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Ensino Médio Durante o Período Militar

Antes de compreendermos o que foi a ditadura civil-militar no Brasil e o que afetou com
isso no ensino médio, precisamos de antemão ver o que acontecia no contexto mundial.
Em 1945 chegou o fim da Segunda Guerra mundial, protagonizada pelo Estados Unidos
de um lado e a União Soviética do outro, ou seja, a disputa entre o capitalismo versus
socialismo, com influência dessa disputa, vários países aliados ao EUA começaram a
repreender o socialismo que adentravam em seus territórios.
“Os norte-americanos também se esforçaram no emprego de recursos
financeiros para a promoção e o incentivo de iniciativas que tivessem o intuito de
combater o comunismo no Brasil. Os estudos agora dão como certo até mesmo
o envio de uma frota naval dos Estados Unidos para apoiar [...], comprovando a
estreita articulação entre militares brasileiros e o governo daquele país”.
(MACEDO, 2014)
Vemos assim que, a ditadura militar brasileira foi uma tentativa de impedir que o povo
adquirisse ao socialismo e comunismo. Sendo assim, veremos as mudanças que a
Constituição Brasileira sofreu como uma estratégia para impedir o avanço da bandeira
vermelha e como isso afetou o ensino médio.
O primeiro marco importante a ser ressaltado foi a desobrigação que a União teve de
não precisar gastar 20% do PIB (Produto Interno Bruto) com a educação, segundo a
Constituição de 1967. A segunda mudança importante aconteceu na Lei de Diretrizes e
Bases da Educação (LDB) onde:
“A Lei n. 5692/71 fixou, nesse período, as diretrizes e bases para o ensino de
1º e 2º graus, em âmbito nacional. Ela apresentava dois pontos fundamentais:
em atendimento à Constituição de 1967, indicava a escolaridade obrigatória
dos 7 aos 14 anos, mas vinculava essa obrigatoriedade ao ensino de 1º grau
(8anos), constituído na junção dos antigos primário e ginásio; e a generalização
do ensino profissionalizante no nível médio ou 2º grau. ” (DOS SANTOS, 2010)
O resultado do corte da educação e o aumento das matrículas para o ensino médio
depois da obrigatoriedade prevista na LDB foi um ensino médio sem qualidade e sem
infraestrutura onde a preocupação do Governo era capacita os jovens para o trabalho
e controlar a ideologia dos pensamentos que iam de frente ao capitalismo.

República Nova
Com o fim da ditadura militar, o presidente José Sarney fez importantes emendas à
Constituição, onde é estabelecido as eleições diretas e pela primeira vez depois da
ditadura em 1990 o presidente Fernando Collor de Melo é eleito pelo voto do povo
brasileiro.
Para a educação a Constituição de 1988 trouxe impactos positivos como veremos a
seguir o artigo 205:
“A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
Com a confiança do povo estabilizada, o Governo Brasileiro, após quase dez anos de
discussão, lança em 1996 a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira e mais
tarde os Parâmetro Curriculares Nacionais.

Referências
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília,
DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988, 292 p

DOS SANTOS, R. Rocha. Breve Histórico do Ensino Médio no Brasil. In: Seminário
Cultural e Político na Primeira República: Campanha Civilista na Bahia. Uesc, 2010.
Disponível em: <http://www.uesc.br/eventos/culturaepolitica/anais/rulianrocha.pdf>
acesso em: 29 de maio de 2017

MACEDO, Danilo. Governo norte-americano participa do golpe militar no Brasil.


EBC Agência Brasil. Brasília, 2014. Disponível em:
<http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2014-03/governo-norte-americano-
participa-de-golpe-militar-no-brasil> Acesso em: 29 de maio de 2017.

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