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Outubro-2018
Leite
É o produto da secreção da glândula mamária dos mamíferos.
alimentação do animal
individualidade
estação do ano
época da lactação
idade
numero de parições
alterações climáticas
Leite
Composição: 100g de leite de vaca
WCRF/AICR -2007
DCNT – Doenças Crônicas Não Transmissíveis
No Brasil 72% dos óbitos, sendo: 31,3% DAC; 16,3% Câncer; 5,2 % Diabetes; e
5,8% Doença Respiratória Crônica;
Impactos econômicos
• inatividade física
Capítulo 4:
4.4 Milk and dairy products
Conclusões: As evidências sobre a relação entre o leite e os produtos lácteos e dietas ricas em cálcio e o
risco de câncer apontam em direções diferentes:
Obs: A proteína do leite provavelmente induz a hiperinsulinemia estimulando a síntese hepática de IGF-1
(Melnik, BC)
Transdução de sinal de insulina, IGF-1 e IGF-2
IGF-1:
• participa na regulação do ciclo celular;
• inibe o processo de apoptose;
• estimula a proliferação celular.
O leite e a proteína do leite levam a alterações na sinalização de Insulina/IGF-1 e no
desenvolvimento de doenças crônicas ocidentais
Aumento de IGF-1 sérico encontrado no câncer de mama pré-menopausa e no câncer de próstata estão
associados ao alto consumo de laticinios e cálcio.
Conclusão: embora existam vastas evidências que o consumo de leite aumente
os níveis séricos de IGF-1, recentemente 2 artigos de revisão concluem não ser
possível associar o consumo de latícios ao risco de câncer de mama.
Estudos do NCI (Intituto Nacional do Câncer) desde 2007
2 grandes estudos prospectivos:
NIH-AARP Diet and Health Study- 566.401 membros da AARP completaram um abrangente
questionário de base avaliando dieta e estilo de vida, incluindo um questionário de freqüência
alimentar de 124 itens. Os participantes foram acompanhados desde o início e o
acompanhamento está em andamento, a última avaliação foi feita em 2006.
Prostate, Lung, Colorectal and Ovarian Cancer Screening Trial- ensaio randomizado
controlado, desenhado para testar a eficácia do rastreamento do câncer e investigar marcadores
precoces e etiologia do câncer. Entre 1993 e 2001, cerca de155.000 participantes com idades
entre 55 e 74 anos preencheram um questionário de freqüência alimentar de 137 itens no início
do estudo e receberam questionários anuais que perguntavam se eles haviam sido diagnosticados
com câncer.
Esses estudos de coorte são importantes para a análise dos efeitos dos produtos animais na incidência e
mortalidade do câncer:
Diminuição do risco de câncer colorretal relacionada a alta ingestão de alimentos lácteos descrita no
estudo NIH-AARP – efeito protetor do cálcio.
Excessão para o queijo;
Diminuição do risco de câncer de bexiga em homens associada a maior ingestão de alimentos lácteos
(Park et al, 2009);
2 coortes e 4 casos-controles não encontraram associação entre consumo de leite e câncer de bexiga;
Alta ingestão de alimentos lácteos positivamente associada ao câncer de próstata no estudo NIH-AARP
Alimentos lácteos têm sido associados com o aumento no risco de câncer de ovário, no entanto, uma
análise de 12 coortes prospectivos não encontrou ligação;
Meta-análise de Dong e col: a ingestão total de alimentos lácteos foi inversamente associada ao câncer de
mama em 12 coortea prospectivas, com associações mais fortes para a ingestão de produtos lácteos com
baixo teor de gordura e para mulheres na pré-menopausa.
Conclusão: pesquisas sobre produtos lácteos e risco de câncer têm sido
geralmente consistentes com o relatório WCRF / AICR de 2007
Estudo prospectivo - 1995 e 2003;
Indivíduos entre 50 e 71 anos residentes nos EUA – 567.169 pessoas
Questionário de frequência alimentar composto por 124 itens de alimentos onde avaliou-se o consumo e o
tamanho das porções;
36965 homens e 16605 mulheres desenvolveram câncer durante o período de acompanhamento.
Hipótese: laticínios possuem nutrientes anticarcinogênicos de alto potencial relativo, tais como cálcio,
vitamina D e ácido linoleico conjugado (CLA). Também relacionados com o aumento do IGF-1,
potente mitógeno.
Cálcio:
Diminui proliferação celular
Estimula diferenciação celular
Induz apoptose
Associado a bile – diminui danos a mucosa do intestino
Vit. D:
Atua na regulação do cálcio corporal
Metabolismo ósseo
Fraca associação inversa com o total de cálcio ingerido (cálcio dietético + suplementado) com a
incidência de câncer em homens;
Em mulheres, cálcio dietético, mas não laticínios, são inversamente relacionados com a incidência de
câncer;
Em homens, laticínios inversamente associados com câncer de cabeça e pescoço, esôfago, estomago,
colorretal e bexiga;
Em mulheres:
Laticínios inversamente associados com câncer colorretal e baixa associação inversa com
câncer de estomago.
Suplementos de cálcio inversamente associados com câncer de fígado (são necessários mais
estudos);
Ingestão total de cálcio foi relacionada com aumento do risco de LNH (mais estudos são
necessários).
laticínios, cálcio dietético, suplementos de cálcio e cálcio total não se relacionam com câncer
de mama, ovário e endométrio
Obs: em relação ao câncer de mama e o consumo de laticínios e cálcio, mais estudos são necessários
associando características do tumor e o status da menopausa.
Em homens:
Laticínios inversamente associados com câncer de cabeça e pescoço, esôfago, estomago,
colorretal e bexiga;
Nesse estudo, não houve associação do consumo de cálcio, mesmo em altas doses, com o câncer de
próstata independente do estágio;
Laticínios e cálcio:
Inversamente associados com câncer do sistema digestório (colorretal) em homens e mulheres.
Conclusão: mais pesquisas são necessárias para ampliar as evidências sobre IGF-1 e risco de câncer,
a fim de melhorar a compreensão sobre o efeito da dieta no IGF-1 e se esse efeito afetaria
o risco de câncer.
Revisão bibliográfica, de artigos publicados nos últimos dez anos, de fontes de revistas indexadas em
bibliotecas virtuais Lilacs, SciELO e Medline.
Câncer Colorretal: estudos evidenciam uma possível ação do Cálcio e da Vitamina D como anticarcinógenos.
Cálcio: ligação com os sais biliares e ácidos graxos ionizados reduzindo a proliferação celular na mucosa
colônica e promovendo diferenciação celular.
O consumo de produtos lácteos está inversamente relacionado com a reincidência de adenoma colorretal
independente do consumo de vitamina D e suplementação de cálcio. E a suplementação dietética (>1200
mg/dia) de cálcio;
O consumo de 25 g/ dia de queijo cottage, ricota, manteiga, creme ou sorvete de creme foram
relacionados com menor risco de câncer colorretal, entretanto outros produtos lácteos não demonstraram
a mesma correlação;
Ingestão de cálcio e cálcio total (dietético e suplementar) se associam a um menor risco de câncer
colorretal;
Doses moderadas de cálcio reduzem o risco, mas altas doses não teriam benefícios;
Efeito protetor do consumo de cálcio e vitamina D para câncer colorretal em ocidentais, mas os estudos
são limitados na população asiática (baixo consmo). Em japoneses observou-se a diminuição do risco em
quem tinha elevado consumo de vit. D ou exposição adequada ao sol.
Cálcio total é inversamente associado ao risco de câncer colorretal em ambos os sexos, sendo 30% para
homens e 36% para as mulheres;
Em um dos estudos não foi evidenciado redução de risco em grupos com ingestão >= 1350 mg/dia;
Em estudos com animais, o efeito protetor do cálcio foi mais evidente em dietas ricas em gordura.
Fósforo e fibras podem diminuir a absorção intestinal de cálcio;
Vitamina D é inversamente associada ao câncer colorretal em homens, mas não em mulheres. E altas
concentrações sérica de vit. D associa-se com efeitos protetores para adenomas colorretais;
Cálcio e produtos lácteos associam-se inversamente aos tumores de cólon proximal e distal e de reto.
O leite foi inversamente associado ao câncer de cólon distal e reto.
O consumo de queijo e iogurte não obteve significância estatística.
Alto consumo de cálcio demonstrou efeito protetor para tumores de cólon distal e reto. Um estudo
demonstrou que o efeito protetor seria para tumores de cólon proximal;
Além do cálcio os produtos lácteos possuem outras substância que podem interferir na redução do
câncer colorretal, tais como: CLA, lactoferrina (inibidores de carcinogênese) e caseína (antimutagênica).
Pesquisa bibliográfica na base de dados do PubMed de todos os estudos publicados sobre dieta e câncer de
próstata (CaP) em 2012 ou anterior.
Carboidratos, gorduras saturadas, ω-6 e alguns suplementos vitamínicos – aumentam risco e a progressão de Cap
É difícil determinar quais nutrientes comporiam a dieta ideal para a prevenção primária e secundária do CaP.
Sendo necessários mais estudos para avaliar os alimentos, ao invés de um único nutriente.
Dieta ocidental está associada ao CaP, como a outros cânceres e a obesidade.
Rica em:
Carboidratos refinados;
Gorduras saturadas;
Alta densidade energética;
Proteína animal.
Pobre em:
Frutas frescas;
Vegetais;
Grãos integrais.
O leite integral estaria relacionado com a progressão do CaP, devido ao excesso de gordura
saturada e cálcio. Enquanto o baixo teor de gordura retardaria a progressão.
Pela diversidade é difícil isolar quais componentes da dieta estão envolvidos no surgimento do
CaP. Mais pesquisas são necessárias para elucidar as vias moleculares afetadas por nutrientes
específicos e determinar os efeitos.
Gorduras saturadas podem levar ao aumento do IGF-1 e por isso a progressão do CaP (especulativo);
O excesso de ω-6 ligado ao aumento do risco de CaP geral e de alto risco. Pesquisas atuais indicam que
ω-3 (indução das vias antiinflamatórias) possa retardar o surgimento de tumores, inclusive o de próstata-
dados inconclusivos);
Colesterol alto pode ser fator de risco para tumores devido a regulação das vias inflamatórias e
esteroidogênese intratumoral (sem evidências);
De acordo com a literatura, não há associação entre Vit. D e risco de CaP. O cálcio pode se ligar a Vit. D e
inativá-la. O que pode explicar o aumento de cálcio e consumo de laticinios e CaP.
A ingestão de cálcio e o risco de CaP são conflitantes.
Alguns estudos de meta-análise dizem que o aumento do consumo aumenta o risco, outros que
não. Um estudo sugere que o baixo consumo ou a suplementação aumentariam o risco. Baixa
evidência pré-clínica;
Ingestão elevada de laticínios/cálcio e risco de CaP relacionada com a presença de estrogênio e IGF-1 no
leite
Estudo com profissionais de saúde, acompanhados por 16 anos. Observou-se que o consumo entre 1500-
1999 mg/dL se associava a um risco maior de casos avançados ou fatais de CaP, mas isso não aconteceu
quando avaliaram o consumo de laticínios e cálcio simultaneamente;
Estudo de coorte multiétnica, acompanhado por 8 anos, não foi observado associação entre o consumo de
cálcio, mesmo daqueles com consumo >1300 mg/dL, e o risco de CaP. Também não foi observado
relação com o consumo de leite e laticínios com o CaP. Porém para o consumo de leite com baixo teor de
gordura ou desnatado o risco relativo era maior. O leite integral demonstrou risco reduzido para CaP.
Esses achados se relacionam com CaP de baixo risco e localizado, e não com o avançado;
Uma meta-análise com 45 estudos observacionais não sustentou a associação de consumo de lácteos e
risco aumentado para CaP.
Mecanismos envolvidos:
Presença de estrógenos (mediado por receptores de estrogênio) e IGF-1 (não é absorvido via
oral);
Inibição da Vit. D, que é inibidor de carcinogênese prostática, pelo alto consumo de cálcio.
Obs:
A quantidade de estrogênio no leite é mínima e se o leite for desnatado menor ainda uma vez
que o estradiol é solúvel na gordura;
O consumo elevado de laticínios/cálcio podem ter efeitos contraditórios entre diferentes tipos
de câncer;
A quantidade de cálcio ingerida está abaixo do níveis preconizados em quase todos os países.
Conclusão:
Revisão de literatura epidemiológica baseada em estudos de coorte e caso-controle com foco na ingestão de
produtos lácteos e o risco do câncer de mama, base Medline, Cancerlit.
O câncer de mama é o câncer mais comum em mulheres e é a principal causa de mortalidade por câncer
em mulheres o mundo.
Fatores de risco:
1. Idade.
2. Peso corporal relativo;
3. Mudança de peso ao longo do tempo;
4. Número e intervalo de eventos reprodutivos;
5. Lactação exógena e concentrações hormonais endógenas e metabolismo;
6. Histórico de doença benigna da mama;
7. Exposição à radiação;
8. Álcool;
9. História familiar de câncer de mama;
10.Diferenças geneticas entre populações;
11.Estilo de vida e dieta.
Produtos lácteos - grupo alimentar diversificado com fatores que podem influenciar o risco de câncer
(teor de gordura saturada), em contraste ao conteúdo de cálcio e viatmina D que são apontados como
protetores do câncer de mama.
Mecanismos - hipóteses:
Alta ingestão de gordura saturada (e aumento dos estrógenos – evidência fraca nos estudos de coorte);
Presença de fatores de crescimento tipo IGF-1 (FDA= IGF-1 inativo via oral - hipótese menos
convincente;
Presença de fatores protetores: cálcio, vitamina D e CLA (ácido linoleico conjugado) –mecanismos de
proliferação e diferenciação celular e a indução à apoptose.
Conclusão:
Mesmo em estudos onde houve ajuste para covariáveis, não houve alteração no resultado.
Os estudos analisados não fornecem evidências consistentes para o consumo de laticínios e o risco de
câncer de mama
Os estudos analisados não fornecem evidências epidemiológicas que suportem a associação entre o
consumo de leite/laticínios e o risco de câncer de mama
Meta-análise de estudos prospectivos de coorte, na base de daos PubMed, até janeiro de 2011, avaliando a
associação entre o consumo diário de laticinios e o risco de câncer de mama.
Dados conflitantes com relatos de relação inversa e positiva. Além disso analisaram por região
geográfica, tempo de acompanhamento, teor de gordura dos laticínios e menopausa no início do estudo.
O consumo total de laticínios está inversamente relacionado com o risco de câncer de mama na maioria
dos subgrupos, menos nos que consomem laticínios com alto teor de gordura ou na pós-menopausa. Essa
associação é mais forte para laticínios com menor teor de gordura e mulheres na pré-menopausa;
Consumo de 200 g/dia de laticínios, apresenta leve redução no risco (4%), mas 200 g/dia (1 copo) de leite
não demonstrou essa redução;
Em estudos experimentais, o CLA parece proteger as mulheres contra a carcinogênese mamária, por
atuar de forma anti-inflamatória e por induzir apoptose. Em estudos populacionais os resultados são
conflitantes. Mas o consumo de gordura saturada se associa positivamente ao câncer de mama;
O status da menopausa pode interferir com a influência do leite/laticínios no risco de câncer de mama.
Talvez relacionado com a interação do cálcio, vitamina D e IGF-1 ser mais forte na pré do que na pós-
menopausa.
Vieses:
O uso de produtos com menor teor de gordura normalmente é acompanhado por estilo de vida mais
saudável;
Heterogeneidade;
O consumo de laticínios foi avaliado só uma vez durante anos de acompanhamento, os hábitos podem
mudar;
Conclusão:
O aumento no consumo de leite/laticínios podem estar relacionado com risco diminuído de câncer
de mama- evidências insuficientes;
A menopausa pode modificar o efeito do leite/laticínios no risco de câncer de mama;
Mais estudos são necessários
CONCLUSÃO PARA O CÂNCER DE PRÓSTATA