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INSTITUTO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA
Belém - PA
2018
IGOR ALEXSANDER BARBOSA MAGNO
Belém - PA
2018
Dedico este trabalho às pessoas mais importantes da minha vida:
À minha vó,
À minha irmã,
Agradeço primeiramente a DEUS e dedico especialmente a Ele, pois um dia com todo o
seu amor me libertou, me encheu de sabedoria, de bênçãos e tem me conduzido à verdadeira
felicidade. Ao meu Companheiro Fiel, toda a minha Adoração, todo o meu Louvor e toda a
Gratidão em eterno reconhecimento. A sua misericórdia é grande para comigo, pois nos
momentos mais difíceis da minha vida, Ele sempre esteve por perto me auxiliando com sua
palavra Salvadora e me proporcionando sempre uma saúde física, mental e emocional firme
para assim eu ir em busca dos meus objetivos. Glorifico a Deus por este sonho realizado.
Aos meus pais, Benedita Magno e Ivanildo Magno, por todo amor, carinho e
compreensão bem como por todos os ensinamentos que me passaram por suas experiências de
vida e por sempre buscar me oferecer a melhor educação de boa qualidade.
Aos meus familiares, em especial a minha avó, Almerinda, e minha irmã Priscilla, que
sempre me incentivaram e ajudaram a superar as dificuldades da vida.
Ao meu orientador professor doutor Otávio Rocha, pela grande dedicação e confiança
bem como por suas orientações e incentivo.
Agradeço aos meu amigos, Fabrício de Souza, Jacson Malcher e Marlo Costa pela
amizade, pelo companheirismo nos trabalhos árduos que foi exigido para a realização deste
trabalho, pelas experiências que pudemos trocar e ganhar, e por terem contribuído bastante
com suas disposições em ajudar e seus conhecimentos para realização deste trabalho.
Ao meu grande amigo na Fé Edwillson Filho, o senhor é benção de Deus na minha vida.
Ao IFPA pela estrutura fornecida bem como pelo auxílio e atenção de seus funcionários,
em especial ao Rogério Costa pelo suporte durante as análises de MEV.
Agradeço a todos aqueles que contribuíram, mesmo que indiretamente, para a realização
deste trabalho.
“Eu te conhecia só de ouvir falar, mas hoje os meus olhos te
vêem SENHOR.”(Jó 42.5)
RESUMO
Letras latinas
CL Calor específico na fase líquida [J/kg K]
CS Calor específico na fase sólida [J/kg K]
Co Composição de soluto na liga [%]
CLmax Concentração máxima do líquido interdendrítico [%]
C Constante que depende do tipo de liga -
CE Composição eutética [%]
DL Difusividade de soluto no líquido [m2/s]
d1 e d2 Diagonais de medição de uma indentação [μm]
dP Derivada da posição -
dt Derivada do tempo -
dT Derivada da temperatura -
fS Fração de sólido calculada a partir da equação de Scheil -
GL Gradiente de temperatura frente a isoterma liquidus [ºC/mm ]
HV Microdureza Vickers -
k0 Coeficiente de partição de soluto [%]
kL Condutividade térmica do líquido [W/m K]
kS Condutividade térmica do sólido [W/m K]
L Calor latente de fusão do material [J/kg]
mL Inclinação da linha liquidus -
P Posição dos termopares [mm]
tS Tempo de deslocamento da isoterma solidus [s]
TIM Temperatura da interface metal/molde no lado do molde [ºC]
Temperatura da interface metal/molde no lado do metal
TIS [ºC]
sólido
TV Temperatura de vazamento [ºC]
TR Taxa de resfriamento [ºC/s]
TL Temperatura liquidus da liga [ºC]
TS Temperatura solidus da liga [ºC]
tSL Tempo local de solidificação [s]
VL Velocidade da isoterma liquidus [mm/s]
Letras gregas
λc Espaçamento celular [μm]
λ1 Espaçamentos dendríticos primários [μm]
λ2 Espaçamentos dendríticos secundários [μm]
λ3 Espaçamentos dendríticos terciários [μm]
Coeficiente de Gibbs-Thompson -
Ø Diâmetro das partículas de Silício [μm]
ρL Densidade no liquido [kg/m3]
ρS Densidade no sólido [kg/m3]
T Diferença de temperatura [ºC]
Abreviações e siglas
MEV Microscópio Eletrônico de Varredura
SRC Super-resfriamento constitucional
TCE Transição Colunar-Equiaxial
IFPA Instituto Federal do Pará
UFPA Universidade Federal do Pará
GPMET Grupo de Pesquisa em Metalurgia Física e de Transformação
GPSOL Grupo de Pesquisa em Solidificação
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 22
1.1 Considerações Iniciais ............................................................................................. 22
1.2 Objetivos ................................................................................................................... 24
1.2.1 Objetivo geral ..................................................................................................... 24
1.2.2 Objetivos específicos .......................................................................................... 24
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................... 26
2.1 Considerações Iniciais ............................................................................................. 26
2.2 Classificação das Ligas de Alumínio ...................................................................... 26
2.3 Ligas da Série 3xx.x ................................................................................................. 30
2.4 Processo de Solidificação, Variáveis Térmicas e Estruturas de Solidificação .... 34
2.4.1 Processo de solidificação .................................................................................... 34
2.4.2 Variáveis térmicas .............................................................................................. 35
2.4.3 Estruturas de solidificação .................................................................................. 38
2.4.3.1 Modelos teóricos de crescimento dendrítico secundário ................................ 41
2.4.3.2 Leis experimentais de crescimento dendrítico secundário.............................. 44
2.5 Microdureza Vickers ............................................................................................... 46
2.5.1 Noções preliminares ........................................................................................... 46
2.5.2 Ensaio de microdureza vickers ........................................................................... 47
2.5.3 Interrelação entre estruturas de solidificação e Microdureza Vickers ................ 49
2.6 Tratamento Térmico em Ligas de Alumínio ......................................................... 54
2.6.1 Tratamento térmico T6 ....................................................................................... 55
2.6.1.1 Solubilização ................................................................................................... 55
2.6.1.2 Têmpera .......................................................................................................... 62
2.6.1.3 Envelhecimento artificial ................................................................................ 63
3 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................. 66
3.1 Considerações Iniciais ............................................................................................. 66
3.2 Materiais ................................................................................................................... 69
3.2.1 Descrições do dispositivo de solidificação direcional horizontal ....................... 69
3.2.2 Metais utilizados para preparação da liga Al-5,5%Si-3%Cu ............................. 74
3.2.3 Equipamentos e softwares utilizados .................................................................. 74
3.3 Métodos ..................................................................................................................... 80
3.3.1 Preparação da liga Al-5,5%Si-3%Cu e verificação da composição nominal ..... 80
3.3.2 Vazamento da liga Al-5,5%Si-3%Cu e obtenção dos perfis térmicos ............... 82
3.3.3 Determinação das variáveis térmicas de solidificação (VL e TR) ....................... 84
3.3.4 Caracterização Macroestrutural .......................................................................... 86
3.3.5 Tratamento térmico T6 ....................................................................................... 87
3.3.6 Caracterização microestrutural ........................................................................... 90
3.3.7 Ensaio de microdureza vickers ........................................................................... 93
3.3.8 Cálculo e quantificação das partículas de silício ................................................ 93
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................................... 97
4.1 Considerações Iniciais ............................................................................................. 97
4.2 Parâmetros Térmicos de Solidificação VL e TR ..................................................... 97
4.3 Macroestrutura ...................................................................................................... 100
4.4 Microestrutura ....................................................................................................... 101
4.4.1 Espaçamentos dendríticos secundários ............................................................. 101
4.4.2 Correlação com as variáveis térmicas .............................................................. 109
4.4.3 Correlação com as amostras tratadas termicamente com T6 ............................ 116
4.5 Microdureza ........................................................................................................... 117
4.5.1 Correlação com os espaçamentos dendríticos secundários .............................. 118
4.5.2 Correlação com variáveis térmicas ................................................................... 120
4.5.3 Correlação com amostras tratadas termicamente ............................................. 122
4.6 Fração de área das partículas de silício ............................................................... 125
4.7 Diâmetro das partículas de silício......................................................................... 131
5 CONCLUSÕES ............................................................................................................... 139
6 TRABALHOS CIENTÍFICOS ORIUNDOS DESTa dissertação .................................. 142
6.1 ARTIGOS PUBLICADOS EM PERIÓDICOS INDEXADOS .............................. 142
6.2 TRABALHOS APRESENTADOS EM ENCONTROS CIENTÍFICOS ................ 143
7 SUGESTÕES PARA A REALIZAÇÃO DE TRABALHOS FUTUROS ..................... 146
8 REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 147
22
CAPÍTULO 1
1 INTRODUÇÃO
No que diz respeito aos tratamentos térmicos de ligas de alumínio, sabe-se que eles
melhoram a resistência mecânica através de um processo conhecido como endurecimento de
precipitação, que ocorre durante o aquecimento e o subsequente resfriamento pela formação
de precipitados na matriz dendrítica rica em alumínio. A melhora dessa propriedade depende
da temperatura e do tempo dos tratamentos térmicos de solubilização e envelhecimento
(Standard Practice for Heat Treatment of Aluminum Alloys, Annual Standard Book of ASTM
Standards, B597, 1998). Dentre os tratamentos térmicos aplicados em ligas de alumínio,
destaca-se o tratamento térmico T6, o qual consiste em:
II. Têmpera, com resfriamento rápido, geralmente em água norma com temperatura
controlada, para se obter uma solução sólida supersaturada;
24
1.2 Objetivos
Com base no exposto e levando em conta a relevância do objeto de estudo para ambos
ambientes acadêmicos e industrial, foram estabelecidos os seguintes objetivos específicos
para este trabalho:
CAPÍTULO 2
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Este capítulo apresenta uma revisão bibliográfica, que considera artigos científicos,
livros, teses, dissertações, etc, relacionados ao tema em estudo. Inicialmente serão abordadas
as classificações das ligas de Alumínio; uma breve descrição das ligas de alumínio, como: Al-
Si e da série 3xx.x; as variáveis térmicas e estruturas de solidificação, sendo explanadas as
variáveis determinantes na análise da cinética de solidificação; as microestruturas resultantes
do processo, tais como planar, celular e dendrítica; as leis e modelos pertinentes na literatura
quanto ao crescimento dendrítico secundário; os aspectos relacionados ao ensaio de
microdureza; e finalmente são descritas as características operacionais particulares dos
diferentes tratamentos térmicos utilizados em ligas de alumínio.
O alumínio e as suas ligas são classificados segundo a sua finalidade, consoante sejam
para trabalho mecânico ou para fundição. A liga estudada é de aplicação na indústria de
fundição, a qual devido o principal elemento de liga, Si, apresenta melhores condições de
fluidez e, portanto, capacidade de alimentação do molde, e a adição do Cu permite a mesma
maior resistência mecânica, com a ductilidade podendo ser melhorada pela mudança
morfológica das partículas de silício (Hatch, 1984; Davis, 1993; Smith, 1993; Smith, 1998;
Lopes, 2008). Além disso, a liga investigada neste trabalho pode ser tratada termicamente
com o intuito de melhorar a relação entre microestrutura/propriedades.
Cobre 2xx.x
Silício 4xx.x
Magnésio 5xx.x
Zinco 7xx.x
Estanho 8xx.x
Ligas Al-Si, como enfatizadas, são conhecidas pela sua elevada fluidez, menor
contração durante a solidificação e boas propriedades mecânicas. As suas propriedades
dependem diretamente do binômio composição química e microestrutura, com as
características desta última podendo ser controladas durante a solidificação ou,
28
O fato de ser possível combinar o alumínio com outros elementos aumenta o número
de aplicações das suas ligas, sendo necessário conhecer os benefícios e desvantagens de cada
elemento de liga. A função dos diferentes elementos de liga é alterada de acordo com o teor
utilizado e podem ser caracterizados como elementos:
No que se refere à adição do cobre nas liga Al-Si, esse elemento se apresenta
normalmente em teores entre 1 e 4,5%, sendo adicionado às ligas de alumínio para fundição
de forma a promover, por meio da formação da fase intermetálica Al2Cu, o aumento da dureza
e da resistência mecânica, mediante o tratamento térmico. O Cu, além de permitir as ligas
tratáveis termicamente (TT-T6), favorece ainda a diminuição da contração durante a
solidificação e melhora a usinabilidade das peças (Oliveira, 2012).
Figura 2.3 - Curvas tensão-deformação da liga A356.0 com diferentes tratamentos térmicos.
Costa et al. (2016) têm determinado a sequência de solidificação de uma liga 319.1
(Al-5,5%Si-3%Cu, com 0,38%Fe como impureza), solidificada na direção vertical
ascendente, muito próxima da utilizada neste trabalho. A Tabela 2.2 mostra o caminho de
solidificação da referida liga multicomponente.
Figura 2.4 - Micrografia SEM (imagem de elétron retroespalhado) em P = 30 mm: (a) Bruta de Fusão, λ2 = 25
mm, (b) Caminho de solidificação e (c) zoom da região de temperatura onde as fases Si e Fe são formadas
durante a solidificação da liga Al - 5,5% em peso de Si - 3,0% em peso de Cu - 0,08% em peso de Fe.
a)
c)
b)
Particularmente ligas Al-Si-Cu das séries 319 e 333 (em que as composições se
encontram principalmente dentro das faixas 5,5-10%Si e 3,0-4,0% Cu) são extremamente
importantes, considerando a sua aplicabilidade nas indústrias automotiva e aeronáutica, na
produção de componentes como cilindros, pistões e blocos de motor, etc. Suas principais
características são boas fundibilidade, alta relação resistência/peso, baixo coeficiente de
expansão térmica e boa resistência ao desgaste (Polmear & Chester, 1989; Shabestari &
Shahri, 2004; Sjölander, 2011; Mohamed, Samuel & Alkahtani, 2012; Costa, Moreira,
Moutinho, Dias, Ferreira, Spinelli, Rocha & Garcia, 2015). Em geral, as ligas Al-Si-Cu são
usadas na grande maioria das aplicações listadas para as ligas binárias, destacando aquelas em
que exigem alta resistência mecânica (Polmear & Chester, 1989; Shabestari & Shahri, 2004;
Sjölander, 2011; Nikseresht, Karimzadeh, Golozar & Heidarbeigy, 2010; Mohamed, Samuel
& Alkahtani, 2012). A demanda crescente de tais propriedades tem apontado para a
necessidade de um rigoroso controle microestrutural durante o processamento dessas ligas, o
qual contempla: minuciosa especificação de composição química, excelente prática de
fundição e tratamento térmico posterior.
Figura 2.5 - Modos de transferência de calor atuantes no sistema metal/molde (solidificação horizontal).
Figura 2.6 - Direções de crescimento durante a solidificação direcional: (a) e (b) vertical ascendente e
descendente, respectivamente e (c) horizontal, g é a gravidade.
Figura 2.8 - Representação esquemática dos: (a) arranjo microestrutural de fundidos e (b) Espaçamentos
interdendríticos.
a) b)
Fonte: a) Rosa, 2007 e b) Costa, 2013.
41
Figura 2.9 - Esquema representativo das direções de crescimento e movimentação de soluto: (a) solidificação
vertical ascendente, (b) solidificação vertical descendente e (c) solidificação horizontal.
λ2 = C(tSL)n (2.1)
Tabela 2.3 - Modelos teóricos de crescimento dendrítico secundário (λ2) para ligas binárias.
Autores Modelo
[Mortensen (1991] 2 C1 (t SL )1 / 3
1/ 3
4SL DL
2
D L C
M Kurz & Fisher ln L max , (2.3)
(1 k 0 )m L (C 0 C L max ) C 0
43
2DLTL C
M Feurer ln L max , e (2.4)
L(1 k0 )mL (C0 C L max ) C0
1/ 3
27DL
C1 , (2.5)
4CL mL (1 k0 ) f S (1 f S )
Onde:
1
T T k0 1
fS 1 F (2.6)
TF TL
∑ ( )
∑ ( )( )
[∑ ( )
] (2.7)
eutética, e o subscrito j são os valores que devem ser acrescentados na equação para cada
componente que compõe a liga.
λ2 = C(VL)-a (2.8)
onde,
Tabela 2.4 - Leis experimentais para estimativa do crescimento dendrítico secundário de ligas Al-Cu, Al-Si e Al-
Cu-Si.
Lei de
Sistema Direcional Autor Liga
Crescimento
Al-5%Cu λ2 = 31 (VL)-2/3
Rocha (2003d) Al-8%Cu λ2 = 24 (VL)-2/3
Al-15%Cu λ2 = 22 (VL)-2/3
Al-3%Si
λ2 = 32 (VL)-2/3
Al-5%Si
Peres (2005)
Vertical Ascendente Al-7%Si λ2 = 26 (VL)-2/3
Al-9%Si λ2 = 22 (VL)-2/3
Al-6%Cu-1%Si λ2 = 19 (VL)-2/3
Moutinho (2012)
Al-6%Cu-4%Si λ2 = 11 (VL)-2/3
Al-3%Cu-5,5%Si λ2 = 25 (VL)-2/3
Gomes (2012)
Al-3%Cu-9%Si λ2 = 15 (VL)-2/3
Molde Refrigerado
Al-3%Cu
Rosa (2004) Al-5%Cu λ2 = 35 (VL)-2/3
Al-8%Cu
Vertical Descendente
Al-5%Si λ2 = 31 (VL)-2/3
Spinelli (2005) Al-7%Si λ2 = 25 (VL)-2/3
Al-9%Si λ2 = 22 (VL)-2/3
Dias Filho (2012) Al-6%Cu λ2 = 30 (VL)-2/3
Al-3%Si λ2 = 29 (VL)-2/3
Guimarães (2014) Al-7%Si λ2 = 22 (VL)-2/3
Al-9%Si λ2 = 18 (VL)-2/3
Horizontal
Costa (2013) Al-6%Cu-2%Si λ2 = 30 (VL)-2/3
Araújo (2015) Al-5,5%Si -3%Cu λ2 = 16 (VL)-2/3
Barros (2016) Al-3%Cu λ2 = 22 (VL)-2/3
Souza (2016) Al-8%Cu λ2 = 25 (VL)-2/3
Al-4,5%Cu λ2 = 30 (VL)-2/3
Maciço
Molde
A Figura 2.10 mostra os resultados experimentais apresentados por Gomes (2012) para
duas ligas Al-Cu-Si, uma delas com as mesmas composições de Cu e Si deste trabalho.
Figura 2.10 - Resultados experimentais desenvolvidos por Gomes (2012 para ligas Al-5,5%Si-3%Cu e Al-9%Si-
3%Cu).
Os ensaios de dureza são uma das técnicas mais fáceis e diretas de se monitorar as
propriedades mecânicas de uma amostra metálica. A dureza de um material é uma
propriedade mecânica que tem um significado amplo. Dependendo da experiência de quem a
interpreta, ela indica uma resistência à deformação, sendo que para os metais é uma medida
da resistência à deformação plástica (ou deformação permanente). Na engenharia, quando se
trata de ensaios mecânicos de materiais a dureza significa a resistência à penetração de um
material duro (o penetrador) em outro (o material que se deseja medir a dureza), quando se
trata de projeto ela representa uma quantidade específica facilmente mensurável que fornece
alguma informação sobre resistência mecânica de um metal para uma dada condição
metalúrgica (recozido, normalizado etc). A definição da ASTM E 6 - 02 (“Standard
Terminology Relating to Methods of Mechanical Testing”) define dureza como a resistência
47
Figura 2.11 - Características dos indentadores utilizados nos principais ensaios de dureza.
Figura 2.12 - Representações esquemáticas: (a) Penetrador do ensaio de dureza Vickers; (b) Diagonais de
medição de uma indentação.
(a) (b)
(2.9)
49
(2.10)
( )
(2.11)
(2.12)
H H0 k d
12
(2.13)
50
e i k d
12
(2.14)
Onde,
é a dureza do material.
é a tensão de escoamento.
“d” é o tamanho médio dos grãos.
, e são constantes particulares do material obtidas experimentalmente.
Figura 2.13 - Variação do alongamento específico em função do tamanho de grão e do espaçamento dendrítico
primário para uma liga Al-7%Si.
Dessa forma, as Equações 2.15 e 2.16 podem ser modificadas substituindo “d” por “λ”
que representa o parâmetro microestrutural médio do material, eventualmente caracterizado
pelos espaçamentos dendríticos (λ1, λ2 e/ou λ3). Portanto, as equações mencionadas passam a
ser escritas da seguinte forma:
51
H H0 k
12
(2.15)
e i k
12
(2.16)
Figura 2.14 - Esquema do aumento da área de indentação com o engrossamento da estrutura dendrítica.
200
180
160 Al - 3%Cu
Microdureza, HV (Kg/mm ) 140
2
Al - 8%Cu
120
100
80
60 P = 40 mm
40
20
10 100
Posição, P (mm)
.
400
Al- 5,5%Si - 3%Cu
Microdureza, HV (kg/mm )
-0.098 2
2
HV = 120(P) - R = 0.79
100
Al- 3%Cu
-0.07 2
HV = 73(P) - R = 0.73
10 Al- 3%Si
-0.069 2
HV = 57(P) - R = 0.69
1 10 100
Posição, P (mm)
Al-3%Cu HV = 141,55(λ2)-0,30
Al-1%Ti HV = 179,85(λ2)-0,32
Al-3%Cu HV = 121,15(λ2)-0,21
Vertical Ascendente
Estacionário Al-6%Cu HV = 177,95(λ2)-0,20
Al-24%Cu HV = 317,61(λ2)-0,18
Al-33%Cu HV = 331,04(λ2)-0,19
HV = 114,49(λ2)-0,23
Al-3%Si
HV = 25+154(λ2)-1/2
HV = 57(λ2)-0,05
Guimarães (2014) Al-7%Si
HV = 41+36(λ2)-1/2
HV = 72(λ2)-0,09
Al-9%Si
Horizontal HV = 41+67(λ2)-1/2
Transiente HV = 18(λ2)-0,17
Araújo (2015) Al-3%Cu-5,5%Si
HV = 61+183(λ2)-1/2
HV = 94(λ2)-0,15
Barros (2016) Al-3%Cu
HV = 41+82(λ2)-1/2
HV = 177(λ2)-0,22
Souza (2016) Al-8%Cu
HV = 45+206(λ2)-1/2
Tabela 2.6 - Nomenclatura dos tratamentos térmicos das ligas de alumínio para fundição.
2.6.1.1 Solubilização
• Aumentar o teor de soluto como exemplo do cobre na matriz de alumínio até o limite
máximo de solubilidade e tornar a sua distribuição homogênea;
Samuel et al. (1996a), Li et al. (2003) e Han et al. (2008) estudaram a dissolução das
fases Al2Cu “block” e Al2Cu eutético durante o tratamento da solubilização. O Al2Cu eutético
dissolve-se pela fragmentação em segmentos esferoidizados menores e o “block” dissolve-se
pela difusão radial de Cu na matriz circunvizinha, veja a Figura 2.20.
Figura 2.20 - Processo de dissolução de partículas de (a) Al2Cu eutético e (b) Al2Cu em blocos.
(a) (b)
A fase de Al2Cu “block” é mais difícil de dissolver do que a fase eutética, já que a
primeira não se fragmenta, mas se dissolve por esferoidização e difusão, o que leva mais
tempo. A concentração de Al e Cu nas partículas de Al2Cu é constante durante o processo de
dissolução e o Cu difunde a partir da camada externa das partículas de Al2Cu para a matriz. A
59
dissolução das fases de Al2Cu leva várias horas, devido à baixa taxa de difusão de Cu em Al e
à baixa temperatura de tratamento de solubilização permitida. Samuel et al. (1996a) por
exemplo relatam que era necessário 8 h a 515 °C ou 24 h a 505 °C para dissolver 75% da fase
Al2Cu numa liga 319.2 com espaçamentos dedndríticos secundários de 22 μm.
De acordo com Dons (2001), a fase β-Fe transforma-se na fase Al7FeCu2 durante o
tratamento de solubilização quando a liga tem uma concentração elevada de cobre. Isto
significa que Cu na solução sólida é perdida para a fase Al7FeCu2. Uma fase AlFeSiCu
também foi relatada por Cerri et al. (2000) para estar presente após o tratamento térmico de
solubilização. Esta fase tem a forma de agulhas longas e finas e pode ser um passo intermédio
na transição de fase β-Fe para Al7FeCu2. A Figura 2.21 mostra esta fase registrada em uma
liga Al-Si-Cu em MEV (Microscópico Eletrônico de Varredura).
eutéticas, para obter nova precipitação destas partículas com distribuição mais finas e
coerentes com o reticulado cristalino da matriz Al-α. Outro efeito deste tratamento, ainda,
segundo o autor, é a fragmentação e esferoidização das partículas de silício. Em ligas que
apresentam o silício na forma fibrosa (modificadas) no estado bruto de solidificação, o
tratamento de solubilização resulta num alto grau de esferoidização, conforme mostram as
microestruturas da Figura 2.22, apresentadas no trabalho de Furlan (2008) para ligas
modificadas com estrôncio (Sr).
Figura 2.22 - Microestruturas obtidas para a liga A356: (a) bruta de fusão sem modificação (Mg2Si com setas);
(b) bruta de fusão com modificação e (c) solubilizada a 5350C por 4h.
Mg2Si
b c
Costa et al. (2016) tem relatado em seu trabalho que a liga 319 Al-Si-Cu tratada
termicamente exerce grande influência na cinética de fragmentação e esferoidização das
partículas de silício, reduzindo em muito o tempo de esferoidizição do Si quando comparado
com a mesma liga não tratada, ou seja, bruta de fusão, conforme microestruturas apresentadas
na Figura 2.23.
61
Figura 2.23 - Microestruturas óticas de uma liga Al-Si-Cu da Posição = 15 mm: (a) Bruta de fusão, λ2 = 18 µm;
(b) e (c) tratadas termicamente com T6 para tempos de solubilização de 5 h, λ 2 = 20 µm e 8 h, λ2 = 26 µm,
respectivamente.
Costa et al. (2016) verificaram e observaram para uma liga Al-Si-Cu maiores valores
de dureza para um tempo de 5 horas de solubilização quando comparadas com o tempo de 8
horas.
2.6.1.2 Têmpera
Fases
metaestáveis Fase
Solução sólida Zonas (θ'', θ')
supersaturada θ-Al2Cu
(AlSSS) GP Precipitados
em forma de (fase estável)
bastonetes
Figura 2.25 - Esquema representativo do tratamento térmico T6 para uma liga 319.
CAPÍTULO 3
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Figura 3.1 - Fluxograma representativo das etapas executadas durante o procedimento experimental deste
trabalho.
68
69
3.2 MATERIAIS
O equipamento em questão foi projetado para operar com 220V de tensão, 6000 W de
potência, 27 A de corrente e temperatura máxima (pico) de 1300 ºC, sendo composto por
70
uma carcaça externa em aço inoxidável com dimensões de aproximadamente 320 x 288 mm e
isolamento em fibra cerâmica pré-moldada. Internamente, os elementos de aquecimento são
embutidos na fibra através de resistências de fio Kanthal dispostas horizontalmente ao longo
da dimensão da fibra. Estas resistências elétricas possuem a potência controlada através de
sensores de temperatura que possibilitam a estabilização de diferentes níveis de
superaquecimento no metal líquido, bem como propiciam um isolamento térmico adequado,
evitando perdas de calor pelas laterais não refrigeradas e pela base do molde. A Figura 3.3
apresenta a parte interna do dispositivo de solidificação, mostrando as referidas resistências.
O dispositivo possui acoplado à sua estrutura uma haste metálica munida de furos
passantes de diâmetros de 2 mm, onde são dispostos os termopares que, previamente
conectados ao registrador de temperaturas FieldLogger, realizam as medições de temperatura
no metal líquido em diferentes posições em relação à câmara de resfriamento.
71
Figura 3.2 - Representação do conjunto que compõe o dispositivo de solidificação direcional horizontal utilizado
neste trabalho: (1) termopares, (2) Controlador de temperatura, (3) computador, (4) alimentação principal de
água, (5) recipiente armazenador de água, (6) bomba d’água, (7) rotâmetro, (8) entrada de água de refrigeração,
(9) saída de água, (10) dispositivo de solidificação direcional horizontal, (11) fieldlogger - registrador de
temperatura.
Figura 3.3 - Registro fotográfico da vista interna do dispositivo: (1) Isolamento com blindagem em cerâmica, (2)
Resistências elétricas e (3) Lingoteira.
3
2
Tabela 3.1 - Resultado da análise química quantitativa e qualitativa da liga Al-5,5%Si -3%Cu.
Si% Fe% Cu% Mn% Mg% Cr% Ni% Zn% Ti% Be%
1. 4,245 0,047 3,650 0,0067 <0,00010 0,0081 <0,0020 <0,0020 0,0066 <0,00030
2. 4,581 0,073 2,769 <0,0020 <0,00010 0,0070 0,015 <0,0020 0,0039 <0,00030
3. 5,225 0,085 2,609 0,0025 <0,00010 0,0096 0,024 <0,0020 0,0058 <0,00030
4. 5,259 0,086 2,602 0,0021 <0,00010 0,0093 0,026 <0,0020 0,0050 <0,00030
5. 5,199 0,081 2,503 0,0024 <0,00010 0,0096 0,025 <0,0020 0,0055 <0,00030
6. 5,355 0,089 2,524 0,0024 <0,00010 0,0095 0,027 <0,0020 0,0052 <0,00030
7. 5,471 0,089 2,554 0,0024 <0,00010 0,0096 0,027 <0,0020 0,0052 <0,00030
Ø 5,048 0,079 2,744 0,0029 <0,00010 0,0090 0,021 <0,0020 0,0053 <0,00030
σ 0,454 0,015 0,409 0,0017 0,0010 0,0093 0,00082
ʋ 8,994 18,99 14,91 58,62 11,11 44,29 15,47
Figura 3.7 - (a) Balança digital; (b) cadinho de carbeto de silício; (c) forno elétrico tipo mufla, marca JUNG e (d)
forno elétrico tipo mufla, marca FORNITEC.
(a) (b)
(c) (d)
Politriz rotativa universal: modelo PLFDV da Fortel, utilizada para polir os corpos
de prova, apresentada na Figura 3.9 (b).
Pasta de diamante de 1μm: aplicada sobre o pano para polimento a fim de auxiliar o
polimento das peças.
(a) (b)
(a) (b)
Fonte: Acervo do GPMET/IFPA.
Software Origin Pro 8®: utilizado para plotagem e ajuste dos gráficos
correspondentes aos parâmetros térmicos de solidificação, espaçamentos dendríticos,
perfis de microdureza e aos cálculos de partículas de silício.
3.3 MÉTODOS
A liga foi elaborada utilizando lingotes comercialmente puros de Al, Si e Cu, sendo
estes seccionados em pequenas quantidades por meio de uma serra de fita, obedecendo a um
cálculo estequiométrico que considerou o volume da lingoteira (molde) e o volume útil do
cadinho. Estas quantidades foram então pesadas em uma balança eletrônica analítica com
precisão de 0,01g. O alumínio foi, posteriormente, introduzido manualmente em um cadinho
de carbeto de silício revestido internamente por uma camada de tinta à base de alumina para
evitar a contaminação e, em seguida, conduzido até um forno tipo mufla.
Figura 3.14 - Diagrama de fase pseudo-binários em função de Silício (a) e de Cobre (b).
(a) (b)
Fonte : Adaptado de Gomes, 2012.
82
Figura 3.15 - Caminho de solidificação calculado pelo ThermoCalc® para condições fora do equilíbrio.
Registrador de
Temperaturas
Computador
Termopar
Tipo K
Cadinho
Figura 3.17 - Representação esquemática do posicionamento (em milímetros) dos termopares adotado para o
dispositivo de solidificação horizontal.
Figura 3.18 - Representação esquemática da obtenção do gráfico das velocidades em função do tempo e em
função da posição.
Taxas de resfriamento (TR): Obtidas para cada posição dos termopares a partir das
interseções das retas de cada temperatura liquidus (TL) com as curvas de
resfriamento para cada posição dos termopares, e pelo resultado da leitura direta do
quociente das temperaturas imediatamente antes e depois da TL e dos tempos
correspondentes, isto é, TR = T/ t. Procedimento semelhante foi utilizado por
Okamoto-Kishitake (1975), Rocha (2003d), Dias Filho (2012), Vasconcelos (2013),
Magno (2015), Barros (2016) e Nascimento (2017). A Figura 3.19 apresenta, de
forma esquemática, o procedimento aplicado para a determinação de TR.
86
Figura 3.19 - Sequência para determinação das taxas de resfriamento a partir de dados experimentais.
O lingote foi seccionado em uma secção transversal e a 90° com interface de extração
de calor, conforme ilustrado na Figura 3.20, para que fosse revelada a macroestrutura
resultante do processo, sendo também determinado a faixa da TCE (Transição
colunar/equiaxial) do lingote. O procedimento metalográfico envolveu o lixamento com lixas
d’água de carbeto de silício de granulometrias crescentes correspondentes a 100, 220, 320,
400, 600 e 1200 mesh. Ao final da etapa de lixamento utilizou-se álcool para efetuar a
limpeza da superfície da peça com o objetivo de eliminar resíduos e manchas existentes.
Após, a superfície foi atacada com solução Keller, cuja composição foi 15 ml de HNO3, 10 ml
de HCl, 5 ml de HF e 70 ml de H2O (ASM HANDBOOK, 1992).
87
Figura 3.20 - Ilustração do procedimento de corte e macroestrutura da liga Al-5,5%Si-3%Cu. TCE - é a transição
colunar/equaxial.
Para a definição do comprimento total de 100mm das amostras, foi tomado como
referência a análise térmica feita na liga, onde pode ser verificado o momento da passagem da
isoterma liquidus até a posição de 90mm, sendo esta o limite de verificação por partes dos
termopares e assim podendo ser determinado as variáveis térmicas influentes do processo de
solidificação descritas anteriormente neste trabalho.
88
Figura 3.21 - Ilustração do procedimento de corte para o Tratamento Térmico T6 da liga Al-5,5%Si-3%Cu.
O tratamento térmico T6, aplicado neste trabalho foi executado diretamente nas
amostras 2 e 3 em estudo. As etapas de solubilização, têmpera e envelhecimento artificial para
a amostra 2 foram realizados nas temperaturas de 490°C, 60°C e 155°C com duração de cinco
(5) horas e três (3) horas, respectivamente, destacando que o envelhecimento foi realizado
imediatamente após o resfriamento em água controlada (têmpera). Para a amostra 3 o
tratamento térmico de solubilização, têmpera e envelhecimento artificial foram realizados às
temperaturas de 490°C, 60°C e 155°C com duração de oito (8) horas e três (3) horas,
respectivamente. Os tempos dos tratamentos de solubilização foram contados a partir do
instante em que o forno alcançou as temperaturas de 490°C, levando em consideração uma
margem de erro de 10°C para cima e para baixo.
Os tratamentos térmicos foram realizados em fornos tipo Mufla. O forno utilizado para
a solubilização foi fabricado pela JUNG e o utilizado para o envelhecimento artificial foi
fabricado pela FORNITEC. Ambos permitiram manter as temperaturas e os tempos
90
previamente definidos que já foram descritos anteriormente neste trabalho. A Figura 3.23
apresenta um esquema representativo dos fornos utilizados nos tratamentos térmicos T6
aplicado neste trabalho.
Figura 3.23 - Esquema dos fornos na sequência do T6: 1 - Solubilização; 2 - Têmpera e 3 - Envelhecimento
Artificial.
A obtenção das micrografias foi realizada via microscopia ótica com auxílio do
sistema de processamento de imagens Moticam, modelo BA310Met, aclopado ao software de
captura de imagem.
McCartney e Hunt (1981), que se baseia em calcular o valor de λ2 pela média das distâncias
entres os braços secundários adjacentes (Figura 3.24). Foram realizadas a média de 30
medidas para cada posição considerada.
Figura 3.24 - (a) Amostras removidas para análise microestrutural e (b) Técnica utilizada para a medição do λ2.
Tabela 3.3 - Propriedades termofísicas da liga Al-5,5%Si-3%Cu utilizadas nos cálculos do modelo de Rappaz-
Boettinger
Temperatura
TL ºC 617
liquidus
Temperatura
TS ºC 525
solidus
Difusidade do soluto 2 -1
3.0 x 10-9 (Cu)
DL m s
no líquido 1.4 x 10-9 (Si)
Coeficiente de Gibbs-
Γ mK 7.6 x 10-7
Thomson
3.0 (Cu)
Composição da liga C0 (wt.%)
5.5 (Si)
(3.1)
Figura 3.26 – Esquema do método para realização do cálculo e quantificação das partículas de Si para
verificação da circularidade nos intervalos variando entre 0-0,5 (Acicular), 0,51-0,7 (Fibrosa) e 0,71-1
(Esferoidal).
(3.2)
97
CAPÍTULO 4
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Figura 4.1 - Curva experimental de resfriamento da liga estudada. T V e TL são as temperaturas de vazamento e
líquidus do metal líquido, respectivamente.
750
Al-5.5%Si-3%Cu
TV = 648 ºC
Temperatura, T (ºC)
600 TL = 617 ºC
450
300
Posição dos Termopares:
5 mm 30 mm
10 mm 50 mm
150
15 mm 90 mm
20 mm
0 100 200 300 400 500 600
Tempo, t (s)
Para a determinação dos valores dos parâmetros térmicos de solidificação V L e TR, que
variam tanto em função do tempo como da posição durante a solidificação, as leituras dos
termopares (Figura 4.1) foram utilizadas para gerar um gráfico da posição da interface
metal/molde (refrigerada) em função do tempo correspondente à passagem da frente líquidus
pelos termopares. Os tempos experimentais foram obtidos a partir das interseções das retas de
cada temperatura líquidus (TL) com as curvas de resfriamento, para cada posição dos
termopares. Uma técnica de ajuste por curva a esses pontos experimentais gerou uma
expressão algébrica da posição em função do tempo, conforme apresentado na Figura 4.2.
99
Figura 4.2 - Posição das isotermas líquidus a partir da interface metal/molde em função do tempo da liga
estudada.
150
125
Al - 5.5% Si - 3% Cu
Posição, P (mm)
100 P = 2,27(t)
0,8
2
R = 0,9
75
50
25
0
0 20 40 60 80 100 120
Tempo, t (s)
Fonte: Arquivo pessoal.
Figura 4.3 - Correlação entre velocidade de deslocamento da isoterma líquidus com a posição.
Velocidade da Isoterma Liquidus, VL (mm/s)
2,0
1,8
Al - 5.5% Si - 3% Cu
1,6
-0,25
VL = 2,22(P)
1,4
1,2
1,0
0,8
0,6
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Posição, P (mm)
Por outro lado, os valores das taxas de resfriamento (TR) foram determinados
considerando os perfis experimentais de temperatura (Figura 4.4), conforme metodologia
apresentada por Rocha et al. (2003a; 2003b; 2000). Os resultados obtidos estão indicados na
Figura 4.6.
24
Taxa de Resfriamento, TR(°C/s)
22
20
18 Al - 5.5% Si - 3% Cu
16 - 0.8
TR = - 1.4 + 60 (P)
14
2
12 R = 0.9
10
8
6
4
2
0
Posição, P (mm)
Vale destacar, por meio das observações das Figuras 4.3 e 4.4, que os parâmetros
térmicos de solidificação VL e TR diminuem com o avanço da posição da isoterma líquidus,
isto é, quanto mais próximo da base refrigerada maiores são esses parâmetros. Esse fenômeno
pode ser explicado através da formação contínua da camada solidificada na mesma direção e
sentido do avanço da solidificação, promovendo resistência térmica à extração de calor por
condução. Conforme pode ser observado pelas Figuras 4.2 e 4.4, foi possível constatar um
ajuste entre os pontos experimentais e as correspondentes curvas, validado matematicamente
pelos valores representados pelos coeficientes de correlações R2 do método dos mínimos
quadrados.
4.3 Macroestrutura
Figura 4.5 – Macroestrutura de solidificação da liga Al-5,5%Si -3%Cu estudada neste trabalho.
4.4 Microestrutura
Figura 4.6 – Microestruturas dendríticas das posições 3, 40 e 100 mm para a liga Al-5,5%Si-3%Cu para as
amostras: a) Bruta de Fusão; b) e c) Tratada Termicamente com T6 para o tempo de 5 e 8 horas de solubilização,
respectivamente.
a)
P = 3 mm; VL = 1,4 mm/s; P = 40 mm; VL = 0,9 mm/s; P = 100 mm; VL = 0,7 mm/s;
TR = 24 °C/s; λ2 = 17 μm TR = 1,7 °C/s; λ2 = 31 μm TR = 0,11 °C/s; λ2 = 49 μm
b)
c)
Figura 4.7 – Análise da mudança morfológica das partículas de Si nas amostras: a) Bruta de fusão, b) e c)
Tratadas termicamente com T6 para tempos de solubilização de 5 h e 8 h, respectivamente.
Figura 4.8 - Microscopia eletrônica de varredura com microanálises por espectroscopia por energia dispersiva
(EDS) na amostra bruta de fusão na posição de 30mm.
P = 30mm
Peso (%)
Ponto
Al Si Cu Fe
1 40,59 1,84 57,16 0,41
2 25,65 72,97 1,38 -
3 53,73 9,63 0,24 24,43
4 98,01 1,09 0,82 0,08
Figura 4.9 - Microscopia eletrônica de varredura com microanálises por espectroscopia por energia dispersiva
(EDS) na amostra tratada termicamente com T6 no tempo de 5 horas de solubilização na posição de 30mm.
P = 30mm
Peso (%)
Ponto
Al Si Cu Fe
1 4,68 94,64 0,57 0,11
2 23,1 76,2 0,7 -
3 58,58 8,53 12,13 20,76
4 96,86 0,87 2,24 0,03
Figura 4.10 - Microscopia eletrônica de varredura com microanálises por espectroscopia por energia dispersiva
(EDS) na amostra tratada termicamente com T6 no tempo de 8 horas de solubilização na posição de 30mm.
P = 30mm
Peso (%)
Ponto
Al Si Cu Fe
1 29,5 69,76 0,72 0,02
2 28,94 68,44 1,85 0,77
3 60,62 9,45 12 17,93
4 97,53 0,32 2,1 0,05
Figura 4.11 - Espaçamentos dendríticos secundários da amostra bruta de fusão em função da posição a partir da
interface metal/molde.
60
Espaçamento Dendrítico Secundário, 2 µm
55 Al - 5,5%Si - 3%Cu
50
45
40
35
30
25 Bruta de Fusão
20 0,3 2
2= 11,03P) - R = 0,95
15
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
Posição, P (mm)
Figura 4.12 - Espaçamentos dendríticos secundários da amostra bruta de fusão em função da velocidade de
deslocamento da isotermas liquidus.
Espaçamento Dendrítico Secundário, 2 µm
60
Al - 5,5%Si - 3%Cu
50
Bruta de Fusão
40
-2/3
2 = 26,4VL)
2
30 R = 0,8
20
Figura 4.13 - Espaçamentos dendríticos secundários da amostra bruta de fusão em função da taxa de
resfriamento.
60
Al - 5,5%Si - 3%Cu
50
40
30
Bruta de Fusão
-1/3
20 2 = 37,2TR)
2
R = 0,7
0,1 1 10
Taxa de Resfriamento, TR (K/s)
Convém ressaltar, que as leis de potência obtidas neste trabalho foram determinadas
pela primeira vez para ligas binárias não ferrosas por Rocha (2003), com destaque para os
binários Al-Cu e Sn-Pb e, posteriormente, comprovada para outros sistemas binários
metálicos (Peres, 2005; Boeira, 2006 Cruz, 2008/2010; Spinelli et al., 2004; Spinelli, 2005;
Rosa, 2007) para solidificação em sistemas verticais. Mais recentemente Guimarães (2014) e
Barros et al. (2015) elaboraram um estudo para ligas binárias Al-nSi (n=3%, 7% e 9%Si) e
Al-3%Cu, respectivamente, todas solidificadas horizontalmente. Os respectivos autores
apresentam em seus resultados as mesmas leis de potência encontradas no presente trabalho
para previsão de crescimento dendrítico secundário em função dos parâmetros térmicos, isto
é, λ2 = constante (VL)-2/3 e λ2 = constante (TR)-1/3.
diminuir com o aumento do teor de Si. Costa et al. (2015) desenvolveram estudos com as
ligas Al-6%Cu e Al-6%Cu-4%Si e avaliaram a direção de crescimento (horizontal e vertical)
e o efeito do Si na evolução da microestrutura das respectivas ligas, ambas solidificadas
direcionalmente em sistemas vertical ascendente e horizontal. Vale ressaltar que os trabalhos
de Costa (2013) e Costa et al. (2015) foram os primeiros trabalhos elaborados na literatura
para ligas multicomponentes solidificadas em sistema horizontal. Esses autores também
estabeleceram as mesmas leis de crescimento de λ2 = f(VL e TR) propostas por este trabalho.
Figura 4.14 - Tempo local de solidificação em função da posição da isoterma liquidus para a liga analisada neste
trabalho.
250
50
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Posição, P (mm)
Figura 4.15 - Proposta de lei experimental única para os braços secundários em função de λ 2=f(tSL).
Espaçamento Dendrítico Secundário, 2 µm
70
60 Al - 5,5%Si - 3%Cu
50
Bruta de Fusão
40 1/3
2= 8,04tLS)
2
30 R = 0,7
20
1 10 100
Tempo local de solidificação, tLS (s)
ligas multicomponentes, e que foi validado pela primeira vez pelos autores para a liga ternária
Al-1%Mg-1%Si, posteriormente por Easton (Easton et al., 2010) para ligas de alumínio
multicomponentes das séries 1050, 2014, 3003, 5083, 6060, 6061 e 6082, mais recentemente,
por Moutinho e Gomes (Moutinho, 2012; Gomes, 2012, Gomes et al., 2015) para ligas Al-
Cu-Si, solidificadas em sistema direcional vertical ascendente, e Costa e Araújo (Costa et al.,
2015; Araújo, 2015) também para ligas Al-Cu-Si, solidificadas em sistema direcional
horizontal. Todos observaram que os valores teóricos de 2 superestimaram o espectro
experimental, inclusive os valores da liga em estudo, conforme a Figura 4.16 apresenta a
referida comparação dos valores de 2 deste trabalho com o modelo de Rappaz e Boettinger
(1999).
Figura 4.16 - Comparação dos espaçamentos dendríticos secundários experimentais e teóricos em função do
tempo local de solidificação.
70
Espaçamento Dendrítico Secundário, 2 µm
60
50
40
30
20
Al - 5,5% Si - 3% Cu
Modelo de Rappaz e Boettinger
1 10 100
Tempo local de solidificação, tLS (s)
A Figura 4.17 mostra a comparação entre os resultados obtidos neste trabalho com
aqueles de Araújo (2015) e Gomes et al (2015) para a liga Al-5.5%Si-3%Cu solidificada em
sistemas horizontal e vertical, respetivamente. Constata-se que a direção de crescimento não
influencia nos valores das potências obtidas pelas expressões matemáticas, isto é, os valores -
2/3 e -1/3 caracterizam as leis de crescimento de 2 com VL e TR, respectivamente, para
ambas direções horizontal e vertical. Vale destacar que houve uma diferença nos valores
adotados nos superaquecimentos, tanto para a liga em estudo como para a liga da literatura de
Araújo (2015). Araújo adotou um superaquecimento de 10% acima da isoterma liquidus e o
115
Figura 4.17 - Comparação com a literatura dos espaçamentos dendríticos secundários: (a) λ2=(VL), (b) λ2=(TR)
e (c) λ2=(tSL).
100
10 Bruta de Fusão
Bruta de Fusão
-1/3 2
2= 26,4VL)
-2/3
- R = 0,8
2 10 2= 37,2TR) - R = 0,8
-1/3
2= 25VL)
-2/3
- Gomes et al. (2015) 2= 41TR) - Gomes et al. (2015)
-1/3
2= 16VL)
-2/3
- Araújo (2015) 2= 38TR) - Araújo (2015)
1 2 0,1 1 10
Velocidade da Isoterma Liquidus, VL µm Taxa de Resfriamento, TR K/s)
a) b)
Espaçamento Dendrítico Secundário, 2 µm
110
100 Al - 5,5%Si - 3%Cu
90
80 Bruta de Fusão
70
1/3 2
60 2= 8,04tLS) - R = 0,7
50 1/3
2= 7,8tLS) - Araújo (2015)
40
30
20
10
1 10 100
Tempo local de solidificação, tLS (s)
c)
Figura 4.18 - Comparação dos espaçamentos dendríticos secundários da amostra bruta de fusão e tratadas
termicamente com T6 em função da posição.
Espaçamento Dendrítico Secundário, 2 µm
140
Al - 5,5%Si - 3%Cu
120
Bruta de Fusão
100 TT6 - 5 Horas
TT6 - 8 Horas
80 0,47 2
------ 2= 5,98P) - R = 0,94
60
40
20
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Posição, P (mm)
Fonte: Arquivo pessoal.
Figura 4.19 - Comparação com a literatura dos espaçamentos dendríticos secundários: (a) λ2=(P) - Bruta de
Fusão, (b) λ2=(P) - TT6 com 5 horas de solubilização e (c) λ2=(P) - 8 horas de solubilização.
Espaçamento Dendrítico Secundário, 2 µm
60
40
40
20
20
0
0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100
Posição, P (mm) Posição, P (mm)
a) b)
Espaçamento Dendrítico Secundário, 2 µm
180
Al - 5,5%Si - 3%Cu
160
2 - TT6 8 Horas - Horizontal
140
0,52 2
120 2= 5,2P) - R = 0,94
0,54
100 2= 6,6P) - Vertical - Costa et al. (2016)
80
60
40
20
0
0 20 40 60 80 100
Posição, P (mm)
c)
4.5 Microdureza
executada (Çadirli, 2013; Kaya et al., 2013). Nesse sentido, a Figura 4.20 apresenta os
resultados experimentais do comportamento da microdureza em função da posição da amostra
bruta de fusão, e foi encontrado um valor médio de HV=62 ao longo do lingote fundido.
Convém ressaltar que a leitura dos resultados do gráfico permitem verificar que os valores de
microdureza a partir das posições mais próximas da base refrigerada até o final do
prolongamento do lingote obtido no processo de solidificação não sofreram variação
significativa em seu valores, permitindo assim uma leitura linear dos valores de microdureza.
120
Microdureza, HV (Kg/mm2)
100
Al-5,5%Si-3%Cu
80
60
Bruta de Fusão
40 (HV=62)
10 100
Posição, P (mm)
Figura 4.21 - Valores de microdureza Vickers em função dos espaçamentos dendríticos secundários.
140
130
Microdureza, HV (Kg/mm2) 120
110
Al-5,5%Si-3%Cu
100
90
80
70
60
50
Bruta de Fusão
40 (HV=62)
30
15 20 25 30 35 40 45 50 55
Espaçamento Dendrítico Secundário, 2 µm
Figura 4.22 - Comparação dos resultados de HV obtidos neste trabalho para a liga ternária Al-5,5%Si-3%Cu
com os da literatura para a liga também ternária Al-5,5%Si-3%Cu, ambas solidificadas horizontalmente.
120 140
110
Al-5,5%Si-3%Cu 120 Al-5,5%Si-3%Cu
Microdureza, HV (Kg/mm2)
Microdureza, HV (Kg/mm2)
100
90 100
80
80
70
60
60
120
110
Al-5,5%Si-3%Cu
Microdureza, HV (Kg/mm2)
100
90 Bruta de Fusão
HV = 62
80
70
60
50
40
0,8 1,2 1,6
Velocidade da Isoterma Liquidus, VL (mm/s)
120
110
Microdureza, HV (Kg/mm2)
100 Al-5,5%Si-3%Cu
90 Bruta de Fusão
HV = 62
80
70
60
50
40
0,1 1 10
Taxa de Resfriamento, TR(°C/s)
Figura 4.25 - Comparação entre os resultados experimentais deste trabalho com o da literatura para liga Al-Si-
Cu, solidificada em sistema horizontal.
120
110
100
Al-5,5%Si-3%Cu
Microdureza, HV (Kg/mm2)
90
80
70
60
50
Bruta de Fusão
HV = 62
40 0,06
HV = 82R) - Araújo (2015)
0,1 1 10
Taxa de Resfriamento, TR(°C/s)
Como observado nas Figuras 4.18 a 4.25, o valor HV=62 foi encontrado para as
amostras do lingote fundido. Resultados de HV para as amostras tratadas termicamente, para
os dois tempos de solubilização de 5 e 8 horas, estão apresentados nas Figuras 4.26 e 4.27.
Um comportamento similar de HV, como o observado para as amostra fundidas, é também
evidenciado para as tratadas termicamente, isto é, HV se mantem constante com a variação da
posição no lingote em ralação à base refrigerada, proporcionando valores experimentais
médios iguais de HV iguais a 80 kg/mm2 e 54 kg/mm2 para as amostras solubilizadas com
tempos de 5 e 8 horas, respectivamente. No entanto, em comparação às amostras brutas de
fusão, maiores valores de HV (aumento de 62 para 80 kgf/mm2) foram encontrados para as
amostras submetidas ao tratamento térmico T6 com 5 horas de solubilização, comprovando,
para este tempo, a eficiência do endurecimento da matriz rica em alumínio (α-Al) pela
123
precipitação da fase intermetálica Al2Cu. Por outro lado, para as mostras tratadas
termicamente com o tempo de solubilização de 8 horas, observa-se que os valores de HV
foram ligeiramente menores, apresentado uma diminuição de 62 para 54 kgf/mm2. O efeito do
tempo de solubilização no tamanho e na morfologia da partícula de Si afetou os resultados de
HV.
Figura 4.26 - Microdureza Vickers em função da amostra bruta de fusão e as tratadas termicamente com T6.
130
120
110
Al-5,5%Si-3%Cu
100
Microdureza, HV (Kg/mm2)
90
80
70
60
50
Bruta de Fusão
40
(HV=62)
T6 - 5 horas de Solubilização
30 (HV=80)
T6 - 8 horas de Solubilização
(HV=54)
20
10 100
Posição, P (mm)
A Figura 4.27 mostra a comparação entre os resultados obtidos neste trabalho com o
de Costa et al. (2016) para a liga Al-5.5%Si-3%Cu solidificada em sistema vertical. O
trabalho citado também faz análise de microdureza em amostras, ao longo do lingote, antes e
após aplicação do tratamento térmico T6, nas mesmas condições do TT-T6 assumidas neste
trabalho. Observa-se pela Figura 4.27a maiores valores de HV para as amostras solidificadas
na direção vertical. Em relação às amostras tratadas termicamente, é possível evidenciar, para
as amostras submetidas à solidificação vertical e tratadas com o tempo de 5 horas de
solubilização (Figura 4.29b), um ligeiro aumento no valor de HV (80 para 87 kgf/mm 2). Ao
contrário, para o tempo de 8 horas de solubilização, os valores de HV observados nas
amostras solidificadas verticalmente foram bem superiores, sobretudo para altas taxas de
resfriamento, como visto na Figura 4.27c. Entretanto, o tempo de solubilização de 5 horas
124
aplicado nas amostras de ambas direções de solidificação (vertical e horizontal) parece ser o
mais indicado para produções em série nas indústrias de transformação.
Figura 4.27 - Comparação da microdureza antes e após tratamento térmico T6 em função da posição entre os
resultados experimentais deste trabalho com o da literatura para a liga Al-Si-Cu, solidificada em sistema vertical.
110
160
100 140
Al-5,5%Si-3%Cu
Microdureza, HV (Kg/mm2)
Al-5,5%Si-3%Cu
Microdureza, HV (Kg/mm2)
90 120
80 100
70 80
60
60
50
Bruta de Fusão 40 5 Horas de Solubilização
Microdureza Microdureza
40
HV = 62 - Horizontal HV = 80 - Horizontal
HV = 76 - Vertical - Costa et al. (2016) HV = 87 - Vertical - Costa et al. (2016)
30 20
10 100 10 100
Posição, P (mm) Posição, P (mm)
(a) (b)
200
180
Al-5,5%Si-3%Cu
160
Microdureza, HV (Kg/mm2)
80
60
40
10 100
Posição, P (mm)
(c)
Figura 4.28 – Esquema das microestruturas típicas das amostras bruta de fusão (a) e as tratadas termicamente
com T6 ((b) e (c)). Análise das partículas de Si nas posições 5 mm e 30 mm, em relação à interface
metal/molde, respectivamente.
Figura 4.29 - Fração de área das morfologias acicular e esferoidizada de silício para a amostra bruta de fusão em
função da posição para a liga Al-Si-Cu, solidificada em sistema horizontal.
20
Fração de Área das Partículas de Si (%)
18
Al-5,5%Si-3%Cu
16
14
12
10
6
Bruta de Fusão
Partículas Aciculares
4 Partículas Esferoidizadas
2
Figura 4.30 - Fração de área das morfologias acicular e esferoidizada de silício para a amostra de 5 horas de
solubilização em função da posição para a liga Al-Si-Cu, solidificada em sistema horizontal.
20
Fração de Área das Partículas de Si (%)
18 Al-5,5%Si-3%Cu
16 5 Horas de Solubilização
14 Partículas Aciculares
Partículas Esferoidizadas
12
10
0 20 40 60 80 100
Posição, P (mm)
Figura 4.31 - Fração de área das morfologias acicular e esferoidizada de silício para a amostra de 8 horas de
solubilização em função da posição para a liga Al-Si-Cu, solidificada em sistema horizontal.
20
Fração de Área das Partículas de Si (%) 18 Al-5,5%Si-3%Cu
16 8 Horas de Solubilização
14 Partículas Aciculares
Partículas Esferoidizadas
12
10
0 20 40 60 80 100
Posição, P (mm)
Figura 4.32 - Efeito do tempo de solubilização nas frações das área de partículas de Si (a) Acicular e (b)
Esferoidizadas das amostras em diferentes posições ao longo do comprimento do lingote da liga Al-5,5%Si-
3%Cu.
Fração de Área das Partículas Esferoidizadas de Si (%)
Fração de Área das Partículas Aciculares de Si (%)
5
24
Al-5,5%Si-3%Cu
22 Al-5,5%Si-3%Cu
20 4
Bruta de Fusão
Bruta de Fusão
18 Tempo de Solubilização
Tempo de Solubilização
16 5 Horas 3
8 Horas 5 Horas
14 8 Horas
12
2
10
8
1
6
4
2 0
0
0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100
Posição, P (mm) Posição, P (mm)
a) b)
Os resultados obtidos das frações de áreas por ocupação da partículas de Si, para os
tempos de 5 e 8 horas, foram comparados com de Costa et al. (2016), obtidos para a mesma
liga investigada neste trabalho (Al-5,5%Si-3%Cu), só que solidificada verticalmente na
130
ascendente. Os resultados comparativos estão consolidados nas Figura 4.33 e 4.34. Observa-
se que Costa et al. (2016) encontrou comportamentos similares de perfis de ocupação de áreas
de partículas de Si acicular e esfereidoal. Nota-se que para o tempo de 5 horas (Figuras 4.33),
tanto o comportamento de perfis e os correspondentes valores de percentual de área, para
ambas as morfologias estudadas, foram praticamente iguais. Por outro lado, para o tempo de 8
horas (Figura 4.34), observou-se valores diferentes de percentuais de área ocupada, para
ambas as morfologias, no entanto, os resultados de Costa et al. mostraram maiores valores de
partículas de Si na morfologia esferoidal em relação aos encontrados para este trabalho,
apesar do comportamento similar dos perfis, conforme perfis de partículas de Si esferoidais
observadas na Figura 4.34b.
Figura 4.33 – Comparação com a literatura do efeito do tempo de 5 horas de solubização nas frações de área de
partículas aciculares e esferoidizadas em diferentes posições ao longo do comprimento das amostras.
26 6
Fração de Área das Partículas de Si (%)
Al-5,5%Si-3%Cu
Fração de Área das Partículas de Si (%)
24 Al-5,5%Si-3%Cu
22 5
Partículas Esferoidizadas
20 Partículas Aciculares Tempo de Solubilização
18
Tempo de Solubilização 4 5 Horas Horizontal
5 Horas Horizontal 5 Horas Vertical - Costa et al. (2016)
16
5 Horas Vertical - Costa et al. (2016)
14 3
12
10 2
8
6
1
4
2
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170
Figura 4.34 – Comparação com a literatura do efeito do tempo de 8 horas de solubilização nas frações de área de
partículas aciculares e esferoidizadas em diferentes posições ao longo do comprimento das amostras.
24
Fração de Área das Partículas de Si (%)
Al-5,5%Si-3%Cu
10 3
8
2
6
4 1
2
0
0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100
Posição, P (mm)
Posição, P (mm)
a) b)
Figura 4.35 – Diâmetro das partículas de Si da amostra bruta de fusão em função da posição a partir da interface
metal/molde.
5,0
Diâmetro das Partículas de Si, Ø - (m)
Al-5,5%Si-3%Cu
4,5 Bruta de Fusão
Ø= 2,34P)0,08 - R2 = 0,9
4,0
3,5
3,0
2,5
2,0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Posição, P - (mm)
Figura 4.36 – Diâmetro das partículas de Si da amostra bruta de fusão em função da taxa de resfriamento a partir
da interface metal/molde.
6,0
Diâmetro das Partículas de Si, Ø - (m)
5,5
Al-5,5%Si-3%Cu
Bruta de Fusão
5,0
-0,05
Ø = 3,2(TR) - R = 0,9
4,5
4,0
3,5
3,0
2,5
2,0
0 5 10 15 20 25 30
A Figura 4.38 apresenta uma análise comparativa sobre o comportamento dos perfis
de para ambas as amostras fundida e tratadas termicamente. Observa-se maiores valores de
para as amostras tratadas termicamente, o que comprova a eficácia do TT-T6, sobretudo,
durante a etapa da solubilização, a qual é responsável pela alteração da morfologia da
partícula de Si. Evidencia-se maiores valores de nas amostras tratadas termicamente em
posições de amostras fundidas onde as taxas de resfriamento são maiores. É possível,
portanto, confirmar que altas TR, impostas durante a solidificação da liga investigada,
favorece a esferoidização das partículas de Si bem como contribui para o aumento do seu
diâmetro. Silva et al.,2015; Silva et al. (2018) têm reportado que partículas de Si mais
esféricas e com tamanhos maiores melhoram propriedades de fabricação tais como
usinabilidade e soldabilidade.
134
Figura 4.37 - Comparação dos diâmetros das partículas de Si das amostras tratadas termicamente com T6 em
função da posição.
4,0
Diâmetro das Partículas de Si, Ø - (m)
3,8 Al-5,5%Si-3%Cu
3,6
3,4
3,2
3,0 T6 - 5 Horas
T6 - 8 Horas
2,8
0,045 2
Ø= 2,88P) - R = 0,8
2,6
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Posição, P - (mm)
Figura 4.38 - Comparação dos diâmetros das partículas de Si da amostra bruta de fusão e tratadas termicamente
com T6 em função da posição.
3,8
Diâmetro das Partículas de Si, Ø - (m)
3,6
Al-5,5%Si-3%Cu
3,4
3,2
3,0
Bruta de Fusão
2,8 Ø= 2,34P)0,08 - R2 = 0,9
T6 - 5 Horas
2,6 T6 - 8 horas
0,045 2
2,4 Ø= 2,88P) - R = 0,8
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Posição, P - (mm)
Figura 4.39 – Diâmetro das partículas de Si da amostra bruta de fusão em função dos espaçamentos dendríticos
secundários (λ2).
4,2 Al-5,5%Si-3%Cu
4,0
Bruta de Fusão
3,8
Ø= 1,42)0,24 - R2 = 0,9
3,6
3,4
3,2
3,0
2,8
2,6
2,4
10 20 30 40 50
Espaçamento Dendrítico Secundário - 2 µm
Figura 4.40 – Diâmetro das partículas de Si das amostras tratadas termicamente com T6 em função dos
espaçamentos dendríticos secundários (λ2).
Diâmetro das Partículas de Si, Ø - (m)
4,8
Al-5,5%Si-3%Cu
4,4
T6 - 5 Horas
T6 - 8 Horas
4,0
Ø= 2,452)0,09 - R2 = 0,8
3,6
3,2
2,8
2,4
0 10 20 30 40 50 60 70
Espaçamento Dendrítico Secundário - 2 µm
Figura 4.41 - Comparação dos diâmetros das partículas de Si da amostra bruta de fusão e tratadas termicamente
com T6 em função da posição.
6,0
Diâmetro das Partículas de Si, Ø - (m)
5,6
Al-5,5%Si-3%Cu
Bruta de Fusão
5,2
Ø = 1,42)0,24 - R2 = 0,9
4,8
T6 - 5 Horas
4,4 T6 - 8 Horas
4,0 Ø= 2,452)0,09 - R2 = 0,8
3,6
3,2
2,8
2,4
0 10 20 30 40 50 60 70
Espaçamento Dendrítico Secundário - 2 µm
Figura 4.42 - Esquema das microestruturas típicas das amostras a) bruta de fusão e as b) e c) tratadas
termicamente com T6 nos tempos de 5 e 8 horas de solubilização, respectivamente. Análise da variação da média
dos diâmetros das partículas de Si nas posições 5 mm, 30 mm e 100mm.
5 CONCLUSÕES
7 - As médias dos valores dos espaçamentos dendríticos secundários (λ2), encontradas após o
tratamento térmico T6, encontram-se na mesma ordem de grandeza dos valores obtidos para
140
8 - A microestrutura das amostras bruta de fuasão foi caracterizada por uma fase primária
(matriz rica em Al-α) completamenre dendrítica em todas as amostras investigadas, com
partículas de Si e fases secundárias nas regiões interdendríticas, formadas por compostos
intermetálicas (Al2Cu+intermetálicos de Fe);
4 - SOUZA, F.; LIMA, J.; BARBOSA, C.; MAGNO, I.; BARROS, A.; MOREIRA, A.;
ROCHA, O. Microstructure and microhardness in horizontally solidified Al-7Si0.15Fe-
(3Cu; 0.3Mg) alloys. Materials Science and Technology, ISSN 0267-0836, Qualis CAPES
A2, JCR 2018 = 1,5380, p. 1-13, 2018;
5 - LIMA, J.O.; BARBOSA, C.R.; MAGNO, I.A.B.; NASCIMENTO, J.M.; BARROS, A.S.;
OLIVEIRA, M.C.; SOUZA, F.A.; ROCHA, O.L. Microstructural evolution during
unsteady-state horizontal solidification of Al-Si-Mg (356) alloy. TRANSACTIONS OF
NONFERROUS METALS SOCIETY OF CHINA. v.28, p.1073 - 1083, 2018.
143
4 - Realizar ensaios de corrosão para caracterizar as ligas Al-Cu-Si quanto à sua utilização em
ambientes diversos, assim como correlacionar a influência dos parâmetros microestruturais
com a resistência à corrosão;
8 - Investigar a constância dos valores de HV obtidos para a amostra bruta de fusão da liga
ternária Al-5,5%Si-3%Cu deste trabalho.
147
8 REFERÊNCIAS
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