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Aula 14 – Equilíbrio de corpos rígidos

em duas dimensões

Universidade Federal de Mato Grosso


Faculdade de Engenharia, Arquitetura e Tecnologia
Disciplina: Mecânica Aplicada
Prof. Christian Luiz Perlin
Equilíbrio de um corpo rígido
Quando um corpo está em equilíbrio, a força e o momento
resultantes sobre ele são iguais a zero. Para o caso geral de
corpos no espaço, tem-se as equações de equilíbrio:
 Equações vetoriais:

   R  
R  F  0 MO   MO  0
 Desdobrando-se em equações escalares:

F  0
x F y 0 F  0
z

M  0 x M y 0 M  0z
Diagrama de corpo livre
 Antes de aplicarmos as equações de equilíbrio, devemos
definir com clareza qual sistema mecânico será analisado.

 Por sistema mecânico entende-se um corpo ou conjunto de


corpos conceitualmente isolado.

 Definido o sistema a ser analisado, tratamos esse sistema


como um corpo isolado, por meio do diagrama de corpo
livre.
Diagrama de corpo livre
 O diagrama de corpo livre é uma representação esquemática
do sistema isolado, tratado como um único corpo.

 O diagrama deve mostrar todas as forças externas aplicadas


ao sistema por outros corpos, que supõe-se removidos.
Construção do diagrama de corpo livre
1) Decidir qual sistema deve ser isolado.
2) Isolar o sistema escolhido, desenhando um diagrama que represente completamente seu
contorno externo, separando-o dos outros corpos.
3) Representar, por meio de vetores, todas as forças que atuam sobre o sistema isolado
devido aos corpos removidos, em suas posições adequadas.

a) As forças oriundas dos vínculos externos (apoios) devem ser representadas (geralmente
são incógnitas);
b) Quando o corpo é constituído de várias partes, as forças de interação entre as partes
não são incluídas no diagrama, pois elas são consideradas forças internas.

4) Representar as dimensões (e ângulos, se necessário).

Deve-se lembrar que os apoios não são representados no diagrama.


Equilíbrio de um corpo rígido em duas
dimensões

As equações anteriores demonstram que uma estrutura no


plano pode apresentar 3 componentes de movimento:

 Translação na direção x;
 Translação na direção y;
 Rotação em torno do eixo z.
Apoios

 Apoios são os vínculos que impedem o movimento de um


corpo rígido. Isso é necessário para que a estrutura seja
estável (não entre em ruína).

 Os apoios das estruturas bidimensionais podem ser divididos


em três grupos. São eles:
Apoio de 1° gênero

 Impede o movimento em uma direção. A reação é uma força


com direção conhecida (1 incógnita).
Apoio de 2° gênero

 Impede o movimento em duas direções, mas permite a


rotação. A reação é uma força de direção desconhecida ou
duas componentes de força retangulares (2 incógnitas).
Engaste (apoio de 3° gênero)

 Impede o movimento em duas direções e também a rotação.


As reações são 2 componentes de força e uma de momento
(3 incógnitas).
Apoios em estruturas bidimensionais

 A tabela a seguir mostra os principais tipos de apoios e


conexões em sistemas mecânicos bidimensionais.
Classificação das estruturas quanto à
estaticidade
Para que a estrutura não apresente movimento de corpo rígido,
todos as componentes de movimento possíveis devem ser
restringidas por apoios.

Podem ocorrer três situações:

 1 – Estrutura hipostática;
 2 – Estrutura isostática;
 3 – Estrutura hiperestática.
Estruturas hipostáticas

 Os apoios não impedem todos os movimentos possíveis da


estrutura.

 Tem-se mais equações que incógnitas.


Estruturas isostáticas

 Os apoios são em número estritamente necessário para


impedir todos os movimentos possíveis da estrutura.

 O número de equações é igual ao número de incógnitas.


Estruturas hiperestáticas

 Os apoios são em número superior ao necessário para


impedir todos os deslocamentos da estrutura.

 Há mais incógnitas que equações, conduzindo a um sistema


indeterminado.
Estruturas ineficazmente vinculadas

 Existem estruturas em que o número de vínculos externos é


suficiente para impedir os movimentos de corpo rígido,
porém estes vínculos estão dispostos de forma inadequada,
não impedindo tais movimentos.

 Estas estruturas são chamadas de ineficazmente vinculadas.


Estruturas ineficazmente vinculadas
As estruturas são ineficazmente vinculadas em duas situações:

 Quando as reações de apoio são paralelas (pode haver


translação no sentido perpendicular às reações);
Estruturas ineficazmente vinculadas

 Quando as reações de apoio se interceptam em um ponto


(pode haver rotação ao redor deste ponto).
Equilíbrio de um corpo sujeito à ação
de duas forças

 Um caso particular de equilíbrio é o de um corpo sujeito à


ação de duas forças.

 Para que esse corpo esteja em equilíbrio, é necessário que as


duas forças tenham o mesmo módulo, a mesma linha de ação
e sentidos contrários.
Equilíbrio de um corpo sujeito à ação
de duas forças

 Considere o corpo da figura sujeito à forças F1 em A e F2 em


B. Para que haja equilíbrio, a soma dos momentos das forças
em relação à qualquer ponto deve ser zero.
Equilíbrio de um corpo sujeito à ação
de duas forças
 Inicialmente, fazemos o somatório de momento em relação
ao ponto A. A força F1 não produz momento em relação a
esse ponto, e, para que o momento resultante seja nulo, a
linha de ação de F2 deve passar por A.
 Fazendo o mesmo raciocínio com o momento em relação ao
ponto B, temos que a linha de ação de F1 passa por B.
 Assim, concluímos que F1 e F2 devem ter a mesma linha de
ação, mesma intensidade e sentidos contrários.
Exemplo 1
Determine as reações de apoio da estrutura abaixo.
Exemplo 2
Determine as reações de apoio da estrutura abaixo.
Exemplo 3
Determine as reações de apoio da estrutura abaixo.
Exemplo 4
Determine as reações de apoio da estrutura abaixo.
Exercício 1
Determine as reações de apoio para a treliça abaixo.
Exercício 2
Determine as reações de apoio para a estrutura abaixo.
Considere M0 = 120 kN.m e L = 6,0 m.
DESAFIO 1

c) α = 45°
DESAFIO 2
Calcule as reações de apoio da treliça abaixo.

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