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taxonômica e ecológica
/ Iara Maria Franceschini... [et al.] . – Dados eletrônicos. –
Porto Alegre : Artmed, 2010.
CDU 582.26/.27
SÃO PAULO
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01227-100 – São Paulo SP
Fone (11) 3665-1100 Fax (11) 3667-1333
IMPRESSO NO BRASIL
PRINTED IN BRAZIL
AUTORES
BRUNO DE REVIERS
Doutor em Ciências. Professor do Muséum National d’Histoire Naturelle de Paris,
no Département Systématique et Évolution, Unité Mixte de Recherche 7138, UPMC
(Paris VI), MNHN, CNRS, IRD, Paris, França.
Alain Couté
Professor do Muséum National d’Histoire Naturelle de Paris, França
PREFÁCIO
SUMÁRIO
ALGAS
INTRODUÇÃO | 17
Diatomophyceae ou Bacillariophyceae | 38
SUMÁRIO
Bolidophyceae | 39
Parmophyceae | 39
Pelagophyceae | 39
Dictyochophyceae | 39
Pinguiophyceae | 40
Raphidophyceae | 40
Chrysomerophyceae | 40
Phaeothamniophyceae | 40
Aurearenophyceae | 40
Tribophyceae ou Xanthophyceae | 41
Schizocladiophyceae | 41
Phaeophyceae | 41
Eustigmatophyceae | 42
Synchromophyceae | 43
Chrysophyceae stricto sensu | 43
Dinophyta (Alveolata) | 43
Plastídios muito diversificados nas Dinophyta | 45
Sporozoa (Alveolata): algas? | 46
Vários genomas de origens diferentes nas algas | 46
Número de eventos de endossimbiose | 47
Plastídios da linhagem Plantae: provavelmente um único evento | 47
Plastídios das Euglenophyceae e das Chlorarachniophyceae:
verossimilmente dois eventos | 49
Plastídios das Cryptophyta, Haptophyta, Ochrophyta e Dinophyta:
uma controvérsia ainda viva | 50
Uma “linhagem vermelha” nos oceanos | 51
Participação das algas em diversas simbioses ou a busca da série
gigogne (encaixes múltiplos) | 51
Grupos de “algas” ainda desconhecidos | 52
Conclusão | 52
Capítulo 2 CLASSIFICAÇÃO | 59
Iara Maria Franceschini
Capítulo 3 DIVERSIDADE | 73
ALGAS
Iara Maria Franceschini
João Fernando Prado
Ana Luiza Burliga
Introdução | 259
Papéis dos recursos e dos predadores na estrutura e no
funcionamento das redes tróficas pelágicas lacustres | 261
Papel dos recursos | 261
Papel dos predadores | 263
Interação recursos versus predadores | 265
16
Introdução | 275
Defesas morfológicas das algas | 279
GLOSSÁRIO | 295
INTRODUÇÃO
ALGAS
A elaboração de um manual sobre “algas” exige, por parte de seus autores, não
apenas o conhecimento dos organismos abordados, mas o desejo de trazer ao alcance
de um grande número de estudantes, professores universitários, pesquisadores e
profissionais das áreas de monitoramento e controle da qualidade das águas infor-
mações atualizadas; além disso, deve fornecer a literatura-chave que lhes permitirá
encontrar facilmente o aprofundamento dessas informações.
O Brasil, apesar de contar com um excelente quadro de especialistas em suas
universidades e institutos de pesquisa, apresenta, ainda, uma incipiente produção
de livros científicos na área da Ficologia. A publicação, em 2005, de Gêneros de algas
de águas continentais do Brasil: chave para identificação e descrições, trabalho organizado
pelos pesquisadores Carlos E. de M. Bicudo e Mariângela Menezes, é um bom exem-
plo: somente 20 anos após ter se esgotado Algas de águas continentais do Brasil: chave
para identificação de gêneros (Bicudo C.E.M.; Bicudo R.M.T. São Paulo: Funbec. 1970),
a segunda chave aparece, apesar de crescente demanda nesta área. Nem mesmo a
tradução de livros estrangeiros vem paliar a carência de literatura em língua portu-
guesa sobre o tema, pois o número de textos atuais de Ficologia que foram traduzidos
para o português é também muito restrito: 1 livro!
Algas: uma abordagem filogenética, taxonômica e ecológica enfoca organismos fre-
quentes no plâncton e no perifíton de diversos corpos d’água, como rios, arroios,
lagos, represas e açudes, entre outros, além daqueles que crescem sobre diferentes
tipos de solos, rochas, troncos de árvores e briófitas. Pretende-se que este livro seja
o primeiro de uma série, em que as euglenofíceas, os dinoflagelados e demais linha-
gens algais, componentes de um universo extremamente rico e diversificado, tam-
bém possam ser abordados.
Em Filogenia, é indicada a posição das “algas” na árvore filogenética do mundo
vivo, sua natureza compósita, seus laços de parentesco às vezes inesperados entre
os organismos, a origem dos plastídios e o que define os clados.
Classificação aborda sistemas atuais, refletindo os avanços da ciência e sua
constante evolução. Discute-se, aqui, a contribuição que métodos modernos de
análise, como o das sequências gênicas, vêm trazendo ao estudo dos laços de paren-
tesco entre esses organismos.
INTRODUÇÃO 18
NATUREZA E POSIÇÃO
DAS “ALGAS” NA ÁRVORE
FILOGENÉTICA DO
MUNDO VIVO
BRUNO DE REVIERS
ALGAS
com três reinos: um reino bacteriano, um reino vegetal e um reino animal. Como
será visto mais adiante, esta visão não é absolutamente mais a nossa hoje em dia.
Os conhecimentos progrediram graças à evolução das técnicas; assim, mais ou
menos na metade dos anos 1970, utilizando um novo instrumento – a análise das
sequências gênicas –, um biólogo americano, Carl Woese, e colaboradores de Illinois
descobriram que o mundo vivo devia, de fato, ser percebido como constituído não
de dois, mas de três grandes tipos de organismos (Woese; Fox, 1977). Eles haviam
utilizado para isto as sequências de genes, que codificavam para a pequena subu-
nidade dos RNAs ribossômicos. Estes três conjuntos ou “domínios” são constituí-
dos, por um lado, de duas categorias de procariontes, as bactérias (Bacteria) e as
arqueas (Archaea), e, por outro, de uma categoria de eucariontes. As arqueas diferem
das bactérias especialmente pela presença de histonas (uma categoria de proteínas
associadas ao seu DNA), como nos eucariontes. Por outro lado, as bactérias têm
uma parede celular com mureína (perdida nos Mollicutes), que as arqueas não
possuem. As arqueas são conhecidas, sobretudo, por seus representantes capazes
de sobreviver em meios extremamente quentes (termófilos) ou extremamente
salgados (halófilos), ou ainda por produzirem gás metano (metanogênicos). Os
dois domínios de procariontes estão também tão distantes entre si como o estão
dos eucariontes; é a razão pela qual Woese, que os havia inicialmente batizado
“Eubacteria” e “Archebacteria”, passou a denominá-los “Bacteria” e “Archaea”
(Woese; Kandler; Wieelis, 1990), para bem demonstrar que não se tratavam de
duas subdivisões de uma mesma categoria de organismos.
2002, p. 96-97; López-García et al., 2006, e as referências indicadas por esses au-
tores). Estes modelos podem ser reconduzidos esquematicamente a dois tipos de
cenários: ou 1) uma arquea (ou um organismo mais ou menos eucariótico derivado
de uma arquea) associou-se com uma bactéria púrpura (a futura mitocôndria), ou
2) uma parceria (fusão, simbiose, etc.) entre uma arquea e uma bactéria precedeu
a associação com a bactéria α-púrpura. Pensou-se inicialmente que os primeiros
eucariontes eram desprovidos de mitocôndrias, e Cavalier-Smith (1983a, 1983b)
havia denominado esses organismos Archezoa. As filogenias antigas que deixavam
supor a existência de tais arquezoários sofriam de uma distorção metodológica
agora bem conhecida sob o nome de atração de ramos longos; elas foram depois
refutadas. (A atração de ramos longos é o reagrupamento artefatual de sequências
gênicas muito divergentes em relação ao restante dos dados, podendo esta divergên-
cia resultar tanto de uma evolução recente e rápida como de uma lenta acumulação
de eventos evolutivos ao longo do tempo, o que falsifica a análise.) Hoje está bem
estabelecido que o ancestral comum de todos os eucariontes possuía uma mitocôn-
dria e um aparelho de Golgi, uma vez que pôde ser demonstrado que todos os
eucariontes aparentemente desprovidos de uma ou duas dessas organelas ao menos
retiveram as funções destas, conservando seus genes; às vezes possuem ainda uma
estrutura derivada da organela original (Reviers, 2002, p. 94-95; Dacks; Walker;
Field, 2007). A mitocôndria, pela utilização do dioxigênio, graças à via metabólica da
respiração, provavelmente conferiu uma vantagem ecológica crucial aos primeiros
eucariontes, impedindo assim a acumulação de radicais livres no seu citoplasma, e
permitiu sua sobrevivência em uma atmosfera que se tornou progressivamente oxi-
dante há cerca de 2 a 2,3 bilhões de anos (Alberts et al., 1990; Knoll, 1999).
ALGAS
um conjunto caracterizado pela presença de mitocôndrias cujas cristas são achatadas,
discoides e providas de um estreitamento basal, o que lhes conferiu seu nome)
constituem a linhagem dos Excavata (cujo nome vem da presença de uma cavidade
que lhes permite se nutrir). As Glaucophyta (algas glaucas), Rhodoplantae (algas
vermelhas) e Viridiplantae (plantas verdes, agrupando as algas verdes e as
Embryophyta) constituem a linhagem Plantae. Os Alveolata (principalmente os
Dinophyta, Sporozoa, também denominados Apicomplexa, e Ciliata) constituem o
táxon-irmão dos Stramenopiles ou Heterokonta (conjunto que reagrupa as algas
castanho-douradas ou Ochrophyta e numerosos organismos heterótrofos como,
por exemplo, os Oomycetes). Os Rhizaria reagrupam os Radiolaria, Foraminífera e
Cercozoa e seriam aparentados ao ramo que reagrupa os Alveolata e os Strameno-
piles. As Haptophyta e as Cryptophyta constituem uma linhagem (Rice; Palmer,
2006; Patron; Waller; Keeling, 2006; Patron; Inagaki; Keeling, 2007; Burki et al.,
2007, Hackett et al., 2007) cuja posição permanece incerta, mas que parece próxi-
ma do ramo que reagrupa os Rhizaria e o conjunto Alveolata mais Stramenopiles.
Figura 1.1
As grandes linhagens de eucariontes.
Realizada essencialmente a partir dos resultados de Burki e colaboradores (2007) e Hackett e colaboradores
(2007). A posição das Katablepharidophyta é deduzida dos resultados de Okamoto e Inouye (2004) e a das
Picobiliphyta dos resultados de Not e colaboradores (2007). Os traços cheios simbolizam laços de parentesco
bem sustentados pelas análises, enquanto os traços em pontilhado indicam laços que permanecem ainda
hipotéticos.
NATUREZA E POSIÇÃO DAS “ALGAS” NA ÁRVORE FILOGENÉTICA DO MUNDO VIVO 24
ALGAS
cianobactérias estão presentes em todos os meios: dulciaquícola (das geleiras às
fontes quentes), marinho (mesmo nas salinas), terrestre (até nos desertos, no inte-
rior de algumas rochas ou nas poeiras domésticas). Elas possuem a capacidade de
formar simbioses com numerosos organismos; em particular, 8% dos liquens resul-
tam de uma associação com algas azuis. As cianobactérias constituem assim sim-
bioses com diversos grupos vegetais (Trichormus nas folhas de Gunnera – planta
com folhas muito grandes, frequente nos jardins públicos – ou Anabaena nas frondes
de Azolla – uma pequena pteridófita aquática –; Nostoc nas raízes de Cycas – uma
Cycadaceae – e nos tecidos dos Anthoceros – uma pequena briófita talosa) ou ani-
mais (em particular, nas esponjas e ascídias). Em Geosiphon (Zygomycetes em sim-
biose com um Nostoc), os dois parceiros podem ser cultivados separadamente; este
não é o caso de numerosas simbioses. As cianobactérias são capazes de metabolizar
o nitrogênio gasoso de nossa atmosfera. Elas podem assim enriquecer os meios,
habitualmente oligotróficos como recifes de corais. Trichodesmium é planctônico e
pode produzir blooms extensos, formando rastos castanho-alaranjados na superfície
dos oceanos tropicais e subtropicais; é provavelmente o fixador de nitrogênio atmos-
férico mais importante em alto-mar. O papel de fixador de nitrogênio exercido
pelas algas azuis simbióticas das Azolla possui assim um impacto econômico não
negligenciável na Ásia, nas zonas de arrozais; essas cianobactérias têm, com efeito,
seu potencial fertilizante consideravelmente multiplicado quando estão em simbiose
com aquela pteridófita. Nas lojas de produtos dietéticos, as Spirulina, cianobactérias
tradicionalmente consumidas no Tchad (norte da África) e no México, são vendidas
em forma de pó ou de cápsulas gelatinosas, em razão de sua riqueza (45-60%) em
proteínas de boa qualidade nutricional. As cianobactérias são responsáveis por flora-
ções às vezes espetaculares e, em certos casos, tóxicas (toxinas com ação neuromuscu-
lar). Elas estão entre os primeiros seres vivos que apareceram na terra: fósseis incon-
testáveis de 2,7 bilhões de anos são conhecidos, mas essas bactérias seriam talvez
ainda mais antigas – algumas cianobactérias avançam a cifra de 3,5 bilhões de anos.
menos no final dos anos 1970, e depois com a citometria de fluxo, conduziu à
descoberta do picoplâncton (< 3 µm) e das minúsculas algas que ele contém, assim
como àquela do menor organismo vivo conhecido (0,6 µm): Prochlorococcus, uma
“proclorofita”. Prochlorococcus foi descoberto por uma equipe do Massachussetts
Institute of Technology, no mar de Sargaço, a 120 m de profundidade. Esta ciano-
bactéria poderá se revelar um dos organismos fotossintéticos mais abundantes do
planeta! Essa descoberta dá seguimento àquela de abundantes populações de
Synechococcus, cianobactéria unicelular de cerca de 1 µm de diâmetro, menos distri-
buída que Prochlorococcus, mas cujas concentrações são consideráveis: até 1,5 milhão
de células por mililitro de água do mar. Synechococcus vive de preferência na superfície
nas zonas relativamente ricas em sais nutritivos e bem iluminadas. Prochlorococcus,
por sua vez, é particularmente adaptado às zonas oligotróficas e pouco iluminadas.
Populações deste táxon vivem em profundidades (até 200 m) e são geneticamente
distintas das observadas em superfície. O componente procariótico do picoplâncton
está praticamente reduzido a esses dois gêneros. Em compensação, os eucariontes
picoplanctônicos foram depois descobertos, sendo muito diversificados e estando
distribuídos na maioria dos Phyla; isto faz dos oceanos um dos maiores reservatórios
de espécies novas. O picoplâncton é a categoria de organismos mais abundante nos
oceanos. Sua descoberta permitiu resolver um enigma: a quantidade total de clorofila
medida em alto-mar era, até então, incompatível com o fraco número de microalgas
observadas, pois a abundância do microplâncton diminui consideravelmente desde
que se deixam as águas da plataforma continental. A presença inexplicável dessa
clorofila correspondia de fato a essas minúsculas algas, que as técnicas daquela época
não permitiam observar. A comprovação dessa vida abundante e insuspeitada sub-
verteu a concepção dos sistemas ecológicos de alto-mar, considerados até então co-
mo vastas extensões desérticas, pobres em sais nutritivos e, portanto, incompatíveis
com a proliferação do fitoplâncton. Os oceanos (71% da superfície do globo) repre-
sentam 40 a 50% da produção primária planetária, isto é, 50 bilhões de toneladas de
carbono. Mais de 90% dessa produção provêm das zonas dominadas pelo picoplâncton,
cujo primeiro organismo foi descoberto há menos de 30 anos! É, portanto, importante
continuar a exploração e a descrição da biodiversidade desses ambientes.
ALGAS
baias no sentido amplo e as plantas com sementes –, o grupo das Streptophyta); 2)
as Rhodoplantae (algas vermelhas); 3) as Glaucophyta (algas unicelulares com
plastídios verde-azulados); 4) as Cryptophyta (unicelulares flagelados com plastídios
de cores variadas); 5) as Picobiliphyta (algas unicelulares picoplanctônicas, descober-
tas em 2007 e ainda muito mal conhecidas); 6) as Euglenophyceae (unicelulares
flagelados, incolores ou com plastídios verdes); 7) as Chlorarachniophyceae (amebas
ou ameboflagelados com plastídios verdes, que pertencem à divisão dos cercozoá-
rios); 8) as Haptophyta (com plastídios castanho-dourados, majoritariamente unice-
lulares – são um componente importante do plâncton marinho); 9) as Ochrophyta
(14 classes de algas com plastídios castanho-dourados, como, por exemplo, as dia-
tomáceas ou as algas pardas), que pertencem à grande linhagem dos Heterokonta
ou Stramenopiles; 10) as Dinophyta (algas incolores ou providas de plastídios de
cores variadas, majoritariamente planctônicas, unicelulares e flageladas).
Todos esses organismos não têm, muitas vezes, qualquer laço de parentesco
entre si, mas, por razões ligadas à história das ciências, foram durante muito tempo
reagrupados em um mesmo conjunto – as “algas” – que se sabe, hoje, ser completa-
mente artificial. Com efeito, foi visto que os seres vivos reunidos sob o nome de
“algas” compreendem tanto bactérias (as cianobactérias) como organismos euca-
rióticos muito diversificados. Entre estes últimos se encontram, por exemplo, as
euglenofíceas: algas unicelulares flageladas aparentadas aos Kinetoplastea (dos
quais os tripanossomos responsáveis pela doença do sono, transmitida pela mosca
tsé-tsé, e mal de Chagas, transmitido pelo barbeiro, são um exemplo). Citam-se
também as dinofitas, algas que fazem parte da linhagem dos Alveolata, que com-
preende os esporozoários (parasitas como, por exemplo, o agente do paludismo) e
os ciliados (como o paramécio), ou, ainda, as Chlorarachniophyceae, amebas e
ameboflagelados fotossintéticos classificados entre os Cercozoa, organismos simila-
res, mas não fotossintéticos, com exceção de Paulinella chromatophora. No entanto,
o hábito de falar das “algas” e da disciplina consagrada ao seu estudo, a ficologia
(do grego phycos, alga) continua a se perpetuar por comodidade. A classificação das
“algas”, parcialmente bioquímica, permanece ainda amplamente fundamentada
em características como a natureza e a localização dos pigmentos (clorofilas, fico-
bilinas, carotenos e carotenoides), dos carboidratos de reserva (próximos ou do
amido ou da laminarina) ou da disposição dos tilacoides (sistema de membranas
situado no interior dos plastídios, que contém os pigmentos).
Linhagem Plantae
Esta linhagem compreende o que costumamos denominar “vegetais superiores”,
isto é, as Embryophyta, assim como as algas verdes, as algas vermelhas e algas
NATUREZA E POSIÇÃO DAS “ALGAS” NA ÁRVORE FILOGENÉTICA DO MUNDO VIVO 28
ALGAS
duas (Cyanidiophyta e Rhodophyta) divisões, segundo diferentes autores, e cinco
classes: Cyanidiophyceae (alguns organismos unicelulares de meio termal ácido),
Compsopogonophyceae, Rhodellophyceae, Bangiophyceae (da qual faz parte, por
exemplo, o gênero Porphyra) e a classe Florideophyceae, que reagrupa a grande
maioria das Rhodophyta. Esta última classe é claramente definida por uma dupla
sinapomorfia: a presença de filamentos gonimoblásticos e de tetrásporos no ciclo
de reprodução.
As algas vermelhas contêm carragenanas (extraídas de gêneros como Chondrus,
Kappaphycus ou Mastocarpus) ou ágares (extraídos de gêneros como Gelidium ou
Gracilaria), utilizados como espessantes ou geleificantes. As carragenanas são
utilizadas como geleificantes na indústria agroalimentar, seja nas sobremesas lácteas
(cerca de 45%), pois seu poder geleificante é particularmente elevado com o leite,
seja em carnes (cerca de 30%), sobremesas e molhos, ou ainda em cosméticos. Os
principais países produtores de carragenanas são a Dinamarca e os Estados Unidos.
Esses coloides são produzidos quase exclusivamente a partir de algas importadas
das Filipinas e da Indonésia. Os ágares formam, na água quente, após resfriamento,
geis muito resistentes, termorreversíveis. Os ágares não geleificam no leite. Perto
de 60% das aplicações do ágar são agroalimentares (coberturas e glacês de bolos,
doces geleificados, etc.). O ágar também é utilizado como instrumento de laboratório
(gel de eletroforese em agarose, gelose para microbiologia) e em farmácia (laxante
suave, emulsificador, espessante, agente de dispersão de comprimidos); é então
utilizado quase exclusivamente o ágar extraído dos Gelidium, de melhor qualidade
do que aquele das Gracilaria. O Japão e a Coreia são os principais países produtores
de ágares. O Chile é o primeiro fornecedor de algas produtoras de ágares, seguido
da China e da Indonésia. Algumas algas vermelhas são consumidas diretamente
pelo homem: Porphyra (nori, constituindo a folha que envolve os sushis), cuja aqua-
cultura é perfeitamente dominada no Japão; e Palmaria palmata (dulse), na Europa
e na América do Norte. As rodofitas calcificadas (Corallinales) exercem um papel
de cimentação indispensável à constituição e à sobrevivência dos recifes de coral.
Duas espécies de Corallinales, Lithothamnion corallioides e Phymatolithon calcareum,
constituem um sedimento marinho, o maërl, explorado por ser utilizado como adubo
calcário. Devido à sua microestrutura alveolada, algumas Corallinales podem ser
utilizadas na constituição de pequenas próteses ósseas.
morfia que os define, do mesmo modo que a presença de certas estruturas estreladas,
visíveis ao microscópio eletrônico de transmissão, na zona de transição de seus
flagelos, quando estes estão presentes. O aparelho vegetativo das algas verdes apre-
senta uma enorme variedade de níveis de organização, desde indivíduos unicelula-
res, flagelados ou não, até indivíduos de estrutura muito complexa. Elas são encon-
tradas em quase todos os meios. As algas verdes eram já bem diversificadas no
Cambriano, e alguns fósseis de Dasycladales estão presentes no Pré-Cambriano, o
que leva a supor que elas teriam talvez aparecido antes dessa época, um pouco
depois das algas vermelhas.
Chlorophyta
As Chlorophyta são atualmente subdivididas em quatro classes. As Prasinophyceae
contêm um pouco mais de 20 gêneros de organismos unicelulares, tanto marinhos
como de água doce. É um conjunto heterogêneo, que deveria ser subdividido em
várias classes (oito, mais as Pedinophyceae, que lhes são aparentadas) (Viprey et
al., 2008), para que a classificação seja coerente com a filogenia. É neste grupo que
se encontra o menor organismo eucariótico conhecido: Ostreococcus tauri (0,8 µm de
diâmetro). As Ulvophyceae lato sensu, com cerca de 110 gêneros e 950 espécies, são
essencialmente marinhas e bentônicas, exceto alguns representantes terrestres;
são muitas vezes de tamanho médio. As Ulvophyceae também deveriam ser subdivi-
didas em várias classes. As Chlorophyceae reagrupam cerca de 350 gêneros e 2.500
espécies, sobretudo microscópicas e de água doce. As Trebouxiophyceae contêm
em torno de quinze gêneros de algas unicelulares, filamentosas ou em forma de
pequenas lâminas, unicamente dulciaquícolas, subaéreas ou simbiontes de liquens.
Na Ásia, determinadas espécies de clorofitas marinhas ou de águas salobras são
cultivadas para a alimentação humana. Clorelas são assim propostas para a alimen-
tação humana em lojas especializadas. A astaxantina extraída da alga verde
Haematococcus é utilizada para colorir a carne de peixes em cativeiro. Certas algas
marinhas bentônicas, quando fora de sua área de distribuição natural, tendem, em
alguns casos, a se tornar invasoras. Em geral, a espécie introduzida acaba por se
integrar sem dano ao ecossistema acolhedor, mas existem alguns exemplos mais
preocupantes, dentre os quais figuram Caulerpa taxifolia e, mais recentemente,
Caulerpa racemosa, no mar Mediterrâneo. Certas algas marinhas habitualmente ben-
tônicas podem sobreviver na fase pelágica, depois se propagar por fragmentação e
se tornar fonte de marés verdes, castanhas ou vermelhas, prejudiciais para a imagem
turística de algumas regiões. Nas zonas costeiras europeias, as mais conhecidas são
as marés verdes da região da Bretanha, na França (em particular nas baías de
Lannion e de Saint-Brieuc), ou da laguna de Veneza, na Itália. A clorofita unicelular
incolor Prototheca é responsável por uma patologia cutânea de animais de caça,
gado, cães e gatos, que pode afetar seres humanos quando enfraquecidos ou imu-
31
ALGAS
nodeficientes. Cephaleuros e Stomatochroon são clorofitas frequentes nas folhas de
espécies de interesse econômico, como chá, café ou plantas ornamentais; essa pre-
sença pode ter consequências econômicas nefastas, devido ao impacto que essa
infecção pode acarretar na produtividade ou na aparência desses vegetais. Certas
clorofitas (Dasycladaceae) estão na origem dos carbonos. O gênero Botryococcus,
conhecido desde o Carbonífero, produz naturalmente hidrocarbonetos: junto com
outras algas, ele está na origem de depósitos de petróleo e betumes.
Streptophyta
As Streptophyta contêm várias classes de algas verdes, que constituem as “estrep-
toficofitas” (streptophycean algae, em inglês), bem como as embriófitas. As “estrepto-
ficofitas” representam cerca de 10.000 espécies (Hall; Delwiche, 2007) (o número
de Zygnematophyceae é muito difícil de ser estimado se for levado em conta, em
particular, o número de sinônimos e da possível diversidade críptica); e as embrió-
fitas, por sua vez, compreendem mais de 300.000 espécies. As Mesostigmatophyceae
contêm um único gênero, Mesostigma. A posição exata deste pequeno organismo
unicelular flagelado de água doce ainda é debatida: ou ele constituiria uma linhagem
suplementar mais antiga do que o conjunto Streptophyta + Chlorophyta, ou ele se
situaria na base das Streptophyta. As Chlorokybophyceae compreendem a alga
subaérea Chlorokybus atmophyticus (constituída de aglomerados de células em uma
mucilagem) e, talvez, o gênero Spirotaenia (Gontcharov; Melkonian, 2004). As
Klebsormidiophyceae contêm ao menos dois gêneros: Klebsormidium e Entransia e
talvez certas espécies de Stichococcus e de Raphidonema. O aparelho vegetativo de
Klebsormidium é constituído de filamentos não ramificados; as espécies deste gênero
vivem na água doce e em condições subaéreas. As Zygnematophyceae, com mais
de 50 gêneros e mais de 10.000 espécies, reagrupam algas verdes unicelulares ou
filamentosas caracterizadas por perda total de flagelos, com gametas ameboides e
reprodução por conjugação. As mais conhecidas são as desmidiáceas (algas unice-
lulares de formas espetaculares, com contornos celulares frequentemente muito
recortados e simetria bilateral) e as Spirogyra (algas filamentosas, com seu plastídio
espiralado característico). As Coleochaetophyceae são constituídas de ao menos
dois gêneros: Coleochaete e Chaetosphaeridium e, talvez, Awadhiella e Chaetotheke; são
algas de água doce que possuem apêndices em forma de pelos hialinos com uma
bainha basal bem marcada. As Charophyceae incluem seis gêneros (Chara,
Lamprothamnium, Lychnothamnus, Nitella, Nitellopsis e Tolypella) e cerca de 100 espécies.
Possuem uma arquitetura muito elaborada, com eixos principais apresentando al-
ternância de nós e entrenós, paredes muitas vezes calcificadas e órgãos reprodutores
particulares; seus espermatozoides lembram os das briófitas. As Charophyceae são
geralmente consideradas como o grupo mais próximo das embriófitas (Karol et al.,
2001), mas certos estudos de sequências gênicas indicam que outras classes seriam
NATUREZA E POSIÇÃO DAS “ALGAS” NA ÁRVORE FILOGENÉTICA DO MUNDO VIVO 32
mais próximas daqueles vegetais, não existindo um consenso a este respeito (ver as
referências indicadas por Hall e Delwiche, 2007, p. 159). As espécies de Chara têm a
reputação de afastarem as larvas de mosquitos. Essas algas exercem também um
papel ecológico importante, como local de desova de peixes de água doce. Formando
densas populações nas coleções de água, têm, além disso, a propriedade de aglomerar
partículas em suspensão, tornando as águas mais claras. Os zigotos fósseis (“girogo-
nitos”) das Charophyceae são utilizados em estudos paleobiogeográficos. As grandes
células internodais das Charophyceae (que atingem até 15 cm de comprimento) são
muito utilizadas em estudos fisiológicos e biofísicos das membranas e paredes.
ALGAS
de um genoma circular. A bioquímica também corroborou substancialmente. O
tamanho dos RNAs ribossômicos plastidiais é o mesmo que aquele dos procariontes,
mas menor do que o dos eucariontes. A parede com mureína das cianobactérias é
ainda observável nos plastídios das Glaucophyta, e os lipídios, bem como numerosas
proteínas das membranas dos plastídios, são de origem bacteriana. A fisiologia
também deu sua contribuição, colocando em evidência que, nos plastídios, a possibi-
lidade de incorporar ácidos aminados nas proteínas é inibida pelos antibióticos,
como o cloranfenicol e outros inibidores específicos dos procariontes (estreptomi-
cina, tetraciclinas). Além disso, a fotossíntese oxigênica é própria das cianobactérias
e dos plastídios. No plano da biologia celular, os ribossomos dos plastídios são capazes
de utilizar os RNAs de transferência bacteriana para sua síntese proteica; além disso,
os plastídios conservaram a maquinaria molecular de bipartição das cianobactérias.
Enfim, a confirmação final foi trazida pela análise das sequências gênicas e pela
genômica, que convergiram amplamente para esta demonstração.
Um organismo flagelado provavelmente capturou uma cianobactéria e, ao invés
de digeri-la, estabeleceu uma associação simbiótica com ela. Talvez esse flagelado
formasse simbioses simples com cianobactérias ou as consumisse. Uma outra hipó-
tese seria de que a cianobactéria tivesse infestado uma população de flagelados.
Essa hipótese seria crível para a mitocôndria, pois as Rickettsia, bactérias patogênicas
próximas do ancestral das mitocôndrias, se instalam diretamente no citosol celular.
Por outro lado, não se conhece, atualmente, nenhuma cianobactéria que tenha
este comportamento e, além disso, a presença de fosfatidilcolina na camada externa
da membrana externa do plastídio supõe a permanência de um fagossomo antes
da instalação no citosol. Com efeito, este lipídio é típico das membranas do retículo
endoplasmático das células eucarióticas e foi provavelmente inserido durante a
permanência da cianobactéria no fagossomo. A cianobactéria ancestral provavel-
mente possuía as clorofilas a e b, assim como os pigmentos azuis e vermelhos. A
clorofila b e o pigmento vermelho foram perdidos nas Glaucophyta, o que explica
sua coloração verde-azulada (clorofila a + pigmentos azuis). A clorofila b foi perdi-
da nas algas vermelhas, onde o pigmento vermelho domina, o que explica sua
coloração (clorofila a + pigmentos azuis + pigmentos vermelhos dominantes). Os
pigmentos vermelhos e azuis foram perdidos nas plantas verdes, que são coloridas
apenas pelas clorofilas a e b.
ALGAS
efeito, cromossomos eucarióticos, lineares e providos de telômeros. O compartimento
que contém os restos de citoplasma é denominado compartimento periplastidial e,
nas Cryptophyta, encontram-se aí grãos de amido, normalmente presentes no
citoplasma das algas vermelhas. A análise das sequências gênicas confirmou ampla-
mente a origem endossimbiótica secundária desses plastídios.
Cryptophyta
Geralmente avaliadas com cerca de 200 espécies, estas algas unicelulares possuem
dois flagelos, semelhantes ou não, e uma invaginação celular anterior. O revestimen-
to celular (“cutícula” ou “periplasto”) é constituído de uma camada interna de
placas muito pequenas supostamente proteicas, retangulares ou poligonais, e de
uma camada externa de placas e/ou de escamas situadas sobre a membrana plas-
mática. Nos ângulos dessas placas e na invaginação anterior encontram-se trico-
cistos. Estes tricocistos contêm estrutura em forma de fita espiralada e podem se
descarregar de maneira explosiva, o que produz o recuo brusco da alga; trata-se,
talvez, de um meio de defesa que permite evitar a captura. As criptofitas possuem
as clorofilas a e c, assim como pigmentos acessórios vermelhos, substituídos por
azuis em um grupo de espécies. Sua substância de reserva é formada de grãos de
uma substância próxima do amido, herdada da alga vermelha que está na origem
de seu plastídio. As criptofitas são marinhas ou dulciaquícolas, com a mesma repre-
sentação do grupo nos dois meios. Nas Cryptophyta e Chlorarachniophyceae, o
núcleo vestigial da alga eucariótica que originou o plastídio, qualificado de nucleo-
morfo, assim como restos de citoplasma, ainda é observável; esses grupos de algas
se tornaram, pois, modelos de estudo privilegiados do processo de endossimbioses
sucessivas.
Picobiliphyta
As Picobiliphyta são organismos picoplanctônicos marinhos, descobertos por Not e
colaboradores, em 2007. Elas contêm uma organela que, excitada pela luz azul,
apresenta autofluorescência laranja, a qual é característica dos plastídios que pos-
suem ficobilinas (pigmentos característicos de certas algas, como as Cyanobacteria,
37
ALGAS
Glaucophyta, Cryptophyta e Rhodoplantae). Elas contêm também uma segunda
organela, localizada perto do plastídio, que se colore pelo DAPI como o núcleo;
poderia, portanto, tratar-se de um nucleomorfo – organela conhecida somente nas
Cryptophyta e Chlorarachniophyceae. A análise das sequências moleculares as situa
na proximidade das Cryptophyta.
Haptophyta
As Haptophyta agrupam cerca de 80 gêneros e 300 espécies, compreendendo, em
sua grande maioria, organismos unicelulares, biflagelados, planctônicos e marinhos,
caracterizados pela presença de um haptonema (apêndice mais ou menos longo,
situado entre os dois flagelos), o qual pode ser muito curto ou mais de 10 vezes
mais longo do que o corpo celular. Seu papel seria de detectar obstáculos e capturar
e transportar presas. As haptofitas podem passar por uma fase não flagelada, que
pode ser unicelular ou colonial. Elas são formadas por dois grupos de organismos
bem distintos do ponto de vista estrutural: os representantes da classe Pavlovophyceae,
providos de dois flagelos desiguais; e os da classe Prymnesiophyceae, com dois,
excepcionalmente quatro, flagelos iguais ou subiguais. O plastídio tem coloração
amarelada devido aos carotenoides que mascaram as clorofilas a e c. A substância
de reserva é semelhante ao paramilo das euglenofíceas, mas é solúvel e está contida
em vacúolos.
As proliferações de haptofitas exercem grande influência no ciclo do enxofre
em meio oceânico: ao liberarem produtos voláteis contendo enxofre, que irão se
oxidar na atmosfera, elas podem originar chuvas ácidas e exercer influência, via
iniciação de nuvens com alto poder refletor, sobre certos fenômenos climáticos. Os
representantes da ordem Coccolithophorales também desempenham papel impor-
tante no ciclo do carbono oceânico. Trata-se de uma ordem de haptofitas cujos
organismos têm o corpo celular recoberto por escamas calcificadas, denominadas
cocolitos. Os depósitos de carbonato de cálcio resultantes da sedimentação dos co-
colitos são o principal constituinte da cré, formada no final do Cretáceo (95-63
Ma), período durante o qual se imagina que esses organismos tenham atingido sua
máxima abundância e diversidade. As falésias de cré do Pays de Caux (noroeste da
França) ou do sul da Inglaterra permitem mostrar a importância da biomassa que
podem constituir as florações de haptofitas e quantidades de carbono envolvidas
na sua formação. As Coccolithophorales fósseis são importantes indicadoras mi-
cropaleontológicas. Certas proliferações de algas microscópicas (em especial hap-
tofitas ou dinofitas) podem provocar, indiretamente, uma grande mortalidade ani-
mal, como consequência de anoxia local provocada pela sedimentação de uma abun-
dante mucilagem e por sua degradação bacteriana. Algumas haptofitas produzem
NATUREZA E POSIÇÃO DAS “ALGAS” NA ÁRVORE FILOGENÉTICA DO MUNDO VIVO 38
Diatomophyceae ou Bacillariophyceae
As diatomáceas representam cerca de 250 gêneros e de 10.000 a 12.000 espécies
atuais; conhecem-se também numerosas diatomáceas fósseis. São organismos uni-
celulares, providos de estrutura periférica silicosa bivalve complexa – a frústula –,
apresentando bandas conectivas. Às vezes, as células estão reunidas, formando
colônias ou pseudofilamentos. As diatomáceas são desprovidas de flagelos (exceto
o espermatozoide de certas espécies da ordem Centrales, que possui um único fla-
gelo), mas aquelas que apresentam rafe (fenda longitudinal disposta na frústula
de um grande número de formas da ordem Pennales) podem se mover sobre um
substrato, excretando substâncias mucilaginosas. A mucilagem induz a adesão ao
substrato, e uma série de microfibrilas situada na região da rafe está envolvida nos
movimentos. Um outro fenômeno de mobilidade nas diatomáceas corresponde à sua
capacidade de se enterrarem periodicamente nos sedimentos. Elas estão amplamente
distribuídas na natureza, pois estão aptas a colonizar todos os meios aquáticos. Depois
das bactérias, são provavelmente os organismos aquáticos de maior distribuição.
O acúmulo de frústulas fósseis constituiu sedimentos silicosos conhecidos sob
os nomes de diatomitos, kieselguhr, terra de diatomáceas, entre outros, utilizados
industrialmente, em particular como filtro, abrasivos, isolantes, etc. A diatomácea
39
ALGAS
Haslea ostrearia é empregada no esverdeamento de ostras; o pigmento que origina a
coloração é a marenina. As diatomáceas são utilizadas como bioindicadores da qua-
lidade das águas continentais (assim como as associações de desmídias), em medici-
na legal, no diagnóstico de afogamentos, e na reconstituição de paleoambientes
(como os zigotos fósseis de diversas algas), entre outros vários usos.
Bolidophyceae
Esta classe foi criada para o enquadramento do gênero Bolidomonas, que contém
duas espécies: uma delas, Bolidomonas pacifica, proveniente do oceano Pacífico equa-
torial; e a outra, B. mediterranea, conhecida do mar Mediterrâneo. São pequenos
organismos flagelados picoplanctônicos marinhos, com menos de 2 µm, autótrofos,
que se deslocam muito rapidamente (de onde seu nome “bólides”).
Parmophyceae
As Parmophyceae contêm apenas três gêneros e menos de 10 espécies. Essas algas
são recobertas por cinco a oito placas silicosas. São organismos unicelulares imóveis,
nanoplanctônicos marinhos, ainda muito pouco conhecidos. Ocorrem em abundân-
cia principalmente no plâncton das águas de regiões antárticas e da região subártica
do oceano pacífico.
Pelagophyceae
As Pelagophyceae são constituídas de 10 gêneros e em torno de 15 espécies de
algas unicelulares autótrofas, imóveis, móveis por flagelos, coloniais ou filamentosas,
marinhas ou de água salobra, planctônicas ou bentônicas, reagrupadas em duas
ordens bem distintas: Pelagomonadales e Sarcinochrysidales.
Dictyochophyceae
Esta classe reagrupa vários tipos de organismos. Os silicoflagelados (ordem
Dictyochales) são algas unicelulares, em sua maioria fósseis, providas de exoes-
queleto silicoso tubular, constituindo um importante indicador estratigráfico nos
sedimentos marinhos. Seus esqueletos silicosos são conhecidos desde a metade do
Cretáceo (há cerca de 120 Ma). São conhecidos em torno de 20 gêneros fósseis; as
Dictyochales atuais contêm apenas o gênero Dictyocha, fototrófico estrito, planctônico
NATUREZA E POSIÇÃO DAS “ALGAS” NA ÁRVORE FILOGENÉTICA DO MUNDO VIVO 40
Pinguiophyceae
A classe Pinguiophyceae é composta de organismos unicelulares, móveis ou não,
às vezes coloniais, contendo apenas cinco gêneros monoespecíficos. Sua principal
característica é ser excepcionalmente rica em ácidos graxos ômega 3. Essas algas
são estritamente marinhas, planctônicas ou bentônicas.
Raphidophyceae
As Raphidophyceae compreendem nove gêneros de algas unicelulares flageladas,
dulciaquícolas ou marinhas, desprovidas de estigma, parede ou escamas, possuindo
estruturas ejetáveis (tricocistos).
Chrysomerophyceae
As Chrysomerophyceae formam um agrupamento provavelmente artificial, consti-
tuído por uma dezena de espécies marinhas bentônicas, coloniais ou filamentosas,
podendo ser plurisseriadas ou mais ou menos em forma de tubo ou saco.
Phaeothamniophyceae
A classe Phaeothamniophyceae contém uma quinzena de gêneros de água doce, às
vezes com representantes em água salobra, de talos filamentosos, coloniais ou uni-
celulares imóveis.
Aurearenophyceae
A classe Aurearenophyceae foi criada para a alga unicelular marinha Aurearena
cruciata, recentemente descoberta por Kai e colaboradores (2008). Como o gênero
41
ALGAS
Synchroma (ver classe Synchromophyceae, a seguir), esta alga possui um plastidoma
particular. Cada plastídio, provido de um pirenoide, é envolto por três membranas,
e o conjunto é circundado por uma quarta membrana que tem continuidade com o
retículo endoplasmático e com a membrana nuclear. Os plastídios são desprovidos
da lamela periférica característica das Ochrophyta. A análise das sequências gênicas
coloca esta classe na proximidade das Phaeothamniophyceae.
Tribophyceae ou Xanthophyceae
Esta classe é constituída de cerca de 90 gêneros e 600 espécies morfologicamente
muito diversificadas. Entre as formas sifonadas, são comuns as Vaucheria que, a
olho nu, lembram muito as algas verdes filamentosas; elas se distinguem facilmente
destas por não possuírem amido, o que pode ser evidenciado pela ausência de reação
com lugol. Os fósseis de Tribophyceae são raros; são conhecidas Vaucheria fósseis
que datam do Mioceno, Pleistoceno e Holoceno.
Schizocladiophyceae
A classe Schizocladiophyceae foi criada bem recentemente para uma alga há pouco
descrita (Schizocladia; Kawai et al., 2003), que é muito próxima das Phaeophyceae.
Phaeophyceae
As Phaeophyceae ou algas pardas formam um grupo muito homogêneo, que engloba
cerca de 1.800 espécies distribuídas em 285 gêneros (Reviers; Rousseau; Draisma,
2007). Sua morfologia apresenta uma grande diversidade; suas dimensões variam
consideravelmente, ocorrendo desde organismos microscópicos até talos gigantes
(as maiores algas conhecidas são as algas pardas pertencentes ao gênero Macrocystis,
cujos talos podem atingir 40 m, e mesmo 60 m, e crescer 45 cm por dia), mas elas
não são unicelulares. Sendo majoritariamente marinhas, elas vivem quase sempre
fixas sobre rochas, ou são epífitas; no entanto, os sargaços flutuantes constituem
o mar de Sargaço, e o gênero Pylaiella pode sobreviver na fase pelágica e originar
marés castanhas. As Phaeophyceae ocorrem desde em regiões equatoriais e tropicais
até em regiões subpolares, mas é nas regiões frias que elas apresentam maior diver-
sidade, tanto em número de espécies como em variedade de tipos morfológicos.
São conhecidos fósseis de algas pardas, mas os mais antigos não podem ser atribuí-
dos com certeza a essas algas; seu surgimento é, portanto, difícil de datar com
precisão.
NATUREZA E POSIÇÃO DAS “ALGAS” NA ÁRVORE FILOGENÉTICA DO MUNDO VIVO 42
Em escala mundial, a importância econômica das algas pardas está ligada princi-
palmente ao seu uso direto na alimentação humana, sobretudo na Ásia. No Japão,
Laminaria japonica é consumida sob o nome de kombu. Trinta por cento da coleta
provêm da natureza, o resto de culturas. Após a coleta, os talos são estendidos ao sol
para secar; depois, são fervidos até apresentarem cor verde. As algas são em seguida
salgadas e embaladas para serem utilizadas como condimento. Na Europa, Laminaria
saccharina e L. digitata são às vezes vendidas sob o mesmo nome de kombu. Os japoneses
também apreciam uma outra alga parda, Undaria pinnatifida, comercializada sob o
nome de wakame. Contrariamente ao kombu, esta alga provém inteiramente de cultu-
ras. Ela também é fervida, salgada e seca. Durvillaea, uma alga parda que atinge 10 m
de comprimento e vários centímetros de espessura, é um alimento tradicional na
América do Sul e na Nova Zelândia. Nos países ocidentais, a importância econômica
das algas pardas resulta dos usos industriais dos alginatos. Esses polímeros são
utilizados como suporte em biotecnologias, agente complexante, radiodescontami-
nante ou como invólucro biológico. São também utilizados como curativo interno
em gastrenterologia, servem para tomar impressões dentárias ou como aditivo para
diversos produtos. São empregados em setores de atividades tão variadas como na
indústria petroquímica, na impressão ou na impermeabilização de tecidos, no invólu-
cro de eletrodos de solda ou na indústria alimentar. A partir dos anos 1990, pesquisas
mostraram que extratos de algas contêm moléculas oligossacarídicas, reconhecidas
pelas células das plantas, que regulam seu crescimento, seu desenvolvimento e sua
resistência a agentes patogênicos (de onde, às vezes, sua qualificação de “vacinas”),
mas seu modo de ação permanece pouco conhecido. A riqueza em iodo das algas
pardas, em particular das Laminariales, faz delas um meio natural de luta contra a
insuficiência da tireoide. As Laminariales são assim utilizadas como fonte de iodo
pelos chineses há 1.500 anos. A riqueza em fibras das algas pardas facilita o trânsito
intestinal e permite, também, que sejam utilizadas como “quebra-fome”, sendo
indicadas em certos regimes de emagrecimento, na forma de cápsulas gelatinosas ou
de hóstias. Em ginecologia, varetas talhadas em estipes de Laminariales ainda são
utilizadas para dilatar o colo do útero: elas aumentam de volume ao se reidratarem,
graças à propriedade das suas mucilagens de absorverem grande quantidade de água.
As algas, em especial as algas pardas, são utilizadas em talassoterapia, sob a forma de
cataplasmas ou de banhos quentes, tônicos, estimulantes e remineralizantes.
Eustigmatophyceae
As Eustigmatophyceae englobam oito gêneros e cerca de 15 espécies de organismos
unicelulares, cocoides, às vezes coloniais, dulciaquícolas ou marinhos. Os plastídios
são desprovidos da lamela periférica característica das Ochrophyta. Seus zoósporos
têm forma alongada característica.
43
ALGAS
Synchromophyceae
A classe Synchromophyceae foi criada para a alga unicelular marinha Synchroma
grande, recentemente descoberta por Horn e colaboradores (2007). Synchroma grande
é uma alga ameboide arredondada que produz uma lórica e possui longos filípodes.
Os filípodes de várias células podem fusionar, formando uma rede que permite a
captura de outros organismos unicelulares, como bactérias ou diatomáceas. A divi-
são vegetativa das células resulta na formação de duas células-filhas: uma permane-
ce na lórica, substituindo a célula-mãe, e a outra se diferencia em uma alga ameboide
fusiforme que se desloca. Nenhuma fase flagelada é conhecida. O plastidoma é
complexo, composto de vários plastídios, cada um contendo um pirenoide e sendo
envolto por duas membranas, com o conjunto também limitado por duas membra-
nas. Os plastídios são desprovidos da lamela periférica característica das Ochrophyta.
Dinophyta (Alveolata)
Este grupo contém cerca de 4.000 espécies (das quais a metade é fóssil) distribuídas
em 550 gêneros (dos quais cerca de três quartos são fósseis). Essas algas são
majoritariamente unicelulares, ocorrendo algumas raras formas filamentosas; em
sua grande maioria, são flageladas, mas existem formas imóveis, ameboides ou
coloniais. São geralmente microscópicas; o maior dinoflagelado conhecido, Noctiluca,
NATUREZA E POSIÇÃO DAS “ALGAS” NA ÁRVORE FILOGENÉTICA DO MUNDO VIVO 44
mede cerca de 2 mm. Dois flagelos desiguais estão geralmente inseridos na face
ventral, quase sempre pelo meio do corpo celular: um deles, orientado transversal-
mente, se insere em um sulco equatorial (o cingulum), e o outro, longitudinal, se
insere pela sua parte basal em um sulco longitudinal (o sulcus); ambos emergem
no ponto de intersecção dos dois sulcos. Na periferia da célula, sob a membrana
plasmática, situa-se uma camada superficial de vesículas poligonais achatadas deno-
minada anfiesma. Essas vesículas costumam conter placas celulósicas que consti-
tuem a couraça ou armadura. A grande maioria das dinofitas possui um núcleo
particular (o dinocarion), ao menos durante uma fase de seu ciclo de vida. O dino-
carion possui cromossomos sempre condensados, mesmo na interfase, como nas
Euglenophyceae, e contém pouca quantidade de histonas (durante muito tempo,
pensou-se que era desprovido delas). Cerca de 50% das espécies são desprovidas de
plastídios e heterótrofas (principalmente fagotróficas). A digestão das presas captu-
radas faz-se em vacúolos especializados – os vacúolos digestivos. Numerosas dino-
fitas possuem órgão de apreensão especializado – o pedúnculo (pseudópode oriundo
do sulcus). Noctiluca scintillans possui um tentáculo. Diversos dinoflagelados, como
Noctiluca, são bioluminescentes; esta bioluminescência é muitas vezes devida à pre-
sença de bactérias simbióticas dispostas na periferia do citoplasma das células que
emitem luz. A oxidação da luciferina (substrato) pela luciferase (enzima) produz-
se após um estímulo mecânico (ondas, nado, etc.), elétrico ou osmótico, e traduz-
se por uma cintilação fosforescente. A pigmentação dos plastídios é composta de
clorofilas a e c e de carotenoides, exceto nos casos em que o plastídio deriva de uma
alga verde ou de uma criptofita. As dinofitas, em sua maioria planctônicas, são,
sobretudo, marinhas (90%), mas existem numerosas espécies dulciaquícolas. São
conhecidas dos polos aos trópicos, sendo mais abundantes nas águas quentes. Certas
espécies são endozooicas, simbióticas ou parasitas. No momento, é difícil calcular a
época de surgimento do grupo, pois não se tem certeza de que os cistos fósseis mais
antigos sejam mesmo de Dinophyta. Esses cistos fósseis, de natureza zigótica, datam
do Pré-Cambriano, mas os que podem ser atribuídos com certeza às dinofíceas
datam do Siluriano. Os fósseis são abundantes nos sedimentos marinhos no Meso-
zoico e Cenozoico, em especial pelo fim do Triássico ou início do Jurássico. Também
são encontrados fósseis de água doce.
As Dinophyta são subdivididas em quatro classes: as Dinophyceae são compos-
tas de organismos fotossintéticos ou não, possuindo um dinocarion em todas as
fases de seu ciclo de vida; as Blastodiniphyceae são formadas por espécies parasitas
não fotossintéticas de peixes e invertebrados, tendo um dinocarion somente durante
parte de seu ciclo biológico; as Noctiluciphyceae contêm organismos flagelados
fagotróficos não fotossintéticos, com um dinocarion apenas durante uma parte de
seu ciclo de vida; e as Syndiniophyceae incluem parasitas marinhos não fotossin-
téticos de outros dinoflagelados, invertebrados e ovos de peixes, não possuindo
dinocarion em nenhuma etapa de seu ciclo biológico.
45
ALGAS
Certas dinofitas são tóxicas, mas não estão necessariamente na origem de prolife-
rações, podendo ser nocivas em fracas concentrações (por exemplo, o gênero Dinophysis
contém toxinas que provocam diarreia). Algumas espécies podem causar impacto
econômico negativo, especialmente tornando a produção de moluscos imprópria
ao consumo. O gênero Alexandrium, que produz toxinas com forte poder paralisante,
tem causado envenenamentos em culturas de salmão, no Chile. Além desse impacto
econômico, esta alga tem sido responsável pela morte de pessoas no Chile e nas
Filipinas, país mais atingido; ela contamina organismos filtradores (mexilhões,
por exemplo) que concentram sua toxina, a qual resiste ao cozimento e é mortal
para o homem. O dinoflagelado bentônico Gambierdiscus toxicus é responsável pela
ciguatera, envenenamento resultante do consumo da carne contaminada de deter-
minados peixes tropicais marinhos. Outra espécie que se tornou preocupante na
Carolina do Norte, na costa leste dos Estados Unidos (em particular, na baía de
Palmico), é Pfiesteria piscicida. Esta alga libera toxinas que provocam perdas neuroló-
gicas de percepção próximas do mal de Alzheimer. As principais causas do desenvol-
vimento desta alga poderiam ser os dejetos das propriedades vizinhas de criação de
galinhas e de porcos. O fenômeno estendeu-se por grande parte da costa leste dos
Estados Unidos, até a baía de Chesapeake, ao norte, e, em direção oposta, até o sul
da Flórida. Verossimilmente, a propagação da alga dá-se pelos balastros dos barcos
de carga. Pessoas responsáveis por culturas de dinofitas tóxicas observaram a exis-
tência de emanações perigosas, durante a abertura dos frascos de cultura; algumas
neurotoxinas, como as brevetoxinas de Gymnodinium breve, em particular, são volá-
teis. Os cistos fósseis das dinofitas, assim como as diatomáceas, são utilizados como
indicadores bioestratigráficos, em especial na pesquisa petroleira.
ALGAS
evolução por associações sucessivas, verdadeiros “encaixes” ou organismos gigognes,
fez com que as algas fossem qualificadas como “bonecas russas”.
Figura 1.2
Origem dos plastídios.
1. Um organismo flagelado captura uma cianobatéria e, ao invés de digeri-la, estabelece uma associação
simbiótica com ela; essa cianobactéria se instala no citosol celular; provavelmente, a cianobactéria ancestral
possuía as clorofilas a e b, assim como os pigmentos azuis e vermelhos: a clorofila b e o pigmento vermelho
foram perdidos nas Glaucophyta, de onde sua cor verde-azulada (clorofila a + pigmentos azuis); a clorofila
b foi perdida nas algas vermelhas, onde o pigmento vermelho domina, daí sua cor (clorofila a + pigmentos
azuis + pigmentos vermelhos dominantes); os pigmentos azuis e vermelhos foram perdidos nas plantas
verdes, que são coloridas somente pelas clorofilas a e b. 2. Uma clorofita está na origem do plastídio das
Euglenophyceae. 3. Uma outra clorofita originou o plastídio das Chlorarachniophyceae. 4. Uma alga vermelha
está na origem do plastídio das Cryptophyta; o plastídio destas últimas só conservou o pigmento vermelho, às
vezes substituído ulteriormente por um pigmento azul. 5. Uma alga vermelha deu origem ao plastídio das
Haptophyta, que não possuem pigmentos acessórios vermelhos e azuis: o plastídio tem cor castanho-doura-
da devido aos carotenoides. 6. Uma alga vermelha originou o plastídio das Ochrophyta, que também não
possuem pigmentos acessórios vermelhos e azuis: a cor do plastídio é castanho-dourada devido aos
carotenoides. Permanece em aberto saber se a origem do plastídio das Cryptophyta, Haptophyta e Ochrophyta
(que possuem, todas, clorofilas a e c) é única ou não. 7. A origem do plastídio com peridinina (e clorofilas a e
c) das Dinophyta também continua em discussão: ele poderia resultar de uma endossimbiose terciária,
talvez com uma diatomácea. 8. Nas Dinophyta, plastídios de origens diversas (Chlorophyta, Ochrophyta,
Haptophyta ou Cryptophyta) substituíram o plastídio com peridinina (ver texto). 9. A natureza do plastídio dos
Sporozoa permanece ainda enigmática: se é uma alga verde ou uma alga vermelha. 10. A origem do suposto
plastídio das Picobiliphyta ainda não foi objeto de qualquer pesquisa.
49
ALGAS
única (Cavalier-Smith, 2007, e referências citadas por este autor). Entretanto, isso
também poderia ser o produto de uma evolução convergente resultante da redução
drástica do genoma (Stiller et al., 2003). Algumas características da antena coletora
da fotossíntese também são comuns aos plastídios da linhagem Plantae e ausentes
nas cianobactérias (Cavalier-Smith, 2007, e referências citadas por este autor), e pa-
rece pouco provável que essas características comuns resultem de eventos separados.
A importação de uma proteína nuclear no plastídio das Glaucophyta e das
Rhodoplantae supõe a aquisição de um peptídeo de trânsito (codificado por uma
sequência de DNA) necessário ao seu reconhecimento por uma GTPase (Toc 34),
que a faz depois passar através de uma grande porina (Toc 75); a proteína é em
seguida absorvida através do canal de uma outra porina (Toc 110) por proteínas
chaperones que utilizam energia do ATP. Uma peptidase de trânsito elimina depois
o peptídeo de trânsito. Ora, esses peptídeos de trânsito de diversas linhagens de
Plantae são muito similares entre si, e foi demonstrado in vitro que são parcialmente
intercambiáveis (Palmer; Delwiche, 1998, McFadden, 2001, Delwiche, 2007). Os peptí-
deos de trânsito das Glaucophyta e das Rhodoplantae são funcionais nas Viridiplantae,
mas o inverso não ocorre: estas últimas não têm o receptor Toc 34 (talvez perdido
ao longo da evolução), mas possuem um outro (Toc 159) que permite a importação,
por um lado, de proteínas associadas à antena coletora com clorofilas a e b e, por
outro, da pequena subunidade da Rubisco, cujo gene (plastidial nas Glaucophyta e
nas Rhodoplantae) passou no núcleo nas Viridiplantae.
Resumindo, um conjunto de argumentos é de preferência em favor de um evento
único, e nenhum resultado experimental veio contradizer esta possibilidade. Todavia,
não é possível excluir a hipótese alternativa, e tal hipótese – cianobactérias estreita-
mente aparentadas que realizam várias endossimbioses separadas com hospedeiros
diferentes, mas eles próprios estreitamente aparentados, em um período muito
curto – é absolutamente impossível de demonstrar, se as cianobactérias próximas
desses diferentes plastídios, mais próximas do que eles mesmos são entre si, desapa-
receram ou nos são desconhecidas.
uma linhagem que ele havia proposto denominar Cabozoa (organismos com clorofi-
las a e b). De fato, por um lado, existe de agora em diante um consenso em dizer
que se trata muito provavelmente de dois eventos separados de endossimbiose se-
cundária (Keeling, 2004, Leander, 2004, Bodyl; Moszczynsky, 2006) e, por outro, as
Rhizaria são mais aparentadas dos Stramenopiles e dos Alveolata do que dos Exca-
vata (Burki et al., 2007).
ALGAS
tese dos Chromalveolata implicaria, pois, em numerosas perdas de plastídios ao
longo da evolução e deveria doravante incluir os Rhizaria neste conjunto. Ora, se os
Oomycota (Stramenopiles próximos das Ochrophyta) muito verossimilmente perde-
ram seu plastídio (a presença de genes de origem plastidial foi identificada no
genoma de Phytophthora; Tyler et al., 2006), no momento nada permite pensar que
este seja o caso, por exemplo, em outros Stramenopiles heterótrofos, nos Ciliata
(Alveolata), no gênero Goniomonas (flagelado incolor situado na base da árvore
filogenética das criptofitas) ou nos Rhizaria. Visto que os Sporozoa e as Dinophyta
são táxons-irmãos e que os Sporozoa possuem plastídio, também foi proposto que
o plastídio com peridinina das Dinophyta pudesse ter uma origem comum com
aquele dos Sporozoa, mas isto ainda permanece controverso. Em resumo, certos
autores são partidários da hipótese de uma só endossimbiose secundária para todo
ou parte desses grupos, e outros são favoráveis a vários eventos independentes de
endossimbiose, não existindo, no presente, um consenso.
sintética. Uma alga verde (Pedinomonas noctilucae) está presente no vacúolo de certos
indivíduos da dinofita Noctiluca. O essencial das simbioses com os celenterados
(corais, anêmonas do mar) efetua-se com o único gênero Symbiodinium (Dinophyta),
e os corais não podem sobreviver sem a presença desses seus dinoflagelados simbion-
tes. Conhecem-se também raros exemplos de diatomáceas (organismos unicelulares
pertencentes às Ochrophyta; ver anteriormente) ou de haptofitas simbiontes. As
algas pardas Pelvetia e Ascophyllum são comparáveis a liquens, mas, ao contrário
destes últimos, nelas é o componente algal e não o componente fúngico que domina;
estas associações são denominadas “micoficobioses”: as algas abrigam um ascomi-
ceto simbionte (Mycophycias [= Mycosphaerella] ascophylli). Algumas algas verdes,
como os gêneros Prasiola, Cladophora ou Blidingia, formam também associações mais
ou menos simbióticas com os fungos.
Conclusão
As pesquisas destes últimos decênios mostraram que os organismos reagrupados
sob o nome “algas” não deveriam mais constituir uma única e mesma entidade
botânica na classificação do mundo vivo. Sete dos 10 conjuntos de algas eucarióticas
são completamente distintos da linhagem das plantas (Plantae) ou dos animais
(Metazoa). Em relação aos animais ou às plantas superiores, as algas constituem,
pois, modelos biológicos originais, cujo interesse não foi ainda suficientemente
percebido: essa diversidade ainda deve ser consideravelmente explorada para ser
valorizada. As “algas” (incluídas as Embryophyta) têm, no entanto, uma caracterís-
53
ALGAS
tica comum que é a de conterem uma cianobactéria endossimbiótica e, portanto,
possuem a clorofila a e efetuam a fotossíntese oxigênica, quando não são elas pró-
prias uma cianobactéria.
Referências
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CLASSIFICAÇÃO
IARA MARIA FRANCESCHINI
ALGAS
classificação das cianobactérias, várias revisões e mudanças foram propostas e mais
ou menos adaptadas. Anagnostidis e Komárek (1985), Wilmotte (1994) e Turner
(1997) têm extensivamente revisado a história da classificação botânica. Por essa
razão, são apresentados os dois sistemas de classificação mais comumente adotados:
o bacteriológico, no Bergey’s Manual of Systematic Bacteriology (Boone; Castenholz,
2001) e o botânico, de Anagnostidis e Komárek (1985), além da mais recente propos-
ta de sistema para a classificação das cianobactérias, Hoffmann e colaboradores
(2005) (Rajaniemi-Wacklin, 2006). Este último sistema é a primeira tentativa de
síntese e integração dos dados disponíveis sobre sequências gênicas (16S rRNA
sendo um dos genes mais analisados), ultraestrutura (disposição dos tilacoides) e
morfologia das cianobactérias, a fim de que um moderno sistema de classificação
desses organismos possa ser proposto.
Segundo Hoffmann e colaboradores (2005), ao menos três linhas evolutivas
são sustentadas por dados moleculares e ultraestruturais, no seio das formas uni-
celulares e filamentosas simples não heterocitadas: a) a primeira linhagem (sub-
classe Gloeobacterophycidae) compreende formas unicelulares, sem tilacoides; b)
a segunda linhagem (subclasse Synechococcophycidae) reúne as formas unicelu-
lares e filamentosas delgadas, caracterizadas pelo arranjo dos tilacoides paralelos à
superfície celular; e c) a terceira linhagem (subclasse Oscillatoriophycidae) contém
formas unicelulares e filamentosas geralmente maiores, com os tilacoides dispostos
radialmente. As análises de sequências gênicas revelam ainda que as cianobactérias
heterocitadas formam um grupo monofilético (subclasse Nostocophycidae), o que
é corroborado pelo arranjo similar dos tilacoides em todas elas. Além disso, os da-
dos moleculares não sustentam a tradicional classificação das cianobactérias hete-
rocitadas em duas ordens, Nostocales e Stigonematales, pois ambas são polifiléticas.
Por fim, as análises de biologia molecular revelam que os gêneros Prochloron,
Prochlorothrix e Prochlorococcus, portadores de clorofilas a e b e classificados primeira-
mente em uma divisão à parte (Prochlorophyta), polifilética, pertencem certamente
às cianobactérias. O mesmo ocorre com o gênero Acaryochloris, descoberto recente-
mente e possuidor de clorofila d.
Classe Cyanophyceae
ALGAS
Subclasse Gloeobacterophycidae
Subclasse Synechococcophycidae
Subclasse Oscillatoriophycidae
– Família Entophysalidaceae
Chlorogloea, Entophysalis, Johannesbaptistia
– Família Stichosiphonaceae
Chamaesiphon (subgênero Godlewskia), Stichosiphon
– Família Dermocarpellaceae
Dermocarpella, Stanieria
– Família Xenococcaceae
Myxosarcina, Xenococcus
– Família Hydrococcaceae (incl. Pleurocapsaceae e Hyellaceae)
Cyanoderma, Hydrococcus, Hyella, Pleurocapsa
– Família Spirulinaceae
Spirulina
Subclasse Nostocophycidae
ALGAS
Anabaena (espécies planctônicas), Anabaena (espécies bentônicas),
Anabaenopsis, Aphanizomenon, Cylindrospermopsis, Cylindrospermum, Nodularia,
Nostoc, Raphidiopsis
– Família Chlorogloeopsidaceae
Chlorogloeopsis
– Família Hapalosiphonaceae
Fischerella, Hapalosiphon, Mastigocladus, Nostochopsis, Westiella, Westiellopsis
– Família Loriellaceae
Geitleria, Loriella
– Família Stigonemataceae
Capsosira, Stigonema
poderão mesmo desaparecer (Reviers, 2003, 2006) (ver, por exemplo, Lewis e
McCourt, 2004, para definições atuais das ordens de algas verdes, em especial, das
Chlamydomonadales e Sphaeropleales).
Divisão Chlorophyta
I. Classe Micromonadophyceae
II. Classe Charophyceae
– Ordem Chlorokybales
– Ordem Klebsormidiales
Família Klebsormidiaceae
– Ordem Zygnematales
– Ordem Coleochaetales
Família Chaetosphaeridiaceae
Família Coleochaetaceae
– Ordem Charales
III. Classe Ulvophyceae
IV. Classe Pleurastrophyceae
– Ordem Tetraselmidales
– Ordem Pleurastrales
V. Classe Chlorophyceae
– Ordem Chlamydomonadales
– Ordem Volvocales
– Ordem Chlorococcales
– Ordem Sphaeropleales
Família Sphaeropleaceae
Família Microsporaceae
– Ordem Chlorosarcinales
– Ordem Chaetophorales
Família Chaetophoraceae
Família Aphanochaetaceae
Família Schizomeridaceae
– Ordem Oedogoniales
67
ALGAS
Reino Plantae (ou Primoplastobiota)
Subreino Viridiplantae (Chlorobionta ou Chloroplastida)
Linhagem das Chlorophyta
• Classe Pedinophyceae
– Ordem Pedinomonadales
Pedinomonas, Resultor
•
– Ordem Dunaliellales
Asteromonas, Dunaliella
– Ordem Chlamydomonadales
Chlamydomonas, Haematococcus
– Ordem Volvocales
Gonium, Volvox
– Ordem Tetrasporales
Tetraspora
– Ordem Chlorococcales*
Botryococcus, Nephrocytium, Tetrallantos
– Ordem Chlorosarcinales
Chlorosarcina
– Ordem Sphaeropleales
Ankistrodesmus, Pediastrum, Scenedesmus, Sphaeroplea
– Ordem Microsporales
Microspora
– Ordem Oedogoniales
Bulbochaete, Oedogonium
– Ordem Cylindrocapsales
Cylindrocapsa
– Ordem Chaetophorales
Chaetophora, Draparnaldia
– Ordem Chaetopeltidales
Chaetopeltis, Dicranochaete
• Classe Trebouxiophyceae
– Ordem Chlorellales
Chlorella, Oocystis, Prototheca
– Ordem Trebouxiales
Trebouxia
– Ordem Microthamniales
Microthamnion
Incertae sedis: Ordem Prasiolales
Prasiola
* Este grupo é artificial, polifilético. Muitos gêneros, como Ankistrodesmus, Coelastrum, Desmodesmus,
Hydrodictyon, Kirchneriella, Monoraphidium, Pediastrum, Scenedesmus, Schroederia, Selenastrum e Tetraedron
foram incluídos nas Sphaeropleales, e provavelmente outros gêneros ainda devam ser incluídos
nesta ordem e nas Chaetopeltidales, por exemplo. Chlorella e Oocystis foram transferidos para a
classe Trebouxiophyceae, ordem Chlorellales.
69
ALGAS
Classe Mesostigmatophyceae
Ordem Mesostigmatales (Mesostigma)
Classe Zygnematophyceae
Ordem Zygnematales (Closterium, Cosmarium,
Mougeotia, Spirogyra, Staurastrum, Zygnema)
Classe Chlorokybophyceae
Estreptoficofitas
Ordem Chlorokybales (Chlorokybus, talvez Spirotaenia)
Classe Klebsormidiophyceae
Ordem Klebsormidiales (Klebsormidium)
Classe Coleochaetophyceae
Ordem Coleochaetales (Chaetosphaeridium, Coleochaete)
Classe Charophyceae
Ordem Charales (Chara, Nitella, Tolypella)
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ALGAS
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REVIERS, B. de. Biologia e filogenia das algas. Porto Alegre: Artmed, 2006. 280 p.
Leituras recomendadas
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C A P Í T U L O 3
DIVERSIDADE
IARA MARIA FRANCESCHINI
JOÃO FERNANDO PRADO
ANA LUIZA BURLIGA
“Lyngbya C. Agardh
Systema Algarum, p. XXV, no 37, 1824.
Conferva, Oscillatoria, Lyngbya, Calothrix, Leibleinia, Siphoderma, Symphyosiphon,
Phormidium, Tolypothrix, Spirocoleus spec.
Fila vaginata, libera, simplicia, nunc cæspitosa, nunc in stratum floccosum vel
pannosum intricata. Vaginæ firmæ, tenues aut, ætate provecta, crassæ et lamellosæ,
hyalinæ, rarius luteo-fuscæ. Trichomata in speciebus nonnullis ad genicula
constricta, apice recta, æqualia aut leviter attenuata; membrana cellulæ apicalis
nonnunquam in calyptram incrassata.
Plantæ aquæ salsæ, dulcis aut thermalis, nunquam terrestres.”
(Gomont, 1892)
DIVERSIDADE 74
Divisão Cyanobacteria
ALGAS
•
• Classe Cyanophyceae
• Subclasse Synechococcophycidae
• Ordem Synechococcales
Figura 3.2
Chamaesiphon confervicola
(a, indivíduos epífitos sobre talo da fase Chantransia de Batrachospermum sp.; b, ápice de indivíduo fértil
com exócitos).
77
ALGAS
Coelomoron Buell 1938
(Fig. 3.3)
Colônias microscópicas, às vezes compos-
10 µm
tas de subcolônias, livre-flutuantes, apro-
ximadamente esféricas, com as células
dispostas mais ou menos radialmente em
uma a poucas camadas próximas à super-
fície, envolvidas por mucilagem fina, inco-
lor e homogênea, geralmente difusa na
margem e mais densa no centro. Nas colô-
nias jovens, há aglomerados de mucila-
Figura 3.3 gem no centro, na forma de hastes irregu-
Coelomoron cf. microcystoides. lares, finas e difluentes, que desaparecem
nas colônias velhas. Também nas colônias
jovens, as células estão distribuídas espar-
samente e em geral em uma única camada; mais tarde, elas se dispõem distintamen-
te na periferia, formando uma a três camadas. As células são levemente alongadas,
amplamente ovais a quase esféricas, de conteúdo verde-azulado ou verde-oliva;
somente uma espécie apresenta aerótopos. A divisão celular ocorre em dois planos
perpendiculares entre si e mais ou menos à superfície da colônia, em sucessivas
gerações. Apresentam multiplicação vegetativa por desintegração das colônias.
O gênero abrange sete espécies, algumas das quais ocorrem nas regiões tempe-
radas e subtropicais, podendo ser cosmopolitas. Outras são mencionadas para os
trópicos, e uma espécie é conhecida somente dos Estados Unidos. Todas as espécies
preferem águas estagnadas, sendo comuns no plâncton de lagos e reservatórios e
no metafíton, entre macrófitas.
ALGAS
Merismopedia Meyen 1839
(Figs. 3.6 e 3.7)
Colônias tabulares, microscópicas (rara-
mente macroscópicas), livre-flutuantes,
monostromáticas, com células dispostas
10 µm
em séries perpendiculares, distantes ou
próximas umas das outras. Possuem enve-
lope mucilaginoso fino, hialino, incolor,
geralmente com margem indistinta. As cé-
lulas são esféricas, cilíndricas ou elipsoi-
dais, hemisféricas após a divisão, com con-
teúdo homogêneo, verde-azulado pálido
ou vivo, ou violáceo; aerótopos presentes
em poucas espécies. A divisão celular ocor- Figura 3.6
re por fissão binária em dois planos per- Merismopedia convoluta.
pendiculares entre si e ao plano da colônia,
em sucessivas gerações; as células-filhas
crescem até atingirem o tamanho original,
antes da próxima divisão. Apresentam
multiplicação vegetativa por desintegração
das colônias.
O gênero, cosmopolita, possui mais de
10 µm
Figura 3.7
Rhabdogloea Schröder 1917 Merismopedia glauca.
(Fig. 3.8)
Talo colonial, frequentemente microscópico. As colônias são mucilaginosas, con-
tendo, em geral, poucas células dispostas de modo irregular, afastadas umas das
outras, raramente arranjadas mais ou menos na mesma direção (por exemplo, mais
ou menos paralelas, nas colônias jovens). A mucilagem é fina, homogênea, incolor,
difluente, geralmente com contorno inconspícuo. As células são fusiformes ou
cilíndricas, retas, levemente curvas ou sigmoides, acuminadas em ambas as extremi-
DIVERSIDADE 80
10 µm
O gênero possui de 10 a 15 espécies, conheci-
das de diferentes regiões do globo, uma delas
ocorrendo apenas nos trópicos. A maioria das es-
pécies é planctônica, livre-flutuante em lagos e Figura 3.8
reservatórios. São também encontradas no me- Rhabdogloea smithii.
tafíton, sobre pedras úmidas ou em meio à maté-
ria orgânica em decomposição (folhas, raízes e
outras partes submersas de macrófitas), nas mar-
gens de corpos de água estagnada ou corrente. Algumas espécies podem ser endo-
gleicas em colônias de Microcystis. Uma espécie ocorre no metafíton de locais pantano-
sos ácidos (turfeiras), outra cresce na neve.
ALGAS
antes da próxima divisão. Apresentam multiplicação vegetativa por meio da divi-
são celular.
Quase 50 espécies de Synechococcus foram descritas, das quais várias necessitam
de revisão; algumas são cosmopolitas, outras ocorrem em áreas geográficas mais
restritas. Várias espécies crescem no interior de colônias ou estratos algais, ou for-
mam finos agrupamentos sobre substratos úmidos, como pedras, madeiras e lama,
por exemplo. Outras crescem no perifíton e no metafíton de fontes termais e mine-
rais. Poucas espécies são subaéreas. Algumas espécies fazem parte do plâncton e
do picoplâncton de oceanos e lagos.
• Ordem Pseudanabaenales
10 µm
Figura 3.10
Synechocystis aquatilis
(etapas da divisão celular por fissão binária).
DIVERSIDADE 82
Heteroleibleinia (Geitler)
L. Hoffmann 1985 (Fig. 3.12)
Filamentos solitários ou agrupados, heteropolares,
10 µm
Figura 3.11
Geitlerinema splendidum
a b (a, b, dois indivíduos mostrando septos transversais sem [a] e com [b] granulação).
83
Figura 3.12
ALGAS
Heteroleibleinia kuetzingii
(a, aspecto geral de indivíduos fixos ao substrato por
sua porção basal; b, detalhe de um filamento).
10 µm
20 µm
a
b
Figura 3.13
DIVERSIDADE
Leptolyngbya Anagnostidis
et Komárek 1988 (Figs. 3.14, 3.15)
Filamentos longos, geralmente emaranhados e formando finos
estratos de alguns centímetros de diâmetro, mais raro solitários,
curvos, ondulados ou espiralados, isopolares, delgados; falsos
ramos raramente presentes. Possuem bainha gelatinosa faculta-
tiva, fina, firme, em geral incolor, aberta na extremidade. Os
tricomas são delgados, constritos ou não nas paredes transver-
10 µm
Figura 3.14
Leptolyngbya lagerheimii.
85
Figura 3.15
ALGAS
Leptolyngbya mucicola
(a, b, dois filamentos mostrando septos transversais com [a] e sem
10 µm
[b] granulação).
10 µm
10 µm
10 µm
Figura 3.18
Figura 3.17 Planktolyngbya limnetica b
Planktolyngbya contorta. (a, b, detalhes de dois filamentos). a
87
ALGAS
imóveis. As células são cilíndricas, raramente mais curtas do que largas, em geral
mais longas do que largas, algumas vezes com grânulos solitários, de conteúdo
verde-azulado, verde-oliva, azul-acinzentado claro ou amarelado, sem aerótopos
ou com um aerótopo polar facultativo. Célula apical arredondada, sem caliptra.
Heterócitos e acinetos ausentes. A divisão celular é transversal, por fissão binária,
perpendicular ao eixo longitudinal do tricoma; as células-filhas crescem até atin-
girem mais ou menos o tamanho original, antes da próxima divisão. Todas as célu-
las são capazes de se dividir. A reprodução assexuada dá-se por meio de hormogônios
imóveis (?), sem formação de necrídios.
Planktolyngbya conta com cerca de 15 espécies, várias das quais limitadas às
regiões tropicais e às áreas quentes das zonas temperadas; muitas espécies são
presumivelmente nórdicas. Vivem no plâncton de água doce, geralmente em grandes
reservatórios mesotróficos.
10 µm
5 µm
b
a
ALGAS
20 µm
50 µm 10 µm
a b c
Figura 3.21
Schizothrix muelleri
(a, aspecto do talo em menor aumento; b, parte apical do talo em maior aumento mostrando mais de um
tricoma no interior da bainha; c, detalhe do ápice de um filamento mostrando a bainha lamelada).
• Subclasse Oscillatoriophycidae
• Ordem Chroococcales
DIVERSIDADE 90
10 µm
ALGAS
vegetativa por desintegração da colônia, às vezes por fragmentação de células isola-
das ou de pequenos grupos celulares. Em várias espécies, foi observada reprodução
assexuada com produção de nanócitos facultativos.
Foram descritas mais de 80 espécies de Aphanothece, das quais cerca de 25 são
bem definidas. Estão amplamente distribuídas nos mais variados ambientes aquáti-
cos e terrestres, em geral limitadas por condições ecológicas muito específicas; algu-
mas espécies são subcosmopolitas. Muitas espécies são planctônicas, podendo ocor-
rer tanto em água doce como salobra; outras são epipélicas, vivendo em águas
paradas. Podem ser subaéreas, crescendo em solos e sobre rochas úmidas. Diversas
espécies são características de ambientes salinos e de fontes termais.
a 10 µm
Figura 3.24
Chlorogloea microcystoides
b (a, aspecto geral de uma colônia; b, vista de outra
colônia em maior aumento).
DIVERSIDADE 92
10 µm
10 µm
Figura 3.26
Figura 3.25 Chroococcus turgidus
Chroococcus limneticus. (a, b, dois indivíduos mostrando mucilagem lamelada).
93
ALGAS
diculares entre si, mais tarde de modo um pouco irregular; as células-filhas crescem
até atingirem mais ou menos o tamanho (mas nem sempre a forma) original, antes
da próxima divisão, em geral formando cedo seus próprios envelopes gelatinosos.
A multiplicação vegetativa ocorre por desintegração das colônias, algumas vezes a
partir de células solitárias.
O gênero, cosmopolita, possui aproximadamente 60 espécies definidas. Várias
espécies, de um total de 120 descritas, foram repetidas vezes identificadas erronea-
mente, sendo muito importante o conhecimento de sua ecologia para a correta
determinação. São frequentes no plâncton e no metafíton, principalmente de água
doce. Podem ocorrer também em ambientes subaéreos, salobros, em águas termais
e no solo; um grupo de espécies planctônicas habita reservatórios de água (poucas
delas facultativamente com aerótopos).
Gloeothece
Nägeli 1849 (Fig. 3.28)
Colônias micro até macroscopica-
10 µm
mente visíveis, gelatinosas, com-
postas de células dispostas de mo-
do irregular, mais ou menos distan-
tes umas das outras, envoltas por
seus próprios envelopes gelatino- Figura 3.28
sos; os envelopes são hialinos ou Gloeothece rupestris
concentricamente lamelados, inco- (colônias mostrando mucilagem lamelada).
lores ou de coloração azulada, vio-
lácea ou castanho-amarelada. As cé-
lulas são amplamente ovais ou ci-
líndricas, arredondadas nas extremidades, de conteúdo finamente granular ou com
vários grânulos proeminentes, de coloração verde-azulada pálida ou viva, verde-oliva
ou violácea. A divisão celular é transversal ao eixo longitudinal e ocorre em um
plano, em sucessivas gerações; as células-filhas logo formam seus próprios envelopes
gelatinosos e crescem até atingirem o tamanho e a forma originais, antes da próxima
divisão. Apresentam multiplicação vegetativa por liberação de células após a gela-
tinização dos envelopes ou por desintegração das colônias. A produção de nanócitos
foi observada em poucas espécies.
O gênero, de repartição mundial, contém quase 30 espécies. A maioria delas é
subaérea, crescendo principalmente sobre rochas úmidas, em regiões montanhosas.
Poucas espécies crescem no metafíton de pequenos corpos de águas claras, com
muitas macrófitas e detritos. Uma espécie vive no plâncton de lagos escandinavos.
ALGAS
avermelhado. A divisão celular ocor-
re em dois planos, em sucessivas ge-
rações, perpendiculares entre si e à
superfície da colônia; após a divisão,
as células-filhas permanecem uni-
das, mostrando característico aspec-
to cordiforme. A multiplicação ve-
getativa se dá por desintegração da
colônia.
O gênero conta com em torno
de nove espécies, das quais algumas
têm áreas de distribuição limitadas.
10 µm
Duas espécies são exclusivamente
tropicais e outras ocorrem predomi-
Figura 3.29
nantemente na zona temperada.
Gomphosphaeria aponina, espécie-ti-
Gomphosphaeria aponina.
po, é cosmopolita. São encontradas
tanto em água doce como salobra. A
maioria das espécies vive livremente
no metafíton de lagos e empoçados, entre outras algas e macrófitas. Três espécies
são planctônicas, desenvolvendo-se bem em lagos e reservatórios de águas claras.
10 µm
Figura 3.30
Johannesbaptistia pellucida.
DIVERSIDADE 96
a
10 µm
Figura 3.31
Microcrocis pulchella
(a, parte apical de uma colônia; b, vista
lateral de parte da colônia).
97
ALGAS
homogêneo. A divisão celular ocorre por fissão binária em dois planos perpendicula-
res entre si e ao plano da colônia, com as células-filhas afastando-se levemente
umas das outras após a divisão. Multiplicação vegetativa por desintegração das
colônias.
O gênero engloba cerca de 15 espécies, conhecidas principalmente das regiões
temperadas do Hemisfério Norte, mais raramente dos trópicos. Podem ser epipélicas,
metafíticas ou crescer entre outras algas, especialmente em pequenos corpos d’água,
como, por exemplo, pequenos lagos e poças d’água com macrófitas, substratos areno-
sos ou fundo lodoso. Duas espécies, M. sabulicola e M. marina, são conhecidas de
ambientes salobros (estuários de rios) até marinhos (zona litorânea).
tico.
São descritas cerca de 50 espécies;
muitas delas têm ampla distribuição mun- Figura 3.32
dial (excetuando-se as regiões subpolares), Microcystis wesenbergii.
DIVERSIDADE 98
10 µm
fluente. As células estão dispostas em séries
radiais que partem do centro da colônia, leve-
mente distantes umas das outras ou aos pares,
após a divisão; são esféricas ou ovais, de con-
teúdo verde-azulado pálido, algumas vezes
com aerótopos. A divisão celular ocorre trans-
versalmente em um plano, em sucessivas gera- Figura 3.33
ções, perpendicular ao eixo das séries radiais. Radiocystis geminata.
Apresentam multiplicação vegetativa por de-
sintegração das colônias.
Cinco espécies foram descritas, ocorrendo nas regiões temperadas, em países
tropicais e também no norte da Europa, do Japão e na América do Norte. As espécies
são comuns no plâncton de lagos e reservatórios. Radiocystis fernandoi é uma espécie
tropical, descrita a partir de material coletado no Brasil, e produz microcistina.
ALGAS
ciam-se umas das outras. A multiplica-
10 µm
ção vegetativa ocorre por desintegração
de pequenos grupos celulares ou de célu-
las isoladas.
Snowella conta com sete espécies,
muitas das quais com áreas de distribui-
ção limitadas: uma espécie é conhecida
de grandes lagos norte-americanos, duas
da zona temperada do Hemisfério Nor-
te e uma de lagos alpinos. Snowella
lacustris e S. litoralis possuem provavel-
mente distribuição mundial mais ou
menos ampla. As espécies ocorrem prin- Figura 3.34
cipalmente no plâncton de água doce e Snowella lacustris.
salobra, especialmente em lagos e reser-
vatórios de águas frias, mesotróficas ou
levemente eutróficas, podendo também
se desenvolver no metafíton.
mente, originando células-filhas que crescem mais ou menos até atingirem o tama-
nho original, antes da próxima divisão. A reprodução assexuada dá-se por fragmen-
tação do tricoma com formação de hormogônios móveis, sem ocorrência de necrídios.
Os estudos de biologia molecular indicam que Spirulina é um gênero
monofilético.
Das 50 espécies descritas, cerca de 25 são bem definidas. Muitas espécies são
cosmopolitas, outras têm áreas de distribuição mais restritas. Crescem no perifíton
ou no metafíton de águas continentais, mais comumente em ambientes não fortemen-
te poluídos, e também em detritos no meio de plantas aquáticas. Diversas espécies
ocorrem em fontes termais e minerais, ou em ambientes costeiros marinhos e estuários
(água salobra).
• Ordem Oscillatoriales
ALGAS
eixo longitudinal do tricoma, e as células-filhas crescem até atingirem mais ou
menos o tamanho original, antes da próxima divisão; com exceção das células
apicais, todas as demais são capazes de divisão. A reprodução assexuada dá-se por
fragmentação dos tricomas, com formação de hormogônios móveis que se separam
com o auxílio de necrídios.
Os estudos de biologia molecular indicam que Arthrospira é um gênero monofi-
lético.
Arthrospira encerra pouco mais de 15 espécies, muitas delas de distribuição
pantropical. Várias espécies são perifíticas em água doce; outras são planctônicas,
crescendo principalmente em lagos salinos ou com alto
teor de minerais e em reservatórios, duas delas sendo
amplamente cultivadas e utilizadas como fonte de ali-
mento, por serem ricas em proteínas (em geral, deno-
minadas “Spirulina platensis” de modo errôneo). São
poucas as espécies conhecidas de ambientes marinhos.
Figura 3.37
10 µm
Homoeothrix juliana
(a, aspecto de um indivíduo; b, c, detalhes do ápice [b] e da porção basal [c] do
c mesmo indivíduo).
DIVERSIDADE 102
Figura 3.38
Komvophoron constrictum.
103
ALGAS
10 µm
Figura 3.40
Komvophoron minutum.
10 µm
Figura 3.39
Komvophoron crassum f. maior.
Figura 3.41
DIVERSIDADE
Leibleinia epiphytica
(indivíduo epífito em filamento de Phormidium puteale).
ALGAS
ausentes. As células vegetativas dividem-se geralmente em sequência rápida, per-
pendicularmente ao eixo longitudinal do tricoma. Às vezes, ocorrem zonas meris-
temáticas irregulares. Multiplicação vegetativa por desintegração do talo. Reprodu-
ção assexuada por meio de hormogônios móveis, com formação de necrídios.
O gênero, de distribuição mundial, engloba cerca de 30 espécies, encontradas
em água doce, salobra e marinha; ocorrem preferencialmente no perifíton (por
exemplo, como epífitas), sobre solo úmido, areia, etc., mais raramente no plâncton.
Algumas espécies produzem neurotoxinas.
Figura 3.44
Microcoleus sociatus.
10 µm
10 µm
Figura 3.43
Microcoleus paludosus.
DIVERSIDADE 106
Célula apical geralmente cônica, raro com caliptra. Heterócitos e acinetos ausentes.
A divisão celular é transversal; as células-filhas crescem até atingirem o tamanho
original, antes da próxima divisão. Apresentam multiplicação vegetativa por frag-
mentação dos tricomas, quase sempre com a formação de necrídios. Reprodução
assexuada por meio de hormogônios móveis.
Microcoleus é um gênero cosmopolita e contém mais de 30 espécies, das quais
10 são bem conhecidas. A maioria das espécies ocorre sobre solos, areia e rochas
úmidas, lama ou plantas aquáticas. Várias espécies vivem em zona litorânea (praias)
e em estuários de rios; outras crescem em fontes minerais.
10 µm
10 µm
Figura 3.46
Oscillatoria limosa Figura 3.47
Figura 3.45
(a, b, dois tricomas com necrídio, com Oscillatoria annae.
Oscillatoria princeps
[a] ou sem [b] granulação nos septos
(tricoma mostrando célula apical
transversais).
capitada e com caliptra).
107
ALGAS
dades, constritos ou não, com movimento deslizante ou oscilante. Apresentam célu-
las discoides, com conteúdo homogêneo ou granular, de coloração verde-azulada,
acastanhada ou rosada; septos transversais granulosos ou não; aerótopos ausentes.
Possuem célula apical arredondada, às vezes capitada, com ou sem caliptra. Hete-
rócitos e acinetos ausentes. As células vegetativas dividem-se geralmente em se-
quência rápida, perpendicularmente ao eixo longitudinal do tricoma. Às vezes, ocor-
rem zonas meristemáticas irregulares. A reprodução assexuada dá-se por meio de
hormogônios móveis, com formação de necrídios.
O gênero encerra cerca de 30 espécies, distribuídas pelo mundo todo; várias
espécies, no entanto, podem ser pantropicais ou subcosmopolitas, ou, ainda, apre-
sentar uma área de distribuição mais limitada. Ocorrem em água doce, salobra e
marinha. Muitas espécies são perifíticas (por exemplo, epífitas e epilíticas), meta-
fíticas e subaéreas; poucas espécies são estritamente planctônicas. Algumas espécies
de Oscillatoria liberam toxinas (hepatotoxinas, como microcistinas, e neurotoxinas).
10 µm
10 µm
10 µm
10 µm
Figura 3.48 Figura 3.49 Figura 3.50 Figura 3.51
Phormidium Phormidium Phormidium Phormidium
willei. puteale. corium. aerugineo-
caeruleum.
ALGAS
Figura 3.52
Planktothrix planctonica
(tricoma mostrando células com aerótopos
e paredes transversais constritas).
10 µm
10 µm
Figura 3.53
Planktothrix rubescens
(a, b, dois indivíduos, um dos quais [b]
com célula apical capitada e com caliptra). a b
Porphyrosiphon Kützing
ex Gomont 1892 (Fig. 3.54)
Filamentos solitários ou formando estratos
compactos micro a macroscopicamente visíveis,
levemente ondulados, providos de bainha fir-
me, espessa, lamelada, aberta na extremidade,
incolor ou de coloração castanho-amarelada ou
avermelhada. Apresentam tricomas em número
de um, raramente dois, por bainha, cilíndricos,
isopolares, constritos ou não nas paredes trans-
versais, imóveis. As células são isodiamétricas
ou um pouco mais longas ou mais curtas do
10 µm
que largas, de conteúdo granular ou com vários
grânulos proeminentes, de coloração verde-azu-
lada, sem aerótopos. Possuem célula apical arre-
dondada, algumas vezes com parede espessada.
Heterócitos e acinetos ausentes. A divisão celu- Figura 3.54
lar é perpendicular ao eixo maior do tricoma; Porphyrosiphon martensianus
as células-filhas crescem até atingirem mais ou (detalhe de filamento mostrando a
menos o tamanho original, antes da próxima bainha lamelada).
divisão. Todas as células, exceto as apicais, são
capazes de se dividir. A reprodução assexuada
dá-se por meio de hormogônios, com formação de necrídios.
O gênero compreende cerca de 20 espécies, muitas delas abundantes nas regiões
tropicais. Várias espécies são perifíticas, crescendo submersas em águas claras; outras
são subaéreas, vivendo, por exemplo, sobre solos, lama ou rochas úmidas. Poucas
espécies ocorrem na zona litorânea.
• Subclasse Nostocophycidae
• Ordem Nostocales
Figura 3.55
ALGAS
Anabaena viguieri
(tricoma com acineto e heterócito).
10 µm
10 µm
Figura 3.56
Anabaena flos-aquae
(tricoma com acineto e heterócito).
Figura 3.57
Anabaenopsis elenkinii f. circularis
(tricoma com duas células diferenciadas [seta] indicando
início de formação de um par de heterócitos intercalares e
dois heterócitos terminais).
113
ALGAS
Aphanizomenon Morren ex Bornet et Flahault 1888 (Fig. 3.58)
Talos filamentosos, livre-flutuantes, constituídos por tricomas retos, levemente
curvos ou espiralados, em geral reunidos em feixes e envoltos por mucilagem amorfa,
pouco visível. Os tricomas são isopolares, unisseriados, constritos ou não, e terminam
por uma célula alongada, incolor e vacuolizada. As células vegetativas geralmente
são cilíndricas ou em forma de barril, mais ou menos isodiamétricas ou levemente
mais curtas ou mais longas do que largas, de coloração verde-azulada pálida ou
não, usualmente com aerótopos. Os heterócitos, não numerosos, são cilíndricos ou
em forma de barril, isolados, de posição intercalar. Os aci-
netos, isolados ou em grupos de dois ou três, encontram-se
próximos ou um pouco afastados dos heterócitos; podem
ser esféricos, elipsoidais ou cilíndricos. As células vegeta-
tivas são passíveis de divisão transversal, originando célu-
las-filhas que crescem até atingirem o tamanho original,
antes da próxima divisão; as células apicais não se divi-
dem. Zonas meristemáticas ausentes. A multiplicação é
vegetativa por fragmentação do tricoma. A reprodução as-
sexuada dá-se pela germinação dos acinetos.
Aphanizomenon é um gênero heterogêneo e necessita
de meticulosa revisão taxonômica.
São conhecidas cerca de 17 espécies. A maior parte
delas apresenta distribuição restrita; algumas são endê-
micas. A maioria das espécies é planctônica de água doce,
ocorrendo também em águas salobras. Desenvolvem-se
bem em ambientes eutrofizados e podem causar florações.
Algumas espécies são produtoras de toxinas – Aphanizo-
menon ovalisporum produz cilindrospermopsina (hepato-
Escala: 10 µm [3.1-3.14]. toxina); outras espécies podem produzir neurotoxinas.
10 µm
a Figura 3.58
Aphanizomenon gracile
b (a, b, dois tricomas com acineto[s] contíguo[s] [a] ou não [b] ao heterócito).
DIVERSIDADE 114
Figura 3.60
Calothrix fusca
(indivíduo com heterócito basal e
bainha lamelada).
10 µm
10 µm
Figura 3.59
Calothrix braunii
(indivíduo com heterócito basal).
115
ALGAS
Calothrix compreende cerca de 60 espécies de distribuição cosmopolita, subcos-
mopolita, paleotropical ou restrita a áreas geográficas limitadas. As espécies são peri-
fíticas, crescendo sobre macrófitas, outras algas, pedras submersas, etc., especialmente
em águas não poluídas. Diversas espécies ocorrem em zonas marinhas costeiras.
b Figura 3.61
d
a Cylindrospermopsis raciborskii
c
(a, b, c, d, variabilidade nas extremidades
10 µm dos tricomas).
DIVERSIDADE 116
Figura 3.63
Cylindrospermum
liqueniforme
(aspecto de um tricoma com
c acinetos contíguos aos heterócitos
em ambas as extremidades).
10 µm
10 µm
Figura 3.62
Cylindrospermum muscicola
(a, b, c, variabilidade nas extremidades
b dos tricomas).
117
ALGAS
firme, mas podendo apresentar uma mucilagem bastante fina, homogênea, inco-
lor e difluente. As células são cilíndricas, mais ou menos isodiamétricas ou mais
longas do que largas, algumas vezes com grânulos dispersos, sem aerótopos, de
conteúdo celular verde-azulado claro ou vivo. Os heterócitos são sempre únicos e
de posição terminal em cada extremidade do tricoma (raramente em uma única),
de forma oval, ovoide ou cônica. Os acinetos ocorrem sempre junto aos heterócitos,
em ambas as extremidades do tricoma, isolados ou formando cadeias de até sete
acinetos; possuem forma oval ou cilíndrica, raramente esférica; podem apresentar
ornamentações nas camadas mais externas da parede celular. Todas as células são
capazes de divisão transversal; as células-filhas crescem até atingirem mais ou menos
o tamanho original, antes da próxima divisão. Zonas meristemáticas ausentes. A
reprodução assexuada dá-se pela fragmentação do tricoma, com formação de hor-
mogônios, e pela germinação dos acinetos.
As análises de biologia molecular indicam que Cylindrospermum é um gênero
monofilético.
São conhecidas cerca de 50 espécies, muitas das quais têm áreas de distribuição
geográfica limitadas. Vivem principalmente no perifíton, crescendo sobre macrófitas,
rochas e madeiras submersas, geralmente em ambientes de águas não poluídas e
levemente eutrofizadas. Várias espécies são encontradas crescendo sobre solos.
Figura 3.64
DIVERSIDADE
Gloeotrichia natans
30 µm
(a, tricomas mostrando variabili-
dade na forma e no número de
acinetos e heterócitos; b, detalhe
de tricoma mostrando células se- 30 µm
melhantes a necrídios entre aci-
netos e heterócitos).
b
Figura 3.65
ALGAS
Hapalosiphon stuhlmannii
(a, aspecto de um indivíduo em menor aumento; b, detalhe de
10 µm
outro indivíduo mostrando ramificações verdadeiras unilaterais
e heterócitos).
10 µm
10 µm
Figura 3.66
Hapalosiphon welwitschii
(detalhe de indivíduo com ramificações verdadeiras unilaterais).
Figura 3.67
Nodularia spumigena var. litorea
(filamento mostrando acinetos em série e um heterócito).
121
ALGAS
Nostoc Vaucher ex Bornet et Flahault 1888 (Figs. 3.68, 3.69)
Talos micro ou macroscópicos, gelatinosos, com formas que variam desde globoides
regulares ou irregulares a verrucosas ou lobadas. Os tricomas são isopolares, em
geral constritos, não atenuados nas extremidades, frouxa ou densamente aglomera-
dos dentro da colônia, sempre envoltos por mucilagem de coloração amarelada ou
acastanhada. As células são cilíndricas, em forma de barril ou quase esféricas (for-
mando tricomas moniliformes), às vezes mostrando variabilidade de forma e tama-
nho dentro da mesma espécie; conteúdo celular verde-azulado, pálido ou não, até
verde-acastanhado, às vezes finamente granuloso, sem aerótopos. Os heterócitos,
solitários, localizam-se na porção terminal ou intercalar do tricoma. Os acinetos
são arredondados, elípticos ou cilíndricos, dispostos em série entre dois heterócitos.
10 µm
0,5 cm
b
a
Figura 3.68
Nostoc sp.
(a, aspecto macroscópico do talo; b, parte de uma colônia jovem).
Figura 3.69
Nostoc spongiaeforme
(detalhe de tricomas mostrando aci-
netos isolados e em série e heteróci-
tos isolados).
10 µm
DIVERSIDADE 122
a
Figura 3.70
Raphidiopsis curvata
(a, tricoma helicoide; b, tricoma curvo). b
123
ALGAS
como folhas, raízes e outras partes submersas de macrófitas. Algumas vezes, podem
produzir pequenas florações.
10 µm
Figura 3.71
Scytonema ocellatum
a
(a, filamento com pseudorramificações geminadas, necrídios e
heterócitos; b, extremidade de filamento com pseudorramificação
simples, necrídio e heterócito).
DIVERSIDADE 124
Figura 3.72
Stigonema minutum
(a, ápice de filamento plurisseriado mostrando hormogônio lateral;
b, aspecto da parte prostrada de um filamento mostrando ramifica-
b ções verdadeiras e porções uni e plurisseriadas).
125
ALGAS
algas vermelhas, de conteúdo verde-azulado ou verde-oliva, geralmente com grânu-
los solitários proeminentes. A célula apical é algumas vezes maior do que as outras
células vegetativas. Os heterócitos são solitários, intercalares, raramente laterais,
de forma semelhante à das células vegetativas vizinhas. Os acinetos são desconheci-
dos. Algumas vezes, formam-se aglomerados de células croococoides. A divisão
celular transversal, por fissão binária, é a mais comum, mas as células podem se
dividir em todos os planos. Zonas meristemáticas presentes, nas quais se originam
os hormogônios. A reprodução assexuada dá-se por meio de hormogônios unisse-
riados e com poucas células, liberados dos ápices dos tricomas e das ramificações.
O gênero conta com cerca de 40 espécies, mas necessita de revisão. As espécies
são encontradas em diversos biótopos de todo o mundo, sendo comuns nas regiões
tropicais. Vivem preferencialmente fixas sobre substratos, como rochas, madeiras
e sedimentos, menos comumente sobre solos. Várias espécies crescem no metafíton
e no perifíton de pequenos lagos e pântanos, outras são subaéreas, vivendo sobre
cascas de árvores ou rochas úmidas.
10 µm
Figura 3.73
Tolypothrix tenuis
(a, detalhe de filamento mostrando heterócito na base da
pseudorramificação; b, detalhe do ápice de um filamento). a b
DIVERSIDADE 126
ALGAS
•
• Ordem Ulotrichales
10 µm
Binuclearia Wittrock 1886 (Fig. 3.74)
Filamentos simples, cilíndricos, unisseriados, fixos
quando jovens pela célula basal, depois se tornando
livre-flutuantes. As células são cilíndricas a elípticas,
envoltas por uma parede gelatinosa espessa e estrati-
ficada nos polos, apresentando peças em “H” nem
sempre muito nítidas. Após a divisão celular, as célu-
las-filhas dispõem-se geralmente aos pares, o que
justifica o nome Binuclearia. O cloroplasto é parietal,
com um pirenoide muito pouco visível. A reprodução
assexuada faz-se por meio de aplanósporos, zoósporos
Figura 3.74
quadriflagelados ou acinetos. A reprodução sexuada
Binuclearia tectorum
é desconhecida.
(parte mediana de filamento).
O gênero compreende apenas duas ou três espé-
cies. Binuclearia tectorum é uma espécie cosmopolita,
enquanto B. eriensis tem sua área de distribuição limi-
tada à América do Norte e África. Preferem águas
ácidas ou distróficas, especialmente de regiões montanhosas. Vivem no plâncton
ou em meio à vegetação aquática, geralmente em pequenos corpos d’água ou locais
pantanosos.
Figura 3.75
DIVERSIDADE
Ulothrix aequalis
(a, b, partes apical [a] e mediana [b] de filamentos).
10 µm
• Ordem Cladophorales
Figura 3.76
ALGAS
Cladophora glomerata
(a, fragmento de talo em menor aumento; b, partes de
duas células em detalhe, mostrando o cloroplasto parietal
reticulado [C], os núcleos [N], os pirenoides [P] e grãos
0,5 mm de amido [A] isolados no cloroplasto).
N
a
C
P
10 µm
b A
distribuição mundial, ocupando vários tipos de hábitats, desde águas correntes até
lagos eutróficos e estuários. As espécies de água salgada estão amplamente distribuí-
das nos mares temperados e tropicais, mas ausentes nas águas polares. Crescem
sobre rochas, como epífitas ou entre macrófitas, ou formam massas livre-flutuantes
em águas eutróficas mais ou menos estagnadas, como lagunas costeiras e pequenos
lagos de água doce.
Figura 3.77
DIVERSIDADE
Pithophora oedogonia
(a, fragmento de talo em menor aumento; b, c, d, três acinetos:
apical [b], em germinação [c] e intercalar [d]).
0,5 mm
b 100 µm
d
• Ordem Chlamydomonadales
ALGAS
pirenoide(s). Um estigma pode estar presente ou au-
sente, e há um, dois ou vários vacúolos contráteis. A
posição do núcleo varia de acordo com a espécie. A
multiplicação vegetativa é por divisão celular. Acine-
tos, fases palmeloides e gloeocistoides são frequentes.
A reprodução assexuada dá-se por meio de zoósporos.
A reprodução sexuada pode ser isogâmica, anisogâ-
mica ou oogâmica e, dependendo da espécie, os orga-
nismos podem ser homotálicos ou heterotálicos; a
germinação do zigoto, por meiose, origina de duas a 10 µm
oito células. Figura 3.78
Chlamydomonas possui mais de 500 espécies des- Chlamydomonas
critas e não é um gênero monofilético; assim, certo debaryana.
número de espécies deverá ser renomeado. A ordem
Chlamydomonadales também não é monofilética.
Várias espécies são cosmopolitas, outras apresentam áreas de distribuição mais
restritas. Ocorrem em uma ampla variedade de hábitats, incluindo os mais variados
tipos de água doce (lagos eutróficos e pequenos lagos temporários, por exemplo),
solos, neve (C. nivalis) e mesmo no mar. Algumas espécies crescem em pequenos
lagos do Ártico e da Antártida. Duas espécies marinhas, C. provasolii e C. hedleyi,
vivem em simbiose com foraminíferos.
• Ordem Volvocales
Eudorina Ehrenberg 10 µm
1831 [1832] (Fig. 3.79)
Colônias esféricas, cilíndricas ou elipsoi-
dais, formadas de oito, 16 ou, mais co-
mumente, 32 células esféricas ou elípti-
cas, as quais se encontram afastadas
umas das outras e dispostas em círculos
paralelos perpendiculares ao maior eixo
da colônia. Cada célula possui dois fla-
gelos iguais inseridos apicalmente, um
cloroplasto em forma de urna com um
ou vários pirenoides basais, dois vacúolos
contráteis e um estigma. A reprodução
assexuada dá-se por meio da formação Figura 3.79
de autocolônias. A reprodução sexuada Eudorina unicocca.
DIVERSIDADE 132
10 µm
Figura 3.80
Gonium formosum.
133
ALGAS
Pandorina Bory de Saint
Vincent 1824 (Fig. 3.81)
As colônias são esféricas ou elipsoi-
10 µm
dais, formadas de oito, 16 (mais co-
mum) ou 32 células ovoides ou piri-
formes, comprimidas umas contra as
outras e envolvidas por um envelope
gelatinoso duplo. Cada célula possui
dois flagelos iguais inseridos apical-
mente, um cloroplasto em forma de
urna com um ou mais pirenoides, dois
vacúolos contráteis e um estigma. To-
das as células são capazes de se repro- Figura 3.81
duzir assexuadamente, originando Pandorina morum.
autocolônias. Foram observadas fases
palmeloides. A reprodução sexuada,
registrada em algumas espécies, é iso-
gâmica: as células liberam-se da matriz gelatinosa, transformam-se em isogametas,
produzindo os zigotos; a germinação dos zigotos origina células biflageladas.
As análises de biologia molecular sugerem que Pandorina provavelmente seja
um gênero monofilético (excetuando-se P. unicocca, renomeada como Yamagishiella).
São conhecidas duas ou três espécies amplamente distribuídas, frequentes no
plâncton de água doce, em ambien-
tes oligotróficos a eutróficos.
10 µm
Pleodorina Shaw 1894
(Fig. 3.82)
Colônias esféricas ou elipsoidais, de
32, 64 ou 128 células; elas atingem
400 µm de diâmetro e apresentam, na
fase vegetativa, células de dois tama-
nhos: as células menores localizam-
se no polo anterior da colônia ou estão
dispersas entre as células maiores, e
são minoritárias. Todas as células
apresentam dois flagelos iguais inse-
ridos apicalmente, dois vacúolos con- Figura 3.82
tráteis, um cloroplasto em forma de Pleodorina californica.
DIVERSIDADE 134
urna com um a vários pirenoides e um estigma. Cerca de dois terços das células
posteriores da colônia são capazes de aumentar de tamanho e se dividir, formando
autocolônias. As células anteriores não têm capacidade de formar colônias-filhas e
acabam morrendo. A reprodução sexuada é anisogâmica; a germinação do zigoto
origina uma única célula biflagelada. De acordo com as espécies, as colônias podem
ser heterotálicas ou homotálicas.
Análises de biologia molecular sugerem que este gênero tenha divergido de
um clado de Eudorina.
Pleodorina é um gênero cosmopolita e possui quatro ou cinco espécies, das quais
P. sphaerica é paleotropical. As espécies vivem no plâncton de água doce, muitas
vezes em ambientes eutróficos.
Figura 3.83
Volvox aureus
(a, colônia em menor aumento; b, duas células em detalhe).
3 µm
a
10 µm
b
135
ALGAS
cada um, uma colônia-filha móvel contida no envelope da colônia-mãe, sendo libe-
rada por sua ruptura e desintegração. Na reprodução sexuada oogâmica, ocorre
fusão de um espermatozoide móvel biflagelado com uma oosfera imóvel e formação
de um zigoto; após a germinação, os zigotos produzem uma única célula biflagelada.
De acordo com as espécies, as colônias podem ser homotálicas ou heterotálicas.
As análises de sequências gênicas indicam que Volvox não é um gênero mono-
filético e, por esta razão, algumas espécies deverão ser renomeadas em novos gêneros.
Cerca de 20 espécies foram descritas, mas estudos de biologia molecular têm
reduzido este número. Das espécies originalmente descritas, algumas são cosmopo-
litas, outras são paleotropicais ou têm áreas de distribuição mais restritas. Vivem
no plâncton de água doce, em ambientes oligotróficos a eutróficos. Volvox aureus é
uma espécie muito comum nesses ambientes.
• Ordem Tetrasporales
10 µm
Figura 3.84 Figura 3.85
Gloeocystis bacillus. Gloeocystis ampla.
DIVERSIDADE 136
a
10 µm
b
Figura 3.86
Tetraspora gelatinosa
(a, distribuição das células na mucilagem colonial; b, algumas cé-
lulas em detalhe, mostrando os pseudoflagelos).
137
ALGAS
um cloroplasto com um pirenoide, duas vesículas contráteis no seu ápice e dois
pseudoflagelos imóveis que se estendem até a periferia da mucilagem colonial,
sem ultrapassá-la. A multiplicação vegetativa ocorre por divisão celular, com produção
de duas a quatro células-filhas (o que deu origem ao nome genérico). A reprodução
assexuada dá-se por meio de zoósporos biflagelados, móveis, que se fixam e, após
secretarem uma bainha gelatinosa, originam uma colônia-filha. Esporos de resistência
com parede espessada (acinetos) foram observados. A reprodução sexuada é
isogâmica, com formação de isogametas biflagelados; zigotos foram observados.
Tetraspora é um gênero cosmopolita, compreendendo sete ou oito espécies; algu-
mas delas, no entanto, podem apresentar áreas de distribuição restritas. As espécies
são predominantemente bentônicas em águas continentais frias e correntes, mas
também podem ser encontradas no plâncton de lagos.
• Ordem Chlorococcales
Figura 3.88
DIVERSIDADE
Botryococcus braunii
(a, parte da colônia em menor aumento; b, detalhe
de algumas células imersas na mucilagem colonial).
10 µm
10 µm
a
Figura 3.89
ALGAS
Closteriopsis longissima var. tenuissima
(a, b, duas células, uma delas [b] em autosporulação).
10 µm
a b
Figura 3.90
DIVERSIDADE
Crucigenia quadrata
(a, b, cenóbios).
10 µm
a
b
10 µm Figura 3.91
Crucigeniella crucifera
b (a, b, cenóbios).
141
ALGAS
Crucigeniella contém cerca de dez espécies, a maioria delas conhecida da Europa
e da América do Norte, algumas da América do Sul, Nova Zelândia e África. As
espécies ocorrem no plâncton de água doce, sendo comuns em ambientes eutróficos.
Figura 3.92
a Dictyosphaerium pulchellum
(a, b, colônias).
10 µm
Figura 3.93
DIVERSIDADE
Dimorphococcus lunatus.
10 µm
autósporos por esporocisto, os quais são liberados por ruptura longitudinal da parede
da célula-mãe; as colônias-filhas têm a forma da colônia-mãe e ligam-se às outras
colônias-filhas por fragmentos da parede materna. Zoósporos e reprodução sexuada
desconhecidos.
O gênero é cosmopolita e compreende três espécies, as quais vivem no plâncton
e no metafíton de pequenos lagos rasos e viveiros de peixes, sem, no entanto, serem
muito abundantes. As espécies são frequentes em águas quentes e ácidas, podendo,
ocasionalmente, ser abundantes em turfeiras.
ALGAS
esporocisto, com vacúolos contráteis e sem estigma: após um período de mobilidade,
os zoósporos perdem os flagelos e desenvolvem espinhos; também ocorre a forma-
ção de dois, quatro ou oito autósporos. Reprodução sexuada oogâmica descrita.
A literatura menciona duas ou três espécies para o gênero, com distribuição cos-
mopolita. As espécies de Golenkinia vivem no plâncton de água doce, em ambientes
lênticos e lóticos, oligotróficos a eutróficos.
Figura 3.95
Micractinium pusillum.
10 µm
10 µm
cem encerrados na parede ampliada da célu-
la-mãe; sua liberação ocorre pela gelatini-
zação e ruptura da parede materna. Fases
flageladas e reprodução sexuada desconhe-
cidas.
O gênero contém cerca de oito espécies,
cosmopolitas ou subcosmopolitas, que vivem
Figura 3.96
Nephrocytium agardhianum.
no plâncton e no metafíton de águas conti-
nentais.
ALGAS
Tetradesmus G. M. Smith 1913 (Fig. 3.98)
Talo colonial, livre-flutuante. Cenóbios formados por
dois, quatro ou, mais raro, oito células, unidas em feixe
10 µm
pela sua face convexa e com os eixos maiores paralelos
entre si. As células são fusiformes ou lunadas, uninu-
cleadas, e contém, cada uma, um único cloroplasto pa-
Figura 3.98
rietal com um pirenoide. A reprodução assexuada dá-se
Tetradesmus
pela formação de dois, quatro ou oito autósporos por
wisconsinensis.
esporocisto, agrupados em cenóbios; as colônias-filhas
são liberadas pelo rompimento longitudinal da parede
da célula-mãe. Fases flageladas e reprodução sexuada
desconhecidas.
O gênero compreende cerca de seis espécies, a maioria das quais conhecida ou
da Europa ou da América do Norte. Tetradesmus wisconsinensis é cosmopolita, mas
uma de suas formas é mencionada para a Ásia e a África. Vivem no plâncton de
água doce, podendo desenvolver-se em ambientes eutrofizados.
Figura 3.100
Tetrastrum heteracanthum
(a, b, cenóbios).
10 µm
10 µm
a b
ALGAS
ção assexuada dá-se pela produ-
ção de quatro autósporos por es-
porocisto e, em uma espécie, pela
formação de dois, quatro ou, mais
raro, oito zoósporos nus quadri-
flagelados; os esporos são libera-
dos através de uma fenda ou por
quebra da parede da célula-mãe
em várias partes. Reprodução se-
xuada desconhecida.
10 µm
O gênero, cosmopolita, com-
preende seis ou sete espécies que
vivem no plâncton de água doce,
especialmente em ambientes de Figura 3.101
águas lênticas. Algumas espécies, Treubaria schmidlei.
como T. schmidlei, desenvolvem-se
bem em ambientes eutrofizados.
• Ordem Sphaeropleales
a
10 µm
Figura 3.102
Ankistrodesmus bibraianus Figura 3.103
(a, b, cenóbios). Ankistrodesmus fusiformis.
DIVERSIDADE 148
formação de dois, quatro, oito ou, mais raro, 16 autósporos por esporocisto, com o
mesmo formato da célula-mãe, inclusos na parede materna antes de serem liberados
para o meio. Fases flageladas e reprodução sexuada desconhecidas.
O gênero, de distribuição cosmopolita, inclui cerca de 20 espécies; muitas delas
crescem em águas de regiões temperadas, outras, como A. bernardii, são restritas à
zona tropical. As espécies são muito comuns no fitoplâncton de águas lênticas,
como lagos e açudes, podendo viver associadas com a vegetação das margens; desen-
volvem-se bem em ambientes eutrofizados.
Figura 3.105
Coelastrum
polychordum.
a
10 µm
10 µm
10 µm
b
Figura 3.104
Coelastrum microporum Figura 3.106
(a, b, cenóbios). Coelastrum astroideum.
149
ALGAS
O número de espécies situa-se em
torno de 20. A maioria delas é cosmopo-
lita, distribuindo-se do Ártico até os tró-
picos; algumas poucas apresentam
áreas de distribuição mais restritas. As
espécies vivem no plâncton de água do-
ce, comuns em águas mesotróficas a eu-
tróficas.
10 µm
Desmodesmus An, Friedl
et Hegewald 1999
(Figs. 3.107-3.109)
Cenóbios planos, livre-flutuantes, for- Figura 3.107
mados por duas, quatro, oito ou 16 célu- Desmodesmus protuberans.
las fusiformes, elipsoidais ou cilíndri-
cas, dispostas lado a lado em série linear,
mais raramente em duas séries alter-
nantes, unidas por sua face dorsal. A parede celular pode ser ornamentada com
pequenas verrugas, reticulada ou apresentar uma crista mediana evidente. A maioria
das espécies apresenta espinhos nos polos das células externas do cenóbio, os quais
também podem estar presentes em um ou ambos os polos das células internas.
Cada célula é uninucleada e contém um cloroplasto parietal com um pirenoide. A
reprodução assexuada dá-se pela formação de autocolônias, as quais são liberadas
pela ruptura da parede da célula-mãe. Reprodução sexuada não observada.
10 µm
10 µm
Figura 3.108 Figura 3.109
Desmodesmus maximus. Desmodesmus denticulatus.
DIVERSIDADE 150
ALGAS
Figura 3.111
Monoraphidium arcuatum.
10 µm
Figura 3.112
10 µm
Monoraphidium contortum.
10 µm
indicam que Pediastrum não é um gê-
nero monofilético.
Pediastrum é cosmopolita, conten-
do de 15 a 20 espécies. Elas são en-
contradas no plâncton de água doce Figura 3.114
e também entre macrófitas, muito co- Pediastrum duplex.
muns em águas particularmente ricas
em nutrientes ou ambientes eutrófi-
cos. São geralmente abundantes em
pequenos lagos permanentes ou tem-
porários.
10 µm
10 µm 10 µm
ALGAS
unidas por sua face dorsal. A parede celular em geral é lisa, porém algumas espécies
possuem pequenas saliências semelhantes a verrugas, podendo também apresentar
uma crista mediana bem evidente. Cada célula apresenta um único cloroplasto
parietal com um pirenoide bem visível. A reprodução assexuada dá-se por autos-
porulação, com produção de autocolônias que são liberadas pela ruptura da parede
da célula-mãe. A reprodução sexuada isogâmica, com formação de isogametas bi-
flagelados, foi relatada para uma espécie (S. obliquus), mas aparentemente é muito
rara.
O número de espécies de Scenedesmus, excluídas aquelas que foram transferidas
para o novo gênero Desmodesmus, ainda não está bem definido – em torno de 40 a
50. As espécies vivem no plâncton de água doce de todo o mundo; ocorrem em
ambientes lênticos e lóticos, desenvolvendo-se bem em águas de diferentes trofis-
mos, principalmente em meios eutróficos.
Figura 3.118
Schroederia setigera.
DIVERSIDADE 154
• Ordem Microsporales
ALGAS
Microspora é um gênero cosmopolita, contendo
cerca de 20 espécies dulciaquícolas. As espécies habi-
tam tanto águas estagnadas (pântanos e alagados, por
exemplo) como correntes, preferindo as estações frias
do ano, como o final do outono e início da primavera.
Uma espécie, M. ficulinae, vive em simbiose no interior
de esponjas marinhas.
• Ordem Oedogoniales
10 µm
Bulbochaete C. Agradh ex Hirn 1900
(Figs. 3.122, 3.123)
Talos filamentosos, eretos, unisseriados, ramificados,
fixos ao substrato por meio de célula basal arredonda-
da, com apressório terminal de fixação. Os ramos apre-
sentam pelos de base bulbosa, sendo sua presença sufi-
ciente para caracterizar o gênero. As células terminais
dos ramos apresentam estrias transversais, resultantes
Figura 3.121
da divisão celular. Cada célula é uninucleada, muito
Microspora palustris
vacuolizada e possui um cloroplasto parietal, reticula-
(parte mediana de
do, em forma de fitas anastomosadas, com um a em
filamento).
geral muitos pirenoides. A multiplicação vegetativa é
10 µm
Figura 3.122
Bulbochaete pygmaea
(filamento curto, mostrando pelos de base
bulbosa, célula basal com apressório de fi-
xação, dois oogônios [ ].
156
Figura 3.123
DIVERSIDADE
Bulbochaete sp.
(germinação do talo jovem com célula basal, apressório
10 µm
de fixação e base bulbosa de pelo).
Figura 3.124
ALGAS
Oedogonium reinschii
(parte de filamento vegetativo
com célula basal de fixação).
10 µm
Figura 3.125
Oedogonium subellipsoideum
(parte de filamento fértil com oogônio [ ] e
10 µm
anterídios [ ]).
ção sexuada oogâmica; o zigoto sofre meiose, germina e origina quatro células mul-
tiflageladas, as quais, após curto período de mobilidade, se fixam a um substrato e,
por repetidas divisões celulares, produzem novos filamentos. As espécies podem
ser monoicas ou dioicas.
São conhecidas cerca de 400 espécies amplamente distribuídas, sendo, no entan-
to, mais abundantes nas zonas temperadas e subtropicais. Vivem no perifíton de
água doce, sobre macrófitas aquáticas, outras algas (inclusive outros filamentos de
Oedogonium) ou substrato inorgânico; às vezes, são livre-flutuantes (ticoplanctôni-
cas). São mais comumente encontradas em corpos de águas rasas, pequenos lagos
e canais. Poucas espécies ocorrem em água salobra.
• Ordem Chaetophorales
DIVERSIDADE 158
Figura 3.127
ALGAS
Chaetophora elegans
(a, fragmento de talo gelatinoso; b, ápice de filamento
em detalhe, mostrando cloroplastos e pirenoides).
10 µm
a
10 µm
b
Figura 3.128
DIVERSIDADE
Draparnaldia glomerata
(parte de filamento, mostrando eixo principal e ramos
10 µm
laterais).
ALGAS
fitas; uma das espécies cresce em água salobra,
a outra ocorre em água doce, havendo registro
de preferência por pH ácido.
10 µm
Schizomeris Kützing 1843 (Fig. 3.130)
Talo em forma de cilindro maciço, de até dois
centímetros de comprimento, simples, atenuado
nas duas extremidades, formado por várias sé-
ries de células prismáticas, exceto na base, onde
as células cilíndricas e alongadas se dispõem em
uma única série. O filamento é fixo pela célula
basal que pode desenvolver rizoides simples ou
ramificados. Cada célula possui um núcleo e um
cloroplasto parietal reticulado, que circunda Figura 3.130
quase toda a circunferência celular, com um a Schizomeris leibleinii
vários pirenoides. A multiplicação vegetativa é (parte mediana de filamento plurisse-
por fragmentação do talo. A reprodução asse- riado).
xuada ocorre por meio da produção de zoóspo-
ros quadriflagelados e de aplanósporos. Repro-
dução sexuada desconhecida.
O gênero, cosmopolita, compreende apenas
duas espécies que crescem como epífitas, em
meio a outras algas, em ambientes lênticos e
lóticos; podem desenvolver-se em águas eutró-
ficas.
Figura 3.131
DIVERSIDADE
Stigeoclonium sp.
(a, parte apical, ereta, de talo; b, parte de fila-
10 µm mento em detalhe, mostrando cloroplastos e pi-
10 µm
b renoides).
a
Figura 3.132
ALGAS
Uronema brasiliense
(a, b, c, partes apical [a], mediana [b] e basal [c]
de diferentes filamentos).
a
10 µm
• Ordem Chaetopeltidales
• Classe Trebouxiophyceae
• Ordem Chlorellales
Figura 3.135
ALGAS
10 µm
Chlorella vulgaris
a (a, célula vegetativa; b, c, formação [b] e liberação [c] dos autósporos; d, célula
vegetativa em maior aumento).
10 µm
Figura 3.137
Oocystis lacustris.
10 µm
Figura 3.136
Oocystis solitaria.
DIVERSIDADE 166
• Classe Zygnematophyceae
• Ordem Zygnematales
Figura 3.138
Actinotaenium globosum.
10 µm
10 µm
Figura 3.139
Actinotaenium cucurbitinum.
167
ALGAS
istmo é desprovida de poros. Cada semicélula contém, geralmente, um cloroplasto
axial, maciço, podendo apresentar lobos, estrelado em vista apical, com um pirenoide
central (mais raramente, nas espécies maiores, com dois ou três pirenoides); algumas
espécies apresentam cloroplastos parietais, em forma de fitas, com vários pirenoides.
Os Cosmarium que se assemelham a Actinotaenium, por suas semicélulas globosas
ou cilíndricas, vista apical circular e parede lisa, têm, ao contrário, dois ou quatro
cloroplastos centrais estrelados. O núcleo situa-se no istmo, entre os cloroplastos.
A multiplicação é vegetativa por divisão celular, sem alongamento posterior das
semicélulas, o que faz com que a região do istmo apresente uma linha de sutura
única (nunca ocorrem zonas de alongamento, como em certas espécies de Penium).
A reprodução sexuada ocorre por conjugação: o zigoto forma-se entre os gameto-
cistos.
São conhecidas cerca de 40 espécies, várias delas de distribuição cosmopolita.
Costumam viver em lagos e açudes de águas ácidas e oligotróficas e em campos de
Sphagnum. Actinotaenium cucurbita compõe associa-
ções de desmídias em ambientes oligotróficos.
a
Figura 3.140
Bambusina armata*
(a, parte de pseudofilamento; b, célula em vista apical, mostrando o
10 µm
cloroplasto estrelado).
* Denominada Haplozyga armata por alguns autores (ver, por exemplo, b
Bourrelly; Couté, 1991).
DIVERSIDADE 168
diais, o que confere um aspecto estrelado em vista apical. Em cada semicélula ocor-
re um cloroplasto axial, de forma estrelada em seção óptica, com um pirenoide
central. Durante a divisão celular, as novas semicélulas alongam-se devido à for-
mação de uma dobra anelar. O núcleo situa-se no istmo, entre os cloroplastos. A
multiplicação vegetativa é por divisão celular transversal. A reprodução sexuada
ocorre por conjugação: a fusão dos gametas ocorre entre os gametocistos; os
zigósporos são esféricos a elípticos, de parede lisa ou com mamilas.
São conhecidas cerca de 10 espécies, as quais podem ser cosmopolitas (como B.
borreri), pantropicais ou ter áreas de distribuição mais restritas. São pouco frequen-
tes, crescendo em água doce entre algas filamentosas, em ambientes ácidos e oli-
gotróficos.
10 µm
Figura 3.142
Closterium leibleinii.
10 µm
Figura 3.141
Closterium moniliferum
var. submoniliferum fo.
169
ALGAS
sulfato de bário, insolúveis em ácidos, que estão em constante agitação (movimento
browniano). A parede celular é hialina, incolor ou castanho-amarelada devido à
incrustação por sais de ferro; pode ser lisa, com poros mais ou menos visíveis, ou
ser longitudinalmente estriada; na parte mediana, ela apresenta uma sutura e, às
vezes, zonas de alongamento situadas de um lado e outro da sutura mediana; as
zonas de alongamento resultam do crescimento das semicélulas após a divisão celu-
lar. Em alguns casos, no ápice, a parede possui um espessamento interno, bastante
pronunciado, acompanhado de um grande poro. O plastídio é axial, maciço, per-
corrido por cristas longitudinais, e contém de um a vários pirenoides. O núcleo
situa-se no nível da sutura mediana, entre os dois cloroplastos. A multiplicação
vegetativa é por divisão celular transversal. A reprodução sexuada ocorre por con-
jugação: a fusão dos gametas dá-se entre os gametocistos; os zigósporos são esféricos,
elípticos, quadrados ou de forma irregular, com parede lisa ou ornamentada.
O gênero encerra cerca de 140 espécies; muitas são cosmopolitas, outras são
subcosmopolitas e algumas espécies têm áreas de distribuição mais restritas. Vivem
em geral no metafíton de lagos e açudes de águas ácidas e oligotróficas, raramente
em meios mais alcalinos e eutróficos. Algumas espécies, como C. aciculare, são planc-
tônicas.
10 µm
tipo de espinhos laterais. Os cloroplastos são axiais
ou parietais, em número de um, dois ou quatro, às
vezes numerosos, e contêm um, dois ou, mais ra-
ramente, vários pirenoides. O núcleo localiza-se no
istmo. A multiplicação vegetativa é por divisão ce-
lular e formação de novas semicélulas. A reprodu-
Figura 3.145
ção sexuada dá-se por conjugação homotálica ou
Cosmarium granatum.
heterotálica: a fusão dos gametas ocorre entre os
gametocistos; os zigósporos maduros são esféricos,
com parede ornamentada com espinhos.
O gênero compreende mais de 1.500 espécies de água doce, as quais são cosmo-
politas, subcosmopolitas, pantropicais, paleotropicais, subtropicais ou podem apre-
sentar áreas de distribuição muito restritas. Vivem em geral em águas ácidas, em
meios oligotróficos a eutróficos; ocasionalmente, podem ocorrer em águas alcalinas
e em ambientes subaéreos.
ALGAS
Desmidium C. Agardh ex Ralfs 1848
(Fig. 3.147)
Talo pseudofilamentoso simples, geralmente tor-
cido em hélice, podendo estar envolto por copiosa
bainha de mucilagem, constituído por células
quase sempre mais largas do que longas em vista
frontal, com uma incisão mediana mais ou menos
profunda separando as duas semicélulas; em vista
apical, as células são elípticas, triangulares, qua-
drangulares ou, mais raramente, pentagonais. A
parede celular pode ser lisa ou finamente pontua-
da. Cada semicélula possui um cloroplasto estre-
lado em vista apical, com um pirenoide central
a
ou, às vezes, um pirenoide em cada lobo. O núcleo
situa-se no istmo, entre os cloroplastos. A multi- 10 µm
plicação vegetativa é por divisão celular transver-
sal; durante a divisão, forma-se uma dobra anelar
nos septos transversais que permitirá posterior-
b
mente o alongamento da jovem semicélula (como
ocorre em Bambusina e certas espécies de Spirogyra). Figura 3.147
A reprodução sexual dá-se por conjugação: os Desmidium grevillii
pseudofilamentos aproximam-se dentro da bai- (a, parte de pseudofilamento; b,
nha gelatinosa; os tubos de conjugação são for- célula em vista apical, mostrando o
mados entre os pares de gametocistos; dependen- cloroplasto estrelado).
do da espécie, a fusão dos gametas e a formação
do zigoto ocorrem dentro do tubo ou em um dos
gametocistos; os zigósporos maduros são esféricos
ou elipsoidais, de parede lisa ou com verrugas.
O gênero compreende cerca de 20 espécies, predominantemente cosmopolitas;
D. aequale tem distribuição subcosmopolita. As espécies costumam viver em lagos e
banhados de águas ácidas e oligotróficas.
Figura 3.148
DIVERSIDADE
Docidium baculum
(a, célula inteira; b, detalhe do istmo com a coroa de verrugas).
10 µm
10 µm
tando pirenoides dispostos em série, de posição mediana. O
núcleo situa-se no istmo. A presença da coroa de verrugas
no istmo é um caráter fundamental na diferenciação entre
Docidium e Pleurotaenium. A multiplicação vegetativa é por
divisão celular e formação de novas semicélulas. Os zigotos,
resultantes da conjugação, não foram observados.
b O gênero, cosmopolita, conta com cinco espécies de água
doce, de ocorrência em geral rara. Vivem preferencialmente
em lagos e açudes de águas ácidas e oligotróficas.
ALGAS
de novas semicélulas. A reprodução sexuada ocorre
10 µm
por conjugação: a fusão dos gametas dá-se entre os
gametocistos; os zigósporos maduros são esféricos a
elipsoidais, com parede ornamentada com espinhos
ou mamilas.
O gênero encerra mais de 200 espécies de água
doce, as quais são cosmopolitas, subcosmopolitas,
paleotropicais ou têm áreas de distribuição mais
restritas. A maioria das espécies de Euastrum costuma
viver em águas ácidas e oligotróficas; também podem
ser encontradas em solos lodosos e alagadiços. Figura 3.150
Euastrum pulchellum.
Figura 3.152
10 µm
Groenbladia neglecta
a (a, divisão celular; b, detalhe do cloroplasto).
Figura 3.153
ALGAS
Hyalotheca dissiliens f. bidentula
(a, parte de pseudofilamento; b, célula em vista apical,
mostrando o cloroplasto estrelado).
10 µm
10 µm
ALGAS
gametas dá-se no tubo de conjugação; os zigósporos maduros são esféricos, com
espinhos; a meiose ocorre durante a germinação do zigósporo.
São conhecidas cerca de 70 espécies de água doce, as quais são cosmopolitas,
pantropicais, paleotropicais ou têm áreas de distribuição mais restritas. Ocorrem
no plâncton ou no metafíton de lagos, açudes e reservatórios de águas ácidas, oli-
gotróficas ou distróficas; podem também ser encontradas em solos lodosos e alaga-
diços. Muitas espécies vivem em águas quentes.
10 µm
alinhados ou dispersos no plastídio. O núcleo é mediano;
quando o cloroplasto é único, o núcleo é um pouco late-
ral, quando ocorrem dois cloroplastos, situa-se em uma
região citoplasmática entre ambos. Sob forte radiação
ou durante a observação microscópica, os plastídios
podem apresentar uma torção de 90°, mostrando sua
face lateral, em resposta à ação da luz. A multiplicação
vegetativa é pela fragmentação do talo. A reprodução
assexuada ocorre por meio de aplanósporos. A repro-
dução sexuada por conjugação é escalariforme na
maioria das espécies, mais raramente lateral; quase
todas as espécies são homotálicas e isogâmicas.
Figura 3.157
Mougeotia floridana
(parte de filamento).
10 µm
Figura 3.158
Mougeotia parvula
(zigoto formado no tubo de conjugação).
DIVERSIDADE 178
10 µm
Algas unicelulares, livres, de contorno elíptico ou,
mais raramente, cilíndrico, com os polos arredonda-
dos, sem constrição mediana, de parede lisa. O clo-
roplasto é central, maciço, alongado, único (mais ra-
ramente dois) por semicélula; em vista frontal, apre-
senta várias cristas salientes, dispostas longitudinal-
mente; em secção óptica, é estrelado. Os pirenoides
são numerosos, axiais, arredondados ou alongados,
ocorrendo em fileiras longitudinais ou dispersos no
cloroplasto. O núcleo ocupa a região central, entre os
cloroplastos. A multiplicação vegetativa é por divisão
celular transversal. A reprodução sexuada ocorre por
conjugação homotálica ou heterotálica, observada em
cinco espécies: o zigoto forma-se no tubo de conjuga- Figura 3.159
ção; os zigósporos maduros são esféricos; a meiose é Netrium digitus.
zigótica.
O gênero, cosmopolita, encerra cerca de quatro
espécies de água doce. Desenvolvem-se preferencial-
mente em águas ácidas e oligotróficas ou em campos
de Sphagnum, havendo registros ocasionais para há-
bitats alcalinos (Netrium minus em pequenos lagos
alpinos de pH 8,0, por exemplo).
10 µm
ALGAS
com poros, grânulos ou espinhos dispostos em linhas ou irregularmente. Cada
semicélula contém um cloroplasto maciço, central, alongado, estrelado em corte
transversal, com um ou vários pirenoides dispostos em linha axial; às vezes, ocorrem
dois cloroplastos por semicélula. O núcleo ocupa posição central, entre os cloro-
plastos. Algumas espécies apresentam vacúolos terminais com pequenos cristais.
A multiplicação vegetativa é por divisão celular transversal. A reprodução sexuada
dá-se por conjugação: a fusão dos gametas ocorre entre os gametocistos; os zigós-
poros são esféricos a elipsoides, às vezes angulosos, em geral de parede lisa.
O gênero, cosmopolita, conta com cerca de 20 espécies de água doce. Vivem no
plâncton de lagos e açudes de águas ácidas e oligotróficas, e em campos de Sphagnum.
Figura 3.161
Phymatodocis nordstedtiana f. minor
(a, parte de pseudofilamento; b, célula em vista apical, mostrando
b o cloroplasto formado por duas lâminas).
DIVERSIDADE 180
São conhecidas três ou quatro espécies de água doce, encontradas nas regiões
quentes do globo (zonas tropicais e subtropicais), de ocorrência bastante rara. Cres-
cem em geral em lagos de águas ácidas e oligotróficas.
Figura 3.163
Pleurotaenium cylindricum var.
stuhlmanni
(detalhe de semicélula, mostrando o núcleo
e cloroplastos).
10 µm
181
ALGAS
ou vários cloroplastos parietais, em forma de fita, cada um com uma série de pire-
noides. O núcleo situa-se no istmo. Os ápices em geral apresentam um vacúolo
terminal contendo pequenos cristais. A multiplicação vegetativa é por divisão celular
e formação de novas semicélulas. A reprodução sexuada dá-se por conjugação
homotálica ou heterotálica: a fusão dos gametas ocorre entre os gametocistos; os
zigósporos são esféricos, algumas vezes com espinhos, mamilas ou protuberâncias
cônicas na parede.
O gênero, de distribuição mundial, compreende cerca de 50 espécies de água
doce; várias são cosmopolitas, outras são pantropicais, paleotropicais ou apresentam
áreas de distribuição mais limitadas. Crescem preferencialmente em meios lacustres
ácidos e oligotróficos e em locais pantanosos.
50 µm
Spirogyra, gênero vegetativamente semelhante.
A reprodução assexuada ocorre por meio da ger-
minação de acinetos. A reprodução sexuada é
anisogâmica (o gametocisto e o gameta femini-
nos são um pouco maiores do que os masculi-
nos) e dá-se por conjugação escalariforme; não
há formação de tubos de conjugação, mas, sim,
contato direto dos gametocistos (esta característi- Figura 3.165
ca, bem como a forma dos cloroplastos, diferencia Sirogonium ceylanicum
as espécies de Sirogonium daquelas de Spirogyra). (zigoto formado em um dos gameto-
O ciclo de vida é haplobiôntico, e a meiose é zi- cistos).
gótica.
O gênero encerra cerca de 15 espécies, de
ocorrência rara, conhecidas principalmente na
região equatorial, sendo menos frequentes nas zonas temperadas do globo. Não há
registro de sua ocorrência na Antártida. Vivem em hábitats de água doce, onde
formam massas de filamentos livre-flutuantes. Blooms de Sirogonium e Spirogyra
foram observados, durante o inverno, em um lago alcalino da Flórida, nos Estados
Unidos.
Figura 3.166
ALGAS
Sphaerozosma aubertianum var. archerii
(a, parte de pseudofilamento; b, célula em vista apical, mostrando o cloroplasto).
10 µm
são esféricos, de parede lisa ou ornamentada com espi-
nhos ou protuberâncias mamiliformes.
Sphaerozosma conta com cerca de 10 espécies de água
a
doce, de distribuição mundial, as quais crescem preferen-
cialmente em meios lacustres ácidos e oligotróficos.
10 µm
b
Figura 3.168
DIVERSIDADE
Spirogyra columbiana
(a, parte de filamento, mostrando célula vegetativa com vári-
os cloroplastos; b, detalhe de conjugação com dois zigotos).
10 µm
10 µm
a b
ALGAS
geralmente em lagos de águas ácidas e oligotróficas. Muitas espécies preferem águas
quentes.
b
a
Figura 3.171 10 µm
Staurastrum orbiculare var. ralfsii Figura 3.172
(a, célula em vista frontal; b, célula em vista apical, mos- Staurastrum setigerum var.
trando o cloroplasto formado por duas lâminas). occidentale.
DIVERSIDADE 186
10 µm
10 µm
Figura 3.173
Staurastrum claviferum var.
brasiliense.
Figura 3.174
Staurastrum brachioprominens fo.
ALGAS
10 µm
10 µm
Figura 3.175 Figura 3.176
Staurodesmus isthmosus. Staurodesmus incus var. ralfsii.
Figura 3.177
Staurodesmus dickiei
(a, célula em vista frontal; b, célula em vista apical,
mostrando o cloroplasto formado por duas lâminas).
10 µm
Figura 3.178
DIVERSIDADE
Teilingia granulata
(parte de pseudofilamento).
Figura 3.179
Triploceras verticillatum
(detalhe de semicélula, mostrando núcleo, cloroplasto e pirenoides).
189
ALGAS
Xanthidium Ehrenberg
emend. Ralfs 1848 (Fig. 3.180)
Células solitárias, com sinus profundo,
birradiadas, elípticas ou hexagonal-
achatadas em vista apical, sempre com
uma dilatação mediana. Em vista
frontal, as semicélulas são quase sem-
pre poligonais (hexagonais ou octogo-
10 µm
nais), com os ângulos e as margens
ornamentados por espinhos mais ou
menos longos; em vista apical, estes
espinhos estão dispostos em duas sé- Figura 3.180
ries. A parede celular é lisa, com poros Xanthidium antilopaeum.
cilíndricos dispersos, por meio dos
quais é secretada mucilagem; o centro
das semicélulas apresenta uma dilata-
ção mediana ornamentada com poros, verrugas ou espinhos. Cada semicélula possui
um, dois ou quatro cloroplastos de secção estrelada, cada um com um pirenoide. O
núcleo situa-se no istmo. A multiplicação vegetativa é por divisão celular e formação
de novas semicélulas. A reprodução sexuada ocorre por conjugação: a fusão dos
gametas dá-se entre os gametocistos; os zigósporos são esféricos, com espinhos.
O gênero conta com cerca de 90 espécies de água doce; muitas delas têm distri-
buição mundial, outras são subcosmopolitas, paleotropicais ou têm áreas de distri-
buição mais restritas. Costumam viver em lagos e açudes de águas ácidas e oligo-
tróficas, podendo também ocorrer em ambientes mesotróficos e eutróficos.
Figura 3.181
DIVERSIDADE
Zygnema stellinum
(filamentos em conjugação, mostrando o zigoto formado em um dos
gametocistos).
• Classe Chlorokybophyceae
• Ordem Chlorokybales
Figura 3.182
Spirotaenia condensata.
191
ALGAS
vada em três espécies, sem formação de tubo de conjugação; os zigósporos são
esféricos e a meiose ocorre durante a germinação.
São descritas cerca de 20 espécies de água doce, a maioria registrada para a
Europa e América do Norte, mas de ocorrência rara; S. condensata e S. obscura são
cosmopolitas, comuns em ambientes de águas ácidas ou campos de Sphagnum.
Ocasionalmente são subaéreas.
• Classe Klebsormidiophyceae
• Ordem Klebsormidiales
10 µm
Figura 3.184
Chaetosphaeridium globosum.
ALGAS
10 µm
10 µm
Figura 3.185
Coleochaete orbicularis.
Figura 3.186
Coleochaete scutata f. minor.
Algumas células apresentam pelos hialinos simples, cuja base é envolta por uma
longa bainha cilíndrica. A reprodução assexuada dá-se por meio de zoósporos bifla-
gelados, com escamas. A reprodução sexuada é oogâmica, e as espécies podem ser
monoicas ou dioicas. O gametocisto feminino (oogônio) apresenta um tricógino, que
permitirá a passagem do espermatozoide biflagelado até a oosfera; o zigoto resul-
tante da fecundação, após um período de repouso, sofre meiose e, por divisão celular,
origina de 8 a 32 zoósporos biflagelados que germinam produzindo novos talos.
O gênero, cosmopolita, possui cerca de 12 espécies, distribuídas principalmen-
te nas regiões tropicais, temperadas, ártica e antártica. São epífitas sobre algas,
macrófitas (Scirpus e Potamogeton, por exemplo) e substratos inorgânicos submersos
em água doce, mais raramente endofíticas em Chara e Nitella. São comuns em am-
bientes de pH ácido, como campos de Sphagnum.
• Classe Charophyceae
• Ordem Charales
DIVERSIDADE 194
1 mm
1 cm
Figura 3.188
Figura 3.187 Chara fibrosa var. hydropytis
Chara guairensis (detalhe de râmulo, mostrando corticação,
(aspecto geral). brácteas, glóbulos e núculas).
195
1 mm
ALGAS
b
a 300 µm
Figura 3.189
Chara globularis
(a, base de verticilo [retirados alguns râmulos], mostrando corticação, estipuloides e nós férteis; b, ápice de
núcula, mostrando a corônula de cinco células).
Figura 3.190
DIVERSIDADE
1 cm
20 µm
ALGAS
Referências
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para identificação e descrições. São Carlos: Rima, 2005. 489 p.
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Paris: Boubée, 1985. 606 p., 139 pl. (Collection Faunes et flores actuelles).
BOURRELLY, P. Compléments les Algues d’eau douce: Initiation à la systématique. Tome I: Les algues
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JOHN, D. M.; WHITTON, B. A.; BROOK, A. J. (Ed.). The freshwater algal flora of the British Isles:
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Botany, v. 91, p. 1535-1556, 2004.
DIVERSIDADE 198
REVIERS, B. de. Biologie et phylogénie des algues. Paris: Belin, 2002. 352 p. Tome 1.
REVIERS, B. de. Biologie et phylogénie des algues. Paris: Belin, 2003. 255 p. Tome 2.
REVIERS, B. de. Biologia e filogenia das algas. Porto Alegre: Artmed, 2006. 280 p.
Figura 3.4 Coelosphaerium kuetzingianum. Adaptado de: BOURRELLY, P. Les algues d’eau douce:
initiation à la systématique. Tome III: Les algues bleues et rouges. Les Eugléniens, Péridiniens
et Cryptomonadines. Reimpression revue et augmentée. Paris: Boubée, 1985. 606 p., 139 pl.
(Collection Faunes et flores actuelles).
Figura 3.5 Eucapsis alpina. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les algues d’eau douce: initiation à la
systématique. Tome III: Les algues bleues et rouges. Les Eugléniens, Péridiniens et
Cryptomonadines. Reimpression revue et augmentée. Paris: Boubée, 1985. 606 p., 139 pl.
(Collection Faunes et flores actuelles).
Figura 3.6 Merismopedia convoluta. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce de
Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81, 1992.
Figura 3.9 Synechococcus aeruginosus. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les algues d’eau douce:
initiation à la systématique. Tome III: Les algues bleues et rouges. Les Eugléniens, Péridiniens
et Cryptomonadines. Reimpression revue et augmentée. Paris: Boubée, 1985. 606 p., 139 pl.
(Collection Faunes et flores actuelles).
199
ALGAS
Figura 3.10 Synechocystis aquatilis. Adaptada de: WERNER, V. R. Cyanophyceae/Cyanobacteria no
sistema de lagoas e lagunas da planície costeira do estado do Rio Grande do Sul, Brasil. 2002. 363 p.
Tese (Doutorado em Ciências Biológicas) – Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, 2002.
Figura 3.13 Jaaginema lemmermannii forma. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau
douce de Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-
81, 1992. Como Oscillatoria lemmermannii forma.
Figura 3.15 Leptolyngbya mucicola. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce
de Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81,
1992. Como Lyngbya mucicola.
Figura 3.17 Planktolyngbya contorta. Adaptada BOURRELLY, P. Les algues d’eau douce: initiation
à la systématique. Tome III: Les algues bleues et rouges. Les Eugléniens, Péridiniens et
Cryptomonadines. Reimpression revue et augmentée. Paris: Boubée, 1985. 606 p., 139 pl.
(Collection Faunes et flores actuelles). Como Lyngbya contorta.
Figura 3.19 Pseudanabaena catenata. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les algues d’eau douce: initiation
à la systématique. Tome III: Les algues bleues et rouges. Les Eugléniens, Péridiniens et
Cryptomonadines. Reimpression revue et augmentée. Paris: Boubée, 1985. 606 p., 139 pl.
(Collection Faunes et flores actuelles).
Figura 3.20 Pseudanabaena mucicola. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce
de Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81, 1992.
Figura 3.21 Schizothrix muelleri. Adaptada de BOURRELLY, P. Les algues d’eau douce: initiation à
la systématique. Tome III: Les algues bleues et rouges. Les Eugléniens, Péridiniens et
DIVERSIDADE 200
Cryptomonadines. Reimpression revue et augmentée. Paris: Boubée, 1985. 606 p., 139 pl.
(Collection Faunes et flores actuelles).
Figura 3.22 Aphanothece castagnei. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce de
Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81, 1992.
Figura 3.23 Aphanothece stagnina. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce de
Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81, 1992.
Figura 3.24a Chlorogloea microcystoides. Adaptada de: COUTÉ, A.; TELL, G.; THÉRÉZIEN, Y.
Cyanophyceae (Cyanobacteria) aérophiles de Nouvelle-Calédonie. Cryptogamie, Algologie, v.
20, n. 4, p. 301-344, 1999.
Figura 3.26 Chroococcus turgidus. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce de
Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81, 1992.
Figura 3.27 Gloeocapsa itzigsohnii. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les algues d’eau douce: initiation
à la systématique. Tome III: Les algues bleues et rouges. Les Eugléniens, Péridiniens et
Cryptomonadines. Reimpression revue et augmentée. Paris: Boubée, 1985. 606 p., 139 pl.
(Collection Faunes et flores actuelles).
Figura 3.28 Gloeothece rupestris. Adaptada de; BOURRELLY, P. Les algues d’eau douce: initiation à
la systématique. Tome III: Les algues bleues et rouges. Les Eugléniens, Péridiniens et
Cryptomonadines. Reimpression revue et augmentée. Paris: Boubée, 1985. 606 p., 139 pl.
(Collection Faunes et flores actuelles).
ALGAS
Figura 3.33 Radiocystis geminata. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les algues d’eau douce: initiation
à la systématique. Tome III: Les algues bleues et rouges. Les Eugléniens, Péridiniens et
Cryptomonadines. Reimpression revue et augmentée. Paris: Boubée, 1985. 606 p., 139 pl.
(Collection Faunes et flores actuelles).
Figura 3.35 Spirulina princeps. Adaptada de: FRÉMY, P. Les Myxophycées de l’Afrique
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Figura 3.36 Arthrospira jenneri. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce de
Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81, 1992.
Como Oscillatta jenneri.
Figura 3.40 Komvophoron minutum. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce
de Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81,
1992. Como Pseudanabaena minuta.
Figura 3.41 Leibleinia epiphytica. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce de
Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81, 1992.
Como Lyngbya epiphytica.
Figura 3.43 Microcoleus paludosus. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce de
Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81, 1992.
Figura 3.44 Microcoleus sociatus. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce de
Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81, 1992.
Figura 3.45 Oscillatoria princeps. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce de
Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81, 1992.
Figura 3.46b Oscillatoria limosa. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce de
Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81, 1992.
DIVERSIDADE 202
Figura 3.47 Oscillatoria annae. Adaptada de: GOULART, E. et al. Phytoplancton of lentic waters
from the Campus of Santa Catarina University (Florianópolis, SC, Southern Brazil). Ciência &
Natura, v. 24, p. 21-48, 2002.
Figura 3.48 Phormidium willei. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce de
Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p. 1-81, 1992.
Como Oscillatoria willei.
Figura 3.55 Anabaena viguieri. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce de
Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81, 1992.
Como Anabaena affinis var. affinis f. viguieri.
Figura 3.59 Calothrix braunii. Adaptada de: GOULART, E. et al. Phytoplancton of lentic waters
from the Campus of Santa Catarina University (Florianópolis, SC, Southern Brazil). Ciência &
Natura, v. 24, p. 21-48. 2002.
203
ALGAS
Figura 3.60 Calothrix fusca. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce de Porto
Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81, 1992.
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Figura 3.67 Nodularia spumigena var. litorea. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les algues d’eau douce:
initiation à la systématique. Tome III: Les algues bleues et rouges. Les Eugléniens, Péridiniens
et Cryptomonadines. Reimpression revue et augmentée. Paris: Boubée, 1985. 606 p., 139 pl.
(Collection Faunes et flores actuelles).
Figura 3.68 Nostoc sp. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Flora de Cyanophyceae do Rio
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Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81, 1992.
Figura 3.73 Tolypothrix tenuis. Adaptada de: CASAGRANDE, A. C. et al. Euepiphytic algae of
some lentic waters from Santa Catarina Island, Southern Brazil. Hoehnea, v. 27, n.2, p. 99-
116, 2000.
DIVERSIDADE 204
Figura 3.74 Binuclearia tectorum. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce de
Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81, 1992.
Figura 3.75 Ulothrix aequalis. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce de
Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81, 1992.
Figura 3.76 Cladophora glomerata. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les Algues d’eau douce: initiation
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Faunes et flores actuelles).
Figura 3.77a Pithophora oedogonia. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les Algues d’eau douce: initiation
à la systématique. Tome I: Les Algues vertes. Paris: Boubée, 1990. 572 p., 121 pl. (Collection
Faunes et flores actuelles).
Figura 3.78 Chlamydomonas debaryana. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les Algues d’eau douce:
initiation à la systématique. Tome I: Les Algues vertes. Paris: Boubée, 1990. 572 p., 121 pl.
(Collection Faunes et flores actuelles).
Figura 3.79 Eudorina unicocca. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les Algues d’eau douce: initiation à
la systématique. Tome I: Les Algues vertes. Paris: Boubée, 1990. 572 p., 121 pl. (Collection
Faunes et flores actuelles).
Figura 3.80 Gonium formosum. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce de
Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81, 1992.
Figura 3.81 Pandorina morum. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce de
Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81, 1992.
Figura 3.82 Pleodorina californica. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les Algues d’eau douce: initiation
à la systématique. Tome I: Les Algues vertes. Paris: Boubée, 1990. 572 p., 121 pl. (Collection
Faunes et flores actuelles). Como Closteriopsis longissimum var. tenuissimum
Figura 3.83a Volvox aureus. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les Algues d’eau douce: initiation à la
systématique. Tome I: Les Algues vertes. Paris: Boubée, 1990. 572 p., 121 pl. (Collection
Faunes et flores actuelles).
Figura 3.83b Volvox aureus. Adaptada de: BICUDO, C. E. M.; BICUDO, R. M. T. Algas de águas
continentais brasileiras: chave ilustrada para identificação de gêneros. São Paulo: FUNBEC, 1970.
228 p.
205
ALGAS
Figuras 3.84 Gloeocystis bacillus. Adaptada de: GOULART, E. et al. Phytoplancton of lentic
waters from the Campus of Santa Catarina University (Florianópolis, SC, Southern Brazil).
Ciência & Natura, v. 24, p. 21-48, 2002.
Figuras 3.85 Gloeocystis ampla. Adaptada de: GOULART, E. et al. Phytoplancton of lentic waters
from the Campus of Santa Catarina University (Florianópolis, SC, Southern Brazil). Ciência &
Natura, v. 24, p. 21-48, 2002.
Figura 3.86 Tetraspora gelatinosa. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les Algues d’eau douce: initiation
à la systématique. Tome I: Les Algues vertes. Paris: Boubée, 1990. 572 p., 121 pl. (Collection
Faunes et flores actuelles).
Figura 3.87 Actinastrum hantzchii. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce
de Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81,
1992.
Figura 3.88 Botryococcus braunii. Adaptada de: BICUDO, C. E. M.; BICUDO, R. M. T. Algas de
águas continentais brasileiras: chave ilustrada para identificação de gêneros. São Paulo: FUNBEC,
1970. 228 p.
Figura 3.89 Closteriopsis longissima var. tenuissima. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les Algues d’eau
douce: initiation à la systématique. Tome I: Les Algues vertes. Paris: Boubée, 1990. 572 p., 121
pl. (Collection Faunes et flores actuelles). Como Closteriopsis longissimum var. tenuissimum
Figura 3.90 Crucigenia quadrata. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce de
Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81, 1992.
Figura 3.91 Crucigeniella crucifera Adaptada. de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce de
Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81, 1992.
Figura 3.93 Dimorphococcus lunatus. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce
de Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81,
1992.
Figura 3.94 Golenkinia radiata. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce de
Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81, 1992.
Figura 3.95 Micractinium pusillum. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce
de Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81,
1992.
Figura 3.97 Sorastrum spinulosum. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce
de Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81,
1992.
DIVERSIDADE 206
Figura 3.98 Tetradesmus wisconsinensis. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce
de Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81,
1992.
Figura 3.99 Tetrallantos lagerheimii. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce
de Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81,
1992.
Figura 3.100b Tetrastrun heteracanthum. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les Algues d’eau douce:
initiation à la systématique. Tome I: Les Algues vertes. Paris: Boubée, 1990. 572 p., 121 pl.
(Collection Faunes et flores actuelles).
Figura 3.101 Treubaria schmidlei. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce de
Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81, 1992.
Figura 3.103 Ankisrodesmus fusiformis. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce
de Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81,
1992.
Figura 3.104 Coelastrum microporum. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce
de Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81,
1992.
Figura 3.105 Coelastrum polychordum. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce
de Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81,
1992.
Figura 3.106 Coelastrum astroideum. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce
de Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81,
1992.
Figura 3.108 Desmodesmus maximus. Adaptada de: GOULART, E. et al. Phytoplancton of lentic
waters from the Campus of Santa Catarina University (Florianópolis, SC, Southern Brazil).
Ciência & Natura, v. 24, p. 21-48, 2002. Como Scenedesmus oahuensis.
ALGAS
Figura 3.110 Kirchneriella lunaris. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce de
Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81, 1992.
Figura 3.113 Pediastrum simplex. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce de
Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81, 1992.
Figura 3.114 Pediastrum duplex. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce de
Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81, 1992.
Figura 3.116 Scenedesmus arcuatus. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce
de Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81,
1992.
Figura 3.117 Scenedesmus acutus var. acutus f. alternans. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M.
Algues d’eau douce de Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica,
v. 92, p.1-81, 1992.
Figura 3.118 Schroederia setigera. Adaptada de; BOURRELLY, P. Les Algues d’eau douce: initiation
à la systématique. Tome I: Les Algues vertes. Paris: Boubée, 1990. 572 p., 121 pl. (Collection
Faunes et flores actuelles).
Figura 3.119 Tetraedron minimum. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce
de Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81,
1992.
Figura 3.120 Tetraedron caudatum. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce
de Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81,
1992.
Figura 3.121 Microspora palustris. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce de
Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81, 1992.
Figura 3.122 Bulbochaete pygmaea. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les Algues d’eau douce: initiation
à la systématique. Tome I: Les Algues vertes. Paris: Boubée, 1990. 572 p., 121 pl. (Collection
Faunes et flores actuelles).
Figura 3.123 Bulbochaete sp. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les Algues d’eau douce: initiation à la
systématique. Tome I: Les Algues vertes. Paris: Boubée, 1990. 572 p., 121 pl. (Collection
Faunes et flores actuelles).
DIVERSIDADE 208
Figura 3.124 Oedogonium reinschii. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les Algues d’eau douce: initiation
à la systématique. Tome I: Les Algues vertes. Paris: Boubée, 1990. 572 p., 121 pl. (Collection
Faunes et flores actuelles).
Figura 3.125 Oedogonium subellipsoideum. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les Algues d’eau douce:
initiation à la systématique. Tome I: Les Algues vertes. Paris: Boubée, 1990. 572 p., 121 pl.
(Collection Faunes et flores actuelles).
Figura 3.126 Aphanochaete repens. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce de
Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81, 1992.
Figura 3.127 Chaetophora elegans. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les Algues d’eau douce: initiation
à la systématique. Tome I: Les Algues vertes. Paris: Boubée, 1990. 572 p., 121 pl. (Collection
Faunes et flores actuelles).
Figura 3.128 Draparnaldia glomerata. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les Algues d’eau douce:
initiation à la systématique. Tome I: Les Algues vertes. Paris: Boubée, 1990. 572 p., 121 pl.
(Collection Faunes et flores actuelles).
Figura 3.130 Schizomeris leibleinii. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce de
Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81, 1992.
Figura 3.131 Stigeoclonium sp. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce de
Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81, 1992.
Figura 3.132 Uronema brasiliense. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce de
Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81, 1992.
Figura 3.134 Pseudulvella americana var. indica. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues
d’eau douce de Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v.
92, p.1-81, 1992.
Figura 3.135a Chlorella vulgaris. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les Algues d’eau douce: initiation
à la systématique. Tome I: Les Algues vertes. Paris: Boubée, 1990. 572 p., 121 pl. (Collection
Faunes et flores actuelles).
Figura 3.135b Chlorella vulgaris. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les Algues d’eau douce: initiation
à la systématique. Tome I: Les Algues vertes. Paris: Boubée, 1990. 572 p., 121 pl. (Collection
Faunes et flores actuelles).
Figura 3.135c Chlorella vulgaris. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les Algues d’eau douce: initiation
à la systématique. Tome I: Les Algues vertes. Paris: Boubée, 1990. 572 p., 121 pl. (Collection
Faunes et flores actuelles).
209
ALGAS
Figura 3.135d Chlorella vulgaris. Adaptada de: Fott e Nováková citados por: HOEK, C. VAN
DEN; MANN, D. G.; JAHNS, H. M. Algae. An introduction to phycology. Cambridge: Cambridge
University Press, 1995. 623 p.
Figura 136 Oocystis solitaria. Adaptada de: GOULART, E. et al. Phytoplancton of lentic waters
from the Campus of Santa Catarina University (Florianópolis, SC, Southern Brazil). Ciência &
Natura, v. 24, p. 21-48. 2002.
Figura 3.137 Oocystis lacustris. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce de
Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81, 1992.
Figura 3.138 Actinotaenium globosum. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce
de Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81,
1992.
Figura 3.140 Bambusina armata. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les Algues d’eau douce: initiation
à la systématique. Tome I: Les Algues vertes. Paris: Boubée, 1990. 572 p., 121 pl. (Collection
Faunes et flores actuelles).
Figura 3.141 Closterium moniliferum var. submoniliferum fo. Adaptada de: BOURRELLY, P.;
COUTÉ, A. Desmidiées de Madagascar (Chlorophyta, Zygophyceae). Bibliotheca Phycologica, v.
86, p.1-349, 1991.
Figura 3.142 Closterium leibleinii. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce de
Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81, 1992.
Figura 3.143 Cosmarium subspeciosum. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce
de Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81,
1992.
Figura 3.144 Cosmarium subtumidum. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce
de Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81,
1992.
Figura 3.145 Cosmarium granatum. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce
de Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81,
1992.
Figura 3.146 Cylindrocystis brebissonii. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les Algues d’eau douce:
initiation à la systématique. Tome I: Les Algues vertes. Paris: Boubée, 1990. 572 p., 121 pl.
(Collection Faunes et flores actuelles).
Figura 3.147 Desmidium grevillii. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les Algues d’eau douce: initiation
à la systématique. Tome I: Les Algues vertes. Paris: Boubée, 1990. 572 p., 121 pl. (Collection
Faunes et flores actuelles).
DIVERSIDADE 210
Figura 3.148 Docidium baculum. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les Algues d’eau douce: initiation
à la systématique. Tome I: Les Algues vertes. Paris: Boubée, 1990. 572 p., 121 pl. (Collection
Faunes et flores actuelles).
Figura 3.149 Euastrum spinulosum. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce
de Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81,
1992.
Figura 3.150 Euastrum pulchellum. Adaptada de: GOULART, E. et al. Phytoplancton of lentic
waters from the Campus of Santa Catarina University (Florianópolis, SC, Southern Brazil).
Ciência & Natura, v. 24, p. 21-48. 2002.
Figura 3.152 Groenbladia neglecta. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les Algues d’eau douce: initiation
à la systématique. Tome I: Les Algues vertes. Paris: Boubée, 1990. 572 p., 121 pl. (Collection
Faunes et flores actuelles).
Figura 3.153 Hyalotheca dissiliens f. bidentula. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les Algues d’eau
douce: initiation à la systématique. Tome I: Les Algues vertes. Paris: Boubée, 1990. 572 p., 121
pl. (Collection Faunes et flores actuelles).
Figura 3.154 Mesotaenium endlicherianum. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les Algues d’eau douce:
initiation à la systématique. Tome I: Les Algues vertes. Paris: Boubée, 1990. 572 p., 121 pl.
(Collection Faunes et flores actuelles).
Figura 3.156 Micrasterias radians. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce de
Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81, 1992.
Figura 3.157 Mougeotia floridana. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les Algues d’eau douce: initiation
à la systématique. Tome I: Les Algues vertes. Paris: Boubée, 1990. 572 p., 121 pl. (Collection
Faunes et flores actuelles).
Figura 3.158 Mougeotia parvula. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les Algues d’eau douce: initiation
à la systématique. Tome I: Les Algues vertes. Paris: Boubée, 1990. 572 p., 121 pl. (Collection
Faunes et flores actuelles).
Figura 3.159 Netrium digitus. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les Algues d’eau douce: initiation à
la systématique. Tome I: Les Algues vertes. Paris: Boubée, 1990. 572 p., 121 pl. (Collection
Faunes et flores actuelles).
Figura 3.160 Penium silvae-nigrae. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les Algues d’eau douce: initiation
à la systématique. Tome I: Les Algues vertes. Paris: Boubée, 1990. 572 p., 121 pl. (Collection
Faunes et flores actuelles).
211
ALGAS
Figura 3.161 Phymatodocis nordstedtiana f. minor. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les Algues d’eau
douce: initiation à la systématique. Tome I: Les Algues vertes. Paris: Boubée, 1990. 572 p., 121
pl. (Collection Faunes et flores actuelles).
Figura 3.162 Pleurotaenium tridentulum var. capitatum. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les Algues
d’eau douce: initiation à la systématique. Tome I: Les Algues vertes. Paris: Boubée, 1990. 572
p., 121 pl. (Collection Faunes et flores actuelles).
Figura 3.163 Pleurotaenium cylindricum var. stuhlmanni. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les Algues
d’eau douce: initiation à la systématique. Tome I: Les Algues vertes. Paris: Boubée, 1990. 572
p., 121 pl. (Collection Faunes et flores actuelles).
Figura 3.164 Roya obtusa var. anglica. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les Algues d’eau douce:
initiation à la systématique. Tome I: Les Algues vertes. Paris: Boubée, 1990. 572 p., 121 pl.
(Collection Faunes et flores actuelles).
Figura 3.165 Sirogonium ceylanicum. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les Algues d’eau douce:
initiation à la systématique. Tome I: Les Algues vertes. Paris: Boubée, 1990. 572 p., 121 pl.
(Collection Faunes et flores actuelles).
Figura 3.166 Sphaerozosma aubertianum var. archerii. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les Algues
d’eau douce: initiation à la systématique. Tome I: Les Algues vertes. Paris: Boubée, 1990. 572
p., 121 pl. (Collection Faunes et flores actuelles).
Figura 3.167 Spirogyra varians. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les Algues d’eau douce: initiation à
la systématique. Tome I: Les Algues vertes. Paris: Boubée, 1990. 572 p., 121 pl. (Collection
Faunes et flores actuelles).
Figura 3.168 Spirogyra columbiana. Adaptada de: CASAGRANDE, A. C. et al. Euepiphytic algae
of some lentic waters from Santa Catarina Island, Southern Brazil. Hoehnea, v. 27, n.2, p. 99-
116, 2000.
Figura 3.169 Spondylosium planum. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les Algues d’eau douce: initiation
à la systématique. Tome I: Les Algues vertes. Paris: Boubée, 1990. 572 p., 121 pl. (Collection
Faunes et flores actuelles).
Figura 3.170 Staurastrum gracile. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce de
Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81, 1992.
Figura 3.171 Staurastrum orbiculare var. ralfsii. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues
d’eau douce de Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v.
92, p.1-81, 1992.
Figura 3.172 Staustrum setigerum var. occidentale. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues
d’eau douce de Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v.
92, p.1-81, 1992.
Figura 3.173 Staurastrum claviferum var. brasiliense. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues
d’eau douce de Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v.
92, p.1-81, 1992.
DIVERSIDADE 212
Figura 3.175 Staurodesmus isthmosus. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce
de Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81,
1992.
Figura 3.176 Staurodesmus incus var. ralfsii. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau
douce de Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-
81, 1992.
Figura 3.177 Staurodesmus dickiei. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce de
Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81, 1992.
Figura 3.178 Teilingia granulata. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les Algues d’eau douce: initiation
à la systématique. Tome I: Les Algues vertes. Paris: Boubée, 1990. 572 p., 121 pl. (Collection
Faunes et flores actuelles).
Figura 3.179 Triploceras verticillatum. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les Algues d’eau douce:
initiation à la systématique. Tome I: Les Algues vertes. Paris: Boubée, 1990. 572 p., 121 pl.
(Collection Faunes et flores actuelles).
Figura 3.180 Xanthidium antilopaeum. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les Algues d’eau douce:
initiation à la systématique. Tome I: Les Algues vertes. Paris: Boubée, 1990. 572 p., 121 pl.
(Collection Faunes et flores actuelles).
Figura 3.181 Zygnema stellinum. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les Algues d’eau douce: initiation
à la systématique. Tome I: Les Algues vertes. Paris: Boubée, 1990. 572 p., 121 pl. (Collection
Faunes et flores actuelles).
Figura 3.182 Spirotaenia condensata. Adaptada de: BOURRELLY, P. Les Algues d’eau douce: initiation
à la systématique. Tome I: Les Algues vertes. Paris: Boubée, 1990. 572 p., 121 pl. (Collection
Faunes et flores actuelles).
Figura 3.183 Klebsormidium flaccidum. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau douce
de Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-81,
1992.
Figura 3.185 Coleochaete orbicularis. Adaptada de: CASAGRANDE, A. C. et al. Euepiphytic algae
of some lentic waters from Santa Catarina Island, Southern Brazil. Hoehnea, v. 27, n.2, p. 99-
116, 2000.
Figura 3.186 Coleochaete scutata f. minor. Adaptada de: FRANCESCHINI, I. M. Algues d’eau
douce de Porto Alegre, Brésil (les Diatomophycées exclues). Bibliotheca Phycologica, v. 92, p.1-
81, 1992.
213
ALGAS
Figura 3.187 Chara guairensis. Adaptada de: PRADO, J. F. Characeae do Rio Grande do Sul, Bra-
sil.2003. 233 p. Tese (Doutorado em Ciências) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
Porto Alegre, 2003.
Figura 3.188 Chara fibrosa var. hydropytis. Adaptada de: PRADO, J. F. Characeae do Rio Grande do
Sul, Brasil.2003. 233 p. Tese (Doutorado em Ciências) – Universidade Federal do Rio Grande
do Sul, Porto Alegre, 2003.
Figura 3.189 Chara globularis. Adaptada de: PRADO, J. F. Characeae do Rio Grande do Sul, Bra-
sil.2003. 233 p. Tese (Doutorado em Ciências) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
Porto Alegre, 2003.
Figura 3.190 Nitella translucens subsp. translucens var. axilaris. Adaptada de: PRADO, J. F. Characeae
do Rio Grande do Sul, Brasil.2003. 233 p. Tese (Doutorado em Ciências) – Universidade Federal
do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2003.
Figura 3.191 Nitella furcata subsp. flagellifera. Adaptada de: PRADO, J. F. Characeae do Rio Gran-
de do Sul, Brasil.2003. 233 p. Tese (Doutorado em Ciências) – Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Porto Alegre, 2003.
Sites de pesquisa
ALGAE BASE. Disponível em: http://www.algaebase.org/browse/taxonomy/.
LEWIS, L.A.; McCOURT, R. M. Green algae and the origin of land plants. 2004. Disponível em:
<http://www.amjbot.org/cgi/content/full/91/10/1535>.
C A P Í T U L O 4
CHAVES DE
DETERMINAÇÃO
JOÃO FERNANDO PRADO
“ ... Il s’agit d’une clef fondée, autant que faire se peut, sur les
caractères morphologiques directement visibles à l’examen
microscopique. Cette clef n’est donc qu’un instrument pratique
permettant... à l’algologue débutant qui connaît mal encore les
caractères des ordres et des familles, de donner un nom de
genre aux Algues qu’il a récoltées.”
(Bourrelly, 1990)
ALGAS
9b. Células esféricas ou ovais, poligonais arredondadas nas colônias
mais velhas, dispostas em fileiras curtas, irregulares, normalmente
radiais; envelopes individuais, quando presentes, indistintos
ou difluentes ................................................................................ Chlorogloea (p. 91)
15a. Colônias com poucas células (até oito, raro mais) ............................................. 16
Cianobactérias filamentosas
1a. Talos com tricomas homocitados ........................................................................... 2
3a. Filamentos enrolados sobre o substrato (outras algas) ou fixos a ele pela sua
parte central, ondulados ou irregularmente espiralados ........... Leibleinia (p. 103)
5b. Célula apical arredondada; sem aerótopos .......................... Planktolyngbya (p. 86)
7a. Bainha ampla, fechada, atenuada em direção ao ápice, com poucos tricomas no
interior ......................................................................................... Schizothrix (p. 88)
219
ALGAS
7b. Bainha aberta, com grande número de tricomas no interior .. Microcoleus (p. 105)
11a. Tricomas levemente atenuados ou não em direção aos ápices; célula apical
arredondada ou cônica; tricomas delgados, imóveis ............... Leptolyngbya (p. 84)
11b. Tricomas não atenuados em direção aos ápices, que podem ser curvos ou
torcidos; célula apical arredondada, atenuada ou pontiaguda; tricomas
mais ou menos retos, ondulados ou espiralados, móveis ..... Phormidium (p. 107)
17a. Tricomas com septos evidentes, geralmente granulados ........ Arthrospira (p. 100)
19a. Tricomas retos ou flexuosos, células discoides, sem aerótopos; célula apical
arredondada, às vezes capitada, com ou sem caliptra ............. Oscillatoria (p. 106)
ALGAS
25b. Heterócitos terminais ou intercalares; colônias globosas ou irregulares;
tricomas isopolares, densa ou frouxamente imersos em mucilagem
de coloração amarelada ou acastanhada ......................................... Nostoc (p. 121)
31a. Heterócitos isolados; acinetos solitários ou aos pares, afastados dos heterócitos;
tricomas atenuados ........................................................... Aphanizomenom (p. 113)
7a. Colônias formadas por oito, 16 ou (em geral) 32 células biflageladas dispostas
em círculos regulares paralelos .................................................... Eudorina (p. 131)
ALGAS
8b. Indivíduos coloniais ............................................................................................. 35
10. Células hemisféricas, fixas ao substrato pela base plana; pelo longo,
ereto, ramificado dicotomicamente, partindo da base
da célula ................................................................................. Dicranochaete (p. 163)
12a. Parede celular sem incisão mediana, formada por peça única .......................... 13
12b. Parede celular com incisão mediana, formada por duas semicélulas ................ 19
17b. Dois cloroplastos por célula, com bordos lobados e cristas salientes
em vista frontal; um pirenoide por cloroplasto .................... Cylindrocystis (p. 170)
CHAVES DE DETERMINAÇÃO 224
19a. Células uma a duas vezes mais longas do que largas ......................................... 20
23a. Lobos laterais, quando presentes, arredondados e com incisões pouco profun-
das; sempre com incisão apical .................................................. Euastrum (p. 172)
24a. Semicélulas com dois ou mais braços evidentes .................... Staurastrum (p. 185)
ALGAS
26b. Células sem essas características ......................................................................... 27
33a. Parede celular ornamentada com longos espinhos dispostos radialmente; base
dos espinhos e parede celular envoltas por fina camada de mucilagem;
cloroplasto em forma de urna; um pirenoide reniforme .......... Golenkinia (p. 142)
33b. Parede celular lisa, sem ornamentações; células podendo ser elípticas
até reniformes; um cloroplasto em forma de urna,
sem pirenoide ................................................................................ Chlorella (p. 164)
41b. Cenóbios com meato central losangular; colônias formadas por quatro células
elipsoidais, reniformes ou um pouco assimétricas ................ Crucigeniella (p. 140)
ALGAS
42b. Cenóbios globosos ou de outra forma ................................................................. 46
2c. Filamentos de células contíguas, unidas umas às outras por finos fios ............ 30
3a. Cloroplastos estrelados, dois por célula (raro quatro) ................ Zygnema (p. 189)
ALGAS
7a. Células dispostas aos pares ao longo do filamento ................. Binuclearia (p. 127)
12b. Parede celular constituída por peça única com estriações transversais
nos polos das células ............................................................... Oedogonium (p. 156)
13b. Talos microscópicos sem nós e entrenós e sem ramificações verticiladas ......... 15
17a. Talos de hábito heterótrico, com uma parte prostrada e outra ereta, esta
formada por filamentos uni ou (raro) bisseriados .............. Stigeoclonium (p. 161)
20a. Parede celular com estriações transversais nos polos das células;
pelos apicais e/ou laterais, de base bulbosa ............................ Bulbochaete (p. 155)
20b. Parede celular sem qualquer estriação; células sem pelos ................................. 21
ALGAS
24b. Bainha mucilaginosa sem estriações; pseudofilamentos curtos;
cloroplasto laminar, não estrelado em vista apical ................. Groenbladia (p. 174)
25b. Cloroplasto não estrelado em vista apical ............................ Spondylosium (p. 184)
28b. Células unidas entre si por projeções espiniformes ............. Sphaerozosma (p. 182)
30. Células esféricas, com longo pelo fino, não ramificado, de origem
citoplasmática, partindo do polo apical da célula, com a base envolta por bainha
cilíndrica ........................................................................ Chaetosphaeridium (p. 192)
Referência
BOURRELLY, P. Les algues d’eau douce: initiation à la systématique. Tome I: Les algues vertes.
Paris: Boubée, 1990. 572 p., 121 pl. (Collection Faunes et flores actuelles).
C A P Í T U L O 5
ABORDAGEM DE GRUPOS
FUNCIONAIS NOS ESTUDOS
DO PERIFÍTON E DO
FITOPLÂNCTON
ANA LUIZA BURLIGA
ALGAS
(Mason et al., 2005; Tilman et al., 1997). Mas foi a partir dos trabalhos de Grime e
Tilman, sobre estratégias adaptativas relacionadas a “estresse” e “distúrbio” (Grime,
1977, 1979; Tilman, 1977, 1980), que elas passaram a ser mais utilizadas. Uma
revisão sobre as teorias de estratégias em plantas é abordada em Craine (2005).
Mas como os grupos funcionais podem ser definidos?
Cada espécie possui combinações de características que determinam sua história
de vida e habilidade competitiva. Há vários atributos que podem ser utilizados para
a definição de tipos funcionais. Os melhores são aqueles que maximizam a com-
preensão da associação entre a composição das comunidades e as variáveis am-
bientais, sendo a análise dos dados sustentada por algoritmos computacionais (Pillar,
1999b, Pillar; Sosinski, 2003).
Nas algas, a definição de grupos funcionais é abordada principalmente a partir
das estratégias adaptativas das espécies, conforme Grime (1977, 1979). A categori-
zação das espécies é fundamentada, sobretudo, na teoria de estratégias adaptativas
dos organismos aos fatores “estresse” e “distúrbio” (para maiores detalhes, ver
itens Grupos funcionais nos estudos do perifíton e Grupos funcionais nos estudos
do fitoplâncton, a seguir).
A dinâmica de distúrbios naturais e artificiais tem recebido maior atenção em
estudos empíricos e teóricos (McIntyre et al., 1995) e, atualmente, é reconhecido
que a complexidade de uma comunidade está estreitamente relacionada a distúrbios
em uma escala de vários níveis.
O termo “estresse” é definido como qualquer fator externo que limite a taxa de
produção de matéria orgânica seca em partes da planta ou em toda ela; o termo
“distúrbio”, como qualquer mecanismo que limite a produção da biomassa, por meio
de sua destruição (Grime, 1979). Um bom exemplo de estresse pode ser a limitação
de algum recurso (ou seja, tudo aquilo que pode ser consumido pelos organismos
vivos durante seu crescimento e sua reprodução, como, por exemplo, nutrientes).
Exemplo de distúrbio (considerado frequentemente como um evento não preditivo,
segundo Tremolières, 2004) pode ser um evento físico (climáticos, fogo, etc.) ou bioló-
gico (herbivoria, doenças, predação, etc.) (Krebs, 2001). “Estresse” e “distúrbio” são
considerados os dois processos principais da estruturação do hábitat, os quais podem
explicar a distribuição e a dinâmica dos organismos em uma comunidade.
Grime (1979) propõe que, em situações de baixa intensidade de distúrbio e
alta intensidade de recursos (ou baixo estresse, analisado pelo suprimento de nu-
trientes, por exemplo), as espécies denominadas competitivas (estrategistas C) serão
as espécies dominantes naquele ambiente. Em condições de baixa intensidade de
distúrbio e alto estresse ambiental (baixo recurso), as espécies estresse-tolerantes
(estrategistas S) sobrepõem-se às demais. E as espécies denominadas ruderais (estra-
tegistas R) dominam em ambientes com características de baixo estresse (alto recur-
so) e alto distúrbio ambiental. Já em ambientes de alto estresse (baixo recurso) e
alto distúrbio, as espécies não se mantêm (Fig. 5.1).
ABORDAGEM DE GRUPOS FUNCIONAIS NOS ESTUDOS DO PERIFÍTON E DO FITOPLÂNCTON 236
Figura 5.1
Matriz de hábitat bidimensional na visão de Grime (1979).
Gradiente de distúrbio e suprimento de recurso e alocação das espécies estrategistas C-S-R.
ALGAS
va de detectar padrões a partir de características adaptativas que conferem a domi-
nância de determinados organismos em certos ambientes.
Os dois principais fatores controladores da biomassa e composição da comunida-
de perifítica, citados na literatura, são: 1) distúrbio físico (por exemplo, em ambientes
lóticos, um elevado fluxo hidrológico e/ou uma maior frequência deste) (Biggs;
Kilroy; Lowe, 1998b, c; Peterson, 1996) e 2) suprimento de recursos (por exemplo,
nutrientes inorgânicos) (Biggs; Close, 1989; Biggs; Goring; Nikora, 1998; Fayol et
al., 1998); este último, se reduzido, é considerado fator de estresse.
Os efeitos de um evento de distúrbio nas comunidades podem ser determinados
por duas características principais: a magnitude e o período do distúrbio (Biggs;
Close, 1989). Como exemplos, podemos destacar a perda ou mudança na quantidade
de biomassa perifítica pelo movimento do substrato (Douglas, 1958; Horner et al.,
1990), pelo tamanho do substrato (Luttenton; Baisden, 2006), pela ação da herbi-
voria (Alvarez; Peckarsky, 2005; Lamberti et al., 1995; Koetsier, 2005) ou durante
um elevado fluxo hidrológico (Biggs, 1990, 1996; Biggs; Goring; Nikora, 1998; Biggs;
Kilroy; Lowe, 1998; Biggs; Smith; Duncan, 1999; Peterson; Stevenson, 1992;
Steneck; Dethier, 1994), sendo que esses mecanismos podem agir em conjunto ou
isoladamente.
Dois atributos adaptativos aumentam a possibilidade de sobrevivência dos indi-
víduos em ambientes perturbados: a habilidade para a resistência ao distúrbio e a
habilidade para a colonização de áreas perturbadas. Quando uma comunidade sofre
distúrbios frequentes, ambos os atributos podem contribuir para a performance
dos indivíduos nestes hábitats (McCormick, 1996).
As características morfológicas e fisiológicas são determinantes para o sucesso
de certos organismos na matriz perifítica, especialmente em relação à competição.
As características morfológicas que aumentam a resistência a distúrbios são opostas
àquelas que aumentam a habilidade competitiva. Por exemplo, formas prostradas
são mais resistentes a distúrbios, e formas mais alongadas podem ser mais competi-
tivas em ambientes com maior biomassa, onde as interações dependentes da densi-
dade são mais intensas (McCormick, 1996).
Como exemplos de atributos que conferem maior ou menor resistência a distúr-
bios (físicos ou biológicos), podem-se citar as adaptações morfológicas relacionadas
ao tipo de aderência ao substrato, atributos que podem e devem ser incorporados
na delimitação de grupos funcionais (Fig. 5.2). Por exemplo, a forte habilidade de
adesão e a baixa estatura tornam-se características adaptativas dominantes em
hábitats onde a perturbação é frequente e intensa, ocasionando muitas vezes a
remoção de organismos perifíticos que não possuem tais características.
Fatores fisiológicos (por exemplo, taxa de crescimento), estratégias na história
de vida do organismo (por exemplo, formas de reprodução), habilidade na competi-
ção (por exemplo, heterotrofia facultativa) e defesa contra herbivoria (por exemplo,
alelopatia) influenciarão a trajetória sucessional dos organismos na matriz perifítica
ABORDAGEM DE GRUPOS FUNCIONAIS NOS ESTUDOS DO PERIFÍTON E DO FITOPLÂNCTON 238
Aprox. 10 µm
Figura 5.2*
Algumas formas de vida (com os respectivos exemplos genéricos) e adaptações
morfológicas quanto ao tipo de aderência ao substrato, comumente encontradas
no perifíton.
A. Formas unicelulares, prostradas (adnatas) (Cocconeis, Rhopalodia). B. Formas unicelulares, prostradas,
inclusas em tubos de mucilagem (Nitzschia). C. Formas filamentosas ramificadas, de hábito heterótrico
(Stigeoclonium). D. Formas filamentosas simples ou ramificadas, fixas por célula basal com apressório ter-
minal de fixação (Bulbochaete, Oedogonium). E. Formas unicelulares, eretas, fixas por pedúnculo de mucilagem
(Cymbella, Gomphonema). F. Formas unicelulares ou coloniais, eretas, com mucilagem de fixação basal em
forma de almofada (Meridion, Synedra). G. Formas unicelulares ou coloniais, eretas, sem estrutura especi-
alizada de fixação basal, podendo ser epífitas sobre outras algas (Chamaesiphon). H. Formas filamentosas
simples, sem estrutura especializada de fixação basal (Heteroleibleinia, Microspora [talos jovens], Ulothrix
[talos jovens], Uronema). Existe uma tendência à diminuição na resistência a distúrbios físicos e/ou biológi-
cos (herbivoria) de A para H. (Composição original seg. ilustrações [redesenhadas] de Rumeau e Coste, 1988
[A, Cocconeis; B, Nitzschia; Ea, Cymbella; Eb, Gomphonema; F, Meridion], Bourrelly, 1990 [C, Stigeoclonium
tenue; D, Bulbochaete pygmaea; G, Chamaesiphon curvatus], Werner, 2002 [H1, Heteroleibleinia kuetzingii],
Franceschini, 1992 [H3, Microspora tumidula], Printz, 1964 [H2, Uronema confervicola, como U.
confervicolum, com zoósporo].)
* Consulte www.artmed.com.br (Área do Professor) para ver esta ilustração em cores.
239
ALGAS
após um evento de distúrbio (Steinman; McIntire, 1990). Os estágios serais desen-
volvem-se a partir de uma matriz orgânica com bactérias, seguida de pequenas
diatomáceas com formas adnatas (ligadas diretamente ao substrato), diatomáceas
coloniais apicalmente aderidas, formas pedunculadas, até a ocorrência de formas
filamentosas, especialmente algas verdes (Biggs, 1996; Peterson, 1996; Tuchman,
1996).
As formas pedunculadas (como, por exemplo, Gomphonema) podem ser mais
facilmente removidas do que as formas horizontais prostradas, adnatas (como Cocconeis
e Achnanthes) (Robinson; Rushforth, 1987). Hábitats epipsâmicos ou epipélicos,
considerados como ambientes mais instáveis sujeitos à destruição frequente, são
caracterizados por comunidades de algas de baixa biomassa, dominadas por formas
prostradas, que podem existir dentro de depressões finas e assim evitar serem remo-
vidas (McCormick, 1996), e por formas móveis, como Navicula, Nitzschia e Surirella.
O atributo mobilidade é utilizado nas análises de integridade de hábitats (Stevenson;
Bahls, 1999), assim como a heterotrofia facultativa, estratégia metabólica que ga-
rante a sobrevivência de organismos em extensos períodos de escuridão (Tuchman,
1996), é utilizada para evitar a competição (McCormick, 1996).
O trabalho pioneiro na tentativa de alocar grupos do perifíton descritos a partir
das estratégias C-S-R de Grime (1979) foi realizado por Biggs, Kilroy e Lowe (1998)
em ambientes lóticos da Nova Zelândia. Os grupos funcionais foram alocados com
base no gradiente de suprimento de recursos (nutrientes inorgânicos e luz) e na
intensidade de distúrbio (velocidade da corrente).
Para avaliar o gradiente de “distúrbio”, foram utilizados os seguintes atributos:
tipo de aderência ao substrato, forma de crescimento, tamanho celular e resistência
ao distúrbio físico. Como características para avaliar o gradiente de “recurso”, foram
usados os atributos: fixação de nitrogênio, máxima taxa de crescimento, coeficiente
de saturação na captura de nutrientes e biomassa máxima. Um resumo dos atributos
que descrevem os grupos C-S-R (sensu Grime, 1979), para a comunidade perifítica,
é descrito a seguir (Acs et al., 2000; Biggs et al., 1998b, c):
•
e estáveis. A maioria tem grande estatura. Possuem adaptações fisiológicas
para utilizar baixas concentrações de nutrientes inorgânicos. Têm habilidade
para fixar o nitrogênio e/ou utilizar moléculas orgânicas como fonte de recurso
(heterotrofia). Possuem baixa palatabilidade para os invertebrados. Como exem-
plos, têm-se Epithemia, Rhopalodia (diatomáceas), Nostoc, Topypothrix, Lyngbya,
Calothrix (cianobactérias), Audouniella, Batrachospermum (algas vermelhas),
Draparnaldia (alga verde).
• Estrategistas C-S: as características do grupo definem-se entre os estrategistas C e
os estrategistas S. Dominam em ambientes mesotróficos e estáveis. Como exem-
plos, mencionam-se Phormidium (cianobactéria), Spirogyra, Mougeotia, Oedogonium,
Stigeoclonium (algas verdes) e algumas diatomáceas.
• Estrategistas R: grupo composto basicamente por diatomáceas. Dominam em am-
bientes moderadamente a muito instáveis, com variável quantidade de nutrien-
tes. Possuem alta resistência a distúrbios físicos, pequeno tamanho, baixa bio-
massa, alta capacidade de resistência à tensão, grande capacidade de aderência
ao substrato, com predomínio de formas adnatas (presas pelo canal da rafe) e
formas com mucilagem tipo almofada basal. Possuem alta taxa de produção de
células reprodutoras (propágulos, esporos, etc.), altas taxas de migração (confe-
rindo grande capacidade para monopolizar rapidamente novos ambientes, sendo
bons colonizadores), coeficiente de saturação de nutrientes mais flexível e altas
taxas de crescimento. Como exemplos, citam-se Gomphonema parvulum, Synedra
ulna, Gomphoneis minuta, Diatoma hiemale, Cocconeis placentula, Achnanthidium
minutissimum (diatomáceas) e Ulothrix zonata (alga verde).
ALGAS
Figura 5.3
Matriz de hábitat definida pelos gradientes de suprimento de recursos e pela
frequência e intensidade de distúrbio.
A alocação de estrategistas C-S-R é apresentada conjuntamente com atributos do perifíton em cada quadrante
da matriz, desde uma comunidade pioneira até uma comunidade mais madura (clímax). (Modificada seg.
Biggs et al., 1998b, c.)
Tabela 5.1
ATRIBUTOS E RESPECTIVOS ESTADOS UTILIZADOS NA DESCRIÇÃO DE ESPÉCIES EPILÍTICAS (SEG.
BURLIGA ET AL., 2004)
ALGAS
Neste trabalho, foram denominadas estrategistas R as seguintes espécies: Cocconeis
placentula, Encyonema minutum, Synedra ulna, Gomphonema parvulum (diatomáceas)
e Homoeothrix (cianobactéria). Nas nascentes, verificaram-se espécies caracte-
risticamente estrategistas S (estresse-tolerantes), típicas de ambientes oligotróficos
(a alga vermelha Batrachospermum e a cianobactéria Lyngbya). E no trecho médio do
rio, ocorreram espécies com amplo espectro de características, denominadas coletiva-
mente estrategistas C-S (competitivas e estresse-tolerantes), como a diatomácea
Navicula cryptocephala e a alga verde Oedogonium.
É consenso, para a maioria dos autores, que a comunidade de algas, quando
examinada através de grupos funcionais, é mais preditiva do que quando analisada
em nível específico. Nesse sentido, a utilização de grupos funcionais torna-se uma
ferramenta promissora na avaliação ambiental. No entanto, os estudos não são
conclusivos, existindo a necessidade da classificação dos organismos de acordo com
as características que lhes conferem maior competitibilidade. No caso da comunida-
de perifítica, mais trabalhos deverão ser realizados para um melhor entendimento
dos ecossistemas aquáticos continentais.
ALGAS
O sistema de classificação foi relacionado à suscetibilidade ao distúrbio, estresse
e utilização de recursos, e definido a partir de vários atributos fisiológicos (como,
por exemplo, eficiência fotossintética), morfológicos (tamanho e forma celular, entre
outros) e ecológicos (estratégias da história de vida) das espécies dominantes.
Dentre os vários atributos utilizados na definição de grupos funcionais, podemos
citar: 1) tamanho celular, 2) biovolume, 3) máxima dimensão linear, 4) mobilidade,
5) eficiência fotossintética, 6) área projetada, 7) máxima taxa de crescimento, 8)
taxa de absorção celular de fósforo, 9) sensibilidade térmica, 10) mínima taxa de
sedimentação, 11) suscetibilidade à herbivoria, 12) atividade metabólica, 13) repro-
dução e 14) perdas por sedimentação.
Atributos como tamanho, por exemplo, são determinantes na atividade fisiológi-
ca do organismo; fixação de nitrogênio (realizada por cianobactérias) garante vantagens
competitivas; demanda por sílica (como ocorre nas diatomáceas) aumenta o peso
específico, conferindo maior taxa de sedimentação; fagotrofia (efetuada por muitas
euglenofíceas) pode ser uma fonte adicional de nutrientes; mobilidade (realizada
por meio de flagelos, movimentos ameboides ou deslizamento, encontrada em mui-
tas algas unicelulares e/ou coloniais) apresenta vantagens na migração; e a forma
pode ter influência positiva ou negativa quando for levada em conta a herbivoria
(Weithoff, 2003). Os atributos forma e tamanho, analisados conjuntamente, são de-
terminantes na razão superfície/volume, a qual influenciará a taxa de duplicação
celular (Reynolds et al., 2001).
Com a incorporação de novos ambientes em seus estudos, a categorização de
grupos funcionais de Reynolds foi sendo modificada e ampliada (ver Padisák;
Reynolds, 1998; Padisák et al., 2003; Reynolds, 1997; Reynolds et al., 2002). Em
sua última versão (Reynolds, 2006), a classificação dos grupos funcionais conta
com 31 categorias (ver Tab. 5.2).
Reconhecimento e nomenclatura
dos grupos funcionais
A relação das características que diferenciam os 31 grupos funcionais característicos
de ambientes de águas continentais é apresentada na Tabela 5.2, a seguir. Os grupos
e seus representantes típicos são alocados pelos atributos tipo de hábitat, tolerância e
sensibilidade a fatores ambientais.
Em seus trabalhos, Reynolds salienta que a elaboração deste sistema de classifi-
cação funcional envolve elementos sensíveis à localização latitudinal dos ambientes,
bem como às características morfométricas e ao estado trófico dos mesmos; além
disso, a categorização dos grupos está ligada às preferências e sensibilidades dos
organismos, e não somente aos registros de ocorrência das espécies, estando aberta
a novas análises (ver Reynolds, 2006; Reynolds et al., 2002).
ABORDAGEM DE GRUPOS FUNCIONAIS NOS ESTUDOS DO PERIFÍTON E DO FITOPLÂNCTON
Tabela 5.2
246
CATEGORIZAÇÃO DOS 31 GRUPOS FUNCIONAIS DO FITOPLÂNCTON QUANTO AO TIPO DE HÁBITAT, TOLERÂNCIA E SENSIBILIDADE AOS FATORES
AMBIENTAIS (MODIFICADA SEG. REYNOLDS, 2006)
D Synedra acus, Nitzschia spp., Águas rasas, enriquecidas, Turbulência Depleção de nutrientes
Stephanodiscus hantzschii turvas, incluindo rios
ALGAS
ABORDAGEM DE GRUPOS FUNCIONAIS NOS ESTUDOS DO PERIFÍTON E DO FITOPLÂNCTON
CATEGORIZAÇÃO DOS 31 GRUPOS FUNCIONAIS DO FITOPLÂNCTON QUANTO AO TIPO DE HÁBITAT, TOLERÂNCIA E SENSIBILIDADE AOS FATORES
AMBIENTAIS (MODIFICADA SEG. REYNOLDS, 2006)
F Clorofíceas coloniais, como Epilímnio claro Deficiência de nutrientes ? deficiência de CO2, alta
Botryococcus, turbidez
Pseudosphaerocystis,
Coenochloris,
Oocystis lacustris
G Eudorina, Volvox Ambientes com estreitas colunas Alta luminosidade Deficiência de nutrientes
d´água, ricos em nutrientes
H2 Anabaena lemmermanni, Lagos mesotróficos maiores Deficiência de nitrogênio Ambientes mesclados, com
Gloeotrichia echinulata pouca luminosidade
LM Ceratium, Microcystis Lagos eutróficos com epilímnio Muito baixa quantidade de Ambientes mesclados, com
de verão carbono, estratificação pouca luminosidade
ALGAS
ABORDAGEM DE GRUPOS FUNCIONAIS NOS ESTUDOS DO PERIFÍTON E DO FITOPLÂNCTON
CATEGORIZAÇÃO DOS 31 GRUPOS FUNCIONAIS DO FITOPLÂNCTON QUANTO AO TIPO DE HÁBITAT, TOLERÂNCIA E SENSIBILIDADE AOS FATORES
AMBIENTAIS (MODIFICADA SEG. REYNOLDS, 2006)
ALGAS
Vários trabalhos independentes foram realizados, muitos deles utilizando méto-
dos estatísticos para validação dos grupos funcionais de acordo com Reynolds e
colaboradores (2002) e Reynolds (2006). Entre esses, encontram-se os estudos de
Kruk e colaboradores (2002), Dokulil & Teubner (2003), Leitão e colaboradores
(2003), Naselli-Flores & Barone (2003), Naselli-Flores e colaboradores (2003),
Padisáck e colaboradores (2003, 2006) e Salmaso & Padisáck (2007).
No Brasil, a abordagem de grupos funcionais tem recebido várias contribuições,
as quais foram iniciadas com as publicações de Huszar e colaboradores. Entre elas,
citamos os trabalhos que tratam de padrões de estratégias em ambientes lênticos,
em ciclos hidrológicos distintos (Huszar & Reynolds, 1997), em ciclos diários (Melo
& Huszar, 2000, Becker et al., 2008), sob variação interanual (Bovo-Scomparin &
Train, 2008), em ambientes eutróficos (Huszar et al., 2000, Marinho & Huszar,
2002, Huszar et al., 2003, Fonseca & Bicudo, 2008), ambientes oligotróficos (Borges
et al., 2008), incluindo estudos experimentais (Santos & Calijuri, 1998), em meso-
cosmos (Crossetti & Bicudo, 2005) e como descritores de ambientes tropicais hú-
micos (Alves-de-Souza et al., 2006).
Quando comparada com a análise das comunidades algais em nível específico,
a abordagem do fitoplâncton por meio dos estudos de grupos funcionais é preditiva,
ao contrário da primeira, sendo esta afirmativa validada pelos inúmeros trabalhos
citados neste capítulo. No entanto, essa abordagem ainda não é conclusiva, e está
aberta a novas contribuições, especialmente no que se refere aos ambientes aquáti-
cos continentais brasileiros.
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Introdução
As consequências da eutrofização das águas em todo o mundo constituem um verda-
deiro problema de saúde pública especialmente nas regiões tropicais que são assola-
das por diversas doenças parasitárias, como a malária. Além disso, os impactos
PAPÉIS DOS NUTRIENTES E DOS PEIXES NA ESTRUTURA DA COMUNIDADE FITOPLANCTÔNICA ... 260
ALGAS
estrutura e no funcionamento das redes
tróficas pelágicas lacustres
de algas consumíveis (< 30-50 µm) e não consumíveis (> 30-50 µm), respostas
PAPÉIS DOS NUTRIENTES E DOS PEIXES NA ESTRUTURA DA COMUNIDADE FITOPLANCTÔNICA ...
ALGAS
as crisofíceas e as criptofíceas aumentam significativamente com o enriquecimento,
enquanto o crescimento log-linear das algas verdes as torna raramente dominantes.
As cianobactérias começam a aparecer, desenvolvendo-se rapidamente. Nos sistemas
eutróficos (> 60 µg PT L-1), as frações de tamanho e os grupos taxonômicos diver-
gem. A comunidade é dominada por grandes algas não consumíveis, como as cia-
nobactérias, que mostram crescimento rápido em resposta aos mais fortes níveis
de PT.
Parece, portanto, que os perfis de tamanho e taxonômicos coincidem perfeita-
mente com a hipótese alternativa da herbivoria e argumentam em seu favor. Os
limnólogos mostraram grande interesse na cadeia de predadores e reconsideraram
o estatuto da rede trófica como uma entidade dinâmica interagindo com os fatores
abióticos do meio. Torna-se cada vez mais evidente que a relação PT-produtividade
nos lagos temperados é resultado de interações muito complexas entre fatores quími-
cos (nutrientes, alcalinidade, etc.), físicos (estratificação termal, luminosidade, etc.)
e biológicos (predação, herbivoria, parasitismo, etc.).
modelos preditivos, ele testou a resposta da biomassa algal à supressão das Daphnia,
seguindo um gradiente de enriquecimento. As predições foram confrontadas com
resultados experimentais obtidos em lagos temperados (22 experimentos, nos quais
PT está entre 10 e 460 µg L-1). Os efeitos do pastejo das Daphnia sobre a composição
do fitoplâncton indicam que esses cladóceros são mais levados a reduzir a abundân-
cia das algas resistentes do que a favorecê-las. Mesmo nos lagos eutróficos, onde
PT é > 30 µg L-1, as Daphnia chegam a controlar as algas resistentes em cinco de
sete casos examinados. As Daphnia são, portanto, capazes de prevenir a proliferação
das algas em resposta ao enriquecimento, enquanto elas não são afetadas por morta-
lidade maciça. É o que parecem confirmar certas experiências de fertilização de
lagos que não mostram nenhum aumento do nível de clorofila, quando um aumento
significativo da biomassa do zooplâncton foi registrado (LeBrasseur; Kennedy, 1972;
Neill, 1988; Parsons et al., 1972).
Por outro lado, Sarnelle (1992) sugere que a relação positiva PT-biomassa algal
é muito mais uma consequência da mortalidade das Daphnia, pela predação dos
peixes que aumenta com o enriquecimento, do que da ineficácia de seu pastejo.
Experiências conduzidas na zona experimental de lagos (E.L.A, Ontario) mostraram
respostas muito fortes da biomassa algal aos aportes em fósforo (Schindler; Fee,
1974). Parecia que a utilização do ácido fosfórico como fertilizante provocou uma
mortalidade maciça dos herbívoros e, em consequência, uma resposta positiva das
algas devido ao enriquecimento (Levitan et al., 1985). Mesmo sem levar em conta
este artefato, a fertilização conduz à rápida mortalidade das Daphnia pela predação.
Isto se explica pelo fato de que, se a fertilização do lago se faz antes ou durante a
estação da desova dos peixes, a sobrevivência das larvas aumenta consideravelmente.
Os adultos de algumas espécies piscívoras são capazes de alterar seu modo alimentar
em direção à zooplanctivoria (disponibilidade dos recursos e menor custo energético)
(Nilssen, 1978; Werner et al., 1983). Isto sugere que as respostas das algas e o
aumento da biomassa fitoplanctônica permanecem em definitivo como resultado
de mecanismos indiretos. Todos esses acontecimentos fazem com que a herbivoria
aumente com o enriquecimento, ao mesmo tempo em que permanece dependente
da estrutura da comunidade piscícola autóctone. Aliás, desde 1961, Hrbácek e cola-
boradores (1962) mostraram que fortes biomassas algais se manifestavam nos cor-
pos d’água onde as grandes Daphnia são eliminadas pelos peixes. A seguir, numerosos
trabalhos indicaram que as alterações das comunidades zooplanctônicas devidas
ao impacto da predação dos zooplanctonófagos repercutem bastante no seio do
fitoplâncton. Assim, o aumento dos peixes planctonófagos acarretaria uma domi-
nância de pequenos herbívoros (rotíferos e pequenos cladóceros) ineficazes no con-
trole dos produtores primários. Ao contrário, a redução dos estoques de zooplanc-
tonófagos nos lagos acarretaria uma diminuição da clorofila. Nesta situação, os
grandes cladóceros dominantes nos lagos temperados são liberados da pressão de
predação e são, portanto, muito mais aptos a regular a biomassa algal (Bertolo,
265
ALGAS
1998; Brooks; Dodson, 1965; Carpenter et al., 1985, 1987; Hrbácek, 1962; Kerfoot,
1987; Lynch; Shapiro, 1981; Meijer et al., 1994; Mills; Forney, 1983; O’Brien;
DeNoyelles, 1974; Power, 1992; Sarnelle, 1993; Shapiro-Wright, 1984; Shapiro et
al., 1975; Sprules, 1972; Threlkeld, 1987, 1988; van Donk et al., 1990; Vanni, 1987a,
b; Wells, 1970). É este efeito top-down (Carpenter et al., 1985) via piscívoros, que se
traduz como o controle eficaz das biomassas algais, que será objeto de interesse
particular na limnologia aplicada para reduzir a turbidez das águas nos lagos
eutrofizados (ver a síntese de Lazzaro e Lacroix, de 1995, sobre o impacto dos peixes
nas comunidades aquáticas).
ALGAS
proliferar no meio. De fato, este modelo se baseia no papel-chave das Daphnia
no controle da produção primária;
• redes tróficas de três níveis: nesses sistemas, os peixes zooplanctonófagos con-
trolam a biomassa zooplanctônica. Algas resistentes aparecem (de grande tama-
nho e/ou dotadas de proteções morfológicas). As contribuições em nutrientes
acarretam, de um lado, a proliferação dessas algas pouco consumíveis e, de
outro lado, o crescimento cada vez mais ineficaz dos peixes planctonófagos
que regulam o zooplâncton;
• redes tróficas de quatro níveis: os efeitos dependem da capacidade de regulação
dos piscívoros em controlar os zooplanctonófagos, a fim de favorecer, no meio,
as grandes Daphnia eficazes em regular a biomassa algal. O enriquecimento
será ao mesmo tempo proveitoso aos piscívoros e ao zooplâncton que chega a
regular a biomassa algal crescente. Este modelo, que coloca claramente em
evidência o papel-chave das grandes Daphnia no controle da biomassa algal, foi
confirmado em uma ampla gama de lagos (Mazumder, 1994a, b, c).
Outros modelos privilegiam o papel dos recursos, quaisquer que sejam a estrutu-
ra e o tamanho das redes tróficas. O exemplo do modelo ratio-dependence proposto
por Arditi & Ginzburg (1989) prediz que o aumento da produtividade dos sistemas
induz ao aumento proporcional das densidades de todos os níveis tróficos (ver
Carpenter, 1988, Lacroix et al., 1996; Pinel-Alloul et al., 1998).
Shapiro e colaboradores (1975) foram os primeiros a propor a técnica de bio-
manipulação como uma solução alternativa ao problema da eutrofização dos lagos.
Ela implica a manipulação da estrutura das redes tróficas aquáticas para melhorar
a qualidade das águas (Gophen, 1990). Uma das abordagens dessa técnica consiste
em reduzir o estoque dos peixes zooplanctonófagos (pela pesca ou pela introdução
de piscívoros), com o objetivo de aumentar a pressão de pastejo dos grandes herbí-
voros sobre o fitoplâncton (Shapiro; Wright, 1984).
Com efeito, os zooplanctonófagos são muito seletivos no nível do tamanho de
suas presas (Hurlbert; Mulla, 1981; McQueen et al., 1986; O’Brien, 1979). Esses
peixes eliminam o grande zooplâncton e favorecem assim, no meio, pequenos herbí-
voros ineficazes. Esta alteração da natureza do pastejo conduz à proliferação de
algas resistentes, a qual pode constituir importantes prejuízos. A redução desses
zooplanctonófagos aliviará a pressão de predação sobre o grande zooplâncton que,
por conseguinte, regulará a biomassa algal. Assim biomanipulados, sistemas eutro-
fizados evoluiriam em direção ao estado oligotrófico (Persson et al., 1988). Este
efeito top-down dos predadores (Carpenter et al., 1985) foi objeto de numerosos
estudos experimentais (Andersson et al., 1978; Lynch; Shapiro, 1981; McQueen et
al., 1986; Shapiro et al., 1975).
É importante assinalar que o zooplâncton pode, em determinadas condições,
regular a biomassa fitoplanctônica, mesmo em presença de peixes zooplanctonófa-
PAPÉIS DOS NUTRIENTES E DOS PEIXES NA ESTRUTURA DA COMUNIDADE FITOPLANCTÔNICA ... 268
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C A P Í T U L O 7
RESPOSTAS MORFOLÓGICAS
DAS ALGAS À PREDAÇÃO
SAHIMA HAMLAOUI RÉZIG
Introdução
Os organismos aquáticos evoluem em um ambiente em perpétua mudança. Tempe-
ratura, luz, nutrientes e outros fatores influenciam ainda mais seu crescimento,
cujo sucesso depende de suas capacidades adaptativas às variações do meio. Além
disso, a presença de predadores, parasitas ou outros agentes patogênicos é igualmen-
te suscetível de influenciar o crescimento e a morfologia dos organismos, assim
como a composição específica das comunidades naturais. West-Eberhard (1989)
define a plasticidade fenotípica como a capacidade de um só genótipo produzir
RESPOSTAS MORFOLÓGICAS DAS ALGAS À PREDAÇÃO 276
ALGAS
xes e espinhoso quando isoladas e cultivadas em laboratório (van Donk; Lürling;
Lampert, 1999), o que implica a existência, no meio natural, de um fator que desen-
cadeia, por exemplo, a formação das colônias. Notoriamente conhecido por sua
flexibilidade fenotípica, o gênero Desmodesmus encontra-se no estado unicelular ou
colonial (duas, quatro, oito ou 16 células). As variabilidades podem igualmente se
referir ao tamanho e ao número de espinhos (ver Trainor, 1998). Sem dúvida, não
é por acaso que os primeiros estudos sobre as respostas morfológicas das algas
contra a herbivoria foram consagrados principalmente a este gênero.
Em 1993, um mecanismo novo foi descoberto por Hessen e van Donk, que,
pela primeira vez, propuseram a existência de um fator químico indutor da formação
de cenóbios na espécie com espinhos Desmodesmus subspicatus. Segundo esses autores,
um “kairomone” seria produzido e liberado no meio pelas Daphnia durante o pastejo.
As algas poderiam perceber este sinal que induziria a formação de colônias e de
espinhos rígidos, podendo ser interpretado como uma defesa morfológica anti-
predador. Este tipo de mudança fenotípica induzida nas presas pelos predadores,
frequentemente referida para as populações zooplanctônicas, é praticamente desco-
nhecido no fitoplâncton. Tal descoberta desencadeou uma série de estudos experi-
mentais com o objetivo testar a veracidade do fenômeno em outras espécies de
Desmodesmus e de Scenedesmus. Lampert; Rothhaupt; von Elert (1994) reproduziram
a experiência de Hessen e van Donk (1993) utilizando, desta vez, uma espécie sem
espinhos, Scenedesmus acutus, e confirmaram a resposta positiva da formação das
colônias dando pela primeira vez indicações sobre o “kairomone”. A substância seria
uma pequena molécula orgânica (< 500 Da), não volátil, resistente ao pH (1-12) e
ao tratamento com pronase-E (enzima que reage com os peptídeos). Este “kairomo-
ne” não seria proveniente das algas, mas seria antes um produto da degradação
digestiva das Daphnia. Por outro lado, esses cladóceros liberam quantidades impor-
tantes de AMPc (monofosfatocíclico de adenosina), produto da degradação digestiva
das algas (Francko; Wetzel, 1982). Foi demonstrado que a associação de AMP às
suspensões de filamentos isolados de Arthrospira platensis estimulava a formação de
importantes estratos algais (Ohmori; Hirose; Ohmori, 1992). Contrariamente às
Arthrospira, nenhuma formação de estratos algais foi observada em Aphanizomenon
flos-aquae e Planktothrix agardhii, nem de colônias em Scenedesmus acutus, após sua
exposição ao AMP. Foi sugerido que as bactérias presentes no tubo digestivo das
Daphnia poderiam estar implicadas nesse fenômeno (ver Lürling; van Donk, 1996,
1997, 2000; van Donk; Lürling; Lampert, 1999). Outros resultados obtidos por esses
autores indicam que exposições de Daphnia a fortes antibióticos, como a carbenicilina
(grupo das carboxipenicilinas) ou a cefotaxima (grupo das cefalosporinas de 3a
geração), bloqueiam a capacidade desses cladóceros de produzir a substância em
questão.
Dentre as espécies algais que apresentam variabilidades morfológicas notáveis,
o caso de Ceratium hirundinella parece muito interessante. Com efeito, poucos organis-
RESPOSTAS MORFOLÓGICAS DAS ALGAS À PREDAÇÃO 278
mos atraíram a atenção dos ficólogos desde o início do século passado como este
dinoflagelado (Daily, 1960; Huber; Nipkow, 1922; Huber-Pestalozzi, 1950;
Hutchinson, 1967; Komarovsky, 1959; Pearsall, 1929; Wesenberg-Lund, 1908). O
tamanho da célula, o comprimento dos cornos, o seu número, o seu grau de divergên-
cia ou ainda a ornamentação da parede celular são os principais caracteres implica-
dos nessas variabilidades. Historicamente, essas variações morfológicas foram todas
atribuídas a fatores abióticos, especialmente à temperatura. O significado ecológico
dessas mudanças de formas foi considerado como sendo o que intervêm em mecanis-
mos para frear os movimentos rotatórios da alga ou ainda reduzir sua velocidade
de sedimentação. Recentemente foi demonstrado in vitro, em uma espécie marinha,
Ceratocorys horrida, que a variação do comprimento e do número de cornos está
diretamente ligada às condições hidrodinâmicas do meio ambiente (Zirbel; Veron;
Late, 2000). Por outro lado, Ceratium pode igualmente se apresentar sob a forma de
células de repouso graças ao encistamento, fenômeno análogo a uma diapausa. A
germinação dos cistos pode ocorrer dentro de seis a sete anos após seu depósito nos
sedimentos no fundo dos lagos (Huber; Nipkow, 1923). Essa capacidade adaptativa
permitiu aos dinoflagelados persistirem desde a época do Jurássico (Tappan;
Loeblich, 1971). Essa etapa do ciclo de vida da alga foi sempre considerada como
uma estratégia de sobrevivência quando as condições ambientais são desfavoráveis
(Pollingher, 1991). Mais tarde, foi demonstrado in vitro que a taxa de germinação
de cistos de Peridinium aciculiferum era fraca em presença de exsudatos de zooplânc-
ton (Rengefors; Karlsson; Hansson, 1998) e que as taxas de renovação de populações
de Peridinium wisconsinense e de P. pusillum são muito fracas nos lagos com forte
pressão de pastejo (Hansson, 1996a, b). Por outro lado, Burkholder e Glasgow (1995)
indicam que o desencistamento de Pfiesteria piscicida poderia ser induzido pelos sinais
químicos emitidos pelos peixes, o que leva a supor que esses estados de repouso
são igualmente sensíveis à presença de herbívoros.
O estado de conhecimentos nesse domínio incitou Hamlaoui e colaboradores
(1998) a aprofundarem o determinismo do polimorfismo em Ceratium hirundinella
e a considerarem a hipótese alternativa da predação, uma vez que esta espécie
parece ser um excelente modelo devido à sua formidável plasticidade fenotípica.
Por essa razão, pareceu interessante pesquisar se esta variabilidade morfológica
poderia estar ligada à presença de seus predadores potenciais. Uma vez que a variação
no número de cornos posteriores em C. hirundinella não havia jamais sido abordada
sob o aspecto de indução pelos predadores, as experiências em mesocosmos permi-
tiram estudar essa possibilidade em uma abordagem seminatural, levando em conta,
simultaneamente, gradientes de nutrientes e de predação. Uma pesquisa experi-
mental in vitro consagrada a C. hirundinella mostrou que o encistamento parece ser
uma adaptação mais ligada à temperatura que à presença de herbívoros (Rengefors;
Karlsson; Hansson, 1998). Um estudo experimental, ainda não publicado, relativo
às variações morfológicas em Desmodesmus communis também foi realizado pelo
279
ALGAS
presente autor e seus colaboradores. Outro trabalho realizado com essa mesma
espécie mostra que nenhuma indução de formação de colônias por Daphnia magna
foi observada (Lürling; Beekman, 1999).
Um resumo dos principais resultados obtidos por Hamlaoui e colaboradores
(1998) e por Hamlaoui e colaboradores (ainda não publicado) é apresentado a seguir.
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C A P Í T U L O 8
CONSIDERAÇÕES FINAIS
IARA MARIA FRANCESCHINI
Resta-nos encerrar este livro tentando responder à seguinte questão: afinal, o que
são “algas”?
As algas constituem um conjunto muito heterogêneo de organismos, distribuí-
dos em grupos taxonômicos distintos, às vezes sem laços de parentesco entre si.
CONSIDERAÇÕES FINAIS 286
ALGAS
consequência, as células que possuíam metabolismo aeróbio, favorecidas pela oxida-
ção da atmosfera terrestre, passaram a ser os organismos dominantes da comunida-
de. Evidências moleculares e registros fósseis sugerem que as primeiras células
eucarióticas tenham surgido há cerca de 2 Ga (Graham; Wilcox, 2000). Por meio
do processo de endossimbiose primária, bactérias α-púrpuras foram incorporadas
em células hospedeiras (já possuidoras de um sistema interno de membranas) e
evoluíram em mitocôndrias. Os primeiros eucariontes, graças à endossimbiose es-
tabelecida com uma bactéria α-púrpura (mitocôndria), puderam sobreviver à modi-
ficação da atmosfera. De modo similar, cianobactérias foram incorporadas e integra-
das às células hospedeiras e evoluíram em plastídios: os cloroplastos das glaucofitas,
as algas vermelhas e as algas verdes são originados das cianobactérias e resultam
de um único evento de endossimbiose primária (Reviers, 2002, 2003, 2006). Algumas
dessas primeiras células eucarióticas foram os ancestrais das algas eucarióticas
atuais. Calcula-se que a divergência das algas verdes e vermelhas tenha se dado há
cerca de 1,5 Ga e que o evento de endossimbiose secundária com uma alga vermelha
que deu origem ao plastídio das Cryptophyta, Haptophyta e algas heterocontes
(castanho-douradas) tenha ocorrido há cerca de 1,3 Ga. O aparecimento de organis-
mos eucarióticos fotossintéticos (algas e plantas) alterou drasticamente o ecossis-
tema terrestre, tornando possível a vida de todos os vertebrados sobre a Terra, in-
cluindo os seres humanos (Yoon et al., 2004).
Sintetizando, uma vez surgida, a vida na Terra evoluiu e diversificou-se. A partir
de um ancestral comum, dotado das propriedades básicas de todas as células, os
organismos derivaram em ordem, cronologia e modo que não estão, ainda, comple-
tamente esclarecidos. Há igualmente muitas hipóteses antagonistas sobre a evolução
das células eucarióticas. Felizmente, registros fósseis e a informação genômica têm
auxiliado na reconstrução de um melhor quadro da evolução da vida em tempos
remotos, tendo-se chegado já a algumas certezas: os eucariontes modernos evoluí-
ram a partir de uma bactéria, desde que sua mitocôndria tenha derivado de um
endossimbionte bacteriano antigo. Uma vez que procariontes e eucariontes unice-
lulares passaram a colonizar os ecossistemas terrestres por milhões de anos, os
primeiros animais pluricelulares apareceram e divergiram, inaugurando, assim, o
Cambriano (544 Ma) (López-Garcia et al., 2006).
Ao longo de sua evolução, as algas tornaram-se um grupo muito diversificado
de organismos fotossintéticos e, até hoje, são os principais produtores de oxigênio
e de matéria orgânica nos oceanos e nas águas continentais (Sze, 1993). Elas também
exercem um importante papel ecológico em ambientes terrestres e subaéreos. Cres-
cem em qualquer meio onde ocorram simultaneamente água ou umidade, ar, luz e
sais minerais; ou seja, elas vivem em uma grande diversidade de hábitats, como
mares, lagos, reservatórios, rios, açudes, turfeiras, rochas úmidas, solos e troncos
de árvores (Bourrelly, 1990), para citar alguns ambientes. As microalgas compreen-
dem um conjunto muito diversificado de organismos microscópicos que crescem
CONSIDERAÇÕES FINAIS 288
ALGAS
mários que contêm clorofila a e pigmentos acessórios (ficobiliproteínas, β-carote-
no e outros carotenoides), exceto seus representantes parasitas; o envoltório plas-
tidial é composto de duas membranas, sem uma camada adicional de retículo en-
doplasmático. A substância de reserva é constituída de grãos citoplasmáticos de
amido (amido das florídeas ou rodamilo). Nunca ocorrem células flageladas, mesmo
os gametas masculinos (espermácias) são destituídos de flagelos. As paredes celula-
res são em geral constituídas de celulose e de poligalactanos sulfatados, às vezes
impregnadas de carbonato de cálcio. Na grande maioria das espécies, ocorre uma
abertura parietal particular que faz a conexão entre células vizinhas: a sinapse. A
reprodução sexuada e a alternância de gerações são comuns. O ciclo de vida trifásico
caracteriza a maioria das espécies e é típico desta divisão. Raramente são unicelu-
lares, sendo quase sempre filamentosas, de organização às vezes complexa. O grupo
compreende cerca de 700 gêneros e de 4.000 a 6.000 espécies, predominantemente
marinhas e que preferem águas tropicais. As algas vermelhas calcificadas da ordem
Corallinales são amplamente distribuídas e ecologicamente importantes nos trópi-
cos, pois contribuem para a formação dos recifes de corais.
ALGAS
com pseudópodes filamentosos ou monadais. São descritos cinco gêneros e nove
espécies, que ocorrem em águas marinhas temperadas e tropicais. A maioria das
espécies é bentônica, podendo ocorrer organismos flagelados planctônicos.
Divisão Haptophyta (ou Prymnesiophyta). Cada cloroplasto está envolto por duas mem-
branas de retículo endoplasmático, a mais externa sendo contínua com a membra-
na externa do envoltório nuclear. Os cloroplastos contêm clorofila a e pigmentos
acessórios e fotoprotetores, como clorofila c, β-caroteno e outros carotenoides (dos
quais a fucoxantina é um dos mais importantes), conferindo coloração dourada ou
castanho-amarelada às células; nunca ocorre clorofila b. A principal substância de
reserva é a crisolaminarina. Muitas espécies são cobertas por escamas orgânicas
acrescidas, em muitos casos, de escamas calcificadas, denominadas cocolitos. A
reprodução sexuada e o ciclo de vida com alternância de gerações heteromórfica
são conhecidos em algumas espécies. As Haptophyta compreendem organismos
unicelulares flagelados (monadais), que podem passar por uma fase não flagelada,
unicelular ou colonial. Algumas espécies possuem ciclos de vida complexos e apre-
sentam fases ameboides, cocoides, palmeloides ou filamentosas. As formas mona-
dais possuem, na região apical ou subapical, dois flagelos e um apêndice fino, o
haptonema, situado entre os flagelos. São conhecidos cerca de 80 gêneros e 300
espécies, as quais são predominantemente marinhas e planctônicas. Podem ser
encontradas em águas salobras; poucas espécies ocorrem em água doce.
ALGAS
as diatomáceas, ocorrem tanto na água doce como salgada. São componentes do
fitoplâncton, do perifíton e de bentos de diversos ambientes dulciaquícolas, salobros
e marinhos. As algas pardas do gênero Macrocystis são as maiores algas conhecidas,
com talos gigantes que podem atingir até 60 metros ou mais de comprimento (são
os denominados giant kelps, para os anglófonos).
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GLOSSÁRIO
Abiótico. Diz-se dos fatores ecológicos não referentes aos seres vivos; são os fatores físicos e quími-
cos do meio ambiente.
Acineto. Esporo de resistência, originado da diferenciação de uma célula vegetativa, repleto de
substâncias de reserva e de parede espessada. É responsável pela reprodução de muitas cianobactérias.
Presente também em algumas algas verdes (Zygnematophyceae, por exemplo).
Actina. Proteína que, na forma de polímero, constitui os filamentos que compõem o citoesqueleto.
Está presente também nos músculos.
Adelfoparasita. Organismo parasita estreitamente aparentado ao seu hospedeiro, podendo perten-
cer à mesma família e até ao mesmo gênero. Opõe-se a aloparasita.
Aeróbio. Diz-se de um organismo que só pode viver em um meio que contém oxigênio e que utiliza
o oxigênio como doador de elétrons nos processos respiratórios. Opõe-se a anaeróbio.
Aerótopo. Nas cianobactérias, agregado de vesículas gasosas que permite controlar sua flutuação.
O mesmo que pseudovacúolo gasoso.
Ágar. Polímero linear, formado de D e L-galactose, extraído de certas algas vermelhas e comercializado
por suas propriedades geleificantes. Sin.: ágar-ágar, gelose.
Ágar-ágar. Ver ágar.
Alça microbiana. Comunidades formadas por vírus, bactérias heterótrofas, nanoflagelados incolo-
res, nanoflagelados pigmentados, organismos pico e nanoplanctônicos e protozoários que exercem
importante papel ecológico na mineralização e na produção de matéria orgânica na base das cadei-
as tróficas lacustres e marinhas.
Algas. Organismos de natureza heterogênea, cujo aparelho vegetativo é um talo. O aparelho
reprodutor compreende esporocistos e gametocistos, onde se originam, respectivamente, esporos e
gametas. A maioria das algas é fotossintética; outras não realizam fotossíntese, mas são estreita-
mente aparentadas às primeiras. Necessitam de água ou certo teor de umidade para completar seu
ciclo de vida. Podem ser macro ou microscópicas, uni ou pluricelulares, marinhas, dulciaquícolas
ou mesmo subaéreas, de vida livre, fixas ou apenas aderidas a um substrato. Não constituem um
grupo taxonômico, mas, por conveniência, são muitas vezes tratadas em conjunto.
Alginato. Sal de ácido algínico que constitui, com os fucanos, a mucilagem das algas pardas. Os
alginatos são utilizados por várias indústrias, em especial por suas propriedades como espessantes,
geleificantes e emulsificantes.
Aloficocianina. Pigmento acessório azul-turquesa pertencente às ficobiliproteínas, presente nas
cianobactérias, glaucofitas, algas vermelhas e criptofitas.
296
Apressório. Estrutura terminal de fixação, presente na(s) célula(s) basal(is) de certas algas (por
ALGAS
exemplo, representantes das Oedogoniales), podendo ter a forma de dedos, ganchos, etc.
Armadura. Conjunto de placas celulósicas que recobrem as células das Dinophyta e que estão con-
tidas no seu anfiesma. Sin.: couraça.
Arquegônio. Gametângio feminino das Embryophyta.
Articulado. Diz-se do talo de algumas algas distintamente demarcado por segmentos, como, por
exemplo, os talos com nós e entrenós das Charophyceae.
Assinatura molecular ou assinatura genética. Sequência de DNA característica de um táxon, que
permite sua identificação. Esta sequência pode ser característica de um grupo taxonômico mais ou
menos vasto (Chlorophyta ou Prasinophyceae, por exemplo) ou de uma espécie.
Atração de braços longos. Em filogenia molecular, artefato de reconstrução que provoca o
reagrupamento dos táxons que evoluem mais rapidamente, sem refletir de modo algum seu verda-
deiro laço de parentesco. Este fenômeno está ligado ao acúmulo de substituições convergentes que
são interpretadas como sinapomorfias.
Autapomorfia. Ver caráter derivado próprio.
Autocolônia. Ver autosporulação.
Autosporulação. Processo de reprodução assexuada em que cada célula-filha formada, destituída
de flagelo(s), se envolve de uma parede própria e adquire a forma da célula-mãe; originam-se,
assim, autósporos, que serão liberados pela ruptura ou geleificação da parede materna. De forma
comparável, as algas cenobiais reproduzem-se assexuadamente formando cenóbios jovens, seme-
lhantes ao cenóbio parental, denominados autocolônias.
Autósporo. Ver autosporulação.
Autótrofo. Diz-se do organismo capaz de realizar a síntese de seus compostos orgânicos a partir de
elementos minerais obtidos do meio e de uma fonte de energia exterior, seja a energia luminosa
(organismo fotoautótrofo ou fotossintético), sejam reações químicas exotérmicas (organismo
quimioautótrofo ou quimiossintético), ou ambas (organismo quimiofotoautótrofo ou
quimiofotossintético).
Auxotrofia. Modo trófico que caracteriza organismos autótrofos para a maioria das substâncias,
mas que não podem sintetizar certas moléculas indispensáveis (por exemplo, vitaminas), sendo
heterótrofos para esses compostos.
Axial, cloroplasto. Diz-se do cloroplasto que ocupa posição central na célula.
Axonema. Parte principal, cilíndrica e alongada, dos flagelos eucarióticos, recoberta pela mem-
brana plasmática e constituída de nove pares de microtúbulos que envolvem um décimo par, cen-
tral; em certas diatomáceas da ordem Centrales, o flagelo único dos espermatozoides é desprovido
do par de microtúbulos centrais.
Bacterioclorofila. Pigmento fotossintético das eubactérias fotoautótrofas, mas ausente nas
cianobactérias.
Baeócito. Em certas cianobactérias, cada uma das células que resultam da divisão múltipla do
conteúdo da célula-mãe, permanecendo contidas na parede materna até sua ruptura e liberação
para o meio. Denominado endósporo, por autores mais antigos.
Bainha gelatinosa. Ver bainha mucilaginosa.
298
pelas células, que envolve o tricoma. O mesmo que bainha gelatinosa. Pode ser homogênea ou
lamelada (= estratificada). Ver mucilagem.
Bentônico. Diz-se dos organismos aquáticos que vivem no fundo ou associados a algum tipo de
substrato marinho ou de água doce.
Bentos. Conjunto dos organismos aquáticos que vivem em estreita relação com o substrato ou o
fundo de ambientes marinhos e de água doce. Na água doce, difere do perifíton por conter
macroalgas, como, por exemplo, representantes das Charophyceae (ver perifíton).
Biocenose. Comunidade natural de seres vivos reunidos pela condição favorável existente dos fa-
tores do meio. Este agrupamento é caracterizado por uma determinada composição de espécies
interdependentes e interatuantes que ocupam um espaço denominado biótopo. Ver comunidade.
Bioindicador. Táxon (em geral espécie), população ou associação de táxons cuja presença ou au-
sência é significativa de uma condição do meio. Sin.: indicador biológico.
Bioluminescência. Emissão de luz efetuada por um ser vivo.
Biomassa. Massa de material vivo por unidade de área ou volume, isto é, o peso de todos os orga-
nismos vivos de uma comunidade biológica em um dado momento. Expressa em unidade de peso
seco por unidade de área ou volume. Ver biovolume.
Biótico. Diz-se dos componentes vivos de um ecossistema.
Biótopo. Conjunto dos fatores ecológicos abióticos e bióticos que caracterizam o espaço onde vive
uma determinada biocenose.
Biovolume. Volume dos organismos fitoplanctônicos presentes por unidade de volume de água.
Uma vez que a densidade das algas planctônicas se aproxima de 1, considera-se que 109 µ3 = 1 mg.
Ver biomassa.
Bissexuado. Ver monoico.
Bloom. Palavra de língua inglesa utilizada para designar uma proliferação exponencial de algas no
meio aquático, em um curto intervalo de tempo. O mesmo que floração, em português.
Bottom-up e top-down, forças. Expressões inglesas utilizadas para expressar as forças ou os meca-
nismos que agem simultaneamente no funcionamento, no controle e na regulação dos ecossistemas,
onde bottom-up (força ascendente) indica a ação dos nutrientes, e top-down (força descendente) a
herbivoria e a predação.
Brácteas. Nas Charophyceae, apêndices unicelulares produzidos pelas células periféricas dos nós
dos râmulos, formando verticilos em torno deles. São encontradas tanto nos nós estéreis quanto
nos férteis. Podem apresentar-se sob a forma de pequenas papilas ou de células bastante longas.
Bractéolas. Nas Charophyceae, apêndices unicelulares espiniformes, produzidos pelas células pe-
riféricas dos nós dos râmulos, semelhantes às brácteas, que se desenvolvem aos pares, abaixo das
núculas.
Bracteletas. Nas Charophyceae, apêndices unicelulares espiniformes, produzidos pelas células pe-
riféricas dos nós dos râmulos, que, nas plantas dioicas, femininas, substituem os glóbulos.
Cadeia alimentar. Ver cadeia trófica.
Cadeia trófica. Sequência de transferência de energia, de organismo para organismo, em forma de
alimentação, ou seja, sucessão de organismos vivos em que cada um se alimenta à custa do prece-
299
ALGAS
dente. Uma vez que a maioria das espécies de um mesmo ecossistema consome mais de um tipo de
organismo, as cadeias alimentares se entrelaçam, se ramificam, formando uma rede trófica. O
mesmo que cadeia alimentar.
Caliptra. Em determinadas cianobactérias filamentosas, espessamento da parede da célula termi-
nal do tricoma.
Capitado. Diz-se de um órgão ou de uma estrutura que tem a forma de uma pequena cabeça.
Caráter derivado próprio. O caráter de um táxon, herdado de um de seus ancestrais, que aparece
em um estado diferente do estado ancestral (plesiomórfico), é denominado “derivado” ou
apomórfico; se esse caráter derivado (ou apomorfia) existe apenas nesse táxon (uma espécie ou
um táxon terminal) e não ocorre em nenhum dos outros descendentes desse ancestral, ele é um
caráter derivado próprio (ou autapomorfia; do grego autós, de si mesmo). Se todos os táxons de um
grupo possuem a mesma apomorfia, fala-se de sinapomorfia (do grego sýn, reunião), e o grupo é,
então, caracterizado por essa apomorfia, mesmo se for verificado que certos membros desse grupo
a tenham perdido secundariamente.
Carboxissomo. Nas cianobactérias, estrutura poligonal que contém as enzimas ribulose 1,5-bifosfato
carboxilase/oxigenase (rubisco) e anidrase carbônica. O mesmo que corpo poliédrico.
Caroteno. Pigmento acessório de cor vermelha ou alaranjada, composto de carbono e hidrogênio.
Carotenoide. Pigmento acessório de cor vermelha ou alaranjada, próximo dos carotenos.
Carragenana. Família de geleificantes ou espessantes extraídos de algumas algas vermelhas e uti-
lizados industrialmente, sobretudo na fabricação de produtos lácteos; também denominada
carragenina.
Cauloide. Nas Charophyceae, eixo principal, de crescimento indefinido, articulado em nós e entrenós
lembrando um caule.
Células internodais. Nas Charophyceae, as células longas, plurinucleadas, que formam os entrenós
(uma única célula, em Nitella; uma célula axial recoberta por células corticais, em Chara).
Células nodais. Nas Charophyceae, as células curtas, uninucleadas, que formam os nós (uma célu-
la central envolta por células pericentrais).
Celulose. Polímero cristalino da glicose, que constitui o principal composto da parede de numero-
sos organismos.
Cenóbio. Colônia em que o número de células é fixo, igual ao da colônia-mãe na qual se formou.
Cenócito. Estrutura vegetativa de um organismo caracterizada por apresentar uma fina camada de
citoplasma parietal plurinucleada, envolvendo um grande vacúolo central, sem paredes transver-
sais, como presente nas algas verdes Caulerpa e Bryopsis, por exemplo.
Centríolo. Organela cilíndrica composta de nove grupos de três microtúbulos, onde cada tripleto
está inclinado. Quando um centríolo é um dos componentes de um flagelo eucariótico, denomina-
se corpúsculo basal ou cinetossomo.
Cerda. Pelo longo e rígido.
Cespitoso. Nas algas, diz-se de um talo em que vários eixos principais são oriundos da mesma base.
Cianela. Plastídio de cor verde-azulada de algumas algas, como as Glaucophyta, que possui carac-
terísticas de uma cianobactéria endossimbiótica.
300
Cianoficina, grânulos de. Nas cianobactérias, polímeros dos aminoácidos arginina e asparagina,
GLOSSÁRIO
ALGAS
o clímax representa uma associação vegetal estável. Tipo de vegetação que corresponde a um esta-
do de equilíbrio estável entre os diferentes elementos do complexo “clima-solo-flora-fauna”, como
resultado de uma evolução dinâmica em um dado tempo e espaço.
Clorofila. Pigmento verde existente nos cloroplastos de todos os organismos autótrofos, com papel
decisivo na fotossíntese (absorção da energia luminosa). Existem várias clorofilas (a, b, c...), cada
uma com absorbância específica no espectro da radiação. As diferentes classes algais têm clorofilas
específicas, geralmente ocorrendo mais de uma por grupo.
Cloroplasto. Plastídio verde cujo pigmento dominante é a clorofila, que lhe confere esta cor. É a
sede da fotossíntese.
Cocoide. Diz-se de um organismo unicelular imóvel.
Cocolitos. Pequenas escamas calcárias que recobrem o corpo celular de algumas Haptophyta.
Colônia. Reunião, por diversos meios (em uma mucilagem comum, palmeloide, dendroide, etc.),
de organismos unicelulares, flagelados ou não, geralmente característica de um táxon (por exem-
plo, gênero, espécie ou um táxon infraespecífico).
Coloração de Gram. Técnica de dupla coloração com violeta de genciana e fucsina fenicada, retida
pela parte externa de algumas bactérias, ditas gram-positivas, e não retida por outras, ditas gram-
negativas.
Compartimento periplastidial. Compartimento localizado entre os dois pares de quatro membranas
que envolvem os plastídios das Cryptophyta e das Chlorarachniophyceae. Corresponderia ao
citoplasma da alga eucariótica (uma alga vermelha nas Cryptophyta e uma alga verde nas
Chlorarachniophyceae) da qual teria derivado, por endossimbiose secundária, o plastídio de cada
um desses grupos.
Comunidade. Conjunto dos indivíduos pertencentes a várias espécies (conjunto de populações),
que coexistem em uma determinada área, em um dado momento, também denominado biocenose
(ver este termo).
Conjugação. Tipo de reprodução sexuada típico das Zygnematophyceae e diatomáceas, onde ocor-
re a fusão de dois gametas ameboides, não flagelados. Nas Zygnematophyceae, a conjugação é
denominada escalariforme quando ocorre união entre dois filamentos distintos, dispostos lado a
lado, e lateral quando ocorre união entre células vizinhas do mesmo filamento.
Convergente. Diz-se de caracteres semelhantes surgidos independentemente ao longo da evolu-
ção; por exemplo, as asas apareceram independentemente nos pássaros e nos morcegos, sendo
caracteres análogos e não homólogos. Na convergência, os caracteres surgidos independentemen-
te originam-se de estados ancestrais diferentes, enquanto, na evolução paralela, provêm de um
estado ancestral idêntico.
Cormo. Aparelho vegetativo constituído de raiz, caule e folhas, apresentado pelas pteridófitas,
gimnospermas e angiospermas.
Coroa de divergência. Expressão utilizada para indicar que a maioria das linhagens eucarióticas
divergiu quase ao mesmo tempo, formando, quando representada, uma coroa de onde partiriam
raios, cada um significando uma linhagem. Em inglês, crown group radiation.
Corônula. Conjunto de cinco ou 10 células apicais da núcula das Charophyceae.
Corpo poliédrico. Ver carboxissomo.
Corpúsculo basal. Ver centríolo.
302
certos organismos (por exemplo, em ciliados, algumas algas verdes [Bryopsidales, Charales, etc.]).
Ver ciclose.
Córtex. Camada externa de um órgão ou de uma estrutura anatômica, como, por exemplo, as
células corticais que recobrem o eixo principal, o ramo e os râmulos da maioria das espécies de
Chara (Charophyceae).
Cosmopolita. Diz-se de um táxon amplamente distribuído, que habita praticamente todas as regiões
do globo, por apresentar ampla tolerância às variações dos fatores do meio.
Couraça. Ver armadura.
Crisolaminarina. Substância de reserva polissacarídica, hidrossolúvel, vacuolar, composta de molé-
culas de glicose β-1,3 mais ou menos ramificadas em β-1,6. Presente nas Haptophyta e em muitas
Ochrophyta (diatomáceas, crisofíceas e xantofíceas). Inicialmente denominada leucosina.
Cromatina. Complexo constituído pelo DNA e pelas proteínas cromossômicas (histonas e outras).
Cromatóforo. Ver cromoplasto.
Cromóforo. Parte de uma molécula que é responsável por sua cor.
Cromoplasto. Plastídio pigmentado. Sin.: cromatóforo.
Cromossomo. Elemento que contém a informação genética de uma célula. Os cromossomos dos
eucariontes têm forma determinada e número haploide constante para cada espécie.
Cutícula. Camada externa, em geral resistente e impermeável, que recobre a parede dos vegetais.
Nas algas, este termo, às vezes, é utilizado para designar a camada mais externa da parede. Nas
Cryptophyta, ver periplasto; nas Euglenophyceae, ver película.
DAPI. Abreviação do inglês 4',6-diamidino-2-phenylindole (4’,6-diamidino-2-fenilindol-diidrocloreto).
Molécula fluorescente (fluorocromo) capaz de se ligar fortemente à molécula de DNA, o que per-
mite detectar e quantificar o DNA graças a um microscópio de fluorescência.
DBO ou demanda bioquímica de oxigênio. Análise laboratorial que permite detectar o grau de
poluição orgânica e de eutrofização das águas, por meio da medida da quantidade de oxigênio
consumido pelos microrganismos para mineralizar a matéria orgânica.
Dendroide. Diz-se de uma colônia ou da organização do talo de organismos unicelulares cujas
células estão dispostas na extremidade das ramificações de um pedúnculo, adquirindo a forma de
uma árvore.
Dermatotoxinas. Lipopolissacarídeos (componentes da parede celular das bactérias gram-negativas,
incluindo as cianobactérias) que provocam irritações na pele e alergias; se ingeridas, podem levar
à diminuição do número de plaquetas do sangue e à queda dos leucócitos.
Desmídias. Nome dado pelos autores antigos ao conjunto formado pelas desmídias sacodermes e
desmídias placodermes.
Diatomito. Sedimento silicoso que resulta do acúmulo de frústulas fósseis de diatomáceas, tam-
bém denominado farinha-fóssil, terra de diatomáceas, trípole, kieselguhr ou randannite.
Dictiossomo. Pilha de cavidades celulares ou cisternas achatadas, na forma de pequenos discos
côncavos, limitada por uma membrana; essas cisternas emitem vesículas, denominadas vesículas
de Golgi. O conjunto de dictiossomos forma o aparelho de Golgi.
303
Dinocarion. Núcleo das Dinophyta, que apresenta os cromossomos sempre condensados, mesmo
ALGAS
na interfase.
Dioico. Diz-se de um organismo que apresenta os órgãos de reprodução masculino e feminino em
indivíduos separados. O mesmo que unissexuado.
Diplobiôntico. Diz-se do ciclo de vida de um organismo que apresenta duas fases vegetativas.
Diploide. Diz-se de uma célula ou de um organismo que apresenta 2n cromossomos.
Distrófico. Diz-se de um ambiente, em geral de água parada (lago ou reservatório), que tem uma
composição química desequilibrada, seja pela ausência de um elemento essencial (cálcio, por exem-
plo), seja pelo excesso de uma substância mineral ou orgânica (material húmico, por exemplo); é
o caso em que ocorre uma grande quantidade de matéria orgânica na água, o que lhe confere uma
coloração acastanhada, devido aos ácidos húmicos.
Diversidade críptica. Expressão criada para designar a diversidade insuspeitada ou escondida exis-
tente em espécies já descritas e catalogadas, mas consideradas, equivocadamente, como represen-
tantes de uma única unidade evolutiva. A importância de se identificar e catalogar a diversidade
críptica de um grupo de organismos reside em fornecer uma avaliação acurada da riqueza do
patrimônio biológico de uma dada região e, consequentemente, corrigir dados que subestimem
sua biodiversidade.
Diversidade específica. Número de táxons de uma comunidade em um determinado espaço (área
ou volume); também uma medida da variedade de táxons em uma comunidade que considera a
riqueza específica e o número de indivíduos de cada espécie. Para medir a diversidade utilizam-se
índices específicos, como o Índice de Margalef e o de Shannon e Weaver, por exemplo.
Ecorticado. Diz-se de um órgão ou de uma estrutura anatômica desprovida de córtex.
Ecossistema. Qualquer unidade espacial sistêmica, em que um conjunto de seres vivos interatuantes
conduz a uma estrutura trófica, que permite a ciclagem de matéria e o fluxo de energia entre as
partes vivas e não vivas.
Eixo principal. Filamento ou ramo principal no qual se inserem os ramos laterais, muitas vezes de
diâmetro maior do que estes últimos.
Endêmico. Diz-se de um táxon cuja área de distribuição geográfica é muito restrita ou que vive
apenas em uma determinada região. As espécies endêmicas apresentam baixa tolerância às varia-
ções dos fatores ambientais ou estão genética e geograficamente isoladas; são abundantes, por
exemplo, em lagos isolados, ilhas e montanhas.
Endocitose. Ver fagocitose.
Endoesqueleto. Esqueleto interno. Opõe-se a exoesqueleto.
Endofítico. Diz-se de um organismo que vive no interior de um vegetal, sem lhe causar dano.
Endogleico. Diz-se de um organismo que vive no interior da mucilagem de algas ou animais
planctônicos (rotíferos coloniais, por exemplo).
Endolítico. Diz-se de um organismo que se desenvolve no interior de rochas.
Endósporo. Ver baeócito.
Endossimbiose. Simbiose na qual um dos organismos componentes da associação vive no interior
das células ou dos tecidos do outro.
304
Endossimbiose primária, teoria da. Teoria segundo a qual os plastídios e as mitocôndrias das célu-
GLOSSÁRIO
ALGAS
(ou, nas algas vermelhas, uma espermácia).
Espermatozoide. Gameta masculino, relativamente pequeno, provido de um ou vários flagelos
eucarióticos. Nas algas e briófitas, em geral denominado anterozoide.
Espinho. Projeção rija, pontiaguda, da parede celular de certas algas, como presente, por exemplo,
na alga verde Desmodesmus.
Esporângio. Nas briófitas e nas plantas vasculares, órgão que produz esporos, envolto por uma
parede constituída de células. Ver cisto¹.
Esporo. Célula haploide ou diploide, responsável pela reprodução assexuada. Ao germinar, origina
um novo indivíduo.
Esporocisto. Nas algas e nos fungos, órgão que produz esporos, envolto pela parede da célula-mãe.
Ver cisto¹.
Esporo de resistência. Esporo envolto por uma parede espessa, capaz de sobreviver sob condições
adversas do meio e de germinar quando elas se tornam mais amenas.
Esporófito. Indivíduo que produz esporos, nunca gametas.
Esporogênese. Processo de formação de esporos.
Esporozigoto. Zigoto que, ao ser liberado, germina diretamente (como um esporo).
Estado de resistência. Fase do ciclo de vida de um organismo que lhe permite sobreviver sob
condições desfavoráveis do meio.
Estefanoconte. Diz-se de uma célula que apresenta coroa subapical de flagelos, como os zoósporos
e espermatozoides das Oedogoniales.
Estigma. Organela vermelho-alaranjada, composta de gotículas lipídicas que contêm pigmentos
carotenoides, envolvida na capacidade de reação das células à luz; presente em numerosas células
algais flageladas ou derivadas destas.
Estipuloide. Nos caulóides de Chara (Charophyceae), apêndices unicelulares localizados na base
dos râmulos e dispostos em verticilo simples ou duplo em torno do nó.
Estrategistas C (ou competitivas). Em ecologia, qualifica as espécies mais competitivas em ambi-
entes eutróficos e estáveis, ou seja, com baixa intensidade de estresse e de distúrbio.
Estrategistas R (ou ruderais). Em ecologia, qualifica as espécies mais competitivas em ambientes
mesotróficos com distúrbios frequentes, ou seja, com baixo estresse e alto distúrbio ambiental.
Estrategistas S (ou estresse-tolerantes). Em ecologia, qualifica as espécies mais competitivas em
ambientes oligotróficos e estáveis, ou seja, com alto estresse ambiental e baixa intensidade de
distúrbio.
Estratificação térmica (de um lago). A estratificação de um lago, com base na sua estrutura térmi-
ca, é conhecida pelos termos epilímnio, metalímnio e hipolímnio, que representam, respectiva-
mente, as camadas superficial, intermediária e profunda, com características químicas, físicas e
biológicas próprias. A faixa do gradiente de temperatura no metalímnio é chamada de termoclina.
Quando a coluna d’água apresenta estas três camadas, o lago é considerado termicamente
estratificado.
“Estreptoficofita”. Termo utilizado para designar o conjunto parafilético das algas verdes perten-
centes à linhagem das Streptophyta.
306
Ficobilina. Cromóforo que constitui as ficobiliproteínas, responsável pela captura da energia lumi-
ALGAS
nosa e pela cor de algumas algas (cianobactérias, glaucofitas, algas vermelhas e criptofitas).
Ficobiliproteína. Pigmento hidrossolúvel de algumas algas, como as cianobactérias, glaucofitas,
algas vermelhas e criptofitas, constituído de uma parte proteica e de cromóforos (bilinas) ligados
de modo covalente à proteína.
Ficobilissomo. Nas cianobactérias, glaucofitas e algas vermelhas, estrutura hemisférica ou discoide
situada na superfície dos tilacoides, que contém as ficobiliproteínas.
Ficocianina. Pigmento acessório azul pertencente às ficobiliproteínas, presente nas cianobactérias,
glaucofitas, algas vermelhas e criptofitas.
Ficobionte. Componente algal de uma simbiose liquênica.
Ficoeritrina. Pigmento acessório vermelho pertencente às ficobiliproteínas, presente nas cia-
nobactérias, glaucofitas, algas vermelhas e criptofitas.
Filamento. Estrutura relativamente longa, composta por células dispostas linearmente, cujos
citoplasmas se comunicam entre si (por meio de sinapses, nas algas vermelhas, e de plasmodesmas,
nas algas verdes e pardas, por exemplo). Nas cianobactérias, corresponde ao tricoma envolto por
sua bainha mucilaginosa.
Filamento gonimoblástico. Nas algas vermelhas, cada um dos filamentos diploides que portam os
carposporocistos (esporocistos que produzem um único esporo diploide, o carpósporo).
Filípode. Pseudópode alongado e estreito, de aspecto filamentoso.
Filogenia. História da evolução de um grupo de seres vivos. Estudo dos laços de parentesco entre os
organismos, tendo como resultado sua árvore genealógica.
Filoide. Estrutura cuja forma lembra a de uma folha, mas destituída de vasos lenhosos, presente
em certas macroalgas e briófitas.
Fitocromo. Pigmento fotorreceptor encontrado em uma forma fisiologicamente ativa e em outra
inativa; a passagem de uma forma à outra se dá sob a ação de determinados comprimentos de
onda.
Fitófago. Que se alimenta de organismos vegetais.
Fitoplâncton. Ver plâncton.
Flagelina. Proteína que constitui o tubo helicoidal dos flagelos procarióticos.
Flagelo. Nos eucariontes, projeção celular fina, geralmente alongada, flexível, com função de loco-
moção. Compõe-se, internamente, de um axonema (nove pares de microtúbulos periféricos e dois
microtúbulos centrais).
Flagelo bacteriano. Ver flagelo procariótico.
Flagelo eucariótico. Organela celular flexível, em forma de chicote, composta de um axonema e de
um cinetossomo, que serve para a locomoção das células eucarióticas móveis.
Flagelo procariótico. Estrutura tubular rígida, constituída de flagelina, apresentando movimento
rotatório, que serve para a locomoção das células procarióticas móveis. Sin.: flagelo bacteriano.
Flagelos heterocontes. Diz-se dos dois flagelos heteromórficos dos Heterokonta ou Stramenopiles,
em que o anterior é provido de mastigonemas tubulares tripartites e o posterior, que pode ser
muito reduzido ou mesmo ausente, é liso ou com filamentos.
308
Flagelos isocontes. Diz-se dos flagelos eucarióticos que têm mesmo tamanho e mesmo aspecto.
GLOSSÁRIO
Floração. Proliferação exponencial de uma ou algumas espécies de algas planctônicas, muitas ve-
zes associada à coloração da água. O mesmo que bloom.
Fluorocromo. Substância química capaz de emitir luz de fluorescência após excitação.
Fóssil. Marcas ou restos de um ser vivo conservados em depósitos sedimentares.
Fotoautotrófico. Ver fototrófico.
Fotorreceptor. Diz-se de um sistema biológico ou pigmento capaz de captar luz.
Fotossíntese. Processo químico de assimilação do CO2 para a síntese de compostos orgânicos, rea-
lizado por vegetais e algas fotoautótrofas, na presença de luz, água e clorofila.
Fototrófico. Diz-se de um organismo que obtém seu alimento por meio da fotossíntese. Sin.:
fotoautotrófico.
Frústula. Estrutura composta de sílica, formada por duas valvas (a epivalva e a hipovalva), que
encerra a célula das diatomáceas.
Fucoxantina. Pigmento carotenoide amarelo, presente em um grande número de algas da divisão
Ochrophyta, que constitui um elemento importante de sua antena coletora.
Ga. Bilhões de anos ou Giga-anos.
Gameta. Célula haploide, responsável pela reprodução sexuada.
Gameta ameboide. Gameta não flagelado, que se desloca por meio de movimentos ameboides.
Gametângio. Nas briófitas e nas plantas vasculares, órgão que produz gametas, envolto por uma
parede constituída de células. Ver cisto¹.
Gametocisto. Nas algas e nos fungos, órgão que produz gametas, envolto pela parede da célula-
mãe. Ver cisto¹.
Gametófito. Indivíduo que produz gametas. Nas algas, o gametófito pode, às vezes, produzir tam-
bém esporos de multiplicação vegetativa, mas jamais esporos originados por meiose.
Gametogênese. Processo de formação de gametas.
Geleificante. Substância que tem a propriedade de formar gel.
Gelose. Ver ágar.
Genoma. Conjunto do material genético de um indivíduo ou de uma espécie codificado no seu
DNA (com exceção de certos vírus, cuja informação hereditária está codificada no RNA). Ele con-
tém, em especial, todas as sequências codificantes (traduzidas em proteínas) e não codificantes
(transcritas em RNAs não codificantes [ncRNAs] = RNAs não mensageiros [nmRNAs]). A ciência
que estuda o genoma é a genômica.
Genômica. Estudo do genoma de um organismo por meio da aplicação de técnicas de sequência ou
mapeamento completo ou parcial de seu DNA ou de seus cromossomos.
Genótipo. Conjunto dos genes de um indivíduo.
Girogonito. Nome dado ao hipnozigoto no estado fóssil das Charophyceae, provido de um resisten-
te envoltório calcificado.
Glicoproteína. Ver peptideoglicano.
309
ALGAS
Gloeocistoide. Diz-se de uma colônia ou de um agrupamento de células imóveis no interior de uma
mucilagem que lembra a alga verde Gloeocystis.
Gonfonemoide. Que se assemelha à diatomácea Gomphonema.
Gonídio. Na alga verde Volvox, célula de maior tamanho, imóvel, que pode produzir uma colônia-
filha.
Grado. Grupo ou conjunto de organismos reunidos com base em certas características, como a
estrutura do talo, por exemplo, sem levar em conta sua filogenia e sem refletir os laços de parentes-
co entre eles (como ocorre com as Chlorella). Opõe-se a clado.
Hábitat. Local onde se desenvolve um organismo, uma espécie ou uma comunidade biológica.
Habito. Aspecto da estrutura vegetativa de um organismo que, nas algas, pode ser filamentoso,
colonial, unicelular, entre outros.
Haplobiôntico. Diz-se do ciclo de vida de um organismo que apresenta apenas uma fase vegetativa.
Haploide. Diz-se de uma célula ou de um organismo que possui n cromossomos.
Haptonema. Apêndice filiforme característico das Haptophyta, composto de seis a sete microtúbulos
envoltos por uma extensão do retículo endoplasmático, situado na região apical ou subapical da
célula, entre os dois flagelos. Sua função seria de detectar obstáculos e/ou de capturar e transportar
presas.
Hepatotoxinas. Toxinas (microcistinas e nodularinas) que podem provocar diarreia, vômitos, dor
abdominal, anorexia, ereção de pelos, prostração, palidez e, até mesmo, a morte. A
cilindrospermopsina provoca lesões no fígado, nos rins, na mucosa gástrica, nos pulmões e no
coração, podendo também levar à morte.
Heterocitado. Nas cianobactérias filamentosas, diz-se do tricoma constituído de células vegetativas,
acinetos e heterócitos.
Heterócito. Em certas cianobactérias filamentosas, célula de parede espessada, conteúdo interno
frequentemente verde-amarelado, apresentando nódulos polares (dois nos heterócitos intercalares
e um nos apicais) na região de contato com as células vizinhas. Provém da diferenciação de uma
célula vegetativa e está relacionado à maior eficiência na fixação do nitrogênio atmosférico.
Heterogamia. Ver anisogamia.
Heteromórfico. Diz-se de um ciclo de vida em que os indivíduos de uma mesma geração são
morfologicamente diferentes dos indivíduos da(s) outra(s) geração(ões).
Heteropolar. Nas cianobactérias, diz-se da célula ou do tricoma cujos ápices diferem em forma e/ou
tamanho.
Heterotálico. Diz-se da condição de colônias, filamentos, etc. em que os gametas + e –ou masculi-
nos e femininos só poderão fusionar quando forem provenientes de talos distintos
(autoincompatibilidade).
Heterótrico. Diz-se do hábito de um organismo filamentoso diferenciado em uma parte basal pros-
trada e em uma parte ereta, como ocorre em Stigeoclonium, por exemplo.
Heterótrofo. Diz-se do organismo que necessita de matéria orgânica do meio para sua nutrição,
pois é incapaz de sintetizá-la.
310
Kombu. Nome comercial japonês da alga parda Laminaria japonica, também utilizado para outras
ALGAS
Laminariales.
Laminarina. Substância de reserva vacuolar hidrossolúvel das feofíceas (algas pardas), constituída
pela polimerização de moléculas de glicose (glicano β-1,3 ramificado em β-1,6), apresentando
manitol na extremidade de certas cadeias.
Lêntico. Diz-se de um ambiente aquático caracterizado por águas paradas ou de pouco movimento
das suas massas, como lagos, pântanos ou banhados. (Derivado da palavra latina lente = transparente.)
Leucoplasto. Plastídio não pigmentado.
Leucosina. Antigo nome dos glicanos de reserva vacuolar (crisolaminarina e laminarina) de certas
Ochrophyta.
Limnologia. Estudo ecológico dos ambientes de águas interiores, doces ou salgadas, como lagos,
áreas úmidas, reservatórios e rios.
Linhagem. Conjunto de seres vivos (ou genes) descendentes de um ancestral comum.
Lórica. Envoltório péctico de certas espécies de Euglenophyceae, muitas vezes impregnado de sais
minerais. Também está presente nas Synchromophyceae e em algumas Chrysophyceae, apresen-
tando composição química variável.
Lótico. Diz-se de um ambiente aquático caracterizado por águas correntes, como córregos, arroios
e rios.
Ma. Milhões de anos ou Mega-anos.
Macroalga. Alga cujo talo é visível a olho nu.
Macrófita. Vegetal cujas dimensões são suficientemente grandes para ser visível a olho nu.
Macrófita aquática. Vegetal visível a olho nu, cujas partes fotossintetizantes estão permanentemente,
ou por vários meses, durante todos os anos, total ou parcialmente submersas ou flutuantes em
água doce ou salobra.
Maërl. Sedimento marinho, utilizado como adubo calcário, constituído por duas espécies de algas
vermelhas da ordem Corallinales: Lithothamnion corallioides e Phymatolithon calcareum; apenas sua
parte superficial é viva.
Maré castanha. Expressão empregada para designar uma proliferação pelágica maciça de algas
castanho-douradas.
Marenina. Pigmento azul-esverdeado, contido nos vacúolos da diatomácea Haslea ostrearia (= Navicula
ostrearia; “diatomácea azul” ou “navícula azul”), responsável pela coloração esverdeada das ostras,
fixando-se nas suas brânquias (não havendo necessidade de as algas serem ingeridas).
Maré verde. Expressão utilizada para designar uma proliferação pelágica maciça de algas verdes,
habitualmente bentônicas, que podem produzir efeitos prejudiciais.
Maré vermelha. Expressão empregada para designar uma proliferação maciça de algas pelágicas,
geralmente dinoflagelados, produzindo coloração avermelhada na água.
Mastigonema. Apêndice lateral muito fino e filiforme de um flagelo.
Mastigonema tubular bipartite. Mastigonema composto de uma haste tubular e um ou mais
filamentos terminais, presente nas Cryptophyta e em certas Ochrophyta.
312
Mastigonema tubular tripartite. Mastigonema composto de uma base, uma haste tubular e um ou
GLOSSÁRIO
Mureína. Peptideoglicano que faz parte da composição da parede celular das eubactérias.
ALGAS
Mutação. Mudança ocasional na sequência de pares de bases que ocorre nos genes de um organis-
mo. As mutações envolvem a adição, a eliminação ou a substituição de um ou poucos nucleotídeos
da fita de DNA, proporcionando o aparecimento de novas formas de um gene e, consequentemente,
sendo responsáveis pela variabilidade gênica. Muitas mutações são deletérias.
Nanócito. Em certas cianobactérias (por exemplo, em espécies do gênero Chlorogloea), cada uma
das células-filhas anãs, resultantes de numerosas divisões da célula-mãe, sem aumento posterior
de tamanho, e passíveis de germinação.
Nanoplâncton. Fração do plâncton composta de organismos que medem entre 2 e 20 µm.
Necrídio. Em certas cianobactérias filamentosas, célula morta que origina discos de separação nos
tricomas e consequente formação de hormócitos, hormogônios e ramificações falsas.
Neurotoxinas. Toxinas (saxitoxinas, anatoxinas e homoanatoxinas) que podem provocar paralisia
progressiva dos músculos, diminuição dos movimentos, respiração abdominal exagerada, convul-
sões, falência respiratória, cianose e, até mesmo, morte.
Nicho ecológico. Conjunto de características ecológicas espaciais (hábitat) e funcionais (biológi-
cas) que permitem a uma dada espécie se integrar a uma biocenose. Papel ecológico de uma espé-
cie em uma comunidade ou ecossistema.
Nó. Nas algas, região do talo onde se formam ramificações. Nas Charophyceae, nos nós do eixo
principal formam-se ramos laterais de crescimento indefinido e râmulos mais curtos, verticilados,
de crescimento definido; nos nós dos râmulos formam-se células alongadas (brácteas, bractéolas e
bracteletas), e também glóbulos e núculas.
Nori. Nome japonês da alga vermelha Porphyra, utilizada na cozinha japonesa, em particular na
preparação de sushis.
Nucleomorfo. Resto do núcleo de um organismo eucariótico unicelular endossimbiótico, contendo
ainda um genoma muito reduzido, presente no compartimento periplastidial das Cryptophyta e
das Chlorarachniophyceae.
Núcula. Estrutura de reprodução feminina das Charophyceae.
Oligomesotrófico. Diz-se de um ambiente em que a quantidade de nutrientes e a produtividade
primária são intermediárias entre o oligotrófico e o mesotrófico.
Oligotrófico. Diz-se de um ambiente com baixa quantidade de nutrientes (fosfatos e compostos
nitrogenados, por exemplo) e, em consequência, com baixas produtividade primária e biomassa.
Oogamia. Reprodução sexuada em que o gameta feminino maior, imóvel (oosfera), fusiona com um
gameta masculino menor, móvel, por flagelo(s) (espermatozoide) ou não (espermácia).
Oogônio. Gametocisto feminino no qual é formada a oosfera.
Oosfera. Gameta feminino, relativamente grande, destituído de flagelos.
Oósporo. Termo às vezes utilizado para designar o hipnozigoto provido de um envoltório resisten-
te, calcificado, das Charophyceae; no estado fóssil, é denominado girogonito.
Organela. Estrutura intracelular diferenciada (núcleo, mitocôndria, plastídio, dictiossomo, etc.),
com função determinada nas células eucarióticas.
Osmotrofia. Tipo de nutrição em que os organismos se alimentam por difusão de substâncias pre-
sentes no estado dissolvido no meio.
314
Periplasto. Estrutura que envolve as células das Cryptophyta, composta de uma camada de placas
ALGAS
proteicas, retangulares ou poligonais, localizada sob a membrana plasmática, e de uma camada de
placas e/ou escamas situada sobre essa membrana.
Picoplâncton. Parte do plâncton constituída de organismos que medem entre 0,2 e 2 (3) µm.
Pigmentos acessórios. Os demais pigmentos, que não a clorofila a, componentes da antena coletora da
fotossíntese, como, por exemplo, as clorofilas b e c, ficobiliproteínas, carotenos, carotenoides e xantofilas.
Pirenoide. Corpúsculo de composição parcialmente proteica, presente no plastídio de certas algas
(na maioria das algas verdes e em algumas euglenofíceas, por exemplo), em geral associado à
formação de produtos de reserva. Em alguns casos, contém a enzima rubisco.
Placodermes, desmídias. Diz-se das desmídias cuja parede celular é bilocular (formada por duas
peças) e apresenta poros. Compreende os representantes da ordem Desmidiales.
Plâncton. Conjunto dos organismos que vivem livremente no meio aquático e, mesmo providos de
movimento próprio, estão impossibilitados de resistir ao movimento das correntes. Compreende o
fitoplâncton (algas autótrofas e heterótrofas) e o zooplâncton (organismos heterótrofos, princi-
palmente protozoários, rotíferos e microcrustáceos).
Planósporo. Ver zoósporo.
Planozigoto. Zigoto nadante.
Plasmalema. Membrana plasmática que envolve o citoplasma de uma célula.
Plasmídeo. Nos organismos procarióticos e em alguns eucarióticos, curtos fragmentos de ácido
nucleico capazes de se multiplicar independentemente dos cromossomos da célula eucariótica que
os contém. Pensa-se que os vírus tenham derivado dos plasmídeos.
Plasmodesmas. Finas conexões citoplasmáticas que permitem trocas entre duas células vizinhas.
Plasmogamia. Fusão do citoplasma de duas células.
Plasticidade fenotípica. Propriedade do genótipo de um organismo de produzir diferentes fenótipos,
dependendo do ambiente ao qual este organismo estiver exposto, ou seja, de mudanças morfológicas,
geneticamente determinadas, em um organismo sujeito a distintos estímulos ambientais.
Plastídio. Organela celular, presente no citoplasma das algas eucarióticas e dos vegetais, delimitada
por membrana, com capacidade de divisão. Apresenta, no seu interior, um sistema de lamelas
(tilacoides), imersas no estroma, que, quando empilhadas, formam os grana. Plastídios incolores
são denominados leucoplastos e, coloridos, cromoplastos ou cromatóforos. Os cloroplastos são
cromoplastos verdes. Segundo a teoria da endossimbiose, deriva de uma cianobactéria
endossimbiótica.
Plastidoma. Conjunto dos plastídios.
Plesiomórfico. Ver caráter derivado próprio.
Pluricelular. Diz-se de um organismo composto de várias células.
Plurinucleado. Que possui vários núcleos.
Plurisseriado. Diz-se de um filamento formado por várias fileiras de células.
Polifilético. Diz-se do conjunto de subgrupos de seres vivos cujos ancestrais comuns diferem entre
si, ou seja, grupo de seres vivos que não possui ancestral comum direto; seu ancestral está, pois,
situado fora do grupo.
316
Polistromático. Diz-se de um talo ou de uma estrutura composta por várias camadas de células.
Porina. Proteína cilíndrica que forma canal hidrofílico, tornando uma membrana permeável às
pequenas moléculas hidrofílicas. Trata-se, então, de uma transferência passiva da proteína. As
porinas também podem permitir a inserção de proteínas nas membranas ou participar de uma
complexa maquinaria de transferência ativa de proteínas, especialmente em cooperação com pro-
teínas chaperones (ver este termo).
Poro. Qualquer pequeno orifício em um órgão, uma estrutura ou uma célula.
Preditiva. Diz-se de uma classificação a partir da qual se podem predizer certas propriedades dos
organismos classificados.
Procarionte. Organismo procariótico (ver este termo).
Procariótico. Diz-se do organismo ou da célula que não possui núcleo verdadeiro delimitado por
uma dupla membrana, nem mitocôndrias, plastídios, aparelho de Golgi, retículo endoplasmático
ou qualquer sistema interno de membranas.
“Proclorofitas”. Organismos procarióticos muito comparáveis às demais cianobactérias (às quais per-
tencem), por suas características gerais, mas que possuem clorofila b, além da clorofila a, e tilacoides
empilhados e sem ficobilinas. No início, classificados em uma divisão à parte: Prochlorophyta.
Produtividade primária. Produto da síntese orgânica (carbono orgânico) que resulta da atividade
fotossintética dos produtores primários (plantas verdes e algas fotoautótrofas), que pode consti-
tuir aumento da biomassa vegetal e algal, e ser utilizado como alimento pelos consumidores (ani-
mais). A produtividade bruta é o total da atividade fotossintética; a produtividade líquida é o
efetivo incremento de biomassa descontado o consumo interno do organismo no seu próprio me-
tabolismo, como a respiração. Expressa por unidade de área ou de volume e por unidade de tempo.
Propágulo. Estrutura uni ou pluricelular destinada à multiplicação vegetativa. Por exemplo, os
propágulos pluricelulares nos rizoides das Charophyceae.
Proteína chaperone. Proteína que auxilia o enovelamento tridimensional de outras proteínas. Muitas
chaperones são proteínas de choque térmico (em inglês, heat shock proteins ou HSPs) que previnem a
desnaturação (mau enovelamento tridimensional, acarretando perda de atividade biológica) pelo
calor. Outras chaperones estão implicadas no transporte transmembranar.
Pseudocílio. Extensões semelhantes a cílios, espessas, que possuem os nove pares de microtúbulos
dos flagelos eucarióticos, mas destituídas do par de microtúbulos centrais; presentes em Gloeochaete
(Glaucophyta).
Pseudofilamento. Em certas desmidiáceas, como Bambusina, Desmidium, Teilingia, por exemplo,
arranjo linear de células que se encontram unidas umas às outras pelas extremidades de suas
paredes transversais, às vezes por meio de processos, grânulos, etc. Não há comunicação
citoplasmática entre essas células, como ocorre em um filamento verdadeiro.
Pseudoflagelo. Apêndice semelhante a um flagelo, mas que não possui o par de microtúbulos
centrais e não tem capacidade de locomoção. Sua função é desconhecida.
Pseudoparênquima. Estrutura vegetativa em que filamentos unisseriados coalescem, dando a im-
pressão de formar um parênquima, como ocorre na alga verde Coleochaete, por exemplo.
Pseudópode. Prolongamento citoplasmático retrátil, que permite o deslocamento das células que o
emitem.
317
ALGAS
Pseudovacúolo gasoso. Ver aerótopo.
Rafe. Fenda longitudinal mediana, presente na frústula de um grande número de diatomáceas da
ordem Pennales, possibilitando seu deslocamento sobre um substrato por meio da excreção de
mucilagem.
Ramificação falsa. Em certas cianobactérias filamentosas, estrutura que lembra uma ramificação
verdadeira, mas que resulta do crescimento, da curvatura e do rompimento do tricoma no interior
da bainha, com consequente liberação de uma ou ambas as extremidades. As divisões celulares são
sempre perpendiculares ao eixo principal do tricoma, não ocorrendo mudança no plano de divisão.
O mesmo que pseudorramificação.
Ramificação verdadeira. Em certas cianobactérias filamentosas, ramificação que se produz quando
ocorre mudança no plano de divisão celular, o qual passa a ser paralelo ao eixo principal do tricoma.
Ramificado, talo. Diz-se do talo que apresenta ramificação lateral.
Ramo lateral. Filamento ou ramo secundário inserido no ramo principal. Muitas vezes denomina-
do simplesmente ramo. Nas Charophyceae, ramo de crescimento indefinido que parte do nó (um
em Chara, dois em Nitella), segmentado em nó e entrenó.
Râmulo. Nas Charophyceae, ramo curto, de crescimento definido, agrupado em verticilo em torno do
nó (seis a 14 em Chara, seis em Nitella); por sua vez, também segmentado em nó e entrenó.
RbcL. Abreviação que designa a grande subunidade da rubisco.
Rede alimentar. Ver rede trófica.
Rede trófica. Conjunto das cadeias tróficas (alimentares) que ligam os diversos organismos de
uma comunidade e que refletem o sentido do fluxo de matéria e energia que atravessa o ecossistema.
O mesmo que rede ou teia alimentar.
Relógio molecular. Hipótese que estipula que as mutações genéticas se acumulam em um genoma
a uma velocidade globalmente proporcional ao tempo.
Retículo endoplasmático. Sistema de cavidades e tubos, envolto por uma membrana, presente no
citoplasma das células eucarióticas. Quando apresenta ribossomos em sua face externa, é denomi-
nado granular, quando não, é dito liso.
Retículo endoplasmático periférico. Nas Haptophyta, extensão do retículo endoplasmático situada
sob a membrana plasmática, em toda a periferia da célula, e estendendo-se no interior do haptonema.
Ribossomos. Minúsculas organelas citoplasmáticas compostas de proteínas e de RNA (ácido
ribonucleico), nas quais ocorre a síntese de proteínas.
Ribulose 1,5-bifosfato carboxilase/oxigenase ou Rubisco. Enzima que fixa o dióxido de carbono
durante a fotossíntese.
Riqueza específica. Número de espécies encontrado em uma comunidade.
Rizóides. Fios alongados, geralmente unicelulares, aclorofilados, presentes, por exemplo, em cer-
tas algas, liquens e briófitas. Exercem a função de raiz (fixação ao substrato e absorção de água e
sais minerais), mas diferem desta pela estrutura mais simples.
Rodamilo. Ver amido das florídeas.
Rubisco. Abreviação de ribulose 1,5-bifosfato carboxilase/oxigenase (ver esta expressão).
318
Sacodermes, desmídias. Diz-se das desmídias cuja parede celular é unilocular (formada por uma
GLOSSÁRIO
Talo. Aparelho vegetativo destituído de caule, folhas e raízes, apresentado por bactérias, algas,
ALGAS
fungos e briófitas (nestas últimas, ocorrem caulóides, filoides e rizoides de anatomia mais simples
do que o cormo, sem vasos lenhosos).
Teca. Nos dinoflagelados, corresponde ao conjunto de placas celulósicas que recobrem suas célu-
las, sendo também chamada de armadura. Nas diatomáceas, é a estrutura silicosa bivalve que
contém as células, também denominada frústula.
Teia alimentar. Ver rede trófica.
Telômero. Sequência repetitiva de proteínas e DNA não codificante que forma as extremidades dos
cromossomos eucarióticos. Sua principal função é manter a estabilidade estrutural do cromossomo:
ele permite evitar que a cadeia de DNA encurte durante a replicação. Este problema não se apre-
senta para os cromossomos bacterianos, que são circulares, mas sim às extremidades dos cromos-
somos lineares dos eucariontes. (Do grego telos, final; meros, parte.)
Tentáculo. Apêndice alongado, geralmente de função tátil ou de preensão, presente em certas
Chlorarachniophyceae e Dinophyta, e nas Pedinellales (Dictyochophyceae).
Termoclina. Ver estratificação térmica.
Ticoplâncton. Conjunto dos organismos perifíticos que são arrastados pela correnteza ou turbulên-
cia das águas e, em consequência, vivem acidentalmente no plâncton.
Tilacoides. Membranas que contêm ou que carregam os pigmentos fotossintéticos das cianobactérias
e dos plastídios das células eucarióticas, e que são independentes da membrana plasmática.
Transcriptase reversa. (Em inglês, reverse transcriptase ou RT.). Enzima que, como o seu nome indi-
ca, realiza um processo de transcrição ao contrário em relação ao padrão celular. Esta enzima
polimeriza moléculas de DNA a partir de moléculas de RNA, exatamente o oposto do que geral-
mente ocorre nas células, nas quais é produzido RNA a partir de DNA. É exatamente por possuir
esta enzima, que atua “ao reverso”, que o HIV e outros vírus semelhantes são chamados de retrovírus.
O isolamento desta enzima permitiu a adaptação da tecnologia da PCR, que é destinada à amplifi-
cação a partir de moldes de DNA, para que ocorra a amplificação a partir de moldes de RNA,
chamada de RT-PCR (transcrição reversa-PCR). Também conhecida como DNA-polimerase RNA-
dependente.
Tricocistos. Organelas ejetáveis, envoltas por membrana, localizadas na superfície celular de várias
algas, que lançam seu conteúdo (geralmente mucilagem) em resposta a um estímulo, provocando
o brusco recuo da célula. Os tricocistos das Cryptophyta, de certas Prasinophyceae, euglenozoários
e cercozoários, das Raphidophyceae ou das Dinophyta não são necessariamente homólogos.
Tricógino. Apêndice alongado, presente no gametocisto feminino da alga verde Coleochaete e das
algas vermelhas, que permite a passagem do espermatozoide até a oosfera.
Tricoma. Nas cianobactérias filamentosas, conjunto das células dispostas em fileira, sem sua bai-
nha mucilaginosa.
Tropical. Diz-se de um táxon próprio ou originário dos trópicos.
Turfeira. Vegetação formada quase que exclusivamente de musgos do gênero Sphagnum, que pos-
suem como particularidades a capacidade de reter grande quantidade de água e alta capacidade de
troca catiônica, formando um meio ácido e pobre em nutrientes.
Unicelular. Diz-se de um organismo ou de uma estrutura formada por uma única célula.
Uninucleado. Que possui um só núcleo.
320
A Apicomplexa 23
Acaryochloris 25, 61, 63, 288 Arabidopsis 46
Acetabularia 67 Archaea 21
Achnanthes 239 Archebacteria 21
Achnanthidium Archezoa 22
minutissimum 240 Arthrospira 64, 100, 101, 220, 247, 277
Actinastrum 137 jenneri 201
hantzschii 205 platensis 277
Actinotaenium 166 Ascophyllum 52
cucurbita 167 Astasia 286
cucurbitinum 209 Asterionella 244
globosum 209 formosa 246
Alexandrium 45 Asteromonas 68
Alveolata 23, 27, 43, 46, 50, 51 Audouniella 240
Ammatoidea 64 Aulacoseira 244
Ammatoideaceae 64 ambigua 246
Amoebozoa 22, 23 granulata 246
Anabaena 25, 62, 65, 74, 110, 111, 221 islandica 246
affinis var. affinis f. viguieri 202 subarctica 246
flos-aquae 202, 249 Aurearena
lemmermanni 249 cruciata 40
minutissima 247 Aurearenophyceae 40, 292
viguieri 202 Awadhiella 31
Anabaenopsis 65, 112 Azolla 25
elenkinii f. circularis 202
Angiospermae 46, 69 B
Ankistrodesmus 68, 147 Bacillariophyceae 38, 292
bernardii 148 Bacteria 21
bibraianus 206 Bambusina 126, 167, 171
fusiformis 206 armata 209
Ankyra 172 borreri 198
Anthoceros 25 Bangiomorpha 22
Anthocerotopsida 69 Bangiophyceae 29
Aphanizomenon 62, 65, 74, 113, 202, 249, 276, 277 Batrachospermum 240, 243
flos-aquae 249 sp. 76
gracile 202 Bigelowiella 36
ovalisporum 113 Biliphyta 28
Aphanocapsa 63, 75, 76, 218, 249 Binuclearia 127
pulchra 198 eriensis 127
Aphanochaetaceae 66 tectorum 127, 204
Aphanochaete 158 Blastodiniphyceae 44
repens 158, 208 Blidingia 52
Aphanothece 63, 90, 91, 218, 249 Bolidomonas 39
castagnei 200 mediterranea 39
stagnina 200 pacifica 39
ÍNDICE TAXONÔMICO 322
ALGAS
aciculare 246 Cylindrocystis 170
leibleinii 209 brebissonii 209
moniliferum var. submoniliferum fo. 209 Cylindrospermopsis 65, 74, 115, 247
Coccolithophorales 37 raciborskii 116, 203
Cocconeis 238, 239 Cylindrospermum 65, 74, 116, 117
placentula 240, 243 liqueniforme 203
Codium 67, 126 muscicola 2
Coelastrum 68, 148, 248 Cymbella 238
astroideum 206
microporum 206 D
polychordum 206 Dangemannia 67
Coelodesmium 64 Daphnia 263, 264, 266, 267, 276, 277, 279, 280
Coelomoron 63, 77, 217 cucullata 279
cf. microcystoides 198 galeata 279
Coelosphaerium 63, 77, 78, 217 hyalina 279
kuetzingianum 198 magna 279
Coenochloris 248 Dasycladaceae 31
Coleochaetaceae 66 Dasycladales 30, 67
Coleochaetales 66, 69, 191 Dasycladus 67
Coleochaete 31, 36, 126, 192 Derbesia 67
orbicularis 212 Dermocarpella 67
scutata f. minor 213 Dermocarpellaceae 67
Coleochaetophyceae 31, 69, 191 Desmidium 126, 171, 179
Compsopogonophyceae 29 aequale 171
Conferva 73 grevillii 210
Coniferopsida 69 Desmodesmus 68, 126, 149, 150, 153, 248, 277, 279
Convoluta communis 278, 279
roscoffensis 51 denticulatus 207
Corallinales 29 maximus 206
Cosmarium 69, 126, 167, 169, 184, 187, 246, 276 protuberans 206
granatum 209 subspicatus 276, 277
subspeciosum 209 Diaphanosoma
subtumidum 209 brachyurum 279
Crinalium 64 Diatoma 244
Crucigenia 139, 146, 276 hiemale 240
quadrata 205 Diatomophyceae 28, 292
Crucigeniella 140, 141 Dichothrix 64
crucifera 205 Dicranochaete 68, 163, 164
Cryptomonas 248 reniformis 208
Cryptophyta 23, 24, 27, 34, 35, 36, 37, 48, 50, 287, Dictyocha 39
289, 290, 291 Dictyochales 39
Cyanidiophyceae 29 Dictyochophyceae 39, 292
Cyanidiophyta 28, 29 Dictyosphaerium 141
Cyanobacteria 24, 26, 36, 60, 62, 74, 75, 198, 199, indicum 141
200, 202, 203, 291 pulchellum 205
Cyanobacteriaceae 63 Dimorphococcus 141
Cyanoderma 64 lunatus 205
Cyanophyceae 62, 63, 75 Dinobryon 248
Cyanophyta 24, 60 Dinophyceae 44
Cyanoprokaryota 60 Dinophysiales 45
Cycadaceae 25 Dinophysis 45
Cycadopsida 69 Dinophyta 23, 27, 43-46, 48, 50, 51, 52, 291, 292
Cycas 25, 69, 122 Discicristata 22, 35
Cyclotella Docidium 171, 172
comensis 246 baculum 210
Cylindrocapsa 68 Draparnaldia 68, 126, 159, 240
Cylindrocapsales 68 glomerata 208
ÍNDICE TAXONÔMICO 324
ALGAS
Homoeothrix 64, 101, 219, 243 redekei 199, 247
juliana 201 Lithothamnion
Hyalophacus 286 corallioides 29
Hyalotheca 126, 174 Loriella 65
dissiliens 175 Loriellaceae 65
dissiliens f. bidentula 210 Lychnothamnus 31
mucosa 175 Lycopsida 69
Hydra Lyngbya 64, 73, 74, 104, 219, 240, 243
viridis 165 aerugineo-caerulea 202
Hydrococcaceae 64 contorta 199-201
Hydrococcus 64 epiphytica 201
Hydrocoleum 64 majuscula 201
Hydrodictyon 68 martensiana 202
Hyella 64 mucicola 199
Hyellaceae 64 putealis 202
J M
Jaaginema 63, 83, 84, 220 Macrocystis 41
lemmermannii fo. 199 “Magnoliopsida” 69
Jakobidae 22 Mallomonas 248
Johannesbaptistia 64, 95, 217 Mamiellales 67
pellucida 200 Marchantiopsida 69
Jungermanniopsida 69 Mastigocladus 65
Mastocarpus 29
K Melosira
Kappaphycus 29 varians 239
Katablepharidophyta 23, 24, 50 Meridion 238
Kinetoplastea 27 Merismopedia 61-63, 74, 79, 216
Kinetoplastida 22 convoluta 198
Kirchneriella 68, 150 glauca 198
lunaris 207 Merismopediaceae 62, 63
Klebsormidiaceae 66 Merismopedioideae 62
Klebsormidiales 66, 69, 191 Mesodinium
Klebsormidiophyceae 31, 69, 191 rubrum 51
Klebsormidium 31, 69, 191 Mesostigma 31, 69
flaccidum 212 Mesostigmatales 69
Koliella 247 Mesostigmatophyceae 31, 69
Komvophoron 64, 102, 219 Mesotaenium 174, 175
constrictum 201 endlicherianum 210
crassum f. maior 201 Metamonada 22
minutum 201 Metazoa 19, 22, 52
Micractinium 143
L pusillum 205
Laminaria Micrasterias 176
digitata 42 mahabuleshwarensis var. ampullacea 210
japonica 42 radians 210
saccharina 42 Microchaetaceae 64
Laminariales 42 Microchaete 64
Lamprothamnium 31 Microcoleus 64, 74, 105, 106, 219
Leibleinia 63, 64, 73, 103, 218 paludosus 201
epiphytica 201 sociatus 201
Leptolyngbya 63, 84, 219 Microcrocis 63, 96, 216
lagerheimii 199 marina 97
mucicola 199 pulchella 200
Liliopsida 69 sabulicola 97
Limnococcus 63 Microcystaceae 62, 63
Limnothrix 62, 63, 85, 86, 218 Microcystis 61-63, 74, 80, 97, 98, 218, 244, 249, 276
326
O
ÍNDICE TAXONÔMICO
aeruginosa 98
panniformis 98 Ochrophyta 23, 27, 34, 35, 38, 41, 42, 43, 45, 48, 50,
wesenbergii 200 51, 52, 291, 292
Micromonadophyceae 34, 66 Oedogoniales 66, 68, 155
Microspora 68, 126, 154, 155, 238 Oedogonium 68, 126, 156, 157, 158, 162, 208, 238,
ficulinae 155 240, 243
palustris 207 reinschii 208
tumidula 238 subellipsoideum 208
Microsporaceae 66 Oltmannsiellopsidales 67
Microsporales 68, 154 Oltmannsiellopsis 67
Microthamniales 68 Oocystis 68, 165, 166, 276
Microthamnion 68 lacustris 209, 248
Mollicutes 21 solitaria 209
Monoraphidium 68, 150, 151, 248 Oomycetes 23
arcuatum 207 Oomycota 51
contortum 207 Opisthokonta 22
Monostroma 67 Oscillatoria 64, 73, 74, 106, 107
Mougeotia 69, 126, 174, 175, 177, 190, 247 annae 202
floridana 210 jenneri 201
parvula 210 lemmermannii fo. 199
Mycophycias limosa 201
ascophylli 52 princeps 201
Mycosphaerella redekei 199
ascophylli 52 rubescens 202
Myxosarcina 64 splendida 199
willei 201, 202
N Oscillatoriaceae 64
Navicula 239 Oscillatoriales 62, 64, 100
cryptocephala 243 Oscillatoriophycidae 61, 63, 89
Nephrocytium 68, 143 Ostreococcus
agardhianum 205 tauri 30
Netrium 126, 178
digitus 210 P
minus 178 Palmaria
Nitella 31, 69, 126, 193, 195, 196 palmata 29
furcata subsp. flagellifera 213 Pandorina 126, 133
translucens subsp. translucens var. axilaris 213 morum 204
Nitellopsis 31 unicocca 133
Nitzschia 238, 239 Paramecium 165, 286
spp. 246 Parmophyceae 39, 292
Noctiluca 43, 44, 52 Paulinella
scintillans 44 chromatophora 27, 50
Noctiluciphyceae 45 Pavlovophyceae 37
Nodularia 65, 120 Pediastrum 68, 126, 151, 152, 248
spumigena 120 duplex 207
spumigena var. litorea 203 simplex 207
willei 120 Pedinellales 40
Nostoc 25, 62, 65, 74, 121, 240 Pedinomonadales 67
flagelliforme 122 Pedinomonas 67
sp. 203 noctilucae 52
spongiaeforme 203 Pedinophyceae 30, 67
Nostocaceae 62 Pelagomonadales 39
Nostocales 61, 62, 64, 110, 203 Pelagophyceae 39, 292
Nostochopsis 65 Peliaina 50
Nostocophycidae 61, 64, 110 Pelvetia 52
Pennales 38
327
ALGAS
Penium 166, 167, 178 Prasiolales 68
silvae-nigrae 211 Primoplastobiota 67
Percusaria 67 Prochloraceae 63
Peridinium 244, 249 Prochlorococcus 26, 61, 63
aciculiferum 278 Prochloron 61, 63
lomnickii 248 Prochlorophyta 61
pusillum 278 Prochlorothrix 61, 63
wisconsinense 278 Prototheca 30, 68
Pfiesteria Prymnesiophyceae 37
piscicida 45, 278 Prymnesiophyta 291
Phacus 286 Pseudanabaena 62, 63, 87, 247
Phaeophyceae 41, 292 catenata 199
Phaeothamniophyceae 40, 41, 292 constricta 201
Phormidiaceae 64 crassa f. maior 201
Phormidium 64, 73, 74, 107, 219, 240 minuta 201
aerugineo-caeruleum 202 mucicola 199
corium 202 Pseudanabaenaceae 62, 63
puteale 202 Pseudanabaenales 63, 81
willei 202 Pseudanabaenoideae 62
Phymatodocis 179 Pseudo-nitzschia
nordstedtiana f. minor 211 delicatissima 276
Phymatolithon Pseudoscourfieldia 67
calcareum 29 Pseudoscourfieldiales 67
Phytophthora 51 Pseudoscytonema 64
Picobiliphyta 23, 24, 27, 36, 48, 50, 291 Pseudosphaerocystis 248
Pinguiophyceae 40, 292 Pseudulvella 164
Pithophora 129, 130 americana var. indica 208
oedogonia 204 Pteropsida 69
Plagioselmis 247 Pterosperma 67
Planktolyngbya 63, 86, 87, 218 Pylaiella 41
contorta 199 Pyramimonadales 67
limnetica 199 Pyramimonas 67
Planktothrix 64, 108, 109, 218, 244
agardhii 247, 277 R
cryptovaginata 109 Radiocystis 63, 98, 217
mougeotii 250 fernandoi 92
planctonica 202 geminata 201
rubescens 202, 250 Radiolaria 23
Plantae 23, 27, 28, 32, 34, 47, 49, 50, 52, 67 Raphidiopsis 65, 122
Plectonema 64 curvata 203
Pleodorina 126, 133, 134 Raphidonema 31
californica 204 Raphidophyceae 40, 292
sphaerica 134 Resultor 67
Pleurastrales 66 Rhabdogloea 63, 79, 217
Pleurastrophyceae 66 smithii 198
Pleurocapsa 64 Rhizaria 23, 35, 49, 50, 51
Pleurocapsaceae 64 Rhizochromulina
Pleurotaenium 172, 180 marina 40
cylindricum var. stuhlmanni 211 Rhizochromulinales 40
tridentulum var. capitatum 211 Rhizoclonium 67, 158, 239
Porphyra 29 Rhodellophyceae 29
Porphyrosiphon 64, 110, 219 Rhodophyta 28, 29
martensianus 202 Rhodoplantae 23, 27, 28, 32, 33, 37, 47, 49, 289, 291
Potamogeton 193 Rhopalodia 238, 240
Prasinophyceae 30, 291 Rickettsia 33
“Prasinophyceae” 67 Rivularia 64
Prasiola 52, 68 Rivulariaceae 64
ÍNDICE TAXONÔMICO 328
ALGAS
ulna 240, 243
Synura 248, 250 Ulotrichales 67, 127
Synurales 43 Ulothrix 67, 126, 127, 191, 238
aequalis 204
T zonata 240
Tabellaria 246 Ulva 67, 126
Takakia 69 Ulvales 67
Takakiopsida 69 Ulvophyceae 30, 66
Teilingia 187 Ulvophyceae lato sensu 30, 127
granulata 212 “Ulvophyceae” lato sensu 67
Telonemia 24 Umezakia 64
Tetradesmus 145 Undaria
wisconsinensis 145, 206 pinnatifida 42
Tetraedron 68, 154 Unikonta 22
caudatum 207 Uroglena 249
minimum 207 Uronema 162, 238
Tetrallantos 68, 145 brasiliense 208
lagerheimii 145, 206 confervicola 238
novae-geronae 146 confervicolum 238
Tetraselmidales 66 Urosolenia 246
Tetraselmis 67
convolutae 51 V
Tetraspora 68, 136, 137 Vaucheria 41
gelatinosa 205 Viridiplantae 23, 28, 29, 34, 47, 49, 65, 67, 289
Tetrasporales 68, 135 Volvocales 66, 68, 131
Tetrastrum 146 Volvox 68, 126, 134, 135, 244, 248
heteracanthum 206 aureus 135, 204, 205
Thalassiosira
rotula 276 W
Tolypella 31, 69 Westiella 65
Tolypothrix 64, 73, 74, 125, 126 Westiellopsis 65
tenuis 204 Woronichinia 61-63, 249
Trachelomonas 35, 250
volvocina 250 X
Tracheophyta 289 Xanthidium 189
Trebouxia 51, 68, 126 antilopaeum 212
Trebouxiales 68 Xanthophyceae 41, 292
Trebouxiophyceae 30, 68, 164 Xenococcaceae 64
Trentepohlia 67, 126 Xenococcus 64
Trentepohliales 67
Treubaria 146 Y
schmidlei 147, 206 Yamagishiella 133
Tribonema 247
Tribophyceae 41, 292 Z
Trichodesmium 25, 64 Zygnema 69, 178, 189, 190
Trichormus 25 stellinum 212
Triploceras 188 Zygnematales 66, 69, 166
gracile 188 Zygnematophyceae 31, 69, 166
splendens 188 Zygomycetes 25
verticillatum 188, 212
Trypanosoma 286
Tychonema 64
ÍNDICE DE ASSUNTOS
A classificação bacteriológica 60
actina 20 classificação botânica 60
ágar 29 classificação filogenética 59
alga azul 24, 25, 286, 288 classificação preditiva 60
alga castanho-dourada 38, 292 cleptocloroplasto 46, 50
alga eucariótica 34, 36 clorofila 24-29, 33, 34, 36, 37, 44, 48, 49, 53, 6.0,
alga glauca 23, 28 61, 286-292
alga heteroconte 287 clorofita 30, 48, 51
alga parda 27, 292 cocolito 37
alga procariótica 24 compartimento periplastidial 35, 290
alga verde 23, 26, 27, 29-35, 41, 52, 60, 65-67, 276, conjugação 31
286-290 coroa de divergência 26, 34
alga vermelha 27-30, 33, 34, 48-51, 286-290 couraça 44
cré 37
alginato 42
criptofita 44, 45, 51, 289
análise de sequências gênicas 21, 33, 35, 41, 47,
cromossomo 20, 35, 44
60, 61, 65
cutícula 36
anfiesma 44
D
antena coletora 49
aparelho de Golgi 22
diatomácea 24, 38, 43-45, 48, 276, 291- 293
armadura 44
diatomito 38
arquea 21, 22, 46
dineína 20
arqueozoário 22
dinocarion 44
árvore filogenética 20, 24
dinofita 24, 27, 35, 37, 44, 45, 46, 52
assinatura molecular 52
dinoflagelado 43-45, 52, 278, 286, 291, 292
atração de ramos longos 22
distribuição biogeográfica 74-126, 126-196
B “distúrbio” 235-243
E
bactéria 21, 46
bactéria a-púrpura 21, 287
endossimbiose 21, 32-36, 45-51, 287, 290
bioluminescência 44
epiteca 206
bloom 25
estrategista C 235, 236, 239, 244
bottom-up 265, 266
estrategista C-S 240, 243, 244
C estrategista R 236, 240, 243, 244
estrategista S 235, 236, 240, 243, 244
características vegetativas 74-126, 126-196
“estresse” 235, 236
características reprodutivas 74-126, 126-196
estromatólito 286
caráter derivado próprio 24
eucarionte 20-24, 286-288
caroteno 27, 288-292
euglenofícea 27, 35, 286
carotenoide 21, 29, 34, 204-207
F
carragenana 29
cianela 288
ficobilina 24, 25, 28, 36, 240, 242
cianobactéria 24-27, 32-34, 46-50, 53, 60, 61, 286-288
ficobilissomo 33, 34
cingulum 44, 292
ficobionte 74, 126
cisto 43-45, 278
fitoplâncton 20, 26, 241-251
citoesqueleto 20
flagelina 20
clado 34, 60
332
P
ÍNDICE DE ASSUNTOS
flagelo bacteriano 20
flagelo eucariótico 20 parafilético 59, 65, 71
flagelo heteroconte 38, 287 parasita 29, 44, 45
floração 25, 27, 37, 43, 45 pedicelo 41
fóssil 22, 28, 43 película 35, 290
fotossíntese 24, 32, 51, 286, 288 peptidase de trânsito 48
frústula 38, 43 peptídeo de trânsito 46, 48
fucoxantina 291, 292 peridinina 45, 47, 50, 292
perifíton 236-243
G periplasto 37, 290
genoma 33, 34, 46, 47, 49, 51 picoplâncton 25, 26
genômica 21, 33 pigmento acessório 24, 28, 33, 35, 47, 288-293
glaucofita 28, 287, 288 pirenoide 43
grado 60 plasmídeo 20
grupo funcional 233-250 plastídio 31, 29-34, 39, 37, 41, 43-50, 288-293
polifilético 59, 60, 61, 129-133
H porina 48
habitat 74-126, 126-196, 287-293 predador 259, 162-168
haptofita 37, 38, 45, 52 procarionte 20, 21, 285
haptonema 37, 291 “proclorofita” 25, 33
hipoteca 292 proteína chaperone 48
histona 21, 44 proteína nuclear 48
I R
importância ecológica 25, 26, 29, 35, 37, 40, 288 rafe 40
iniciador universal 52 recurso 235, 236, 237240, 259-263, 265-268
inovação evolutiva 24 relógio molecular 22
reprodução assexuada 74-126, 126-196, 288, 292
K reprodução sexuada 126-196, 288-293
“kairomone” 277 respiração aeróbia 286
resposta morfológica 275-280
L retículo endoplasmático 20, 33, 288-292
linhagem 22, 27, 31, 32, 34, 47, 49, 50, 51, 61, 289 ribossomo 20, 30, 290
lórica 35, 43 rodofita 29
rubisco 48
M
mar de Sargaço 41, 288 S
microplâncton 24, 26 simbiose 24, 29, 34, 35, 44, 47, 50
mitocôndria 21, 22, 23 sinapomorfia 24, 26, 29, 37
monofilético 34, 50, 60, 61, 65, 100, 117-131, 152, sinapse 26
165 substância de reserva 24, 28-30, 35, 37, 42, 288-293
multiplicação vegetativa 74-126, 126-196 sulcus 44
mureína 21, 24, 28, 32, 288
T
N teca 292
nanoplâncton 25 telômero 20, 35
núcleo 34, 35, 36, 37, 44, 46, 47, 49 tilacoide 24, 27, 33, 34, 61, 289
nucleomorfo 34, 37 tipo funcional 234
número de eventos de endossimbiose 47-50 top-down 265-268
número de espécies 24, 28, 30, 31, 35-44, 74-126, toxina 37, 45, 75, 81, 97, 103-117, 120, 123
126-196, 288-293 tricocisto 35, 41
número de gêneros 24, 28, 30, 31, 35-44, 288-293 tubulina 20
O U
ocrofita 38, 45 utilidade 25, 26, 29, 35, 37, 40, 42, 43, 45
origem dos eucariontes 21
origem dos plastídios 46, 47 X
oxigênio 24 xantofila 292
ozônio 24