
exatamente o seu valor esperado, com a covariância dos
erros igual a zero (em português, os valor efetivo da inflação
é idêntico ao valor que os agentes esperam, não havendo
erros siginificantes nas previsões).

d) idem ao item 'a', pois os agentes consideram todas as


informações disponíveis, além das mudanças esperadas na
condução da política econômica, tanto na versão fraca como
na versão forte.

e) como já explicado, a Curva de Phillips é vertical no curto


prazo

GABARITO: LETRA C

Com base na Curva de Phillips sob a hipótese das expectativas


racionais, o desemprego efetivo no próximo período é função do
erro de previsão da inflação para o mesmo período. Percebam
quão sutil, mas fundamental, é a diferença entre esta abordagem e
abordagem das expectativas adaptativas.

Nesta, a expectativa de inflação do futuro é feita com base na


inflação atual mais o desvio da previsão feita no passado à inflação
efetiva presente, pelo que podemos denominá-la como
“expectativa olhando para o passado” (backward-looking).

Do mesmo modo, a hipótese das expectativas racionais, ao


considerar o desvio da inflação do próximo período à expectativa de
inflação, possui um olhar para o futuro, pelo que podemos
denominá-la de “expectativas olhando para o futuro”
(forward-looking).

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!7:!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
Abaixo, segue Resumo com as conclusões e hipóteses da Curva de
Phillips Novo Clássica:

CONCLUSÕES DA CURVA DE PHILLIPS NOVO CLÁSSICA

i. Os agentes são racionais, ou seja, utilizam todas as informações


disponíveis no presente (incluindo previsões sobre a mudança futura de
políticas e ocorrência de choques) para estimar a inflação futura e
compreender o correto modelo econômico;

ii. Variações esperadas na política economia não acarretam em


mudanças no emprego e no produto da economia, inclusive no curto
prazo, acarretando em Curva de Phillips vertical e inexistência de trade-
off entre inflação e desemprego tanto no curto, como no longo prazo;

iii. Variações inesperadas na política econômica, além de choques


inesperados, acarretam em mudanças no emprego e no produto da
economia, somente no curto prazo, pelo que há duas Curvas de Phillips
possíveis (de curto e longo prazo).

iv. O desvio do desemprego efetivo à taxa natural de desemprego é função


do erro de previsão da inflação futura em relação à inflação futura
efetiva.

v. O modelo é forward-looking, ou seja, os erros de previsão futuros não


possuem relação com os erros passados, restando em covariância dos
erros igual a zero.

Por fim, vejamos questões sobre o assunto:

25. (CESGRANRIO - Profissional Básico


(BNDES)/Economia/2011) A figura abaixo mostra três
linhas, (I), (II) e (III), com inclinações diferentes,

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!71!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
relacionando a taxa de inflação com a taxa de desemprego
em determinada economia.

Suponha total flexibilidade dos preços e dos salários,


propiciando contínuo equilíbrio entre a oferta e a demanda
nos mercados. Se as expectativas dos participantes dos
mercados, a respeito das variáveis relevantes, fossem
sempre corretas, a curva de Phillips de
a) curto prazo seria como em (I)
b) curto prazo seria como em (II)
c) curto prazo seria como em (III)
d) longo prazo seria como em (I)
e) longo prazo seria como em (II)

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!74!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
A total flexibilidade dos preços e dos salários, propiciando
contínuo equilíbrio entre a oferta e a demanda nos
mercados, é equivalente com a Curva de Phillips vertical no
curto e no longo prazo. Este fato ocorre devido à
possibilidade de perfeito ajustamento dos salários nominais
à inflação, mantendo o salário real constante e o
desemprego na taxa natural, independentemente da taxa de
inflação.
GABARITO: LETRA C

26. (ESAF - Analista de Finanças e Controle


(STN)/Economico-Financeira/2013) A hipótese de
expectativas racionais considera que:
a) em sua versão fraca, os agentes usam as informações
passadas e os agentes não comentem erros sistemáticos.
b) o valor esperado da inflação é igual à inflação efetiva e a
covariança dos erros igual a zero. Assim, a principal hipótese
é de que a política monetária tem pleno efeito sobre o
produto e os preços da economia.
c) a curva de Phillips é vertical, tanto no curto quanto no
longo prazo, de modo que os desvios ocorrem apenas em
função de choques não antecipados.
d) em sua versão forte, considera que os agentes só levam
em conta as informações do passado.
e) a curva de Phillips é horizontal no curto prazo.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!72!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
A hipótese das expectativas racionais considera que os
agentes utilizam todas as informações disponíveis para
formular um modelo sobre o comportamento econômico.
Deste modo, eles reagem de modo racional à adoção de
políticas econômicas previamente anunciadas, ou esperadas,
e adequam suas expectativas, anulando em certo grau a
efetividade desta política.
Se aplicada à Curva de Phillips, esta hipótese resulta em
curva vertical tanto no curto como no longo prazo, pois uma
determinada política monetária com o objetivo de reduzir o
dezemprego e, consequentemente, aumentar a inflação, é
antecipada pelos agentes já no curto prazo, de modo que a
efetividade da política é anulada.
Em resumo, se considerada a teoria das expectativas
racionais, a política monetária expansionista resultaria em
aquecimento da economia, com elevação na demanda por
trabalho. No entanto, como os trabalhadores antecipam este
movimento e passam a exigir de antemão salários maiores, o
aumento na demanda por trabalho logo é reduzido, não
provocando mudanças no emprego, mas sim aumento nos
preços e, consequentemente, inflação.
Este conceito é apresentado na letra c.
Vejamos o erro dos demais itens:
a) o item afirma que os agentes utilizam as informações
passada, o que é incorreto. Os agentes não só utilizam as
informações passadas como todas as outras possíveis, assim
como se antecipam a possíveis mudanças na política
econômica, quando esperadas.
b) na hipótese das expectativas racionais a política
monetária tem efeito nulo sobre o produto, ao passo que
afeta apenas o nível de preços; ademais, o valor da inflação é
exatamente o seu valor esperado, com a covariância dos

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!75!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
erros igual a zero (em português, os valor efetivo da inflação
é idêntico ao valor que os agentes esperam, não havendo
erros siginificantes nas previsões).
d) idem ao item 'a', pois os agentes consideram todas as
informações disponíveis, além das mudanças esperadas na
condução da política econômica, tanto na versão fraca como
na versão forte.
e) como já explicado, a Curva de Phillips é vertical no curto
prazo
27. (CESGRANRIO - Analista do Banco Central do Brasil/Área
2/2009) A incorporação das expectativas dos agentes
econômicos na avaliação de prováveis impactos da política
de estabilização ou anticíclica é indispensável. Como não se
dispõe de informações sobre as expectativas dos agentes
econômicos, os economistas desenvolveram modelos de
formação de expectativa que pudessem ser usados para
antecipar as reações dos agentes econômicos e, desse modo,
inferir sobre os impactos das políticas. Considerando uma
situação inicial, na qual haja estabilidade de preços e o nível
corrente do produto seja o de pleno emprego (produto
potencial), suponha que seja introduzida uma política
econômica expansionista. Associe os dois modelos de
formação de expectativas com os resultados para a
economia, antecipados no curto e no longo prazos, em
decorrência da nova política macroeconômica, apresentados
abaixo.
Modelo de Expectativas
I - Adaptativas
II - Racionais
Impactos da política macroeconômica sobre a economia:

No curto prazo:

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!76!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
P - Preços ficam mais elevados e há aumento de produto.
Q - Preços ficam mais elevados e não há mudança no
produto.
No longo prazo:
R - Preços ficam mais elevados e não há mudança no
produto.
S - Não há mudança nos preços e no produto.
T - Não há mudança nos preços e o produto aumenta.
As associações corretas são:
a) I - P e R; II - Q e R
b) I - P e T; II - Q e S
c) I - P e S; II - P e S
d) I - Q e S; II - P e T
e) I - Q e R; II - P e R

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!73!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
Como de praxe, as questões do BACEN são as mais sagazes.
Vamos analisar cada relação:
No curto prazo:
P - Preços ficam mais elevados e há aumento de produto
• Este caso é compatível com hipótese de expectativas
adaptativas; a existência de ilusão monetária pelos
trabalhadores e a rigidez salarial permite aos empresários
elevar a produção e o emprego na presença de inflação no
curto prazo.
Q - Preços ficam mais elevados e não há mudança no
produto.
• De acordo com as expectativas racionais, no curto
prazo, a política econômica anunciada não produz qualquer
efeito no nível de produto, pois os indivíduos
automaticamente ajustam preços e salários de acordo com a
política econômica.
No longo prazo:
R - Preços ficam mais elevados e não há mudança no
produto.
• De acordo com a hipótese das expectativas adaptativas,
no longo prazo, os contratos de trabalho são reajustados no
nível da inflação, o salário real volta ao nível anteriormente
verificado e a taxa de desemprego retorna à taxa natural,
assim como o produto volta ao nível de longo prazo
compatível com o produto potencial.
S - Não há mudança nos preços e no produto.
• Esta conclusão não faz parte dos modelos de Curva de
Phillips
T - Não há mudança nos preços e o produto aumenta.
• Esta conclusão não faz parte dos modelos de Curva de
Phillips
Portanto, temos que:

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!77!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
I-PeR
II - Q e R
GABARITO: LETRA A

28. CESGRANRIO - Analista (FINEP)/Análise Estratégica em


Ciência, Tecnologia e Inovação/2014/

Considere a moderna teoria da curva de Phillips,


relacionando a taxa de inflação e o nível de atividade
econômica.

Essa teoria prediz que se a inércia e a expectativa


inflacionárias forem nulas e se houver capacidade ociosa na
economia (ou seja, o hiato do produto for negativo), tenderá
a ocorrer, a curto prazo, uma situação de

a) deflação

b) aceleração da inflação

c) aumento dos juros nominais

d) redução do produto potencial

e) valorização cambial da moeda doméstica

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!78!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
A moderna teoria da Curva de Phillips corresponde à Curva de
Phillips Novo Clássica (expectativas racionais). Para os Novo
Clássicos, a expectativa de inflação deve se basear na hipótese de
racionalidade dos indivíduos. Como são inteligentes no sentido de
maximizar sua utilidade, empregados e empregadores estão
interessados na manutenção dos níveis de produtividade do
trabalho e de salário real. Assim, é de seu interesse prever o
comportamento exato da inflação e não somente replicar o
comportamento passado/presente ao futuro.

Assim, a hipótese das expectativas racionais considera que os


agentes utilizam todas as informações disponíveis no presente,
incluindo as mudanças de política econômica e choques com
possibilidade de ocorrência no futuro, para estimar com certa
precisão a inflação futura e compreender o correto modelo
econômico. É comum afirmar que os agentes antecipam de forma
racional as condicionantes do modelo econômico (como a variação
anunciada ou esperada na política econômica) e utilizam estes
dados na determinação da expectativa de inflação do próximo
período.

Um exemplo pode elucidar. Podemos considerar que, em resposta


a um desvio da economia ao nível de desemprego natural, a
autoridade monetária considera um aumento da quantidade de
moeda em 10% no próximo período. Tudo o mais constante, o
aumento da quantidade de moeda tende a aumentar os preços no
mesmo montante, portanto a inflação esperada para o próximo
período será de 10%.

Trazendo estes conceitos à questão, uma situação de inércia


inflacionária igual a zero (não há reprodução da inflação passada no
presente)e expectativa de inflação também igual a zero, a
capacidade ociosa na economia tenderá a promover no curto prazo
uma deflação. Uma capacidade ociosa na economia corresponde a

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!79!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
um desvio negativo no nível de desemprego natural da economia,
ou seja, a taxa de desemprego efetiva está acima da taxa de
desemprego natural. Como a taxa de desemprego natural
corresponde à taxa que mantém a variação da inflação igual a zero,
uma taxa superior corresponde à taxa que mantém a variação em
um valor negativo, isto é, representa uma situação de deflação.
GABARITO: LETRA A

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!8:!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
6. A DESINFLAÇÃO E A TAXA DE SACRIFÍCIO

Através dos modelos de Curva de Phillips apresentados, vimos como


se relacionam inflação e desemprego e como a formulação das
expectativas modifica as considerações de análise.

No entanto, independente do modelo, há evidente trade-off entre


inflação e desemprego. Caso a economia opere com desemprego
abaixo do nível natural, necessariamente apresentará inflação
acima das expectativas, seja qual for a maneira que ela é estimada.
Contrariamente, baixa inflação provavelmente resultará em alto
desemprego.

Portanto, a perspectiva de redução da inflação pode ser


mensurada através do sacrifício feito pela sociedade em
termos de desemprego necessário. Naturalmente, caso a
redução da inflação exija desemprego mais alto, a taxa de sacrifício
será maior.

Para tanto, vamos relembrar da Curva de Phillips Monetarista para


compreender a dinâmica da Taxa de Sacrifício:

! ! !! ! !!! ! !∀!

Para os Monetaristas, a expectativa de inflação é adaptativa, pelo


que podemos aproximá-la da inflação atingida no período anterior,
como segue:

!! ! !!!! ! !!!! ! !∀!

Para facilitar os cálculos podemos considerar que ! ! !. Assim, caso


o desemprego encontre-se, por exemplo, 5 pontos percentuais
acima da taxa natural, a redução na inflação entre os dois períodos
deve ser de 5% para que a taxa de desemprego retorne à taxa
natural.

Indo além, a desinflação pode ocorrer em velocidades diferentes.


Pode-se escolher que a redução no desemprego ocorra dentro de 5

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!81!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
anos, pelo que a taxa de desemprego deve se encontrar 1% acima
da taxa natural durante 5 anos.

Desta forma, é possível também representar a taxa de sacrifício da


seguinte maneira:

! !! ! !∀ ! !! ! !∀ ! ! !! ! !∀
!!
!!! ! !!

Da expressão acima, podemos observar o seguinte: a taxa de


sacrifício (S) mede o sacrifício extra de desemprego (U) acima da
taxa natural (Un) necessário, no período escolhido (t), para reduzir
a inflação !!! no mesmo período. O numerador apresenta o
acúmulo de desemprego extra entre os períodos 0 e t; o
denominador, a redução da inflação.

Esta é a visão Monetarista.

Os Novo-Clássicos apresentaram uma abordagem diferente.


Como os indivíduos ajustam a expectativa de inflação de maneira
racional, não apenas adaptando a inflação futura à passada, basta
que a política econômica seja anunciada e tenha
credibilidade para que os indivíduos ajustem a inflação
futura à taxa pretendida, não necessitando elevar o
desemprego acima da taxa natural para obter o resultado
pretendido.

Tudo se passaria como segue. A autoridade monetária, pretendendo


reduzir a inflação em 5% de um ano para o outro, anunciaria ao
público esta intenção, bem como maneira que este fato será
realizado (por exemplo, a quantidade de moeda a ser reduzida para
atingir o objetivo).

As negociações salariais e os preços da economia serão fixados


neste novo cenário, pelo que os salários, assim como os preços,
serão reduzidos no período considerado. Ao final do período, a
necessidade de desemprego acima da taxa natural é reduzida, pois

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!84!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
a redução da inflação foi atingida através da adaptação dos salários
ao novo cenário. No limite, não há taxa de sacrifício nenhuma.

Para tanto, duas questões são fundamentais:

1. A intenção de desinflação deve ser plenamente


anunciada e
2. A autoridade monetária (ou outro órgão condutor da
política econômica) deve ter credibilidade, ou seja, os
indivíduos devem ter convicção no compromisso da
autoridade monetária em reduzir a inflação.

Mas, os economistas novos-clássicos foram também desafiados (no


bom sentido) pelos economistas novos-keynesianos.

Para este grupo, a rigidez de salários e preços é algo verificado


no mundo real, pelo que, mesmo com credibilidade e anúncio
antecipado da intenção de reduzir a inflação, os contratos salariais
não são reajustados instantaneamente, resultando em desemprego
mais elevado, ou seja, maior taxa de sacrífico.

Indo além, os contratos de salários são justapostos no tempo, ou


seja, não são todos estabelecidos ao mesmo tempo. Interessados
em manter o poder de compra relativo, os trabalhadores procuram
manter o padrão salarial em relação ao padrão de outras
categorias. Por exemplo, a obtenção de aumentos salariais em
determinada categoria de trabalho resulta na intenção em obter o
mesmo reajuste de outras categorias com características
semelhantes.

Mesmo que a autoridade monetária adote uma política monetária


contracionista, tenha credibilidade e a anuncie com relativa
antecedência, é inevitável certa recessão econômica e desemprego
acima da taxa natural, considerando a rigidez salarial. A taxa de
sacrifício será superior a apresentada pela escola Novo-Clássica.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!82!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
Mesmo assim, os novos-keynesianos consideram que a expectativa
dos indivíduos é racional, pelo que o anúncio da redução de inflação
e a credibilidade da autoridade monetária reduzem a taxa de
sacrifício, quando comparada à Monetarista, evidenciado a
necessidade de taxa de desemprego acima da natural por menor
tempo. Isto é, em que pese a rigidez de preços e salários há certa
tendência em ajuste de preços factível com o cenário econômico.

De todo o exposto, devemos ficar com as seguintes conclusões:

CONCLUSÕES SOBRE TAXA DE SACRIFÍCIO

i. A taxa de sacrifico é representada pela taxa de desemprego acima da


taxa natural em determinado período, para se atingir a desinflação
pretendida.

ii. A redução da inflação pode ser obtida em um menor espaço de tempo,


necessitando de mais desemprego; ou, realizada em maior espaço de
tempo, com menor desemprego por um período prolongado.

iii. Pelo enfoque Monetarista, a taxa de sacrifício é relativamente mais alta


que as outras abordagens, pelo que a exigência de taxa de desemprego
acima da natural é elevada para se atingir a desinflação pretendida.

iv. Para os Novo-Clássicos, basta a autoridade monetária ter credibilidade e


anunciar a intenção de reduzir a inflação com antecedência para que os
indivíduos ajustem suas expectativas de inflação, trazendo-a ao nível
pretendido com menor desemprego, ou seja, com menor taxa de
sacrifício. Isto é possível à perfeita flexibilidade de preços e salários.

v. Para os Novo-Keynesianos, a rigidez de salários e preços, além da


justaposição de contrato salariais, evidencia a necessidade de
desemprego, mesmo com credibilidade da autoridade monetária e
anúncio prévio da intenção de reduzir a inflação; a taxa de sacrifício é
menor que a taxa Monetarista e mais elevada que a taxa novo-clássica.

!
Seguem questões do CESPE:

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!85!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
29. (CESPE - Analista de Comércio Exterior/2001) Após uma
mudança credível nas políticas fiscais ou monetárias, a
hipótese das expectativas racionais, quando comparada com
a hipótese das expectativas adaptativas, implica que a
transição para um novo equilíbrio de longo prazo será mais
demorada.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!86!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
Como visto, a taxa de sacrifício, interpretada pela ótica das
expectativas racionais, é menor devido à credibilidade e
compromisso de redução da inflação das políticas monetária
e fiscal, diferentemente do que afirma a questão.
GABARITO: Errado

30. (CESPE - Economista (MTE)/2008) Na visão keynesiana,


a coexistência entre taxas elevadas de inflação e de
desemprego, nas décadas de 80 e 90 do século passado,
explica-se não somente pelas expectativas de altas dessas
duas variáveis, mas também pela ausência, mesmo no curto
prazo, de um trade-off entre inflação e desemprego.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!83!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
A visão keynesiana é compatível com as observações feitas
por Stanley Fischer sobre o mercado de trabalho. Preços e
salários são rígidos, além da negociação de contratos de
trabalho serem justapostas, conferindo trade-off negativo
entre inflação e desemprego no curto prazo.
Ademais, a estagflação das décadas de 80 e 90 pode ser
explicada, pelos keynesianos, justamente pela rigidez
salarial e taxa de sacrifício vigente. Considerando os choques
de oferta verificados à época (choques do petróleo e outros),
a economia passou a operar em estagnação e alta inflação.
Os salários, sendo rígidos, preservaram o valor real,
mantendo a inflação em elevado patamar, assim como a
estagnação.
GABARITO: ERRADO

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!87!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
7. DESEMPREGO E PRODUTO (LEI DE OKUN)
A relação entre desemprego e produto é natural e direta. Como já
observamos por diversas vezes, ao menos no curto prazo, a
produção da economia é função do fator trabalho. Os empregadores
contratam trabalho com a expectativa de elevar a produção.
Considerando que esta produção será demandada, teremos
aumento na renda.

Mas, de fato, em que grau se dará esta variação? A resposta foi


fornecida pelo economista Arthur Okun, que cunhou a chamada Lei
de Okun4.

Podemos considerar uma relação simples e direta entre produto e


desemprego. Por exemplo, o caso em que a redução de 5% no
desemprego acarreta a elevação de 5% no produto da economia.
Considerando a expressão abaixo, podemos demonstrar esta
relação da forma que segue:

!! ! !!!! ! !!!∀

Sendo !! o desemprego no período t; !!!! o desemprego no período


anterior a t e !!∀ o crescimento do produto no período considerado.
O sinal negativo aparece antes da variável crescimento do produto,
pois o desemprego e o produto relacionam-se negativamente isto é,
mais desemprego significa menos produto.

Mas, ao analisar dados sobre o tema, Arthur Okun percebeu que a


relação não era tão direta deste modo e propôs a seguinte
expressão básica para a Lei de Okun:

!! ! !!!! ! !!!!!∀ ! !! !

As seguintes observações devem ser feitas:

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Φ
∀Em que pese o edital não solicitar a Lei de Okun explicitamente, é prudente
analisar este tema, pois ele pode ser cobrado indiretamente∀
!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!88!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
• a relação entre produto e desemprego continua negativa; no
entanto, para que a redução no desemprego resulte em aumento na
renda, !!∀ deve ser, no mínimo, igual a !! . Esta variável exprime o

crescimento da força de trabalho e da produtividade em


determinado período. Assim, para haver redução no desemprego, a
economia deveria crescer mais que a soma do aumento da força de
trabalho com o aumento de produtividade. A ideia é lógica: caso a
economia cresça menos, o aumento da produtividade substituirá o
fator trabalho por capital ou tecnologia, assim como o aumento da
força de trabalho não será absorvida pela economia, ambos os
fatores resultando em aumento no desemprego. !! é conhecida
como taxa normal de crescimento.

• !! exprime o grau em que a variação no produto


acima/abaixo da taxa normal de crescimento modifica a taxa de
desemprego. Se considerarmos, por exemplo, que o produto cresça
1% acima da taxa normal, e ! ! ! !! !, a variação no desemprego
será de 0,5%. Geralmente, as empresas ajustam o emprego em
proporção inferior ao ajuste no produto, o que representa ganhos
de escala na utilização do fator trabalho. As companhias
entesouram mão de obra, pois necessitam de uma quantidade
mínima de trabalhadores para manter a atividade, mesmo que seu
uso não seja justificado em termos de produtividade do trabalho.
Assim, quando a economia passa a crescer, a empresa não
necessita logo contratar trabalhadores para elevar a produção. Mais
duas considerações explicam o valor de ! : (i) contratações e
demissões envolvem custos, que, a depender do valor, podem não
incentivar demissões/contratações, pelo que a companhia tende a
postergar ao máximo movimentos na folha de pagamento; (ii) a
redução no desemprego nem sempre é preenchida por
desempregados (pode-se, por exemplo, empregar entrantes na
força de trabalho, que não estavam anteriormente desempregados).

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!89!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
Retomando nossa discussão no tópico anterior, é possível relacionar
certas fontes de rigidez do mercado de trabalho e determinantes da
taxa natural de desemprego como capazes de influenciar !. Assim,
a existência de sindicatos fortes que conferem rigidez aos salários e
alta taxa natural de desemprego, podem reduzir o valor em módulo
de !, diminuindo o grau de relação entre crescimento do produto
acima da taxa normal e redução da taxa de desemprego.

Feitas estas observações, vamos sintetizar a expressão da Lei de


Okun, com a relação entre as variáveis:

!! ! !!!! ! !!!!!∀ ! !! !

O crescimento do produto acima/abaixo da taxa normal de


crescimento resulta em diminuição/aumento na taxa de
desemprego. O grau de associação entre as variáveis é dado
por !. Obviamente, a relação entre crescimento do produto e
desemprego é negativa.

Lei de Okun x Demanda Agregada x Curva de Phillips

O conhecimento da Lei de Okun era o que nos faltava para


relacionar desemprego, inflação, e crescimento do produto.

Lá na Aula 02 discutimos a curva de demanda agregada, na qual se


dava uma relação positiva entre os itens de absorção (C, G, I), a
quantidade real de moeda (M/P). Podemos sumarizar estas relações
através da simples expressão abaixo:

!!
!! ! !
!!

Em todas variáveis t representa o período presente. A quantidade


de renda e, portanto, de demanda por bens (C, G, I) é diretamente
relacionada ao estoque real de moeda, no grau representado por !.
Ademais, temos na expressão acima a descrição da Curva IS (Y) e
da LM (M/P), o que permite concluir que a elevação da quantidade

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!9:!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
de moeda reduz taxa de juros, eleva a quantidade demandada de
bens/serviços e aumenta o produto.

No entanto, a quantidade de moeda não fornece a taxa de inflação,


que é a variável que desejamos relacionar com o crescimento do
produto e desemprego. Omitindo operações matemáticas, podemos,
da expressão acima, derivar outra que relaciona a taxa de
crescimento da moeda, a taxa de inflação e a taxa de crescimento
do produto, que segue abaixo:

!!∀ ! !!∀ ! !!

Sendo !!∀ o crescimento do produto, !!∀ o crescimento da


quantidade de moeda no período t, e !! a inflação no mesmo
período. Assim, o crescimento no produto só se verifica se o
crescimento da moeda atingir taxa superior ao nível de inflação. De
maneira análoga, dada a taxa de inflação, o crescimento de moeda
acima desta taxa resulta em crescimento do produto. Bom, nada
diferente das considerações sobre a Curva LM, ou seja, que o
aumento na quantidade real de moeda resultava em aumento do
produto. Afinal, a taxa de crescimento de moeda menos a taxa de
inflação dá a quantidade real de moeda.

Por fim, nos basta retomar a expressão da Curva de Phillips para


que o modelo se complete. Já citamos que, no Modelo de Phillips
tradicional, há uma relação inversa entre desemprego e inflação.
Algebricamente, podemos assim representá-la:

!! ! !!!! ! !!!!! ! !! !

O desemprego abaixo da taxa natural !!! ) resulta em aumento na


taxa de inflação de um período ao outro, cujo grau associativo é
representado por !.

Juntando as peças, podemos compreender como uma política


monetária expansionista, por exemplo, gera efeitos na inflação e
desemprego.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!91!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
Esta questão recentíssima da STN, além de complementar a teoria
deste tópico, resume muito bem o que precisamos saber sobre a Lei
de Okun:

31. (ESAF - Analista de Finanças e Controle


(STN)/Economico-Financeira/2013) Suponha uma economia
representada pelas seguintes equações:

I. Lei de Okun:

II. Demanda agregada:

III. Curva de Phillips:

a) caso a taxa de desemprego vigente seja igual à natural e a taxa


de inflação em vigor seja de 2%, uma taxa de crescimento
monetário de 6% manterá constante a taxa de desemprego.

b) a taxa de desemprego natural é igual a 2%.

c) para manter a inflação nula é necessário expandir a demanda em


10%.

d) se a taxa de desemprego vigente for maior que a taxa natural, a


taxa de inflação vigente será maior que aquela que seria observada
caso a taxa de desemprego vigente fosse igual à taxa natural.

e) admitindo a hipótese das expectativas racionais, a taxa de


inflação será igual a 5%.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!94!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
Questão muito boa!!! Vamos apresentar cada relação e
depois efetuar as contas

Lei de Okun – relaciona o crescimento do produto e a


variação no desemprego.

O desemprego no ano t é identificado por µ1, assim como o


desemprego no período t-1 é representado por µt-1. A taxa
de crescimento do produto entre os anos t-1 e t é
representada por gyt

Demanda Agregada – apresenta uma relação entre o


crescimento do produto, crescimento do estoque de moeda e
inflação.

Gyt representa a taxa de crescimento do produto entre os


períodos t-1 e t
Gmt representa a taxa de crescimento da moeda nominal
πt representa a taxa de inflação, ou seja, a taxa de
crescimento de preços entre os períodos t-1 e t

Curva de Phillips – relaciona a taxa de desemprego com a


evolução da taxa de inflação entres os períodos t-1 e
t. Através desta relação é possível determinar como será a
variação da inflação caso o desemprego se distancie do nível
natural de desemprego, que neste caso é de 2% (0,02).
Perceba que esta relação o sinal negativo faz com que esta
relação seja inversa, isto é, a elevação do desemprego em
relação ao nível da taxa natural reduz a variação da inflação.

Deste modo, é possível perceber que, ao se relacionar estas


3 identidades, podemos relacionar taxas de desemprego,
crescimento do produto, crescimento da moeda nominal e,
por fim, variação da inflação.

Agora, vamos às alternativas:

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!92!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
a) Caso a taxa de desemprego seja igual a taxa natural
(2%) e taxa de inflação de 2%, um crescimento monetário
de 6% resultará em desemprego inferior à taxa natural, ao
menos no curto prazo
b) A taxa natural de desemprego está demonstrada na
curva de Phillips e é iguala 2% ou 0,02, como explicado
acima. Item correto .
c) Caso a demanda agregada se eleve em 10%, o nível
nominal de moeda teria que se reduzir também em 10%
para a inflação se manter nula, algo impensável.
d) Se a taxa de desemprego for menor que a taxa natural, a
inflação será maior. É só observar a curva de Phillips.

e) Admitindo a hipótese das expectativas racionais, a taxa


de inflação se comportaria de modo variável, dependendo da
discricionariedade da política econômica (antecipada ou não-
antecipada).

GABARITO: LETRA B

32. CESPE - Economista (SUFRAMA)/2014/

Considere que uma economia seja descrita pelas equações


abaixo, em que u é a taxa de desemprego, g é a taxa de
crescimento da economia, π é a taxa de inflação, gm é a taxa
de crescimento da oferta de moeda e t é o indicativo de
tempo, base anual.

Com base nas informações apresentadas acima, julgue o


item que se segue.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!95!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
Se for observada inflação de 10% ao ano e a economia
estiver operando no nível do produto potencial, a taxa de
crescimento da oferta de moeda será de 13% ao ano.

Questão muito interessante. Vamos apresentar cada relação


e depois efetuar as contas

Lei de Okun – relaciona o crescimento do produto e a


variação no desemprego. É representada pela primeira
expressão.

O desemprego no ano t é identificado por µt, assim como o


desemprego no período t-1 é representado por µt-1. A taxa
de crescimento do produto entre os anos t-1 e t é
representada por gt

Curva de Phillips – relaciona a taxa de desemprego com a


evolução da taxa de inflação entres os períodos t-1 e t.
Através desta relação é possível determinar como será a
variação da inflação caso o desemprego se distancie do nível
natural de desemprego, que neste caso é de 3% (0,02).
Perceba que esta relação o sinal negativo faz com que esta
relação seja inversa, isto é, a elevação do desemprego em
relação ao nível da taxa natural reduz a variação da inflação.
É representada pela segunda expressão.

Demanda Agregada – apresenta uma relação entre o


crescimento do produto, crescimento do estoque de moeda e
inflação. É representada pela terceira expressão.

Gt representa a taxa de crescimento do produto entre os


períodos t-1 e t

Gmt representa a taxa de crescimento da moeda nominal

πt representa a taxa de inflação, ou seja, a taxa de


crescimento de preços entre os períodos t-1 e t

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!96!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
Deste modo, é possível perceber que, ao se cruzar estas 3
identidades, podemos relacionar taxas de desemprego,
crescimento do produto, crescimento da moeda nominal e,
por fim, variação da inflação.

Desta forma, se for observada inflação de 10% ao ano e a


economia estiver operando no nível do produto potencial, a
taxa de crescimento da oferta de moeda será de 13% ao
ano.

A taxa de crescimento potencial é aquela que mantém a taxa


de desemprego em seu nível natural. Assim, considerando
que a taxa de desemprego natural é de 3% e, portanto, a
taxa de crescimento potencial é compatível com esta taxa,
temos que:

GABARITO: CERTO

33. O produto potencial da economia é de 3% ao ano.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!93!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
considerando as observações feitas na questão anterior, o
produto potencial da economia é aquele em que a taxa de
desemprego efetiva é igual a taxa de desemprego natural.
Desta forma, podemos encontrar o referido produto a partir
da seguinte expressão:

ut = ut - 1 - 0,2(gt - 0,03)

De modo que:

ut = ut - 1

Para que isto aconteça: 0,2(gt - 0,03) = 0.

Resolvendo a expressão acima, temos que gt = 0,03.

Ou seja, o produto potencial é de 3% (0,03).

GABARITO CERTO

34. Caso o Banco Central reduza a taxa de inflação de 10%


para 5% ao ano de uma única vez, a taxa de desemprego
subirá para 13%.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!97!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
Para resolver a questão, precisamos utilizar a seguinte
expressão:

πt = πt - 1 - (ut - 0,06)

Sendo que:

πt = 5%

πt - 1 = 10%

Substituindo, temos que:

5% = 10% - ut + 6%

ut = 11%

A taxa de desemprego subirá para 11%.

GABARITO: ERRADO

O crescimento real de moeda resulta em crescimento do produto.


Pela Lei de Okun, o crescimento do produto reduz o desemprego.
Através da Curva de Phillips, menos desemprego resulta em maior
inflação, que reduz a quantidade real de moeda, completando o
sistema. Abaixo, segue a relação estilizada5:

.0)12%3)&45!
()!65)(∋!

.0)12%3)&45!
:&;<∋=>5!
(5!∀05(745!

8)1)390)∃5!

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Γ
∀Η5∃∀Ι&)=∀=∃∀ϑ6&∗∋(&−+/01!!2Κ∀Λ&∋−5=∋5∗5∃.∋)9∀=+Ε∀4=&−)5∗∀#+7∋&Β.5∗∀Μ∗∋Ε∀
!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!98!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
Considerando que a economia está em seu nível de equilíbrio, com
desemprego efetivo igual ao desemprego natural e crescimento do
produto igual ao crescimento normal, uma política monetária
expansionista provoca efeitos no curto e no médio prazo. Vejamos o
passo a passo do curto ao médio prazo:

1. O aumento da quantidade de moeda, no curto prazo, resulta


em aumento do produto. Como a inflação não aumenta
automaticamente, em face a certa rigidez de preços. Esta conclusão
é obtida através do Modelo IS-LM.

2. Mais produto, considerando a Lei de Okun, reflete em menor


desemprego. Aqui, continuamos no curto prazo, pois podemos
considerar as observações de ilusão monetária feitas por Friedman,
que possibilita aos empresários contratar mais trabalhadores ao
salários real vigente.

3. A redução no desemprego resulta em aumento de salários


nominais e, consequentemente, aumento no índice geral de preços.
Neste ponto, já podemos considerar a passagem do curto ao longo
prazo, em face à variação da inflação, que provoca a redução na
quantidade real de moeda e de produto, além do retorno da
economia ao nível natural de desemprego e de crescimento normal
do produto.

Portanto, no médio prazo, a variação na quantidade de moeda


provoca apenas variação nos preços, mantendo as demais variáveis
constantes. Esta é a conclusão monetarista: no curto prazo, a
moeda provoca efeitos no produto, mas no médio/longo
prazo não!

Esta é a conclusão monetarista sobre a neutralidade da moeda.


Como os agentes possuem expectativas adaptativas, eles adequam
preços e salários ao crescimento da moeda e a inflação resultante
anula os ganhos reais obtidos no curto prazo. Para Milton Friedman,

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!99!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
o crescimento da quantidade de moeda deveria ser consistente ao
crescimento do produto, o que permitiria ao produto crescer à taxa
normal e ao desemprego permanecer na taxa natural. Deste modo,
não haveria a necessidade de adoção de política econômica
expansiva para reduzir o desemprego, tendo em vista seu aspecto
estrutural. No entanto, no curto prazo, a moeda pode e deve ser
utilizada na adequação do produto e desemprego ao nível natural,
caso ocorra algum choque negativo.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!1::!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08

• Curva de Phillips
Original
!
! ! !!∀!
!
A variação do salário nominal é inversamente relacionada à variação no desemprego.
Monetarista
! ! !! ! !!! ! !∀!
A taxa de inflação !!! é igual a taxa de inflação esperada !! ! ! menos o desvio do
desemprego efetivo ao desemprego natural.
Expectativas adaptativas, cuja inflação futura é igual à inflação passada mais erros de
previsão. No curto prazo, a ilusão monetária proporciona desemprego < desemprego
natural. No longo prazo, os indivíduos ajustam o salário real ao nível de inflação,
mantendo o desemprego na taxa natural, as com preços superiores.
Curva de Phillips negativamente inclinada no curto prazo e vertical no longo prazo
Novo-Clássica
!!! ! !∀ ! !!!!! ! !!!! !
Expectativas racionais: considera que os agentes utilizam todas as informações
disponíveis no presente, incluindo as mudanças de política econômica e choques com
possibilidade de ocorrência no futuro, para estimar com certa precisão a inflação futura e
compreender o correto modelo econômico.
Política econômica antecipada não resulta em variação da taxa de desemprego nem no
curto prazo, pelo que a Curva de Phillips é vertical no curto e no longo prazo.
Política econômica não-antecipada segue as mesmas disposições monetaristas para o
curto e longo prazo
Taxa de Sacrifício
!! ! !∀ ! !! ! !∀ ! ! !! ! !∀
!!
!!! ! !!
A desinflação exige desemprego acima da taxa natural. Para os monetaristas, a taxa de
sacrifício é elevada. Para os novos-clássicos, a hipótese das expectativas racionais e a
credibilidade a autoridade monetária, exige menor desemprego para estabilizar a
inflação. Para os novos-keynesianos, a taxa de sacrifício é intermediária, devido à rigidez
salarial e justaposição dos salários, que evidencia desemprego para resolver a inflação,
mesmo com credibilidade.
• Lei de Okun
!! ! !!!! ! !!!!!∀ ! !! !
Variação no desemprego negativamente relacionado com a variação no produto. Nem
todo crescimento do produto reflete redução no desemprego, devido ao aumento da PEA
e da produtividade

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!1:1!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
8. LISTA DE QUESTÕES E GABARITOS

01. (CESPE - Consultor Legislativo (SEN)/Economia -


Agricultura/2002) A taxa natural de desemprego é aquela
que prevalece quando a economia está produzindo no nível
de seu produto potencial.
Questão direta. De fato, a taxa natural de desemprego
coincide com o produto potencial, pois é a taxa compatível
com o emprego de todo o fator trabalho que aceita o nível de
salário real, ou seja, é compatível com a existência apenas
de desemprego voluntário e friccional.
GABARITO: Certo

02. (ESAF - Analista de Comércio Exterior/1998) Uma


maneira possível de reduzir a "taxa natural" de desemprego
de uma economia seria
a) aumentar o valor do salário mínimo real
b) praticar uma política monetária expansionista
c) praticar uma política fiscal expansionista
d) aumentar o volume de informações sobre oferta e demanda por
trabalhadores
e) aumentar o valor dos benefícios do seguro-desemprego em
termos reais
A taxa natural de desemprego é determinada por questões
institucionais (estruturais). Deste modo, a adoção de política
econômica expansionista em nada ajudaria, por ser tratar de
medida para variar a taxa de desemprego conjuntural, pelo
que as alternativas b e c estão erradas.
Aumentar o valor do salario mínimo real e o valor do seguro-
desemprego em termos reais resulta em aumento da taxa de
desemprego, pois a demanda por trabalho está inversamente

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!1:4!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
relacionada com o valor do salário real, pelo que as
alternativas a e e estão incorretas.
Aumentar o volume de informações sobre oferta e demanda
por trabalhadores tem como efeito reduzir os custos em se
ofertar/demandar trabalho, reduzindo a taxa natural de
desemprego.
Este fator é compatível com uma mudança institucional,
como, por exemplo, a adoção de novos canais de
comunicação que centralizam a oferta e demanda de
trabalho.
GABARITO: LETRA D

03. (CESPE - Analista de Comércio Exterior/2008) Os


fatores que afetam o desemprego estrutural de determinada
região incluem a concentração industrial, o ritmo da
evolução tecnológica e a imobilidade da força de trabalho.
De certo modo, estas observações completam as que foram
citadas na aula sobre determinantes da taxa de desemprego
natural (ou estrutural).
A concentração industrial indica a existência de monopólio
ou oligopólio, resultando em emprego do fator trabalho
inferior ao de concorrência perfeita.
O ritmo da evolução tecnológico pode resultar em extinção
de maior número de postos de trabalho do que criação de
novas vagas. Notadamente, isto pode ocorrer devido à
substituição do fator trabalho pelo capital e também pela
necessidade de fator trabalho mais especializado, nem
sempre existente na região considerada.
Por fim, a imobilidade da força de trabalho pode também
afetar o desemprego estrutural. Atualmente, a cadeia
produtiva é dividida globalmente, além de apresentar
mobilidade em função dos custos do trabalho. Assim, caso

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!1:2!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
vagas sejam extintas em determinada região cujo fator
trabalho possui imobilidade, a taxa natural de desemprego
irá aumentar
GABARITO: Certo

(CESPE/MTE/AFT/2013) Considere uma economia descrita


pelas seguintes condições matemáticas:

Nesse sentido, considere que:


p é o preço;
w é o salário nominal;
λ e a produtividade do trabalho; e 1/λ o requisito unitário
de mão de obra;
τ e o mark-up; zp representa o conjunto de instituições
existentes no mercado de bens que deslocam o preço dos
produtos industriais;
E é a taxa de emprego; e zw representa as instituições do
mercado de trabalho, incluindo seguro-desemprego,
densidade sindical ou proporção dos trabalhadores cobertos
por acordos coletivos;

é a derivada da função f em relação ao mark-up;

é a derivada da função f em relação as instituições do


mercado de bens;

é a derivada da função b em relação ao emprego;

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!1:5!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08

é a derivada da função b em relação as instituições do


mercado de trabalho.
Acerca dessa economia, julgue os itens que se seguem.

04. (CESPE/MTE/AFT/2013) Se essa economia passar a ser


regulamentada por um conjunto de leis que permitam maior
flexibilidade nas relações trabalhistas, o resultado será o
deslocamento para baixo da curva de determinação salarial,
com redução da taxa natural de desemprego.
04. Este conjunto de questões demonstra muito bem o que
podemos esperar para a prova do BACEN. A questão fornece
um pouco de matemática para complicar a vida, em que pese
ela não servir para quase nada.
Podemos considerar as observações institucionais feitas
para o mercado de trabalho e para a taxa natural de
desemprego para responder todos os itens tranquilamente.
Vejamos:
A flexibilidade no mercado de trabalho confere menores
custos para a demanda por trabalho, ou seja, reduz o valor
do salário real. Como visto durante a aula, a redução do
salário real eleva, ou ajusta, a demanda por trabalho,
reduzindo a taxa desemprego. Caso esta modificação
institucional seja permanente, a redução ocorrerá também
na taxa natural de desemprego, como afirma a questão.

Matematicamente, podemos visualizar isto pela >0, o


que significa que o fortalecimento das instituições aumenta
b, elevando o salário. Contrariamente, a flexibilização das
instituições de trabalho reduzem b, assim como o salário,
incentivando o aumento do emprego.
GABARITO: CERTO

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!1:6!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08

05. (CESPE/MTE/AFT/2013) A longo prazo, o desemprego


nessa economia será igual a zero.
05. A presença de instituições no mercado de trabalho, tais
como os sindicatos, resultam em elevação do salário real
acima do nível de PMgL, o que inviabiliza a taxa de
desemprego zero. Ademais, mesmo que a economia se
encontra na taxa natural de desemprego, ela é maior do que
zero.
GABARITO: ERRADO

06. (CESPE/MTE/AFT/2013) O aumento do seguro-


desemprego, em equilíbrio, acarreta o aumento do
desemprego observado.
06. Como vimos na exposição sobre fatores que influenciam
o mercado de trabalho e a NAIRU, o aumento do seguro
desemprego eleva a propensão a não trabalhar dos
trabalhadores, pois eles podem dispender horas com lazer e
auferir remuneração. Assim, este fato acarreta aumento da
taxa de desemprego.
GABARITO: CERTO

07. (CESPE/MTE/AFT/2013) A taxa de desemprego de


equilíbrio independe da estrutura sindical da economia.
07. A estrutura sindical da economia é um importante fator
na determinação da taxa de desemprego natural, ou de
equilíbrio, da economia. Há diversas evidências sobre a
influência do poder dos sindicatos na determinação dos
salários, e consequentemente, níveis de emprego da
economia.
GABARITO: ERRADO

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!1:3!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08

08. (CESPE/MTE/AFT/2013) Na economia em questão, as


firmas conseguirão contratar a quantidade desejada de
trabalhadores, bastando que seja respeitada a condição de o
salário real ser maior ou igual à produtividade marginal do
trabalho.
Simplesmente errado. Como já vimos, revimos, e vimos de
novo, a firma demanda trabalho no ponto em que w/P =
PMgL. No caso de salário real acima da produtividade
marginal do trabalho, as firmas deixam de contratar a
quantidade de trabalhadores que deseja, reduzindo a
eficiência e a produção.
Visto de oura forma, a presença de instituições no mercado
de trabalho não asseguram o equilíbrio entre oferta e
demanda por trabalho como considerado pelo livre mercado.
As instituições podem resultar em aumento do salário real
acima da produtividade do trabalho, provocando redução na
demanda por trabalho.
GABARITO: ERRADO

09. (ESAF - Analista de Finanças e Controle


(STN)/Economico-Financeira/2013) O financiamento do
gasto público por intermédio da criação de moeda de alta
potência gera uma espécie de tributação explícita. Sendo
assim, o governo pode obter montantes significativos de
recursos ano após ano pela emissão de moeda.
a) Essa receita tributária será aumentada se a economia estiver
operando sob o regime de metas de inflação.
b) Essa fonte de receita não é absorvida pelo público sob a forma
de moeda.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!1:7!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
c) O efeito inflacionário dessa expansão monetária para financiar o
gasto público é anulado com a redução da alíquota do imposto de
renda.
d) O efeito inflacionário dessa expansão monetária para financiar o
gasto público é anulado quando há regime de câmbio fixo.
e) Essa fonte de receita é conhecida como senhoriagem, que é a
capacidade de o governo arrecadar receita por meio de seu direito
de criar moeda.
A questão trata da senhoriagem, que nada mais é do que o
financiamento de gastos públicos através da emissão de
moeda pela autoridade monetária.
Ao emitir mais moeda, o governo aumenta seu poder de
compra, que pode ser calculado através do valor nominal da
moeda criada (-) o custo para produzi-la, ou, de maneira
análoga, através do valor real possibilitado pela nova
quantidade de moeda em circulação.
É importante entender que ao aumentar a receita de
senhoriagem, a autoridade monetária gera efeitos
inflacionários na economia, transferindo renda do setor
privado para o setor público. Este efeito é chamado de
imposto inflacionário.
Vamos aos itens:
a) caso a economia esteja sob um regime de metas de
inflação, a autoridade monetária deverá respeitar o limite de
inflação, ou seja, a emissão de moeda e os ganhos de
senhoriagem possuem esta limitação; consequentemente o
imposto inflacionário também será menor
b) como explicado acima, ao passo que o governo gera
ganhos de senhoriagem ao emitir moeda, o setor privado
arca com o ônus através do imposto inflacionário, de modo
que a receita de senhoriagem é absorvida pelo setor privado
na forma de moeda

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!1:8!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
c) a senhoriagem gera pressões inflacionárias por si só; a
redução na alíquota do imposto de renda provoca aumento
da renda disponível do setor privado, o que pode fomentar a
demanda da economia e alimentar ainda mais a inflação.
d) a senhoriagem gera pressões inflacionárias por si só,
independentemente do regime de câmbio da economia; no
caso de câmbio fixo, a elevação da inflação provoca
valorização do câmbio real.
e) item correto, pois, como explicado acima, a senhoriagem
é fonte de receita do governo obtida a partir da elevação da
oferta de moeda.
GABARITO: LETRA E

10. (CESPE - Consultor do Executivo (SEFAZ ES)/Ciências


Econômicas/2010) A curva de Phillips surgiu da relação
entre salários monetários e taxas de desemprego.
Posteriormente, a curva de Phillips moderna adotou a
inflação de preços, incorporando a inflação esperada e os
choques de oferta.
Nesta aula estão apresentadas as 3 versões da Curva de
Phillips. Como notado, a versão original continha apenas o
trade-off entre salários nominais e taxas de desemprego. As
demais versões adotaram o trade-off entre inflação e
desemprego.
GABARITO: Certo

11. (CESPE - Auditor Federal de Controle Externo/1998)


Quando a inflação aumenta, a curva de Phillips desloca-se
para a direita, acarretando, assim, taxas mais elevadas de
desemprego.
Pelo visto no modelo aceleracionista da Curva de Phillips, o
aumento na expectativa de inflação resulta em maior

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!1:9!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
inflação efetiva à mesma taxa de desemprego (taxa natural
de desemprego). Assim, a taxa de desemprego não aumenta,
mas sim a inflação efetiva.
GABARITO: Errado

12. (CESPE - Analista do Executivo (ES)/Ciências


Econômicas/2013) Com relação às principais teorias
monetárias e aos resultados da política monetária sobre
variáveis da economia, assinale a opção correta.

a) Na curva de Phillips de Milton Friedman, que introduz o conceito


de taxa natural de desemprego, uma maior inflação resulta da
pressão que os trabalhadores fazem por maiores salários em face
do incremento do emprego.
b) O principal resultado da curva de Phillips de Milton Friedman foi
estabelecer a proposição de plena neutralidade da política
monetária.
c) De acordo com a teoria quantitativa da moeda, cujos adeptos
consideram essencialmente os resultados de curto prazo da
economia, a elevação da oferta de moeda ocorre na mesma
proporção do aumento do nível geral de preços.
d) Consoante a análise da curva de Phillips de Milton Friedman, os
agentes possuem expectativas racionais.
e) Segundo a teoria quantitativa, a moeda deve ser sempre neutra.
Questão interessante.
De acordo com a visão monetarista, os indivíduos utilizam a
inflação passada como variável de ajuste nos contratos
salariais. A inflação passada possibilitou aos empresários
elevar a demanda por trabalho, tendo em vista a redução nos
salários reais.
No entanto, assim que os contratos de trabalho são
reajustados, mantendo o valor do salário real anteriormente

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!11:!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
vigente, o emprego volta ao nível de longo prazo e a inflação
aumenta ainda mais, tendo em vista o aumento do custo de
produção.
GABARITO: LETRA A

13. (CESPE - Agente de Polícia Federal/2004) Um choque de


oferta decorrente, por exemplo, do aumento do preço do
petróleo no mercado internacional provoca deslocamento ao
longo da curva de Phillips e aumenta tanto o emprego como
a taxa de inflação.
A questão relaciona os conceitos da Curva de Phillips a da
Curva OA-DA. Como já visto em aulas anteriores, um choque
de oferta reduz a demanda de trabalho pelas firmas, ao
reduzir a PMgL e a produtividade dos demais fatores
produtivos.
Neste cenário, há primeiramente um deslocamento da Curva
de Phillips de curto prazo para cima, evidenciando maior
taxa de inflação a mesma taxa de desemprego.
Posteriormente, ocorre deslocamento ao longo da Curva de
Phillips, resultando em maior desemprego à maior taxa de
inflação, ou seja, estagflação.
GABARITO: Errado

14. (CESPE - Consultor do Executivo (SEFAZ ES)/Ciências


Econômicas/2010)
Na relação entre a demanda agregada e a curva de Phillips, o
aumento na demanda agregada conduz a um deslocamento
ao longo dessa mesma curva e o choque de custos desloca
toda a curva de Phillips.
14. Importante questão para complementar o conteúdo da
aula.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!111!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
O deslocamento ao longo da Curva de Phillips é feito por
variáveis endógenas, ou seja, a taxa de inflação ou de
desemprego. A variação positiva da demanda agregada
resulta em aumento do emprego e do produto. Esta mudança
é demonstrada na Curva de Phillips pela redução da taxa de
desemprego e aumento da inflação, gerando deslocamento
ao longo da Curva.
As mudanças em variáveis exógenas, por sua vez, deslocam
a Curva de Phillips. Assim, considerando um choque de
oferta negativo, que aumenta os custos da quantidade
produzida, há deslocamento da Curva de Phillips para cima,
evidenciando maior preço ao mesmo nível de desemprego.
GABARITO: Certo

15. (CESPE - Analista de Comércio Exterior/2001) De acordo


com a hipótese da taxa natural, a curva de Phillips de longo
prazo é negativamente inclinada porque taxas de inflação
mais elevadas coexistem com baixas taxas de desemprego.
15. A hipótese da taxa natural segue a tradição monetarista,
cuja Curva de Phillips é vertical no longo prazo. Como os
indivíduos possuem expectativas adaptativas, o reajuste dos
salários compatível com a taxa natural de desemprego no
longo prazo resulta apenas em aumento de preços.
GABARITO: Errado

16. (CESPE - Especialista em Regulação de Serviços Públicos


de Telecomunicações/Geral (Ciências Exatas ou
Humanas)/2006) De acordo com a visão monetarista,
quando os mercados reagem a mudanças na política
monetária por meio do ajustamento dos preços relevantes,
essas mudanças afetam o lado real da economia e conduzem
a modificações duradouras no nível de atividade econômica.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!114!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
16. Para afetar o lado real da economia, e provocar
modificações duradouras no nível de atividade econômica,
devem-se variar os fatores produtivos presentes na função
de produção, ou seja, capital, trabalho, insumos e tecnologia,
e/ou variar configurações institucionais que incentivam a
produção, mesmo sem variar os fatores produtivos (como,
por exemplo, a adoção de uma nova lei que fomente a
atividade produtiva).
O ajustamento de preços relevantes, no âmbito da Curva de
Phillips, corresponde ao ajustamento dos salários que, no
longo prazo, mantém a economia à taxa de desemprego
natural.
GABARITO: Errado

17. (CESGRANRIO - Analista do Banco Central do Brasil/Área


2/2009) Os economistas utilizam, com muita frequência,
construções teóricas com o objetivo de analisar situações
reais e dinâmicas, com simplicidade. Longo prazo x curto
prazo, produto potencial e taxa natural de desemprego são
alguns exemplos.
Nesse contexto, analise as proposições abaixo.
I - O produto potencial corresponde ao potencial de produto
de uma economia, dadas suas instituições sociais, a
disponibilidade de recursos produtivos e a tecnologia; por
isso, produto potencial corresponde ao conceito de curva de
possibilidades de produção.
II - Além dos mercados de bens e serviços, de recursos
produtivos, de ativos financeiros e de moeda estrangeira
(câmbio) usados na caracterização do modelo de demanda e
oferta agregadas, os economistas utilizam o conceito de
produto potencial para caracterizar a oferta agregada de
longo prazo.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!112!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
III - A Curva de Phillips, originariamente percebida como
uma regularidade estatística, pode ser interpretada como a
oferta agregada de curto prazo, enquanto que sua versão de
longo prazo à la Friedman-Phelps pode ser interpretada
como oferta agregada de longo prazo.
Está(ão) correta(s) a(s) proposição(ões)
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
I - O produto potencial indica a quantidade possível de
produção que pode ser obtida com o emprego de fatores de
produção e instituições disponíveis. Assim, este conceito
corresponde á curva de possibilidades de produção, ou seja,
corresponde à curva que indica o emprego de fatores e
obtém como resultado a produção.
II – Como já apresentado em aulas anteriores, a curva de
oferta de longo prazo está relacionada com a função de
oferta, ou seja, com o produto potencial. A curva de
demanda agregada, por sua vez, está relacionada com os
determinantes do Modelo IS-LM-BP (mercado de bens,
mercado monetário e transações com o resto do mundo)
III – A diferença entre a Curva de Phillips tradicional e a
monetarista é exatamente esta. No curto prazo,
representado pela Curva de Phillips negativamente inclinada,
há um trade-off entre inflação e desemprego. No longo
prazo, representado pela Curva de Phillips vertical, a
economia converge para o emprego da taxa natural de
desemprego que, quando colocada na função de produção
juntamente com os demais fatores produtivos, evidencia a
curva de oferta de longo prazo.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!115!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
Portanto, todos os itens estão corretos.
GABARITO: LETRA E

18. CESGRANRIO - Profissional Básico


(BNDES)/Engenharia/2013/

A curva de Phillips aceleracionista, proposta pelos


economistas Milton Friedman e Edmund Phelps, propõe que,
a longo prazo, a taxa esperada de inflação e a taxa real de
inflação são iguais, e a curva de Phillips se torna uma reta
vertical.

Nessas condições, a taxa real de desemprego é igual à taxa


natural de desemprego, contanto que a(o)

a) taxa nominal de juros permaneça constante.

b) taxa natural de desemprego possa ser observada.

c) neutralidade monetária exista a longo prazo.

d) inflação não diminua.

e) Banco Central não aumente a oferta monetária.

A proposta de Friedman e Phelps para a Curva de Phillips


assume a seguinte forma gráfica e algébrica:

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!116!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
A economia encontra-se inicialmente em equilíbrio,
representado pela Curva de Phillips de curto prazo (PCCP)
mais baixa. Neste ponto, a taxa de desemprego é igual à
taxa natural, pelo que a inflação realizada é igual à inflação
esperada .

Considere, por exemplo, que o governo adote uma política


monetária expansionista, com o objetivo de elevar a
demanda agregada e o emprego.

Partindo do equilíbrio citado, a economia se desloca pela


Curva de Phillips de curto prazo a um ponto representado
pelo quadrado, evidenciando menor desemprego ao custo de
maior inflação.

O movimento é possível em face à rigidez dos salários. No


momento da implantação da política monetária, os salários
já estavam determinados e estabelecidos contratualmente,
considerando a expectativa de inflação anteriormente
definida.

As firmas, por sua vez, aproveitam o momento de redução


nos salários reais para contratar mais funcionários,
resultando na queda de desemprego. Friedman denominou
esta situação de ilusão monetária. Na prática, como os
efeitos da inflação são sentidos com certo atraso, os
trabalhadores entendem que sua situação é confortável, pelo
que aceitam o salário real vigente.

Ao passo que os trabalhadores passam a notar o aumento


da inflação, inserem esta maior expectativa nas próximas
negociações salariais, reduzindo a ilusão monetária a zero.

Este ajuste do preço, no médio/longo prazo, face ao


aumento da quantidade de moeda permite concluir que a
moeda é neutra neste mesmo período.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!113!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
GABARITO: LETRA C

19. CESPE - Economista (MJ)/2013/

Julgue o item a seguir, relativo à economia monetária.

Na curva de Phillips com expectativas adaptativas, a inflação


reage aos desvios da taxa efetiva de desemprego em relação
à taxa natural de desemprego, aos choques de oferta e ao
componente de inflação esperada.

A expressão da Curva de Phillips com expectativas


adaptativas é a que segue:

A diferença entre a taxa de inflação efetiva e a taxa de


inflação esperada é igual ao desvio da taxa de desemprego
em relação à taxa natural de desemprego, exatamente como
afirmado pela questão.

Um exemplo pode elucidar.

Supondo o ajuste de salários no mercado de trabalho, os


trabalhadores e empregadores estão interessados no valor
real do salário. Assim, caso ocorra expectativa de aumento
de inflação, o salário será ajustado no mesmo montante. No
caso de inflação efetiva = inflação esperada, a taxa de
desemprego é a taxa natural. Caso contrário, como inflação
esperada < inflação efetiva, a taxa de desemprego efetiva
será mais elevada que a taxa natural de desemprego.
Adicionalmente, os choques de oferta provocam também
variações na inflação. Choques de oferta negativos, na
medida que reduzem a produtividade dos insumos

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!117!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
produtivos, encarecendo o valor da produção, provocam
aumento de preços, isto é, aumento da inflação.

Portanto, a inflação responde sim (i) aos desvios da taxa


efetiva de desemprego em relação à taxa natural de
desemprego, (ii) aos choques de oferta e (iii) ao componente
de inflação esperada.

GABARITO: CERTO

20. (CESPE - Analista do Ministério Público da


União/Perito/Economia/2010) Acerca da relação existente
entre o comportamento do mercado de trabalho e o nível de
atividade e da relação existente entre salários, inflação e
desemprego, julgue o item a seguir.

No longo prazo, a curva de Phillips é vertical.

O item está CERTO.

Esta é a interpretação proposta pelos monetaristas para


explicar as relações entre produto, desemprego e inflação no
longo prazo.

Vamos entender passo a passo este processo:

1. considere que a economia encontra-se no equilíbrio


(ponto A), com taxa de inflação e desemprego estáveis.

2. o governo promove uma expansão no estoque de moeda


(política monetária expansionista).

3. no curto prazo os preços da economia aumentam mais


depressa que o salário nominal, pois o salário encontra-se
estabelecido em contratos de médio prazo (salários são
rígidos no curto prazo); como resultado, o salário real
diminui e os empresários contratam mais trabalhadores e
aumentam a produção, diminuindo o desemprego, mas com

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!118!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
uma taxa de inflação mais elevada (consequência da política
monetária); a economia se move ao ponto B.

4. no médio e longo prazo, os trabalhadores percebem o


declínio dos salários reais e promovem renegociação salarial,
de modo que o antigo salário real seja estabelecido (o
aumento no salário nominal é equivalente à taxa de
inflação);

5. neste novo ponto, o desemprego volta ao nível inicial, no


entanto a taxa de inflação não, devido à oferta monetária
expansionista e ao aumento de salários; a economia se move
ao ponto C.

Portanto, a Curva de Phillips de longo prazo (curva


vermelha) é vertical, como pode ser visto abaixo:

É importante salientar que movimentos de curto prazo


ocorrem ao longo da curva. Movimentos de longo prazo
deslocam a curva, pois as expectativas de preços e,
consequentemente, da taxa de inflação variam.

21. (CESPE - Analista de Comércio Exterior/2001) Os


adeptos da teoria das expectativas racionais tendem a
!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!119!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
recomendar que o governo utilize políticas fiscais
discricionárias.
Política discricionária é aquela escolhida em determinado
momento, mediante a conveniência e oportunidade do policy
maker, sem guardar relação com a ideia de políticas
previamente anunciadas.
Portanto, políticas discricionárias são não recomendadas
pelos adeptos da teoria das expectativas racionais, pois
podem provocar inflação acima da inflação esperada, ou
desemprego acima da taxa natural.
GABARITO: Errado

22. (CESPE - Consultor do Executivo (SEFAZ ES)/Ciências


Econômicas/2008) Quando empregadores e trabalhadores
dispõem de tempo e flexibilidade suficientes para acomodar
plenamente as mudanças decorrentes de variações não-
antecipadas da demanda agregada, isso é compatível com a
existência de uma curva de Phillips de longo prazo vertical.
Questão interessante. Como vimos na aula, variações
antecipadas na política econômica (e na demanda agregada)
não resultam em variações no produto e desemprego, pelo
que são ineficazes. A Curva de Phillips é vertical no curto e
longo prazo.
Não obstante, caso esta variação não seja antecipada,
aplica-se as disposições da Curva de Phillips Monetarista,
pelo que, apenas no longo prazo, ela é vertical
GABARITO: Certo

23. (CESPE - Auditor Federal de Controle Externo/1998) Se a


taxa de desemprego efetivamente observada for inferior à
taxa de desemprego natural, então, ceteris paribus, a taxa

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!14:!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
de inflação que prevalece na economia encontra-se acima da
taxa de inflação antecipada pelos agentes econômicos.
Este é exatamente o trade-off demonstrado pela Curva de
Phillips sob a hipótese das expectativas racionais. No curto
prazo, taxa de desemprego efetiva menor que a taxa de
desemprego natural resulta em inflação acima da taxa
prevista.
GABARITO: Certo

24. ESAF - Analista de Finanças e Controle


(STN)/Economico-Financeira/2013/

A hipótese de expectativas racionais considera que:

a) em sua versão fraca, os agentes usam as informações


passadas e os agentes não comentem erros sistemáticos.

b) o valor esperado da inflação é igual à inflação efetiva e a


covariança dos erros igual a zero. Assim, a principal hipótese
é de que a política monetária tem pleno efeito sobre o
produto e os preços da economia.

c) a curva de Phillips é vertical, tanto no curto quanto no


longo prazo, de modo que os desvios ocorrem apenas em
função de choques não antecipados.

d) em sua versão forte, considera que os agentes só levam


em conta as informações do passado.

e) a curva de Phillips é horizontal no curto prazo.

A hipótese das expectativas racionais considera que os


agentes utilizam a experiência e todas as informações
disponíveis para formular um modelo sobre o
comportamento econômico. Deste modo, eles reagem de
modo racional à adoção de políticas econômicas previamente

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!141!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
anunciadas, ou esperadas, e adequam suas expectativas,
anulando em certo grau a efetividade desta política.

Se aplicada à Curva de Phillips, esta hipótese resulta em


curva vertical tanto no curto como no longo prazo, pois uma
determinada política monetária com o objetivo de reduzir o
dezemprego e, consequentemente, aumentar a inflação, é
antecipada pelos agentes já no curto prazo, de modo que a
efetividade da política é anulada.

Em resumo, se considerada a teoria das expectativas


racionais, a política monetária expansionista resultaria em
aquecimento da economia, com elevação na demanda por
trabalho. No entanto, como os trabalhadores antecipam este
movimento e passam a exigir de antemão salários maiores, o
aumento na demanda por trabalho logo é reduzido, não
provocando mudanças no emprego, mas sim aumento nos
preços e, consequentemente, inflação.

Este conceito é apresentado na letra c.

Vamos ao erro dos demais itens:

a) o item afirma que os agentes utilizam as informações


passada, o que é incorreto. Os agentes não só utilizam as
informações passadas como todas as outras possíveis, assim
como se antecipam a possíveis mudanças na política
econômica, quando esperadas.

b) na hipótese das expectativas racionais a política


monetária tem efeito nulo sobre o produto, ao passo que
afeta apenas o nível de preços; ademais, o valor da inflação é
exatamente o seu valor esperado, com a covariância dos
erros igual a zero (em português, os valor efetivo da inflação
é idêntico ao valor que os agentes esperam, não havendo
erros siginificantes nas previsões).

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!144!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
d) idem ao item 'a', pois os agentes consideram todas as
informações disponíveis, além das mudanças esperadas na
condução da política econômica, tanto na versão fraca como
na versão forte.

e) como já explicado, a Curva de Phillips é vertical no curto


prazo

GABARITO: LETRA C

25. (CESGRANRIO - Profissional Básico


(BNDES)/Economia/2011) A figura abaixo mostra três
linhas, (I), (II) e (III), com inclinações diferentes,
relacionando a taxa de inflação com a taxa de desemprego
em determinada economia.

Suponha total flexibilidade dos preços e dos salários,


propiciando contínuo equilíbrio entre a oferta e a demanda
nos mercados. Se as expectativas dos participantes dos
mercados, a respeito das variáveis relevantes, fossem
sempre corretas, a curva de Phillips de
a) curto prazo seria como em (I)
b) curto prazo seria como em (II)
c) curto prazo seria como em (III)
d) longo prazo seria como em (I)
e) longo prazo seria como em (II)

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!142!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
A total flexibilidade dos preços e dos salários, propiciando
contínuo equilíbrio entre a oferta e a demanda nos
mercados, é equivalente com a Curva de Phillips vertical no
curto e no longo prazo. Este fato ocorre devido à
possibilidade de perfeito ajustamento dos salários nominais
à inflação, mantendo o salário real constante e o
desemprego na taxa natural, independentemente da taxa de
inflação.
GABARITO: LETRA C

26. (ESAF - Analista de Finanças e Controle


(STN)/Economico-Financeira/2013) A hipótese de
expectativas racionais considera que:
a) em sua versão fraca, os agentes usam as informações
passadas e os agentes não comentem erros sistemáticos.
b) o valor esperado da inflação é igual à inflação efetiva e a
covariança dos erros igual a zero. Assim, a principal hipótese
é de que a política monetária tem pleno efeito sobre o
produto e os preços da economia.
c) a curva de Phillips é vertical, tanto no curto quanto no
longo prazo, de modo que os desvios ocorrem apenas em
função de choques não antecipados.
d) em sua versão forte, considera que os agentes só levam
em conta as informações do passado.
e) a curva de Phillips é horizontal no curto prazo.
A hipótese das expectativas racionais considera que os
agentes utilizam todas as informações disponíveis para
formular um modelo sobre o comportamento econômico.
Deste modo, eles reagem de modo racional à adoção de
políticas econômicas previamente anunciadas, ou esperadas,
e adequam suas expectativas, anulando em certo grau a
efetividade desta política.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!145!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
Se aplicada à Curva de Phillips, esta hipótese resulta em
curva vertical tanto no curto como no longo prazo, pois uma
determinada política monetária com o objetivo de reduzir o
dezemprego e, consequentemente, aumentar a inflação, é
antecipada pelos agentes já no curto prazo, de modo que a
efetividade da política é anulada.
Em resumo, se considerada a teoria das expectativas
racionais, a política monetária expansionista resultaria em
aquecimento da economia, com elevação na demanda por
trabalho. No entanto, como os trabalhadores antecipam este
movimento e passam a exigir de antemão salários maiores, o
aumento na demanda por trabalho logo é reduzido, não
provocando mudanças no emprego, mas sim aumento nos
preços e, consequentemente, inflação.
Este conceito é apresentado na letra c.
Vejamos o erro dos demais itens:
a) o item afirma que os agentes utilizam as informações
passada, o que é incorreto. Os agentes não só utilizam as
informações passadas como todas as outras possíveis, assim
como se antecipam a possíveis mudanças na política
econômica, quando esperadas.
b) na hipótese das expectativas racionais a política
monetária tem efeito nulo sobre o produto, ao passo que
afeta apenas o nível de preços; ademais, o valor da inflação é
exatamente o seu valor esperado, com a covariância dos
erros igual a zero (em português, os valor efetivo da inflação
é idêntico ao valor que os agentes esperam, não havendo
erros siginificantes nas previsões).
d) idem ao item 'a', pois os agentes consideram todas as
informações disponíveis, além das mudanças esperadas na
condução da política econômica, tanto na versão fraca como
na versão forte.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!146!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
e) como já explicado, a Curva de Phillips é vertical no curto
prazo

27. (CESGRANRIO - Analista do Banco Central do Brasil/Área


2/2009) A incorporação das expectativas dos agentes
econômicos na avaliação de prováveis impactos da política
de estabilização ou anticíclica é indispensável. Como não se
dispõe de informações sobre as expectativas dos agentes
econômicos, os economistas desenvolveram modelos de
formação de expectativa que pudessem ser usados para
antecipar as reações dos agentes econômicos e, desse modo,
inferir sobre os impactos das políticas. Considerando uma
situação inicial, na qual haja estabilidade de preços e o nível
corrente do produto seja o de pleno emprego (produto
potencial), suponha que seja introduzida uma política
econômica expansionista. Associe os dois modelos de
formação de expectativas com os resultados para a
economia, antecipados no curto e no longo prazos, em
decorrência da nova política macroeconômica, apresentados
abaixo.
Modelo de Expectativas
I - Adaptativas
II - Racionais
Impactos da política macroeconômica sobre a economia:
No curto prazo:
P - Preços ficam mais elevados e há aumento de produto.
Q - Preços ficam mais elevados e não há mudança no
produto.
No longo prazo:
R - Preços ficam mais elevados e não há mudança no
produto.
S - Não há mudança nos preços e no produto.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!143!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
T - Não há mudança nos preços e o produto aumenta.
As associações corretas são:
a) I - P e R; II - Q e R
b) I - P e T; II - Q e S
c) I - P e S; II - P e S
d) I - Q e S; II - P e T
e) I - Q e R; II - P e R
Como de praxe, as questões do BACEN são as mais sagazes.
Vamos analisar cada relação:
No curto prazo:
P - Preços ficam mais elevados e há aumento de produto
• Este caso é compatível com hipótese de expectativas
adaptativas; a existência de ilusão monetária pelos
trabalhadores e a rigidez salarial permite aos empresários
elevar a produção e o emprego na presença de inflação no
curto prazo.
Q - Preços ficam mais elevados e não há mudança no
produto.
• De acordo com as expectativas racionais, no curto
prazo, a política econômica anunciada não produz qualquer
efeito no nível de produto, pois os indivíduos
automaticamente ajustam preços e salários de acordo com a
política econômica.
No longo prazo:
R - Preços ficam mais elevados e não há mudança no
produto.
• De acordo com a hipótese das expectativas adaptativas,
no longo prazo, os contratos de trabalho são reajustados no
nível da inflação, o salário real volta ao nível anteriormente
verificado e a taxa de desemprego retorna à taxa natural,
assim como o produto volta ao nível de longo prazo
compatível com o produto potencial.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!147!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
S - Não há mudança nos preços e no produto.
• Esta conclusão não faz parte dos modelos de Curva de
Phillips
T - Não há mudança nos preços e o produto aumenta.
• Esta conclusão não faz parte dos modelos de Curva de
Phillips
Portanto, temos que:
I-PeR
II - Q e R
GABARITO: LETRA A

28. CESGRANRIO - Analista (FINEP)/Análise Estratégica em


Ciência, Tecnologia e Inovação/2014/

Considere a moderna teoria da curva de Phillips,


relacionando a taxa de inflação e o nível de atividade
econômica.

Essa teoria prediz que se a inércia e a expectativa


inflacionárias forem nulas e se houver capacidade ociosa na
economia (ou seja, o hiato do produto for negativo), tenderá
a ocorrer, a curto prazo, uma situação de

a) deflação

b) aceleração da inflação

c) aumento dos juros nominais

d) redução do produto potencial

e) valorização cambial da moeda doméstica

A moderna teoria da Curva de Phillips corresponde à Curva de


Phillips Novo Clássica (expectativas racionais). Para os Novo
Clássicos, a expectativa de inflação deve se basear na hipótese de

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!148!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
racionalidade dos indivíduos. Como são inteligentes no sentido de
maximizar sua utilidade, empregados e empregadores estão
interessados na manutenção dos níveis de produtividade do
trabalho e de salário real. Assim, é de seu interesse prever o
comportamento exato da inflação e não somente replicar o
comportamento passado/presente ao futuro.

Assim, a hipótese das expectativas racionais considera que os


agentes utilizam todas as informações disponíveis no presente,
incluindo as mudanças de política econômica e choques com
possibilidade de ocorrência no futuro, para estimar com certa
precisão a inflação futura e compreender o correto modelo
econômico. É comum afirmar que os agentes antecipam de forma
racional as condicionantes do modelo econômico (como a variação
anunciada ou esperada na política econômica) e utilizam estes
dados na determinação da expectativa de inflação do próximo
período.

Um exemplo pode elucidar. Podemos considerar que, em resposta


a um desvio da economia ao nível de desemprego natural, a
autoridade monetária considera um aumento da quantidade de
moeda em 10% no próximo período. Tudo o mais constante, o
aumento da quantidade de moeda tende a aumentar os preços no
mesmo montante, portanto a inflação esperada para o próximo
período será de 10%.

Trazendo estes conceitos à questão, uma situação de inércia


inflacionária igual a zero (não há reprodução da inflação passada no
presente)e expectativa de inflação também igual a zero, a
capacidade ociosa na economia tenderá a promover no curto prazo
uma deflação. Uma capacidade ociosa na economia corresponde a
um desvio negativo no nível de desemprego natural da economia,
ou seja, a taxa de desemprego efetiva está acima da taxa de
desemprego natural. Como a taxa de desemprego natural

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!149!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
corresponde à taxa que mantém a variação da inflação igual a zero,
uma taxa superior corresponde à taxa que mantém a variação em
um valor negativo, isto é, representa uma situação de deflação.
GABARITO: LETRA A

29. (CESPE - Analista de Comércio Exterior/2001) Após uma


mudança credível nas políticas fiscais ou monetárias, a hipótese das
expectativas racionais, quando comparada com a hipótese das
expectativas adaptativas, implica que a transição para um novo
equilíbrio de longo prazo será mais demorada.
Como visto, a taxa de sacrifício, interpretada pela ótica das
expectativas racionais, é menor devido à credibilidade e
compromisso de redução da inflação das políticas monetária
e fiscal, diferentemente do que afirma a questão.
GABARITO: Errado

30. (CESPE - Economista (MTE)/2008) Na visão keynesiana, a


coexistência entre taxas elevadas de inflação e de desemprego, nas
décadas de 80 e 90 do século passado, explica-se não somente
pelas expectativas de altas dessas duas variáveis, mas também
pela ausência, mesmo no curto prazo, de um trade-off entre
inflação e desemprego.
A visão keynesiana é compatível com as observações feitas
por Stanley Fischer sobre o mercado de trabalho. Preços e
salários são rígidos, além da negociação de contratos de
trabalho serem justapostas, conferindo trade-off negativo
entre inflação e desemprego no curto prazo.
Ademais, a estagflação das décadas de 80 e 90 pode ser
explicada, pelos keynesianos, justamente pela rigidez
salarial e taxa de sacrifício vigente. Considerando os choques
de oferta verificados à época (choques do petróleo e outros),

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!12:!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
a economia passou a operar em estagnação e alta inflação.
Os salários, sendo rígidos, preservaram o valor real,
mantendo a inflação em elevado patamar, assim como a
estagnação.
GABARITO: ERRADO

31. (ESAF - Analista de Finanças e Controle


(STN)/Economico-Financeira/2013) Suponha uma economia
representada pelas seguintes equações:

I. Lei de Okun:

II. Demanda agregada:

III. Curva de Phillips:

a) caso a taxa de desemprego vigente seja igual à natural e a taxa


de inflação em vigor seja de 2%, uma taxa de crescimento
monetário de 6% manterá constante a taxa de desemprego.

b) a taxa de desemprego natural é igual a 2%.

c) para manter a inflação nula é necessário expandir a demanda em


10%.

d) se a taxa de desemprego vigente for maior que a taxa natural, a


taxa de inflação vigente será maior que aquela que seria observada
caso a taxa de desemprego vigente fosse igual à taxa natural.

e) admitindo a hipótese das expectativas racionais, a taxa de


inflação será igual a 5%.

Questão muito boa!!! Vamos apresentar cada relação e


depois efetuar as contas

Lei de Okun – relaciona o crescimento do produto e a


variação no desemprego.

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!121!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
O desemprego no ano t é identificado por µ1, assim como o
desemprego no período t-1 é representado por µt-1. A taxa
de crescimento do produto entre os anos t-1 e t é
representada por gyt

Demanda Agregada – apresenta uma relação entre o


crescimento do produto, crescimento do estoque de moeda e
inflação.

Gyt representa a taxa de crescimento do produto entre os


períodos t-1 e t
Gmt representa a taxa de crescimento da moeda nominal
πt representa a taxa de inflação, ou seja, a taxa de
crescimento de preços entre os períodos t-1 e t

Curva de Phillips – relaciona a taxa de desemprego com a


evolução da taxa de inflação entres os períodos t-1 e
t. Através desta relação é possível determinar como será a
variação da inflação caso o desemprego se distancie do nível
natural de desemprego, que neste caso é de 2% (0,02).
Perceba que esta relação o sinal negativo faz com que esta
relação seja inversa, isto é, a elevação do desemprego em
relação ao nível da taxa natural reduz a variação da inflação.

Deste modo, é possível perceber que, ao se relacionar estas


3 identidades, podemos relacionar taxas de desemprego,
crescimento do produto, crescimento da moeda nominal e,
por fim, variação da inflação.

Agora, vamos às alternativas:

a) Caso a taxa de desemprego seja igual a taxa natural


(2%) e taxa de inflação de 2%, um crescimento monetário
de 6% resultará em desemprego inferior à taxa natural, ao
menos no curto prazo
b) A taxa natural de desemprego está demonstrada na

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!124!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
curva de Phillips e é iguala 2% ou 0,02, como explicado
acima. Item correto .
c) Caso a demanda agregada se eleve em 10%, o nível
nominal de moeda teria que se reduzir também em 10%
para a inflação se manter nula, algo impensável.
d) Se a taxa de desemprego for menor que a taxa natural, a
inflação será maior. É só observar a curva de Phillips.

e) Admitindo a hipótese das expectativas racionais, a taxa


de inflação se comportaria de modo variável, dependendo da
discricionariedade da política econômica (antecipada ou não-
antecipada).

GABARITO: LETRA B

32. CESPE - Economista (SUFRAMA)/2014/

Considere que uma economia seja descrita pelas equações


abaixo, em que u é a taxa de desemprego, g é a taxa de
crescimento da economia, π é a taxa de inflação, gm é a taxa
de crescimento da oferta de moeda e t é o indicativo de
tempo, base anual.

Com base nas informações apresentadas acima, julgue o


item que se segue.

Se for observada inflação de 10% ao ano e a economia


estiver operando no nível do produto potencial, a taxa de
crescimento da oferta de moeda será de 13% ao ano.

Questão muito interessante. Vamos apresentar cada relação


e depois efetuar as contas

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!122!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
Lei de Okun – relaciona o crescimento do produto e a
variação no desemprego. É representada pela primeira
expressão.

O desemprego no ano t é identificado por µt, assim como o


desemprego no período t-1 é representado por µt-1. A taxa
de crescimento do produto entre os anos t-1 e t é
representada por gt

Curva de Phillips – relaciona a taxa de desemprego com a


evolução da taxa de inflação entres os períodos t-1 e t.
Através desta relação é possível determinar como será a
variação da inflação caso o desemprego se distancie do nível
natural de desemprego, que neste caso é de 3% (0,02).
Perceba que esta relação o sinal negativo faz com que esta
relação seja inversa, isto é, a elevação do desemprego em
relação ao nível da taxa natural reduz a variação da inflação.
É representada pela segunda expressão.

Demanda Agregada – apresenta uma relação entre o


crescimento do produto, crescimento do estoque de moeda e
inflação. É representada pela terceira expressão.

Gt representa a taxa de crescimento do produto entre os


períodos t-1 e t

Gmt representa a taxa de crescimento da moeda nominal

πt representa a taxa de inflação, ou seja, a taxa de


crescimento de preços entre os períodos t-1 e t

Deste modo, é possível perceber que, ao se cruzar estas 3


identidades, podemos relacionar taxas de desemprego,
crescimento do produto, crescimento da moeda nominal e,
por fim, variação da inflação.

Desta forma, se for observada inflação de 10% ao ano e a


economia estiver operando no nível do produto potencial, a
!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!125!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
taxa de crescimento da oferta de moeda será de 13% ao
ano.

A taxa de crescimento potencial é aquela que mantém a taxa


de desemprego em seu nível natural. Assim, considerando
que a taxa de desemprego natural é de 3% e, portanto, a
taxa de crescimento potencial é compatível com esta taxa,
temos que:

GABARITO: CERTO

33. O produto potencial da economia é de 3% ao ano.

considerando as observações feitas na questão anterior, o


produto potencial da economia é aquele em que a taxa de
desemprego efetiva é igual a taxa de desemprego natural.
Desta forma, podemos encontrar o referido produto a partir
da seguinte expressão:

ut = ut - 1 - 0,2(gt - 0,03)

De modo que:

ut = ut - 1

Para que isto aconteça: 0,2(gt - 0,03) = 0.

Resolvendo a expressão acima, temos que gt = 0,03.

Ou seja, o produto potencial é de 3% (0,03).

GABARITO CERTO

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!126!()!123!
!
Macroeconomia
Analista (Área 3) – BACEN
! ! Teoria e exercícios comentados
! Prof. Vicente Camillo – Aula 08
34. Caso o Banco Central reduza a taxa de inflação de 10%
para 5% ao ano de uma única vez, a taxa de desemprego
subirá para 13%.

Para resolver a questão, precisamos utilizar a seguinte


expressão:

πt = πt - 1 - (ut - 0,06)

Sendo que:

πt = 5%

πt - 1 = 10%

Substituindo, temos que:

5% = 10% - ut + 6%

ut = 11%

A taxa de desemprego subirá para 11%.

GABARITO: ERRADO

!∀#∃%&∋()∗+,∗&−./(00#&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!∀#∃%&∋!123!()!123!
!

Você também pode gostar