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O Período De Latência Do

Amadurecimento Espiritual
BNEIBARUCH LEKABEL·SEGUNDA, 8 DE MAIO DE 2017

A lei de equivalência de forma é a lei principal dos


mundos, incluindo o “nosso mundo”. Esta equivalência
pode ser direta e oposta, atraída ou rejeitada, ou seja, elas
interagem e trabalham na mesma frequência. Isso pode resultar
em algum pulso, uma interação aparentemente negativa ou
positiva, mas a lei da equivalência é a lei mais importante na
criação! Portanto, se nós aspiramos à característica do espaço
que nos rodeia, à característica da Luz, nós despertamos sua
influência sobre nós.

Essa influência é chamada de Luz de Retorno ou Luz Circundante


(Ohr Makif), que nos rodeia de forma implícita. Mas, no
momento em que nos movemos como ela, de acordo com sua
natureza, nós imediatamente começamos a sentir a sua
influência sobre nós. No entanto, “imediatamente” é
condicional, porque antes de tudo a influência da Luz está
gradualmente reunida em nós, e depois nós começamos a senti-
la.

Nós precisamos saber exatamente quais são os meios para


atingir o primeiro nível de descoberta da Luz quando ela se
transforma de Luz Circundante em Luz Interna (Ohr Pnimi). Tudo
isto é explicado de forma simples, não há nada excepcional aqui
além da física simples.

A pessoa quer saber onde ela está, porque seu ponto no coração
a atrai à sua fonte. A fonte encontra-se no mundo de Ein Sof,
mas ela não sabe disso. No entanto, existe uma ligação entre o
ponto no coração e o mundo de Ein Sof.

Depois disso, a pessoa entra em algum tipo de grupo, que tem


um professor, amigos e livros. Tudo isso é feito através da Luz
Circundante. Ela cria o ambiente para a pessoa; essa é a sua
função e isso está sob seu controle.

Todas as condições foram criadas desde o início e a pessoa


sequer precisa se preocupar com isso. Mas se nos esforçarmos e
estivermos preocupados com a construção do grupo, então,
finalmente, esses meios aumentam a influência da Luz
Circundante e atraem as pessoas. De repente, aparentemente
por acaso, mais pessoas chegam. Cada um de nós sabe o que
acontece a partir do seu próprio destino, de sua própria história.

Quando eu disse ao meu professor como eu o encontrei, ele


imediatamente me explicou que não há nada de acidental; o
ponto no coração simplesmente atinge um determinado estágio
de seu desenvolvimento. Ao longo da vida de uma pessoa, ele a
desperta o tempo todo, não a deixa descansar e, gradualmente,
devora-a por dentro. Ela sofre, ela está preocupada por sua vida
ser tão incerta, superficial e sem valor. Às vezes, ela sofre de
depressão, às vezes ela busca, tenta imitar os outros, mas isso
não funciona…

Nós estamos todos familiarizados com isso e temos


representado nesta vida. O resto a vivia como se ela fosse real,
e para nós isso não fazia sentido. Ainda assim tentávamos vivê-
la. Então, gradualmente, o “ponto no coração” cresceu e se
desenvolveu dentro de nós até que finalmente estourou e exigiu
uma realização séria e verdadeira. De repente, nos encontramos
com alguns livros e com uma pessoa que explicava tudo para
nós, de forma resumida; de alguma forma encontramos um
ambiente. É claro que esta é a coisa mais importante, embora
não prestemos especial atenção a ela.

A principal coisa é que encontramos um professor, ou algum site


na Internet, ou qualquer outra coisa, mas não valorizamos o
grupo, porque este já é o próximo estágio de desenvolvimento.
Esta é uma propriedade totalmente diferente que não existe em
nós: estar num grupo, num ambiente, numa comunidade, diante
do qual eu devo me rebaixar e anular. Eu devo imitar deles e só
servi-los.

No entanto, quando nós chegamos a qualquer outro ambiente,


por exemplo, quando temos um trabalho, nós somos muito
agradáveis com todos, egoisticamente queremos fazer parte da
equipe e queremos que eles se relacionem bem conosco. Nós
somos legais com todos e esperamos o mesmo tratamento em
troca. Com o tempo isso passa e nos tornamos como todo
mundo.

E com a gente é diferente. Não importa o que você é e como


você se relaciona com todos, você deve começar a trabalhar em
si mesmo. E nós não entendemos ou, mais precisamente, sequer
ouvimos o que deve acontecer num grupo. E isso se prolonga
por muitos anos. Mesmo que este seja um período de latência, é
realmente muito importante.

Ele deve ser organizado de forma muito precisa. Como nós não
entendemos o que estamos fazendo, deve haver algumas
pessoas no grupo que o guiem. Elas devem ser “policiais” e
“guardas”; deve haver um sistema preciso e rigoroso sobre
todos os requisitos, como no exército. Então, gradualmente, nós
começaremos a compreender.

No entanto, a fim de atrair o máximo de Luz, nós precisamos


realizar ações mecânicas simples. Neste caso, é impossível
exigir qualquer outra coisa de alguém. Nesta fase, nós estamos
num estado que devemos obedecer. Hoje elas me dizem que é a
minha vez de lavar os pratos na cozinha, entaõ eu vou e lavo. É
a minha vez de fazer outra coisa, e eu faço isso. Se não, elas
vão me expulsar, porque é impossível me convencer de outra
forma. É impossível explicar a uma pessoa que é assim que nos
conectamos e nos aproximamos do amor ao próximo e, com
isso, vamos começar a sentir o mundo superior. Qual é a
conexão com o mundo superior? Está tudo tão longe daquelas
palavras doces…

Portanto, na primeira fase de seu desenvolvimento, o grupo


precisa manter teimosamente todas as condições que não
dependem de nós, mas que são contingentes sobre os
parâmetros físicos para atrair ainda mais Luz Circundante para
nós, mais precisamente para o nosso ponto no coração, neste
“feto” de nossa força espiritual que aspira ao progresso. De fato,
esse feto está correndo para frente egoisticamente, e nós
precisamos atrair a influência da Luz sobre ele.

Depois vem o próximo período, mais difícil, quando as pessoas


que entram num grupo já começam a sentir subidas e descidas,
todos os tipos de mudanças internas, simultaneamente
agradáveis e desagradáveis. É necessário explicar gradualmente
a elas de onde vem tudo, que isso chega a partir da influência
da mesma fonte. E isso não é apenas um fator psicológico, como
por exemplo, hoje ela está deprimida e amanhã está feliz sem
motivo. Aqui nós começamos a sentir claramente a expressão
de algumas características novas e poderes que não existiam
anteriormente.

Nós devemos explicar-lhes que a Luz Circundante nos influencia


através de duas linhas. Sua influência na “linha direita” nos
eleva, expande nossas emoções, nossa compreensão. A Luz já
nos ilumina, mesmo se não for de uma forma aparente, e nós
ainda não podemos sentir ou defini-la, mas já sentimos alguma
coisa: os limites do intelecto, da emoção e consciência são
expandidos.

Nós vemos uma maior conexão entre uma coisa e outra e, de


repente, tudo vai ficar claro para nós dentro desses mesmos
limites em que nos encontramos. É como se tudo fosse
iluminado pela Luz. Assim nós entramos em outro estado, onde,
pelo contrário, há desprendimento, escuridão, confusão e tal, de
modo que você não entende onde você se encontrada, você
está confuso.

Estados da “linha direita”, bem como estados da “linha


esquerda” se tornam ainda mais extremos. Num estado de
extrema direita você se encontra em tal euforia que tem medo
de fazer algo errado. E no estado de extrema esquerda você
sente escuridão, nada é claro, não há desejo de nada, você está
pronto para abandonar tudo, você tem absoluta confusão em
sua cabeça.

Todos nós sabemos disso por experiência própria. Mas é preciso


prestar atenção nas novas pessoas que passam por isso. Nós
precisamos ajudá-las, precisamos suavizar seu estado.

Eu me lembro da primeira vez que estava num estado de euforia


quando perguntei a um dos anciãos que estudaram com Baal
HaSulam, “O que é isso?”. Ele respondeu: “É isso aí; mais duas
semanas!… Espere por uma mudança”. Eu relaxei e esperei.
Depois de duas semanas, eu recebi um golpe tal que me
levantava com dificuldade! É assim que eu entendi o que
significa “É isso aí”.

Com isso, eles me deixaram entender que tudo isso estava


certo, era algo normal. Você se senta numa aula como um
boneco, como se você não existisse, e parece como se alguém
estivesse fazendo uma brincadeira com você. Eles me
mostraram especificamente que entendiam o meu estado, e na
verdade a mesma coisa estava acontecendo com eles, apenas
em níveis diferentes. Neles, isso não é tão visível. Assim como
agora, por exemplo, meus alunos não vêem que tipo de estados
eu atravesso. Muitos de vocês não viram isso ainda, na medida
em que estamos acostumados a isso, já vivemos nisso.

Mas nós devemos apoiar os novos. Nós devemos levá-los a


entender que este é o efeito normal da Luz Circundante (Ohr
Makif), que afeta o ponto no coração e o próprio coração
(desejo).

Quando ela influencia o ponto no coração (linha direita), nós


sentimos o aumento de inspiração, um impulso para frente;
imediatamente, uma reação que atrai a Luz é despertada em
nós, e nós estamos prontos para os atos mais nobres possíveis.
E quando ela influencia o próprio coração, o resultado é o
oposto: há um aumento dos desejos egoístas em nós e somos
puxados para baixo.

Basicamente, a partir de ambos os estados nós recebemos um


aumento na Luz, e um aumento no desejo oposto a ela. E o
nosso objetivo é formar a “linha média” por nós mesmos, para
que tanto o desejo egoísta como a aspiração altruísta pela
doação, pela conexão, pela revelação, e assim por diante, se
conectará em nós.

O ponto central é a condição desejada em que podemos


controlar a nós mesmos. Nós conectamos a linha direita e a
linha esquerda em nós através do esforço emocional e
intelectual. Onde isso é realizado? Apenas no grupo. Se a pessoa
tenta realizá-lo sozinho, nada resultará. Onde o desejo egoísta
pode adquirir uma característica altruísta? Como você pode
aspirar à Luz? Você vê, você não sabe como fazer isso. Como
você pode, através da utilização das características da Luz,
corrigir o ego adicional que recebeu?

Qual é o resultado aqui? Você precisa criar um Kli a paritr do seu


desejo egoísta e corrigi-lo na característica de doação através
de uma Masach (tela) e Luz Refletida (Ohr Hozer). Onde você vai
realizar isso?

Tudo isso pode ser realizado num grupo e apenas num grupo, e
só nele você pode perceber a sua característica de doação com
a qual você pode certamente construir a si mesmo com eles,
com aqueles com quem você deseja se conectar. Por
conseguinte, a Ohr Hozer necessita passar através do grupo e
ser realizada nele.
É difícil explicar para uma pessoa como isso é feito, isso leva
muitos anos. Talvez agora este período esteja contraído e
realmente passe mais rapidamente. Eu vejo quantas pessoas
estão começando a entender isso de forma rápida e como elas
compreendem isso, entendem o método de forma mais natural.
Mas ainda é muito difícil para nós. Isso é tão contrário à nossa
natureza, porque em todas as fases, em cada lado, a pessoa
aparentemente passa por todo o caminho novamente.

Você vê, cada nível é composto por dez Sefirot e realmente


começa a partir desse estado chamado de “embrião”. Depois há
o estado de alimentação (Yenika), o pequeno estado (Katnut), e
então o grande estado (Gadlut). E cada vez nós precisamos
começar do nada. Isso é realmente surpreendente, porque cada
vez você nasce no próximo nível.

Em nosso mundo, nós não vemos, não sentimos estas


encarnações, mas num nível espiritual, nós passamos
gradualmente por esses períodos de desenvolvimento. E tudo
isso acontece apenas dentro do grupo. Em nenhum lugar, em
nenhuma forma, com ninguém, nem com qualquer coisa, você
pode verificar se está fazendo isso corretamente ou não, se você
está adquirindo a Luz, se você está se transformando
gradualmente num homem (Adão) do mundo.

Na medida em que qualquer tipo de motivação é despertado em


você, você o realiza em conexão com o grupo, você
aparentemente se dirige e se ajusta ao grupo, à conexão com
ele. Este sou eu. Eu me dirijo ao grupo, à ligação com ele, e no
final recebo uma rejeição dele. Eu vou a um positivo, e no final
eu recebo negativo (rejeição). Nós chamamos isso de rejeição, a
“inclinação para o mal”, ou seja, isso é o que eu preciso corrigir.
Isso requer uma ação prévia: primeiro a minha inclusão num
grupo, segundo, a descoberta da inclinação ao mal. Este é o
meu verdadeiro ego. Tudo ligado ao nosso mundo não é
chamado de ego. Todas estas são as nossas características
animais normais e nós podemos nos relacionar a elas de forma
totalmente tranquila. Esta rejeição, a adição séria que eu
começo a receber, é o meu primeiro nível egoísta. E eu preciso
começar a trabalhar com ele.

A próxima etapa (a terceira) é a minha participação num grupo


contra o meu ego. E quando eu fizer isso, quando eu investir o
máximo de esforço, vou começar a atrair a Luz Circundante
(quarta etapa) para mim. É assim que isso funciona.

Na medida em que eu estou incluído num grupo, a Luz superior


vem a mim através da alma coletiva, através de todo o vazio.
Tudo é realizado apenas ao se aproximar dentro do grupo.

Da Convenção em São Pertersburgo “Dia Dois” 13/07/13, Lição 3

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