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PRIMEIROS RESULTADOS
Os resultados obtidos na primeira fase deste trabalho, isto é, com o uso de óleo
bruto de girassol na alimentação do motor (ver curvas de desempenho na figura 1), mostraram
que houve: a) redução de 7,1 a 10,1 % na potência na TDP; b) aumento de 13,9 a 16,0 % no
consumo específico de combustível na tomada de potência; c) escorrimento de óleo combustível
na junta da tubulação de escape com menos de 10 h de funcionamento.
A análise do óleo do cárter, que mostrava-se bastante espesso, apontou elevação
acentuada da viscosidade, elevadíssima presença de produtos de oxidação e fuligem, queda
acentuada de reservas alcalinas além de elevado teor de chumbo, indicando possível desgaste em
casquilhos.
O teste de 200 horas previsto para observação do comportamento do motor, teve
de ser interrompido com menos de 60 horas, devido à elevada temperatura do óleo do cárter (em
torno de 120°C) que indicava estar havendo algum problema. O motor foi retirado do trator e
enviado para a fábrica analisar seu interior (aguarda-se o resultado dessa avaliação). As imagens
figura 2) evidenciam, entretanto, as alterações causadas no óleo lubrificante e acúmulo de carvão
no bico injetor.
POSIÇÕES EQUIVOCADAS
Até pouco tempo atrás, observava-se que o uso do óleo bruto de girassol estava
sendo estimulado por extensionistas, em dias de campo e em feiras agrícolas, como uma
alternativa para o pequeno agricultor abastecer seus tratores. Algumas notícias apregoavam que
“o óleo de girassol pode aumentar em até 20 % o rendimento do motor sem lhe causar nenhum
problema”. O alardeamento precipitado de informações dessa natureza, confundem o leitor e
consagram resultados errôneos e/ou equivocados. Convém lembrar que o OBG; contém
glicerina, material que lhe confere alta viscosidade, tem ponto de fulgor e densidade superiores
em relação ao óleo diesel, o que já apontariam para um baixo desempenho do motor. Por ser
mais viscoso o óleo vegetal não consegue ser adequadamente pulverizado pelos bicos injetores,
não permitindo uma queima adequada do combustível, o que acabará formando depósitos nos
bicos e cabeçotes, causando , além do baixo desempenho a redução da vida útil do motor.
Outra confusão em algumas matérias sobre o assunto é a nomenclatura. Usa-se
indistintamente “biocombustível, biodiesel e óleos vegetais, como sinônimos. Cabe esclarecer
que, na comunidade européia, onde a utilização de combustíveis alternativos já é possível,
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60
Potência na TDP, cv
50
40
30
20
10
1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600
Rotação do motor, rpm
450
Cons. específico de comb,
400
350
300
g/cv.h
250
200
150
100
1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600
Rotação do motor, rpm
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diversos estudos foram feitos com óleos vegetais brutos (ex. canola, girassol,
algodão, soja) na década de 80, como substitutivo do óleo diesel ou misturado a ele. É certo que
em testes de curta duração o óleo vegetal puro consegue movimentar um motor diesel
desenvolvendo potência em níveis até razoáveis. Os problemas acontecem ao longo do tempo de
uso: a literatura registra principalmente a ocorrência de depósito de carvão nos pistões e bicos
injetores, falhas no sistema de alimentação e contaminação do óleo lubrificante. Por esta razão o
óleo vegetal passou a ser quimicamente modificado, constituindo-se no que se conhece como
biodiesel.
A despeito de países, como os Estados Unidos, Alemanha e França terem veículos
usando o biodiesel como combustível, em misturas de até 20% (B20), a adoção dessa prática no
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