Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O HISTORIADOR E O TEMPO
Para Fernand Braudel, a "História é a ciência do passado e do presente, um e outro inseparáveis".
Com base na afirmação de Braudel, é possível afirmar que o tempo e a função de historiador são inseparáveis. Assim
sendo, os estudiosos tiveram a necessidade de dimensionar o tempo dos acontecimentos e, no mundo ocidental, aceita-
se o calendário católico para o balizamento dos fatos. Assim, divide-se a História em antes e depois de Cristo
a. C d.C.
2000, 1500, 1000, 700, 500, 300, 100, 10, 1, 1, 10, 100, 300, 500, 700, 900, 1000, 1500, 2000, 2013
Nascimento de Cristo
O calendário utilizado no mundo ocidental passou a ser usado em larga escala a partir de 1582, com uma reforma
empreendida pelo papa Gregório XIII, em 1582, motivo pelo qual ficou conhecido como gregoriano. O calendário possui
alguns erros de cálculo em relação às datas originais, um deles se refere ao ano do nascimento de Cristo, que segundo
estudos mais recentes deve ter acontecido entre 4 a.C. a 7 a.C.
Vale ressaltar que atualmente existem vários calendários em vigor em regiões e povos, como o povo judeu cujo
calendário, que existe há mais de 3300 anos, ocorreu quando Deus mostrou a Moisés a Lua Nova, no mês de Nissan,
duas semanas antes da libertação dos filhos de Israel do Egito, no ano 2448 após a Criação do Mundo.
Para os islâmicos, seguidores do Islamismo, o calendário começa com a Hégira, fuga de Maomé de Meca para Medina,
que no calendário cristão ocorreu no ano de 622.
2
renovação caminha ao lado da inovação, ambas precisam constantemente consultar a história para serem bem-
sucedidas em seus objetivos de representar as “mudanças” e também o futuro.
“..., passado, presente e futuro constituem um continuum. Todos os seres humanos e sociedades estão enraizados no
passado – o de suas famílias, comunidades, nações ou outros grupos de referências, ou mesmo de memória pessoal – e
todos definem sua posição em relação a ele, positiva ou negativamente. Tanto hoje como sempre: somos quase
tentados a dizer “hoje mais que nunca”. E mais, a maior parte da ação humana consciente, baseada em aprendizado,
memória e experiência, constitui um vasto mecanismo para comparar constantemente passado, presente e futuro. As
pessoas não podem evitar a tentativa de antever o futuro mediante alguma forma de leitura do passado. Elas precisam
fazer isto. Os processos comuns da vida humana consciente, para não falar das políticas públicas, assim o exigem. E é
claro que as pessoas o fazem com base na suposição justificada de que, em geral, o futuro está sistematicamente
vinculado ao passado, que, por sua vez, não é uma concatenação arbitrária de circunstâncias e eventos. As estruturas
das sociedades humanas, seus processos e mecanismos de reprodução, mudança e transformação, estão voltadas a
restringir o número de coisas passiveis de acontecer, determinar algumas das coisas que acontecerão e possibilitar a
indicação de probabilidades maiores ou menores para grande parte das restantes.”
Considerações finais
3
Os rumos anunciados pela historiografia contemporânea estão gerando expectativas consistentes para historiadores
favoráveis as abordagens estabelecidas pelo gênero, por exemplo, da história cultural. Alguns estudiosos mencionam
um retorno da narrativa. Para o historiador Ronaldo Vainfas a história sempre foi uma narrativa, independente das
opiniões recentes de pesquisadores acadêmicos. O fato é que a história está acumulando, com o passar do tempo,
maior credibilidade e estrutura metodológica.
4
proprietários de terras garantiam proteção às pessoas que abandonavam a cidade buscando o campo, eles tiveram seu
poder aumentado.
Essa ruralização acentuou-se com:
os constantes ataques dos árabes nas cidades litorâneas da Europa, levando a população a fugir para o
interior do continente (século VIII);
o desmembramento do Império Carolíngio, o que provocou o enfraquecimento do poder real;
as invasões dos normandos (também chamados de vikings) e húngaros, no século IX, aumentando o clima
de insegurança na Europa. Em decorrência, como os senhores de terras organizavam a defesa nas suas
propriedades, tiveram seu poder político aumentado.
Algumas instituições que vigoraram durante o feudalismo foram herdadas dos romanos e dos bárbaros germanos:
clientela – na antiga Roma, havia o cliente, em geral um plebeu que, em busca de proteção e ajuda, ligava-
se a um patrício. Em troca, prestava serviços e fornecia rendas ao seu protetor. Essa relação de
dependência era muito semelhante à que o servo tinha com o senhor durante o feudalismo;
colonato – instituição romana que obrigava o colono a permanecer nas propriedades rurais;
comitatus – instituição germana pela qual os guerreiros se uniam voluntariamente em torno de um líder
militar, ao qual deviam total obediência;
benefício – instituição que vigorava no Império Carolíngio. Consistia na doação de terras como
recompensa por serviços prestados, principalmente ajuda militar.
2. Economia Feudal
O sistema feudal, característico do Ocidente europeu, tinha por fundamento a economia agrária, natural (monetária),
autossuficiente e rural. O modelo de propriedade feudal era o latifúndio senhorial, pertencente à camada privilegiada
(elite/origem), formada pela nobreza feudal (senhores e alto clero).
A principal unidade de produção era "o feudo" que se dividia da seguinte maneira:
I. Manso senhorial: terras de propriedade e posse do senhor feudal.
II. Manso servil: terras de propriedade do senhor feudal, mas trabalhadas pelos servos e família.
III. Manso de reserva: bosques, pastagens e pradarias que eram utilizados pelo senhor feudal e seus servos.
A economia feudal estava voltada par a agricultura. Os feudos eram autossuficientes, isto é, produziam tudo aquilo de
que necessitavam para sobreviver. Neles havia uma pequena circulação monetária e as trocas de gêneros, na maioria
dos casos, eram feitas in natura.
Predominavam as relações servis de produção, baseadas nas obrigações compulsórias impostas pelos
senhores ao servo. As técnicas de cultivo eram rudimentares, e o resultado era a baixa produtividade. Para melhor
aproveitamento das terras, utilizava-se o sistema dos três campos. Enquanto dois campos eram cultivados, o terceiro
permanecia em repouso. Nesse sistema havia a rotatividade de culturas. Por exemplo, num campo plantava-se trigo no
primeiro ano, cevada no segundo, e no terceiro ele ficava em repouso.
Além da agricultura, os camponeses criavam suínos, bovinos e aves, além de abelhas para a produção de mel,
utilizado para adoçar os alimentos.
3. Sociedade Feudal
A sociedade feudal era formada por duas camadas (estamentos), ou melhor, dois grupos sociais rigidamente
hierarquizados (status quo = origem): os senhores feudais e os servos.
Os servos constituíam a maior parte da população camponesa submetida, como no colonato romano, às pressões e à
exploração senhorial. Eram forçados a realizar serviços e a pagar diversos impostos ou obrigações em troca da
permissão de uso ou posse da terra e da tão necessária proteção militar representada pelo castelo feudal.
A sociedade feudal
A sociedade feudal europeia estava dividida em três estamentos, com funções definidas: a nobreza, o clero e os
camponeses.
Nobreza: era o estamento dominante. Apropriava-se da produção servil e administrava a justiça, criava e cobrava
impostos, cunhava moedas, determinava a guerra e a paz.
Clero: dividido em alto e baixo, dedicava-se à oração e à propagação da fé cristã e justificava as relações sociais. A
Igreja detinha o monopólio do saber e do conhecimento.
Camponeses: formavam o estamento não-privilegiado; divididos em duas categorias: servos (trabalhavam a terra e
estavam presos a ela, não podendo abandonar o feudo) e vilões (trabalhadores livres, com obrigações definidas em
contrato de trabalho).
As obrigações servis eram: cultivar a terra e pagar tributos.
Entre os tributos, destacam-se:
corveia – trabalho compulsório nos domínios do senhor, com restaurar pontes, residências, construir estradas, etc.;
talha – uma parte da produção deveria ser entregue ao senhor, como forma de pagamento pelo uso da terra;
capitação – tributo pago por pessoa conforme o que o senhor estipulasse. O tributo era pago somente pelo servo, o
vilão estava isento;
censo – tributo (renda anual em dinheiro) pago somente pelo vilão pelo uso da terra;
banalidade – espécie de retribuição que os servos deviam ao senhor feudal pela utilização do forno ou do moinho;
taxas de justiça – vilões e servos pagavam taxas para serem julgados no tribunal do senhor;
taxas de casamento – quando o servo resolvia casar fora do feudo, era obrigado a pagar a taxa de consórcio;
mão-morta – após a morte do servo, a família era obrigada a pagar essa taxa ao senhor feudal.
5
4.Política Feudal
No período de plenitude do feudalismo, notavam-se quatro instituições ou elementos básicos: o feudo, o suserano, o
vassalo e o contrato feudal.
O feudo era um território que se doava: essa porção de terra era um instrumento rendoso para o doador, pois dele
cobraria pedágio, obrigações, etc. O suserano era o nobre feudal que doava o feudo (o rei ou senhor que resolvesse
desmembrar seus territórios). O vassalo era o senhor ou nobre feudal que recebia o feudo. O contrato feudal era o
documento que regulava a doação do feudo, bem como os direitos e deveres (obrigações) do suserano e do vassalo.
A doação se processava em cerimônia solene, composta pelo ritual da "homenagem" e da "investidura". Na homenagem,
o vassalo ajoelhava-se, colocando-se a serviço do suserano e procedia ao "juramento de fidelidade". Na investidura, o
suserano entregava um símbolo que representasse o feudo (lança com uma flâmula, espada ou anel).
Recebido o feudo, o vassalo passava a ter certas obrigações para com o suserano. As mais importantes eram:
• prestar-lhe auxílio militar;
• participar de seu tribunal;
• dar-lhe contribuições financeiras em algumas ocasiões (guerras, epidemias).
O suserano, por seu turno, obrigava-se a oferecer ao vassalo proteção militar e garantir-lhe certos direitos, entre os
quais:
• administrar livremente o feudo;
• o direito de cobrar tributos (obrigações);
• cunhar moedas;
• ministrar a justiça (local).
Em síntese, durante a Idade Média, o poder estava nas mãos do rei e da nobreza feudal (alto clero e senhores), com o
rei, o poder era de direito (herança), pois, de fato, o poder político era exercido pela nobreza. Dessa maneira, as
instituições políticas se apresentavam descentralizadas, marcadamente localizadas (localismo político/mandonismo) .
A relação política fundamental era a suserania e a vassalagem (aquele que doava o feudo era o suserano;
aquele que o recebia era o vassalo).
Os vassalos tinham a posse da arrecadação dos tributos e a aplicação da justiça, baseada em costumes;
formavam milícias locais e cunhavam moeda.
Desde que ocorreu a fragmentação do Império Carolíngio, aos poucos os monarcas passaram a ter somente o
poder de direito, pois os senhores feudais eram quem exercia o poder de fato. Portanto, o rei continuou existindo
durante o feudalismo, só que não governava.
O poder político era descentralizado, local, pois cada senhor feudal possuía todos os poderes dentro do seu
feudo e detinha os seguintes privilégios:
posse da arrecadação dos tributos;
aplicação da justiça baseada no costume, o direito consuetudinário;
formação de milícias locais par defender seus domínios;
cunhagem de moedas, bem como imposição do valor dos produtos comercializáveis.
O fim do sistema feudal costuma ser delimitado pela queda do Império Romano do Oriente (Queda de Constantinopla)
no século XV e, na Europa deveu-se a diversos motivos econômicos, sociais, políticos e religiosos. Dentre eles podemos
destacar a fome ocasionada pela estagnação das técnicas agrícolas aliada ao crescimento excessivo da população; a
peste que assolou a Europa dizimando um terço da população já bastante debilitada pela fome; o esgotamento das
reservas minerais que abalou a produção de moedas afetando inevitavelmente as operações bancárias e o comércio; a
ascensão da burguesia e a crise religiosa ocasionada pela necessidade de uma nova filosofia religiosa e novas
necessidades espirituais.
A Peste Negra
Se a partir do século XI a Europa assistiu um impressionante estímulo das atividades econômicas, além do crescimento
populacional, o século XIV foi marcado, sobretudo, por inúmeras tragédias, como escassez de alimentos, pestes e
guerras. O resultado desse século negro foi nada menos do que a crise do feudalismo e do poder dos senhores feudais.
A partir de 1315 chuvas intensas e incomuns acabaram com as colheitas fazendo com que a fome se disseminasse. A
chamada “grande fome” acabou se agravando nos anos seguintes matando centenas de milhares de pessoas.
Poucas décadas depois da grande fome outro tormento afligiria a Europa: a peste negra. A peste negra era na verdade
um tipo de peste bubônica, transmitida por pulgas e das ratazanas. Acredita-se que a peste tenha chegado à Europa em
1347 através dos genoveses que comercializavam com o Oriente, e se disseminado rapidamente por meio das agora
dinâmicas rotas comerciais. Em pouquíssimo tempo já havia se alastrado por toda a Europa, chegando à Inglaterra,
Península Ibérica e ao Sacro Império.
Estima-se que cerca de um terço da população da Europa morreu em decorrência da peste negra. Para ter uma ideia à
Inglaterra possuía uma população estimada de 3,7 milhões foi reduzida para 2,25 milhões. A Europa recuperaria a sua
população somente no século XVI. A ciência da época não conhecia a peste bubônica, não havia conhecimento
adequado do que poderia se feito para evitá-la e normalmente se associava a doença a cólera divina, a ira divina sobre
os humanos. Era comum culpar os judeus ou os leprosos pela doença, ou se buscar a penitência para curá-la. A peste
acabou se estendendo por todo o século XIV adentrando o século XV.
6
As Cruzadas
Trata-se de uma série de expedições militares estimuladas e organizadas pela Igreja com o intuito de combater os
inimigos do cristianismo e de libertar a Terra Santa do domínio dos turcos, considerados infiéis. Incentivadas e
legitimadas pela Igreja por meio da ideia de “guerra santa”, ou seja, uma guerra autorizada por deus – onde os
combatentes receberiam recompensas divinas, inclusive, a salvação da alma – o movimento se estendeu desde finais do
século XI até meados do século XIII.
O próprio termo “cruzadas” é representativo da importância da Igreja no movimento uma vez que faz referência aos
“soldados de Cristo”, ou os cruzados, que eram identificados por uma cruz bordado em suas vestes. Tratava-se,
sobretudo, de uma ligação entre o indivíduo e o divino, onde os combatentes, automaticamente convertidos em
“combatentes de Cristo” poderiam matar os infiéis com o respaldo dos céus, tranquilos de que não sofreriam nenhuma
punição por isso. Para além da necessidade de livrar a Terra Santa dos mulçumanos, outros motivos levaram a
Cristandade a empreender o movimento das Cruzadas, entre esses motivos podemos destacar:
A conquista de novas terras em face das relações de vassalagem e do aumento demográfico. O sistema feudal
e os laços de vassalagem apresentavam um esgotamento em se tratando da possibilidade da ampliação dos
laços de lealdade e fidelidade baseados na doação de terras. Na Europa havia o costume onde o primogênito
herdava as terras do nobre. Parte dos filhos nobres sem-terra poderia entrar em ordem militares associada à
Igreja, ou servir como cavaleiros a outros suseranos importantes, mas, mesmo assim, nem todos poderiam ser
incorporados à nobreza em uma posição privilegiada. As cruzadas se mostravam como uma possibilidade para
a conquista de terras, que se tornariam propriedades de filhos e parentes que não conseguiam tornarem-se
grandes senhores feudais na Europa.
As cruzadas consistiam em uma válvula de escape para o contingente de cavaleiros e a crescente e perigosa
instabilidade que acompanhava essa sociedade pautada pela honra da cavalaria, mas ao mesmo tempo, pelos
sangrentos torneios entre cavaleiros, pelas disputas e guerras entre senhores feudais. Nesse âmbito, a
violência deveria ser canalizada para a luta religiosa algures, em Jerusalém, para o bem da cristandade e a
salvação das almas cristãs. A Igreja já vinha tentando controlar a violência da cavalaria. No século X foi
estabelecida a Paz de Deus, onde os cavaleiros passaram a jurar sobre relíquias sagradas manter a paz e
proteger a sociedade; a partir de 1020 foi criada ainda a Trégua de Deus, onde se estabeleceu um calendário
para as guerras, com a condenação dos conflitos em dias santos.
Interesses mercantis. Tratava-se de expandir o comércio com o Oriente. Os produtos orientais eram muito
apreciados pela nobreza e as cruzadas mostravam-se enquanto uma possibilidade de ampliar e dominar o
comércio com o Oriente.
O desejo dos papas em acabar com a Cisma de 1054 que dividiu a cristandade em Igreja Católica Apostólica
Romana e a Igreja Ortodoxa, sediada em Constantinopla e que tinha na figura do patriarca grego o seu líder. A
ambição de Roma era a unificação, colocando novamente os cristãos do Oriente sobre sua autoridade.
O desejo de Constantinopla recuperar os seus territórios na Ásia Menor, que estavam sob o domínio dos
muçulmanos.
O fator psicológico, que pode ser expresso pelo impulso religioso calcado na divina missão de resgatar os
locais santos, que levava multidões a um processo de peregrinação espontânea, até mesmo como forma de
purifica a alma e obter o perdão pelos pecados cometidos. Em inúmeras situações o papa incitou os cristãos ao
conflito, autorizando a matança, desde que as vítimas fossem infiéis. Mais do que isso, a morte em combate
levaria a indulgência plena, isto é, a remissão de todos os pecados.
Ao mesmo tempo não se pode desprezar a mentalidade da cavalaria em torno de ideais como coragem e lealdade. Os
cavaleiros eram preparados para lutar, e não havia luta mais digna do que a luta por Cristo; além da própria aventura,
tipicamente associado com os ideais da cavalaria.
Contudo, para além das alegações religiosas associadas pela Igreja para legitimar o movimento das cruzadas, na visão
dos povos islâmicos, os soldados de cristo eram considerados selvagens, atrasados, ignorantes nas artes e nas
ciências, absurdamente fanáticos que não hesitam em queimar templos, saquear ou dizimar populações inteiras.
De fato, os cristãos cometeram atos de extrema e impensável crueldade em seu movimento santo. Até entre os próprios
cristãos, como no caso do saque de Constantinopla durante a quarta cruzada, no ano de 1204.
As cruzadas constituem um movimento quase permanente de peregrinação militar em direção à Terra Santa. Contudo,
algumas expedições tiveram uma organização especial, sendo a Cruzada Popular seguida de nove outras expedições
de grande porte.
Os conteúdos dispostos nas postagens são rascunhos, podendo apresentar erros de concordância ou ortografia. Na
medida do possível tentar-se-á corrigir as imprecisões, incluir a bibliografia e rever textos e informações imprecisas.
Observação:
O Cisma ou separação chamado de Grande Cisma do Ocidente dividiu o catolicismo desde 1378 até 1417. Durante a
sua história, ocorreram importantes divisões na Igreja Cristã, rupturas importantes que foram chamadas de Cismas
(separações), como o Cisma do Oriente (1054) e esse do Ocidente (entre 1377 e 1417). Também ocorreu a importante
ruptura do século 16, com a Reforma Protestante em 1517.
No seu pontificado, o Papa Bonifácio VIII (1294-1303) disputou o poder com o rei francês Filipe IV, o belo. Com a morte
de Bonifácio VIII (1303), Felipe IV pressionou e conseguiu eleger um papa francês para o substituir, Papa Clemente V. O
monarca francês obrigou o sucessor deste Papa a se instalar em território francês, deixando vago o trono do Papa em
Roma. O Papado foi transferido para Avignon, sul da França, de 1309 até 1377, período chamado de Cativeiro de
Avignon, quando vários papas se submeteram ao poder dos reis capetíngios. Mais fatores políticos ocorridos ao final do
Pontificado em Avignon levaram o novo Papa francês, Gregório XI, a querer retornar a sede papal para Roma, onde ele
faleceu, em 1378, e novo papa foi escolhido: o cardeal de Bari (Itália) foi eleito papa Urbano VI, pressionando para que a
7
sede do papado novamente se instalasse em Roma. Mas, inconstante, Urbano VI foi rejeitado pelo clero que anulou sua
eleição. Mas, alguns cardeais se uniram à Rainha Joana I, de Nápoles (Itália) e escolheram o cardeal de Genebra como
Papa Clemente VII. A sede de seu papado se manteve em Avignon e Clemente VII ficou conhecido como o Antipapa.
O catolicismo ocidental, cindido, com dois papas brigando entre si. Esse foi o início do Grande Cisma do Ocidente.
Em Roma, Urbano VI era apoiado pelos ingleses, Sacro Império, Flandres e norte da Itália. Logo, o Papa Bonifácio IX
sucedeu a Urbano VI.
Em Avignon, Clemente VII era apoiado por diversos monarcas e pessoas de destaque na Igreja (França, Nápoles,
Castela, Aragão, Lorena e Escócia) - – era conciliador. O Papa Benedito XIII (ou Bento XIII) sucedeu a Clemente VII,
mas foi contestado por Alexandre V, e teve como seu sucessor o Antipapa João XIII, com sede em Piza (Itália).
O Cisma dentro do cisma se tornou dramático e teve alcance continental, chegando a Igreja a ter três Papas: Bonifácio
IX sucedido por Gregório XII (em Roma), Benedito XIII (em Avignon) e João XIII (em Piza), brigando entre si para
reivindicarem o poder sobre o catolicismo ocidental no século 15.
A igreja católica atingiu o máximo de sua instabilidade religiosa e política e convocou o Concílio de Constança (1414)
para solucionar a crise dos 3 papas e das sedes de pontificados. Em Constança, o consenso resultou na renúncia do
papa de Roma (Gregório XII), a deposição de João XIII (e Piza) e a excomunhão de Bento XIII (de Avignon).
Em 1417, os católicos ocidentais escolheram apenas um novo nome, Martinho V, findando o Grande Cisma do Ocidente
e retornando a sede do pontificado para Roma.
Concluindo: