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Filosofia Da Ciência
Filosofia Da Ciência
1. DEBATE:
Como a existência de Deus é explicada em minha religião?
O que me levou a acreditar em minha religião?
E os alunos que não se confessam religiosos, o que pensam dessas questões?
Uniformidade e diferença
“Existem certas ideias de uniformidade que algumas vezes ocorrem aos gênios, [...] mas que
infalivelmente causam grande impressão às pequenas almas. Estas descobrem no interior de
tais ideias uma espécie de perfeição; porque é quase impossível não vê-la: os mesmos pesos,
as mesmas medidas no comércio, as mesmas leis do Estado, a mesma religião em toda parte.
Mas será isso sempre verdadeiro, sem exceções? Será o mal da mudança constante menor que
o do sofrimento? E a grandeza de um gênio não consiste, precisamente, em distinguir entre os
casos em que a uniformidade é um requisito, e aqueles em que há necessidade de
diferenças?” MONTESQUIEU. O espírito das leis.
A partir do século XVIII, a ideia do Estado laico surgiu no horizonte político e se impôs com
toda força. Isso se deveu, em parte, à ascensão do pensamento iluminista. Na época, filósofos
como Montesquieu propuseram a divisão do poder (em executivo, legislativo e judiciário),
excluindo, assim, a função eclesiástica ou sacerdotal. Isso quer dizer que a noção de
uniformidade da religião foi substituída pela de neutralidade do Estado. O ensino público
universal, também introduzido pela Revolução, deve ignorar a religião e deixar a cada um que
cultive as suas crenças, sem ter o direito de impô-las aos outros. O Estado é o fiador da
segurança de cada um diante da intolerância.
Observando nossa sociedade, o que é preciso uniformizar e o que é preciso manter e
respeitar quando se trata de diferenças culturais? Como devemos tratar pessoas que têm
uma religião diferente da nossa? Temos que diferenciarmos a tolerância da alteridade. Tolerar
é aceitar a pessoa que é diferente, o que é sempre melhor do que a violência. Alteridade é
encontrar no outro, naquilo que muitas vezes não entendemos como uma forma de
crescimento próprio; é respeitar e admirar quem não é como nós. É essencial respeitar as
diferentes opções religiosas.