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O mel:
* Invoca a ideia de perfeição e de doçura e também o da transformação. Ao
nível de Álvaro e D. Maria dos Prazeres "todos eles fabricam fel", é junto do
par Jacinto / Clara que o mel (isto é, a doçura, a perfeição apoiada no tempo)
é suscetível de ser encontrado: tanto a gravidez de Clara como os projetos de
ambos e até o envolvimento espacial em que estes últimos são considerados
apontam para um futuro de otimismo (ou seja, de doçura idêntica a do mel)
que o decorrer do tempo social e histórico propiciará.
O mar:
* Simboliza a dinâmica da vida, transformação
* Jacinto e os sonhos que ficam por concretizar;
O poço:
* Onde se recolhe a água que dá vida, mas neste caso tira a vida a
uma das personagens;
Resumo da obra:
Este livro relata uma história de uma sociedade antiga. Álvaro Silvestre comerciante e
lavrador em Montouro (concelho de Corgos), era casado com Maria Dos Prazeres. Maria
Dos Prazeres era filha de um fidalgo. O seu pai negociou o seu casamento com a família
Silvestre quando ela completou dezoito anos devido a miséria e a desgraça em que
viviam. Álvaro Silvestre possuía terras deixadas pelo seu pai, agora com cinquenta anos
decide assumir todos os seus erros perante a sociedade. Álvaro dirige-se ao Comarca de
corgos (jornal da terra), onde faz as suas declarações e pede para que estas saiam na
primeira página em letras bem grandes e visíveis, mas a sua esposa impedi-o de tal
loucura afirmando que ele sofre de alguns distúrbios. Maria dos Prazeres odeia o seu
marido, não sente amor ou carinho por ele. Leopoldino irmão de Álvaro vivia em África,
esse sim era o grande amor de Maria.
Numa noite como era habitual Álvaro bebeu muito até cair para o lado. Ofendeu a
sua esposa e esta pô-lo a dormir no escritório. Álvaro levanta-se de madrugada
cheio de dores no corpo e decide ir passear pelos os campos. Enquanto passeava
pelos campos ouviu no palheiro o riso de uma mulher. Leve e cauteloso, parou.
Aproximou-se do palheiro, sentou-se na areia e pôs-se à escuta. No palheiro
encontrava-se o seu cocheiro o ruivo e Clara filha de um comerciante e lavrador.
Os dois jovens faziam planos para o futuro, a rapariga encontrava-se grávida mas
o seu pai não permitia tal namoro ou tal gravidez, o seu pai queria que ela casa- se
com um fidalgo. O ruivo comentava também a maneira como a patroa, (Maria dos
Prazeres) o olhava, parecia que queria ter algo com ele.
Álvaro ao ouvir tudo isto só conseguia pensar numa maneira de se vingar do
cocheiro então, decidiu contar tudo o que ouviu ao pai da rapariga, dirigiu-se à loja
do pai da rapariga e conta-lhe sobre a gravidez da sua filha com o seu cocheiro. O
pai da rapariga sem pensar duas vezes decide matar o cocheiro e assim o fez.
Recomendação:
Eu gostei muito de ler este livro, pois este mostra-nos um universo rural opressivo,
marcado por silêncios, desencontros, frustrações e pelos conflitos entre as
personagens que refletem as difíceis relações entre classes e as suas diferenças. Um
ambiente cinzento e frio que mergulha as personagens numa atmosfera indecisa e
indefinida, criando, assim, um certo misticismo nas suas atuações.
Para quem não gostar de ler, existe um filme com esta obra. Mas particularmente, eu
gostei mais do livro provavelmente pelo facto de quando visualizei o filme já ter lido
a obra, e como já sabia o desenrolar da ação acabou por se tornar um pouco cansativo.